Buscar

DIÁLOGOS ENTRE ARTE E ARQUITETURA ATRAVÉS DO DESIGN DE SUPERFÍCIE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE 
NÚCLEO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA 
 
Mariana de Oliveira Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIÁLOGOS ENTRE ARTE E ARQUITETURA 
ATRAVÉS DO DESIGN DE SUPERFÍCIE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Governador Valadares 
2020 
 
 
 
 
MARIANA DE OLIVEIRA GONÇALVES 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIÁLOGOS ENTRE ARTE E ARQUITETURA 
ATRAVÉS DO DESIGN DE SUPERFÍCIE 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) 
apresentado à Universidade Vale do Rio 
Doce UNIVALE como parte das exigências 
do Programa do Curso de Arquitetura e 
Urbanismo para obtenção de título de 
bacharel em Arquitetura e Urbanismo. 
Professor Orientador: Igor Monte Alto 
Rezende 
 
 
 
 
 
Governador Valadares 
2020 
 
 
 
 
MARIANA DE OLIVEIRA GONÇALVES 
 
 
DIÁLOGOS ENTRE ARTE E ARQUITETURA ATRAVÉS DO DESIGN DE 
SUPERFÍCIE 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) 
apresentado à Universidade Vale do Rio 
Doce UNIVALE como parte das exigências 
do Programa do Curso de Arquitetura e 
Urbanismo para obtenção de título de 
bacharel em Arquitetura e Urbanismo. 
Professor Orientador: Igor Monte Alto 
Rezende 
 
 
Governador Valadares, 25 de Junho de 2020 
 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
__________________________________________________ 
Prof. Igor Monte Alto Rezende – Orientador 
Universidade Vale do Rio Doce 
 
__________________________________________________ 
Prof. Bárbara Poliana Campos Souza 
Universidade Vale do Rio Doce 
 
__________________________________________________ 
Prof. Geraldo Magela Purri Alves de Sousa 
Universidade Vale do Rio Doce 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
 À Deus, por seu amor incondicional, por ser meu refúgio e inspiração. 
 Ao meu orientador, Igor Monte Alto Rezende, por ter apoiado a ideia deste tema 
e pela imensa ajuda, por meio de comentários, ideias e observações feitos no período 
de desenvolvimento deste estudo. Obrigada pelos socorros nos meus momentos de 
desespero! 
 À minha família, por ser a minha base. 
 Aos amigos de turma: Carla, Lara, Isa, Kézia, Ruthiellen, João Victor e 
Raphaela, pelo apoio de uns com os outros, a alegria que me trazem e amizade de 
vocês é muito importante para mim. 
 Aos amigos de fora da faculdade que a vida me deu presente e que sempre me 
apoiam: Marina, Mariana, Rafaela, Lyvia e Lucas. Além dos amigos que sinto tanta 
falta e que me deram um super apoio e me ouviram sempre: Wilson e Livia. E ao 
Thiago, por toda a ajuda, por sua paciência, apoio e cuidado comigo. 
 E a todos que contribuíram de algum modo para o desenvolvimento deste 
Trabalho de Conclusão de Curso, seja com ideias e sugestões e, principalmente, 
apoio moral. 
 Muito obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A verdadeira sabedoria consiste em saber como aumentar o bem-estar do mundo 
Benjamin Franklin 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente estudo propõe estudar a relação entre arte e arquitetura através 
do design de superfície e fazer uma reflexão sobre as possibilidades de sensibilizar 
os espaços arquitetônicos e urbanos através da arte e do design. Para este objetivo, 
foi realizado uma revisão bibliográfica em livros, teses, dissertações e artigos sobre o 
tema proposto. Diante disso, verifica-se que arte e arquitetura são formas de 
expressão simbólica da sociedade e de sua cultura, buscando a partir de provocações 
sensoriais induzir os sujeitos que a observam a desenvolver sentimentos, emoções e 
questionamentos. Com base nessa pesquisa e análise, na segunda etapa deste 
Trabalho de Conclusão de Curso será apresentado um projeto de intervenção em um 
espaço subutilizado de Governador Valadares, Minas Gerais. Como proposta de 
revitalização do espaço urbano, em busca do resgate de memórias e tornar o 
observador consciente da dinâmica espacial através da percepção. 
 
Palavras Chave: Arte. Arquitetura. Design de Superfície. Sensibilizar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This study proposes to study the relationship between art and architecture through 
surface design and to reflect on the possibilities of sensitization of architectural and 
urban spaces through art and design. For this purpose, a bibliographic review was 
carried out in books, theses, dissertations and articles on the proposed theme. 
Therefore, it is verified that art and architecture are forms of symbolic expression of 
society and its culture, seeking from sensory provocations to induce the subjects who 
observe it to develop feelings, emotions and questioning. Based on this research and 
analysis, in the second stage of this Course Completion Work will be presented an 
intervention project in an underutilized space of Governador Valadares, Minas Gerais. 
As a proposal to revitalize urban space, in search of the rescue of memories and to 
make the observer aware of the spatial dynamics through perception. 
 
Keywords: Art. Architecture. Surface Design. Awareness 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE IMAGENS 
 
Imagem 1 - Parque Nacional Serra da Capivara ....................................................... 17 
Imagem 2 - Painel de Azulejos do Centro de Formação e Aperfeiçoamento da Câmara 
dos Deputados, Brasília ............................................................................................ 18 
Imagem 3 – Coleção “Cores de Tarsila” da designer Bárbara Penaforte .................. 19 
Imagem 4 – Sistemas de Repetição .......................................................................... 20 
Imagem 5 - Biblioteca da Escola Técnica Eberswalde, Alemanha ............................ 22 
Imagem 6 - Biblioteca da Escola Técnica Eberswalde, Alemanha ............................ 22 
Imagem 7 - Biblioteca de Utrecht, Holanda ............................................................... 23 
Imagem 8 – Billboard Building, Tóquio ...................................................................... 23 
Imagem 9 – Obra Frenazos, Porto Rico .................................................................... 26 
Imagem 10 – Obra Splitting ....................................................................................... 27 
Imagem 11 - Reichstag Empacotado ....................................................................... 27 
Imagem 12 - Obra Aposto ........................................................................................ 28 
Imagem 14 –Edifício do Ministério da Educação e Saúde – Rio de Janeiro ............. 31 
Imagem 15 – Soldado Atirando Flores ...................................................................... 34 
Imagem 16 – Igrejinha Nossa Senhora de Fátima .................................................... 35 
Imagem 17 – Largo da Ordem .................................................................................. 36 
Imagem 18 – Série Recortes da História ................................................................... 37 
Imagem 18 – Voluntário da Pátria – Santa Tereza .................................................... 39 
Imagem 19 – Morro dos Prazeres – Santa Tereza .................................................... 39 
Imagem 20 – Viaduto – Praia de Botafogo ................................................................ 40 
Imagem 21: SantAttack – Santa Tereza .................................................................... 40 
Imagem 22 – Paseo Bandera .................................................................................... 41 
Imagem 23 – Paseo Bandera .................................................................................... 42 
Imagem 24 – Paseo Bandera .................................................................................... 43 
Imagem 25 – Paseo Badera ...................................................................................... 43 
Imagem 26 – Mapa delocalização de Governador Valadares em Minas Gerais ...... 44 
Imagem 27 – Espaços pontuais de estudo em Governador Valadares ..................... 45 
Imagem 28 – Área de intervenção da Rodoviária ..................................................... 46 
Imagem 29 – Área de intervenção canteiro central avenida Brasil............................ 47 
Imagem 30 – Área de intervenção barraca do Léo ................................................... 47 
 
 
 
 
 SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 13 
2.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 13 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 13 
3. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 13 
4. METODOLOGIA ................................................................................................... 15 
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 16 
5.1. DESIGN DE SUPERFÍCIE ................................................................................. 16 
5.2. PERCEPÇÃO NO ESPAÇO ARTE E ARQUITETURA ...................................... 24 
5.3. DIÁLOGOS ENTRE ARTE E ARQUITETURA ................................................... 29 
6. OBRAS ANÁLOGAS ............................................................................................ 38 
6.1. COLETIVO MUDA .............................................................................................. 38 
6.2. PASEO BANDERA ............................................................................................. 41 
7. ANÁLISE DA CIDADE .......................................................................................... 44 
8. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS ............................................................................. 48 
9. CRONOGRAMA ................................................................................................... 48 
10. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
As superfícies dos objetos sempre exerceram a função de suporte para a 
necessidade dos humanos de se expressar. Há registros de desenhos encontrados 
em diversas cavernas que datam desde o período Paleolítico da Pré-história. Entende-
se que as superfícies estabelecem uma condição de comunicação através da 
percepção dos sentidos e por tudo o que representa a comunicação das ações. A 
relação entre as superfícies e o público acontece na interação das qualidades 
sensoriais. Peirce (1974), aponta que essas superfícies oferecem “texturas, cores, 
grafismos entre outras qualidades. ” 
De acordo com Rubim (2010): 
 
 
O design de superfície visa trabalhar a superfície, fazendo desta não apenas 
um suporte material de proteção e acabamento, mas conferindo à superfície 
uma carga comunicativa com o exterior do objeto e também o interior, capaz 
de transmitir informações sígnicas que podem ser percebidas por meio dos 
sentidos, tais como cores, texturas e grafismos. (RUBIM, 2010, p. 17) 
 
 
As superfícies devem possuir ferramentas para se relacionar com o seu 
ambiente e público de forma a interagir em todos os sentidos. Segundo Flusser (2008, 
p.102), deveríamos tentar entender melhor o papel que as superfícies representam 
em nossa vida. Ele afirma que “[...] as linhas são discursos de pontos, e que cada 
ponto é um símbolo de algo que existe lá fora no mundo (um conceito). As linhas, 
portanto, representam o mundo ao projetá-lo em uma série de sucessões.”. No 
entanto, as superfícies são o entendimento representado na linha, sem necessidade 
de seguir a ordem da escrita para compreendê-lo, é possível absorver a sua 
mensagem e depois destrinchá-la. 
Portanto, pode-se compreender que o design de superfície, enquanto campo 
de prática tende a criar e modificar aspectos palpáveis e visuais utilizando de 
diferentes equipamentos, texturas e cores com intuito de valorizar e possibilitar uma 
vasta rede de produtos, artísticos ou não. 
Embora já conte com disciplinas de cursos de graduação, pós-graduação e 
com uma associação de profissionais, é necessário notar que o termo utilizado – 
Design de Superfície ou Surface Design Association nos Estados Unidos – é 
 
 
11 
 
considerado um tema relativamente novo no Brasil, e como tal, ainda pouco tratado 
em nível universitário, conforme coloca Rüthschilling (2002, p. 38). 
Rubim (2010) aponta a facilidade de visualizar o conceito Design de Superfície 
nos Estados Unidos e que em meados de 1980 ela implantou no Brasil por reconhecê-
la com a melhor definição existente. No entanto, pela proposta de revisão da tabela 
de áreas do conhecimento promovida pelo Comitê Assessor de Design do Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 2005, o design de 
superfície passa a integrar a área do design como uma especialidade. No Brasil, o 
design de superfície está profundamente ligado a diversas áreas de atuação e 
desenvolvimento uma vez que cria projetos e os aplica em superfícies a fim de 
transformá-la e atribuir maior valor estético. 
 Para Frampton (2008), o sentido de arquitetura está associado ao de lugar. 
Na concepção do autor, o objetivo de um projeto arquitetônico, por exemplo, é ser 
voltado para a esfera pública, ou seja, confere uma experiência sociocultural no lugar, 
e o lugar envolve a relação entre a localização e os aspectos construídos naquele 
local e as interações humanas realizadas e compartilhadas ali. 
Historicamente, as relações estéticas com as artes foram delimitadas, 
podendo ser reconhecidas apenas em museus, galerias de artes, enfim, locais 
definidos para esses fins. Contudo, a organização do espaço passou a ter uma postura 
diferente diante das pessoas, da cidade e das coisas. Passou-se a pensar o espaço 
urbano de modo que contribuísse com a logística dos empreendimentos, para facilitar 
o ir e vir das funções práticas do dia-a-dia. 
Para Pell (2010), arquitetura do período moderno tornou-se abstrata ao 
eliminar sua relação com os contextos sociais e a natureza. A arquitetura funcionalista 
ganhou força no início do século XX e eliminou todos os tipos de ornamentos, 
rompendo com anos de tradição, em rejeição a procedimentos que não haviam 
objetivassem a necessidade funcional do edifício. 
Segundo RIBEIRO (2016): 
 
 
Ao isolar o objeto arquitetônico das imposições ornamentais de ordem 
social, corre-se o risco de um esvaziamento da potencialidade 
sensível da arquitetura, justamente por esse isolamento poder 
transformá-la em uma abstração, em um universo utópico fechado em 
 
 
12 
 
si mesmo, descolado das dimensões sensíveis do cotidiano. 
(RIBEIRO,2016, p.53) 
 
 
Desse modo, a obra de arte que vinha gradualmente adquirindo 
independência do edifício, torna-se elemento ilegítimo da arquitetura moderna 
racionalista (ROWE, 1978). Os arquitetos, sob o lema do funcionalismo e 
racionalismo, acreditaram que arte não era mais necessária. A padronização, 
dificultou a demonstração de sentimentos. Neste contexto, o papel do espaço da arte 
(museus e galerias) o mercado, e o observador foram questionados. 
Recentemente é habitual a divisão entre arquitetura e arte e pode não parecer 
visível inicialmente a comunicação entre arquitetura e o design de superfície, mas é 
de suma importância apreciar a essência artística e os resultados que podem ser 
obtidos a partir dessa união (MELO, 2003). No cenário da arquitetura é possível 
identificar com uma frequência cada vez maior, a aplicaçãodo design de superfície 
que resulta em modificações sensoriais. A intenção é causar certo impacto capaz de 
intensificar o sentido emocional de suas formas ou o estímulo dos espaços, 
possibilitando a renovação da experiência e interação entre pessoa e o objeto 
construído. 
A proposta deste texto é, portanto, compreender o que é o design de 
superfície, refletir sobre a importância da percepção para experiência sensível entre 
arte e arquitetura, além de estudar a relação entre arte e arquitetura, e desenvolver 
intervenções na cidade de Governador Valadares na próxima etapa. 
 
 
A arte explora a dimensão estética da arquitetura como possibilidade 
de experiência, cognição e fruição a partir de fatores como a 
materialidade arquitetônica – que se impõe aos sujeitos na experiência 
de interação com os espaços construídos – e os aspectos intangíveis 
dos ambientes, entendidos como dados sensíveis que ocupam os 
espaços e formam a carga cultural do lugar. (RIBEIRO, 2016, p.66) 
 
 
Atualmente é possível pensar a superfície muito além do exterior de um objeto 
ou pessoa ou mesmo relacionada a aplicação de revestimentos e padrões, há casos 
em que a percepção de superfície se consolide como a do próprio objeto em si, numa 
 
 
13 
 
construção mais sólida do que vem se tornando o campo do Design de Superfícies no 
Brasil. 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1. OBJETIVO GERAL 
 
O objetivo geral do presente trabalho estudar a relação entre arte e arquitetura 
através do design de superfície e propor uma reflexão sobre as possibilidades de 
sensibilização dos espaços arquitetônicos e urbanos através da arte e do design. 
 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Compreender o que é o design de superfície; 
 Estudar a importância da percepção na experiência sensível entre arte e 
arquitetura; 
 Estudar relação entre arte e arquitetura através do design de superfície 
 Levantamento de dados e informações sobre intervenções urbanas que 
tenham a arte como instrumento principal. 
 Desenvolver projeto de intervenções em um espaço urbano subutilizado 
de Governador Valadares. 
 
3. JUSTIFICATIVA 
 
Este estudo se justifica por abordar um tema pouco explorado, tanto pela 
carência de pesquisas sobre o design de superfície como pela sua relação com a 
arquitetura. A pesquisa busca ainda a valorização de algo novo aplicado às obras e 
projetos arquitetônicos, podendo resultar em algo inusitado, fundamental para 
transformar os espaços através da sensibilização destes. 
A interação entre arte e arquitetura surge a partir de um: 
 
 
Olhar mais livre na sua apreensão significativa do mundo, pois busca 
outros ângulos de leitura, não para ver o objeto em sua pré suposta 
 
 
14 
 
verdade, mas buscando, na relação estética que estabelece com ele, 
produzir novos sentidos para a configuração de realidades outras. 
(REIS, ZANELLA, FRANÇA E ROS, 2004, p. 54) 
 
 
A discussão sobre a relação entre espaços e lugares é fundamental para a 
compreensão da arte e de sua ligação com a arquitetura. E surge como meio de 
confrontar por meio de questionamentos os ideais, normas e formas deste ser 
representado. Dito isso, como forma de criticar o movimento racionalista da arquitetura 
que passou a buscar uma pureza construtiva excluindo da configuração do edifício 
tudo o que não fosse elemento necessário às funções de habitar. A arte moderna, que 
pôs a considerar o espaço como função, baniu e desprezou a arte dela mesma 
(ARGAN, 2000). 
Ou seja, a arte que no período Modernista era apresentada apenas em 
museus e galerias surge hoje em novas superfícies. O espaço urbano passa a ser 
palco para divulgação em larga escala da produção artística gerando então a esta 
nova identidade. 
Giedion (1958) afirma, que: 
 
 
As pessoas desejam edifícios que representem sua vida social, 
cerimonial e comunitária. Querem que os edifícios sejam mais que 
uma realização funcional. Buscam a expressão das suas aspirações 
na monumentalidade, para alegria e excitação. (GIEDION, 1958, p.27) 
 
 
Diante disto, acredito que essa pesquisa pode ser considerada de suma 
importância considerando que a intervenção na superfície da arquitetura, elaborada 
por meio de conteúdos simbólicos expressos de forma consciente ou não nos 
espaços, é capaz de os transformar em meio de comunicação, carregados de uma 
nova função, renovar a experiência entre sujeito e objeto arquitetônico causando bem-
estar visual e inquietação no momento de percepção dos espaços. 
Portanto, torna-se necessário, principalmente no mundo atual, os arquitetos 
terem conhecimento de outras áreas de modo a ampliar habilidades, entendimento da 
sociedade, de como trabalhar essas diferentes áreas juntas e mostrar que arquitetura 
 
 
15 
 
não é apenas técnica e construção, mas que envolve sentimentos, pensamentos e 
filosofias diferentes. 
Juntamente dos diversos motivos citados acima, esta pesquisa visa servir 
como instrumento de estudo da relação entre arte e arquitetura, que ainda é pouco 
explorada, e também tem o objetivo de contribuir para a vida de profissionais que 
trabalham de modo direto com essas áreas a desenvolverem novas visões e 
possibilidades. 
 
4. METODOLOGIA 
 
Para obter os resultados e respostas acerca da problematização apresentada 
nesse trabalho, foi utilizada como processo metodológico a abordagem de caráter 
qualitativo associado a pesquisa bibliográfica tendo em vista recolher, selecionar 
analisar e interpretar contribuições teóricas e artísticas já existentes através de 
artigos, teses, dissertações, livros, monografias e outros. Além disso, também se fez 
necessário a análise de obras de referência sobre o tema proposto. 
As pesquisas foram realizadas por meio digital no google acadêmico, 
plataforma scielo e google web. Os critérios de seleção de títulos foram, por 
conseguinte, referente aos temas relacionados a relações entre arte e arquitetura, 
sobre o conceito de design de superfície e à importância da percepção para arte e 
arquitetura. 
Para isso, a pesquisa foi baseada em estudos de autores como por exemplo 
Giulio Carlo Argan, Renata Rubim, Juliana Pontes Ribeiro, Evelise Anicet 
Ruthschilling, Ben Pell, Julia Schulz-Dornburg, entre outros pensadores e artistas que 
elaboraram trabalhos pertinentes aos assuntos abordados. 
É relevante apontar que muito se utilizou de teses e dissertações acadêmicas 
devido à escassez de material bibliográfico referente ao tema. Após a leitura do 
material selecionado realizou-se o fichamento de dados para análise e em seguida, 
elaboração desta primeira etapa do trabalho de conclusão de curso. 
Com base na pesquisa bibliográfica aqui apresentada, será feito na próxima 
etapa do trabalho o projeto de intervenções em lugares subutilizados da cidade de 
Governador Valadares através do design de superfície em painéis de azulejos, com o 
 
 
16 
 
intuito de trazer mais vida aos espaços urbanos e gerar maior interação entre os 
espaços e a população da cidade. 
 
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
Nesta pesquisa contemplou-se a ligação das pessoas com os espaços 
arquitetônicos e novas formas de experimentações destes espaços por meio da arte 
e do design. 
 
5.1. DESIGN DE SUPERFÍCIE 
 
De acordo com RUBIM (2005), as superfícies sempre sustentaram a 
necessidade do homem de se expressar simbolicamente. Concebida pela Surface 
Design Association (SDA) nos Estados Unidos a expressão Design de Superfície diz 
respeito a área que desenvolve intervenções visuais nas superfícies de todo tipo de 
objeto, peça ou estrutura. Importado para o Brasil na década de 80 pela designer e 
consultora de cores, Renata Rubim, contudo foram necessários 20 anos para a 
especialidade ser adicionada a Tabelas de Áreas de Conhecimento sobe a Ótica do 
Design pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. 
Atualmente no Brasil existe o Núcleo de Design de Superfície na UFRGS, no 
RioGrande do Sul. O grupo realiza pesquisas e parcerias nacionais e internacionais. 
Tem o objetivo de construir, disseminar e estabelecer a área do design de superfície 
no meio acadêmico, científico e profissional. 
Rinaldi e Menezes (2010) definem o design de superfície, como uma área 
pouco conhecida e difundida no mundo acadêmico, e que precisa ser conceituada 
para direcionar os profissionais em sua prática processual e ainda promover métodos 
de projetos para sua aplicação em trabalhos acadêmicos, em escala industrial e em 
outros locais em que essa prática se fizer necessária e puder ser executada. 
Schwartz (2008) amplia o conceito de Design de Superfície: 
 
 
Design de Superfície é uma atividade projetual que atribui 
características perceptivas expressivas à superfície dos objetos, 
concretas ou virtuais, pela configuração de sua aparência, 
principalmente por meio de texturas visuais, táteis e relevos, com o 
objetivo de reforçar ou minimizar as interações sensório-cognitivas 
 
 
17 
 
entre o objeto e o sujeito. Tais características devem estar 
relacionadas às estéticas, simbólicas e práticas (funcionais e 
estruturais) dos artefatos das quais fazem parte, podendo ser 
resultantes tanto da configuração de objetos pré-existentes em sua 
camada superficial quanto do desenvolvimento de novos objetos a 
partir da estruturação de sua superfície. (SCHWARTZ, 2008, p. 146) 
 
 
 
Considerando os fatos, é interessante observar que, com a expansão dessa 
área, a superfície deixou de ser apenas um revestimento ou adorno e passou também 
a ser um objeto, de igual importância, ou até superior ao local em que está inserida, 
uma vez que aborda não somente as suas funções, mas também a relação sujeito-
objeto, evidenciando ainda o caráter representativo da superfície e a preocupação 
com a estrutura. 
O ato de se expressar por meio da superfície não é uma tarefa recente. Vilém 
Flusser (2007, p.102), filósofo contemporâneo, indica que as “fotografias, pinturas, 
tapetes, vitrais e inscrições rupestres” serviam de suporte para a expressão humana. 
Mas, trabalhar superfícies através de conceitos e práticas relacionadas ao Design é 
considerado como algo novo. 
 
 Imagem 1 - Parque Nacional Serra da Capivara 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade,2012 
 
http://fumdham.org.br/midias/midias-fotos/
 
 
18 
 
 Rutshilling (2008) importante precursora deste movimento, define o design de 
superfícies como uma atividade prática e criativa que visa criar e desenvolver 
qualidades funcionais, estéticas e simbólicas por meio de texturas visuais e táteis, a 
superfície, adequando ao contexto sociocultural e aos diferentes materiais e técnicas 
de fabricação. 
A questão da origem do design de superfície auxilia muitas vezes para explicar 
semelhanças entre as áreas do design. Perante tantas discordâncias, segundo Evelise 
Rüthschilling¹ esclareceu que o design de superfície, provavelmente, deve ter surgido 
no âmbito da área têxtil ou de estamparia de tecidos, onde as especulações e 
experiências sobre o assunto foram mais abundantes. Mas de acordo com pesquisas 
de Rinaldi (2013) e Schwartz (2008), estas relações vem se diversificando, dando 
novas capacidades de execução ao design de superfície, como em áreas que 
trabalham cerâmica e revestimentos (ladrilhos hidráulicos, laminados, azulejos), 
incursões de papelaria (papéis de parede, adesivos) e tapeçaria. 
 
Imagem 2 - Painel de Azulejos do Centro de Formação e Aperfeiçoamento da 
Câmara dos Deputados, Brasília 
Fonte: Fundação Athos Bulcão, 2003 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 Imagem 3 – Coleção “Cores de Tarsila” da designer Bárbara Penaforte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Estudio Garagem, 2020 
 
 
O Design de Superfícies não é apenas estético. Trabalhar a superfície 
significa apropriar-se das metodologias projetuais do Design, das 
habilidades da representação gráfica e do ornamento comuns às Artes 
Visuais e ao Design Gráfico, das intervenções no ambiente construído 
pelo Design de Interiores, e também pelos estilos de identidade e 
individualidade dispostos no Design de Moda. Essa 
interdisciplinaridade tem um crescimento exponencial a cada vez que 
os estudos indicam caminhos mais amplos a se trilhar, como é o caso 
de novas tecnologias de impressão. (SILVA, 2017, p. 28) 
 
 
Essa visão de ornamentação e decoração perdurou por muito tempo e à 
medida que a tecnologia vinha se desenvolvendo tornou-se mais visível a aplicação 
em diversos materiais. No entanto, é incorreto afirmar que o design de superfície está 
apenas ligado ao desenvolvimento têxtil, assim como limitá-lo como expressão gráfica 
bidimensional, ou seja, compreendendo - o como produto apenas do design gráfico 
(FREITAS, 2011). 
Existem certas técnicas que auxiliam no processo de projetar a superfície. No 
momento atual os princípios básicos costumeiros do design de superfície, como o 
método de repetição e as construções de módulos herdados do design têxtil e 
cerâmico deixaram de ser uma condição indispensável no desenvolvimento dos 
https://www.estudiogaragem.com/brbara-penaforte-cores-de-tarsila
 
 
20 
 
projetos devido os avanços das tecnologias híbridas e digitais, contudo, permanecem 
como fundamentos da área (RUTSHILLING, 2008). 
 
 Imagem 4 – Sistemas de Repetição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Cores e tons,2017. 
 
Conforme afirma Freitas (2011), a aplicação do design de superfície pode 
resultar também em modificações sensoriais, conferindo à superfície uma identidade 
única com carga comunicativa com o interior e o exterior, capaz de remodelar e definir 
espaços e transmitir informações através dos sentidos, possibilitando a renovação da 
experiência de interação entre pessoa, objeto, ou outro meio em que está inserido. “A 
configuração da superfície tornou-se, portanto, muito relevante, já que a aparência é 
percebida por meio das características diretamente observáveis pelos sentidos e 
interpretáveis a nível pessoal” (FACHINI,2015, p. 36). 
É possível observar no cenário da arquitetura contemporânea o uso mais 
constante de projetos de design de superfície para sensibilizar estruturas, 
empregando recursos artísticos e gráficos. Essas intervenções visam aumentar a 
capacidade de relacionamento dos objetos arquitetônicos, e sugerir diversificadas 
espacialidades. 
 
 
 Esses projetos têm em comum alguns aspectos, como a aplicação de 
elementos iconográficos nas superfícies das edificações; a pesquisa 
de inovação em tecnologias tanto para a impressão das imagens 
https://www.coresetons.com.br/voce-sabe-o-que-e-rapport/
 
 
21 
 
quanto para a incorporação do desenho da superfície nos processos 
construtivos e nos revestimentos; a sensibilização dos ambientes com 
diferentes materiais e texturas, além da reformulação da experiência 
de percepção dos espaços pelos seus efeitos de cores e composições 
visuais. (RIBEIRO, 2016, p 53) 
 
 
Na concepção de Ribeiro (2016) o design de superfície quando atua em 
projetos arquitetônicos, opera lógicas com relação à função e cultura da construção, 
além de analisar conceito e partido, assim como beleza e decoração. Essas 
superfícies projetadas para a arquitetura são camadas adaptáveis que se articulam, 
comunicando e modificando as estruturas em que são trabalhadas. 
Pell (2010) mostra que no fim do século XX, já havia uma discussão que 
implicava a superfície arquitetônica como espaço de expressão popular apto a 
reabilitar ou estabelecer suas ‘capacidades simbólicas’. 
 
 
Entende-se hoje que o Design de Superfície carrega consigo um novo modo 
de se perceber o objeto e confere aos produtos valores distintos. Um trabalho 
cuidadoso, que prioriza a teoria e a prática do Design, alcança novas 
diretrizes para a obtenção de tecnologia, sustentabilidadee estética 
funcional. (RINALDI, 2013, p. 2) 
 
 
A designer Regina Silveira também comenta: 
 
 
O que mais tenho feito é revestir superfícies e volumes com desenhos e 
padrões que nunca chegam a sair do plano onde estão aderidos, mas que, 
com diferentes estratégias, podem sugerir outra espacialidade – volumétrica, 
vertiginosa, ou labiríntica – tanto em objetos quanto em intervenções sobre 
arquiteturas diversas. (SILVEIRA In: NAVAS, 2011, apud RIBEIRO, 2016, 
p.28) 
 
 
São diversas as maneiras de aproximar a edificação da superfície através do 
design de superfície, arquitetos como Jacques Herzog e Pierre de Meuron (Imagens 
5 e 6) utilizam imagens em seus projetos que confundem a percepção de 
materialidade real da estrutura. Os arquitetos criaram em 1999 a biblioteca da escola 
 
 
22 
 
técnica de Eberwalde na Alemanha e utilizaram aplicações de imagens do acervo da 
própria biblioteca. Outros casos são apresentados nas imagens 7 e 8. 
 
Imagem 5 - Biblioteca da Escola Técnica Eberswalde, Alemanha. 
Fonte: Josh Mings Studio, 2010. 
 
Imagem 6 - Biblioteca da Escola Técnica Eberswalde, Alemanha. 
Fonte: Josh Mings Studio, 2010. 
http://joshuamings.com/newsite/2010/08/21/eberswalde-technical-school-library-herzog-and-demeuron/
http://joshuamings.com/newsite/2010/08/21/eberswalde-technical-school-library-herzog-and-demeuron/
 
 
23 
 
 Imagem 7 - Biblioteca de Utrecht, Holanda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Archdaily, 2011. 
 
 Imagem 8 – Billboard Building, Tóquio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Klein Dytham, 2010 
 
 
 
24 
 
 
Na perspectiva interdisciplinar do design de superfície aplicado à 
arquitetura, por exemplo, o que se produz são interfaces de 
negociação simbólica entre as imposições estruturais das 
edificações e as apropriações socioculturais dos espaços 
recortados pelo desenho da arquitetura. O questionamento acerca 
das formas e estruturas projetadas, na verdade, transforma-se em 
uma especulação sobre as possíveis interações físicas e simbólicas 
que podem ser promovidas no lugar, imprimindo uma apropriação 
dinâmica e imaginativa dos espaços. (RIBEIRO, 2016, p. 250) 
 
 
“A superfície é o ponto de contato entre o corpo do sujeito e o corpo da 
arquitetura” (RIBEIRO, 2016, p. 65). O design de superfície ao utilizar de novas 
tecnologias pode resultar em alterações sensoriais, causando impacto ou perturbação 
na percepção de espaços aumentando sua potência e produzindo assim novas 
experiências entre objeto arquitetônico e pessoa. 
 
5.2. PERCEPÇÃO NO ESPAÇO ARTE E ARQUITETURA 
 
O conceito de percepção está relacionado à interação do usuário com o 
espaço, através de estímulos dos sentidos básicos (audição, visão, olfato, paladar e 
tato), associando-os a nossa memória e cognição, de modo a formar conceitos e 
valores sobre o ambiente e sobre nós mesmos e orientar nossa conduta (MARTINS, 
2011). 
Nos estudos de fenomenologia de Marleau-Ponty, o encontro com a realidade 
acontece através da habilidade sensível: “O sentir é essa comunicação vital com o 
mundo que o torna presente para nós como lugar familiar de nossa vida. É a ele que 
o objeto percebido e o sujeito que percebe devem a sua espessura” (MERLEAU-PON-
TY, 1999, p. 84). 
O design de superfície deixa claro para os sentidos as características dos 
espaços assim como constrói novos modos de experiência e percepção nestes 
ambientes. Essa característica de acordo com Ribeiro (2010) fortalece a concepção 
de arquitetura como espaço a promover experiências ligadas à percepção. 
 
 
 
25 
 
A percepção é uma capacidade sensorial, em consequência, 
corporal, portanto, as superfícies que possuem discursos ativos são 
aquelas que despertam o corpo através dos sentidos em direção a 
um processo intelectivo realizado na prática (RIBEIRO, 2010, 
p.129). 
 
 
Para Ribeiro (2010, p. 27) “a noção de experiência na arte carrega em si a 
condição relacional entre o objeto e o espaço”. As intervenções são elementos 
detonadores de impulsos para uma experiência de exploração corpórea da 
arquitetura. Ou seja, o corpo combina o intelecto e o sensorial para ser tocado pela 
obra em sua percepção através dos sentidos. “As formas mais desenvolvidas de 
percepção são a visual e auditiva, fundamentais à sobrevivência do homem” 
(FERREIRA, 2012, p. 12). 
 
 
75% da percepção humana, no estágio atual de evolução, é visual, 
isto é, a orientação do ser humano no espaço, gradativamente 
responsável por seu poder de defesa e sobrevivência no ambiente 
em que vive, depende majoritariamente da visão; os outros 20% 
são relativos à percepção sonora, e os 5% de todos os outros 
sentidos, ou seja, a tato, olfato e paladar. (SANTAELA, 1998, p. 11). 
 
 
Através do design de superfície podem ser criadas intervenções que 
produzem ilusões subjetivas nos espaços arquitetônicos que envolvem fisicamente os 
sujeitos na obra. Tais intervenções na condição espacial existente são operadas por 
meio de ficções visuais, virtuais. Intervenções visuais que mudam a percepção do que 
é real ou imaginário, do que é chão ou teto, do que é dentro ou fora, nos colocam à 
frente de mudanças sensoriais que contrariam a noção de realidade e são percebidos 
como informações atípicas, que produzem um estranhamento com relação à 
expectativa comum. Em vista disso surge a importância dos sentidos e principalmente 
o da visão. 
 
 
26 
 
O campo das experiências sensíveis é o ponto de partida para diversos 
artistas e arquitetos. Em 2004 para a Trienal Poligráfica de San Juan, em Porto Rico, 
a artista Regina Silveira criou o trabalho Frenazos (Imagem 9). Nota-se que os relevos, 
volumes, níveis e camadas da fachada do edifício passam a ser componente das 
ilusões visuais criadas. 
O uso das marcas de pneus na superfície arquitetônica cria uma imagem, 
estabelecendo o conflito entre elementos, funções, sentidos e formas, o espaço deixa 
de ser abrigo e passa a ser via de passagem, gerando uma ruptura em sua função, 
além de causar um choque de experiência acerca do que é o lado de fora e o que é o 
lado de dentro. 
 
Imagem 9 – Obra Frenazos, Porto Rico. 
Fonte: Regina Silveira,2004. 
 
O arquiteto Gordon Matta Clark, em sua obra Splitting (Imagem 10) através 
de instrumentos manuais cortou uma casa abandonada no meio e com uma cunha fez 
metade tombar ligeiramente para o lado. Clark utiliza cortes com a intenção de propor 
uma situação impossível a realidade física da arquitetura. “Essa superfície em 
arquitetura se transforma em um espaço invadido, tomado por esses movimentos 
estranhos à sua natureza estável e segura”, afirma Ribeiro (2010, p. 216). 
 
 
 
27 
 
Imagem 10 – Obra Splitting. 
Fonte: Bigmat international architecture agenda, 2017. 
 
Já o casal de artistas plásticos Christo e Jeanne-Claude trabalharam a 
percepção visual em suas intervenções de maneira que elementos da arquitetura e 
paisagens fossem revelados ou escondidos como é o caso da obra Reichstag 
Empacotado (Imagem 11), edifício histórico em Berlim, Alemanha, sede do 
parlamento alemão. Ao cobrir o parlamento os artistas conseguiram voltar os olhos 
das pessoas que passavam ali todos os dias, mas que já não percebiam o edifício 
pelo fato de ter se tornado parte da paisagem do dia a dia. 
 
Imagem 11 - Reichstag Empacotado. 
Fonte: Archdaily, 2012. 
 
 
28 
 
Outro exemplo é o projeto de intervenção Aposto (Imagem12) do artista Fábio 
Carvalho em Lisboa, Portugal. O projeto consiste na criação de padrões de azulejos 
impressos a laser em papel que foram aplicados em espaços vazios das fachadas de 
prédios onde azulejos originais desapareceram por vandalismo ou se deterioraram. 
Os “azulejos de papel” causam estranhamento ao olhar ao mesmo tempo em que 
podem ser confundidos com as peças originais, ou seja, a arte invade o espaço e 
ganha e chamaatenção ao tensionar o que já estava lá. 
 
Imagem 12 - Obra Aposto. 
Fonte: IPN – Museu memorial, 2015. 
 
 
Contra o automatismo e o comodismo visual, a arte nos fisga com o 
embevecimento daquilo que nos estranha e nos captura numa demora 
perceptiva em que o tempo não conta. Assim, a percepção se constitui em 
zona intersticial, ponte para o tráfego intenso dos fluxos e trocas entre 
aquilo que a nós se apresenta do mundo lá fora e o nosso mundo interior. 
Vem daí a importância fundamental da percepção em todas as formas de 
arte (RIGON, 2012 apud BARROS, 1999). 
 
 
29 
 
A arte enquanto intervenção busca tornar o observador física e mentalmente 
consciente da dinâmica social e espacial e não apenas considera elementos estéticos 
do ambiente construído. A intervenção no espaço arquitetônico através do design de 
superfície compartilha das mesmas superfícies do objeto construído, demonstrando 
uma continuidade concreta ao longo dessa extensão e a dependência da ligação física 
à arquitetura para realizar as suas finalidades espaciais. O lugar estabelece e introduz 
a obra. Assim, o discurso da arte só se completa em conjunto com o discurso da 
arquitetura. Para Ribeiro (2010), “é a arquitetura que permite a exploração 
fenomenológica da obra que se instala em sua superfície e permite, também, que o 
sujeito ocupe todas as possíveis posições no espaço diante dessas imagens”. 
Entre cortes, imagens, perspectivas destorcidas “as intervenções na arqui-
tetura são considerações pessoais acerca do embate entre virtualidade e concretude; 
entre a imagem e matéria” Giora (2014). A arte é requisitada nesses espaços como 
componente de desestabilização do lugar, de captura de incertezas, de novas visões 
e fator de excitação da experiência sensível e da percepção. 
 
5.3. DIÁLOGOS ENTRE ARTE E ARQUITETURA 
 
O relacionamento entre obra de arte e arquitetura remota desde a antiguidade, 
com seus significados mutuamente enlaçados, segundo Melo (2003) arquitetura, 
escultura e pintura sempre eram empregadas como elementos somados para a 
construção de um único estilo artístico. 
 
 
No começo não havia nem arquitetura nem escultura, como artes 
distintas, mas uma forma completa que de preferência deveríamos 
chamá-la de monumento. Ambas, arquitetura e escultura, podem ser 
concebidas como evoluídas de uma unidade original, e de forma 
alguma é possível descrever esta entidade original como 
essencialmente arquitetônica ou essencialmente escultura. (READ 
1977, apud MELO,2003, p. 122). 
 
 
 
 
30 
 
Devido ao caráter funcionalista do período modernista na primeira parte do 
século XX, tudo que era artístico e que não desempenhava “funções” necessárias do 
habitar foi excluído da arquitetura, gerando um rompimento entre as áreas e isolando 
cada arte em seu sistema disciplinar. “A arquitetura moderna (...) queria que todo 
prazer arquitetônico derivasse do encontro puro com a necessidade” (DREXLER, 
1981, apud MELO, 2003, p. 123). 
Em consequência a esse evento, e ao desenvolvimento da arte moderna e 
seus diferentes movimentos gerou-se uma revolução que afetou a forma de produzir 
e expor as artes. As relações estéticas com as artes visuais foram tendo seu espaço 
delimitado, passando a ser reconhecidas fundamentalmente em museus e galerias, 
locais, então, destinados ao legítimo contato artístico (BENJAMIN, 1996). As primeiras 
galerias surgiram, destinadas a uma determinada elite cultural, a partir de exposições 
de coleções particulares. 
Contudo, no Brasil a expressão se firmou além das concepções ortodoxas de 
funcionalismo e realismo, ocorrendo ao intercâmbio entre as ideias e expressões 
artísticas e os movimentos construtivos, com o sentido de proporcionar novas 
experiências, tradições e emoções as pessoas, além de qualificar as obras, como 
afirma Capello (2008). Pode-se afirmar que o projeto do prédio do Ministério da 
Educação e Saúde (Imagem 14), no Rio de Janeiro, tornou-se referência para a toda 
a criação arquitetônica brasileira modernista, mediante concepção moderna 
integração das artes. 
 
 
 
31 
 
Imagem 14 –Edifício do Ministério da Educação e Saúde – Rio de Janeiro. 
Fonte: Archdaily, 2013 
 
 
Entre nós, lá pelo ano de 1936, graças à intervenção de Gustavo 
Capanema, então ministro da Educação e Saúde, a velha interação 
entre arquitetura e arte começou a ser recuperada; isso ocorreu 
quando, interessado pelos problemas das artes e da cultura, 
Capanema convocou para colaborar na construção do edifício sede do 
ministério os mais renomados artistas do país, enriquecendo-o com 
grandes murais de Portinari e escultura de Bruno Giorgi, Celso 
Antônio, Lipchitz. Esta volta ao passado, tão desejada, passou daí em 
diante, a atuar em nossa arquitetura que, em alguns casos, assumiu 
sua etapa superior de obra de arte. (NIEMEYER,1994, p. 4). 
 
 
O papel das artes por meio da profusão dos painéis e murais tornou-se 
fundamental na estruturação desta arquitetura. Le Corbusier foi um grande 
influenciador na adaptação desta nova arquitetura às características locais, indicando 
o azulejo para composição dos painéis. O material foi abordado como um elo ao 
passado que serviria de suporte às novas manifestações plásticas, afirma Junior 
(2011). 
https://www.archdaily.com.br/br/01-134992/classicos-da-arquitetura-ministerio-de%20educacao-e-saude-slash-lucio-costa-e-equipe
 
 
32 
 
O painel conjugado à arquitetura moderna sem dúvida presta 
colaboração, seja no dinamitar paredes, como observa Le Corbusier, 
ou cativando o olhar do andante, de certa forma anestesiado pela 
paisagem cotidianamente vivenciada. Através das soluções bem 
harmonizadas entre painel e arquitetura, a sinfonia moderna ganha a 
rua e leva seus sonhos para o convívio urbano” (LOURENÇO, 1995, 
p.268). 
 
 
As reflexões acerca da concepção da arte, seus conceitos assim como o seu 
lugar – as instituições -, postos em questão na modernidade permitiram que, nas 
últimas décadas, vários projetos de artes visuais fossem realizados em algum outro 
espaço “incomum” para uma exposição. “A medida que as obras de arte se 
emancipam do seu uso ritual, aumentam as ocasiões para que elas sejam expostas”. 
(BENJAMIN, 1987, p. 173) 
Em consequência a esse evento, gerou-se uma revolução que afetou a forma 
de produzir e expor as artes. Novas gerações de artistas surgem, reavaliando os 
espaços e seus conceitos, buscando resgatar uma relação mais aproximada com o 
real e promovendo, consequentemente novas expressões artísticas. A arte deixa de 
ser exclusiva do museu e passa também a habitar a cidade. 
O processo, contudo, foi gradual. Os museus, ou galerias “tradicionais” eram 
vistos como espaços protegidos e destinados a determinada elite social. Ou seja, se 
as exposições fossem realizadas em espaços diferentes do que os museus ou 
galerias propunham, com facilidade de acesso de todos os perfis de público, a arte se 
tornaria mais próxima do observador independente de sua classe social. 
(DORNBURG, 2002). 
 
 
Quando a arte deixou o Museu em busca de um público maior, 
tornou, consequentemente, e de forma mais incisiva, ‘pública’ a 
presença da arte e do artista. O artista ‘público’ contemporâneo 
trabalha in situ, ou seja, analisa meticulosamente as condições do 
lugar (a escala, o usuário e a complexidade do contexto), visto que 
o sucesso da obra depende da recepção do observador. Com isto, 
 
 
33 
 
o artista ampliou seus meios e passou, também, a construir 
incorporando novas fontes de referência como a ciência, a biologia, 
a construção, a iluminação, a decoração, o som, a moda, o cinema, 
os computadores etc. A transição das instalações efêmeras para as 
construções permanentes estabelece aproximação com a 
arquitetura, principalmente no que se refere ao modo de conceber 
o espaço e a sua psicologia de uso. (CARTAXO, 2006, p. 73) 
 
 
Essa alteração na forma de expor que incluíaalém de galerias e museus os 
espaços alternativos (a rua ou qualquer espaço não convencional dedicado à 
exposição de arte) que tem consequências mais claras a partir dos anos 80, serviu de 
estímulo para que vários artistas desenvolvessem novas expressões artísticas de 
instalações e intervenções e todas as suas variações como os chamados site specific. 
A arte passou a ser considerada devido ao seu contexto. 
Nas instalações site specific, o espaço atua como agente transformador da 
obra de arte. Surgiu como instrumento para artistas que pretendiam refletir sobre as 
relações entre a sociedade e a cidade. Nestas obras, os elementos conversam com o 
meio, para o qual são elaborados. O termo site especific é frequentemente relacionado 
à arte de instalação, ou arte ambiente que se volta para o espaço transformando-o ou 
o englobando à obra. Trata-se de trabalhos planejados de acordo com um ambiente 
e espaço específico, A obra passou a fazer parte do espaço e surgiu como potência 
transformadora de percepções, mais acessível de forma a gerar proximidade entre 
obra e espectador. 
Alguns artistas como Bansky, um artista de rua britânico, intervém na 
arquitetura da cidade para realizar seus trabalhos. O artista por meio de suas 
intervenções urbanas aborda temas sociais, políticos e ambientais de forma satírica 
através da técnica de estêncil (em que se aplica o desenho através do corte ou 
perfuração do papel) em seus grafites. Um bom exemplo é a obra “ Soldado Atirando 
Flores” (2005) (Imagem 15), localizada na Palestina, que mostra um homem vestido 
com o que é associado ao equipamento anti-motin tradicional, com a postura de quem 
está para atirar uma bomba, mas ao invés disso tem um buquê de flores em sua mão. 
O intuito de Banksy é defender a mensagem de paz, por isso o artista optou pela 
instalação em uma área de alto conflito. 
 
 
34 
 
 
Imagem 15 – Soldado Atirando Flores. 
Fonte: The art story,2005. 
 
No Brasil, alguns artistas modernistas como Athos Bulcão e Potty Lazzaroto 
e alguns mais atuais como o artista Kobra, recorreram a arte do muralismo para intervir 
na arquitetura e no espaço urbano de modo a evocar a arte para o coletivo, 
comunicando ao espectador uma experiência. 
As obras de Athos Bulcão são fortemente ligadas ao caráter urbano por meio 
do emprego de painéis de azulejaria na composição de elementos arquitetônicos 
públicos como é o caso do painel na Igrejinha Nossa Senhora de Fátima (Imagem 16), 
localizada em Brasília, pautada na relação obra e observador. O designer tem obras 
marcadas pela abstração geométrica, colorida e leve. 
 
https://www.theartstory.org/artist/banksy/artworks/
 
 
35 
 
Imagem 16 – Igrejinha Nossa Senhora de Fátima. 
Fonte: Archdaily, 2014. 
 
Já o artista Potty Lazzarotto escolheu a arte de mural com o propósito de 
aproximar a arte da população e enriquece-los culturalmente, representando fatos 
históricos, sociais e culturais do Paraná, em especial Curitiba, retratando seus 
costumes e alguns símbolos característicos, como o pinhão, o cotidiano dos 
trabalhadores além de outros, afirma Rizzi e Silva(2018). O painel de azulejos 
intitulado “O Largo da Ordem” (Imagem 17), localiza-se em Curitiba e representa as 
feiras antigas que se realizavam no local, os antigos colonos imigrantes além da 
igrejinha e outros símbolos. 
 
 
 
36 
 
Imagem 17 – Largo da Ordem. 
Fonte: Sentidos do viajar, 2019. 
 
O artista Kobra é mundialmente conhecido por desenvolver suas intervenções 
na arquitetura de diversas cidades através do uso de cores fortes e coloridas com 
intuito resgatar a importância de lugares e momentos e fortalecer a sensação de 
pertencimento de seus habitantes, além de tratar de assuntos importantes como 
causas ambientais e mensagens de paz e cenas marcantes da história da 
humanidade. Assim, cenas do ativista norte-americano Martin Luther King (1929-
1968) proferindo um discurso contra o racismo (Imagem 18), ganham o espaço público 
pelos traços do artista brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
Imagem 18 – Série Recortes da História. 
Fonte: Facebook, 2018. 
 
Portanto, é possível entender a importância da arte se deslocar para os 
espaços tradicionais, que gerou uma reinvenção na relação entre artista, sua 
produção, os sujeitos e a arquitetura com que partilha cada vez mais questões comuns 
ao cotidiano. Assim, seja por intervenções ou colaborações, a arte cria um vínculo 
exclusivo com o ambiente e a arquitetura, revelando aos sujeitos a potência desse 
espaço como superfície de experiências sensíveis e campo de tensões humanas. 
“Juntas, arte e arquitetura trocaram a criação de objetos para serem olhados, pela 
criação de ambientes para serem experimentados e utilizados. ” (DORNBURG, 2002, 
p.7) 
 
 
38 
 
6. OBRAS ANÁLOGAS 
 
6.1. COLETIVO MUDA 
 
 O coletivo MUDA é um grupo de arte urbana, com influência do grafite e com 
base no Rio de Janeiro, que busca desenvolver a arte através de intervenções 
espaciais que vem alterando as paisagens e espaços públicos cariocas (COLETIVO 
MUDA, 2018). MUDA vem de mudança, essa é a explicação dada pela equipe sobre 
a origem de seu nome. 
O grupo surgiu em 2010, composto pelos arquitetos Diego Uribbe, Duke 
Capellão e Rodrigo Kalache e os designers Bruna Vieira e João Tolentino. Mas 
somente em 2011 começaram a modificar os cenários de diversas cidades. Trabalham 
o design de superfície em suas intervenções através da aplicação de padronagens 
abstratas e coloridas em painéis de azulejos e ladrilhos hidráulicos (RIZZI E SILVA, 
2010) 
 
 
Desde os tempos mais primórdios nos reunimos no dia 22 de dezembro para 
intervir em algum lugar em comemoração ao aniversário do João. As 
primeiras vezes fizemos graffiti. A partir de 2011, com a criação do MUDA, as 
intervenções passaram a ser feitas em azulejo (COLETIVO MUDA, 2018, p. 
única). 
 
 
Para a pintura de seus azulejos, o coletivo utiliza estêncil e tinta spray. “ O 
grupo pinta seus azulejos com tinta spray pelo caráter perecível e pela influência do 
grafitti. ” (BRITTO, 2013). O Grupo possui diversas intervenções tanto em território 
nacional como em internacional. Contudo, a maior parte de suas obras estão 
espalhadas no Rio de Janeiro (Imagem 18,19,20,21), com destaque para os bairros 
Arpoador, Praia de Botafogo, Rocinha, Santa Tereza, Jardim Botânico e São 
Cristóvão. 
 
 
 
 
 
39 
 
Imagem 18 – Voluntário da Pátria – Santa Tereza. 
Fonte: Coletivo MUDA, 2020. 
 
Imagem 19 – Morro dos Prazeres – Santa Tereza 
 
Fonte: Coletivo MUDA, 2015. 
 
 
40 
 
Imagem 20 – Viaduto – Praia de Botafogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Coletivo MUDA, 2018. 
 
Imagem 21: SantAttack – Santa Tereza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Coletivo MUDA, 2012. 
 
 
41 
 
Seus painéis são pensados para lugares específicos (site specific), ou a 
equipe escolhe o lugar de acordo com uma composição específica criada em seu 
atelier. O grupo é engajado em conferir uma nova experiência ao usuário da cidade e 
valorizar os espaços. “O coletivo procura encontrar locais que estejam esquecidos ou 
desvalorizados na cidade, procurando enriquecer a experiência do transeunte e tornar 
o espaço mais lúdico e colorido” (BRITTO, 2013), as cores e novas padronagens em 
seus painéis conferem novo sentido a esses locais. 
 
6.2. PASEO BANDERA 
 
Desde 2013, a construção de uma linha de metrô de Santiago, através do 
centro histórico provocou o fechamento da rua “Bandera” para tráfego de carros. 
Desde então a área havia sido convertida em estacionamento para carros. Surgiu 
então a ideia de intervir e dinamizar naquele espaço, transformando a rua em um novo 
passeio colorido. 
Inaugurada em 2017, o Paseo Bandera (Imagem 22), foi desenhado pelo 
escritório Estudio Victoria e o arquiteto Juan Carlos López, que criaram formas 
geométricas multicoloridas quese estendiam por um trecho de 400 metros. O projeto 
levou 3 meses para se materializar, da concepção à inauguração, sendo financiado 
por diversas empresas. 
 
Imagem 22 – Paseo Bandera. 
Fonte: Trend alert, 2018. 
 
 
42 
 
O projeto conta com mobiliário urbano, vegetação, instalações, bicicletários, 
áreas de descanso, e bicicletas que geram energia para carregar celular. Se estende 
por quase quatro quarteirões e com área de 3.300 metros quadrados. As cores, além 
de adicionarem nova energia à cidade, também são responsáveis pode delimitar as 
três diferentes seções do projeto: “Conexão Social” entre as ruas Moneda e Agustinas, 
“Sustentabilidade” entre as ruas Agustinas e Huéfanos e “Patrimônio” entre as ruas 
Huérfanos e Compania. 
A escolha da paleta de cores se deu justamente por não existirem aquelas 
cores na arquitetura da cidade, crítica ao uso de cores monocromáticas e de tons 
claros, sem diversificação. Portanto, a sobreposição da paleta de cores do projeto 
visou produzir contraste com a cidade de concreto. 
Essa tática urbana é inovadora, combina arte, arquitetura e design e permite 
que os espaços urbanos desabitados sejam ressignificados e se tornem áreas de 
convívio e lazer, de novas experiências, seguras e destinadas ao resgate do 
patrimônio histórico da cidade e permanecerá na memória dos transeuntes. 
 
 Imagem 23 – Paseo Bandera 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Archdaily, 2017. 
 
 
43 
 
Imagem 24 – Paseo Bandera. 
Fonte:Archdaily, 2017. 
 
Imagem 25 – Paseo Badera. 
Fonte: Trend alert, 2018. 
 
 
44 
 
7. ANÁLISE DA CIDADE 
 
A cidade brasileira de Governador Valadares (Imagens 25 e 26), está situada 
à leste do estado de Minas Gerais, no vale do Rio Doce. É característico dessa cidade, 
a influência econômica significativa sobre o leste e o nordeste do estado de Minas 
Gerais. A cidade ocupa uma área de 2342,325 km² e é banhada pelo Rio Doce e 
conhecida por ter o Pico do Ibituruna como cartão postal e um grande fluxo migratório 
de seus cidadãos para o exterior. 
 
Imagem 26 – Mapa de localização de Governador Valadares em Minas Gerais. 
 Fonte: Google Maps 
 
A configuração urbana da cidade se deu em torno da ferrovia e foi a partir dela 
que se desenvolveu. A Microrregião de Governador Valadares é marcada pelos ciclos 
extrativistas, falta de investimento na infraestrutura urbana, além de crises que 
prejudicaram o desenvolvimento econômico local. Esse cenário enquadrou 
Governador Valadares em um processo de migração para o exterior, principalmente 
para os Estados Unidos e para outras regiões do país. 
A cidade pode ser considerada hoje um território marcado pelo sentimento de 
não pertencimento. As relações entre homem e lugar ficaram comprometidas, tendo 
 
 
45 
 
em vista que a cidade está relacionada a falta de oportunidades não ser local 
acolhedor. Esse fato contribui para uma falta de identidade e valorização do lugar, 
além da falta de esforços para o desenvolvimento da cidade. 
Visto isto, a proposta para a segunda etapa do Trabalho de Conclusão de 
Curso será propor um projeto de intervenção em espaço subutilizado de Governador 
Valadares como forma de revitalizar esse espaço, fomentar a cultura e o lazer, 
enriquecer as experiências dos indivíduos com a cidade e gerar o sentimento de 
pertencimento ao lugar, além de valorizá-lo. 
A área de abrangência do projeto será dividida em três setores específicos: 
área da rodoviária, canteiro da avenida Brasil próximo a Catedral de Santo Antônio e 
barraca do Léo, apresentados na imagem 26, com pontos na cor azul destacando sua 
localização. A escolha foi feita de maneira a chamar atenção aos espaços públicos, 
que de certa forma são centrais e onde há uma dinâmica maior com a população. 
 
Imagem 27 – Espaços pontuais de estudo em Governador Valadares. 
Fonte: Google Maps 
 
A área da rodoviária (Imagem 27), está situada no cruzamento das ruas Belo 
Horizonte, Marechal Floriano e Avenida Brasil. Seu entorno é caracterizado pela 
predominância de imóveis comerciais, contudo, é possível encontrar imóveis 
institucionais como a prefeitura da cidade e alguns residenciais. Com relação ao 
 
 
46 
 
canteiro da Avenida Brasil, pode-se observar pela imagem 28 que há uma 
predominância maior de imóveis residenciais e institucionais no seu entorno, como a 
Escola Clóvis Salgado, a Catedral de Santo Antônio, Primeira Igreja Presbiteriana, 
Receita Federal e Teatro Atiaia, além de alguns imóveis comerciais. A área da barraca 
do Léo (Imagem 29), compreende a área de espera de ônibus situado na esquina 
entre as ruas Bárbara Heliodora e Arthur Bernardes. Uma área com grande fluxo de 
pedestres e possui uma efetiva presença de imóveis residenciais, comerciais e 
institucionais, com predominância de bares e clínicas médicas. Quanto ao fluxo de 
automóveis, em todas as áreas durante o dia é alto e constante com redução 
considerável a noite. 
 
Imagem 28 – Área de intervenção da Rodoviária. 
Fonte: Google Maps 
 
 
 
47 
 
Imagem 29 – Área de intervenção canteiro central avenida Brasil. 
Fonte: Google Maps 
 
Imagem 30 – Área de intervenção barraca do Léo. 
Fonte: Google Maps 
 
O objetivo desse projeto de intervenção será revitalizar esses lugares e torna-
los espaços mais dinâmicos, estabelecer melhorias de uso e ocupação, instalação de 
mobiliário urbano e iluminação adequada, além do uso da arte de forma a sensibilizar 
através dos sentidos. 
 
 
 
 
48 
 
8. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS 
 
Para a elaboração deste trabalho acadêmico foram propostas pesquisas que 
permitissem a percepção da relação arte e arquitetura, inclusive como isso pode 
ocorrer através do design de superfície, além de trabalhar seu conceito e concepção. 
A maioria desses estudos revela que arte e arquitetura sempre estiveram ligadas de 
alguma forma. 
Portanto, o que se verificou na análise das obras selecionadas é que as 
ficções visuais, criadas e aplicadas à superfície construída, atuou como um artifício 
para repensar a postura do observador e as alterações sensoriais em meio à 
experiência com o espaço e não se limitou a um exercício em função da estética. 
Além disso, esta pesquisa mostrou que experimentar o espaço, em lugar de 
dar respostas para ele, talvez seja uma das maiores colaborações que a arte pode 
trazer para o pensamento projetual na arquitetura. Em lugar de reduzir a intensidade 
das experiências espaciais para que o ambiente mantenha a imparcialidade funcional 
padrão, os projetos arquitetônicos podem integrar o propósito de afetar os sentidos 
por meio dos seus materiais e recursos visuais na superfície, assim como convocar a 
experimentação dos espaços pelo corpo e pelos sentidos ao invés destes atuarem 
nele forma automatizada. 
Que a partir deste trabalho, o campo de pesquisa sobre a ligação entre arte, 
arquitetura e design de superfície possa ser ampliado e novas possibilidades serem 
descobertas. 
 
9. CRONOGRAMA 
 
 
 
 
49 
 
 
 
10. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
AMBIENTE. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São 
Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: 
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo351/ambiente>. Acesso em: 06 de Mai. 
2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN:978-85-7979-060-7 
 
 
ARGAN, Giulio Carlo. Projeto e Destino. São Paulo. Ática, 2000. 
 
 
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: 
Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras 
Escolhidas, volume 1. Brasília: Editora Brasiliense, 1987. p.165-176 
 
Biblioteca de Utrecht / Wiel Arets Architects" 20 de maio de 
2011. ArchDaily . Acessado em 25 de junho de 
2020 . <https://www.archdaily.com/136377/utrecht-library-wiel-arets-architects/> 
ISSN 0719-8884 
 
 
BRITTO, F. "Coletivo MUDA e seus azulejospela cidade" 10 Mar 2013. ArchDaily 
Brasil. Disponível: <https://www.archdaily.com.br/101981/coletivo-muda-e-seus-
azulejos-pela-cidade>. Acesso 16 mai. 2018 ISSN 0719-8906 
 
 
CAPPELLO, M. B. C. Revistas em revista: síntese das artes e a moderna 
arquitetura brasileira Conjunto Residencial Pedregulho. In: Seixas, J. e Cerasoli, J.. 
(Org.). Ufu,ano 30 tropeçando universos (artes, humanidades, 
ciências).Uberlândia: Edufu, 2008,v. , p. 143-173. 
 
 
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo351/ambiente
 
 
50 
 
CARTAXO, Z. Arte nos espaços públicos: a cidade como realidade. Revista O 
Percevejo Online, v. 1, n. 1. 2009. Disponível em:http://www.seer.unirio.br/index.php/ 
opercevejoonline/article/view/431/381 
 
 
CARTAXO, Z. Pintura em distensão. Rio de Janeiro: Oi Futuro/Secretaria do 
Estado de Cultura do Rio de Janeiro, 2006. 
 
 
COLETIVO MUDA. Disponível em: < http://coletivomuda.com.br/?portfolio=corte-
riscado>. Acesso em: 12 de mai. 2018. 
 
 
COSTA, Robson Xavier. Interfaces do espaço na arquitetura e na arte 
contemporânea: O Museu em debate. Artigo publicado no 18º Encontro da 
Associação Nacional dos Pesquisadores em Artes Plásticas - Transversalidades nas 
Artes Visuais”. Salvador/ BA, 2009. Disponível em: 
http://anpap.org.br/anais/2009/pdf/cc/robson_xavier_da_costa.pdf > acesso em 06 
de novembro de 2019. 
 
Equipo Editorial. "Intervenção colorida transforma famosa rua de Santiago em 
passeio lúdico" [Colorida intervención busca transformar en paseo peatonal 
emblemática calle de Santiago Centro] 28 Dez 2017. ArchDaily Brasil. (Trad. 
Sbeghen Ghisleni, Camila) Acessado 25 Jun 2020. 
<https://www.archdaily.com.br/br/885944/intervencao-colorida-transforma-famosa-
rua-de-santiago-em-passeio-ludico> ISSN 0719-8906 
 
 
FACHINI, Rosana Bortoli. Design de superfície: um estudo sobre o uso do desenho 
infantil na criação de padrões, para superfícies têxteis destinadas a ambientes 
infantis. 2015. Monografia (Graduação em Design) – Universidade do Vale do 
Taquari - Univates, Lajeado, jun. 2015. Disponível em: 
<http://hdl.handle.net/10737/865>. 
 
 
FERREIRA, Samira Marques Lopes. De que maneira obras de arte alteram a 
percepção das pessoas dos espaços públicos? 2013.TCC (Graduação) - Curso 
de Arquitetura e Urbanismo, Curso de Arquitetura e Urbanismo, Centro UniversitÁrio 
do Leste de Minas Gerais, Timóteo, 2013. Disponível em: 
https://pt.slideshare.net/SamiraMarquesLopesFerreira/de-que-maneira-obras-de-
arte-alteram-a-percepo-das-pessoas-dos-espaos-pblicos. Acesso em: 08 maio 2020. 
 
 
FLUSSER, Vilém. O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunica-
ção. CARDOSO, Rafael (Org.). São Paulo: Cosac Naify, 2007. 
 
 
FRAMPTON, Kenneth. Perspectivas para um regionalismo crítico. In: NESBITT, Kate 
(Org.). Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica (1965 - 1995). Tra-
dução Vera Pereira. 2.ed. Revisada. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 503-519 
http://www.seer.unirio.br/index.php/%20opercevejoonline/article/view/431/381
http://www.seer.unirio.br/index.php/%20opercevejoonline/article/view/431/381
http://anpap.org.br/anais/2009/pdf/cc/robson_xavier_da_costa.pdf
 
 
51 
 
 
 
Freitas, Renata Oliveira Teixeira de. As ações comunicacionais táteis no 
processo de criação do design de superfície. 2009. 115 f. Dissertação (Mestrado 
em Comunicação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2009. 
Disponível: https://tede2.pucsp.br/handle/handle/5261> acessos em 14 out. 2019. 
 
 
FURTADO, Janaina Rocha; ZANELLA, Andréa Vieira. Artes visuais na cidade: 
relações estéticas e constituição dos sujeitos. Psicol. rev. (Belo Horizonte), Belo 
Horizonte, v. 13, n. 2, p. 309-324, dez. 2007. Disponível em: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
11682007000200007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 06 nov. 2019. 
 
 
GIEDION, Siegdion. Architecture you and me. Cambridge: Harvard University, 
1958. 
 
GIORA, Tiago. Em construção : intervenções no espaço em um encontro de 
procedimentos na arte e na arquitetura. 2015. 344 f. Tese (Doutorado) - Curso de 
Artes Visuais, Programa de Pós-graduação em Artes Visuais., Universidade Federal 
do Rio Grande do Sul. Instituto de Artes., Porto Alegre, 2015. 
 
 
Igor Fracalossi. "Clássicos da Arquitetura: Igrejinha Nossa Senhora de Fátima / 
Oscar Niemeyer" 07 Mai 2014. ArchDaily Brasil. Acessado 24 Jun 2020. 
<https://www.archdaily.com.br/br/601545/classicos-da-arquitetura-igrejinha-nossa-
senhora-de-fatima-slash-oscar-niemeyer> ISSN 0719-8906 
 
 
Igor Fracalossi. "Clássicos da Arquitetura: Ministério de Educação e Saúde / Lucio 
Costa e equipe" 16 Ago 2013. ArchDaily Brasil. Acessado 24 Jun 2020. 
<https://www.archdaily.com.br/134992/classicos-da-arquitetura-ministerio-de-
educacao-e-saude-slash-lucio-costa-e-equipe> ISSN 0719-8906 
 
 
JUNIOR, Juscelino Humberto C. M.. A experiência muralística brasileira como 
projeto de construção do moderno enquanto cultura. 2011. 10 f. Dissertação 
(Mestrado) - Curso de Artes, Curso de Mestrado em Artes, Instituto de Artes – 
Iarte/universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2011. Disponível em: 
https://docomomo.org.br/old/seminarios/9%20seminario/trabalhos.htm. Acesso em: 
20 abr. 2020 
 
 
LAY, Maria Cristina Dias; REIS, Antônio Tarcísio da Luz. Avaliação da qualidade 
de projetos: uma abordagem perceptiva e cognitiva. Programa de Pós Graduação 
em Planejamento Urbano e Regional, UFRGS. Porto Alegre, 2006. 
 
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/5261
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682007000200007&lng=pt&nrm=iso
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682007000200007&lng=pt&nrm=iso
 
 
52 
 
 
LOURENÇO, Maria Cecília França. Operários da modernidade. São Paulo: 
Hucitec; EDUSP, 1995. 
 
MARTINS, Michelle De Sousa Fontes. A sensação, a percepção e as desordens 
da percepção. Psicologado,[S.I.]. (2011) Disponível Em: 
https://Psicologado.Com.Br/Neuropsicologia/A-Sensação-Apercepcao-E-As-
Desordens-Da-Percepção. Acesso em: 3 De Jun 2020. 
 
 
MELO, Magda M. A síntese das artes na arquitetura de Ocar Niemeyer. Semina: 
Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 24, p.121-130, set. 2003.Disponível em: 
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/3841/3085 > acessos 
em 06 nov. 2019 
 
 
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. Tradução Carlos Al-
berto Ribeiro de Moura. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 
 
NIEMEYER, Oscar. Uma síntese de Liberdade Plástica. O Povo, Fortaleza, 26 
ago. 1994. Variedades, p.4. 
 
 
PEIRCE, C.S. Semiótica e Filosofia. São Paulo: Cultrix, 1972. 
 
 
PELL, Ben. The articulate surface: ornament and technology in contemporary 
architecture. Basel: Birkhauser, 2010. 
 
 
REIS, Alice Casanova dos; ZANELLA, Andréa Vieira; FRANCA, Kelly Bedin and DA 
ROS, Sílvia Zanatta. Mediação pedagógica: reflexões sobre o olhar estético em 
contexto de escolarização formal. Psicol. Reflex. Crit. [online]. 2004, vol.17, n.1, 
pp.51-60. ISSN 1678-7153. https://doi.org/10.1590/S0102-79722004000100008. 
 
 
_________. Regina Silveira. Disponível em: <http://www.reginasilveira.com> 
Acesso em: 2013/2014. 
 
 
REZENDE, Suzanna Ramalho de. Paulo Werneck: A produção mural e a 
arquitetura moderna brasileira. 2018. Dissertação (Mestrado em Estética e 
História da Arte) – Estética e História da Arte, Universidade de São Paulo, São 
Paulo,2018. 
 
 
RIBEIRO, Juliana Pontes. A arquitetura como ficção: Superfícies gráficas e 
perspectivas paradoxais para o espaço: a obra de Regina Silveira. 2016. (Tese 
doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Arquitetura. 
Disponível em: http://hdl.handle.net/1843/MMMD-AKJH2R> acesso em 06 set. 2019. 
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/3841/3085
http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=REIS,+ALICE+CASANOVA+DOS
http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=ZANELLA,+ANDREA+VIEIRAhttp://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=FRANCA,+KELLY+BEDIN
http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=DA+ROS,+SILVIA+ZANATTA
http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=DA+ROS,+SILVIA+ZANATTA
https://doi.org/10.1590/S0102-79722004000100008
http://hdl.handle.net/1843/MMMD-AKJH2R
 
 
53 
 
 
 
RINALDI, Ricardo Mendonça. Contribuição da comunicação visual para o design 
de superfície. 2009. 141 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, 
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, 2009. 
 
 
Rinaldi, Ricardo Mendonça; Menezes, Marizilda dos Santos. Contribuições do 
design gráfico para o design de superfície. Educação Gráfica, v. 14, n. 1, p. 144-
163, 2010. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/134563>. 
 
 
RIZZI, Daiana Camargo de Oliveira; SILVA, Regiane Moreira. Intervenções 
urbanas e coletivos artísticos: dos murais de poty lazzarotto aos painéis do 
coletivo muda. 2018. 30 f. Monografia (Especialização) - Curso de Artes Visuais, 
Licenciatura em Artes Visuais, Centro Universitário Internacional Uninter., 
Governador Valadares, 2018. Disponível em: http://docplayer.com.br/185204958-
Intervencoes-urbanas-e-coletivos-artisticos-dos-murais-de-poty-lazzarotto-aos-
paineis-do-coletivo-muda.html. Acesso em: 20 maio 2020 
ROWE, Colin e KOETTER, Fred. Cidade-Colagem. In: NESBITT, Kate (org.). Uma 
nova agenda para a arquitetura: antologia teórica (1965 - 1995). Tradução Vera 
Pereira. 2.ed. Revisada. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 294-322. 
 
 
RUBIM, Renata. Desenhando a Superfície. São Paulo: Edições Rosari, 2010. (2ª 
Ed. Revisada e atualizada). 
 
 
RÜTHSCHILLING, Evelise Anicet. Design de Superfície. Rio Grande do Sul: 
UFRGS, 2008. 
 
 
SANTAELLA, Lúcia. A Percepção, uma teoria semiótica. Ed. Experimento. 1998. 
 
 
SILVA, Márcia Luiza França da. Design de Superfícies:: por um ensino no brasil. 
2017. 337 f. Tese (Doutorado) - Curso de Design, Programa de PÓs-graduaÇÃo em 
Design, Universidade Paulista JÚlio de Mesquita Filho Faculdade de Arquitetura, 
Artes e ComunicaÇÃo Ppgdesign, Bauru, 2017. Disponível em: .. Acesso em: 20 
abr. 2020. 
 
 
SILVA Filho, João Batista Rodrigues da; SANTOS, Mauro Augusto dos; 
ANTONIÊTTO, Destter Álacks. Políticas Públicas de Lazer: Reflexões a partir de 
um Estudo de Caso em Governador Valadares-MG. 
 
 
SCHULZ-DORNBURG, Julia. Arte y Arquitectura: nuevas afinidades. Barcelona: 
Editora Gustavo Gili, 2002. 
 
http://hdl.handle.net/11449/134563
 
 
54 
 
 
SOUZA, Matheus Miguel de; HELD, M. Sílvia B. de. Aplicações e Potencialidades 
por meio do Design de Superfície no Brasil. In: World Congress on 
Communication and Arts, 2014, Vila Real. Aplicações e Potencialidades por meio do 
Design de Superfície no Brasil, 2014. v. Único. p. 25-25. Disponível em: 
http://copec.eu/congresses/wcca2014/proc/works/15.pdf > acessos em 09 set 2019. 
 
 
SCHWARTZ, Ada Raquel Doederlein. Design de superfície: por uma visão 
projetual geométrica e tridimensional. 2008. 200 f. Dissertação (mestrado) - 
Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, 
2008. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/89726 > acessos em 09 set. 2019. 
 
 
WANDERLEY, Ingrid Moura. Azulejo na Arquitetura Brasileira: Os Painéis De 
Athos Bulcão, 2006. Dissertação (Mestrado Em Arquitetura, Urbanismo E 
Tecnologia) – Escola De Engenharia De Sã Carlos, Universidade De São Paulo, São 
Carlos, 2006. 
 
http://copec.eu/congresses/wcca2014/proc/works/15.pdf
http://hdl.handle.net/11449/89726

Continue navegando