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Material de Estudo Dirigido de Direito Processual do Trabalho 
Professores Ramiro Luiz Pereira da Cruz e Gisele Leite
Data: 23.08.2021.
Questionário.
1. Quais são os meios de impugnação no direito processual do trabalho?
Resposta: Não se restringe ao recurso. São todos os mecanismos para atacar as decisões judiciais proferidas pelos órgãos jurisdicionais e compreendem, a saber:
a) Ações autônomas de impugnação (que buscam impugnar a decisão judicial, criando nova relação processual), como exemplo temos a ação rescisória, mandado de segurança, ação anulatória, habeas corpus e, etc.
b) Os sucedâneos recursais que não se incluem no conceito de recurso, nem de ação autônoma de impugnação. Portanto, trata-se de conceito residual e, incluem-se: providências corretivas (para os erros materiais tais como erro de grafia previstos nos artigos 833 e 897 CLT; as providências ordenadoras de procedimento; correição parcial, reexame necessário, pedido de reconsideração, dentre outros recursos.
2. Qual é o conceito de recurso? E sua natureza jurídica?
Resposta: A doutrina não é pacífica nem uniforme sobre a conceituação de recursos. Segundo José Carlos Barbosa Moreira é o remédio voluntário, idôneo a ensejar dentro do mesmo processo a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial a que se impugna. (In: MOREIRA, J.C. Barbosa. Comentários ao CPC. 15ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, volume 5, p. 233).
Segundo um dos maiores processualistas vivo no país, José Eduardo Carreira Alvim, no direito brasileiro o recurso não é ato apenas da parte, porque mesmo quem não foi parte do processo pode recorrer, com é o caso de terceiro prejudicado (artigo 966, caput CPC) e do Ministério Público, quando atua como parte ou fiscal da ordem jurídica. Parte da doutrina identifica o recurso com a ação e outra o considera um direito em si mesmo, distinto do direito de ação. 
Betti entende que o poder de impugnar uma sentença é uma ação que das demais se difere pelas especiais características de seus elementos constitutivos e pela natureza da razão à qual é coordenada. Assim, elementos constitutivos de toda ação são um interesse e um correspondente poder, sendo o seu requisito a legitimação. 
Realmente, o recurso tem individualidade própria, com pressupostos específicos, mesmo porque, muitas vezes, alguém tem legitimação para interpor recurso, sem que a tivesse para propor a ação, sendo o recurso de terceiro prejudicado um irrefutável exemplo disso. (In: ALVIM, J.E. Carreira. Teoria Geral do Processo. 19ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 313 e seguintes).
3. Quem poderá manejar o recurso?
Resposta: Como remédio voluntário depende da manifestação da parte sucumbente, do terceiro interessado, do Ministério Público em decorrência da inércia peculiar do Judiciário. 
O sucumbente é a parte cuja demanda não foi acolhida, ainda que por motivo não atinente ao mérito. Para saber se a parte é sucumbente, precisa-se considerar o efeito prático da sentença, que são os concretos provimentos dotados, com os quais pronunciou sobre o objeto do processo.
É a sucumbência que dá a medida do interesse de recorrer e, só se recorre daquilo que se perdeu e, na medida do perdido. Porém, a lei confere legitimidade para recorrer mesmo para o réu revel, que nada pediu, e, portanto, nada lhe fora negado. O mesmo, se dá com o terceiro prejudicado, o qual por estar fora do processo, também nada pediu.
4. O reexame necessário pode ser considerado como recurso?
Resposta: Não, porque ocorre automaticamente, sem necessitar de provocação da Fazenda Pública.
5. Por que se considera o recurso como ato endoprocessual?
Resposta: Porque ocorre dentro da mesma relação jurídica processual, traduz a ideia de retorno, a reanálise da decisão judicial. E, retarda, portanto, o trâmite em julgado da decisão prolongando o estado de litispendência.
6. O retorno na mesma relação processual do processo significa nos mesmos autos?
Resposta: Não, uma vez que ao gravo de instrumento ocorre em autos separados, sem deixar de ser recurso e se mantém na mesma relação processual. 
7. Quais são os objetivos do recurso?
Resposta: A reforma da decisão judicial impugnada que pretende a modificação do julgado, isto é, a busca de decisão diferente da prolatada pelo órgão a quo. Está relacionada ao error in judicando, ou seja, ao erro no julgamento, sendo um vício de conteúdo.
A invalidação da decisão impugnada que contenha vício processual (formal), trata-se de error in procedendo, ou seja, erro de procedimento. E, visa a reforma da decisão, com a sua retirada do mundo jurídico e, que, em seu lugar, haja nova decisão judicial a ser proferida.
O esclarecimento que visar afastar a decisão obscura e/ou contradição da decisão. É galgado por meio de Embargos de Declaração.
A integração da decisão impugnada que visa complementar a prestação jurisdicional, suprimindo suas lacunas, o que ocorre, por exemplo, por meio dos embargos de declaração.
Obs.:
“No Brasil, por clara influência portuguesa, os embargos de declaração foram inicialmente consagrados no Regulamento 737, 1850, que regulava a matéria nos arts. 639, 641, 642 e 643.” 
Com o advento desse regulamento se admitia a oposição de embargos de declaração contra qualquer sentença que “apresentasse alguma obscuridade, ambiguidade ou contradição, ou em caso de ter omitido algum ponto que deveria ter sido objeto de condenação.”
Há divergências doutrinárias sobre a natureza jurídica dos embargos de declaração, alguns doutrinadores, negam que este meio processual seja um recurso, outros por sua vez afirmam que ele apresenta os requisitos necessários para ser classificado como tal.
Os argumentos contra a sua caracterização como recurso em sua maioria estão no fato de os embargos declaração não pleitearem a reforma da sentença atacada. Mas sim, terem meramente a função de afastarem a obscuridade, omissão ou contradição.
Abraçando esse entendimento, sustenta Sergio Bermudes que os embargos de declaração não têm como fim a correção do conceito da decisão judicial, 
mas apenas a reforma ou a correção da fórmula dessa manifestação do magistrado, razão pela qual deve ser visto como um mero procedimento incidente.
Não apenas Sergio Bermudes, há outros doutrinadores não concordam com a classificação de embargos de declaração como recurso, dentre eles Antonio Cláudio da Costa Machado, Reis Freire, entre outros.
Em direção oposta a esses argumentos, a corrente que admite a condição de recurso dos embargos de declaração afirma que o efeito devolutivo não se exprime apenas por ser analisado por órgão hierarquicamente superior e sim a devolução da matéria pelo judiciário:
Em primeiro lugar, quanto ao efeito devolutivo, certo é que ele se faz presente não apenas quando o processo é encaminhado para apreciação de órgão de nível hierárquico superior, mas sempre que for devolvido ao Poder Judiciário para que novamente se manifeste, quer por meio de outro órgão, quer por aquele que proferiu a decisão atacada. 
Desse modo, há, sim, devolução nos embargos de declaração, a garantir a presença do denominado efeito devolutivo.
Por sua vez, refutando as alegações que a falta de preparo o descaracteriza como recurso, a doutrina a favor da condição dos embargos de declaração como remédio recursal afirmam que outros recursos também não precisam de preparo e sua classificação como recurso é pacífica.
Outro ponto não pacífico na doutrina quanto a natureza jurídica dos embargos de declaração é o fato de ambas as partes tanto vencedor quanto vencido poderem interpor esse remédio processual, os doutrinadores que são contra alegam que isso fere o pressuposto de legitimidade e interesse o descaracterizando como recurso, 
Porém a doutrina a favor refuta essa corrente se baseando que é de interesse de ambas as partes aspirar por uma sentença sem vícios de obscuridade, omissão e contradição.
Por fim, o argumento mais importante dos doutrinadores que refutam a natureza recursal dos embargos de declaração está na sua função não reformadora, sendo apenasresponsável por afastar a omissão, obscuridade ou a contradição da decisão. Isso como ressalta a doutrina a favor em regra é verdade. Porém os embargos de declaração podem sim ter efeitos reformadores, basta o vício se sanado modificar a sentença, não sendo regra, mas eventualmente podem os embargos de declaração ter efeito infringente.
8.Como se pode classificar os recursos?
Resposta: Quanto o objeto mediato do recurso (ordinário e extraordinário); O recurso ordinário visa à tutela do direito subjetivo (interesse particular da parte) de modo que permite a rediscussão ampla da matéria seja de direito, seja de fato.
Recursos que são fundamentados no mero inconformismo com a decisão judicial, como por exemplo, o recurso ordinário, agravo de petição, embargos de declaração, agravo interno e/ou regimental, pedido de revisão e agravo de instrumental.
Recurso extraordinário funda-se na tutela do direito objetivo (lei) buscando sua exata aplicação. Visam a aplicação exata da lei e, por isso, impedem a verificação fática, inclusive o reexame de provas, restando restrito à análise do direito (vide a súmula 126 TST).
É o caso do recurso de revista e embargos para o SDI (A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais).
A classificação quanto à fundamentação pode ser de fundamentação livre (quando não se ligar a certo defeito ou vício da decisão judicial) e, a lei não exige que se aponte especificamente o que vício. Basta que a parte não se conforme com a decisão impugnada. É o caso do recurso ordinário.
De fundamentação vinculada é aquela em que a lei exige que o recorrente indique algum vício específico na decisão impugnada.
Não se pode alegar, nenhuma matéria, mas apenas aquelas expressamente descritas na lei. Exemplos: embargos de declaração em que a parte deve, obrigatoriamente, demonstrar a presença de omissão, contradição e obscuridade na decisão impugnada; recurso de revista, no qual se deve demonstrar a violação da lei federal ou Constituição ou a divergência jurisprudencial.
Obscuridade: consiste na falta de clareza do julgado, tornando-se difícil fazer uma exata interpretação. Verifica-se a obscuridade quando o julgado está incompreensível no comando que impõe e na manifestação de conhecimento e vontade do juiz. 
A obscuridade pode ainda se situar na fundamentação ou no decisum do julgado; pode faltar clareza nas razões de decidir ou na própria parte decisória.
Contradição: consiste na existência de proposições entre si inconciliáveis. Ressalte-se que a contradição e a afirmação conflitante, que pode ocorrer entre proposições contidas na motivação, na parte decisória, ou, ainda, entre alguma proposição enunciada nas razões de decidir e o dispositivo, bem como pode ocorrer a contradição entre a ementa e o corpo do acórdão.
A jurisprudência tem entendido que contradição, suscetível de ser reparada por embargos de declaração, é a que se instala entre os próprios termos da decisão embargada. 
Não é possível, através de embargos, reparar possível contradição entre o que foi decidido e o que consta de determinado texto legal. (RJTJSP 169/261).
Omissão: consiste na falta de pronunciamento judicial sobre ponto ou questão suscitado pelas partes, ou que o juiz ou juízes deveriam se pronunciar de ofício. 
Assim, a omissão na decisão se caracteriza pela falta de atendimento aos requisitos previstos no artigo 458 do Código de Processo Civil de 1973 (atual artigo 489 CPC/2015). 
Todavia, não se pode confundir questão ou ponto com fundamento ou argumento que servem de base fática, lógica para a questão ou ponto, pois o juiz não está obrigado a examinar todos os fundamentos das partes, sendo importante que indique somente o fundamento que apoiou sua convicção no decidir. 
Conclui-se, assim, que as questões que o juiz não pode deixar de decidir são todas as questões relevantes postas pelas partes para a solução do litígio, bem como as questões de ordem pública, as quais o juiz deve resolver de ofício. Deixando de apreciar algum desses pontos, ocorre a omissão.
A jurisprudência tem entendido não se caracterizar como omissão a motivação sucinta, pois esta não se confunde com a falta de motivação (RJTJSP 169/261).
Tem a jurisprudência, de outra parte, considerado como omissão a não-apreciação de pedido de uniformização de jurisprudência (RJTJSP 157/251); a não-apreciação quanto ao pedido de desistência, manifestado antes do julgamento da causa (RJTJ 58/80); o silêncio quanto à verba para honorários pleiteada pelo vencedor.
Com a alteração introduzida pela Lei n. 8.950/1994, suprimiu-se a dúvida como defeito no julgado, o qual possibilitava a interposição dos embargos declaratórios. Tal supressão veio em boa hora, já que a dúvida está subsumida às figuras da obscuridade e da contradição. 
Essa hipótese era muito criticada pela doutrina e jurisprudência, pois a dúvida é um estado de espírito, de natureza subjetiva, entre a afirmação e a negação. 
Esse estado de espírito nasce na mente de quem lê uma decisão e a interpreta; não existe objetivamente, sendo que o que existe de objetivo é a obscuridade ou contradição encontrada no julgado, da qual, consequentemente, nascerá a dúvida. 
Portanto, não havia razão alguma para se manter a dúvida como categoria autônoma ou requisito indispensável à propositura do recurso, porque, como já salientado, ela não passa de uma variante da obscuridade ou da contradição.
Logo, embargos declaratórios fundados somente na dúvida não são mais cabíveis. 
Nesse sentido é a jurisprudência: "Nos termos da Lei Federal n. 8.950, de 1994, na parte que alterou o artigo 535 do Código de Processo Civil, a dúvida não mais dá ensejo à declaração, mas somente à omissão, à obscuridade e à contradição."
(RJTJSP 171/245).
Quanto à extensão da matéria impugnada, pode ser recurso total ou parcial. Total quando abranger toda a parcela em que a parte recorrente foi sucumbente. A abrangência total está ligada à parte sucumbente em que foi vencido e, não, necessariamente, ao conteúdo total da decisão impugnada.
Exemplo: Reclamante postula horas extras, décimo-terceiro salário e férias mais 1/3 sendo o julgado procedente apenas o pedido de férias mais 1/3. 
Nesse caso, o reclamante pode apresentar recurso sobre as horas extras e o décimo-terceiro salário, seu recurso será total, pois o recurso impugnou todos os objetos no que foi sucumbente.
Recurso parcial quando o recurso impugna somente parte do objeto em que foi sucumbente a decisão judicial.
No caso do reclamante somente as horas extras, deixando de transitar em julgado a improcedência do pedido referente ao décimo-terceiro salário.
Quanto à independência poderá o recurso ser independente (principal) ou subordinado (adesivo). 
O recurso principal é aquele que tem vida própria, condicionando-se, somente aos seus pressupostos de admissibilidade para que seja alcançado o mérito do recurso.
Recurso subordinado ou adesivo como se sabe, dependente da admissibilidade desse último para que seja conhecido.
9. Como é previsto o recurso adesivo?
Resposta: No artigo 977, §§1º e 2º do CPC/2015 aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho. Com efeito, havendo interposição do recurso principal, o recorrido será intimado para contrarrazoá-lo, podendo nessa oportunidade apresentar as contrarrazões e o recurso adesivo.
O inciso I do §2º do artigo 997 CPC vigente declina que o recurso adesivo será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto no prazo que a parte dispõe para responder.
Isso não significa que as contrarrazões e o recurso adesivo devam ser interpostos em um único momento, admitindo a doutrina que sejam interpostos em momentos distintos, desde que dentro do prazo de oito dias que é o prazo para o recurso principal no processo do trabalho. 
A propósito, pode a parte até mesmo deixar de apresentar as contrarrazões e se limitar a interpor o recurso adesivo. Portanto, o recurso adesivo quando interposto no prazo das contrarrazões.
Atente-se ainda que a Fazenda Pública, o Ministério Público e, a Defensoria Pública têmprazo dobrado para se manifestarem no autos (CPC/2015, artigos 180, 183 e 186), o que inclui as contrarrazões e, a interposição de recurso. Portanto, possuem dezesseis dias.
Em 11 de novembro de 2017 entrou em vigor a Lei Federal nº 13.467, de 2017, que alterou diversos dispositivos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e entre uma das alterações mais significativas está a nova contagem de prazos no âmbito do processo do trabalho em razão da alteração da redação do art. 775 in verbis:
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017);
§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017); I - quando o juízo entender necessário; (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017); II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017).
§ 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito. (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Assim, desde a data de 13 de novembro de 2017, o primeiro dia útil de vigência da referida lei que alterou a CLT, todos os prazos processuais passaram a ser contados em dias úteis e não mais corridos, como anteriormente.
O mais importante é de se notar que o último dia de contagem do prazo contínuo ocorreu nos casos publicados na data de 09 de novembro de 2017, cuja contagem começo na data do dia 10 de novembro.
Outra novidade quanto a contagem de prazo com a nova redação do art. 775 da CLT é a possibilidade de prorrogação dos prazos processuais caso o juízo assim o entenda necessário ou por motivo de força maior comprovada.
Por fim o § 2º do art. 775, permite também ao juiz alterar os prazos processuais e a ordem da produção de provas “adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito”.
O recesso forense e o art. 220 do CPC, que prevê a suspensão dos prazos dos dias 20/12 a 20/01, coexistem, como esclarece o Conselho Nacional de Justiça, na Resolução 244/2016. 
Desse modo, em síntese: a) no recesso forense (20/12 a 06/01) não há expediente forense, há apenas o plantão judiciário para medidas urgentes; e b) no período de suspensão dos prazos processuais, entre os dias 20/12 a 20/01 (art. 220 do CPC) ficam suspensos apenas os prazos processuais, as audiências e sessões de julgamento. 
Excetuado o período de recesso forense e ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por Lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições normalmente durante esse período.
O art. 221 do CPC dispõe que se suspende o curso do prazo por obstáculo criado pela parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 313 do CPC, quais sejam: morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; pela convenção das partes; pela arguição de impedimento ou de suspeição; pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas; quando a sentença de mérito depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente ou tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo; por motivo de força maior; quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo; nos demais casos regulados pelo CPC. 
Nesses casos, o prazo será restituído por tempo igual ao que faltava para sua complementação.
Principais prazos trabalhistas:
Envio da petição inicial ao reclamado – Art. 841, CLT 48 horas
Defesa verbal – Art. 847, CLT 20 minutos
Razões finais – Art. 850, CLT 10 minutos
Recurso ordinário – Art. 895, CLT 8 dias
Recurso de revista – Art. 896, CLT 8 dias
Agravo de petição – Art. 897, a, CLT 8 dias
Agravo de instrumento – Art. 897, b, CLT 8 dias
Observação:
TST afasta prazo em dias úteis em recurso contra decisão anterior à Reforma Trabalhista
A decisão objeto do recurso foi publicada um dia antes da vigência da nova lei.
A Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento ao recurso considerado intempestivo (fora do prazo) porque o empregado que o interpôs fez a contagem do prazo de interposição em dias úteis, e não em dias corridos. 
Embora a Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) tenha alterado a contagem do prazo, a decisão objeto do recurso havia sido publicada em 10/11/2017, e as alterações só entraram em vigor no dia seguinte, 11/11/2017.
A Ministra Cristina Peduzzi, Presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), editou o Ato TST.GP. nº 139 e o Ato CSJT.GP nº 56/2020, que prorrogam a suspensão dos prazos processuais na Justiça do Trabalho até o dia 30 de abril de 2020, em razão da necessidade de manutenção de isolamento social para reduzir a possibilidade de contágio do Novo Coronavírus causador da COVID-19.
Os prazos no TST, no CSJT e na Justiça do Trabalho de 1ª e 2º graus, já estavam suspensos por atos pontuais de cada Tribunal, e a situação em cada Região pode ser diferente no futuro.
Percebe-se que a regra geral relativa à contagem de prazos, é de que se conta a partir do conhecimento dos termos de comunicação. O artigo 775 da CLT, já citado, deixa evidente que se contam com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
Importante destacar também a Súmula 16 do TST, que afirma que nos casos de notificações postais, presume-se seu recebimento após 48 horas, sendo que esta orientação decorre do parágrafo único do artigo 774 da CLT, que determina que o Correio deve devolver a correspondência em que esta sendo feita a intimação em 48 horas, se o destinatário não for encontrado ou recusar o recebimento.
No direito do trabalho, existem ainda diversos prazos específicos para além do já citados, como por exemplo, quinze minutos de tolerância para o atraso do magistrado no comparecimento à audiência (art. 815 da CLT) e o prazo do oficial que tem nove dias para cumprir as diligências que lhe foram determinadas (721, §2º da CLT).
10. O recurso adesivo é modalidade de recurso?
Resposta: Não, mas a forma diferenciada de interposição de recurso. Nesse caso, a parte interporá, por exemplo, o recurso ordinário diferenciado, isto é, no prazo para apresentação de suas contrarrazões.
Apesar de a parte tenha o benefício de apresentar seu recurso em momento diferenciado, ele fica subordinado à admissibilidade do recurso principal para que seja conhecido.
Desse modo, se o recurso principal foi interposto fora do prazo recursal, este não será admitido, de modo que a análise do recurso subordinado ficará subordinado.
No processo do trabalho, o cabimento do recurso adesivo vem declinado na Súmula 283 TST in litteris:
“O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe o prazo de oito dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista, e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária”.
11. Quando será cabível o recurso adesivo no direito processual do trabalho?
Resposta: No recurso ordinário, agravo de petição, recurso de revista, embargos no TST.
12. Em quais hipóteses são admissíveis o recurso adesivo no processo do trabalho?
Resposta: A sucumbência recíproca que ocorre quando ambas as partes sejam vencedoras e vencidas no objeto da decisão impugnada, ou seja, ocorre procedência parcial dos pedidos.
A matéria do recurso adesivo não é necessária e veiculada no recurso interposto pela partecontrária.
Exemplo: Sentença julga procedente o pedido de férias e parcialmente o pedido de horas extras, sob o fundamento de que embora devidas as horas extras, sob o fundamento de que embora devidas as horas extras, algumas foram compensadas. O reclamado não recorre. O reclamante, por sua feita, interpõe recurso ordinário para impugnar o pedido de horas extras, argumentando que não ficou provada a dita compensação da jornada laboral.
Nesse caso, o reclamado poderá apresentar recurso adesivo para impugnar as horas extras a que fora condenado, além de poder impugnar as férias que não tem relação com o objeto do recurso do reclamante.
13. O que significa a interposição de recurso principal por apenas uma das partes no processo do trabalho?
Resposta: A aceitação tácita da decisão judicial. Assim, o recurso adesivo não pode ser interposto por quem apresentou o recurso principal intempestivamente ou com o pretexto de complementar o recurso principal.
A aceitação de todos os requisitos de admissibilidade do recurso principal. Vide também o prequestionamento.
Prequestionar é tratar da matéria que se deseja levar ao conhecimento do Tribunal Superior, definindo os limites da discussão, e, permitindo que a Corte Superior possa adotar seu entendimento a respeito.
A jurisprudência diferencia as duas modalidades de prequestionamento: ficto e explícito. No caso do recurso de vista, a jurisprudência do TST faz essa distinção.
Prequestionamento explícito é aquele que ocorre quando a matéria do dispositivo foi enfrentada mesmo sem alusão expressa ao dito preceito (OJ 118, SDI 1 do TST). 
Por exemplo: enfrentamento do princípio da legalidade, mas sem haver referência ao artigo 5º, inciso II, da constituição Federal.
Já o prequestionamento ficto é aquele, quando estamos diante de uma questão de Direito, que foi articulado por recursos dirigido ao TRT, por exemplo, foi objeto de embargos declaratórios e não foi enfrentado pela Corte.
Segundo a Súmula nº 297, III, do TST, “considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração”.
O preclaro José Frederico Marques define o prequestionamento como sendo uma criação da jurisprudência como pressuposto de admissibilidade do recurso extraordinário. 
Há, entrementes, acórdãos que enfrentam, de certo. modo, a questão°, ao definir o prequestionamento em termos estritamente formais como sendo a "provocação do julgador pelo interessado", efetivada quando na instância a quo, a medida é expressamente ventilada nas razões do recurso de revista, quando se tratar de Recurso Extraordinário. 
Há acordos também cuja análise revela que o prequestionamento se deu quando "há debate de teses divergentes no mesmo juízo" (debate pelo tribunal).
Sobre o assunto foi editada pelo Pretório Maior as Súmulas n° 282 e 356, que gizam, verbo ad verbum: 
SÚMULA N° 282. "É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada na decisão recorrida a questão federal suscitada"; 
SÚMULA N° 356. "O ponto omisso da decisão sobre o qual não forem opostos embargos declaratórios não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento". 0 Tribunal Superior do Trabalho, a seu lado editou as Súmulas nºs 297 e 184, que albergam a seguinte regra, litteratim: 
SÚMULA N° 297. "Diz-se prequestionada a matéria quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. Incumbe a parte interessada interpor Embargos Declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão." 
SÚMULA N° 184. "Ocorre preclusão quando não forem opostos embargos declaratórios para suprir a omissão apontada em recurso de revista ou de embargos." 
E auspicioso notar que, sobre tais embargos, não há considerá-los como protelatórios, para efeito de aplicação da multa prevista no parágrafo único do art. 538, do CPC, já que o propósito da parte é, tão-somente, o de dar cumprimento à exigência imposta pela jurisprudência, e nunca adiar a solução do litígio.
Entre os doutrinadores, o tema não é pacífico. Autores da estirpe de Amauri Mascaro do Nascimento pondera que "o conceito e a dimensão do prequestionamento na revista não se acham ainda sedimentados para que seja possível uma conclusão em termos absolutos". 
Sustenta Nascimento que: "a configuração do prequestionamento na Justiça do Trabalho não pode ter a mesma rigidez admissível '' no Supremo Tribunal Federal".
Assevera o doutor Francisco Antônio que: "Também não se admitirá o prequestionamento implícito°. A matéria hostilizada através de embargos declaratórios deverá constar expressamente nas razões recursais ou das contrarrazões e haver sido omitida por ocasião do julgamento. 
Assim, vem decidindo o TST que: "Diz-se prequestionada determinada matéria quando o órgão prolator da decisão impugnada haja adotado, explicitamente, tese a respeito e, portanto, emitido juízo." (TST Pleno AG. E.RR 266/84, Rel. MIN. Marco Aurélio Mendes de Farias Mello, DJ 16.05.86). 
Em judicioso artigo doutrinário sob o título "O Prequestionamento e o Recurso de Revista", o Ministro Marco Aurélio Mendes de Farias Mello 4, hoje Ministro do STF, pontifica que "0 prequestionamento fica revelado pela adoção de entendimento, no acórdão revisando, sobre matéria veiculada na revista.
Sabe-se que o prequestionamento é um instituto exigido para a interposição de recursos de natureza extraordinária. Agora, resta saber se tal instituto não viola normas expressas da Constituição Federal, ou até o seu espírito. 
Na nossa ótica, da mesma forma que as causas de alçadas corroboram a nossa assertiva: 
"O requisito do prequestionamento não se aplica rescisória, que não é recurso, mas ação contra sentença transitada em julgado, atacável ainda que a lei invocada não tenha sido examinada na decisão rescindenda" (STF - Plano, Proc. EAR. n° 732-RJ, Rel. Min. Soares Munoz) • 
"Não é requisito da ação rescisória o prequestionamento do texto violado, no acórdão rescindido." (STF - Plano, Proc. RE n° 8.9.753-SP, Rel. Min. Cordeiro Guerra).
14. Questiona-se com a chegada de nova lei a partir de qual momento deverá ser aplicada?
Resposta: A eficácia das leis é solucionada pela Lei de Introdução às Normas de Direito brasileiro (LINDB) que informa que as novas regras começam a vigorar em todo país em quarenta e cinco dias depois de publicada, salvo disposição em contrário.
Pelo sistema das fases processuais a lei nova é aplicada nas fases processuais não iniciadas.
Pelo sistema de isolamento de atos processuais (CPC/2015). A lei nova é aplicada, perante o ato a ser aplicado.
Mas há ainda, na doutrina o sistema de unidade processual que considera o processo uno e indivisível, portanto, é regido por uma única lei e, portanto, aplica-se a lei antiga em todo processo.
Vide ainda o artigo 14 CPC/2015. In litteris:
A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
15. E quanto aos recursos como funciona o direito intertemporal?
Resposta: Aplica-se a lei que estava em vigor na data em que foi publicada a decisão judicial recorrida, vide o artigo 915 CLT.
A recorribilidade se rege pela ei em vigor em que foi publicada a sentença impugnada. O processamento e o julgamento do recurso, o que inclui a competência, no entanto, correrão com base na lei nova. Todos os pressupostos recursais serão paralisados à luz da lei velha, mas o trâmite processual segue a lei nova.
16. É possível ocorrer a modulação dos efeitos da nova norma?
Resposta: Mantendo a competência anterior (processamento) como ocorreu na época do advento da EC 45/2004 em que o STF determinou que a competência recursal e executiva com o juízo competente na data de prolação da sentença.
O direito intertemporal na hipótese de interposição de embargos de declaração. O TST entende que deveria ser observada a data de publicação da sentençaou do acórdão embargos e, não da decisão proferida nos embargos, quando estes não tiverem efeito modificativo.
Sendo acolhidos os embargos declaratórios com efeito modificativo, o TST entende ser aplicável a norma vigente, na data de publicação da sentença ou decisão dos embargos.
Cumpre ressaltar, no entanto, que muitas vezes, ao se dar provimento aos embargos, pode acontecer de o resultado da decisão ser alterado. 
Quando isso acontece, dizemos que os embargos de declaração assumem um efeito infringente. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso (art. 1.026 do CPC 2015). Cumpre ressaltar que os embargos de declaração, ainda que rejeitados, interrompem o prazo recursal.
A jurisprudência pátria é pacífica nesse sentido: "O efeito modificativo dos embargos de declaração tem vez quando houver defeito material que, após sanado, obrigue a alteração do resultado do julgamento" (STJ-Corte Especial ED em AI 305.080-MG-AgRg-EDcl, rel. min. Menezes Direito, j. 19/2/03, DJU 19/5/03, p. 108).
É equivocado, contudo, que os embargos de declaração sejam opostos para rever, pura e simplesmente, decisões jurisdicionais.
O objeto dos aclaratórios nunca é o reexame da decisão, embora este possa ocorrer, consoante já sinalizado, como mera consequência de seu acolhimento.
Tal situação se dá quando há incompatibilidade entre o acolhimento dos embargos de declaração e a decisão embargada.
A respeito do tema, Nelson Nery Junior assinala: "Os EDcl podem ter, excepcionalmente, caráter infringente quando utilizados para: a) correção de erro material manifesto; b) suprimento de omissão; c) extirpação de contradição. A infringência do julgado pode ser apenas a consequência do provimento dos EDcl, mas não seu pedido principal, pois isso caracterizaria pedido de reconsideração, finalidade estranha aos EDcl". (In: Nelson NERY JUNIOR; Rosa Maria de Andrade NERY. Código de Processo Civil comentado e legislação extravagante. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.).
O pedido dos declaratórios é, por definição, o de ser saneada a obscuridade, removida a contradição ou suprida a omissão. (In: FREDERICO, Guilherme Nascimento. Os efeitos infringentes dos embargos de Declaração. link: https://www.migalhas.com.br/depeso/172613/os-efeitos-infringentes-dos-embargos-de-declaracao Acesso em 24.8.2021).
17. Como restou fixado o direito intertemporal em face da Reforma trabalhista brasileira?
Resposta: Com a Lei 13.467/2017 foram alterados os pressupostos recursais, mais especificamente a transparência e o depósito recursal que serão aplicados nas decisões judiciais a partir de 11 de novembro de 2017. 
Em relação ao processamento do recurso e seu julgamento. Vide o artigo 896, § 14º CLT aplica-se a norma da reforma de forma imediata a partir de sua vigência.
1º A aplicação das normas processuais previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, alteradas pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, com eficácia a partir de 11 de novembro de 2017, é imediata, sem atingir, no entanto, situações pretéritas iniciadas ou consolidadas sob a égide da lei revogada.
Observação1:
Em 12 meses de vigência das alterações introduzidas na CLT, ainda não houve mudança significativa da jurisprudência do TST. Isso porque a aprovação, a alteração ou a revogação de súmulas, precedentes normativos e orientações jurisprudenciais seguem um rito próprio, definido no Regimento Interno do TST.
“A revisão da jurisprudência se dá após ampla discussão, a partir do julgamento de casos concretos. Já há decisões de mérito no primeiro e no segundo graus sob a égide da nova lei. No entanto, eventuais recursos contra essas decisões estão aos poucos chegando ao Tribunal Superior do Trabalho”, explica o ministro.
Direito processual
Em junho de 2018, o Pleno do TST aprovou a Instrução Normativa 41/2018, que explicita normas de direito processual relativas à Reforma Trabalhista. De acordo com o texto aprovado, a aplicação das novas normas processuais é imediata, sem atingir, no entanto, situações iniciadas ou consolidadas antes das alterações. Assim, a maioria das alterações processuais não se aplica aos processos iniciados antes de 11/11/2017.
Entre os temas tratados na IN-41 estão a prescrição intercorrente, os honorários periciais e sucumbenciais, a responsabilidade por dano processual, a aplicação de multa a testemunhas que prestarem informações falsas, o fim da exigência de que o preposto seja empregado e a condenação em razão de não comparecimento à audiência.
As instruções normativas não têm natureza vinculante, ou seja, não são de observância obrigatória pelo primeiro e pelo segundo graus. Contudo, sinalizam como o TST aplica as normas.
A redação do artigo 896-A da CLT dada pela Reforma Trabalhista prevê que o TST examine previamente se a questão discutida no recurso de revista oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. 
Entre os indicadores de transcendência estão o elevado valor da causa (econômica), o desrespeito à jurisprudência sumulada do TST ou do Supremo Tribunal Federal (política), a postulação de direito social constitucionalmente assegurado (social) e a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista (jurídica).
Os critérios de transcendência vêm sendo aplicados pelos ministros do TST desde a atualização do Regimento Interno para incorporar as alterações legislativas. 
De acordo com a IN-41, a transcendência incide apenas sobre acórdãos de Tribunais Regionais publicados a partir de 11/11/2017.
“Os recursos de revista que não atendem a nenhum desses critérios não são providos e o processo termina, sendo irrecorrível a decisão monocrática do relator”, explica o presidente do TST. “Com isso, os conflitos se encerram mais rapidamente”.
Direito material
As questões de direito material, que dizem respeito à aplicação da lei às situações concretas, serão discutidas caso a caso, no julgamento no primeiro e no segundo graus e, em seguida, no julgamento dos recursos sobre os temas que chegarem ao TST. As novidades no direito material introduzidas na CLT pela reforma dizem respeito a férias, tempo à disposição do empregador, teletrabalho, reparação por danos extrapatrimoniais, trabalho intermitente e extinção do contrato por acordo entre empregado e empregador.
A respeito delas, deverá haver uma construção jurisprudencial a partir do julgamento de casos concretos. Somente após várias decisões do TST sobre a mesma matéria, a Comissão de Jurisprudência e Precedentes Normativos apresenta estudo com o fim de propor a edição, a revisão ou o cancelamento de súmula, precedente normativo ou orientação jurisprudencial.
Observação2:
Questionamentos
As alterações introduzidas na CLT pela Lei 13.467/2017 foram objeto de grande número de questionamentos perante o Supremo Tribunal Federal (STF) em ações diretas de inconstitucionalidade. As ações foram ajuizadas tanto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) quanto por entidades representativas de empregados, de empregadores e de setores diversos da economia.
Um dos pontos mais questionados diz respeito à contribuição sindical. O fim da obrigatoriedade da contribuição foi questionado em 19 ações. 
Em junho de 2018, o STF declarou a constitucionalidade do dispositivo com o entendimento de não se pode admitir a imposição da cobrança quando a Constituição determina que ninguém é obrigado a se filiar ou a se manter filiado a uma entidade sindical.
O STF também deve concluir julgamento sobre a constitucionalidade de artigo que impõe à parte vencida, mesmo que beneficiária da justiça gratuita, o pagamento dos honorários advocatícios e periciais. 
Para a Procuradoria-Geral, a medida impõe restrições inconstitucionais à garantia de gratuidade judiciária aos que comprovam insuficiência de recursos e viola as garantias constitucionais de amplo acesso à jurisdição e de assistência judiciária integral aos necessitados. O julgamento se encontra suspenso em razão de pedido de vista.
Também são objetode ações no Supremo Tribunal Federal artigos da Lei 13.467/2017 referentes ao trabalho intermitente, à atualização dos depósitos recursais, à fixação de valores de indenização por dano moral e à realização de atividades insalubres por gestantes e lactantes.
18. Como a Reforma Trabalhista brasileira afetou o incidente de uniformização da jurisprudência?
Resposta: A Lei 13.467/2017 revogou os parágrafos 3º ao 6º do artigo 896 CLT que versavam sobre incidente de uniformização trabalhista e, tais regras eram ligadas aos recursos. 
O TST, no entanto, adotou duas sistemáticas diferentes, a saber: a) se o incidente de uniformização suscitado ou iniciado antes da vigência da Reforma Trabalhista, no âmbito do TRT ou por iniciativa de decisão do TRT, continuem a ser observados os dispositivos que eram vigentes na data da interposição recursal, isto é, os terceiro e sexto parágrafos do artigo 896 CLT serão aplicados, tendo eficácia obrigatória a tese jurídica prevalente ou a súmula criadas em decorrência de incidente (TST nº41, art. 18, primeiro e terceiro parágrafos).
A sistemática do TST já tendo sido iniciado ou suscitado o incidente, ele não perde seu objeto com a chegada a Lei 13.467/2007 devendo ser julgado.
Caso o recurso de revista ou o agravo de instrumento no âmbito do TST estivesse concluso com o relator e ainda não tinha sido julgado até a entrada em vigor da Lei 13.467/2017, não se aplicam as disposições do terceiro e sexto parágrafos do artigo 896 da CLT.
19. Como o direito intertemporal incide na ação rescisória no direito processual do trabalho?
Resposta: Segundo Barbosa Moreira a possibilidade de rescindir-se a sentença rege-se pela lei em vigor na data do trânsito em julgado, que é quanto nasce o direito à rescisão e, obviamente, só pode nascer se o sistema jurídico vigente prevê como fundamento bastante o fato invocado.
Se a sentença transitar em julgado sem que certo fato esteja previsto no ordenamento jurídico como motivo de rescindibilidade a superveniência da lei que passe a considerá-lo não torna rescindível, por esse fundamento, a sentença.
E vice-versa a lei nova que exclua determinado fato do rol de fundamentos de rescisão não impede que a rescinda a sentença, se na data do trânsito em julgado o fato constituía motivo bastante.
A ação rescisória, comumente abreviada de AR, é uma ação que tem como objetivo rescindir ou invalidar uma decisão de mérito proferida de uma ação trabalhista, sentença ou acórdão, que está transitada em julgado, desfazendo assim uma decisão da qual não se possa recorrer.
Observação:
A Lei 11.495 de 22 de junho de 2007 dá nova redação ao caput do art. 836 da Consolidação das Leis do Trabalho a fim de dispor sobre o depósito prévio em ação rescisória.
Esta lei, que entrou em vigor na última semana de setembro/2007, vai exigir das empresas o depósito de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa para ações rescisórias trabalhistas.
Ação Rescisória é uma ação que visa desconstituir a coisa julgada, a sentença de mérito proferida de uma ação trabalhista. 
Não se trata de um recurso, já que a ação anterior já foi finalizada, encerrada definitivamente, mas de uma nova ação que visa rescindir a ação anterior e que deve atender todos os requisitos processuais previstos no ordenamento jurídico.
A ação rescisória no direito processual do trabalho retira sua fonte normativa diretamente do direito processual civil com base no art. 485 do C.P.C, o qual dispõe:
A Ação Rescisória prevista no art. 485 do Código de Processo Civil teve sua aplicação estendida para o direito processual do trabalho através do art. 836 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, o qual terá nova redação.
Com a Lei 11.495/07, o art. 836 da CLT passa a vigorar (a partir de setembro/07) com a seguinte redação:
“Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor."
Como a própria lei dispõe, somente por comprovação de miserabilidade jurídica é que a empresa poderá se isentar do depósito prévio de 20% do valor da causa, ou seja, o depósito não será exigido quando o autor da rescisória receber salário igual ou inferior a dois salários-mínimos, ou declarar, sob as penas da lei, não ter condições de pagar às custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família.
Esta medida é vista como mais uma forma de tentar agilizar os processos e evitar o congestionamento nos Tribunais, originários dos recursos infindáveis e desnecessários.
20. Quais são os pronunciamentos judiciais passíveis de recurso?
Resposta: Sentenças, decisões interlocutórias e acórdãos.
No processo trabalhista chama-se decisão, e não sentença. 
Há quem diga que deriva do processo administrativo. ART. 831, 832 CLT. A palavra decisão não é a mais correta, pois decisão é gênero e sentença é espécie.
O CPC/1973 era mais didático, pois sentença é aquela (ART. 162 CPC/1973 e artigo 203 CPC/2015) em que o Juiz resolve ou não o mérito da postulação. 
Decisão interlocutória resolve questão incidente.
A sentença tem natureza jurídica de decisão que resolve o conflito, aplicando a lei. É uma espécie de ato lógico, em que o autor apresenta a tese, o réu a antítese e o juiz fará a síntese.
Classificação da sentença: toma por base o CPC/1939
- Definitiva: não comporta mais recurso. O juiz analisa o mérito da pretensão – ART. 269 CPC/1973 ou artigo 487 CPC/2015.
- Terminativa: poderia ter dois significados: o primeiro é a extinção dos processos sem resolução do mérito (ART. 267 CPC/1973 e artigo 485 CPC/2015); o segundo diz que quando o juiz acolhe a exceção de incompetência em razão da matéria ou das pessoas, a decisão será terminativa na Justiça do Trabalho – dela cabe recurso.
- Decisões Interlocutórias: aquelas em que o juiz resolve questão incidente no processo.
Efeitos da Sentença:
- Declaratórios: ART. 4º, I e II CPC/1973; art. 19 CPC/2015.
- Constitutivas: cria, extingue ou modifica direitos.
- Condenatória: obrigação de fazer, de não fazer, de dar, de pagar.
- Mandamentais: ex: mandado de segurança: são ordens.
Vinculação: ART. 132 CPC/1973. Sem correspondente no CPC/2015.
O Juiz fica vinculado à prova que ele presidiu para proferir a sentença – O juiz que presidiu a instrução deve proferir a sentença. As condições do juiz que presidiu a instrução são melhores para entender a situação.
TST: Súmula: não existe princípio da identidade física do juiz da justiça do trabalho > Sumula cancelada. Com o cancelamento, não se sabe como ficou a necessidade ou não do princípio da identidade física.
Para a doutrina, não há identidade física do juiz na justiça do trabalho, pois muitas vezes os juízes substitutos mudam de varas e locais dependendo da necessidade, não tendo como proferir sentença de todos.
O procedimento sumariíssimo compreende as causas em que o valor da postulação é de até 40 (quarenta) salários-mínimos na data da postulação da ação. Aqui não há relatório, trata-se de um procedimento mais rápido.
O juiz pode decidir por equidade, ou seja, fazer a justiça do caso concreto, fazer o que achar mais razoável, atendendo os fins sociais da lei e o bem comum.
O Juiz deve estabelecer o valor da condenação, mesmo que seja uma estimativa. Deve haver liquidação da sentença, pois em razão do número de pedidos e dos longos períodos requisitados, a sentença não será líquida.
O estabelecimento desse valor estimado ocorre para se definir as custas e o depósito recursal. 
As custas, normalmente, são de 2% do valor da condenação. A parte já sai intimada do valor que deverá pagar.
ART. 790, parágrafo terceiro CLT: justiça gratuita – deve haver deferimento do Juiz sobre os argumentos apresentados pela parte. Há ainda a assistência judiciária gratuita prestadapelo Sindicato.
Publicação da Sentença:
Na CLT a regra é a publicação da sentença, pelo Juiz, em audiência. O juiz tem um prazo de 48h para juntar a ata da audiência, e o prazo de recurso começa no dia subsequente.
Na lei do processo eletrônico, intimada a parte da decisão, considera-se a intimação no dia seguinte e o início do prazo no dia subsequente.
A CLT tem regra específica do ART. 833: determinados erros de escrita e de cálculo podem ser corrigidos de ofício ou a requerimento da parte ANTES DO INÍCIO DA EXECUÇÃO.
Observação: O processo do trabalho não define sentença. Essa definição deve ser buscada no processo civil, fonte subsidiária do Processo do Trabalho. 
Os artigos 831 e 832 da CLT referem-se, genericamente, a decisão, quando trata da sentença. 
Nos seus precisos termos, o art. 831 da CLT preleciona que “a decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação” e o art. 832, por sua vez, determina que “da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.” 
Essa decisão, nada mais é do que a sentença; mas, como dito, definição exata de sentença não há.
Encontraremos referência ao termo sentença nos dissídios coletivos, de competência originária dos Tribunais, cujas decisões são chamadas de sentenças normativas; contudo, do ponto de vista da técnica processual a denominação não é a mais adequada, haja vista que sentença é termo adequado para a decisão monocrática do órgão jurisdicional de primeiro grau.
A sentença é um dos atos mais importantes do processo do trabalho. É nesse ato que o juiz vai, efetivamente, prestar a tutela jurisdicional. Através da sentença, o juiz exaure sua atividade no processo de conhecimento.
21. Qual é o conceito de sentença?
Resposta. A sentença é a mais expressiva das pronunciações de iurisdictio, entendida como poder-dever estatal de resolver os conflitos de interesses submetidos à cognição monopolística.
No processo do trabalho, a CLT não dispõe de um conceito de sentença aplicando-se supletivamente o CPC, por força dos artigos 769 da CLT e o artigo 15 do CPC/2015.
Declinou também que ressalvadas disposições expressas dos procedimentos especiais sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamentos nos artigos 485 e 489 CPC, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução (CPC/2015, artigo 203, §1º).
Há dois requisitos para conceituar sentença, a saber: a) o conteúdo da decisão (extinção com ou sem resolução do mérito); b) o momento em que é proferida (põe fim à fase cognitiva ou extingue a execução).
Portanto, as sentenças terminativas (ou seja, sem resolução de mérito) analisam somente a relação jurídica processual, enquanto as sentenças definitivas (com resolução do mérito) examinam a relação jurídica material.
Observação: No processo trabalhista chama-se decisão, e não sentença. Há quem diga que deriva do processo administrativo. ART. 831, 832 CLT. A palavra decisão não é a mais correta, pois decisão é gênero e sentença é espécie.
22. Como saber se a sentença trabalhista está bem fundamentada?
Resposta: A estrutura básica da sentença trabalhista que resolve o mérito da lide observa as regras dispostas no art. 832, caput, da CLT c/c o art. 489, do CPC c/c art. 3º, IX, da IN nº 39/2016. 
Assim sendo deverá conter: o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, os fundamentos da decisão e a conclusão. 
Aqui, queremos dar destaque à fundamentação da sentença. 
O art. 489, do CPC, traz uma importante previsão acerca da fundamentação das decisões judiciais. Como sabemos, por força do mandamento constitucional insculpido no art. 93, IX, as decisões judiciais devem ser fundamentadas. 
A ideia é que ao proferir suas decisões o magistrado possa fazer uma análise do caso concreto que lhe é posto, dando às partes as razões pelas quais se posiciona de uma determinada maneira.
O dispositivo legal acima destacado veda que as decisões judiciais sejam justificadas com a mera reprodução de dispositivos legais ou sumulares. 
Sobre o tema Elpídio Donizetti assim se manifesta:
“(...) não basta que o julgador invoque o precedente ou a súmula em seu julgado; é necessário que ele identifique os fundamentos determinantes que o levaram a seguir o precedente. Ou seja, cabe ao magistrado, ao fundamentar sua decisão, explicitar os motivos pelos quais está aplicando a orientação àquele caso concreto. 
Da mesma forma, conforme redação do inciso VI, se o juiz deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, deverá demonstrar que há distinção entre os entendimentos e a situação concretamente apresentada ou que já superado o entendimento consolidado na súmula, jurisprudência ou precedente. (DONIZETTI, 2015, p. 370).
DONIZETTI, Elpídio. Novo código de processo civil comentado (Lei no 13.105, de 16 de março de 2015): análise comparativa entre o novo CPC e o CPC/73. São Paulo: Atlas, 2015.
Não se exige aqui uma fundamentação complexa, mas sim que ela seja feita, de fato, com a utilização de elementos colhidos nos autos, em atenção à argumentação trazida pelas partes. Deve o julgador demonstrar que sua decisão é fruto de uma detida análise da lide sub examine.
Quer-se, com isso, garantir que a prestação jurisdicional seja de fato satisfativa, trazendo as soluções mais adequadas ao caso concreto, pois é direito do cidadão receber uma tutela jurisdicional adequada. Louvável, portanto, a atitude do legislador neste §1º, do art. 489, do NCPC, ao “(...) estabelecer que não se considera fundamentada decisão judicial que não enfrenta argumento deduzido no processo apto a infirmar a referida decisão (...)” (THEODORO JÚNIOR, 2015, p. 647). 
THEODORO JÚNIOR, Humberto; et. al. Novo CPC – fundamentos e sistematização. Rio de Janeiro: Forense, 2015.
Voltando à seara trabalhista, é de se frisar que as disposições do art. 489, do NCPC, são plenamente aplicáveis. Além disso, acerca da fundamentação das sentenças proferidas no bojo do Processo Trabalhista, destacamos o art. 15, da IN nº 39/2016, do TST. 
Vejamos a seguir o que diz o instrução normativa produzida pelo órgão de cúpula da Justiça Laboral: 
IN 39/2016, do TST, Art. 15. O atendimento à exigência legal de fundamentação das decisões judiciais (CPC, art. 489, § 1º) no Processo do Trabalho observará o seguinte:
I – por força dos arts. 332 e 927 do CPC, adaptados ao Processo do Trabalho, para efeito dos incisos V e VI do § 1º do art. 489 considera -se “precedente” apenas: a) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de recursos repetitivos (CLT, art. 896- B; CPC, art. 1046, § 4º);
b) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
c) decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
d) tese jurídica prevalecente em Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho (CLT, art. 896, § 6º);
e) decisão do plenário, do órgão especial ou de seção especializada competente para uniformizar a jurisprudência do tribunal a que o juiz estiver vinculado ou do Tribunal Superior do Trabalho.
II – para os fins do art. 489, § 1º, incisos V e VI do CPC, considerar-se-ão unicamente os precedentes referidos no item anterior, súmulas do Supremo Tribunal Federal, orientação jurisprudencial e súmula do Tribunal Superior do Trabalho, súmula de Tribunal Regional do Trabalho não conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do TST, que contenham explícita referência aos fundamentos determinantes da decisão (ratio decidendi).
III - não ofende o art. 489, § 1º, inciso IV do CPC a decisão que deixar de apreciar questões cujo exame haja ficado prejudicado em razão da análise anterior de questão subordinante.
IV - o art. 489, § 1º, IV, do CPC não obriga o juiz ou o Tribunal a enfrentar os fundamentos jurídicos invocadospela parte, quando já tenham sido examinados na formação dos precedentes obrigatórios ou nos fundamentos determinantes de enunciado de súmula.
V - decisão que aplica a tese jurídica firmada em precedente, nos termos do item I, não precisa enfrentar os fundamentos já analisados na decisão paradigma, sendo suficiente, para fins de atendimento das exigências constantes no art. 489, § 1º, do CPC, a correlação fática e jurídica entre o caso concreto e aquele apreciado no incidente de solução concentrada.
VI - é ônus da parte, para os fins do disposto no art. 489, § 1º, V e VI, do CPC, identificar os fundamentos determinantes ou demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento, sempre que invocar precedente ou enunciado de súmula.
23. Quais são os requisitos da sentença?
Resposta: A sentença como é ato jurídico complexo deve observar os requisitos constantes no artigo 832, caput da CLT que deve ser conjugado com o artigo 489 do CPC/2015.
Requisitos: relatório (que é a parte histórica do processo). A doutrina majoritária entende que a falta desse requisito gera nulidade absoluta, mas há a necessidade de prejuízo, o que significa que a nulidade é relativa.
Destaque-se que no procedimento sumariíssimo[footnoteRef:1], dispensa-se o relatório na elaboração da sentença (art. 852-I da CLT). [1: Apenas se observa que a primeira (sumariíssimo) é forma regular, que se harmoniza com as regras de derivação das palavras, enquanto a segunda (sumaríssimo) é forma irregular, que segue a eufonia e se plasma na lei do menor esforço. Esta lei tem grande influência no modo de pronunciar os vocábulos, ao longo do tempo, em nosso idioma, e se particulariza pelo emprego de modos mais simplificados de dicção.] 
Fundamentação: onde há a exposição de razões e da lógica de decidir do magistrado, as questões de fato e de direito, com base no artigo 93, IX da CF/1988, o qual exige a motivação das decisões judiciais A sua ausência provoca nulidade absoluta.
Dispositivo: que para CLT é o principal requisito da sentença é onde o juiz resolve as questões que lhe foram submetidas de seja, proclama o resultado acerca de questões litigiosa.
É sobre o dispositivo que forma, em regra, a coisa julgada.
O dispositivo pode ser direto ou indireto. Será direto, quando declarar, expressamente, o bem da vida obtido pelo autor. 
Será indireto quando se limita a julgar procedente o pedido reportando-se à fundamentação ou até mesmo à pretensão do autor.
A ausência do dispositivo é vício gravíssimo provocando a inexistência jurídica do ato judicial.
O artigo 832 CLT impõe requisitos complementares, a saber:
a) Determinar prazo e as condições para o seu cumprimento, quando a decisão concluir pela procedência do pedido;
b) Sempre mencionar as custas que devam ser pagas pela parte vencida;
c) Sempre indicar a natureza jurídica das parcelas constantes de condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada pelo procedimento da contribuição previdenciária se for o caso, na hipótese de decisões cognitivas (condenatórias) ou homologatórias.
24.Há restrição quantitativa com relação às decisões judiciais trabalhistas?
Resposta: Nesse caso, salvo na hipótese de o pedido da ação limitar-se de verbas de natureza exclusivamente indenizatória, a parcela referente às verbas de natureza remuneratória não poderá ter por base de cálculo valor inferior a um salário-mínimo, para as competências que integram o vínculo empregatício reconhecido em decisão cognitiva ou homologatória e efetivamente paga pelo empregador, cujo valor total referente a cada competência não será inferior ao salário-mínimo (artigo 832, §3º CLT).
Aliás, caso haja piso salarial da categoria profissional definido por acordo ou convenção coletiva de trabalho, o seu valor deverá ser usado como base de cálculo nas hipóteses descritas anteriormente (artigo 832, §3º- B CLT).
25. O que se pode fazer quando houver erros ou enganos da escrita, de datilografia ou digitação ou de cálculo na decisão judicial trabalhista?
Resposta:
O artigo 832 CLT descreve que tais erros poderão ser corrigidos ex officio, ou a requerimento dos interessados, ou pelo Ministério Público do trabalho antes da execução.
26. Qual é o limite de correção de erros dos períodos anteriores à execução trabalhista?
Resposta: Tais equívocos materiais não transitam em julgado e, ele prevê o artigo 494 CPC/2015. Vide o artigo 897-A §1º CLT, não criou limitação temporal, ou exigiu que haja necessidade de interposição de embargos de declaração.
27. Como deve ser interpretada a decisão judicial no processo do trabalho?
Resposta: A partir da conjugação de todos seus elementos e, em conformidade com o princípio de boa-fé (artigo 489, §3º CPC/2015).
A decisão há de ser interpretada, portanto: quer para definir-se qual é a regra jurídica que regulará o caso, quer para dela extrair-se a norma jurídica geral que funcionará como precedente. A interpretação da decisão é tema importantíssimo. 
A definição dos limites da coisa julgada dependerá, necessariamente, da interpretação da decisão. Não é por acaso que se costuma, em execução de sentença, alegar ofensa à coisa julgada, baseando-se exatamente em questões relacionadas à interpretação da sentença.
A identificação da ratio decidendi – elemento normativo do precedente judicial– depende, também, necessariamente do exame do caso de que se originou: exame do problema e dos contextos fático e jurídico submetidos ao órgão jurisdicional. 
Esse é, fundamentalmente, o propósito do distinguishing (método de comparação entre o precedente e o caso concreto).
O Superior Tribunal de Justiça se tem utilizado destes dois critérios para interpretar a decisão judicial. A propósito: "Havendo dúvidas na interpretação do dispositivo da sentença, deve-se preferir a que seja mais conforme à fundamentação e aos limites da lide, em conformidade com o pedido formulado no processo. 
Não há sentido em se interpretar que foi proferida sentença ultra ou extra petita, se é possível, sem desvirtuar seu conteúdo, interpretá-la em conformidade com os limites do pedido inicial". (STJ, REsp n. 818.614/MA, Rel. Ministra Nancy Andrighi, publicado no DJ de 20.11.2006).
28. Quando não se considera fundamentada a decisão judicial, seja interlocutória, sentença ou acórdão?
Resposta: Vide o artigo 498, §1º CPC 2015: quando limitar-se, à reprodução ou paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com causa ou a questão decidida.
O juiz não pode simplesmente indicar o disposto legal aplicado ao caso ou apenas transcrevê-lo. Para que a decisão seja considerada fundamentada, o juiz deverá expor a interpretação que fez dos fatos, das provas, de tese jurídica e da norma jurídica que lhe servem de fundamento e, principalmente, expor a relação que entende existir entre os fatos e a norma.
Não será fundamentada, quando a decisão judicial empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo de sua incidência do caso concreto; invocar motivos que se prestam a justificar qualquer decisão; não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, informar a conclusão adotada pelo julgador.
Descreve o TST que não ofende o artigo 489, §1º, inciso IV do CPC a decisão questões cujo exame haja ficado prejudicado em razão de análise anterior de questão subordinante. (TST-IN 39/2016, artigo 15, III).
Deve-se analisar três aspectos e fundamentos independentes, subordinados ou cumulativos.
Destaca-se que o artigo 15, inciso IV da Instrução Normativa 39 de 2016 dispõe que o artigo 489, §1º, IV do CPC não obriga o juiz ou o Tribunal a enfrentar os fundamentos jurídicos invocados pela parte, quando já tenham sido examinados na formação de precedentes obrigatórios ou nos fundamentos determinantes de enunciado de súmula.
Também não está fundamentada a decisão judicial limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos.
29.Qualé a influência do CPC de 2015 sobre a fundamentação de decisões judiciais trabalhistas?
Resposta: O CPC de 2015 passou a adotar a teoria dos precedentes no direito brasileiro, ao determinar que, obrigatoriamente, os juízes deverão observar as decisões, súmulas e orientações dispostas no artigo 927 do CPC/2015, o qual seja aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho.
Vide TST, IN, artigo 3, XXIII.
O TST adotou o conceito técnico de precedente no IN 39/2016, como decisão judicial. Desse modo, que os juízes do trabalho deverão observar os seguintes precedentes.
a) Acórdão proferido pelo STF ou, Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de recursos repetitivos (CLT, artigo 896, CPC, artigo 1.046, §4º);
b) Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou assunção de competência;
c) Decisão do STF em controle concentrado de constitucionalidade;
d) Tese jurídica prevalecente em TRT e não conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do TST (CLT, artigo 896, §2º);
e) A decisão do plenário do órgão especial ou seção especializada competente para uniformizar a jurisprudência do tribunal a que a que o juiz estiver vinculado ou do TST;
Além dos precedentes anteriores os juízes estão obrigados a observar súmulas do STF; orientação jurisprudencial do TST; a súmula do TST, súmula do TRT não conflitantes com súmula ou orientação jurisprudencial do TST.
Tais precedentes devem conter a explícita referência aos fundamentos determinantes da decisão (ratio decidendi), uma vez que é a ratio decidendi que é de observância obrigatória (TST, IN 39/2016, artigo 15, II).
O TST entende que é ônus da parte identificar os fundamentos determinantes sempre que invocar precedente ou enunciado de súmula (TST, In 39/2016, artigo 15, IV).
30. Estará fundamentada a decisão judicial que deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinções no caso de julgamento ou de superação do entendimento jurisprudencial pacificado?
Resposta: Não. Mas a decisão judicial não pode se limitar aplicar certo precedente, súmula e orientação. Há de demonstrar o distinguishing, overruling e overriding.
O overruling, mais conhecido, é caracterizado pela alteração do entendimento de determinado Tribunal ou órgão julgador em relação à norma jurídica. 
Aqui, a norma jurídica remanesce intacta em seu sentido literal, incidindo a mudança sobre a interpretação que era dada pelo Judiciário em relação a ela.
É importante que se estabeleça a seguinte premissa, quanto ao overruling: tendo em vista o dever de observância obrigatória do acórdão paradigma, evidentemente, apenas o órgão responsável pela sua edição, ainda, outro, desde que de “hierarquia” superior teria a atribuição para superá-lo.
Diametralmente oposta é a figura do overriding. Aqui, a superação do precedente paradigma não decorrerá da sua revisão pelo próprio Judiciário, mas em razão da superveniência de um princípio ou regra legal que, em consequência, não afastará integralmente a orientação até então vigente, mas restringirá o seu alcance. 
Em outras palavras, a tese remanesce a mesma, havendo, na verdade, uma restrição quanto à sua incidência.
Um grande exemplo de overriding nos remete ao direito coletivo. No art. 18 da Lei de Ação Civil Pública, está prevista a vedação de que haja adiantamento das custas, emolumentos, honorários periciais, bem como outras despesas. 
Sobre a citada previsão, nas ações civis públicas movidas pelo Ministério Público, o STJ, após grande controvérsia, pacificou o entendimento segundo ao qual seria aplicável, extensivamente, o enunciado nº 232 de sua súmula. 
Nesses termos, decidiu a Corte que, verificada a iniciativa do MP, seria dever da Fazenda Pública respectiva o custeio dos honorários periciais (REsp nº 1.253.844/SC).
É relevante, ademais, deixar clara a distinção do distinguishing em relação aos demais institutos estudados. 
Embora parcela da doutrina qualifique-o como mais um instrumento de relativização da eficácia dos precedentes, é recomendável classificá-lo como um mecanismo paralelo.
É que, no distinguishing, não há falar em superação do precedente, mas simplesmente na verificação da inaplicabilidade daquela decisão judicial à situação posta à apreciação. 
Em síntese, o objeto da decisão paradigmática é absolutamente distinto daquele tratado na segunda ação, razão pela qual deve ser afastada, por razões lógicas, a sua incidência.
Em síntese, se apresentam da seguinte maneira:
a) Overruling – é a mudança de entendimento do Tribunal a respeito da mesma questão;
b) Overriding – é a superação parcial de um precedente em razão da superveniência de uma nova regra ou princípio legal;
c) Distinguishing – é a inaplicação de um precedente, justificada pela distinção entre o objeto tratado nele e aquele enfrentado na segunda ação.
31. O que vem a ser a motivação per relationem?
Resposta: Também chamada de técnica de motivação por referência ou remissão que consiste na possibilidade de o julgador referir-se aos fundamentos da decisão recorrida, ao parecer do MP u às informações da autoridade coatora, no momento de proferir o julgamento.
A doutrina e a jurisprudência inclusive o STF tem admitido essa forma de motivação considerando compatível com o artigo 93, IX da CF/1988.
A motivação per relationem é geralmente apontada como sinônimo de motivação aliunde, malgrado seja possível visualizar diferenças entre ambas, pois enquanto aquela consiste em remeter a outras decisões ou pareceres e mesmo a alegações das partes, constantes dos próprios autos, esta consiste em adotar argumentos veiculados fora dos autos, especialmente em precedentes jurisprudenciais, para fundamentar a decisão, em vez de desenvolver originalmente seus próprios argumentos. 
Por entender que tanto uma como outra são espécies do gênero de fundamentação que prescinde de motivação autônoma, pouco importando se a motivação incorporada se encontra ou não entranhada nos autos, tratar-se-ão como sinônimos, identificadas pelo gênero e com referência exclusiva à motivação per relationem.
Importa distinguir a motivação per relationem da fundamentação concisa, expressamente autorizada pelo Código de Processo Civil para as hipóteses de decisão interlocutória e de sentenças terminativas e sobre a qual não paira qualquer dúvida de legalidade, tranquilamente absorvida pela doutrina.
Por isso ousamos discordar da afirmativa de Teresa Arruda Alvim Wambier no sentido de que “[...] não se admite a motivação per relationem quando é exclusivamente per relationem, ou seja, quando o magistrado se limita a remeter a fundamentação à outra decisão, o que significa a renúncia integral do juiz a justificar autonomamente sua decisão”, afinal, ou o julgador encampa a fundamentação produzida pela decisão anterior, e se está diante da técnica referencial, ou adiciona algum conteúdo motivacional à fundamentação já realizada, por mínimo que seja, e já se está diante de fundamentação concisa, descabendo cogitar em fundamentação per relationem.
Há mesmo na doutrina quem duvide da própria existência de fundamentação na técnica per relationem, procurando equipará-la à ausência de fundamentação censurada pelo art. 93, IX da Constituição Federal, como também há abalizada opinião que chega a incluir a sentença que utiliza a técnica de fundamentação per relationem no rol das sentenças arbitrárias.
De qualquer sorte, a doutrina majoritária aponta os seguintes casos de fundamentação referenciada: 
a) o acórdão que confirma a sentença “por seus próprios fundamentos”; b) a decisão que se remete às razões da parte; c) a decisão que se remete ao pronunciamento do Ministério Público; d) a decisão em juízo de retratação; e) a decisão que se remete a jurisprudência ou Súmula.
A técnica de fundamentação per relationem ou referencial, que consiste em fundamentar a decisão judicial através do reenvio a conteúdo motivacional de outra decisão ou encampamento dos motivos constantes de outra decisão ou manifestação processual,pressupõe a existência de motivação da decisão referenciada e apresenta conformidade com a Constituição da República, não podendo ser automaticamente equiparada à decisão judicial não fundamentada e nula (CF/88, art. 93, IX);
A utilização da técnica de fundamentação per relationem, que encontra chancela na jurisprudência praticamente uníssona dos Tribunais Superiores e de expressiva parcela da doutrina, bem assim se encontra tipificada nos arts. 46 da Lei nº 9.099/95 e 285-A do CPC, ganha força perante a tendência legislativa de valorização da jurisprudência e dos precedentes dos Tribunais Superiores, devendo ser adequadamente aplicada para consolidar-se como instrumento apto a atender a litigiosidade serial, repetitiva e de massa, funcionando como poderoso meio processual para harmonizar o princípio constitucional do devido processo legal com a garantia constitucional da razoável duração do processo.
32. Com o advento do CPC/2015 o artigo 489, §1º exige a motivação exaustiva da decisão judicial?
Resposta: O entendimento do STF admite a motivação per relationem desde que haja transcrição expressa da decisão dos trechos importados, não bastando a mera referência a outra decisão prolatada. Mas, a transcrição expressa não se aplica ao procedimento sumaríssimo. Vide o artigo 895, §1º, IV CLT.
33. Qual é a classificação da sentença aplicável ao processo do trabalho?
Resposta: Não é tema pacífico na doutrina, existindo duas correntes, a saber: a trinária e a quinaria.
A doutrina clássica ou trinária classifica a sentença pelo conteúdo do ato emanado pelo juiz, havendo três tipologias das sentenças, a saber: declaratória, constitutiva e condenatória (Liebman).
Já a doutrina moderna ou quinaria que além das três citadas, acrescentou as sentenças executiva lato sensu e as sentenças mandamentais e, tem como idealizador Pontes de Miranda.
Segundo Pontes de Miranda, na sentença mandamental, o juiz não simplesmente constitui, ele manda. A sentença mandamental seria aquela na qual prepondera a carga de eficácia consistente em que alguém deva atender, imediatamente, ao que o juiz manda. 
O objetivo da ação mandamental, na qual é proferida a sentença homônima, é um mandado, ato que só o juiz, por sua estatalidade, pode praticar. 
Por outro lado, na ação executiva, pretende o autor o ato do juiz, não como juiz, mas em substituição ao ato que deveria ter sido praticado pela parte.
As críticas à tripartição clássica remanesciam na ideia de que ela teria nascido no Estado Liberal, não intervencionista e marcadamente despreocupado com a proteção dos direitos não patrimoniais. 
Por essa razão, o contexto atual exigiria diferenciar novas espécies de sentenças, mediante as quais por meio de uma maior intervenção estatal, seria possível alcançar a efetivação da tutela jurisdicional almejada pela emissão de uma ordem judicial (mandado) dirigida a outro órgão do Estado ou a particulares, ou uma eficácia especial consistente em legitimar a execução sem necessidade de novo processo.
Barbosa Moreira, entretanto, apresentou seu inconformismo com essa diferenciação, defendendo que não é a sentença, por si só, que modifica o mundo fático em benefício do autor vitorioso, fazendo-se sempre necessária uma atividade jurisdicional complementar, e a circunstância de realizar-se essa atividade no mesmo processo ou em processo formalmente distinto não teria o magno relevo de diferenciar novas espécies de sentença. 
Argumentou o autor, ainda, que o legislador poderia a qualquer momento apagar a fronteira entre os atos de cognição e os atos de execução exigidos em algumas situações, dispensando a propositura formal de uma nova ação para iniciar a execução da sentença, sem que disso resulte consequência alguma no plano da natureza dos atos.
As sentenças mandamentais e executivas lato sensu nada mais são do que subclassificações da sentença condenatória. 
Já a executiva lato sensu é aquela “quando a sentença condenatória comporta execução no mesmo processo em que foi proferida, sem necessidade de ser instaurado formalmente o processo executivo”.
34. O que vem a ser sentença meramente declaratória?
Resposta: É aquela que declara a existência, inexistência ou modo de ser de uma determinada relação jurídica ou autenticidade ou falsidade de um documento conforme prevê o artigo 19 CPC. Consigne-se que todas as sentenças possuem inicialmente um cunho declaratório, sendo depois complementadas com outros efeitos (constitutivo, condenatório e, etc.). Aliás, a sentença de improcedência dos pedidos é meramente declaratória.
35. O que vem a ser sentença constitutiva, condenatória, e executiva lato sensu?
Resposta: A sentença constitutiva é aquela que cria, modifica ou extingue de certa relação jurídica.
A sentença condenatória é a que visa a tutela prestada por meio do pagamento de quantia certa, especialmente, pelo equivalente monetário ao valor da lesão, estando ligada a uma única forma de execução direta – a execução por expropriação.
E, a sentença executiva lato sensu busca a tutela específica do direito, sendo realizada por meios de execução direta e, está fundada no artigo 516 CPC/2015.
36. O que vem a ser uma sentença mandamental?
Resposta: É aquela em que o réu (reclamado) é forçado a cumprir a ordem judicial, ou seja, há coerção do réu a cumprir determinada ordem, por meio de técnicas de execução indireta (por exemplo, astreintes), tendo como fundamento o artigo 537 CPC de 2015.
37. Quais as sentenças recorríveis no processo do trabalho?
Resposta: Tanto a terminativa como a definitiva. Submete-se ao recurso ordinário, na fase de conhecimento, e ao agravo de petição na fase de execução.
No rito sumário, nas demandas não superiores a dois salários-mínimos, a sentença é irrecorrível, salvo se o recurso versar sobre a matéria constitucional (Lei 5.584/1970, artigo 2º, §4º).
Quando a sentença se submete ao recurso extraordinário dirigido ao STF. Destaque-se que o STF não tem admitido recurso extraordinário diretamente ao STF no rito sumário exigindo o esgotamento da instância trabalhista, assim apenas as decisões proferidas pelo TST são suscetíveis de impugnação por recurso extraordinário.
O TST já decidiu que no rito sumário, será cabível a interposição de recursos trabalhistas, limitado ao viés constitucional só alcançando-se o STF após o esgotamento da seara trabalhista.
Assim, tem-se a modalidade desvirtuada de recurso ordinário de fundamentação vinculada.
38. A decisão interlocutória é recorrível?
Resposta: O CPC vigente alterou o conceito de decisão interlocutória, deixando de ser aquela decisão que simplesmente resolve a questão incidente.
Assim, ao conceituá-la como pronunciamento judicial de natureza decisória que não seja sentença. Trata-se de definição residual, vide o artigo 203, §2º CPC de 2015.
Para se chegar à definição interlocutória dever-se-á encontrar a definição de sentença conforme provem os artigos 485 e 487 do CPC/2015.
O conceito de sentença conjugou-se com o conteúdo da decisão (extinção com ou sem resolução do mérito) com o momento em que é proferida, seja para pôr fim a fase cognitiva ou extingue à execução.
A decisão que extingue o processo com resolução do mérito sem pôr fim à fase cognitiva, a decisão interlocutória, o que significa que, seja a sentença seja a decisão interlocutória – podem ser decisões de mérito.
39. No processo do trabalho a decisão interlocutória é recorrível?
Resposta: Não ex vi o artigo 893, §1º CLT diferentemente do processo civil em que, por vezes, tal decisão será impugnada por agravo de instrumento. Vide a súmula 214 do TST que contemplou três hipóteses de impugnação imediata da decisão interlocutória, a saber:
A decisão do TRT contrária à súmula ou Orientação Jurisprudencial do TST; b) de decisão suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
De decisão que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daqueles que se vincula o juízo excepcionado, consoante no artigo 709, §2º da CLT.
Os recursos cabíveis

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