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Ficha de Leitura Livro Filosofia da Ciência Introdução ao jogo e suas regras (capítulo III)

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO 
CENTRO MULTIDISCIPLINAR PAU DOS FERROS 
DEPARTAMENTO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS E HUMANAS 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
DISCIPLINA: FILOSOFIA DA CIÊNCIA E METODOLOGIA CIENTÍFICA 
DOCENTE: CLAUDIO DE SOUZA ROCHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA DE LEITURA TEMÁTICA 
Livro Filosofia da Ciência: Introdução ao jogo e suas regras (capítulo III) 
 
 
 
 
KARINE ELLEN ALMEIDA DE FREITAS 
201901452 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pau dos Ferros, RN 
2020 
 
ALVES, Rubem. FILOSOFIA DA CIÊNCIA: INTRODUÇÃO AO JOGO E SUAS 
REGRAS. 14ª ed. São Paulo: Brasiliense,1991. 
“E aí descobrimos que a exigência de ordem se fundamenta na própria necessidade de 
sobrevivência” (p. 28) 
O autor nos mostra que não importa em qual das ordens acreditamos, se é na ciência ou se 
vivemos baseados no senso comum. O que buscamos é ter algo em que acreditar para podermos 
sobreviver. 
“A habilidade para prever e predizer os acontecimentos ambientais, de entender o mundo em 
que se vive, e assim a capacidade para antecipar eventos e evitar a necessidade de 
reajustamentos bruscos, é um pré-requisito absoluto para que o indivíduo se mantenha inteiro.” 
(p. 28) 
Essa habilidade que o autor relata está intrinsecamente ligada ao fato dos conhecimentos que 
adquirimos, seja cientificamente ou baseado nas nossas próprias experiências. Temos sempre o 
desejo de sabermos fazer algo, e de como vamos fazê-lo. 
“A inspiração mais profunda da ciência não é um privilégio dos cientistas, porque a exigência 
da ordem se encontra presente mesmo nos níveis mais primitivos da vida.” (p. 29) 
A busca pelo entendimento e comprovação das coisas não é somente dos cientistas. Desde o 
princípio da humanidade, o homem sempre buscou entender como as coisas aconteciam. 
“Não se pode negar, por outro lado, que o senso comum e a ciência nos apresentam visões de 
ordem muito diferentes uma da outra. (p. 29) 
Enquanto a ciência utiliza de ideias preexistentes e busca teorias para comprová-las, no senso 
comum somos levados pelas experiências, nossas ou de outros. Sendo que muitas vezes, não 
temos certeza de que aquilo deu certo ou não. 
“Vou lhe propor um problema: de que forma, em sua própria experiência, você separa a ordem 
da ciência da ordem do seu comportamento?” (p. 29) 
O autor nos leva a refletir sobre a forma na qual agimos e é muito importante fazermos essa 
análise, pois muitas vezes, menos sendo dotados de conhecimento, o nosso comportamento é 
induzido pelo nosso dia-a-dia. Talvez muito de nossos atos fossem diferentes se fizéssemos 
essa análise frequentemente. 
“Porque é do desejo que surge a música, a literatura, a pintura, a religião, a ciência e tudo o que 
se poderia denominar criatividade. Mas é também do desejo que surgem as ilusões e os 
preconceitos. Esta é a razão por que a ciência, desde os seus primórdios, tratou de inventar 
métodos para impedir que os desejos corrompessem o conhecimento objetivo da realidade.” (p. 
29) 
Nesse trecho Rubem Alves exemplifica claramente a ideia discutida no item anterior. 
“A verdade científica é sempre um paradoxo, se julgada pela experiência cotidiana, que apenas 
agarra a aparência efêmera das coisas” (K. Marx).” (p. 30) 
Fazendo uso das palavras de Karl Marx, o autor explica uma série de exemplos citados para 
comparar teorias comprovadas pela ciência e ideias surgidas do senso comum e nos mostra 
como é fácil achar que a ciência, que tenta e pode ser comprovada, ser taxada como absurdo, 
se levarmos em consideração apenas nossas própria vivência. 
“O que estou dizendo coloca os cientistas muito próximos aos religiosos e místicos” (p.31) 
Nessa comparação, Rubem Alves nos faz entender como a ciência atua. Assim como os 
religiosos, que creem em algo que eles não veem, a ciência também busca sempre o invisível, 
nos mostrando que as coisas, às vezes, não são de fato, da forma que a vemos. Há algo a mais, 
e é esse algo que a ciência busca conhecer. 
“O seu objetivo é descobrir uma ordem invisível que transforme os fatos de enigma em 
conhecimento.” (p. 31) 
Aqui o autor comprova o que discutimos no ponto anterior. 
“Os cientistas só buscam os fatos que são decisivos para a confirmação ou negação de suas 
teorias. Fatos são, para a ciência, como testemunhas num tribunal. Em si mesmos não possuem 
importância alguma. Sua função se resume à confirmar ou negar as aleoações da promotoria ou 
da defesa.,£ isto que importa. E é disto que irá depender o réu. Um fato só tem significação na 
medida em que acrescenta ou diminui a plausibilidade de uma teoria.” (p.33) 
Rubem Alves nos mostra a importância dos fatos para a ciência. Se não houver o que questionar, 
os fatos são meros fatos. Eles só passam a ter valor porque a ciência em algum momento 
questionou um problema e tentou solucioná-lo. Eles servem como a comprovação. Caso 
contrário, seriam apenas peça do problema. 
“Os dados estabelecem um problema que, para ser resolvido, exige um pulo mental do 
observador. Ele deve, pela imaginação, construir mentalmente coisas que nunca viu para 
explicar aquelas que vê.” (p.34) 
Ao pegar o exemplo de um relógio, suas peças e a tentativa de entender como o seu mecanismo 
funciona sem sermos capaz de abri-lo, o autor nos mostra mais uma vez como se dá o trabalho 
da ciência. Da mesma forma como deduziríamos o seu funcionamento, a ciência também usa 
da imaginativa para propor problemas e busca solucioná-los. 
“A ciência não é um sistema de declarações certas e bem estabelecidas; nem é ela um sistema 
que avança para um estado final. Nossa ciência não é conhecimento (episteme) ela não pode 
nunca pretender haver atingido a verdade, nem mesmo um substituto para ela, como a 
probabilidade” (Karl Popper. The Logic of Scientific Discovery. § 85, p. 278).” (p.36) 
 Citando Karl Popper, o autor nos leva a compreender que a ciência está sempre em busca de 
algo a mais. O que nos faz refletir sobre as coisas que levamos como verdadeiras, comprovadas 
pela própria ciência. Se a ciência nunca deve atingir a verdade, então o que ela diz ser verdade, 
com seus fatos e teoria, não são então verdadeiros? 
“Conhecer é reduzir o desconhecido ao conhecido.” (p.36) 
Assim respondemos nosso questionamento anterior. O que conhecemos cientificamente é uma 
redução do problema, mas nunca o problema inteiramente solucionado. 
“Esta será nossa hipótese de trabalho – o palpite que vai orientar nossa investigação. Não existe 
garantia alguma de que tal pressuposição seja válida. Não começamos com garantias. A ciência 
se parece menos com o comportamento de banqueiros e agiotas, que só emprestam sob garantia, 
que com o comportamento de jogadores que correm o risco de apostar. Na verdade, não existe 
garantia alguma que a natureza irá se comportar no futuro da forma como se comportou no 
passado. O passado é aquilo que experimentamos, os fatos já acontecidos. Dele extraímos a 
hipótese de que o futuro irá se comportar de maneira semelhante.” (p.37-38) 
Rubem Alves firma mais uma vez que a ciência não é garantida. Que o que tomamos como 
verdade hoje, pode ser refutado amanhã, respondendo mais uma vez nosso questionamento 
anterior. 
 
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“Talvez você tenha pensado que a ciência era um sistema de “declarações certas e bem-
estabelecidas”. E agora estou sugerindo que não existe coisa alguma de bem-estabelecida”. Se 
não existe nada bem-estabelecido, o que nos leva a aceitar certas declarações da ciência? E sob 
que condições concluímos que elas devam ser rejeitadas? E aqui descobrimos, uma vez mais, a 
solidariedade da ciência com o senso comum.” (p. 38) 
Rubem Alves nos mostra que não podemos anular nenhum tipo de conhecimento, seja o 
científico ou o de senso comum, pois eles se complementam. O senso comum é uma ferramenta 
para colocar a ciência em ação. 
“Enquanto uma teoria funciona de forma adequada, os cientistas não têm formas de colocá-la 
em questão. Mas quando ela deixa de cumprir o prometido ou só cumpre parte de suas 
promessas, ela é abandonada e outra teoria mais eficaz é criada.” (p. 41) 
E é por isso que não devemos tomar todas as teorias científicas como verdadeiras. Como já 
mencionado anteriormente, o que hoje conhecemos de um modo, amanhã pode se comportar 
de outra forma, então teremos que dispender de outros mecanismos para entender seu novo 
comportamento, como a ciência faz com suas teorias. 
“Se o bolo sai bem e é gostoso, a receita permanece. Se sai mal, há várias hipóteses possíveis. 
Erro nos ingredientes. Erro nas operações. Daí a necessidade de repetição, para se eliminar a 
possibilidade de um acidente. Se, depois de várias repetições, o bolo sai sempre ruim, é porque 
há algo errado com a teoria (receita). Ela é, então, abandonada. É assim que acontece com as 
teorias científicas. É assim que acontece com as receitas sociais chamadas instituições. 
Enquanto cumprem o que prometem, continuam. Se não o fazem, são forçadas a fechar suas 
portas ...” (p. 42-43) 
Estabelecendo um comparativo entre uma receita de bolo e as teorias científicas, Rubem Alves 
por fim nos tira quaisquer dúvidas que possam ter restado sobre como as teorias se formam, se 
estabelecem, se devem continuar a serem tidas como aceitáveis ou se devem ser descartadas e 
substituídas. 
 
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