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Profa. Dra. Kuitéria Ferreira UNIDADE I Epidemiologia Epidemiologia – conceito Em sua etimologia, significa “estudo do que ocorre em uma população”. (epi = sobre; demos = população, povo; logos = estudo). A palavra “epidemiologia” deriva do grego A epidemiologia usa métodos quantitativos para estudar a ocorrência de doenças nas populações humanas e para definir estratégias de prevenção e controle. Uma outra definição mais ampla: Epidemiologia – conceito Ciência que estuda o processo saúde-doença na comunidade, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades e dos agravos à saúde coletiva, para que seja possível propor medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação. Os conceitos e os estudos epidemiológicos auxiliam nas respostas a perguntas como: Como e por que a população adoece? Como e por que a população se cura? Como e por que a população é atendida? Quanto custa a atenção à saúde? Quais ações de saúde são eficazes? Epidemiologia Mensagens-chave Ciência fundamental para a saúde pública. Têm dado grande contribuição à melhoria da saúde das populações. Essencial no processo de identificação e mapeamento de doenças emergentes. Epidemiologia Uma das premissas fundamentais da epidemiologia é que as doenças não são distribuídas ao acaso à população. Cada um de nós possui certas características que predispõem ou protegem contra uma variedade de diferentes doenças. Características genéticas. Hábitos e comportamentos. Exposição a determinados perigos ambientais. Epidemiologia 1. Identificar a etiologia ou causa da doença e os fatores de riscos relevantes, ou seja, fatores que aumentam o risco da doença para a pessoa. Saber como a doença é transmitida. Intervir para reduzir a morbidade e a mortalidade das doenças. Desenvolver uma base racional para programas de prevenção. Objetivos da epidemiologia 2. Determinar a extensão da doença encontrada na comunidade. Qual o grau de importância da doença na comunidade? Planejamento de serviços e instalações de saúde. Treinamento de futuros agentes de saúde. Objetivos da epidemiologia 3. Estudar a história natural e os prognósticos da doença. Existem doenças mais graves que outras, mais letais, enquanto outras podem apresentar maior tempo de sobrevivência ou nem serem fatais. Desenvolver novos modelos de intervenção por meio de tratamentos ou de abordagens preventivas. Objetivos da epidemiologia 4. Avaliar medidas preventivas e terapêuticas e modelos de assistência à saúde. Ex.: rastreamento do câncer de próstata utilizando-se o antígeno prostático específico (PSA). Objetivos da epidemiologia 5. Proporcionar bases para o desenvolvimento de políticas públicas relacionadas a problemas ambientais e genéticos. A radiação eletromagnética emitida por aparelhos domésticos oferece perigo à saúde? Os níveis elevados de ozônio na atmosfera constituem-se em causas adversas à saúde das populações humanas? Que profissões estão associadas ao aumento do risco em trabalhadores e que tipos de leis de proteção são necessárias? Objetivos da epidemiologia Sobre a identificação de perfis e fatores de risco utilizados pela epidemiologia nos serviços de saúde, analise: I. Desenvolve programas de saúde eficientes que permitem maior impacto das ações implementadas, voltadas à assistência integral à saúde. II. Identifica fatores de risco em grupos de população mais vulnerável a certos agravos à saúde. III. Busca avaliações mais pertinentes capazes de responder a desafios que permeiam os condicionantes do processo saúde/doença. Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s): a) I e II. b) II e III. c) III. d) I e III. e) I, II e III. Interatividade Sobre a identificação de perfis e fatores de risco utilizados pela epidemiologia nos serviços de saúde, analise: I. Desenvolve programas de saúde eficientes que permitem maior impacto das ações implementadas, voltadas à assistência integral à saúde. II. Identifica fatores de risco em grupos de população mais vulnerável a certos agravos à saúde. III. Busca avaliações mais pertinentes capazes de responder a desafios que permeiam os condicionantes do processo saúde/doença. Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s): a) I e II. b) II e III. c) III. d) I e III. e) I, II e III. Resposta Os povos concebiam as causas das doenças como derivadas tanto de elementos naturais (cosmologia) como de espíritos sobrenaturais. Acreditava-se que a saúde era dádiva, e a doença, castigo dos deuses (politeístas) ou Deus (monoteístas) às transgressões de natureza individual e coletiva. Para obter saúde seria necessário reatar o enlace com as divindades, processos liderados por sacerdotes e feiticeiros. Histórico da epidemiologia – Teoria Mística ou Mágico-religiosa ANTIGUIDADE A religião era o ponto de partida para a compreensão do mundo e de como organizar o cuidado. Hipócrates (460 a.C. - 377 a.C.) Pai da medicina científica. Primeiro a sugerir que as causas das doenças não eram intrínsecas à pessoa nem aos desígnios divinos, mas que estavam relacionadas ao ar fétido proveniente de matéria orgânica em putrefação. Teoria Miasmática Busto Busto de Hipócrates, o pai da Medicina (Reproduzido de Facer S, McIntosh J.) Fonte: https://cremers.org.br/conteudos/livros_e_cartilhas/medicina_hipocratica.pdf Hipócrates publicou a obra: Tratado sobre Águas, Ares e Lugares. Nessa obra, Hipócrates afirma que as doenças surgem dos “miasmas”. O mau cheiro (miasma) trazia as doenças. A solução era construir locais que lidavam com matéria orgânica em putrefação como matadouros, mercados, hospitais e cemitérios com localização afastada do núcleo urbano. Na verdade, os locais eram insalubres porque acumulavam restos de comida, fezes, urina. Ratos e mosquitos, transmissores de doenças, acumulavam-se nesses locais, mas não havia esse conhecimento. Teoria Miasmática Ex.: a prática do sepultamento dentro de templos, comum e intimamente ligada à fé, passou a ser condenação, pois a decomposição dos cadáveres produzia gases que atacavam a saúde dos vivos. Assim, a população deveria se cuidar através da transferência dos mortos para cemitérios localizados fora do perímetro urbano, em lugares elevados e arejados, cercados de árvores frondosas que ajudassem a limpar o ar, longe de fontes de água potável e fora da rota de ventos que soprassem sobre a cidade. Teoria Miasmática Revolução Industrial e deslocamento das populações para as cidades e a ocorrência das epidemias de cólera, febre tifoide e febre amarela (séc. XIX). Marcos históricos importantes Reconhecia que a causa única e fundamental da doença se situa fora do organismo humano acometido. Surgiu quando o homem não dispunha de meios para controlar a natureza e buscava as causas das doenças em fatores externos, que provocavam distúrbios quase sem qualquer controle pelo próprio homem. Ideia de que a doença é causada por agentes etiológicos, como vírus e bactérias, descobertos com os estudos de Louis Pasteur (França). Teoria da Unicausalidade É John Snow pioneiro na procura sistemática dos determinantes das epidemias. 1855 – publicou sobre a maneira de transmissão da cólera. Percebeu que a epidemia da cólera (Londres, 1854) era ocasionada por parasitas invisíveis na água e não por miasmas. A associação causal entre a doença e o consumo de água contaminada por fezes de doentes. Teoria da Unicausalidade John Snow Imaginou isso 30 anos antes de Pasteur descobrir o microscópio Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4621604/mod_resource/content/0/Aula%204%20- %20Descritiva.pptx.pdf A doença estava baseada na existência de apenas uma causa (agente) para um agravo ou doença Refere-se a ações relacionadas diretamente ao que se concebe como causada doença: o agente etiológico A prática médica curativa e biologicista, com olhar centrado na patologia Teoria da Unicausalidade Segunda metade do século XX: mudanças das doenças prevalentes de infecciosas para as doenças crônicas e degenerativas como causa de mortalidade e morbidade fizeram com que o foco da epidemiologia estivesse voltado para a determinação das condições de saúde da população (inquéritos de morbidade e de mortalidade) e para a busca sistemática de fatores antecedentes ao aparecimento das doenças, que possam ser rotulados como agentes ou fatores de risco (cigarro e coronariopatias). Marcos históricos importantes Como exemplo: câncer de pulmão. Nem todo fumante desenvolve câncer de pulmão, o que indica que há outras causas contribuindo para o aparecimento dessa doença. Estudos mostraram que descendentes de primeiro grau de fumantes com câncer de pulmão tiveram 2 a 3 vezes maior chance de terem a doença do que aqueles sem a doença na família; isso indica que há uma suscetibilidade familiar aumentada para o câncer de pulmão. Ativação ou inativação de genes promovidas por fatores ambientais são fundamentais no desenvolvimento da doença. Teoria da Multicausalidade A grande maioria das doenças advém de uma combinação de fatores que interagem entre si e acabam desempenhando importante papel na determinação delas. Modelo representativo da Multicausalidade – a tríade ecológica Fonte: adaptado de: Sanino; Braga (2020). Idade, sexo, raça, hábitos, costumes etc. Idade, sexo, raça, hábitos, costumes etc. Idade, sexo, raça, hábitos, costumes etc. Ambiente Agente Hospedeiro Como exemplo de influência da teoria da unicausalidade podemos destacar os episódios da epidemia de febre amarela no século XIX no Brasil. Na época liderado por Oswaldo Cruz, surgiu o movimento de “caça aos mosquitos” como estratégia no combate à doença, evidenciando o conhecimento do agente patológico. Posteriormente, já sob influências das teorias de multicausalidade, campanhas por saneamento básico foram tentadas na resolução da doença, evidenciando as explicações sociais para o surgimento da doença. Unicausalidade x multicausalidade Tríade ecológica: o ambiente, o agente e o hospedeiro. Atitude: ações fragmentadas, multidirecionadas, com a participação de diversos profissionais que agem de forma não integrada. Crítica: tratar todos os elementos da mesma forma, esquecendo que o ser humano produz socialmente sua vida em um tempo histórico e que, por isso, em certos períodos, podem ocorrer doenças diferentes com intensidades e manifestações também diferentes. Teoria da Multicausalidade Praticamente todos os agravos à saúde já foram ou estão sendo estudados por meio de estudos epidemiológicos. Teoria da multicausalidade: tornou-se claro que os agentes microbianos e físicos não eram capazes de explicar todas as questões de etiologia e prognóstico das doenças. Incorporação dos princípios da psicologia e da sociologia: a sociedade, da forma como está organizada, embora ofereça proteção ao indivíduo, também determina muitos riscos de adoecer, bem como o acesso das pessoas às técnicas de prevenção das doenças e de promoção e recuperação da saúde. Atualmente... Identifica-se o predomínio da multicausalidade, com ênfase nos condicionantes individuais. Atitude: ações fragmentadas, multidirecionadas, com a participação de diversos profissionais que agem de forma não integrada. Como alternativa para a sua superação, propõe-se a articulação das dimensões individual e coletiva do processo saúde-doença. Atualmente... Modelo de determinação social da saúde proposto por Dahlgren e Whitehead (1991). Determinantes da saúde Fonte: adaptado de: Sanino; Braga (2020). Ambiente de trabalho Habitação Educação Desemprego Água e esgoto Serviços sociais de saúdeProdução agrícola e de alimentos Idade, sexo e fatores hereditários Condições de vida e de trabalho Concepção mais integral que busca associar a forma como a sociedade está organizada para as manifestações de saúde ou doença. A saúde-doença compõe momentos de um processo maior, que se refere à vida das pessoas, que, por sua vez, está intrinsecamente ligada ao potencial que elas têm ao acesso às necessidades para viver a vida (moradia, alimentação, educação, saúde). Ter acesso depende da inserção no sistema de produção, ou seja, local que a pessoa ocupa o trabalho. Determinação social do processo saúde-doença Desde os primórdios da civilização humana, a doença, o processo como ela se desenvolve, suas causas e consequências, conquistam o pensamento do homem no intuito de controlá-la ou evitá-la. Correlacione cada teoria da epidemiologia com seus respectivos pensamentos em relação à explicação das doenças na história da humanidade e assinale a alternativa com a sequência correta: I. Teoria Mística. II. Teoria Miasmática. III. Teoria da Unicausalidade. IV. Teoria da Multicausalidade. Interatividade ( ) A grande maioria das doenças advém de uma combinação de fatores que interagem entre si e acabam desempenhando importante papel na determinação delas. ( ) A teoria se baseava no conceito de que uma vez identificados os agentes vivos específicos de doenças, os chamados agentes etiológicos e os seus meios de transmissão, os problemas de prevenção e cura das doenças correspondentes estariam resolvidos, esquecendo-se dos demais determinantes causais relacionados ao hospedeiro e ao ambiente. ( ) As doenças eram causadas por emanações do solo ou do ar, supostamente nocivos, como o chorume do lixo e sujeiras que porventura produziam a doença no corpo sadio. ( ) Os fatores determinantes da doença provinham de forças sobrenaturais, atribuídos a deuses ou demônios, ou forças do mal. a) I, III, IV e II. b) III, II, I e IV. c) II, I, IV e III. d) III, IV, II e I. e) IV, III, II e I. Interatividade (IV) A grande maioria das doenças advém de uma combinação de fatores que interagem entre si e acabam desempenhando importante papel na determinação delas. (III) A teoria se baseava no conceito de que uma vez identificados os agentes vivos específicos de doenças, os chamados agentes etiológicos e os seus meios de transmissão, os problemas de prevenção e cura das doenças correspondentes estariam resolvidos, esquecendo-se dos demais determinantes causais relacionados ao hospedeiro e ao ambiente. (II) As doenças eram causadas por emanações do solo ou do ar, supostamente nocivos, como o chorume do lixo e sujeiras que porventura produziam a doença no corpo sadio. (I) Os fatores determinantes da doença provinham de forças sobrenaturais, atribuídos a deuses ou demônios, ou forças do mal. a) I, III, IV e II. b) III, II, I e IV. c) II, I, IV e III. d) III, IV, II e I. e) IV, III, II e I. Resposta Concepções simplistas: Saúde: “Ausência de doença”. Doença: “Falta ou perturbação da saúde”. Concepções elaboradas: OMS – “Saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social; e não meramente ausência de doença”. Trata-se de um processo no qual o ser humano passa por múltiplas situações, que exigem de seu meio interno um trabalho de sucessivas compensações e adaptações. O que é saúde? O que é doença? O curso da doença no organismo é uniforme? As doenças progridem segundo alguns padrões (cinco categorias). Padrões de progressão da doença EVOLUÇÃO CLÍNICA a b c e d EVOLUÇÃO SUBCLÍNICA IN T E N S ID A D E D O P R O C E S S O ÓBITO Invalidez Cronicidade Limiar Clínico TEMPO Fonte: GOMES PEREIRA, Maurício. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Como a doença se comporta sem a intervenção do homem. O vocábulo “natural” tem a conotação de processo sem a intervenção do homem, mas este pode modificar o curso por meio de medidaspreventivas e curativas. Modelo unicausal X Modelo multicausal. História natural da doença Determinantes: Físico-químicos (temperatura, umidade) Biológicos (acidentes, infecções) Sociais/econômicos (comportamento, organização social, renda)Biológicos (microrganismos) Químicos (mercúrio, álcool, medicamentos) Físicos (mecânicos, térmicos, radiação) Nutricionais (carência, excessos) Idade, sexo/gênero, estado civil, ocupação, escolaridade, características genéticas, história patológica pregressa, estado imunológico, estado emocional Tríade epidemiológica Fonte: adaptado de: URQUIJO et al. 1974; ROJAS, 1978. Hospedeiro Agente Meio Ambiente Fase inicial (suscetibilidade) período epidemiológico ou pré-patogênico Fase pré-clínica Fase clínica período patogênico Fase de incapacidade residual História natural da doença Fonte: adaptado de: Leavell; Clark (1976). PERÍODO PATOGÊNICO PERÍODO PRÉ-PATOGÊNICO Curso da doença no organismo humano Doença precoce discernível Doença avançada Convalescença Alterações precoces Fase clínica Fase patológica pré-clínica Fase residual Morte Invalidez Cronicidade Limiar clínico Recuperação Antes de o indivíduo adoecer Interação de agentes mórbidos, o hospedeiro humano e os fatores ambientais Fase de suscetibilidade Fase inicial (suscetibilidade) História natural em gestação: ainda não há a doença propriamente dita, mas já existem condições que favorecem seu aparecimento. Fatores potencialmente causadores da doença. Fonte: adaptado de: Leavell; Clark (1976). Fase patológica pré-clínica (subclínica) Ainda está no estágio de ausência de sintomatologia, embora o organismo já apresente alterações patológicas (screening). Fonte: adaptado de: Leavell; Clark (1976). Conteúdo Fase patológica clínica Ao se manifestar clinicamente, a doença já se encontra em estágio avançado. Fonte: adaptado de: Leavell; Clark (1976). Doença não evoluiu para a morte nem foi curada, ocorrem as sequelas dela. Paciente fumante desenvolveu um quadro de DPOC; evoluiu para a insuficiência respiratória; passou a apresentar severa limitação funcional (fase de incapacidade residual). Fase de incapacidade residual Compreensão do gradiente que caracteriza o processo saúde-doença, para colocar os indivíduos em diferentes categorias, em função dos riscos e dos danos à saúde que apresentem, bem como para localizar ações preventivas e curativas em diversos momentos. Utilidade da divisão da história natural em fases Prevenção primária 1º nível (promoção à saúde) 2º nível (proteção específica) Prevenção secundária 3º nível (diagnóstico e tratamento precoce) 4º nível (limitação do dano) Prevenção terciária 5º nível (reabilitação) Medidas preventivas (Leavell e Clark, 1976) Promoção de saúde – inespecífica Saneamento básico Habitação adequada Recreação e lazer Remuneração adequada Condições de trabalho seguras Educação sexual Planejamento familiar Prevenção primária – 1º nível HISTÓRIA NATURAL E PREVENÇÃO DE DOENÇAS (*) Inter-relação entre AGENTE, SUSCETÍVEL E AMBIENTE que produzem ESTÍMULO à doença Morte HORIZONTE CLÍNICO Período de pré-patogênese Período de patogênese Prevenção Primária Prevenção Secundária Prevenção Terciária NÍVEIS DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS INTERAÇÃO • SUSCETÍVEL- ESTÍMULO REAÇÃO • Recuperação Alteração de tecidos Defeito, invalidez Sinais e Sintomas PROMOÇÃO DE SAÚDE PROTEÇÃO ESPECÍFICA DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO IMEDIATO LIMITAÇÃO DE INCAPACIDADE REABILITAÇÃO Fonte: adaptado de: Leavell; Clark (1976). Proteção específica Acompanhamento pré-natal Vacinação Controle de vetores Cloração da água Aconselhamento genético Proteção contra acidentes Prevenção primária – 2º nível HISTÓRIA NATURAL E PREVENÇÃO DE DOENÇAS (*) Inter-relação entre AGENTE, SUSCETÍVEL E AMBIENTE que produzem ESTÍMULO à doença Morte HORIZONTE CLÍNICO Período de pré-patogênese Período de patogênese Prevenção Primária Prevenção Secundária Prevenção Terciária NÍVEIS DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS INTERAÇÃO • SUSCETÍVEL- ESTÍMULO REAÇÃO • Recuperação Alteração de tecidos Defeito, invalidez Sinais e Sintomas PROMOÇÃO DE SAÚDE PROTEÇÃO ESPECÍFICA DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO IMEDIATO LIMITAÇÃO DE INCAPACIDADE REABILITAÇÃO Fonte: adaptado de: Leavell; Clark (1976). Diagnóstico e tratamento precoce Inquérito para descoberta de casos na comunidade Exames periódicos para detecção precoce dos casos Tratamento para evitar a progressão da doença Prevenção secundária – 3º nível HISTÓRIA NATURAL E PREVENÇÃO DE DOENÇAS (*) Inter-relação entre AGENTE, SUSCETÍVEL E AMBIENTE que produzem ESTÍMULO à doença Morte HORIZONTE CLÍNICO Período de pré-patogênese Período de patogênese Prevenção Primária Prevenção Secundária Prevenção Terciária NÍVEIS DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS INTERAÇÃO • SUSCETÍVEL- ESTÍMULO REAÇÃO • Recuperação Alteração de tecidos Defeito, invalidez Sinais e Sintomas PROMOÇÃO DE SAÚDE PROTEÇÃO ESPECÍFICA DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO IMEDIATO LIMITAÇÃO DE INCAPACIDADE REABILITAÇÃO Fonte: adaptado de: Leavell; Clark (1976). Limitação do dano Tratamento para evitar futuras complicações Evitar morte ou sequelas Prevenção secundária – 4º nível HISTÓRIA NATURAL E PREVENÇÃO DE DOENÇAS (*) Inter-relação entre AGENTE, SUSCETÍVEL E AMBIENTE que produzem ESTÍMULO à doença Morte HORIZONTE CLÍNICO Período de pré-patogênese Período de patogênese Prevenção Primária Prevenção Secundária Prevenção Terciária NÍVEIS DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS INTERAÇÃO • SUSCETÍVEL- ESTÍMULO REAÇÃO • Recuperação Alteração de tecidos Defeito, invalidez Sinais e Sintomas PROMOÇÃO DE SAÚDE PROTEÇÃO ESPECÍFICA DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO IMEDIATO LIMITAÇÃO DE INCAPACIDADE REABILITAÇÃO Fonte: adaptado de: Leavell; Clark (1976). Reabilitação Terapia ocupacional Fisioterapia Dietas especiais Reintegração social Educação visando ao aproveitamento da capacidade remanescente Prevenção terciária – 5º nível HISTÓRIA NATURAL E PREVENÇÃO DE DOENÇAS (*) Inter-relação entre AGENTE, SUSCETÍVEL E AMBIENTE que produzem ESTÍMULO à doença Morte HORIZONTE CLÍNICO Período de pré-patogênese Período de patogênese Prevenção Primária Prevenção Secundária Prevenção Terciária NÍVEIS DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS INTERAÇÃO • SUSCETÍVEL- ESTÍMULO REAÇÃO • Recuperação Alteração de tecidos Defeito, invalidez Sinais e Sintomas PROMOÇÃO DE SAÚDE PROTEÇÃO ESPECÍFICA DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO IMEDIATO LIMITAÇÃO DE INCAPACIDADE REABILITAÇÃO Fonte: adaptado de: Leavell; Clark (1976). História natural das doenças Doenças infecciosas e parasitárias Doenças crônicas não transmissíveis Agente infeccioso Transmissão do agente causador vivo entre dois hospedeiros Fatores de risco não modificáveis e modificáveis Brasil → doenças da modernidade: doenças crônico-degenerativas + violência. → Doenças do subdesenvolvimento: doenças transmissíveis. DCNT → características – patologias caracterizadas pela ausência de microrganismos, ou seja, é uma doença não infecciosa, como também pelo longo curso clínico e irreversibilidade. Agentes – fatores de risco. Transição epidemiológica Fatores demográficos Fatores econômicos Fatores sociais Todas as doenças, independentemente de serem infecciosas ou DCNT, são epidemiologicamente descritas de modo similar quanto às variáveis biológicas, ambientais, espaciais ou temporais. Epidemiologia de DCNT/DC degenerativas NATALIDADE ENVELHECIMENTO Constitui(em) medida(s) de prevenção secundária: a) Vacinação. b) Campanhas de prevenção aos acidentes de trânsito. c) Inquéritos populacionais para identificação de casos. d) Terapia ocupacional. e) Aconselhamentogenético. Interatividade Constitui(em) medida(s) de prevenção secundária: a) Vacinação. b) Campanhas de prevenção aos acidentes de trânsito. c) Inquéritos populacionais para identificação de casos. d) Terapia ocupacional. e) Aconselhamento genético. Resposta O alvo de um estudo epidemiológico é sempre uma população humana, que pode ser definida em termos geográficos ou outro qualquer. Ex.: um grupo de pacientes hospitalizados, ou trabalhadores de uma indústria, ou a população de um município podem constituir uma unidade de estudo. Baseia-se em dados, que podem ser obtidos em diferentes fontes. Epidemiologia como ferramenta Por que é importante quantificar a frequência com que os problemas de saúde ocorrem em populações humanas? Como a epidemia está evoluindo? Em relação às atividades de prevenção, são observados os efeitos esperados? Tratamentos disponíveis aumentam a sobrevida do doente? Políticas de saúde voltadas para o controle da doença são adequadas? Resposta: identificar padrões e tendências que auxiliem no desenvolvimento de ações de prevenção, promoção da saúde e controle de doenças na população. Medidas de frequência de doença Descrevem as condições de saúde da população. Medem a frequência com que ocorrem os problemas de saúde em populações humanas. Números absolutos de casos de doenças ou mortes não levam em conta o tamanho da população. Os indicadores de saúde são construídos por meio de razões (frequências relativas), em forma de proporções ou coeficientes. Frequência – dimensões do tempo, do espaço e da população. Indicadores de saúde É um dos importantes indicadores de saúde. Conjunto de casos de uma dada doença ou a soma de agravos à saúde que atingem um grupo de indivíduos. Medir morbidade nem sempre é uma tarefa fácil, pois são muitas as limitações que contribuem para essa dificuldade, como a subnotificação. Para fazer essas mensurações, utilizam-se principalmente as medidas de incidência e prevalência. Morbidade A incidência representa a frequência com que surgem novos casos de uma determinada doença em um intervalo de tempo. É uma medida dinâmica (análoga a um filme). Interpretação: probabilidade, ou RISCO, de um indivíduo desenvolver a doença durante um período de tempo específico. Incidência Fonte: adaptado de: PINHO, Judith Rafaelle Oliveira (org.). Conceitos e ferramentas da epidemiologia (Cadernos de Saúde da Família n. 2). São Luís: EDUFMA, 2015. INCIDÊNCIA = X CONSTANTE Número de casos novos em determinado período Número de casos expostos ao risco no mesmo período Incidência Frequência de casos de dengue em duas cidades Localidade Número de novos casos Período População Cidade A 60 2014 25000 Cidade B 35 2014-2015 7000 Incidência cidade B = 35/7000 = 0,005 (X 10.000) 50 novos casos em dois anos 25 novos casos em um ano Incidência cidade A = 60/25.000 = 0,0024 (X 10.000) 24 novos casos em um ano A população em investigação em um estudo de incidência é referida como uma coorte. Estudo de incidência – estudo longitudinal (indivíduos acompanhados pelo tempo). Estudos de incidência Representa a proporção de indivíduos de uma população que é acometida por uma determinada doença ou agravo em um determinado momento. Medida estática (análoga a uma fotografia). Interpretação: a prevalência mede o peso (força) de uma doença em uma população. Prevalência Fonte: PINHO, Judith Rafaelle Oliveira (org.). Conceitos e ferramentas da epidemiologia (Cadernos de Saúde da Família n. 2). São Luís: EDUFMA, 2015. PREVALÊNCIA = X CONSTANTE Número de casos novos e preexistentes em determinado período Número de pessoas expostas ao risco no mesmo período Prevalência Prevalência de hipertensão na população de 30-69 anos segundo grupos etários de um estudo hipotético no ano de 1999 Grupo etário (anos) Casos Amostra Prevalência (X100) 30-49 229 8494 2,70 40-49 319 5774 5,52 50-59 568 4486 12,66 60-69 539 3093 17,43 Total 1655 21847 7,57 Prevalência 30-39 anos = 229/8494 = 0,0269 (X 100) 2,70 casos de hipertensão Estudos de prevalência – estudos transversais (as pessoas são estudadas em um ponto no tempo/corte transversal). Estudos de prevalência Fatores que influenciam na prevalência Fonte: adaptado de: BONITA, R; BEAGLEHOLE, R. KJELLSTRÖM, T. Epidemiologia Básica. 2. ed. São Paulo: Santos, 2010. Fatores que podem influenciar as taxas de prevalência Diminuído devido a: Menor duração da doença Maior letalidade da doença Redução de novos casos (diminuição da incidência) Imigração de pessoas sadias Emigração de casos Aumento da taxa de cura da doença Aumentado devido a: Maior duração da doença Aumento da sobrevida do paciente, mesmo sem a cura da doença Aumento de novos casos (aumento da incidência) Imigração de casos Emigração de pessoas suscetíveis Melhora dos recursos diagnósticos (melhora do sistema de registro) Coeficiente de mortalidade geral = m/P X 1000. Razão entre o total de óbitos e a população de uma área, em um determinado período de tempo. Caso particular de incidência quando o evento de interesse é a morte e não o adoecimento. É um bom indicador do estado sanitário de uma população. Ex.: Em 2000, 946.686 óbitos no Brasil, população brasileira = 169.799.170. Mortalidade Mortalidade Indicador de mortalidade Descrição Coeficiente de mortalidade geral Número de óbitos totais em todas as faixas etárias, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Coeficiente de mortalidade infantil Número de óbitos de menores de 1 ano de idade, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Coeficiente de mortalidade neonatal precoce Número de óbitos de 0 a 6 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Coeficiente de mortalidade tardia Número de óbitos de 7 a 27 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Coeficiente de mortalidade pós-natal Número de óbitos de 28 a 364 dias de vida completos, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Coeficiente de mortalidade materna Número de óbitos maternos, por 100 mil nascidos vivos de mães residentes em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Coeficiente de mortalidade específico Distribuição percentual de óbitos por grupos de causas definidas, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado Fonte: PINHO, Judith Rafaelle Oliveira (org.). Conceitos e ferramentas da epidemiologia (Cadernos de Saúde da Família n. 2). São Luís: EDUFMA, 2015. Endemia – habitual presença de uma doença em uma determinada área geográfica. Independe da frequência (pode ser alta ou baixa). Sistema de vigilância epidemiológica – detectar o nível endêmico. Processo epidêmico: doença endêmica e epidemia Fonte: adaptado de: Gordis (1934). “Endemic” Time N o . O f c a s e s o f a d is e a s e Epidemia – aumento de ocorrência da doença, acima do padrão esperado em uma comunidade ou em um grupo de pessoas. Não apresenta obrigatoriamente um grande número de casos, mas o excesso de casos quando comparado à frequência habitual de uma doença em uma localidade. Epidemia “Epidemic” Fonte: adaptado de: Gordis (1934). “Endemic” Time N o . O f c a s e s o f a d is e a s e Um município brasileiro registrou 200 casos de tuberculose em 2020, incluindo os casos novos e os com tratamento em curso. De acordo com esses dados, pode-se afirmar que: a) A incidência da doença foi maior que a prevalência. b) A prevalência da doença foi igual à incidência. c) Não é possível calcular a prevalência de casos. d) Houve incidência de 200 casosde tuberculose. e) Houve prevalência de 200 casos de tuberculose. Interatividade Um município brasileiro registrou 200 casos de tuberculose em 2020, incluindo os casos novos e os com tratamento em curso. De acordo com esses dados, pode-se afirmar que: a) A incidência da doença foi maior que a prevalência. b) A prevalência da doença foi igual à incidência. c) Não é possível calcular a prevalência de casos. d) Houve incidência de 200 casos de tuberculose. e) Houve prevalência de 200 casos de tuberculose. Resposta ALMEIDA FILHO, N.; ROUQUARYOL, M. Z. Introdução à epidemiologia. Rio de Janeiro: Editora Médica e Científica, 1992. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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