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INCONTINÊNCIA URINÁRIA SANARFLIX LOUISE CANDIOTTO 1 INTRODUÇÃO INCONTINÊNCIA URINÁRIA (IU) é definida como qualquer perda urinária. Ela é mais frequente no sexo feminino, devido ao menor comprimento uretral e maior chance de injúria musculofascial durante a gestação e o parto. Sua frequência aumenta com o decorrer da idade. É uma condição que não ameaça a vida da paciente, mas pode causar vergonha, isolamento, depressão e apresentar grande impacto na qualidade de vida da mulher. FISIOLOGIA DA MICÇÃO E MECANISMOS DA CONTINÊNCIA URINÁRIA A bexiga é um órgão musculoelástico, oco, recoberto por epitélio transicional. Sua função primordial é servir de reservatório, sem dor ou extravasamento, para a urina que é recebida de forma constante pela filtração glomerular, para posteriormente eliminá-la COM CONTROLE voluntário. Para que haja o correto funcionamento do armazenamento e eliminação dessa urina, é necessário que a musculatura lisa vesical (detrusor) relaxe e haja aumento coordenado do tônus esfincteriano uretral durante a fase de enchimento da bexiga, e ocorra o oposto durante a micção. A coordenação das atividades da bexiga e do esfíncter uretral envolve interação do sistema nervoso central e periférico e dos fatores regulatórios locais. MICÇÃO A micção é definida como a eliminação da urina estocada na bexiga através da uretra, baseado em variações no gradiente de pressão existente entre estas duas estruturas. Ela é controlada por uma série complexa de reflexos autônomos e uma parte voluntária, mas esse controle não é totalmente compreendido. O enchimento vesical é controlado pelo SN simpático, enquanto que o SN parassimpático controla o esvaziamento vesical. A micção é coordenada em nível do tronco encefálico, especificamente na substância pontinomesencefálica, denominado centro pontino da micção (CPM), que é a via final comum para motoneurônios da bexiga, localizados na medula espinhal. Em circunstâncias normais, a micção depende de um reflexo espino-bulbo-espinal liberado pelo CPM, que recebe influências, na maior parte inibitórias, do córtex cerebral, do cerebelo, dos gânglios da base, do tálamo e do hipotálamo (influências suprapontinas). INERVAÇÃO DA BEXIGA O funcionamento da bexiga é coordenado em diferentes níveis do sistema nervoso central (SNC). Perifericamente, o trato urinário inferior (TUI) é inervado por três tipos de fibras: Parassimpáticas Simpáticas Somáticas INERVAÇÃO PARASSIMPÁTICA: Está envolvido nos processos de esvaziamento vesical Ele origina-se no centro sacral da micção, e é formado pelos segmentos medulares sacrais S2-S4 O SNP fornece rica inervação colinérgica para as fibras musculares do detrusor, agindo nos receptores muscarínicos M2 e M3. A acetilcolina controla a função motora vesical, através do estímulo à contração do músculo detrusor, atuando sobre receptores muscarínicos. INERVAÇÃO SIMPÁTICA: Origina-se nos segmentos medulares de T10 a L2 Receptores do colo vesical e da uretra Alfa- adrenérgicos Contração esfincteriana Receptores do corpo vesical Beta-adrenérgicos Relaxamento do músculo detrusor O principal neurotransmissor pós-ganglionar é a noradrenalina, a qual atua sobre os receptores alfa e beta-adrenérgicos O principal neurotransmissor pré-ganglionar é a acetilcolina O estímulo do SNS contrai a uretra e o trígono vesical e relaxa a musculatura do corpo da bexiga Ambas as ações objetivam o enchimento vesical INERVAÇÃO SOMÁTICA: A inervação da musculatura estriada do esfíncter uretral é predominantemente somática LOUISE CANDIOTTO 2 Desempenha apenas papel periférico, através da inervação do assoalho pélvico e do esfíncter externo da uretra A inervação periférica de ambos se origina de eferentes dos segmentos S2-S4 da medula que chegam ao seu destino através os nervos pudendos É via importante no controle voluntário da micção e um importante alvo nos tratamentos relacionados a treinamento da musculatura CONTINÊNCIA URINÁRIA O pré-requisito básico para a continência urinária é a existência de uma pressão uretral maior de que a pressão intravesical, tanto em repouso quanto ao esforço. Deve, ainda, haver integridade dos setores neurológicos envolvidos no funcionamento vesical. À proporção que a bexiga enche, as fibras aferentes parassimpáticas levam impulsos por vias dos nervos pélvicos até as raízes sacrais S2-S4, chegando ao centro da micção sacral. Aqui, os impulsos sobem pelos tratos espinotalâmicos laterais e são enviados até a ponte, onde existem áreas capazes de inibir ou excitar o centro da micção sacral. Durante as primeiras fases do enchimento da bexiga, a contração do detrusor é inibida pela descida de impulsos inibitórios até o centro sacral. À medida que ocorre o aumento do volume, a descarga dos receptores da parede da bexiga aumenta transmitindo seus impulsos ao córtex cerebral, de modo que o desejo seja percebido conscientemente. Assim, o córtex é também incluído na inibição do detrusor e, se a micção for adiada mais uma vez, é possível suprimir essa urgência novamente a um nível subconsciente e adiar o esvaziamento. Quando a decisão de urinar é tomada, impulsos eferentes descendentes são liberados, causando inibição do nervo pudendo, de modo que o assoalho pélvico e o esfíncter externo relaxam (a primeira ação para desencadear a micção é o relaxamento do esfíncter estriado da uretra). O relaxamento do esfíncter estriado da uretra provoca a inibição dos impulsos simpáticos permitindo a contração do detrusor (diminui o estímulo beta-adrenérgico) e diminuindo a pressão de fechamento do colo da bexiga e da uretra (encerra o estímulo alfa-adrenérgico). Imediatamente, o córtex e o centro pontino estimulam o centro sacral, e através da ação dos nervos parassimpáticos eferentes (S2 a S4) provocam a contração do detrusor. A pressão vesical supera a uretral e a micção é realizada. SÃO DOIS MECANISMOS DE CONTINÊNCIA: A função esfincteriana uretral é constituída por componente ativo e outro passivo Mecanismo extrínseco (ativo): O mecanismo ativo mantém o tônus uretral constante e contraído durante o esforço Composto pelas seguintes estruturas Tecido conjuntivo pélvico subperitoneal e sua fixação à parede pélvica Músculos elevadores do ânus Conexão dos músculos elevadores do ânus ao tecido conjuntivo pélvico subperitoneal Coordenação da contração dos elevadores do ânus nos momentos de aumento súbito da pressão intra-abdominal (como na tosse, por exemplo) Essas estruturas formam uma rede em volta da uretra que permanece tensa em vigência de aumentos da pressão intra- abdominal Se essa sustentação se torna ineficiente, surge a IUE O esfíncter externo e os músculos elevadores do ânus servem como suporte para os mecanismos de continência, embora em permanente estado de contração podem contrair-se ainda mais para impedir a perda de urina sob condições de stress, são inervados pelo plexos sacrais e nervos pudendos Mecanismo intrínseco (passivo): O mecanismo passivo tem como função a manutenção da pressão de fechamento e a coaptação da mucosa em repouso LOUISE CANDIOTTO 3 É constituído por Inervação autonômica (SNS) e tônus uretral mediado por receptores alfa-adrenérgicos Musculatura estriada da parede uretral Coaptação da mucosa uretral Plexo vascular submucoso da uretra Musculatura lisa da parede uretral e vasos periuretrais Elasticidade da parede uretral A competência intrínseca pode ser afetada por: Defeitos congênitos de desenvolvimento Fibrose por trauma ou procedimentos cirúrgicos repetidos Malsucedidos, deficiência de estrogênio e lesão neurológica (a famosa bexiga neurogênica) CLASSIFICAÇÃO DAS INCONTINÊNCIASURINÁRIAS A IU pode ocorrer por via extra uretral ou por via uretral. VIA EXTRA URETRAL: Estas perdas advêm de fístulas vesicovaginal, ureterovaginal e de ureter ectópico VIA URETRAL: Durante o armazenamento vesical qualquer perda urinária é anormal Dividida em: Defeito uretral ou do suporte anatômico Exemplo: Incontinência urinária de esforços (IUE) Defeito vesical Exemplo: Incontinência urinária de urgência (IUU) Aqui enquadra-se as etiologias funcionais como a Bexiga hiperativa INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇOS Perda involuntária de urina durante esforço, prática de exercícios, ao tossir ou espirrar. INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE URGÊNCIA Perda de urina precedida de urgência miccional, geralmente associada a polaciúria e a nictúria. BEXIGA HIPERATIVA Síndrome caracterizada pelos sintomas de urgência urinária com ou sem incontinência de urgência, geralmente acompanhada de aumento na frequência miccional e nictúria, sem causa local ou metabólica. INCONTINÊNCIA URINÁRIA MISTA Incontinência urinária de esforços + Incontinência urinária de urgência 30% dos pacientes Sintomas incluem urgência, frequência, incontinência de urgência e de esforço. ETIOLOGIA Em qualquer idade, a continência urinária depende de: Integridade anatômica e fisiológica do aparato vesicoesfincteriano Existência de estado mental normal Mobilidade Destreza Motivação Na incontinência urinária de esforços, pode ocorrer Alterações da pressão de fechamento uretral, que podem ocorrer por Disfunção esfincteriana ou, Por alterações na posição e da mobilidade do colo vesical e da uretra proximal OBS: Essas duas causas podem coexistir e atualmente há uma tendência em se acreditar que na maioria das mulheres incontinentes haja algum grau de disfunção esfincteriana, independentemente da presença ou não de hipermobilidade do colo vesical. OBS2: Os fatores envolvidos na gênese da IUE são múltiplos e podem ter origem no aparelho urinário, assoalho pélvico e no sistema neurológico, além de influências hormonais e psicológicas e, algumas vezes, origem iatrogênica. FATORES DE RISCO Mulheres com antecedentes obstétricos Especialmente partos vaginais Alterações teciduais Qualidade de colágeno LOUISE CANDIOTTO 4 Idade Aumenta com o decorrer da idade Paralelismo entre idade e diminuição da densidade das células musculares lisas na uretra e sua substituição por adipócitos e células do tecido conjuntivo Quando o volume das células substituídas chega a determinado limite, a função esfincteriana fica comprometida e pode surgir incontinência Fatores esfincterianos e alterações da estática e da dinâmica do assoalho pélvico tendem a agravar-se após a menopausa e com o envelhecimento Peso corpóreo Alto IMC Características familiares/ genéticas Aumento crônico da pressão intra-abdominal Algumas doenças Podem contribuir para a incontinência por alterações neurológicas DM, hérnias discais, doença de Parkinson, acidentes vasculares encefálicos, doenças senis, etc. ABORDAGEM DIAGNÓSTICA Deve-se caracterizar o tipo de perda (por esforços, urgência ou mista), doenças concomitantes, hábito intestinal e mobilidade. Para ajudar a elencar hipóteses MNEMÔNICO DIAPPERS: Demência Infecção urinária Principalmente cistite Atrofia Vaginite atrófica ou uretrite Psiquiátrico Quadro psiquiátrico que possa contribuir com a IU Pharmacológica Uso de diuréticos Endócrino/ Excesso de débito urinário DM descompensada ou ICC Restrição de mobilidade Paciente não consegue se deslocar rapidamente até o banheiro, perdendo urina durante o caminho Shit Fezes impactadas, as quais irritam o colo vesical que se localiza em contato íntimo com a ampola retal ANAMNESE A história clínica de pacientes com incontinência urinária é extremamente importante. É importante se atentar a idade da paciente A incontinência urinária não é consequência do envelhecimento normal, no entanto, alterações no trato genital, associadas a idade, predispõem a pessoa idosa a incontinência. ANTECEDENTES PESSOAIS: As características dos episódios de perdas urinárias devem ser investigadas para que se possa caracterizar o tipo de incontinência urinária. OUTROS DADOS A SEREM PERGUNTADOS: Severidade das perdas Necessidade de uso de absorventes Interferência de problemas na qualidade de vida Antecedentes obstétricos e ginecológicos Doenças neurológicas prévias ou concomitantes Cirurgias pélvicas extirpativas Antecedente de radioterapia Status hormonal Tratamentos anteriores para incontinência urinaria DIÁRIO MICCIONAL: Preenchido por um período de 48-72 horas Informações importante para o entendimento das dimensões da incontinência Possibilita identificação de problemas Torna objetiva e quantifica queixas como: Polaciúrina Nictúria Episódios de urgência Perdas urinárias A avaliação precisa do volume miccional noturno e diurno, permite o diagnóstico de poliúria EXAME FÍSICO Comprovação de perdas urinárias, avaliação da presença e da quantificação de prolapsos genitaise nível de estrogenização da mucosa genital devem ser obrigatoriamente averiguados. Pode realizar testes de esforços visando comprovar a presença de IUE. LOUISE CANDIOTTO 5 Exame neuro-urológico básico, que inclui avaliação da sensibilidade perineal e anal, do reflexo bulbocavernoso e do tônus do esfíncter anal nos permite ter uma ideia da integridade das vias neurológicas responsáveis pela inervação dos órgãos e do assoalho pélvicos. TESTE DO COTONETE (Q-TIP TEST) Para averiguação da mobilidade do colo vesical e, consequentemente, da eficiência do suporte anatômico do assoalho pélvico em manter os mecanismos mecânicos de contenção urinária, pode-se realizar o teste do cotonete (Q-tip test) na investigação etiológica da IU Insere-se um cotonete embebido com gel anestésico na uretra, até a junção uretrovesical Após a inserção, solicita-se que a paciente realize Manobra de Valsalva Se a variação da angulação entre a posição de repouso do cotonete e a posição após o esforço for maior que 30º, constata-se uma possível hipermotilidade, provavelmente por falha no suporte anatômico da uretra EXAMES COMPLEMENTARES PAD TEST: Permite detecção e quantificação de perda urinária sem definir a causa da incontinência urinária Ferramenta opcional de investigação na avaliação de rotina de IU Pesa-se um absorvente seco e coloca-se na paciente Ela ingere 500 ml de líquido,sem eletrólitos Após uma série de atividades por 60min, como subir e descer lances de degraus, se sentar, tossir, remove-se o absorvente para pesá- lo Aumento de peso maior que 1g confirma o diagnóstico de IU URINA I: Deve ser realizado em todas as pacientes Excluir anormalidades como hematúria, piúria, etc AVALIAÇÃO DO RESÍDUO PÓS-MICCIONAL: Recomendado na avaliação inicial de IU e no seguimento após tratamento Pode ser mensurado por ultrassonografia ou por cateterismo vesical Deve ser avaliado várias vezes devido a variações que podem ocorrer AVALIAÇÃO URODINÂMICA : Nos casos em que permanecerem dúvidas quanto ao tipo de incontinência ou quando falha o tratamento inicial, o estudo urodinâmico permitirá a correta caracterização da queixa do paciente É possível realizar o diagnóstico diferencial entre deficiência esfincteriana intrínseca e a hipermobilidade de colo vesical como etiologias da IUE A paciente realiza Manobra de Valsalva Quando a paciente só apresenta perdas urinárias após atingir níveis de pressão abdominal acima de 90cmH2O, o mecanismo etiológico mais provável da IUE é a hipermobilidade do colovesical Se as perdas acontecem com níveis de pressão menores que 60cmH2O, o mecanismo mais provável é a deficiência esfincteriana Perdas urinárias com valores entre 60 – 90 cmH2O não permitem um diagnóstico de certeza Outros fatores de risco, identificáveis pela urodinâmica, são disfunção esfincteriana intrínseca (baixas pressões uretrais de fechamento ou baixas pressões de perda sob esforço) e déficit de contratilidade do detrusor na fase de esvaziamento vesical EXAMES DE IMAGEM: Exames de imagem ou endoscopia ficam reservados aos casos em que se suspeita de patologia anatômica ou tumoral concomitante LOUISE CANDIOTTO 6 TRATAMENTO TRATAMENTO DA IUM Deve-se abordar inicialmente a queixa que mais incomoda a paciente, isto é, perdas por esforço, urgência ou ambos. TRATAMENTO DA IUE O tratamento da IUE pode ser feito com: Medicamentos Fisioterapia do assoalho pélvico Cirurgia Em casos leves, o tratamento da IUE pode ser medicamentoso e/ou com fisioterapia, especialmente em pacientes idosas. FISIOTERAPIA: A fisioterapia pode ser realizada por meio de diversas técnicas de reabilitação do assoalho pélvico visando fortalecer a musculatura perineal e melhorar o suporte vesical Utiliza-se a cinesioterapia com ou sem o auxílio de biofeedback, eletroestimulação e os cones vaginais Exercícios de Kegel se prestam para o fortalecimento do assoalho pélvico, ajudando a função de suporte do esfíncter uretral Estímulos elétricos da musculatura elevadora do ânus ajudam também na tonificação da pelve A terapia com biofeedback permite que a paciente, a partir dos feedbacks recebidos à respeito da qualidade de contrações da musculatura pélvica, adquira propriocepção destes músculos TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: Feito com medicamentos que aumentam o tônus da musculatura lisa uretral Fármacos com ação adrenérgica (alfaestimulante) podem promover elevação da pressão de fechamento uretral e trazer benefícios a esse grupo de pacientes Recentemente, utiliza-se a o antidepressivo duloxetina com o intuito de aumentar a pressão de fechamento uretral e tratar pacientes com IUE Este fármaco tem o efeito de estimular o núcleo medular responsável pela inervação do rabdoesfíncter Núcleo de Onuf Esse estímulo provoca elevação do tônus uretral e de sua pressão de fechamento TRATAMENTO CIRÚRGICO: Principal forma de tratamento da IUE Baseia-se na melhora do suporte uretrovesical restringindo sua hipermotilidade, melhorando sua coaptação durante os esforços e evitando as perdas urinárias Diversas técnicas foram desenvolvidas neste sentido: Via abdominal Uretropexia retropúbica, conhecida como Cirurgia de Burch Via vaginal Slings TRATAMENTO DA IUU É medicamentosa na maioria dos casos. ANTICOLINÉRGICOS: Grupo de drogas de primeira escolha Seu mecanismo de ação se baseia no bloqueio dos receptores muscarínicos envolvidos na contração vesical O cloridrato de oxibutinina apresenta eficácia de 67-86% Contudo, a presença de efeitos colaterais comuns aos anticolinérgicos, principalmente a inibição da secreção parotídea, levam muitos pacientes a abandonar o tratamento OBS: Drogas como a tolterodina, a darifenacina, um antagonista M3 específico, a solifenacina e o trospium também já tiveram sua eficácia e tolerabilidade comprovada no tratamento da IUU em estudos controlados de boa qualidade. ADJUVANTES DO TRATAMENTO: Adequação da dieta Evitar a ingestão de alimentos/ líquidos irritantes vesicais como a cafeína, bebidas gaseificadas, alimentos condimentados Evitar também a ingestão muito elevada de líquidos Reabilitação pélvica também está indicada no tratamento da IUU O mecanismo de ação baseia-se na capacidade da contração do assoalho pélvico de inibir a contratilidade vesical Nos casos onde ocorre falha do tratamento medicamentoso e/ou da reabilitação pélvica, o uso de toxina botulínica tipo A tem se revelado encorajador. A dose habitual em portadores de bexiga hiperativa idiopática é de 150 UI aplicados em toda a musculatura detrusora. Apresenta eficácia superior a 80% e o principal efeito adverso é a retenção urinária que ocorre em 10 a 15% dos pacientes.
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