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FARMACOCINÉTICA A farmacocinética é o seguimento da farmacologia que estuda quantitativamente os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos, em função do tempo. Neste estudo, as concentrações dos fármacos e de seus metabólitos (produtos da biotransformação) no organismo são determinados, permitindo a obtenção de importantes dados sobre estas substâncias, tais como: Determinação da via de administração, doses, posologia (intervalo entre as doses) e ajustes de dose segundo a disfunção de alguns órgãos chaves na farmacocinética, como insuficiência renal e alterações hepáticas; Previsão de efeitos indesejados decorrentes de interações medicamentosas em nível dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção; Determinação dos principais locais de biotransformação; Determinação das vias de excreção. O efeito ou resposta terapêutica é o resultado dos fenômenos que ocorrem após administração de um medicamento e estes dependem, por sua vez, das características do fármaco, das características do indivíduo e, o mais importante, da interação entre estes dois fatores: fármaco e indivíduo. Os fármacos em geral passam através das células e não pelos espaços intercelulares que são diminutos, permitindo apenas o trânsito de água, eletrólitos e compostos de baixo peso molecular. A membrana celular é uma estrutura dinâmica, mutável e adaptável à passagem de diferentes substâncias. Seu comportamento funcional é bastante variável no organismo, o que explica as diferenças observadas na velocidade, quantidade e tipo de substâncias transportadas pelas diversas membranas celulares. A membrana plasmática consiste em uma dupla camada de lipídeos anfifílicos com suas cadeias de hidrocarboneto orientadas para dentro, a fim de formar uma fase hidrófoba contínua e suas cabeças hidrófilas voltadas para fora. Cada molécula de lipídeo na camada dupla pode movimentar-se no sentido lateral, conferindo à membrana fluidez, flexibilidade, grande resistência elétrica e relativa impermeabilidade a moléculas altamente polarizadas. A absorção pode ser definida como a passagem do fármaco do seu local de administração para a circulação sistêmica. Assim, a absorção é importante para todas as vias de administração, exceto para a intravenosa. “O ideal seria que os fármacos fossem administrados diretamente no local de ação”, isto aumentaria a eficácia farmacológica, diminuiria a dose necessária para a obtenção do efeito terapêutico e ainda atenuaria os efeitos adversos e tóxicos do fármaco. Porém, como isto não é possível na maioria das vezes, eles atravessam as membranas celulares por processos passivos ou por mecanismos que envolvem a participação ativa dos componentes da membrana, para chegar ao local de ação. Dentre os mecanismos que o fármaco pode atravessar as membranas temos: - Difusão passiva: é o mecanismo mais comum em que os fármacos transpõem as membranas celulares, sempre a favor do gradiente de concentração. O movimento das moléculas vai das regiões de maior para as de menor concentração através da membrana, sem interferência e gasto de energia. São parâmetros importantes no processo de difusão passiva o tamanho da molécula, pois quanto menor mais rapidamente ela passará a membrana; e o seu coeficiente de partição lipídeo/água, isto é, quanto maior a lipossolubilidade da molécula, maior é seu coeficiente de partição e mais rápida será sua difusão. Apesar disto, não podemos esquecer que o organismo é uma sucessão de fases lipídicas e aquosas e que portanto um coeficiente de partição muito elevado ou muito baixo, pode constituir um obstáculo à difusão generalizada do fármaco. Na difusão passiva não é necessário um transportador, o mecanismo não é saturável e não há gasto de energia. Meio Extracelular Meio Intracelular Forma não-ionizada Forma ionizada Membrana Celular - Difusão por poros ou difusão através dos canais aquosos: ocorre para substâncias hidrossolúveis de pequeno tamanho (íons inorgânicos, uréia, metanol, água) e estas podem transpor a membrana através de poros, verdadeiros canais aquosos formados entre as proteínas; essa passagem envolve fluxo de água, resultante de diferenças de pressão hidrostática ou osmótica através da membrana, o qual arrasta pequenos solutos. O diâmetro dos canais é muito reduzido, permitindo somente a passagem de substâncias com peso molecular muito pequeno. Já nas células endoteliais dos capilares, os poros têm diâmetro maior que permite a passagem de moléculas maiores, mas impede a passagem de moléculas tão grandes quanto a albumina. Por isso fármacos ligados às proteínas plasmáticas não passam, em condições fisiológicas, ao líquido intersticial. - Difusão facilitada: transporte a favor do gradiente de concentração, que tem o auxílio de proteínas transportadoras ou carregadoras chamadas de permeases. A molécula se liga ao seu transportador, que sofre alteração conformacional, e libera as moléculas do outro lado da membrana, sem que haja gasto de energia. A glicose, por exemplo, é pouco solúvel nos lipídeos, no entanto, em condições normais, atravessa a matriz lipídica com relativa facilidade. Isso se deve à presença de carregadores. - Transporte ativo: o movimento do fármaco se faz contra o gradiente de concentração, ou seja, as moléculas fluem da região menos concentrada para a mais concentrada. Há gasto energético pela célula e esta energia é fornecida por hidrólise do ATP. Este sistema de transporte especializado é passível de saturação, ou seja, substâncias similares ao fármaco, endógenas ou exógenas, podem competir pelo mesmo carreador na membrana. Muitas macromoléculas de fármacos. Por exemplo, no mecanismo da bomba de Na+e K+são observadas concentração de potássio muito maior dentro da célula do que no plasma sanguíneo, ocorrendo o inverso com o sódio. Este fenômeno só pode ser explicado por um tipo de transporte no qual há bombeamento constante de potássio para dentro e sódio para fora da célula. Este transporte é chamado ativo e só pode ser realizado com gasto de energia. ATP - Fagocitose: é o englobamento de partículas sólidas pela membrana, mediante sua invaginação, seguida de estrangulamento, formando-se vesículas. - Pinocitose: é o englobamento de partículas líquidas pela membrana, mediante sua invaginação, seguida de estrangulamento, formando-se vesículas. Propriedades como a lipossolubilidade forma molecular e o tamanho da molécula são decisivas no processo de absorção dos fármacos. A velocidade de transporte de substâncias através de uma membrana é influenciada pelas características do fármaco, como tamanho da molécula, forma molecular (grau de ionização) e coeficiente de partição lipídeo/água. A constante de dissociação (pKa) da substância ativa e o pH do meio onde se encontra, também influenciam potencialmente a absorção dos fármacos. Para ácidos ou bases fracas, como são a maioria de nossos fármacos, o pH do meio determina seu grau de dissociação em solução. Para estes fármacos, a passagem passiva através da membrana dependerá da lipossolubilidade e da quantidade da forma não ionizada. O grau de ionização é dependente de dois fatores: · A constante de dissociação da substância ou pKa · O pH do meio onde se encontra a molécula, o qual pode ser diferente entre os lados da membrana O valor do pKa de uma substância representa o valor de pH do meio no qual a concentração da forma ionizada é igual a concentração da forma não inonizada. Qualquer pH diferente desse, origina proporções diversas das formas ionizada e não ionizada. Assim, ácidos fracos em meio ácido se dissociam pouco permanecendo predominantemente em forma molecular, mais lipossolúvel e com melhor capacidade de difusão. Na expressão geral para ácidos, abaixo, há predomínio do primeiro termo da equação: HA = H+ + A Onde: HA = Forma protonada do ácido, molecular, não ionizada. No mesmo meio ácido, bases fracas (aceptoras de prótons) estão,predominantemente, em forma ionizada, polar, mais hidrossolúvel e, portanto, com maior dificuldade para transpor membranas. Na expressão geral para bases, abaixo, há predomínio do segundo termo da equação: B + H+ = BH+ Onde: BH+ = Forma protonada da base, ionizada. Em pH básico, meio alcalino, os processos são inversos. Esta relação entre a forma molecular e a formula ionizada é conhecida como a lei de ação das massas, e é de extrema relevância no processo de absorção dos fármacos através do trato gastrointestinal (TGI), por exemplo, onde são amplas as variações de pH (1 a 3,5 no estômago, 5 a 6 no duodeno e próximo de 8 ao nível do íleo). A equação de Henderson Hasselbach nos permite hipotetizar o cálculo da quantidade de formas moleculares e ionizadas de um fármaco, partindo do conhecimento de seu pKa e do pH do meio. A equação é a seguinte: Para Bases: · pH – pKa = log [Formas não ionizadas] [íons] Para Ácidos: · pH – pKa = log [íons] . [Formas não ionizadas] Logo, uma substância de pKa = 8, como a escopolamina (antiespasmódico) comporta-se da seguinte maneira: No Estômago: 2 – 8 = log [forma não ionizada] [íon] 10-6 = [forma não ionizada] [íon] 10-6 = 1 . = 1 . 106 1.000.000 1 . = [formas não ionizadas] 1.000.000 [íons] No Intestino: 6 – 8 = log [forma não ionizada] [íon] 10-2 = [forma não ionizada] [íon] 10-2 = 1 = 1 . 102 100 1 . = [formas não ionizadas] 100 [íons] * 10.000 vezes menos formas ionizadas que no estômago Além da influência do pH, há de se considerar que o intestino é o órgão especializado em absorção, possuindo uma superfície de contato de ± 200 m2, enquanto que o estômago é menor, não especializado em absorção (órgão responsável pela digestão de alimento, e desintegração e dissolução dos fármacos) e revestido por uma espessa camada de muco. Após a absorção o fármaco chega a circulação sistêmica e está disponível para ser distribuído, com isto surge o conceito de biodisponibilidade. Biodisponibilidade é a velocidade e a quantidade do fármaco, contido no medicamento, que alcança a circulação sistêmica. Por se tratar de um parâmetro relacionado à absorção, não se aplica a fármacos administrados por via intravascular, uma vez que o processo de absorção não ocorre nesta via. A absorção é a transferência do fármaco do local de administração para a corrente sanguínea. Assim, por definição, um fármaco administrado por via intravenosa é 100% biodisponível, isto é, toda a dose do fármaco é administrada diretamente na corrente circulatória e está disponível para interagir com os receptores e desencadear o efeito farmacológico. Partindo do princípio de que a ação terapêutica de um fármaco depende da sua disponibilização no local de ação, numa concentração efetiva, durante um período determinado, é previsível que, na presença de resultados farmacocinéticos semelhantes, se obtenha uma ação terapêutica equivalente. Em outras palavras, se um mesmo indivíduo apresentar durante um período adequadamente estabelecido, concentrações plasmáticas semelhantes de um mesmo fármaco, a partir de dois medicamentos distintos, supõem-se que se observem efeitos similares. Surge assim o conceito de bioequivalência. Assim como os estudos clínicos são úteis para determinar a segurança e eficácia terapêutica, os estudos de biodisponibilidade são úteis para definir como sua formulação afeta a farmacocinética do princípio ativo. Podemos traçar, a partir dos testes de biodisponibilidade, uma curva de concentração X tempo na circulação sistêmica. Os testes de biodisponibilidade fornecem dois dados muito importantes: (1) a concentração máxima (Cmax) – quantidade máxima absorvida a partir da dose administrada ou pico de absorção; e (2) o tempo gasto para atingir a concentração máxima ou pico de concentração (tmax). Concentração plasmática máxima (Cmáx): representa a maior concentração sangüínea alcançada pelo fármaco após administração oral, sendo, por isso, diretamente proporcional à absorção. Desta forma, depende diretamente da extensão e velocidade de absorção, porém, também da velocidade de eliminação, uma vez que esta inicia-se assim que o fármaco é introduzido no organismo. Para efeito terapêutico ótimo e seguro, este parâmetro deve estar posicionado, na curva de concentração. sanguínea X tempo, entre a concentração mínima efetiva (CME) e a concentração máxima tolerada (CMT). Tempo para alcançar a concentração máxima no plasma (Tmáx): este parâmetro tem íntima relação com a velocidade de absorção do fármaco e pode ser usado como simples medida desta. É alcançado quando a velocidade de entrada do fármaco na circulação é excedida pelas velocidades de eliminação e distribuição; absorção não pode, portanto, ser considerada completa neste estágio. Área sob a curva de concentração plasmática (AUC): representa a quantidade total de fármaco absorvido. Pode ser considerado representativo da quantidade total de fármaco absorvido após administração de uma só dose desta substância ativa. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS A via de administração é o local que escolhemos para administração de um medicamento para que ele exerça seus efeitos de modo local ou sistêmico. Enterais: · Oral (per os (p.o.) = pela boca) · Sublingual · Retal (RT) Parenterais: · Intravenosa (IV) · Intramuscular (IM) · Subcutânea (SC) · Intra-arterial · Intracardíaca · Intra-articular · Intraperitoneal (IP) · Intratecal (IT) Transmucosas: · Conjuntiva oftálmica · Epitélio alveolar · Mucosa rinofaríngea Tópica ou Transcutânea 1. VIAS ENTERAIS: 1.1. Via oral: Via mais utilizada. É a mais cômoda e de mais fácil administração (conveniência) promovendo dessa forma maior adesão do paciente ao tratamento. É possível a administração de diversas formas farmacêuticas, tais como comprimidos, drágeas, cápsulas, xaropes. É a via de mais baixo custo. É passível de intervenção em casos de sobredose. É a mais segura e ainda é indolor. Pode ser utilizada para efeito local (infecção intestinal, êmese) ou sistêmico (inúmeros processos patológicos – de dor a infecções). Pode limitar a absorção de alguns fármacos devido a características físico- quimicas do fármaco – inativação/destruição pelas enzimas digestivas, pelo pH gástrico, presença de alimentos ou pela microbiota intestinal. Os fármacos estão sujeitos ao efeito de 1ª passagem. Alguns fármacos podem ser irritantes da mucosa gástrica, ou ainda induzir ao vomito (êmese). Importância da ingestão de água na administração de medicamentos por via oral. 1.2. Via retal: É uma via de alternativa quando, por diversos motivos, a via oral não pode ser utilizada (intolerância gástrica, inconsciência do paciente). As formas farmacêuticas destinadas a essa via são específicas, sendo o supositório – forma sólida em temperatura ambiente e liquido a temperatura corporal (mais utilizado), e os enemas – formas liquidas. Esta via é muito utilizada em pediatria, psiquiatria, e geriatria. Serve para ação local (laxativos) e sistêmica (inúmeros grupos farmacológicos, entre eles: antiinflamatórios – cetoprofeno). Possui absorção errática. Evita em partes (cerca de 50%) o efeito de 1ª passagem, pois a irrigação inferior e mediana do reto fluem direto para circulação sistêmica através da veia cava inferior, e a irrigação distal as veias fluem para a circulação portal. A motilidade intestinal pode influenciar na absorção do fármaco. A maior limitação é a baixa aceitação do paciente. 1.3. Via sublingual: É uma viasimples, segura e eficaz, apesar da área de absorção ser pequena, porém altamente vascularizada tem absorção rápida e proporciona alta biodisponibilidade do fármaco, permite a administração de fármacos de baixa estabilidade, devido ao pH da mucosa bucal ser relativamente neutro. Fármacos absorvidos pela mucosa oral (bucal) vão para a veia cava superior, evitando dessa forma o efeito de primeira passagem hepática, e também a degradação que ocorre nos fluidos gástrico e intestinal. É muito utilizada para a administração de nitratos orgânicos (nitroglicerina) – agente vasodilatador usado na angina pectoris. Uma das desvantagens é que ela permite apenas a administração de pequenas doses de fármaco. 2. VIAS PARENTERAIS Considerações das vias parenterais: · Mais onerosas · Exige pessoal treinado · Uma vez administrado o medicamento, não podemos impedir sua distribuição · Maiores concentrações iniciais aumentam os riscos de toxicidade · Por ser uma via invasiva aumenta os riscos de infecção · Reações alérgicas podem ser desencadeadas instantaneamente · Dolorosas · Rejeitadas por muitas pessoas · Os materiais devem ser estéreis e descartáveis 2.1. Via intravenosa: É via que oferece mais rápida e completa disponibilidade do fármaco, uma vez que ela evita a etapa de absorção. Quase inevitável contornar os efeitos de uma sobredose. Utiliza-se essa via principalmente: · Em emergências e em pacientes inconscientes (necessidade de inicio rápido da ação do fármaco) · Administração de grandes volumes · Administração de substâncias irritantes (paredes dos vasos relativamente insensíveis e o fármaco quando injetado lentamente é muito diluído pelo sangue) Desvantagens: · Reações adversas acentuadas (alta concentração de fármaco) · Dor · Incomodo do paciente · Não permite a administração de fármacos em veículos oleosos e suspensões · É necessário um profissional habilitado para infusão de fármacos por esta via · O medicamento deve ser administrado lentamente, monitorando a resposta do paciente · Anafilaxia Cuidados: assepsia, pH, tonicidade e pirógenos. 2.2. Via intramuscular: É uma via comumente utilizada, porém requer treinamento específico. Volume de aplicação: até 3 mL. A absorção por esta via depende do fluxo sanguíneo local. Pode-se modular a absorção (aumento da velocidade) através de: · Calor (compressa de água quente – vasodilatação) · Exercício (aumento do fluxo sanguíneo local e vasodilatação) · Massagem Nas mulheres a absorção de fármacos infundidos no glúteo é mais lenta devido à distribuição de gordura. O músculo é mais vascularizado que o tecido subcutâneo, por isso tem absorção mais rápida. 2.3. Via subcutânea: É utilizada com freqüência. Esta via é a principal utilizada na administração de insulina, permitindo a auto-medicação. Tempo de absorção “Abdome > Braço > Coxa” A taxa de absorção de fármacos administrados por essa via costuma ser lenta e mantida, porém completa. A absorção pode ser modulada por influencia do veiculo, ou adição de substâncias vasoconstritoras. Permite a implantação de pellets sob a pele (liberação lenta do fármaco, podendo durar ate meses, ex: hormônios) Devem ser administrados somente fármacos que não provocam irritação tecidual, para evitar dor, necrose e descamação. Volume máximo para aplicação é de 2 mL. 2.4. Via intratecal O fármaco é injetado direto no espaço subaraquinóide. Deve ser realizada apenas por especialistas. A barreira hematoencefálica e hematoliquórica são altamente seletivas e impedem ou reduzem a penetração de fármacos no SNC. Quando se deseja atingir as meninges (infecções do SNC – meningite) ou o eixo cerebroespinhal (raquianestesia) os fármacos são administrados diretamente no espaço subaraquinóide. 2.5. Via tópica ou transcutânea A camada córnea da pele funciona como uma barreira de proteção para a penetração das mais diversas substâncias em nosso organismo. Para serem absorvidos, os fármacos administrados diretamente na pele precisam atravessar tal barreira, sendo para isso necessário alguns fatores como: baixo peso molecular, lipossolubilidade, etc. Pele inflamada (aumento do fluxo sanguíneo) ou queimada (perda de barreiras naturais) facilita a absorção dos fármacos. Os fármacos são administrados por essa via tanto com o objetivo de ação local (géis de anestésico local, antiinflamatórios), quanto de ação sistêmica (adesivos de estrógeno – hormônio feminino). No caso de ação sistêmica, esta via apresenta algumas vantagens: · Evita alguns fatores que possam prejudicar a absorção do fármaco no TGI · Evita efeito de primeira passagem · Tem baixa incidência de efeitos adversos · O tratamento pode ser suspenso a qualquer momento, através da interrupção abrupta do tratamento. · Indolor · Alta adesão dos pacientes 3. IMPORTÂNCIA DO TEMPO DE INFUSÃO E DO ESQUEMA POSOLÓGICO DOS FÁRMACOS Diferença na concentração de meropenem dependente do tempo de administração. 4. DISTRIBUIÇÃO Após absorção ou administração direta na circulação sistêmica o fármaco se distribui nos líquidos corporais (intersticial e intracelular) chegando até o local de ação, onde desempenha sua atividade farmacológica, podendo ainda ser armazenado nos tecidos. O termo distribuição se refere à transferência reversível do fármaco de um local a outro dentro do organismo. Informações precisas da distribuição de um fármaco requerem seu doseamento nos diferentes tecidos, que é bastante difícil de ser realizado em humanos. Por isso estes dados são obtidos, frequentemente, em animais. Os padrões de distribuição de um fármaco refletem alguns fatores fisiológicos, como débito cardíaco, fluxo sanguíneo tecidual e propriedades físico-químicas do fármaco, bem como das características da membrana celular. Inicialmente os órgãos com melhor perfusão sanguínea como fígado, rins, cérebro e pulmões recebem a maior parte do fármaco, enquanto que em tecidos com baixa perfusão, como os músculos, gordura e pele, esta distribuição demora mais a ocorrer. Características do fármaco, como lipossolubilidade, forma e peso moleculares, dificultam seu transporte através da membrana celular. Já a distribuição pode ser limitada pela ligação do fármaco às proteínas plasmáticas. Muitos fármacos ligam-se a proteínas presentes no lúmen vascular, especialmente à albumina, no caso de fármacos ácidos, e à alfa1-glicoproteína ácida, no caso de fármacos básicos. Esta ligação costuma ser reversível. A fração ligada do total de fármaco no plasma é determinada por sua afinidade à proteína plasmática. É importante frisar que é a fração livre do fármaco (não ligada às proteínas) a responsável pela atividade farmacológica, pois a ligação às proteínas limita sua chegada aos tecidos, e consequentemente ao local de ação. Normalmente ocorre um equilíbrio entre as concentrações de fármaco livre no plasma, no líquido intersticial e intracelular, exceto quando há envolvimento de transporte ativo. Como a distribuição do fármaco é um processo dinâmico e ocorre concomitante à biotransformação e excreção, na medida em que as concentrações do fármaco livre vão sendo diminuídas rapidamente acontece a dissociação do complexo fármaco-proteína, mantendo-se a proporcionalidade anteriormente comentada. A ligação dos fármacos às proteínas plasmáticas é generalizada, ou seja, não- seletiva (a maioria se liga às mesmas proteínas). Muitos fármacos com características semelhantes podem competir entre si ou com substâncias endógenas pelos locais de ligação às proteínas.Em algumas situações pode ocorrer o deslocamento da ligação de determinadas substâncias. Por exemplo, as sulfonamidas (antimicrobianos) podem deslocar a ligação da bilirrubina à albumina em recém-nascidos, devido à maior afinidade, ocasionando o risco de encefalopatia induzida pelo acúmulo de bilirrubina no cérebro (Kernicterus). Além disso, doenças hepáticas podem conduzir a hipoalbuminemia, levando à diminuição da ligação do fármaco às proteínas e ao aumento da fração livre. Nestes casos, atenção especial deve ser dada a fármacos com estreita faixa terapêutica, pois o deslocamento de 1% da ligação protéica de um fármaco que se liga 99% à proteína, terá duplicada a percentagem da fração livre, farmacologicamente ativa, podendo por isso ocorrer um aumento de sua atividade farmacológica ou aparecimento de efeitos indesejados. Hipotetizando: - Temos dois fármacos, A e B, sendo que A apresenta-se 30% ligado às proteínas plasmáticas e 70% livre. O fármaco B liga-se 90% à mesma proteína plasmática de A, deslocando a ligação de A, às proteínas, em 10%. Isto leva a um aumento da quantidade livre de A, ou seja, sua concentração livre passa de 70% para 73%, um aumento de 5% da forma livre. - Por outro lado, se o fármaco A apresenta-se 98% ligado às proteínas plasmáticas e 2% livre e o fármaco B desloca esta ligação em 10%, a quantidade livre do fármaco A passaria de 2% para 12%, ou seja, um aumento de 600%, que poderia implicar em efeitos clínicos indesejados. Exemplos de fármacos que se ligam extensamente às proteínas plasmáticas: - Varfarina ≈ 99,5% - Diclofenaco ≈ 99,4% - Diazepam ≈ 99% - Amitriptilina ≈ 96% - Furosemida ≈ 97% - Propranolol ≈ 96% Alguns fármacos podem se acumular nos tecidos em concentrações maiores que as esperadas, a partir do equilíbrio estável de difusão. Por exemplo, o antimalárico quinacrina pode ter sua concentração hepática milhares de vezes maior que a do sangue, sendo tal acúmulo decorrente do transporte ativo associado à ligação às proteínas teciduais. Além disso, fármacos extremamente lipossolúveis podem se acumular no tecido adiposo, como é o caso do barbitúrico tiopental. Outros podem ainda se acumular nos osso, como é o caso das tetraciclinas. O acúmulo de um fármaco em determinado tecido pode atuar como um reservatório, prolongando sua ação nesse mesmo tecido ou em um local distante atingido pela circulação. Duas regiões do corpo humano são “guardadas a sete chaves”, ou seja, são compostas por barreiras funcionais que restringem a penetração de fármacos nestes locais, sendo o SNC, protegido pela barreira hematoencefálica, e o feto, nas mulheres grávidas, pela barreira placentária. Nestas regiões anatômicas, ocorrem capilares com junções endoteliais contínuas, sem zônulas de oclusão, portanto a penetração dos fármacos é limitada àqueles com alta lipofilia, não ligados a proteínas plasmáticas, não-ionizado, ou então àqueles que contam com o auxílio de transportadores de membrana. Além dessa formação anatômica diferenciada que os capilares apresentam nestas regiões, há a participação ativa da glicoproteína P, a qual atua retirando fármacos que penetram as barreiras hematoencefálica e placentária, tornando o SNC e o feto “santuários” farmacológicos. 5. VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO O volume de distribuição (Vd) relaciona a quantidade de fármaco no corpo com a concentração de fármaco no sangue. Este parâmetro avalia a extensão da distribuição da substância ativa pelo organismo, ou seja, reflete a extensão em que ele está presente nos tecidos extravasculares. O volume de distribuição é definido como o volume de líquido necessário para conter a quantidade total de fármaco no organismo, na mesma concentração do plasma. Considerando-se um homem saudável de 70 kg, teremos um volume total aproximado de 42 litros de líquido corporal; sendo 2 a 3 litros de plasma, 12 litros do líquido intersticial e 28 litros do líquido intracelular. Muitas vezes os valores do volume de distribuição de alguns fármacos no organismo mostram-se muito maiores que o volume de líquido corporal total de um indivíduo. Isto ocorre porque o Vd expressa o volume de líquido que seria necessário para conter a mesma quantidade do fármaco presente no tecido. Por exemplo, a digoxina possui o Vd de 650 litros. Isto indica que a digoxina distribui- se preferencialmente pelos tecidos (principalmente adiposo e muscular), deixando uma quantidade muito pequena de fármaco no plasma. Vd (litros) Provável local dedistribuição 3 a 5 Plasma e sistema circulatório 10 a 20 Fluido intersticial 25 a 40 Fluido intracelular > 70 Acúmulo em tecidos 6. TEMPO DE MEIA VIDA (t½) A meia vida (t½) é o tempo necessário para as concentrações plasmáticas ou a quantidade do fármaco no corpo serem reduzidas à metade (50%). A caracterização de um evento farmacocinético pelo valor da meia vida possibilita uma estimativa da rapidez com que o processo ocorre, originando dados importantes para a interpretação dos efeitos terapêuticos ou tóxicos dos fármacos, da duração do efeito farmacológico e do regime posológico adequado. 7. BIOTRANSFORMAÇÃO As características lipofílicas dos fármacos que promovem sua passagem através das membranas biológicas dificultam sua eliminação do organismo, uma vez que os compostos lipofílicos filtrados através do glomérulo são amplamente reabsorvidos para a circulação sistêmica durante a passagem pelos túbulos renais. A biotransformação dos fármacos em substâncias mais hidrofílicas é, portanto, fundamental para a eliminação desses compostos do corpo e também para o término da sua atividade farmacológica. A biotransformação submete o fármaco às reações químicas, geralmente mediadas por enzimas, que o converte em um composto diferente do originalmente administrado, conhecido como metabólito. Em geral, os metabólitos gerados são mais polares, inativos e rapidamente excretados do organismo. No entanto, em alguns casos, são gerados metabólitos com atividade farmacológica relevante ou propriedades tóxicas. Exemplos de metabólitos ativos, inativos e tóxicos: - Codeína (analgésico opiáceo central): após sofrer desmetilação gera seu metabólito ativo, a morfina, que é cerca de 5 vezes mais potente que a codeína quanto a sua atividade analgésica. A morfina por sua vez, é conjugada ao ácido glicurônico formando um metabólito ainda ativo. - Paracetamol (analgésico, antitérmico): após sofrer hidroxilação gera o metabólito NAPQI (imina N-acetil-p-benzoquinona), que é extremamente hepatotóxico. A dose terapêutica para adultos é de 325-650mg a cada 4-6 horas ou 1.000mg 3-4 vezes/dia, não devendo exceder 4 g/dia, devido ao risco de hepatotoxicidade. A toxicidade com o paracetamol, portanto, pode ocorrer com quantidades de apenas 3 a 4 vezes a dose terapêutica. - Diclofenaco (anti-inflamatório não-esteroidal): após biotransformação gera um metabólito inativo que é excretado pelos rins. O fígado é o principal e algumas vezes o único sítio de biotransformação de fármacos; ocasionalmente o fármaco é biotransformado em outros tecidos como os rins, pele, pulmões, sangue e trato gastrintestinal. As principais enzimas responsáveis pela biotransformação dos fármacos pertencem à superfamília de enzimas do citocromo P450. Esta superfamília catalisa uma ampla variedade de reações oxidantes e redutoras contra um grupo variado grupo de substâncias. Até o momento são conhecidas 12 famílias de enzimas do citocromo P450 humano. No entanto apenas as famílias CYP1, CYP2 e CYP3 são importantes na biotransformação de fármacos. Dentro dessas famílias, as isoenzimas 1A2, 2C9, 2C19, 2D6 e 3A4 são reconhecidamente as mais importantes para o metabolismo de fármacos. No gráfico abaixo estão relacionadas às principais enzimas do citocromo P450 (CYP 450) que participam da biotransformação de fármacos. As reações de biotransformação dos fármacos são divididas em dois tipos, podendo ser de fase I ou de fase II.As reações de fase I são classificadas como reações de alteração funcional, sendo as principais oxidação, redução e hidrólise. As reações de fase II são tidas como reações de conjugação, nas quais o fármaco é conjugado ao ácido glicurônico, à glutationa ou são sulfatados Muitos fármacos são administrados em formas moleculares inativas, necessitando, portanto, serem biotransformados para produzirem a forma molecular ativa. Estes fármacos são conhecidos como pró-fármacos. Estas substâncias não possuem atividade farmacológica até o momento em que seus metabólitos ativos sejam gerados. Esta “conversão” da forma ativa da molécula ocorre principalmente no fígado através de reações de fase I. São exemplos de pró-fármacos utilizados na terapêutica: prednisona (anti-inflamatório esteroidal), que após sofrer redução gera o metabólito ativo prednisolona; bem como o clopidogrel (antiagregante plaquetário) e o enalapril (anti-hipertensivo – IECA). Devido à anatomia humana fazer com que as substâncias absorvidas pelo trato gastrointestinal sejam direcionadas diretamente à veia porta que irriga o fígado, muitos fármacos são biotransformados, e consequentemente inativos antes de serem distribuídos, a este fenômeno chamamos de efeito de primeira passagem. Efeito de primeira passagem O dinamismo do processo de biotransformação muitas vezes se resvala na alteração da atividade da maquinaria enzimática. Desta forma, algumas enzimas podem ter sua atividade aumentada ou diminuídas, ou seja, temos a indução e a inibição enzimática. A inibição enzimática faz referência à inibição da atividade de enzimas específicas que participam da biotransformação dos fármacos. As conseqüências são: - Diminui a velocidade de produção de metabólitos - Aumenta a meia vida do fármaco - Aumenta as concentrações plasmáticas do fármaco - Aumento dos efeitos farmacológicos se os metabólitos forem inativos - Redução da conversão de pró-fármacos em suas formas ativas A competição de dois ou mais fármacos pela pelo local ativo da mesma enzima pode diminuir a biotransformação de um destes agentes, dependendo das concentrações relativas de cada substrato e de suas afinidade pela enzima. A cimetidina e o cetoconazol são exemplos clássicos inibidores de reações oxidativas de biotransformação. O dissulfiram inibe a enzima mitocondrial Acetaldeído Desidrogenase e provoca a acúmulo de acetaldeído após o consumo de álcool. Na indução enzimática, certos fármacos induzem um aumento da síntese das enzimas que participam da biotransformação dos fármacos. A indução enzimática proporciona: - Aumento a velocidade de biotransformação hepática de determinados fármacos - Aumento a velocidade de produção dos metabólitos ativos dos pró-fármacos e consequentemente dos seus níveis plasmáticos e efeitos farmacológicos - Redução da meia-vida plasmática do fármaco - Diminuição as concentrações plasmáticas do fármaco droga livre e total - Aumento da toxicidade no caso dos fármacos que são biotransformados ativas ou tóxicas. A rifampicina é um dos principais indutores enzimáticos, assim como o álcool e os barbitúricos. Variações genéticas: Uma anormalidade genética sobre os genes que controlam a produção de enzimas responsáveis pela biotransformação dos fármacos pode gerar alterações na resposta desses compostos, fazendo com que a administração de uma droga produza respostas inesperadas, determinadas por uma concentração plasmática anormal da droga. 8. EXCREÇÃO A excreção é a passagem dos fármacos da circulação sanguínea para o meio externo; é através deste processo que os compostos são efetivamente removidos do organismo. As leis gerais de passagem através de membranas, também aqui se aplicam, só que em sentido contrário ao dos processos de absorção e distribuição. Os fármacos podem ser eliminados do organismo inalterado ou convertidos em metabólitos. Os metabólitos são substâncias mais hidrossolúveis que as administradas, visando favorecer a excreção. O rim é o mais importante órgão de eliminação dos fármacos e seus metabólitos. Outra via de excreção bastante comum é a biliar (entero-hepática), na qual os compostos são secretados diretamente no trato intestinal, e subsequentemente, eliminados. Pulmões, suor, glândulas lacrimais e salivares, mama (leite materno), também constituem vias de excreção de fármacos, todavia, bem menos relevantes que as anteriormente mencionadas. 8.1. Excreção renal: Os mecanismos que asseguram a excreção renal de fármacos são os mesmos que intervém na formação da urina, isto é, a filtração glomerular, a secreção tubular ativa e a reabsorção tubular passiva. Em um primeiro momento o fármaco é filtrado ou secretado para a luz tubular; em seguida, podem ser eliminados com a urina ou reabsorvidos ativa ou passivamente, pelo epitélio tubular. A reabsorção dependerá do grau de ionização do fármaco, dependente do pH urinário, pois ionizado o fármaco não atravessará a membrana do túbulo renal. Desta forma, quando a urina tubular está mais alcalina, ácidos fracos são excretados mais rápida e extensamente, por estarem mais ionizados e a reabsorção ser reduzida. Já, quando a urina tubular se torna ácida, a excreção de fármacos ácidos fracos é reduzida, e a de bases fracas aumenta. É importante lembrar que o comprometimento da função renal interfere diretamente na excreção dos fármacos que são eliminados por esta via. Estima-se que durante a vida adulta há um declínio de aproximadamente 1% da função renal por ano, de modo que os idosos apresentam um importante grau de comprometimento. Determinados fármacos devem ter suas doses ajustadas de acordo com a função renal dos indivíduos. Tais ajustes são baseados no clearance de creatinina (ClCr), que permite estimar a taxa de filtração glomerular. O ClCr é calculado pela seguinte fórmula: Clearance da creatinina (mL/min) = (140-idade) x Peso/(72 x creatinina) * Para o sexo feminino = clearance x 0,85 Idade: em anos; Peso: em kg; Creatinina plasmática: em mg/dl. 8.2. Excreção biliar Sistema análogo aos dos rins estão presentes na membrana dos canalicular dos hepatócitos, composto por proteínas carreadoras que secretam ativamente fármacos e seus metabólitos pela bile. Desta forma, os fármacos secretados no trato digestório são eliminados pelas fezes. No entanto, alguns fármacos podem ser reabsorvidos a partir do intestino, uma vez que metabólitos conjugados ao ácido glicurônico podem sofrer hidrólise pelas enzimas da microbiota intestinal. Esta “reciclagem”, se extensa, pode prolongar a meia vida do fármaco. 8.3. Outras vias de excreção A excreção de fármacos no leite materno é importante porque pode produzir efeitos farmacológicos indesejados no bebê em sua fase de amamentação. Já a excreção pulmonar, por sua vez, é importante na eliminação dos gases e vapores anestésicos. Exercício 1: As diferentes vias de administração podem apresentar características muito distintas, traduzidas como vantagens e desvantagens específicas para cada rota. Em suma, não existe uma via de administração ideal, e sim a mais adequada para um dado objetivo com um determinado princípio ativo. Em relação às características das vias de administração é correto afirmar que: A) A via oral apresenta como desvantagem a possibilidade de degradação do medicamento pela ação do suco gástrico B) A via retal permite que o medicamento alcance a circulação sistêmica sem qualquer efeito de metabolização de primeira passagem C) A via sub-lingual apresenta como desvantagem uma absorção extremamente lenta D) A via endovenosa, por permitir acesso direto à corrente sistêmica, não apresenta qualquer tipo de risco E) A via oral apresenta como vantagem a ausência de fenômeno de primeira passagem Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 2: O estudo de aspectos farmacocinéticos da interação de princípios ativos com o organismo possibilita, dentre outras coisas, o desenvolvimentode formulações adequadas quanto à sua composição e dose de princípio ativo. Tais estudos visam permitir a manutenção de doses sanguíneas e/ou locais mínimas necessárias para que o efeito farmacológico seja possível. Dentre as afirmações abaixo, a(s) que corretamente argumenta(m) aspectos farmacocinéticos relevantes é(são): I) A absorção da droga no organismo depende do local de administração e da taxa de metabolização da mesma na primeira passagem pelo fígado. II) A biodisponibilidade depende da solubilidade da droga em meio aquoso, da sua concentração, do fluxo sanguíneo no local e da via de administração da forma farmacêutica. III) A administração por via oral é amplamente utilizada devido a sua eficácia e a sua praticidade para o paciente. IV) A via de eliminação pelos rins é importante na excreção de metabólitos apolares e neutros que são mais facilmente eliminados A) Estão corretas I, II e III B) Estão corretas I, III e IV C) Estão corretas II, III e IV D) Estão corretas I e II E) Todas estão corretas Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 3: São fatores que interferem com a absorção dos fármacos, EXCETO: A) solubilidade B) o pKa do fármaco C) o pH do meio D) A ligação com albumina E) Tamanho das partículas Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 4: Todas as afirmativas abaixo referentes à ligação das drogas às proteínas plasmáticas são verdadeiras, EXCETO: A) as drogas acídicas normalmente se ligam à albumina plasmática; as drogas básicas ligam-se preferencialmente à alfa-glicoproteína ácida B) a ligação às proteínas plasmáticas é um processo reversível C) os sítios de ligação nas proteínas plasmáticas são não -seletivos e as drogas competem por esses sítios limitados D) a fração ligada da droga é inativa e não se encontra disponível para distribuição sistêmica E) a ligação das proteínas ao plasma normalmente limita a secreção através de dos túbulos renais e a biotransformação Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 5: A excreção das drogas ou de seus metabólitos é quantitativamente Menos significante em qual dos seguintes sistemas? A) Trato Biliar B) Rins C) Fezes D) Pulmões E) suor Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 6: A excreção de drogas inalteradas ou seus metabólitos é menos importante no ponto de vista quantitativo a partir da via: A) renal B) biliar C) ar exalado D) leite materno E) suor Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 7: As formas farmacêuticas, além de proporcionar a liberação segura e conveniente da dose correta, também são necessárias porque I. proporcionam ação de um fármaco a partir de pontos de administração, por ex., tópica. II. protegem o fármaco de fatores externos. III. permitem a elaboração de preparações líquidas de fármacos insolúveis. Pela análise da situação acima, conclui-se que: A) I está correta B) II está correta C) III está correta D) I e II estão corretas E) Todas estão corretas Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 8: A farmacocinética de um medicamento pode ser influenciada por: I. pela alimentação. II. pelo tabagismo. III. pela gravidez. IV. pela idade. Pela análise das afirmativas, conclui-se que A) I está correta B) I e II estão corretas C) II e III estão corretas D) III e IV estão corretas E) Todas estão corretas Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 9: A absorção de um fármaco depende do grau de ionização e este depende do pH do meio e do pKa do fármaco. Com base nisto, é correto afirmarmos que: A) quanto mais ionizado, mais facilmente o fármaco é absorvido B) um fármaco básico é mais rapidamente absorvido em meio básico C) um fármaco ácido é mais rapidamente absorvido em meio básico D) um fármaco ácido é facilmente absorvido em qualquer parte do TGI E) um fármaco básico é mais rapidamente absorvido em meio ácido Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 10: Os parâmetros farmacocinéticos para a avaliação ou comparação da biodisponibilidade de fármacos a partir das curvas de concentração sanguínea de fármaco vs. tempo são: A) Concentração sanguínea mínima, temperatura máxima alcançada, área sob a curva B) Concentração sanguínea máxima, temperatura máxima alcançada, área sob a curva C) Concentração sanguínea mínima, tempo máxima alcançada, área sob a curva D) Concentração sanguínea máxima, tempo de concentração máxima, área sob a curva E) Concentração sanguínea mínima, tempo máxima alcançada, área sob a curva Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 11: A difusão passiva de uma droga pela membrana lipídica é aumentada se: A) ela for altamente polar B) ela contiver um nitrogênio quaternário C) se for uma base muito hidrossolúvel na forma protonada D) se for um ácido lipossolúvel na forma ionizada E) se a droga for muito lipossolúvel Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 12: Todos os processos abaixo tendem a ↓ a [droga ]plasmática, EXCETO: A) biotransformação metabólica B) secreção renal C) excreção biliar D) reabsorção tubular renal E) ligação às proteínas plasmáticas Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 13: As oxidações de drogas frequentemente envolvem todos os fatores abaixo, EXCETO: A) proteínas do CYP450 B) co-fatores NADH ou NADPH C) esterases D) O2 E) Retículo endoplasmático hepático Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 14: Em relação às reações de conjugação é correto afirmar que: A) ocorrem com ácido fracos mas não com bases fracas B) não necessitam da presença de enzimas metabolizadoras C) envolve o acoplamento da droga a um substituinte exógeno D) é um processo que gasta energia, pois utiliza compostos de fosfato de alta energia para a “ativação” E) esse tipo de modificação química tende a aumentar a atividade dos compostos modificados Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 15: O aumento da motilidade intestinal diminui o tempo disponível para absorção do fármaco. Apesar da teoria de partição, a maioria dos fármacos são absorvidos no intestino, devido ao maior tempo de permanência do fármaco neste órgão, em comparação ao estômago e, principalmente devido a ampla superfície de absorção deste órgão que é, aproximadamente, 200 vezes maior que a do estômago; ácidos fracos, são absorvidos na primeira porção do intestino onde o pH é de aproximadamente 4,5-5,0. O ritmo de esvaziamento gástrico pode ser alterado por nervosismo, hiperacidez, tipo de alimento presente e presença de outros fármacos. I -Podem formar complexos insolúveis com a substância ativa, o que diminuiria sua absorção. II - Normalmente a presença de alimentos dificulta a desintegração de formas farmacêuticas sólidas. III - Repouso no leito e exercício, aumenta e diminui o tempo de trânsito intestinal, respectivamente. Está correta o que se afirma em A) I B) II C) III D) I e II E) I e III Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 16: A fase farmacocinética de um fármaco pode ser definida como a ‘relação da evolução temporal das concentrações de um fármaco obtidas em diferentes regiões do organismo durante e após a administração de uma dose’ - Rang&Dale, 6ªed, 2007). Avalie as afirmações a seguir. I – Em situações de urgência, uma “dose de ataque” pode ser necessária para atingir a concentração terapêuticarapidamente. II – Alguns fármacos apresentam cinética de “saturação” não exponencial, levando ao aumento desproporcional na concentração plasmática de equilíbrio quando se aumenta a dose diária. III – A depuração (clearence) total (CL) de um fármaco é o parâmetro fundamental que descreve sua eliminação. Esta correto somente o que se afirma em A) I. B) I e II . C) III. D) I e III. E) I, II e III Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 17: A eliminação de um fármaco representa sua exclusão irreversível do corpo. Ela ocorre através de dois processos: metabolismo (biotransformação) e excreção. A biotransformação envolve a conversão enzimática de um fármaco em metabólitos, enquanto a excreção consiste na saída do fármaco (que foi transformado em metabólitos, na maioria dos casos) através da urina ou fezes, geralmente. Sobre a eliminação de fármacos e metabólitos, assinale a alternativa correta: A) biotransformação transforma os fármacos em metabólitos mais lipossolúveis, com isso, serão mais facilmente excretados na urina; B) após a biotransformação, não é possível a produção de metabólitos tóxicos ou com atividade farmacológica; C) os fármacos são melhor biotransformados no intestino grosso, quando comparado com o fígado; D) biotransformação e excreção são sinônimos. E) os metabólitos dos fármacos podem ser reabsorvidos, secretados e excretados através da rede tubular renal (néfron); Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
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