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RESUMO AV1 - Teoria da Decisão Jurisdicional e Recursos no Processo Civil

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RESUMO AV1 
TEORIA DA DECISÃO JURISDICIONAL E RECURSOS NO PROCESSO 
CIVIL – ARA 1224 
 
1. AULA 1 – TEORIA DA DECISÃO 
O Código de Processo Civil estabeleceu um dever de fundamentação adequada 
de cariz analítico no artigo 489, §§1° e 2°, além de deveres de coerência e integridade 
de cariz hermenêutico para as decisões judiciais no artigo 926, caput. 
 Embora a hermenêutica jurídica e a filosofia analítica do direito remetam a 
tradições filosóficas historicamente conflitantes entre si, o objetivo do estudo é a 
construção de pontes entre ambas as teorias e demonstrar que, unidas, poderão servir 
a um sistema de administração da justiça mais racional. 
 
2. AULA 2 – PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES 
JUDICIAIS 
Este princípio integra a Ordem Constitucional, e representa uma garantia para o 
cidadão contra julgamentos arbitrários. De acordo com esse princípio, o juiz deve expor 
as razoes de seu convencimento pautado em aspectos racionais. A decisão que emana 
do órgão julgador deve ser fundamentada, demonstrar a verdade fática e jurídica a partir 
de provas produzidas sob o crivo do contraditório, a motivação das decisões judiciais 
permite que as partes tomem ciências dos critérios utilizados permitindo eventual 
impugnação. 
Sua aplicação proporciona segurança jurídica, pois se consolida em vários outros 
fundamentos constitucionais, dentre eles, o acesso a justiça, o devido processo legal, o 
contraditório e a ampla defesa. Com o NCPC, tal princípio ganhou tratamento especial e 
positivou limites para a atuação do magistrado. 
O Princípio Constitucional da Motivação das Decisões Judiciais está previsto na 
CF, artigo 93, IX, e disciplina o seguinte: “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder 
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade 
[...]”. 
O NCPC, Lei n. 13.105/15, em seu artigo 11, disciplina que “Todos os 
julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as 
decisões, sob pena de nulidade”. 
Conforme o artigo 10, “O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com 
base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes a oportunidade de 
se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.” 
Nas palavras de Antônio Magalhães Gomes Filho: “A motivação exerce quer 
uma função política, quer uma garantia processual. Como função política, a motivação 
das decisões judiciais transcende o âmbito próprio do processo, alcançando o próprio 
povo em nome do qual a decisão é tomada, o que a legitima como ato típico de um 
regime democrático. Como garantia processual, dirige-se à dinâmica interna ou à técnica 
do processo, assegurando às partes um mecanismo formal de controle dos atos judiciais 
decisórios, de modo a atender a certas necessidades de racionalização e eficiência da 
atividade jurisdicional.” 
 
3. TEORIAS REALISTAS DA INTERPRETAÇÃO JURÍDICA 
As teorias realistas da interpretação jurídica têm como principal referencia a 
concepção de interpretação de Hans Kelsen (Teoria Pura do Direito). Para Kelsen, um 
enunciado normativo do direito positivo é apenas uma moldura que permite ao seu 
intérprete extrair diversas interpretações, que, por sua vez, levam a diferentes propostas 
de normas jurídicas. As normas jurídicas são sempre o significado objetivo de um ato de 
vontade que aplica uma norma jurídica prevista na escala imediatamente superior do 
sistema jurídico. 
Assim, as normas legais são atos de vontade que resultam de uma escolha que 
os legisladores fazem entre as diversas possibilidades de interpretação de uma ou mais 
normas constitucionais. 
Uma decisão judicial constitui uma norma jurídica que é o significado objetivo de 
um ato de vontade do juiz, consistente na escolha de uma, entre diversas possibilidades 
de interpretação das normas constitucionais ou legais que incidem no caso em 
julgamento. 
O enunciado normativo do artigo 10, NCPC levará a formulação de uma norma 
jurídica que será então aplicada na atividade jurisdicional. Interpretando esse enunciado, 
ou conhecendo seus múltiplos possíveis significados. 
Kelsen sustentava que nada constrange a discricionariedade do juiz ao escolher 
as propostas interpretativas, nem mesmo os métodos de interpretação concebidos pela 
teoria do direito. Não existe nenhum método cientificamente objetivo e seguro que 
permita afirmar que métodos podem ser instituídos ou reconhecidos para interpretar um 
texto legal e quais dentre esses métodos devem preponderar em uma decisão judicial. 
O precedente deve ser uma decisão anterior, na qual haja elementos internos 
semelhantes, sendo que essa semelhança deve ser capaz de transcender para a decisão 
contemporânea, ou seja, aquela que verificará a condição de precedente da decisão 
passada. 
 
AULAS 3 A 6 – CRÉDITO DIGITAL 
 
4. SENTENÇA 
A sentença é o ato decisório do juiz que extingue o processo, com ou sem 
julgamento do mérito da causa; dando fim a fase cognitiva do processo ou à fase de 
execução. 
É um dos atos mais importantes do processo, que tem como objetivo inicial a 
resolução do mérito da causa, visando por um fim à contestabilidade de um bem da vida 
mediante a atuação da lei no caso concreto. 
A sentença pode ter conteúdos constitutivo, condenatório ou meramente 
declaratório. Isso é definido conforme ela consista em simples declaração de existência 
ou inexistência de determinada relação jurídica ou de falsidade de documento, em uma 
constituição ou desconstituição de relação ou situação jurídica ou a condenação em 
obrigações de fazer, não fazer, entregar coisa certa ou pagar quantia. 
A sentença sem resolução do mérito extingue o processo, mas não obsta que a 
parte proponha a mesma ação novamente em momento posterior. Todavia, na forma do 
artigo 486, NCPC, no caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos 
incisos I, IV, VI e VII do artigo 485, a propositura da nova ação depende da correção 
do vicio que levou à extinção do processo sem resolução de mérito. 
A sentença possui elementos essenciais, quais sejam, o relatório, os fundamentos 
e o dispositivo, na forma do art. 489, NCPC. 
RELATÓRIO: deve conter os nomes das partes, a suma do pedido e da 
contestação e o registro de eventuais ocorrências relevantes no decorrer do processo. é 
a parte inicial da sentença, ou seja, não envolve ainda análise do juiz sobre as razoes do 
pedido ou o mérito em si. 
FUNDAMENTO: envolvem a análise do juiz quanto a questões de fato e de direito. 
Nessa segunda parte, o juiz examina e reconhece a pretensão dos litigantes, resolve as 
questões de fato e de direito e expõe as razoes que lhe formaram o convencimento e 
que o levaram ao acolhimento da tese apresentada por uma parte e a rejeição da tesa 
da parte contrária. Ainda na sentença, o juiz deverá apreciar de forma justificada as 
provas produzidas e a sua relevância para o seu convencimento. 
DISPOSITIVO: indica a solução jurídica imposta pelo magistrado para a resolução 
das questões que lhe foram postas para julgamento. Diferentemente dos fundamentos, 
o dispositivo refere-se apenas à questão principal submetida à apreciação do Judiciário. 
É o julgamento de procedência ou improcedência, em termos básicos, ou de extinção do 
processo sem exame de mérito, nas sentenças terminativas. O dispositivo contém, ainda, 
a condenação da parte vencida a pagar os honorários e as despesas que a parte 
vencedora antecipou, que compreendem custas processuais (no caso do autor), gastos 
com testemunhas, honorários de perito e honorários advocatícios. 
Ao juiz é vedado proferir sentença, ainda que o pedido seja genérico na forma do 
artigo 491, ressalvadas as hipóteses em que não for possível determinar de modo 
definitivo o montante devido; ou em que a apuração do valor devido depender da 
produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim 
reconhecidana sentença. 
De acordo com o artigo 492, é vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa 
da pedida, bem como a parte em quantidade superior ou objeto diverso do que foi 
demandado. Trata-se da vinculação do juiz ao pedido. 
Caso o juiz extrapole esses limites, estará proferindo sentença ultra, infra ou extra 
petita, todas elas passíveis de anulação pelo órgão superior. 
Existe a possibilidade do juiz levar em consideração fatos constitutivos, 
modificativos ou extintivos do direito, ocorridos depois da propositura da ação ou do 
oferecimento de contestação e que sejam capazes de influir no julgamento da lide, o que 
poderá ocorrer de oficio ou a requerimento da parte. 
Uma vez publicada a sentença, de acordo com os incisos do art. 494, o juiz poderá 
alterá-la apenas para, de oficio ou a requerimento das partes, corrigir inexatidões 
materiais ou erros de calculo ou por meio de embargos de declaração. 
A sentença pode ser publicada na audiência de instrução e julgamento ou em 
momento posterior. 
 
5. EFEITOS DA SENTENÇA 
São aqueles que decorrem diretamente da decisão e se referem à situação 
jurídica controvertida, possibilitando assim que a parte vitoriosa tome as providencias 
executivas cabíveis, dependendo da espécie de decisão judicial (constitutiva, 
condenatória, declaratória). 
Em regra, a sentença somente produzirá efeitos sobre a esfera jurídica de quem 
foi parte no processo. Não obstante, é possível que efeitos reflexos atinjam terceiros que 
possuam relações jurídicas juridicamente conexas com aquilo que foi decidido. 
Ex.: extinção da relação existente entre o sublocador e o sublocatário, na hipótese 
de despejo daquele. 
A sentença poderá produzir, ainda, efeitos anexos, como é o caso da hipoteca 
judiciária, prevista nos §§1° a 5° do artigo 495 do NCPC. Há ainda a chamada eficácia 
probatória da sentença, a qual, como documento publico que é, serve como meio de 
prova da própria existência, bem como dos fatos nela contidos. 
 
6. AÇÃO RESCISÓRIA 
A ação rescisória é uma ação própria/autônoma, que tem como finalidade 
desconstituir uma decisão judicial transitada em julgado (diferindo-se da apelação, pois, 
embora as duas ações incidam sobre decisões de mérito capazes de gerar extinção do 
processo, as fases e as hipóteses são diferentes. No caso da apelação, ainda não houve 
trânsito em julgado), que não possui mais recursos cabíveis contra. É regulada pelos 
artigos 966 a 975 do NCPC. 
HIPÓTESES DE AÇÃO RESCISÓRIA: o primeiro requisito, e mais importante 
para analisar a propositura de uma ação rescisória, é que exista uma decisão de mérito 
transitada em julgado (art. 966, NCPC). 
É possível notar que qualquer decisão que julgue o mérito de uma demanda pode 
ser rescindível se apresentadas uma das hipóteses descritas nos incisos do art. 966. No 
entanto, o parágrafo segundo deste mesmo artigo aponta duas situações em que o 
mérito não é decidido, mas cabe ação rescisória. 
A LEGITIMIDADE ATIVA PARA PROPOR AÇÃO RESCISÓRIA: é restrita 
(apenas algumas pessoas possuem legitimidade para propor). São elas: 
a) Própria parte que tenha sofrido algum dano decorrente da decisão a ser 
rescindida ou de seus sucessores (mesmo quem não tiver sido parte no 
processo, mas demonstra que possui interesse legítimo). Ex.: terceiro 
que vai suportar de forma indireta os efeitos da decisão. 
b) Litisconsorte: pessoa demandada juntamente com outra em juízo, 
figurando no processo como coautor ou corréu. 
c) Ministério Público em determinados casos: quando não foi ouvido em 
processos que era obrigatória sua intervenção, quando as partes 
tinham como finalidade fraudar a lei através de simulação ou colusão, 
ou, ainda, em casos que sua atuação seja necessária, como no 
interesse de incapazes. 
A LEGITIMIDADE PASSIVA NA AÇÃO RESCISÓRIA: todos aqueles que se 
beneficiaram da decisão (ou seus sucessores) que se busca a rescisão devem fazer 
parte da ação rescisória. 
É importante dizer que os réus neste caso são um litisconsórcio passivo unitário, 
uma vez que a decisão afetará a todos. Da mesma forma, é possível a inclusão de 
terceiros, em especial em caso de fraude, inserindo no processo o terceiro fraudador, 
mesmo que não tenha participado no processo originário. 
A COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DA AÇÃO RESCISÓRIA: o juiz de 
primeiro grau não possui competência para rescindir a própria decisão. A competência é 
sempre do tribunal. Essa competência é funcional absoluta, sendo certo que o tribunal 
julgará as ações rescisórias tanto das decisões de primeira instancia, quanto das 
decisões originarias do próprio tribunal. 
O prazo para se propor uma ação rescisória é de 2 anos a contar do trânsito em 
julgado da última decisão proferida no processo. Exceção ao prazo: artigo 975, §1°. 
 
 
RECURSO ADESIVO (art. 997, NCPC): tem cabimento nos casos de 
sucumbência das partes, como forma de desestímulo para recursos. A ideia central do 
recurso adesivo é que uma parte recorre somente quando a outra parte recorre também. 
Metaforicamente, seria como “pegar carona” no recurso do outro para tentar reformar a 
decisão de uma forma que melhor lhe convém. 
O recurso adesivo não é uma espécie de recurso propriamente dita, mas sim uma forma 
especial de interposição de recurso. Os casos mais recorrentes de recurso adesivo são 
aqueles que envolvem dano moral e dano material. Comumente, a parte autora pede a 
indenização por dano material e o juiz concede, mas julga improcedente o pedido por 
dano moral. O autor pode recorrer em busca do dano moral e o réu “pega carona” no 
recurso para tentar se eximir de pagar o dano material já estipulado, ou vice-versa, caso 
o réu recorra para não pagar o dano material, a outra parte pode buscar o dano moral 
não concedido em 1° grau. 
 
7. AULA 7 – TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
 
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO (para que seja 
conhecido): Toda postulação se sujeita a um duplo exame do magistrado: primeiro, 
verifica-se se será possível o exame de conteúdo da postulação; após, e em caso de um 
juízo positivo no primeiro momento, examina-se a procedência ou não daquilo que se 
postula. 
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE: análise dos requisitos 
O objeto do juízo de admissibilidade é composto dos chamados requisitos de 
admissibilidade, que se classificam em dois grupos: 
a) Requisitos intrínsecos: concernentes à própria existência do direito de 
recorrer. Cabimento, legitimação, interesse e inexistência de fato impeditivo ou 
extintivo do poder de recorrer. 
 
a.1) Cabimento: deve ser examinado em duas dimensões, que podem ser 
representadas por duas perguntas: 
 A decisão é, em tese, recorrível? 
 Qual recurso cabível contra essa decisão? 
Se se interpõe o recurso adequado contra uma decisão recorrível, vence-
se esse requisito intrínseco de uma admissibilidade recursal. 
O cabimento desdobra-se em dois elementos: a previsão legal do recurso 
e sua adequação: previsto o recurso em lei, cumpre verificar se ele é adequado 
a combater aquele tipo de decisão. Se for positiva a resposta, revela-se, então, 
cabível o recurso. 
 
a.2) Legitimidade: artigo 966, NCPC e Súmula 99, STJ. 
 
a.3) Interesse: O exame do interesse recursal segue a metodologia do exame 
do interesse de agir. 
 Para que o recurso seja admissível, é preciso que haja utilidade (o 
recorrente deve esperar a situação mais vantajosa) e necessidade (que lhe 
seja preciso usar as vias recursais para alcançar este objetivo). 
 Costuma-se relacionar o interesse recursal à existência de sucumbência. 
 
a.4) Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer: há 
fatos que não podem ocorrer para que o recurso seja admissível. São os fatos 
impeditivos e extintivos do direito de recorrer. 
 Fato impeditivo: ato de que diretamente haja resultado a decisão 
desfavorável àquele que, depois, pretenda impugná-la. (Art. 998 e 999, 
NCPC). Ex.: a desistência, a renúncia aodireito sobre o que se funda a ação 
e o reconhecimento da procedência do pedido. 
 Fato extintivo: a renúncia ao direito de recorrer e a aceitação. 
 
 
b) Requisitos extrínsecos: relativos ao modo de exercício do direito de recorrer. 
Tempestividade, regularidade formal e preparo. 
 
b.1) Tempestividade: artigos 1003 a 1005, NCPC. O recurso deve ser 
interposto dentro do prazo fixado em lei. O NPCP unificou os prazos recursais 
em 15 dias, ressalvado o prazo para os embargos de declaração (art. 1003, 
§5°, NCPC). 
 Em razão da exigência de publicidade (artigo 93, IX, CRFB/88; artigo 8°, 
II e 189, NCPC), os pronunciamentos judiciais devem ser veiculados no Diário 
da Justiça eletrônico, permitindo o conhecimento geral das decoes tomadas e 
o registro do entendimento firmado pelos órgãos jurisdicionais. 
 OBS.: O recurso interposto antes do início do prazo é tempestivo? (artigo 
218, §4°, NCPC). Será considerado tempestivo o ato praticado antes do início 
do prazo processual. 
 A intimação da União, Estados, Municípios e de suas respectivas 
autarquias e fundações será realizada perante o órgão de Advocacia Pública 
responsável pela sua representação judicial (artigo 269, §3°, NCPC). 
 A intimação da Advocacia Pública, da Defensoria Pública e do Ministério 
Público será pessoal; considera-se pessoal a intimação feita por carga, 
remessa ou meio eletrônico (artigo 183, §10, 180, 186, NCPC). O meio 
preferencial é o eletrônico (artigo 270, §único, NCPC). Também é preferencial 
a intimação eletrônica nos demais casos (artigo 270, caput, NCPC). 
 Fazenda Pública (artigo 183, NCPC), e Ministério Público (artigo 180, 
NCPC) possuem o dobro do prazo para recorrer. A regra vale inclusive quando 
qualquer um deles interpuser o recurso como terceiro. 
 As partes patrocinadas pela Defensoria Pública possuem prazo em dobro 
para recorrer (artigo 186, NCPC). O benefício estende-se àquele que esteja 
sendo patrocinado por núcleo de prática jurídica de instituição de ensino 
superior (pública ou privada), ou por entidade que presta serviço de assistência 
judiciaria, em convênio com a Defensoria Pública. 
 Litisconsortes com advogados diferentes têm direito a prazo em dobro para 
recorrer (artigo 229, NCPC). Os advogados distintos devem pertencer a 
escritórios de advocacia diferentes. O benefício independe de requerimento e 
não se aplica nos casos de processo em autos eletrônicos (artigo 229, §2°, 
NCPC). 
 “Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos 
litisconsortes haja sucumbido” (Súmula 641, STF). 
 
b.2) Regularidade formal: para que o recurso seja conhecido, é necessário, 
também, que preencha determinado requisitos formais que a lei exige, Deve o 
recorrente, sob pena de inadmissibilidade do seu recurso: 
 a) apresentar as suas razões, impugnando especificamente os 
fundamentos da decisão recorrida (artigo 932, III, NCPC). 
 b) formular o pedido recursal. 
 c) respeitar a forma escrita para interposição do recurso (à exceção dos 
embargos de declaração em Juizados Especiais Cíveis, art. 49, Lei n. 
9.099/95, que podem ser interpostos oralmente). O recurso deve ser subscrito 
por quem tenha capacidade postulatória. Mesmo no âmbito dos Juizados 
Especiais Cíveis, em que se confere à própria parte a capacidade postulatória, 
o recurso deve ser subscrito por Advogado (artigo 75, NCPC). 
 
b.3) Preparo: é o adiantamento das despesas relativas ao processamento do 
recurso. À sanção para a falta de preparo oportuno dá-se o nome de deserção. 
Trata-se de causa objetiva de inadmissibilidade, que prescinde de qualquer 
indagação quanto à vontade do omisso. (artigo 1007, NCPC). 
 
JUÍZO DE MÉRITO: análise da matéria para anulação ou reforma da decisão. 
O mérito do recurso é a pretensão recursal, que pode ser a de invalidação, 
reforma, integração ou esclarecimento (esse último exclusivo dos embargos de 
declaração). 
A causa de pedir recursal e o respectivo pedido recursal compõem o mérito do 
recurso. Ao acolher o pedido recursal, o órgão ad quem dá provimento ao recurso; ao 
negar o pedido recursal, nega provimento ou desprovê o recurso. 
O mérito do recurso é, em regra, sujeito a uma única apreciação (órgão ad quem). 
 
CARÁTER SUBSTITUTIVO DO JULGAMENTO PROFERIDO PELO TRIBUNAL – 
artigo 1008, NCPC. 
 
 EFEITOS DOS RECURSOS (artigo 995, NCPC): a interposição do recurso 
impede o trânsito em julgado da decisão. A interposição do recurso prolonga o estado 
de ineficácia me que se encontrava a decisão; com o recurso, os efeitos dessa decisão 
não se produzem, 
 EFEITOS SUSPENSIVOS: é aquele que provoca o impedimento da produção 
imediata dos efeitos da decisão que se quer impugnar. 
 Há os recursos que possuem efeito suspensivo automático, por determinação 
legal. É o que acontece com a apelação (artigo 1012, NCPC) e o recurso especial ou 
extraordinário interposto contra decisão que julga incidente de resolução de demandas 
repetitivas (artigo 987, NCPC). 
 Porém a regra é a de que o recurso não possua efeito suspensivo automático por 
determinação legal (artigo 995, NCPC). Cabe ao recorrente pedir o efeito suspensivo ao 
relator do recurso, preenchido os pressupostos legais (artigo 995, § único, NCPC). 
 Atribuir um efeito ao recurso é consequência do juízo de mérito e só incide se este 
for conhecido pelo juízo, ou seja, se já tiver preenchido todos os requisitos de 
admissibilidade, podendo lhe ser atribuído, além de devolutivo (devolução da matéria 
impugnada à apreciação do Tribunal) os efeitos suspensivos, translativo, substitutivo, 
expansivo e regressivo: 
 Efeito regressivo ou efeito de retratação: é que autoriza o órgão a quo rever a 
decisão recorrida. 
 Efeito expansivo subjetivo (extensão subjetiva dos efeitos): em regra, a 
interposição do recurso produz efeitos apenas para o recorrente (princípio da 
personalidade do recurso). 
 Efeito translativo: aptidão em permitir que o Tribunal examine, de ofício, matérias 
de ordem pública. 
 Efeitos substitutivo: tendo sido o recurso conhecido, a decisão de mérito do 
recurso substitui, a decisão recorrida. 
 Há casos, porém, em que o recurso interposto por uma parte produz efeitos em 
relação a outra. 
 Ex.: o recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se 
distintos ou opostos os seus interesses (artigo 1005, NCPC). 
 
COMO AGIR PARA IMPEDIR OS EFEITOS IMEDIATOS DA DECISAO RECORRIDA? 
 
 Mesmo que não haja previsão expressa para o efeito suspensivo, há mecanismos 
processuais que possibilitam a suspensão de eventual decisão, quais sejam: 
probabilidade do direito; risco de dano grave ou de difícil reparação (artigo 995, § único, 
NCPC). 
 
8. AULA 8 – APELAÇÃO (artigo 1009 e seguintes, NCPC) 
 
Conceito de apelação: é o recurso cabível contra sentença terminativa (quando 
põe fim ao processo, mas não julga o mérito) ou sentença de mérito (exceção: artigo 
356, §5°, NCPC). 
Conceito de sentença: artigo 203, §1°, NCPC. 
Objetivo do recurso: o recurso de apelação visa a obtenção da reforma total ou 
parcial da decisão impugnada, ou mesmo sua invalidação. 
Objeto: a apelação é cabível de toda e qualquer sentença seja proferida em 
processo de conhecimento ou de execução (art. 925, NCPC), ou em qualquer tipo de rito 
(comum e especial) tanto em jurisdição voluntária quanto contenciosa. 
Legitimidade: artigo 966, NCPC. 
 
APELAÇÃO EM DECISÕES INCIDENTAIS (excluída do agravo de instrumento) 
 O NCPC aboliu o agravo retido afastando a necessidade de interposição imediata 
de recurso, para impedir a preclusão, desde que a matéria incidental não conste do rol 
taxativo do artigo 1016, NCPC. 
 Qual seria o recurso para essas demais decisões incidentais? Qual seria o 
momento? Preliminar de apelação ou contrarrazões (artigo 1009, §1°, NCPC). 
 
 INTERPOSIÇÃO: 
 Prazo: 15 dias (artigo 1003, §5°, NCPC), a contar da publicação da 
decisão de que se quer recorrer (artigo 1003, caput).Endereçamento: será dirigido ao órgão prolator da decisão (juízo a quo) 
(requisitos: artigo 1010, NCPC). 
 Manifestações: conterá duas manifestações apresentadas em um único 
momento: 
a) Petição de Interposição: dirigida ao juízo a quo, onde a parte anuncia 
que vai interpor recurso. 
b) Razões recursais: dirigida ao Tribunal, onde o recorrente expõe os 
motivos do seu inconformismo, demonstra porque a decisão deve ser 
alterada e formula o pedido de reforma/nulidade de sentença. 
“Tantum devolutum quantum apelatum”: o pedido de nova decisão delimita o 
objeto do recurso. Apenas a matéria impugnada é transferida ao conhecimento e 
apreciação do tribunal. 
Apelação genérica: é vedado ao recorrente interpor apelação genérica. As faltas 
das razões do pedido de nova decisão impedem o conhecimento da apelação. 
Apresentação de documentos da apelação: os documentos, em regra, somente 
se forem destinados a provar fatos novos (artigos 435 e 1014, NCPC). 
Do que se recorre? Artigo 1013, NCPC. 
Na apelação, denunciam-se os erros ou vícios de juízo, chamados error in 
judicando e error in procedendo ou vícios do procedimento. 
Ex.: Erros de juízo (ligados ao juízo de mérito) – má valoração de uma prova 
acostada aos autos. 
Ex.: Erros de procedimento (ligados ao procedimento) – julgamento antecipado 
da lide quando não seria o caso (cerceamento de defesa). 
Consequências: 
 Error in judicando: o acolhimento gera a substituição da sentença por um 
acórdão. 
 Error in procedendo: com o acolhimento a sentença é anulada pelo 
Tribunal (não simplesmente substituída). Remete-se os autos à instancia inferior para 
que o juiz profira outra decisão. 
 
Teoria da causa madura: o Tribunal julgará desde logo a lide (artigo 1013, §§3° 
e 4°, NCPC). 
Juízo de retratação (artigos 331, 332, §3° e §7°, 485 do NCPC): não reformada 
a decisão, devem os autos ser remetidos ao tribunal para que seja julgada a apelação. 
Contrarrazões (artigo 1010, §1°, NCPC). 
Juízo de admissibilidade (artigo 1010, §3°, NCPC): caberá exclusivamente ao 
Tribunal. Cumpre ao órgão a quo tão somente processar o recurso. 
Ocorrendo nulidades sanáveis (artigo 938, §1°, NCPC): economia processual. 
Deserção (artigo 1007, NCPC): não cumprir o preparo no prazo devido 
(pagamento das custas recursais). Cumpre ao relator observar. 
EFEITOS (duplo – suspensivo e devolutivo) 
 Efeito suspensivo: a apelação normalmente suspende os efeitos da 
sentença. O efeito suspensivo consiste na suspensão da eficácia natural da sentença, 
isto é, dos seus efeitos normais. 
Hipóteses em que este efeito não existirá: artigo 1012, §1°, I a VI, NCPC, que 
dispõe que este recurso somente será recebido no efeito devolutivo. 
 Efeito devolutivo: ocorre quando mesmo após sua interposição, a 
sentença produz seus efeitos. Possibilidade de o Tribunal de Justiça julgar 
imediatamente o mérito da ação (artigo 1013, NCPC). Princípio da celeridade. A 
apelação devolverá ao Tribunal o conhecimento da matéria impugnada. 
Alegação de questão de fato novo na apelação (artigo 1014, NCPC): caberá 
ao recorrente provar não só o fato como o motivo de força maior que o impediu de argui-
lo no momento processual adequado. 
Reformatio in pejus: a piora da situação da parte, sob o ponto de vista prático, 
quando ocasionada por recurso que ela mesma interpôs não é admitida (entendimento 
jurisprudencial). Foi omisso o CPC/15. 
Processamento em 2° grau: 
 No Tribunal, a apelação será registrada e distribuída, designando-se relator 
(artigo 1011, NCPC), que deverá observar o artigo 992, NCPC. 
 A apelação poderá ser decidida monocraticamente pelo próprio relator 
(artigo 932, III a V, NCPC). Não sendo o caso, elaborará o seu voto para julgamento 
(para câmara ou turma do tribunal), artigo 1011, II, NCPC. 
 O Presidente do tribunal que designa dia para julgamento (artigo 934, 
NCPC). 
 Possibilidade de sustentação oral (artigo 937, I, NCPC). 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO (artigos 1015 a 1020, NCPC) 
 
 Conceito de Agravo: é o recurso cabível contra as decisões interlocutórias que 
versem sobre o artigo 1015, NCPC (rol taxativo). 
 Conceito de decisão interlocutória (artigo 203, §2°, NCPC): é um dos atos 
processuais praticados pelo juiz no processo, que decide uma questão incidente sem 
resolução do mérito (sem dar uma solução final à lide proposta em juízo que é a 
característica da sentença). 
 Cabimento de Agravo de Instrumento: O CPC/15 taxou as hipóteses de 
cabimento do agravo de instrumento, inviabilizando, consequentemente, a interposição 
desse recurso contra decisões interlocutórias proferidas sobre outros assuntos. 
IMPORTANTE: toda decisão interlocutória proferida, mas da qual não tenha cabimento 
Agravo de Instrumento, não se sujeita à preclusão, podendo e devendo ser objeto de 
preliminar de apelação ou suas contrarrazões. 
 Neste sentido, destaco a análise da Relatora Ministra Nancy Andrighi no Resp 
1704520-MT: 
 “Não há dúvida de que o novo CPC modificou substancialmente o regime de 
preclusões do processo. Pelo novo regime, apenas precluem as decisões que 
possuam o conteúdo descrito nas hipóteses previstas no art. 1015 do NCPC e que não 
tenham sido impugnadas por agravo de instrumento, ficando todas as demais questões 
imunizadas pelo sistema até o momento futuro – prolação da sentença – ocasião em que 
as questões, até então imunes, deverão ser impugnadas pela parte no recurso de 
apelação ou em suas contrarrazões sob pena de, a partir desse momento, tornarem-se 
indiscutíveis.” 
 Prazo do agravo de instrumento: o prazo para interposição de agravo de 
instrumento é de 15 dias úteis, contados da data da intimação da decisão (a partir do 
primeiro dia útil subsequente à publicação da decisão recorrida). 
 O agravo de instrumento é um recurso dirigido diretamente ao Tribunal de Justiça 
ou ao Superior Tribunal de Justiça (ad quem), a fim de reanalisar pronunciamento judicial 
de natureza decisória que não coloque fim ao processo (decisão interlocutória). 
 A petição escrita deve conter: os nomes das partes; exposição dos fatos e do 
direito; as razões do pedido de reforma ou da invalidação da decisão; o pedido; o nome 
e endereço completo dos advogados das partes. 
 Os documentos que acompanham a petição de interposição, e dão razão ao 
instrumento, estão previstos no artigo 1017, NCPC. 
 Juízo de retratação (artigo 1018, NCPC): possibilita ao juiz que proferiu a 
decisão agravada modificar o seu entendimento, levando em consideração as razões 
contidas no agravo. Para isso, a parte deve comunicar ao juízo a interposição do recurso, 
juntando cópia do agravo de instrumento, comprovante de interposição, bem com 
informar as peças que seguiram com o agravo. Se o juiz reformar a decisão, o agravo 
perderá seu objeto e o relator o considerará prejudicado. 
 Efeitos: o recurso de agravo de instrumento no NCPC não é dotado de efeito 
suspensivo automático (ope legis) ficando a critério do julgador a atribuição de efeito 
suspensivo ao recurso (ope judicis). 
 Assim, distribuindo o agravo de instrumento ao tribunal, o recurso será sorteado 
ao relator. Ele poderá, liminarmente, atribuir efeito suspensivo ao recurso, ainda que a 
outra parte não tenha se manifestado, ou deferir tutela total ou parcial, comunicando de 
imediato ao juiz a sua decisão. 
AGRAVO INTERNO 
 
 O artigo 994, NCPC, ao estabelecer quais os recursos cabíveis em nosso 
ordenamento jurídico, elenca três tipos de agravo: agravo de instrumento, agravo interno 
e agravo em recurso especial ou extraordinário. 
 Cabimento do agravo interno (artigo 1021. NCPC): cabe agravo interno de toda 
decisão proferida pelo relator em recurso que será analisado pelo órgão colegiado. A 
decisão monocrática contraria a própria natureza das decisões de segundo grau, que 
deveriam ser colegiadas, mas que por uma questão de urgência e facilitação 
procedimental, o relator recebe a incumbência de decidir temporariamentepelo órgão 
colegiado. 
 Diante disso, nada mais justo que, caso o jurisdicionado não concorde com a 
decisão do relator, tenha o direito do pronunciamento do órgão que delegou o poder de 
decidir a ele. 
 Ex.: Você é advogado de um idoso que precisa de uma revisão de contrato de 
plano de saúde, pois este estipulou o reajuste de 100% da mensalidade quando o 
contratante completasse 60 anos 
 Na inicial você pede uma tutela provisória de urgência quanto ao pedido de 
redução da mensalidade de acordo com os índices estipulados pela Agência Nacional 
de Saúde, e assim têm a liminar deferida pelo juízo de 1° grau. 
 Considerando que a seguradora do plano de saúde ingresse com o agravo de 
instrumento dessa decisão que deferiu a tutela pleiteada, e que peça a imediata 
suspensão de seus efeitos, quem analisará de antemão esse pedido liminar é o relator. 
 Essa decisão vale até que o órgão colegiado profira o pertinente acórdão. Neste 
caso, o recurso pertinente para impugnar a decisão proferida pelo relator é justamente o 
agravo interno. 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (artigos 1022 a 1026, NCPC) 
Conceito: é o instrumento por meio do qual uma das partes pode pedir 
esclarecimentos sobre a decisão proferida. 
Cabimento: por meio dele é possível sanar dúvidas causadas por contradições 
ou obscuridades, pode-se suprir omissões ou apontar erros materiais (artigo 1022, 
NCPC). Portanto, os embargos de declaração garantem às partes meios de pleitear que 
o princípio da devida fundamentação das decisões seja seguido, requerendo: 
esclarecimentos de obscuridade; eliminação de contradição; preenchimento de omissão; 
correção de erro material. 
Obscuridade: uma decisão obscura é uma decisão sem clareza, ininteligível. 
Contradição: toda decisão deve ser coerente (bem fundamentada), os 
argumentos do juízo não podem ser incongruentes. 
 Limite da contradição: o artigo 1022, NCPC, dispõe hipóteses de 
embargos de declaração para eliminar contradição interna (entre elementos da mesma 
decisão). Não se considera as contradições externas (existentes entre a decisão e outros 
documentos ou peças dos autos). 
Omissão: de acordo com o 1022, § único, NCPC, incorre omissão a decisão que: 
a) Não se manifeste sobre o entendimento firmado em julgamento de 
casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência 
aplicável ao caso (necessidade de uniformização da jurisprudência 
prevista no artigo 926, NCPC). 
b) Ou se trate de uma das condutas do artigo 489, §1°, NCPC. 
Erro material: erros causados por equívoco ou inexatidão, referentes a aspectos 
objetivos, como material ou cálculo. Não envolvem, portanto, defeitos de juízo. 
 “A alteração da decisão para corrigir erros de cálculo ou inexatidões 
materiais não implica a possibilidade de o juiz proferir nova decisão ou proceder 
a um rejulgamento da causa. O que se permite é que o juiz possa corrigir 
evidentes e inequívocos enganos involuntários ou inconscientes, retratados em 
discrepâncias entre o que se quis afirmar e o que restou consignado no texto da 
decisão.” (Fredie Didier – Curso de Direito Processual Civil, 2016, página 249) 
 
 Os embargos de declaração são uma das hipóteses em que o magistrado pode 
alterar a sentença após a sua publicação (art. 494, II, NCPC). 
 Prazo: 5 dias (artigo 1023, NCPC). 
 Efeito: o artigo 1026 dispõe que os embargos de declaração não possuem efeitos 
suspensivo, porem o §1° do mesmo artigo assevera que o efeito suspensivo pode ser 
concedido pelo juiz ou relator, desde que preenchidos os requisitos de existência de dano 
grave ou de difícil reparação. Os §§2° e 4° do mesmo artigo preveem também punição 
àqueles que apresentaram embargos apenas para fim de protelação. 
 Efeitos infringentes: referem-se à capacidade modificativa do resultado (dos 
efeitos da sentença). De maneira geral os embargos de declaração não visam modificar 
os efeitos da decisão, mas sanar alguns de seus vícios. Porém, há casos em que a 
alteração de algum vício da decisão acarreta modificações de suas conclusões (artigo 
1024, §4°, NCPC). 
 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL (artigo 1027 e 1028, NCPC) 
 Conceito: tem a finalidade de garantir o duplo grau de jurisdição nos processos 
de competência originária dos Tribunais. 
 Cabimento: artigo 1027, NCPC. 
 Juízo de admissibilidade: findo o prazo de contrarrazões os autos serão 
remetidos ao Tribunal Superior independentemente do juízo de admissibilidade. 
Obs.: artigo 1028, §3° - neste caso só há um juízo de admissibilidade, que deve ser feito 
no juízo ad quem. 
 Prazo: 15 dias 
 Competência: o artigo 102, II, CRFB/88 descreve quais são os recursos 
ordinários julgados pelo STF. Já o artigo 105, II, CRFB/88 expõe os casos em que o 
STJ tem competência para julgar tal recurso. 
 No mais, devem ser aplicadas as disposições referentes ao recurso de apelação 
e aquelas consignadas nos regimentos internos do STF e do STJ.

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