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Definição de epidemiologia

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1- Definição de epidemiologia, destacando seus fundamentos: 
A Associação Internacional de Epidemiologia (IEA), em seu Guia de Métodos de Ensino (1973), define epidemiologia como “o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas. Enquanto a clínica dedica-se ao estudo da doença no indivíduo, analisando caso a caso, a epidemiologia debruça-se sobre os problemas de saúde em grupos de pessoas – às vezes peque-nos grupos – na maioria das vezes envolvendo populações numerosas”.
Pode-se, também, conceituá-la como “ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes do risco de doenças, agravos e eventos associados à saúde, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, danos ou problemas de saúde e de proteção, promoção ou recuperação da saúde individual e coletiva, produzindo informação e conhecimento para apoiar a tomada de decisão no planejamento, administração e avaliação de sistemas, programas, serviços e ações de saúde". Essa definição pode ser aclarada pelo aprofundamento de algumas concepções nela expressas:
1. A princípio, independentemente de qualquer análise, pode ser dito que a atenção da epidemiologia está voltada para as ocorrências em escala massiva de doença e de não doença, envolvendo pessoas agregadas em sociedades, coletividades, comunidades, grupos demográficos, classes sociais ou quaisquer outros coletivos formados por seres humanos.
2. O universo dos estados particulares de ausência de saúde é estudado pela epidemiologia sob a forma de doenças infecciosas (sarampo, difteria, malária etc.), não infecciosas (diabetes, bócio endêmico, depressões etc.) e agravos à integridade física (acidentes, homicídios, suicídios, violências).
3. Considerando o conjunto de processos sociais interativos que, erigidos em sistema, definem a dinâmica dos agregados sociais, um em especial constitui o campo sobre o qual trabalha a epidemiologia: o processo saúde-doença. 
4. Entende-se por distribuição o estudo da variabilidade da frequência das doenças de ocorrência em massa em função de variáveis ambientais e populacionais ligadas ao tempo e ao espaço. 
5. A análise dos fatores determinantes envolve a aplicação do método epidemiológico ao estudo de possíveis associações entre um ou mais fatores suspeitos e um estado característico de ausência de saúde, definido como doença
6. A prevenção visa ao emprego de medidas de profilaxia a fim de impedir que os indivíduos sadios venham a adquirir a doença; o controle visa reduzir a incidência a níveis mínimos: a erradicação, após implantadas as medidas de prevenção, consiste na não ocorrência de doença, mesmo na ausência de quaisquer medidas de controle; isso significa a permanência da incidência zero (por exemplo, a varíola está erradicada desde 1977).
7. A promoção de saúde visa reduzir as diferenças no estado de saúde da população e assegurar oportunidades e recursos igualitários para capacitar todas as pessoas a realizarem completamente seu potencial de saúde. Isso inclui uma base sólida: ambientes favoráveis, acesso à informação, a experiências e habilidades na vida, bem como oportunidades que permitam fazer escolhas por uma vida mais sadia; isso significa que as pessoas não podem realizar completamente seu potencial de saúde se não forem capazes de controlar os fatores determinantes de sua saúde, o que se aplica igualmente aos homens e às mulheres.
2- A função da epidemiologia, destacando a sua importância: 
O objetivo global da epidemiologia é estudar “a ocorrência e distribuição de eventos relacionados com a saúde das populações, incluindo o estudo dos fatores determinantes e a aplicação desse conhecimento não mais e nem menos para controlar problemas de saúde.” Assim, a epidemiologia visa:
1. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas. 
2. Proporcionar dados essenciais para planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades.
3. Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades.
Muitas doenças, cujas origens até bem recentemente não encontravam explicação, têm tido suas causas esclarecidas pela metodologia epidemiológica, que tem por base o método científico aplicado da maneira mais abrangente possível a problemas de doenças que ocorrem em nível coletivo. 
Leucemia na infância, provocada pela exposição aos raios X durante a gestação; trombose venosa relacionada com o uso de contraceptivos orais; ingestão de talidomida e o aparecimento de numerosos casos de focomelia; hábito de fumar e câncer de pulmão; cegueira em crianças subnutridas e sua relação com a avitaminose A, e mortalidade infantil e classes sociais são alguns entre os inúmeros exemplos de associações estudadas pelo método epidemiológico.
Epidemiologia na AIDS:
O descobrimento desta enfermidade devemos à epidemiologia! A AIDS foi reconhecida pela primeira vez como uma enfermidade em 1981, antes que o vírus da imunodeficiência humana, dois anos mais tarde, fosse identificado ou que se suspeitasse que era o agente causador da AIDS. A observação epidemiológica anotou a prevalência de uma combinação curiosa e inexplicável de manifestações clínicas de outros estados patológicos: astenia, perda de peso, dermatose, deterioração do sistema imunológico e o sarcoma de Kaposi, assim como a presença de “infecções oportunistas”, como a pneumonia por Pneumocystis carinii. Ainda hoje, é este complexo de sinais clínicos, em combinação com o resultado positivo da prova de HIV, que define um “caso de AIDS”. Uma pessoa pode ser HIV-positiva e, ainda assim, não apresentar a doença AIDS. Ademais, foi por meio da análise epidemiológica que inicialmente a síndrome foi relacionada com certos grupos de população e comportamentos de risco conexos.
3- Diferença entre pandemia, epidemia, endemia, surto e sindemia: 
Epidemia: Uma epidemia irá acontecer quando existir a ocorrência de surtos em várias regiões. A epidemia em nível municipal é aquela que ocorre quando diversos bairros apresentam certa doença, em nível estadual ocorre quando diversas cidades registram casos e em nível nacional, quando a doença ocorre em diferentes regiões do país.
Pandemia: A pandemia, em uma escala de gravidade, é o pior dos cenários. Ela acontece quando uma epidemia se estende a níveis mundiais, ou seja, se espalha por diversas regiões do planeta. Em 2009, a gripe A (ou gripe suína) passou de uma epidemia para uma pandemia quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a registrar casos nos seis continentes do mundo. E em 11 de março de 2020 o COVID19 também passou de epidemia para uma pandemia.
Endemia: A endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. É uma doença que se manifesta com frequência e somente em determinada região, de causa local. A Febre Amarela, por exemplo, é considerada uma doença endêmica da região norte do Brasil.
Surto: Acontece quando há um aumento inesperado do número de casos de determinada doença em uma região específica. Em algumas cidades, a dengue, por exemplo, é tratada como um surto e não como uma epidemia, pois acontece em regiões específicas (como um bairro).
Sindemia: De acordo com o antropólogo médico americano Merrill Singer – criador do termo em 1990 –, a sindemia é definida como quando duas ou mais doenças interagem de tal forma que causam danos maiores do que a mera soma dessas duas doenças. Essa é a realidade observada no mundo atualmente, visto que, desde a chegada do coronavírus e a implementação dos protocolos de segurança, doenças pré-existentes foram agravadas e tratamentos paralisados. Além disso, o fator socioambiental tem grande influência nesse cenário.

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