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METABOLISMO DOS FÁRMACOS Amanda Liberato 4° período – Farmacologia 1 ABSORÇÃO DOS FÁRMACOS Processos físicos como difusão, transporte transmembranal, participação entre o tecido adiposo e outros tecidos e ligação às proteínas são considerados a base de cada processo de absorção e distribuição do fármaco. A disponibilidade dos medicamentos é dividida em quatro etapas distintas, denominadas "ADME": → A: Absorvido do local de administração; → D: De acordo com a distribuição dos organismos; → M: Metabolismo; → E: Eliminar. Em relação ao processo de absorção, pode- se afirmar que o fármaco é transferido do local de administração para o sangue. Quanto mais rápida for a absorção, menor será o tempo necessário para atingir a concentração plasmática máxima. VIA DE ADMINISTRAÇÃO ORAL O medicamento engolido dificilmente é absorvido até atingir o intestino delgado. No caso das drogas polares, como no caso da administração sublingual, são absorvidas diretamente pela boca. Pense nas bases fortes com um pKa de 10 ou mais como aquelas que são mais absorvidas no intestino. Aqueles ácidos fortes com pKa menor que 3 são mais facilmente absorvidos pelo estômago. Para chegar ao fígado, a droga é absorvida pela veia esplênica no estômago ou pela veia mesentérica superior no intestino. Portanto, a droga passa pela junção da veia esplênica e da veia mesentérica superior. Em seguida, ele entra na veia cava inferior e, em seguida, entra na circulação sistêmica. Quando passa pelo fígado e pela veia porta, o fármaco é reorganizado pelo complexo enzimático para se distribuir no corpo. Se voltar a cair no fígado ou no intestino, passará por um processo denominado biotransformação. Processo de reação bioquímica pelo qual a droga precisa passar para obter propriedades suficientes para ser eliminada pelos rins. O fígado é responsável por esse processo. Ele pode ativar drogas, potencializar seus efeitos, ativar o princípio de inativação, converter pró-drogas em drogas ativas ou converter drogas solúveis em gordura que não são excretadas em drogas solúveis em água para secreção. Portanto, o medicamento passa por um processo de encurtamento de sua meia- vida e torna-se polar, o que leva a uma diminuição do tempo de permanência do medicamento no corpo e reduz seu acúmulo plasmático. Estágios de biotransformação: → A primeira etapa: chamada de dissolução com água. Ocorre quando a droga sofre reações de oxidação, redução, hidrólise e hidroxilação. Para obter características hidrossolúveis, esta etapa utiliza a exposição de grupos funcionais ou sua introdução na droga. É nesta fase que o complexo de enzimas hepáticas funciona. → Fase II: denominado estágio de conjugação. Ocorre em reações anabólicas, que formam ligações covalentes com compostos endógenos dos grupos funcionais do fármaco. Nenhum complexo enzimático está envolvido neste estágio. Com isso, o fármaco é inativado e sua polaridade aumenta, promovendo sua excreção. FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO GASTROINTESTINAL Os principais fatores que influenciam as mudanças na absorção do medicamento incluem: conteúdo intestinal (estado de jejum ou alimentação); motilidade gastrointestinal; fluxo sanguíneo esplênico; tamanho da partícula e formulação específica; fatores físicos e químicos e interações medicamentosas. A motilidade gastrointestinal afeta completamente a fase de absorção da droga. Em alguns casos, os medicamentos irão alterar esse movimento, aumentando ou diminuindo-o. O movimento intestinal muda completamente essa absorção. Portanto, alguns medicamentos geralmente são melhor absorvidos após as refeições, o que se deve ao aumento do fluxo sanguíneo no baço. Nestes conceitos de alteração da absorção de drogas, dois termos importantes podem ser encontrados: biodisponibilidade e bioequivalência. No entanto, quando o fármaco está presente na luz do intestino delgado ele precisa passar por diversas barreiras, como a mucosa intestinal e enzimas do fígado e do intestino, até encontrar a circulação sistêmica. Dessa forma, a biodisponibilidade consiste em uma fração (F) da dose oral que consegue atingir a circulação sistêmica no formato de fármaco intacto, sendo levado em consideração a absorção e a metabolização. Já a bioequivalência, é quando um fármaco recebe avaliação em cima da sua concentração máxima e o tempo entre a administração das doses. Com essas informações, os serviços de vigilâncias são capazes de aprovar ou não os medicamentos como produtos genéricos bioequivalentes em relação à patente que desenvolveu o fármaco. CONCEITOS → Solubilidade dos fármacos: utiliza o coeficiente de participação óleo/água que é capaz de descrever a razão entre a fração do fármaco dissolvida em óleo pela fração que é dissolvida em água. Quanto menor for esse coeficiente, menor será a lipossolubilidade e menor será sua absorção. Paralelo a isso, quanto maior for o coeficiente de participação, maior será a solubilidade e maior será a absorção. → Grau de ionização: o pKa e o pH do meio são responsáveis por definir o grau da absorção. pKa consiste na constante de dissociação, ou seja, a capacidade do fármaco de se ionizar no meio aquoso. Quanto maior o grau de ionização, menor o grau de ionização. Fármacos de caráter básico em meio ácido é condizente com pouca absorção. Fármacos básicos em pH básico, são altamente absorvidos. No entanto, fármacos ácidos são melhor absorvidos em pH ácidos se comparar com o meio básico. DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS Acontece de forma reversível e segue o caminho do sangue para os tecidos. Para que sejam distribuídos, os fármacos podem estar na forma livre ou na sua forma complexada, ou seja, ligados à proteínas plasmáticas. Alguns fatores interferem diretamente nessa distribuição, são eles: → pH do meio e pKa do fármaco; → Solubilidade; → Ligação dentro dos reservatórios; → Ligação às proteínas plasmáticas; → Permeabilidade através das barreiras biológicas; → Perfusão sanguínea. No entanto, quanto mais for a perfusão, maior será a capacidade distributiva do sangue. Dessa forma, somente os fármacos que estiverem em sua forma livre conseguem atingir o seu objetivo. Isso se dá, devido à barreira endotelial do vaso sanguíneo que não permite a passagem do complexo proteína-fármaco. Contudo, quanto maior for a afinidade do fármaco às proteínas plasmáticas, menor será sua distribuição e, consequentemente, menor será seu metabolismo, o que aumenta o tempo de ação do fármaco. Ainda, quanto mais baixa for essa afinidade, maior será sua distribuição e seu metabolismo, o que reduz o tempo de ação do fármaco. Para isso, há três fatores importantes que determinam essa afinidade: concentração do fármaco, concentração das proteínas e a afinidade do fármaco pelos locais de ligação. Assim, os fármacos que possuem afinidades diferentes pelo mesmo sítio de ligação irão competir pelo mesmo local e um deslocará o outro. Ainda, é possível dizer que a competição entre dois fármacos à ligação às proteínas plasmáticas resulta em um aumento da fração livre de um ou ambos os fármacos, o que resulta na intensificação da resposta farmacológica ou na resposta toxicológica. PARA NÃO ESQUECER: → Fármacos ácidos se ligam a albumina; → Fármacos básicos se ligam a a1- glicoproteína ácida. → Fármacos lipossolúveis: conseguem atravessar a membrana endotelial com maior facilidade. → Quanto maior for a perfusão tecidual, maior será a velocidade da distribuição de um fármaco. → Fármacos polares e com alto peso molecular dificilmente são capazes de atravessar a membrana endotelial e a velocidade da distribuição é limitada pela taxa de difusão.
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