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1 SISTEMA GENIAL MASCULINO: Principais funções: 1. Os testículos produzem espermatozoides e o hormônio masculino testosterona; 2. Os ductos transportam, armazenam e auxiliam na maturação dos espermatozoides; 3. As glândulas sexuais acessórias secretam a maior parte da porção líquida do sêmen; 4. O pênis contém a uretra, uma passagem para a ejaculação de sêmen e excreção de urina. Testículos: Par de glândulas ovais no escroto (aproximadamente 5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro) chamadas de gônadas masculinas. Desenvolvem-se perto dos rins, na parte posterior do abdome. Geralmente, começam sua descida para o escroto por meio dos canais inguinais (passagem na parede anteroinferior do abdome) durante a segunda metade do sétimo mês do desenvolvimento fetal. Histologia: Túnica vaginal do testículo: túnica serosa derivada do peritônio e se forma durante a descida dos testículos, os recobre parcialmente; Túnica albugínea: localiza-se internamente a túnica vaginal do testículo e circunda o testículo. Cápsula fibrosa branca composta por tecido denso irregular; Lóbulos dos testículos: a túnica albugínea se estende internamente formando uma série de compartimentos internos, os lóbulos. Cada um contém de 1 a 3 túbulos bem enrolados (seminíferos contorcidos); Túbulos seminíferos contorcidos: local onde os espermatozoides são produzidos. Processo chamado de espermatogênese. OBS1: por conta de lesões nos testículos ou inflamação no epidídimo, pode ocorrer um acúmulo de líquido seroso na túnica vaginal do testículo, fator conhecido como hidrocele. Células: Células-tronco chamadas espermatogônias se desenvolvem a partir das células germinativas primordiais que surgem a partir do saco vitelino e entram nos testículos durante a quinta semana de desenvolvimento. Nos testículos embrionários as células germinativas primordiais se diferenciam em espermatogônias (permanecem dormentes até a puberdade). Da menor para a maior maturidade estão os espermatócitos primários, secundários, espermátides e espermatozoides. Depois de formado, o espermatozoide é liberado para o lúmen do túbulo seminífero. Thaiz Helena Lopes da Rocha 2 Os túbulos seminíferos contêm dois tipos de células: células espermatogênicas (formadoras de esperma) e as células sustentaculares ou células de Sertoli (apoio à espermatogênese) que se estendem da membrana basal ao lúmen do túbulo. Internamente a membrana basal e espermatogônias, junções oclusivas unem as células sustentaculares vizinhas, essa união é chamada de barreira hematotesticular (as substâncias devem passar primeiro pelas células sustentaculares antes de poderem alcançar o espermatozoide em desenvolvimento). As células de Sertoli apoiam e protegem as células espermatogênicas em desenvolvimento, por meio da: nutrição dos espermatócitos, espermátides e espermatozoides; fagocitose do excesso de citoplasma das espermátides; controle dos movimentos das células espermatogênicas; liberação do espermatozoide no lúmen dos túbulos seminíferos. Além da produção do líquido para o transporte do espermatozoide, secreção de hormônio inibina e regulação dos efeitos da testosterona e do FSH (hormônio folículoestimulante). Células intersticiais ou células de Leyding fazem parte do aglomerado de células presentes no espaço entre os túbulos seminíferos adjacentes. Essas células secretam o androgênio testosterona, o qual é responsável pelo desenvolvimento das características masculinas e pela libido (impulso sexual) do homem. OBS2: ao isolar os gametas em desenvolvimento do sangue, a barreira hematotesticular evita uma resposta imune contra antígenos (corpos estranhos) de superfície da célula espermatogênica. Espermatogênese: A espermatogênese leva de 65 a 75 dias nos seres humanos. As espermatogônias, número diploide (2n) de cromossomos, são um tipo de células-tronco que sofrem mitose e diferenciação em espermatócitos primários também diploides (2n com 46 cromossomos). Cada espermatócito primário replica seu DNA e inicia-se a meiose. Na meiose I, cromossomos homólogos se alinham (em pares) na placa metafásica, acontece o crossing-over. O fuso meiótico puxa um cromossomo (duplicado) de cada par para um polo oposto da célula em divisão. As células formadas na meiose I, duas, são chamadas de espermatócito secundário. Cada um dos espermatócitos secundários é haploide (n), ou seja, possui 23 cromossomos. Além disso, cada cromossomo dentro de um espermatócito secundário é constituído por duas cromátides (2 cópias de DNA) ligadas por um centrômero. Não há replicação do DNA. Na meiose II, os cromossomos se alinham ao longo da placa metafásica, e as duas cromátides de cada cromossomo se separam. As quatro células haploides resultantes da meiose II são chamadas de espermátides. Um único espermatócito primário produz quatro espermátides por meio da meiose I e II. CÉLULAS ESPERMATOGÊNICAS: Espermatogônia (2n) Espermatócito primário (2n) Meiose I Espermatócito secundário (n) Espermátide (n) Meiose II Espermatozoide (n) 3 A espimiogênese, fase final da espermatogênese, consiste no desenvolvimento de uma espermátide haploide em um espermatozoide. Nesse processo, as espermátides esféricas se transformam em um espermatozoide delgado e alongado. As células sustentaculares eliminam o excesso de citoplasma. Por fim, os espermatozoides são liberados das conexões com as células sustentaculares, evento conhecido como espermiação. OBS3: nesse momento os espermatozoides não se movimentam sozinhos e são empurrados pelas células sustentaculares ao longo do seu caminho em direção aos ductos dos testículos. Espermatozoide: Partes: Cabeça (pontiaguda e achatada): o Núcleo: com 23 cromossomos bem acondicionados. o Acrossomo: engloba dois terços do núcleo, vesícula semelhante a capa preenchida com enzimas que ajudam o espermatozoide a penetrar no oócito secundário para promover a fertilização. Enzimas proteases e hialuronidase. Cauda: é subdividida em quatro partes: o Colo: contém os centríolos que formam microtúbulos os quais compreendem o restante da cauda; o Peça intermediária: contém mitocôndrias dispostas em espiral, as quais fornecem energia (ATP) para a locomoção dos espermatozoides; o Peça principal: é a parte mais longa da cauda; o Peça terminal: é a parte mais distal e afilada da cauda. Controle hormonal da função testicular: Determinadas células neurosecretoras do hipotálamo aumentam a sua secreção, durante a puberdade, de hormônio liberador de gonadotropina (GnRH). Com esse hormônio, há a estimulação dos gonadotropos na adeno- hipófise a aumentar sua secreção de duas gonadotropinas, o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio foliculoestimulante (FSH). Hormônio luteinizante (LH): estimula as células intersticiais a secretar o hormônio testosterona. Este hormônio esteroide é sintetizado a partir do colesterol nos testículos e é o principal androgênio. Via feedback negativo, a 4 testosterona suprime a secreção de LH e a GnRH. Em algumas células-alvo, a enzima 5-alfarredutase converte a testosterona em outro androgênio, o di- hidrotestosterona (DHT). Hormônio foliculoestimulante (FSH): atua indiretamente ao estimular a espermatogênese. Atua sinergicamente com a testosterona nas células sustentaculares estimulando a secreção da proteína de ligação a androgênios (ABP) no lúmen dos túbulos seminíferos e no líquido intersticial em torno das células espermatogênicas. Proteína de ligação a androgênios (ABP): seliga à testosterona, mantendo sua concentração elevada. Inibina: liberada pelas células sustentaculares quando o grau de espermatogênese chega ao necessário para as funções reprodutivas masculinas. Esse hormônio proteico inibe a secreção de FSH pelas adeno-hipófise. O complexo hormônio-receptor regula a expressão do gene, ativando alguns genes e desativando outros. Em decorrência dessas alterações, os androgênios produzem vários efeitos: Desenvolvimento pré-natal; Desenvolvimento das características sexuais masculinas; Desenvolvimento da função sexual; Estimulação do anabolismo. Feedback negativo: 1. Quando a concentração de testosterona no sangue aumenta a um determinado nível, há a inibição da liberação GnRH pelas células hipotalâmicas; 2. Menos GnRH faz com que os gonadotropos na adeno-hipófise liberem menos LH, há menos liberação de testosterona nas células intersticiais; 3. Quando ocorre a queda no nível de testosterona no sangue, o hipotálamo libera GnRH e estimula a secreção de LH, a qual estimula a produção de testosterona pelos testículos. SISTEMA GENITAL FEMININO Principais funções: 1. Os ovários produzem oócitos secundários e hormônios, incluindo a progesterona e o estrogênio, a inibina e a relaxina; 2. As tubas uterinas transportam um oócito secundário para o útero e, normalmente, é onde ocorre a fertilização; 3. O útero é o local de implantação de um óvulo fertilizado, desenvolvimento do feto durante a gestação e parto; 4. A vagina recebe o pênis durante a relação sexual e é uma passagem para o parto; 5. As glândulas mamárias sintetizam, secretam e ejetam leite para a alimentação do recém-nascido. Ovários: Par de glândulas, homólogas aos testículos. Produzem gametas, oócitos secundários e hormônios. Há um em cada lado do útero, descem até a margem da parte superior da cavidade pélvica durante o terceiro mês de desenvolvimento. Vários ligamentos prendem os ovários em sua posição: Ligamento largo do útero: prega do peritônio parietal, se insere aos ovários por uma dobra de duas camadas de peritônio, mesovário; 5 Ligamento útero-ovárico: ancora os ovários no útero; Ligamento suspensor do ovário: insere os ovários na parede pélvica; Hilo: ponto de entrada e saída dos vasos sanguíneos e nervos com os quais o mesovário está ligado. Histologia: Epitélio germinativo: camada de epitélio simples que recobre a superfície do ovário; Túnica albugínea: cápsula esbranquiçada de tecido conjuntivo denso irregular, localizada imediatamente profunda ao epitélio germinativo; Córtex do ovário: região imediatamente profunda à túnica albugínea. Consiste em folículos ovarianos circundados por tecido conjuntivo denso irregular que contém fibras colágenas e células semelhantes a fibroblastos chamadas células estromais. Medula do ovário: profunda ao córtex do ovário. Constituída por tecido conjuntivo mais frouxamente disposto e contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Folículos ovarianos: estão no córtex e consistem em oócitos em várias fases de desenvolvimento, além das células que os circundam. As células circundantes nutrem o oócito em desenvolvimento e começam a secretar estrogênio conforme o folículo cresce. o Células foliculares: quando células circundantes formam uma camada única. o Células granulosas: quando células circundantes formam diversas camadas mais tarde no desenvolvimento. Folículo maduro: folículo grande, cheio de líquido, pronto para romper e expulsar o oócito secundário, processo de ovulação. Corpo lúteo: contém os restos de um folículo maduro após a ovulação. Produz progesterona, estrogênios, relaxina e inibina. Degenera-se em um tecido cicatricial fibroso, corpo albicante. OBS4: as células que produzem os óvulos surgem a partir do saco vitelino e migram para os ovários durante o desenvolvimento embrionário. Oogênese e desenvolvimento folicular: A formação de gametas nos ovários é denominada oogênese. Nas mulheres, começa antes do nascimento. Ocorrem por meio de uma meiose e as células germinativas resultantes sofrem maturação. No início do desenvolvimento fetal, as células germinativas primordiais (primitivas) migram do saco vitelino para os ovários. As células germinativas se diferenciam no interior dos ovários em oogônias (células-tronco diploides – 2n) as quais se dividem por mitose. A maior parte das células germinativas se degenera, processo conhecido como atresia. As que não passam por isso se desenvolvem em células maiores chamadas oócitos primários. Os oócitos primários entram na prófase da meiose I, durante o desenvolvimento fetal, mas não concluem essa fase até depois da puberdade. Durante essa pausa, cada oócito primário é circundado por uma camada única de células foliculares planas, folículo primordial. O córtex ovariano em torno dos folículos primordiais consiste em fibras colágenas e células estromais semelhantes a fibroblastos. A parte restante dos oócitos primários sofre atresia. Nos meses durante a puberdade até a menopausa, gonadotropinas (FSH e LH) estimulam adicionalmente o desenvolvimento de vários folículos primordiais. Alguns folículos primordiais começam a crescer, tornando-se folículos primários. 6 OBS5: cada folículo primário consiste em um oócito primário, que me um estagio posterior de desenvolvimento estará circundado por várias camadas de células cuboides e colunares baixas, células granulosas. Á medida que o folículo principal cresce, ele forma uma camada glicoproteica transparente chamada zona pelúcida entre o oócito primário e as células granulosas. As células estromais em torno da membrana basal começam a formar uma camada organizada chaamda teca folicular. A partir do folículo primário, forma-se o folículo secundário. A teca se diferencia em duas camadas: Teca interna: camada interna bem vascularizada de células cuboides secretoras de hormônios estrogênicos; Teca externa: camada exterior de células estromais e fibras colágenas. As células granulosas começam a secretar líquido folicular, que se acumula no antro, no centro do folículo. A camada mais interna dessas células torna-se firmemente ligada a zona pelúcida e é chamada de coroa radiada. Após aumentar de tamanho o folículo secundário se torna um folículo maduro onde o oócito primário completa a meiose I, produzindo células haploides (n). A menor célula produzida pela meiose I é camada de primeiro corpo polar (material nuclear descartado). A célula maior é chamada de oócito secundário (recebe maior parte do citoplasma). Após a formação do oócito secundário, ele começa a meiose II e, em seguida, a metáfase. O folículo maduro se rompe e libera-o para a ovulação. Na ovulação, o oócito secundário é expelido para o interior da cavidade pélvica, junto com o primeiro corpo polar e a coroa radiada. Quando há presença de espermatozoides na tuba uterina e um deles penetrar o oócito secundário, a meiose II é retomada. O oócito secundário se divide em duas células haploides. A maior é o óvulo (ovo maduro) e a menor é o segundo copo polar. OBS6: os núcleos do espermatozoide e do óvulo se unem, formando um zigoto diploide (2n). Caso não haja espermatozoides na tuba uterina, as células se degeneram. Oócito primário (2n) Folículo primordial Oócito primário (na fase de prófase I) Folículo primário e Folículo secundário Oócito secundário (fase metáfase II) Folículo maduro Ovulação Oócito secundário ovulado 7 Fases do ciclo reprodutivo feminino: A duração do ciclo reprodutivo feminino normalmentevaria de 24 a 36 dias. É dividido em quatro fases: Fase menstrual ou menstruação: primeiros 5 dias do ciclo. o Eventos nos ovários: influenciado pelo FSH, vários folículos primordiais se desenvolvem a partir dos primários e, então, em folículos secundários. O folículo pode não alcançar a maturidade e ovular até vários ciclos menstruais mais tarde. o Eventos no útero: o fluxo menstrual uterino consiste em 50 a 150 ml de sangue, líquido tecidual, muco e células epiteliais do endométrio descamado. A eliminação é estimulada pelos níveis decrescentes de progesterona e estrogênio estimularem a liberação de prostaglandinas, causando a contração das arteríolas do útero. Com isso, as células ficam sem O2 e passam a morrer. Ocorre à descamação do estrato funcional, o fluxo passa da cavidade uterina pelo colo do útero e vagina. Fase pré-ovulatória: período entre o fim da menstruação e a ovulação. Representa maior parte das diferenças na duração do ciclo. Dura de 6 a 13 dias em um ciclo de 28 dias. o Eventos nos ovários: alguns folículos secundários começam a secretar estrogênio e inibina. No dia 6, um folículo secundário se torna folículo dominante. O estrogênio e a inibina diminuem a secreção de FSH (causa atresia nos folículos menores). Em relação ao ciclo ovariano, a fase menstrual e a pré-ovulatória em conjunto são chamadas de fase folicular. o Eventos no útero: os estrogênios liberados para o sangue pelos folículos ovarianos estimulam o reparo do endométrio; as células do estrato basal sofrem mitose e produzem um novo estrato funcional. Com o espessamente do endométrio, desenvolvem-se glândulas uterinas retas e curtas, e as arteríolas se espiralam e alongam à medida que penetram no estrato funcional. Em relação ao ciclo uterino, a fase pré- ovulatória também é denominada fase proliferativa. Ovulação: ruptura do folículo maduro e liberação do oócito secundário no interior da cavidade pélvica geralmente acontecem no 14º dia no ciclo de 28 dias. O oócito secundário permanece cercado por sua zona pelúcida e coroa radiada. Níveis elevados de estrogênio na fase pré- ovulatória exercem efeito de feedback negativo sobre as células secretoras de LH e hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) e induzem a ovulação. 1. Alta concentração de estrogênios estimula a liberação de GnRH. Estimula também os gonadotropos a secretar LH; 2. O GnRH promove a liberação adicional de FSH e LH; 8 3. O LH provoca a ruptura do folículo maduro e a expulsão de um oócito secundário. O oócito ovulado e suas células da coroa radiada geralmente são deslocados para a tuba uterina. Fase pós-ovulatória: período entre a ovulação e o inicio da menstruação seguinte. Parte mais constante do ciclo reprodutivo feminino. Duração de 14 dias em um ciclo de 28 dias. 15º ao 28º dia. o Eventos nos ovários: após a ovulação, o folículo maduro colapsa e a membrana basal se rompe. Um coágulo se forma pelo pequeno sangramento do folículo rompido e se torna corpo rubro. Células da teca se misturam com as granulosas e se transforam em células do corpo lúteo (sob influência do LH). Secreta progesterona, estrogênio, relaxina e inibina. No ciclo ovariano, esta fase é chamada de fase lútea. Ocorre ou não a fertilização. o Eventos no útero: a progesterona e os estrogênios produzidos pelo corpo lúteo promovem o crescimento e enrolamento das glândulas uterinas, a vascularização do endométrio superficial e o espessamento do endométrio. Conhecida como fase secretora do ciclo uterino devido à secreção de estrogênio pelas glândulas uterinas. Referências: TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
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