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Mila Vitória – Medicina – Sistema urinário Função do TUI (bexiga, uretra, esfíncteres): promover o armazenamento e esvaziamento voluntário periódico da urina, sob baixas pressões, sem interferir no TUS, em condições socialmente adequadas. Bexiga Função de armazenamento na maior parte do tempo e na fase de esvaziamento tem função de contração. Órgão visceral de controle voluntário do córtex e involuntário do SNA. O músculo detrusor é formado por um sincício de musculatura lisa em várias camadas, então, os impulsos passam muito rapidamente. Capacidade 400-500 ml, sem aumento de pressão. Uretra/ esfíncteres Função de continência normalmente e condução durante o esvaziamento. Esfíncter interno liso involuntário- colo. Esfíncter externo voluntário- assoalho pélvico, seu relaxamento voluntário geralmente inicia a micção. Enchimento e esvaziamento É necessária uma função integrada do TUI com o controle complexo do SN. No adulto o controle é voluntário; nas crianças é involuntário (arco-reflexo volta como estímulo motor, levando à micção). Alterações no SNC/SNP, musculatura lisa e/ou esquelética levará à distúrbios miccionais. No momento do enchimento vesical: Detrusor deve estar estável (relaxado), o SNA parassimpático está inibido, levando as relaxamento da musculatura, as fibras do SNP têm conexão com o centro medular da micção, o quela fica entre S2-S4 e vem de gânglios da parede vesical. Esfíncteres devem estar contraídos pois se estiverem relaxados haverá perda de urina (incontinência urinária), nesse momento o esfíncter liso interno (colo) é comandado pelo SNA simpático, que está ativado; já o esfíncter estriado externo é comandado pelo SN somático, que está ativado. Os estímulos gerados na parede da bexiga à medida em que ela vai enchendo, mandam mensagem através dos nervos pélvico e hipogástrico, podendo chegar ao tronco cefálico e córtex, acontecendo um reflexo inibitório. Na fase de esvaziamento vesical: O detrusor deve estar ativo (contração), é comandado pelo SNA parassimp., gerando uma pressão positiva. Os esfíncteres devem estar relaxados. O esfíncter liso é comandado pelo SNA simp., que está inibido e o esfíncter estriado é comandado pelo SN somático, que está inibido. Nesse momento, o córtex cerebral suspende o reflexo inibitório presente na maior parte do tempo, permitindo que o arco-reflexo se feche. Um estímulo aferente se conecta com a medula, que produz um estímulo motor eferente, fazendo com que a musculatura se contraia e os esfíncteres relaxem. Bexiga neurogênica Alterações na condução normal do impulso nervoso, da inervação da bexiga e/ou uretra que levem a alterações na fisiologia da micção. Há necessidade da presença de neuropatia para aplicar-se o termo bexiga neurogênica a um distúrbio miccional. Classificação É feita de acordo com o comportamento vesicoesfincteriano à avaliação urodinâmica. Baseia-se nas alterações nas fases de enchimento e de esvaziamento. Avaliação urodinâmica: é um estudo funcional; avalia funções de armazenamento e esvaziamento; diagnostica e classifica o distúrbio miccional; define prognóstico; orienta o tratamento; avalia evolução do distúrbio ao longo do tempo e a resposta ao tratamento. Geralmente é dividida em fases de acordo com o caso: urofluxometria(mede os parâmetros de micção do paciente); cistometria de enchimento- passa uma sonda e começa a encher a bexiga com soro fisiológico, consegue descobrir algumas características como sensibilidade, complascência, capacidade, presença de instabilidade detrusora; cistometria miccional. Paciente que tem bexiga hiperreflexa é prescrito um anticolinérgico, assim ela ficará arreflexa. Então, será necessário métodos para esvazia-la, uma vez que ela perde a capacidade. (ver adiante). Etiologia na criança Defeitos do tubo neural- mieolomeningocele: é uma falha no fechamento do canal medular; é mais comum na coluna lombossacra, exatamente onde se localiza o centro medular da micção; o diagnóstico precoce (que deve ser feito ainda na sala de parto) é importante para evitar lesão do TUS com IR e ITU de repetição. Bexiga neurogênica é quase sinônimo de ITU de repetição. Defeitos no tubo neural- agenesia sacra e ânus imperfurado: são causas menos comuns. Etiologia no adulto TRM, doença vascular cerebral, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, doença de Parkinson, DM, lembrar que HPB (hiperplasia prostática benigna) pode confundir ou complicar. Tratamento Sempre que possível evitar cateter vesical de demora: aumenta ITU importantes, afeta complascência, lesa uretra. Não deve ser usada como tratamento definitivo e sim como opção temporária! Cateterismo vesical limpo intermitente para esvaziamento: é o mais indicado. Quando vai ser necessário: arreflexia, na hiperreflexia bloqueada. É um método mais fisiológico, podendo ser feito pelo próprio paciente, 3-5 vezes por dia; geralmente é feito quimioprofilaxia para prevenir ITUs importantes, uma vez que a sonda vai romper uma barreira natural de proteção. Tratamento cirúrgico: - vesicostomia: conecta a bexiga com a pele, geralmente é feito na criança. - ampliação vesical (enterocistoplastia): aumenta a capacidade vesical; coloca um trecho no intestino no meio da bexiga, isso não deixa o reflexo chegar, já que não faz parte dela. A bexiga fica arreflexa, não precisa de drogas. - esfincterotomia: corta o esfíncter, deixando o paciente incontinente. É uma opção para pct que não têm condições clínicas para passar por uma cirurgia, que já têm uma doença avançada, é um tratamento endoscópico. Vale lembrar que não é um tratamento corriqueiro, é uma exceção. Pontos fundamentais BN= ITU, tentar prevenir ITU séria BN não tratada= aumenta risco de IR CVD= lesão vesical (diminui a complacência) e uretral= ITU mais séria. Objetivos do tratamento na BN: 1º proteger função renal, 2º prevenir ITU séria, 3º evitar incontinência, melhorando qualidade de vida. O principal objetivo não é curar!!
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