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CASO 6 Uma mulher de 45 anos de idade queixa-se de uma dor de dente posterior esquerda nas últimas 2 semanas que tratou com gargarejos de água salgada. No entanto, nas últimas 24 horas, ela teve febre e dificuldade em abrir a boca enquanto falava ou engolia. Ao exame, a paciente apresenta febre de 40o, com vermelhidão da região submandibular esquerda estendendo-se para o lado esquerdo da garganta. Ela está sentada, mas ansiosa e babando e tem algum estridor inspirador. O cirurgião-dentista afirma que a infecção na boca se espalhou para o pescoço e pode finalmente entrar no peito. Questões 1. Qual o diagnóstico provável? Abscesso Odontogênico (angina de luwiding) 2. Defina fáscia cervical e duas divisões e importância Fascia Cervical nada mais é que um tecido conjuntivo o qual envolve músculos, vasos e vísceras do pescoço, oferece deslizamento de uma estrutura sobre a outra sem atrito, uma função importante da fáscia cervical é se orientar contra a disseminação de pus e detritos (abscessos) resultantes de tecidos doentes ou anormais. A fascia cervical é dividia em três lâminas: · Revestimento: Envolve todas estruturas superficiais (músculos esternocleidomastóideo e trapézio, glândulas submandibular e parótida) exceto o platisma; · Pré-traqueal: Profundamente à lâmina de revestimento, engloba as estruturas anteriores do pescoço (músculos Infra-hióideos, glândulas tireóidea e paratireoide, traqueia e esôfago) e funde-se com a bainha carotídea; · Pré-vertebral: Envolve estruturas posteriores (coluna vertebra e músculos associados), estende-se para axila como bainha axilar e apresenta a Fáscia alar, anteriormente aos corpos das vertebras cervicais entre as pré traqueal e pré-vertebral; Existe ainda a Bainha carótidea que nada mais é que a consdensação da fascia cervical, resultando da fusão das três laminas, esta envolve ACI, VJI, NC X e raiz superior da alça cervical 3. Como a infecção pode chegar até a cavidade torácica? Descreva os espaços fasciais do pescoço e possíveis comunicações Por meio dos espaços fasciais do pescoço, visto uma infecção poder se estender no pescoço e perfurar a camada pre vertebral e entrar no espaço retrofaringeo por exemplo. Espaço retrofaringeo, localizado entre a lamina pre traqueal e a fascia alar e se estende inferiormente até o nível do mediastino superior (C7 a T1); Espaço pre vertebral, que se estende inferiormente até o musculo diafragma percorrendo todo o mediastino superior. 4. Qual a conduta clínica mais apropriada? Avaliação do elemento dentário o qual apresenta sintomatologia dolorosa em busca da resolução do problema, e administração de antibioticoterapia. 5. Descreva os trígonos do pescoço e seu conteúdo Limites do trígono anterior: - Anterior, a linha mediana - Superior, margem inferior da mandíbula - Posterior, a margem anterior do ECOM Subdivisões do trígono anterior: Trígono submentual (único ímpar) Limites: - Lateralmente, margem anterior do ventre anterior do digástrico - Inferiormente, margem superior do corpo do osso hioide Conteúdo: - Linfonodos submentuais e pequenas veias que se unem para formar a veia jugular anterior. É nessa região do trígono submentual que as veias jugulares anteriores começam a se formar. Trígono submandibular Limites: - Superiormente, margem inferior da mandíbula - Posteriormente, margem anterior do ventre posterior do músculo digástrico - Anterior, margem posterior do ventre anterior do digástrico Conteúdo: - A glândula submandibular ocupa quase todo o trígono, linfonodos submandibulares, n. hipoglosso (NC XII), n. milo-hioideo, partes da a. e v. faciais. Trígono carotídeo Limites: - Superiormente, margem posterior do ventre posterior do digástrico - Posteriormente, dois terços superiores da margem anterior do ECOM - Inferiormente, margem superior do ventre superior do músculo omo-hioideo Conteúdo: - Bainha carotídea contendo a a. carótica comum e seus ramos, v. jugular e suas tributárias, n. vago, a. carótida externa e alguns dos seus ramos, n. hipoglosso (NC XII); raiz superior da alça cervical; n. acessório (NC XI); glândula tireoide; laringe e faringe; linfonodos cervicais profundos; ramos do plexo cervical. É nessa região que a a. carótida se bifurca em a. carótida externa e interna. É nessa região que existe também o corpo carotídeo, um gomo de neurônios que percebe mudanças na pressão arterial e seio cadotídeo, dilatação interna na artéria que percebe mudanças na pressão de oxigênio. Trígono muscular Limites: - Anteriormente, a linha mediana - Posteriormente, margem inferior do terço inferior do ECOM - Superiormente, margem inferior do corpo do osso hioide e margem inferior do ventre superior do músculo omo-hioideo Conteúdo: - Músculos esternotireóideo e esterno-hioideo, glândulas tireoide e paratireoide. Limites do trígono posterior: - Anterior, borda posterior do ECOM - Inferior, margem superior da clavícula - Posterior, margem anterior do trapézio Subdivisões do trígono posterior: Trígono supraclavicular ou omoclavicular Limites: - Medialmente, terço inferior da parte clavicular do ECOM - Superiormente, margem inferior do ventre inferior do omo-hioideo - Inferiormente, margem superior dos dois terços posteriores da clavícula Conteúdo: - A. subclávia (3º parte), parte da v. subclávia (algumas vezes), a. supraescapular, linfonodos supraclaviculares. Trígono occipital Limites: - Anteriormente, borda posterior dos dois terços superiores do ECOM - Posteriormente, margem anterior do trapézio - Inferiormente, margem superior do ventre inferior do músculo omo-hioideo Conteúdo: - Parte da v. jugular externa, ramos posteriores do plexo nervoso cervical, n. acessório (NC XI), troncos do plexo braquial, a. cervical transversa, linfonodo cervical. 6. Descreva a anatomia e topografia do plexo cervical O plexo cervical é formado a partir das divisões anteriores dos nervos espinais de C1 a C4. Forma-se na substância dos músculos que compõem o assoalho do trígono lateral, dentro da camada pré-vertebral da fáscia cervical, consistindo em ramos musculares (ou profundos) e ramos cutâneos (ou superficiais). Seus principais componentes são os nervos cutâneos, a alça cervical e o nervo frênico, compondo a parte profunda do plexo. Seu componentes profundos estão cobertos pelo músculo esternocleidomastóideo, ao passo que os nervos cutâneos ficam, em parte, cobertos pelo mesmo emergindo para superfície, perfurando a fáscia cervical superficial a partir de um ponto no terço médio da margem posterior do esternocleidomastóideo, também conhecido como ponto nervoso do pescoço ou ponto de Erb. Formação: C2 caminha junto ao nervo hiploglosso, sem fazer sinapse, e se desprende do mesmo para formar a raiz superior da alça cervical. C2 se une ao ramo anterior de C3 para formar a raiz inferior da alça cervical. Na convexidade da alça cervical, tem se a inervação dos músculos infra-hióides, algumas vezes o ramo para o ventre superior do omo-hióide vem separado da convexidade da alça. Outrossim, de C3,C4 e C5 tem se o nervo frênico no qual sua maior parte é oriunda do C4, assim C2, C3 e C4 se juntam ao nervo acessório para realizar a inervação do trapézio de o esternocleidomastóideo. 7. Quais nervos cranianos exibem trajeto no pescoço? Nervo Vago (NC X); Glossofaringeo (NC IX); Facial (NC VII); Trigêmio (NC V-3); Acessório (NC XI); Hipoglosso (NC XII);. Referências Neil S. Norton, Frank H. Netter: Anatomia da cabeça e pescoço de Netter para odontologia, 2ª edição, Elsevier Saunders. MADEIRA, M. C. Anatomia da Face, 7. ed., Sarvier, São Paulo, 2010. TEIXEIRA, L.M.S.; REHER, P.; REHER, V.G.S. Anatomia Aplicada a Odontologia. 2ª. Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2008. NEVILLE, Brad W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016 DANGELO, J.G.; FATTINI, C.A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar, 3. ed., Atheneu, São Paulo, 2007 MOORE, K. L.; DALEY II, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 7ª.edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2014 DURAZZO, M.D. et al . Os espaços cervicaisprofundos e seu interesse nas infecções da região. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo , v. 43, n. 2, p. 119-126, June 1997 Gidley, PW et al. 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