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1 Psicologia e Educação @sabrina.estudantedepsi A psicologia só foi reconhecida como profissão em 1962, entretanto, existem evidências de que a psicologia e a educação trabalhavam juntas entre o fim do século XIX e o início do século XX em teses de médicos da Bahia e do Rio de Janeiro, e também em disciplinas relacionadas à ciência psicológica em cursos superiores de formação de professores (ZANELLA, 1998; como citado em MARINHO-ARAUJO & ALMEIDA). O início da proximidade entre psicologia e educação está relacionado às influências europeias na época da 1ª República (1906 até 1930). Os acadêmicos e pesquisadores europeus davam à psicologia um status de conhecimento e a estudavam em laboratórios (experimentação) (MARINHO-ARAUJO & ALMEIDA). Entretanto, citando Pato, Marinho- Araujo e Almeida afirmam que tais estudos não tiveram muita repercussão naquela época. Na década de 1960, a psicologia passou a ser requisitada nas escolas para atender aos alunos, mas ainda sob uma perspectiva de adaptação do aluno ao sistema escolar (TAMACHI, 2000; como citado em MARINHO- ARAUJO & ALMEIDA). Em outras palavras, aqui a figura do psicólogo escolar já começava a surgir, mesmo que fosse com o objetivo de resolver os problemas que a escola não conseguia sozinha. Na década de 70, na área da psicologia escolar, houve mais receptibilidade das escolas para os psicólogos e uma crescente busca de cursos superiores de psicologia. Apesar de isto ter aumentando a quantidade de profissionais (que não era demasiadamente grande para a demanda existente), os profissionais não encontraram vagas de trabalho que fossem correspondentes às suas formações (MARINHO-ARAUJO & ALMEIDA). Na década de 80, houve busca de melhores condições de trabalho por parte de toda as áreas do mercado de trabalho. Os psicólogos se fizeram presente nessa luta participando de sindicatos, conselhos regionais e conselho federal (MARINHO-ARAUJO & ALMEIDA). Na década de 90, houve a diversificação de possibilidades e atuação profissional para o psicólogo (MARINHO-ARAUJO & ALMEIDA). A Psicologia Escolar é comumente confundida com a Psicologia da Educação ou Psicologia Educacional (MARINHO-ARAUJO & ALMEIDA). 1. Psicologia Escolar: se refere mais às questões práticas, ao exercício prático da psicologia na Educação. Este é o termo mais utilizado; e 2. Psicologia da Educação ou Educacional: se refere às questões mais teóricas, a desenvolver conhecimentos teóricos que possam ser utilizados no processo educacional, é a psicologia que se faz em meios educacionais (MEIRA, 2000, p. 35; como citado em MARINHO-ARAUO & ALMEIDA; DEL PRETTE, 2003). Situa-se em um espaço intermediário: entre as exigências epistemológicas da psicologia científica, com suas coordenadas teóricas, conceituais e metodológicas; entre as exigências de uma ação prática, inserida em algumas coordenadas sociais, políticas, econômicas e culturais que lhe dão sentido (Coll, et al.,1999). Este é o termo mais adequado para a área. 1. A identidade do psicólogo escolar constitui- se, majoritariamente, a partir da imersão na escola. 2. Psicologia Educacional e Psicologia Escolar são utilizadas como equivalentes, sendo a primeira mais abrangente e adequada que a segunda. 2 Psicologia e Educação @sabrina.estudantedepsi Pode ser definida como “processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” (Brasil, 1996). E um fenômeno social complexo, que se desdobra em várias dimensões, tendo tanto a função de transmitir a cultura e o conhecimento acumulado, quanto de despertar potencialidades, reflexão, criticidade acerca da realidade e das possibilidades de sua modificação. Aborda não só aspectos relativos aos conhecimentos informais ou científicos, como também inúmeros outros ligados às construções afetivas, relacionais, criativas (MARINHO-ARAÚJO & ALMEIDA, 2010). Não é a transferência de conhecimento, mas a criação de possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção (Adaptado de Freire, 1996). Educação bancária: o professor seria o detentor de todo o saber e transferiria para o aluno. Paulo Freire criticava essa concepção do processo de ensino. O ensino é um processo de troca, de construção do saber junto com o aprendiz. Escola é a instituição onde ocorre a educação escolar, que tem condições muito específicas, cujos critérios decorrem do conhecimento baseado nas ciências (Brasil, 1996; Marinho- Araújo & Almeida, 2010). A atuação profissional do psicólogo escolar passa pela apropriação de referenciais teóricos que levem em consideração os processos interativos, conscientes e inconscientes, constitutivos dos sujeitos em processo de ensino, de desenvolvimento e de aprendizagem, em uma perspectiva psicodinâmica e socio histórica, cujo foco não é o indivíduo, mas os sujeitos em relação (Almeida, et al., 1995). • O trabalho do psicólogo não é ser psicólogo clínico dentro da instituição. • O trabalho do psicólogo escolar não é só olhar pelas crianças, mas também pelos trabalhadores da educação. Brasil (1996). Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96 de 20 de dezembro de 1996. Disponível em http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em 18 de agosto de 2021. Coll, C.; Mestres, M.M.; Goñi, J.O.; & Gallart, I.S. (1999). Psicologia da Educação. Artmed: Porto Alegre. [INTRODUÇÃO + CAPÍTULO 3]. Del Prette, Z.A.P (Org.). Psicologia escolar e educacional, saúde e qualidade de vida: explorando fronteiras. Alínea: São Paulo. [CAPÍTULOS 2 e 3]. Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia. Paz e Terra: São Paulo. MARINHO-ARAUJO, Claisy Maria & ALMEIDA, Sandra Francesca Conte de Almeida. Encontros, desafios e impasses: a história da articulação entre a Psicologia e a Educação no Brasil. In: MARINHO. Psicologia Escolar: construção e consolidação da identidade profissional. 3ª ed. Alínea Editora. p. 14-23. Veja Também: Teoria de Desenvolvimento de Erikson Educação •Processo Ensino •Método Escola •Ambiente http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf
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