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Tráfego de Vesículas

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Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
As células têm uma codificação 
As células eucarióticas têm um sistema elaborado de estruturas no seu interior delimitado pela membrana, que são as  
organelas . 
Essas organelas tem nas suas membranas, proteínas, lipídios, glicoproteínas, glicolipídios que vão diferenciar  
essas estruturas através das suas membranas. Além dessa diferença na composição das membranas internas que 
revestem as organelas, todo eucarioto tem um compartimento exocítico centralizado que vai relacionar o retículo  
endoplasmático com o complexo de Golgi.   
 
A maior parte das moléculas sinalizadoras são proteínas, enzimas, ou peptídeos (como por exemplo  
neurotransmissores, hormônios), são moléculas derivadas da transcrição e tradução gênica que acontece no  
retículo endoplasmático e de lá vai ser transportada num envoltório que é chamado de vesícula , e esse envoltório  
traz informações tanto das moléculas que foram selecionadas para estarem lá dentro, quanto o endereço para  
onde que a vesícula quer ir.   
 
Tem uma relação progressiva na célula ou relação retrógrada.   
Temos várias moléculas produzidas no retículo endoplasmático -> transportadas numa vesícula para o Golgi -> e no Golgi 
elas são endereçadas, seja de volta pelo retículo, direto para fora das células ou direcionadas para uma organela 
diferente. 
 
 
Roteiro das vias secretora e endocítica.  
  
A relação da formação de vesículas é fundamental para garantir que o que foi produzido chegue no local certo e também é 
importante para quando endocitar alguma molécula por dentro da célula (recebe alguma molécula na célula). A molécula  
que chegou ainda não pode ser usada, precisa ser transformada.   
➔ A maioria das moléculas endocitadas dentro da célula precisam ser transformadas (através da sinalização  
de proteínas sinalizadoras presentes nesse envoltório de vesícula informando que essa molécula precisa  
ser transformada).   
O tráfego entre diferentes compartimentos do sistema que compõem as vias secretora e endocítica baseia-se no  
transporte vesicular .   
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
  
“O transporte vesicular entre compartimentos delimitados por membranas do sistema de endomembranas é altamente 
organizado. Uma via secretória principal inicia com a síntese de proteínas na membrana do RE e sua entrada no RE,  
e continua pelo aparelho de Golgi até a superfície celular ; no aparelho de Golgi, uma rota paralela conduz o transporte 
ao longo dos endossomos até os lisossomos. Uma via endocítica principal responsável pela ingestão e degradação de 
moléculas extracelulares move materiais da membrana plasmática, por meio dos endossomos, para os lisossomos.” 
“ Para realizar sua função da melhor maneira possível, cada vesícula transportadora que brota de um  
compartimento deve levar somente as proteínas apropriadas para o seu destino e fundir-se com a membrana-alvo  
apropriada. Uma vesícula transportando uma carga do aparelho de Golgi para a membrana plasmática, por exemplo, 
precisa excluir proteínas que devem permanecer no aparelho de Golgi e fundir-se apenas com a membrana plasmática e 
não com qualquer outra organela. Enquanto participa desse fluxo constante de componentes de membrana, cada organela 
deve manter a sua identidade distinta, ou seja, sua própria composição de proteínas e lipídeos. Todos esses eventos de 
reconhecimento dependem das proteínas presentes na superfície das vesículas transportadoras. Como vamos ver, 
diferentes tipos de vesículas de transporte migram entre as várias organelas, cada uma carregando um conjunto distinto 
de moléculas.” 
 
Existe uma seleção específica do que vai ser carregado/transportado dentro da célula e o objeto alvo (é uma  
membrana), que pode ser uma endomembrana ou a membrana plasmática, a membrana da vesícula vai se fundir  
com a membrana alvo garantindo o transporte de maneira adequada.   
A vesícula se forma do brotamento da superfície de uma determinada organela, vai se fundir com a membrana da organela 
ou membrana plasmática (quando for vesícula exocítica) no alvo. 
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
A inclusão das moléculas acontece de maneira seletiva nas vesículas, sendo assegurada pela sequência de aminoácidos, 
aquelas informações codificadas nas proteínas, carboidratos e glicoproteínas. Essas proteínas direcionam especificamente 
qual vai ser o local de acoplamento. 
"Em geral, as vesículas que brotam das membranas possuem uma camada de revestimento proteico distinto na sua 
superfície citosólica e são, por esse motivo, chamadas de vesículas revestidas . Depois de brotar de sua organela de 
origem, a vesícula perde o seu revestimento, permitindo que sua membrana interaja diretamente com a membrana à qual 
vai se fundir. 
As células produzem vários tipos de vesículas revestidas, cada uma com um tipo diferente de revestimento proteico. Esse 
revestimento ou capa serve para, no mínimo, duas funções: ajuda a moldar a membrana em um broto e captura moléculas 
para prosseguir o transporte.” 
 
A maioria das vesículas forma-se a partir de regiões de membrana revestidas de proteínas especializadas.  
 
Uso de diferentes revestimentos para etapas diferentes do transporte de vesículas.  
 
Existem várias famílias de proteínas que estão associadas a essa relação importante de acoplamento.  
As vesículas revestidas por COP (proteína de revestimento, de coat protein), estão envolvidas no transporte de moléculas 
entre o RE e o aparelho de Golgi, e de uma parte do aparelho de Golgi para outra. 
Temos proteínas chamadas de COP (COPI e COPII) . A COPII são proteínas que estão na superfície do retículo  
endoplasmático . COPI está associada às cisternas do aparelho de Golgi. 
➔ Então quando uma vesícula é formada por brotamento de COPII , sabe-se que ela saiu do retículo  
endoplasmático e o único local que ela vai é o Complexo de Golgi.   
➔ Já a COPI determina o que foi produzido no Complexo de Golgi que pode voltar para o retículo  
endoplasmático ou pode se associar a outras famílias proteicas e se direcionar para outros locais da  
célula.  
 
Outra família importante que são as chaves para a formação das vesículas,são as clatrinas (em verde), que estão 
envolvidas no transporte de vesículas, ao contrário do que foi falado até agora, elas trazem moléculas de fora para  
dentro da célula, fazendo uma endocitose . 
As clatrinas estão aderidas abaixo da membrana plasmática, revestindo o brotamento da membrana plasmática.   
 
Existem várias relações importantes desse brotamento da vesícula endocítica com as clatrinas. 
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
Exemplo: São fundamentais para garantir que o colesterol que absorvemos nas células, primeiro seja direcionado para os 
lisossomos para depois serem utilizados pelas células. 
Por que é importante ter a clatrina? A clatrina vai direcionar, dar o endereçamento para que o colesterol seja  
primeiro hidrolisado nos lisossomos para depois ser utilizado pelas células.  
  
“As vesículas mais bem estudadas são aquelas que têm uma capa externa composta por clatrina. Essas vesículas 
revestidas por clatrina brotam do aparelho de Golgi, na via secretória , e da membrana plasmática, na via endocítica . 
Na membrana plasmática, por exemplo, cada vesícula se inicia como uma diminuta invaginação revestida por clatrina. As 
moléculas de clatrina se associam em uma rede de forma esférica na superfície citosólica da membrana, e é esse 
processo de associação que começa a dar o formato de vesícula à membrana” 
 
Montagem e desmontagem do revestimento de clatrina.  
 
Imagem: As vesículas revestidas por clatrina transportam moléculas de carga selecionadas. Aqui, as vesículas são 
mostradas brotando da membrana plasmática. Os receptores de carga, com as suas moléculas de carga ligadas, se ligam 
às adaptinas, as quais também ligam as moléculas de clatrina à superfície citosólica da vesícula em brotamento. As 
proteínas dinaminas se associam em volta do pescoço das vesículas em brotamento; uma vez ligadas, às moléculas de 
dinamina – que são GTPases monoméricas – hidrolisam seu GTP ligado e, com o auxílio de outras proteínas recrutadas 
para o pescoço (não mostrado), destacam as vesículas. Após o brotamento estar completo, as proteínas de  
revestimento são removidas, e a vesícula nua pode fundir-se com a sua membrana-alvo. Proteínas funcionalmente  
semelhantes são encontradas em outros tipos de vesículas revestidas.  
  
“ Uma pequena proteína de ligação a GTP, denominada dinamina, associa-se como um anel ao redor do pescoço de cada 
invaginação revestida na membrana. Junto a outras proteínas recrutadas para o pescoço da vesícula, a dinamina provoca 
a contração do anel, destacando a vesícula a partir da membrana parental. Outros tipos de vesículas transportadoras, com 
diferentes proteínas de revestimento, também estão envolvidos no transporte vesicular. Elas se formam de maneira 
semelhante e carregam seus próprios conjuntos característicos de moléculas entre o RE, o aparelho de Golgi e a 
membrana plasmática. Contudo, como uma vesícula transportadora seleciona a sua carga particular? O mecanismo é 
mais bem compreendido para as vesículas revestidas por clatrina. A própria clatrina não toma parte na escolha de 
moléculas específicas para o transporte. Essa é a função de uma segunda classe de proteínas de revestimento chamadas 
de adaptinas, as quais fixam o revestimento de clatrina à membrana da vesícula e ajudam a selecionar as moléculas a 
serem transportadas. As moléculas para transporte carregam sinais de transporte específicos que são reconhecidos pelos 
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
receptores de carga no aparelho de Golgi ou na membrana plasmática. As adaptinas ajudam a capturar moléculas de 
carga específicas pela sua ligação aos receptores de carga que se ligam às moléculas de carga. Assim, um conjunto 
selecionado de moléculas de carga, ligadas aos seus receptores específicos, é incorporado ao lúmen de cada vesícula 
recém-formada revestida por clatrina. Existem tipos diferentes de adaptinas: as que ligam os receptores de carga na 
membrana plasmática, por exemplo, são diferentes daquelas que ligam os receptores de carga do aparelho de Golgi, 
refletindo as diferenças nas moléculas de carga a serem transportadas a partir de cada uma dessas fontes.” 
 
* A deficiência de clatrina é uma das causas de dislipidemias , ou seja, tem a molécula e o receptor, mas se a vesícula 
não tem a informação correta, a molécula não chega no local correto da célula, comprometendo a atividade daquela 
molécula frente a célula. 
 
Regulação da formação de vesículas: o papel das GTPases de recrutamento de revestimento.   
A montagem do revestimento COP vai ser desencadeada pelo papel da GTPases (enzima que hidrolisa o GTP) que estão 
ligadas às proteínas que já faziam parte da membrana. 
● A família de proteínas chamada de ARFs se liga a GTPase recrutando o revestimento COPI para revestir a  
vesícula brotada na membrana. Tem proteínas na membrana que sinalizam através da hidrólise do ATP para 
que o revestimento COPI consiga carregar informação sobre aquela vesícula. Tem várias famílias que fazem isso 
e as mesmas são muito importantes, porque têm a regulação da montagem dessas vesículas com o 
endereçamento correto a depender da função dessas famílias, as famílias estarão envolvidas diretamente na 
geração do revestimento das vesículas de transporte. 
 
● Outra família que é uma das mais importantes é a família Rab. Ela está diretamente envolvida no  
direcionamento de vesículas para membrana de destino. Ela tem seleção da carga do que vai ser carregado 
pela vesícula, tem a ligação com GTP que vai promover a ligação com a ancoragem nas membranas e depois a 
possível fusão. Quem atrai a Rab e a hidrólise do GTP, são as proteínas motoras, como por exemplo. 
Essas vesículas são transportadas através de microtúbulos e têm proteínas motoras fazendo o lançamento. A Rab 
que tem uma GTPase que está atraindo essas outras proteínas para formar esse revestimento com o exato 
endereçamento e as proteínas motoras associadas aos microtúbulos que está fazendo o fluxo/tráfego dessas 
vesículas. 
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
 
 
RAB  
Aprisionamento de uma vesícula de transporte a uma membrana-alvo.SNARES  
 
“Após o desprendimento de uma vesícula transportadora da membrana, ela deve encontrar o seu caminho para o destino 
correto, para entregar o seu conteúdo. Muitas vezes, a vesícula é ativamente transportada por proteínas motoras que se 
movem ao longo das fibras do citoesqueleto. 
Uma vez que a vesícula transportadora tenha alcançado seu alvo, ela tem de reconhecer e se ancorar na sua organela 
específica. Somente então a membrana da vesícula pode fundir-se à membrana-alvo e liberar a sua carga. A 
impressionante especificidade do transporte vesicular sugere que cada tipo de vesícula transportadora na célula exponha 
na sua superfície marcas moleculares que identificam a vesícula de acordo com a sua origem e conteúdo. Esses 
marcadores devem ser reconhecidos pelos receptores complementares localizados na membrana-alvo, incluindo a 
membrana plasmática” 
“ O processo de identificação depende de uma família diversa de GTPases monoméricas denominadas proteínas  
Rab . Proteínas Rab específicas presentes na superfície de cada tipo de vesícula são reconhecidas por proteínas de 
conexão correspondentes presentes na superfície citosólica da membrana-alvo. Cada organela e cada tipo de vesícula 
transportadora possuem uma única combinação de proteínas Rab, que serve como marcador molecular para cada tipo de 
membrana. O sistema codificante para combinar Rab e as proteínas de conexão ajuda a assegurar que as vesículas 
transportadoras fundam-se apenas com a membrana correta.” 
 
Tem-se diferentes membros da família Rab que vão ser encontrados em etapas distintas. 
A característica comum dos vários membros da família Rab é que elas são proteínas de cadeia longa e proteínas de 
amarração (proteínas que conseguem interagir entre cadeias). 
Um exemplo é a SNARES.  
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
 
As SNARES fazem a ancoragem, são proteínas de ancoragem que fazem a fusão da vesícula sináptica com a  
membrana no axônio . São proteínas da família Rab que estão dando o direcionamento da vesícula sináptica, 
promovendo a ancoragem da vesícula através da amarração das diferentes subunidades da SNARE e promovendo a 
fusão com a membrana do terminal pré-sináptico. 
 
“Um reconhecimento é fornecido por uma família de proteínas transmembrânicas, chamadas de SNAREs. Uma vez que a 
proteína de conexão tenha reconhecido uma vesícula para ligação de alta afinidade com sua proteína Rab, as SNAREs 
presentes na vesícula (chamadas de v-SNAREs) interagem com SNAREs complementares presentes na membrana-alvo 
(chamadas de t-SNARES), ancorando firmemente a vesícula no seu local.” 
“As mesmas SNAREs envolvidas na ancoragem também têm um papel central na catálise da fusão de membranas 
necessária para que uma vesícula transportadora libere sua carga. A fusão não só permite a liberação do conteúdo solúvel 
da vesícula no interior da organela-alvo, mas também adiciona a membrana da vesícula à membrana da organela. Após a 
ancoragem da vesícula, a fusão de uma vesícula com sua membrana-alvo às vezes requer um sinal estimulador especial. 
Enquanto a ancoragem exige apenas que as duas membranas se aproximem o suficiente para que haja a interação entre 
as proteínas SNAREs que se projetam das duas bicamadas lipídicas, a fusão requer uma aproximação ainda maior: as 
duas bicamadas lipídicas devem chegar a distâncias de 1,5 nm uma da outra, de modo que seus lipídios possam 
misturar-se. Para tal aproximação, a água deve ser removida das superfícies hidrofílicas das membranas – um processo 
muito desfavorável energeticamente, evitando assim que membranas se fundam de forma aleatória. Todas as fusões de 
membranas nas células devem ser catalisadas por proteínas especializadas que se agrupam para formar um complexo de 
fusão, que fornece os meios para cruzar essa barreira de energia. As próprias proteínas SNAREs catalisam o processo de 
fusão: uma vez que a fusão é acionada, v-SNAREs e t-SNAREs se enrolam uma na outra, atuando, portanto, como um 
mecanismo de manivela que puxa as duas bicamadas lipídicas para perto uma da outra.” 
 
Sintetizando o que se viu até agora: Tem um centro na célula de produção de moléculas com valor informacional que vai 
comunicar primeiro do retículo endoplasmático para o Golgi e depois é distribuído para os diferentes locais e para fora da 
célula. Tem também a capacidade de endocitar moléculas e essas moléculas recebem um revestimento, que são as 
clatrinas, para que elas sejam direcionadas. Além da membrana brotar para formar a vesícula, seja membrana plasmática 
para dentro da célula na vesícula endocíticas ou das endomembranas do que está saindo, ou o que está na via 
progressiva que saem do núcleo, do retículo endoplasmático e vai para Golgi. Essas vesículas podem ser revestidas por 
proteínas que além de garantir o endereçamento, elas também, por poderem estar ligadas às GTPases através do gasto 
de energia, efetivam a fusão da membrana da vesícula com a membrana do alvo, consegue direcionar o transporte.” 
 
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
 
 
  
Transporte da rede Trans Golgi para os Lisossomos  
 
Pode ter transporte do aparelho de Golgi (cisternas de Golgi) direto para fora da célula, é uma vesícula secretora  
ou do Golgi para os lisossomos.   
Quando tem vesículas intermediárias entre uma etapa e outra, se chama de endossomo.  
● Endossomo : vesícula intermediária, chega dentro da célula e para chegar ao seu local de destino, ela tem que 
passar por etapas. 
Tem uma molécula que chegou na célula, mas ainda não pode ser utilizada, porque precisa passar pelos lisossomos para 
transformar o conteúdo interno daquela vesícula. Porque nos lisossomos se tem mais de 40 enzimas hidrolíticas 
(nucleases, proteases, lipases, fosfolipases, etc). 
● Lisossomo : tem um pH baixo (5), abaixo do pH citosol. Ela mantém o pH mais baixo porque tem uma bomba de 
H+ (prótons) ligada a ATPase associada a membrana lisossomal, sendo um fator protetivo para a célula que o 
lisossomo usa ao seu favor. Esse pH baixo (Influxo de H+) do lisossomo é ótimo para as enzimas que estão 
dentro. 
Exemplo: O colesterol precisa passarpela ação das lipases antes de ser usado pelas nossas células se não, não 
conseguimos utilizá-lo. 
Se as enzimas estivessem do lado de fora dos lisossomos, elas iam comprometer a atividade celular. A vesícula  
tem uma informação que traz sua carga primeiro para os lisossomos para depois ser aproveitada para as  
outras células, controla a reação daquele conteúdo.  
 
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
 
 
  
Degradação nos lisossomos  
 
A bactéria vai ser fagocitada e esse fagossomo vai ser direcionado para os lisossomos. Ou uma endocitose  
mediada por receptor, forma um endossomo primário e depois que a molécula for transformada nos lisossomos,  
ela vai ser direcionada.   
Às vezes, moléculas estranhas, antes da apoptose por exemplo, pode haver um desequilíbrio na atividade de uma 
organela. 
Exemplo: Por algum motivo, moléculas interferiram na atividade mitocondrial, formou uma vesícula informacional em volta 
dessa mitocôndria para que ela seja degradada nas células, que é o princípio da autofagia. 
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
 
As 4 vias de degradação nos lisossomos.  
 
Autofagia  
 
Autofagia vem antes da apoptose e antes da necrose.  
É a formação de uma vesícula que é um autofagossoma , ou seja, moléculas que não deveriam estar dispersas, 
desencadeiam atividade dessas proteínas de revestimento. 
Uma vez que essas proteínas de revestimento informacionais, por exemplo a Rab , formam essas vesículas, a qual tem 
informações que garantem a fusão da vesícula com o lisossomo e dentro do lisossomo tem enzimas que vão degradar 
esse conteúdo. E fica tudo certo, pois está compartimentalizado. 
 
 
* Em geral, depois que passa do lisossomo destrói tudo e a molécula está direcionada para o uso, para o local de atividade. 
 
 
 
 
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
 
Endocitose mediada por receptores  
 
O LDL (é considerado ruim apenas se estiver fora das células ou se entrar na célula sem clatrina, que é o revestimento 
correto) se liga ao seu receptor e a clatrina faz o revestimento. Vai direcionar essa vesícula endocítica para os 
lisossomos e lá as enzimas hidrolíticas liberam o colesterol livre e o endossomo quando vai ser transformado, recicla o 
receptor e uma parte da vesícula leva o receptor de volta para a membrana e funde ele de volta na membrana. Depois que 
chegou nos lisossomos, destrói toda a vesícula e aí o colesterol está pronto para a sua atividade. 
 
 
 
 
Microscopia eletrônica de um leucócito fagocitando uma bactéria através de pseudópodes. A bactéria será englobada 
ativando um revestimento sinalizador de fosfolipases que vão desencadear a produção de mediadores químicos da 
inflamação. Estão sinalizando a presença dessas moléculas através da liberação das enzimas lisossomais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
  
Endocitose  
 
Na endocitose temos material ingerido e circundado por uma porção de membrana plasmática que se destaca e forma o 
que chamamos de vesícula endocítica (porção da membrana plasmática) que pode ou não ter revestimento. 
 
● Pode ter a endocitose direta : só o brotamento da membrana e pode ser direcionado para diferentes locais da 
célula. Ou mediada por receptores. 
 
Maturação do endossomo: a via endocítica da membrana plasmática aos endossomos.  
  
 
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
Na endocitose está trazendo o material que se chama de endossomo primário, endossomo tardio que vai se conectar ou 
não com os lisossomos e vai distribuir essa molécula. Entrou, se chama de endossomo e dentro será transformada. 
* Toda vez que tem a produção de uma molécula do retículo endoplasmático progredindo para o Golgi, então temos uma 
via progressiva . Se eu tenho uma molécula que foi até o Golgi e voltou para o retículo endoplasmático, então temos a via  
retrógrada . Se uma molécula entra nas células, é transformada e devolvida para o meio extracelular, então temos um 
endossomo de reciclagem . * Retrógrado é chamado de reciclagem; quando é um movimento adiante se chama de 
movimento progressivo.  
Exocitose  
 
Tem diferentes tipos de exocitose. 
 
● Exocitose direta: A vesícula de brotamento do Golgi, a depender da Rab, ela já está pronta para ser exocitada. 
Ex: Os neurotransmissores são produzidos no corpo celular dos neurônios e no corpo celular do neurônio tem o 
complexo de golgi que forma a vesícula que vai fazer essa molécula ser direcionada por um tráfego porque já tem 
informações naquela vesículas, temos Rab na membrana da vesícula, e consigo associar o Rab a proteína motora 
do microtúbulo. Às vezes temos neurotransmissores que precisam ser modificados enzimaticamente na vesícula 
do Golgi como, como as catecolaminas. Mas se eu to em um neurônio dopaminérgico, a vesícula que se formou 
no golgi com a dopamina já tem a informação da GTPase que vai levá-la para o terminal sináptico direto (tem 
exocitose direta). 
● Se está em um neurônio adrenérgico, a vesícula que saiu do Golgi passa pelos lisossomos porque tem que haver 
a transformação da dopamina em noradrenalina e noradrenalina em adrenalina, para daí no terminal sináptico ser 
formada a vesícula exocítica. 
● Tem algumas células que produzem moléculas em vesículas exocíticas direto. Formou a proteína ou peptídeo e já 
é liberado ou é usado na célula ou é liberado sem controle. 
● Tem moléculas, como os neurotransmissores e hormônios, que são produzidos e vesiculados nas cisternas do 
golgi, e a vesícula fica esperando um sinal para a sua secreção. Ela depende de um sinal para ser exercitada e 
esse sinal é uma sequência de reações reconhecidas pelas proteínas do revestimento vesicular. 
 
As vias secretoras constitutiva e regulada.   
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
 
TGN = Transgolgi – onde ocorre a separação de moléculas que vão para a via constitutiva ou via regulada. 
 
Exocitose dos grânulos de insulina nas células do pâncreas.   
 
 
 
 
  
  
  
  
  
  
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
  
Exocitose de vesículas sinápticas  
  
 
Exocitose de vesículas sinápticas.  
  
No complexo transgolgi, as vesículas são associadas a 3 proteínas diferentes: A v-SNARE (v de vesícula e é chamada de 
sinaptobrevina), a t-SNARE (associada a membrana do terminal sináptico e é chamada de transmembrana), e a SNAP25. 
Na sinapse, vamos ter uma modulação através do influxo de cálcio na transformação dessas proteínas da família SNARE 
que vão se entrelaçar para permitir a liberação do neurotransmissor. 
Existe uma outra proteína da mesma família que é a Sinaptogamina que funciona como sensor de cálcio. 
Quando gera potencial de ação, muda a polarização da membrana, abre os canais iônicos de cálcio e entra cálcio, fazendo 
a exocitose. O cálcio faz a exocitose através dessa proteína que é um sensor de cálcio e ela está presente dentro da 
vesícula sináptica. Essa família de proteína aproxima a vesícula da membrana e a presença de cálcio muda a 
conformação estrutural da SNAP25. Está posicionada na membrana de uma forma que não deixa a membrana da vesícula 
sináptica acessar a membrana do neurônio pré-sináptico. Quando o cálcio muda o conformação estrutural da SNAP25, ela 
se abre e permite a fusão da membrana da vesícula com a membrana plasmática da célula (a exocitose), sendo 
intermediada pelas SNARES que se entrelaçam, a Rab que está ligada ao GTP com gasto de energia fez a fusão na 
membrana e ocorre a posterior reciclagem da vesícula sináptica que é importante para garantir a velocidade da 
neurotransmissão. 
 
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
 
Na exocitose da vesícula sináptica tem a formação de vesículas que saíram com produto do Golgi e que adquirem essas 
propriedades. Às vezes a partir de uma vesícula endocítica consegue transformar/associar as SNAPS para que haja a 
mensagem química de que é uma vesícula sináptica. 
Tem várias aplicações que podem regular essa atividade. 
 
Reguladores adicionais aumentam a precisão da exocitose (de neurotransmissores durante a  
formação de sinapses) na sinapse:  
1) Sinapsinas   
2) CAPS (ativador de proteína dependente de cálcio para secreção) 
3) Sinaptotagmina (sensor de cálcio; é um candidato a regular a exocitose. Por exemplo : em pacientes com doença 
de Parkinson ou algumas outras doenças degenerativas onde tem o desequilíbrio de neurotransmissores). 
 
 
A maquinaria básica de ancoragem e fusão de vesículas.  
 
Tráfego de vesículas  
Giulia Magno Rocha  
 
Ancoragem e fusão de vesículas sinápticas. (Ancoragem da vesícula com o neurotransmissor e a fusão das membranas, 
reciclagem da vesícula para que ela seja completada de neurotransmissores). 
 
 
Principais proteínas de vesícula sináptica.  
 
Referência:  
● Bruce, Alberts,. Biologia Molecular da Célula . Grupo A, 2017 CAPÍTULO 13 .

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