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Tutoria 2 – O verdadeiro vilão – Carboidratos Carboidratos simples · São conhecidos também como açúcares · São composto quimicamente de um ou dois sacarídeos · Forma cristais hidrossolúveis, o que resulta na sua rápida digestão · São digeridos e absorvidos rapidamente fazendo com que se sinta fome logo após a ingestão · Produzem alta taxa de glicose no sangue · Fonte: mel, açúcares, balas, arroz branco, macarrão, pão branco, compotas, refrigerantes e biscoitos Carboidratos complexos · São conhecidos também como carboidratos bons · São formados pela união de vários sacarídeos · São digeridos lentamente pelo organismo, ocasionando um aumento pequeno e gradual de glicemia, logo o organismo se sente saciado por mais tempo · São muito nutritivos, pois possuem maior quantidade de vitaminas, minerais e fibras · O processo de digestão lenta proporciona um fornecimento constante de energia e limita a quantidade de açúcares convertida em gorduras por um bom tempo · Fonte: arroz integral, aveia e massas e pães feitas com farinhas integrais, grão de bico, maçã, batata doce, sementes, vegetais e mandioca Classificação de carboidratos Monossacarídeos · Constituem o tipo mais simples de carboidrato, chamado aldoses ou cetoses, logo não sofrem hidrolise · Possuem de 3 a 6 átomos de carbono · De acordo com seu número de átomos de carbono, são designados trioses, tetroses, pentoses, hexoses ou heptoses · Principais monossacarídeos · Frutose: presente na maioria das frutas e também no mel. Sua principal função é fornecer energia para o corpo humano. · Glicose: Também possui função energética. Encontrado também no mel e nas frutas. · Galactose: presente na lactose (açúcar do leite). Fornece energia para o corpo humano. · Ribose: compõem a estrutura do RNA (ácido ribonucleico). Oligossacarídeos · Formados pela união de 2 a 6 monossacarídeos, geralmente hexoses · São solúveis em água e possuem sabor adocicado · Os mais comuns são os dissacarídeos, os quais são formados pela reação entre dois monossacarídeos, havendo liberação de uma molécula de água Polissacarídeos · São polímeros constituídos de centenas ou milhares de resíduos de monossacarídeos, mais comumente a glicose · Podem formar cadeias lineares (celulose e quitina) ou cadeias ramificadas (amido e glicogênio) · Amido: · É um polissacarídeo de reserva energética dos vegetais. As batatas, arroz e a mandioca estão repletos de amido, armazenado pelo vegetal e consumido em épocas desfavoráveis pela planta. · Para o amido ser aproveitado pelo nosso organismo, é preciso digeri-lo, o que ocorre primeiramente na boca e depois no intestino, com adição de água e a participação de catalisadores orgânicos, isto é, substâncias que favorecem ou aceleram as reações químicas · Glicogênio · É um polissacarídeo de reserva energética dos animais · A síntese de glicogênio ocorre no fígado, a partir de moléculas de glicose. Logo, fígado de boi e fígado de galinha são alimentos ricos em glicogênio · Celulose · É o polissacarídeo de papel estrutural, isto é, participa da parede das células vegetais. Poucos seres vivos conseguem digeri-lo, entre eles alguns microrganismos que habitam o tubo digestivo de certos insetos (cupins) e o dos ruminantes (bois, cabras, ovelhas, veados etc.) Digestão dos carboidratos 1. O início da digestão dos carboidratos acontece na boca. A enzima ptialina, também chamada de amilase salivar, é secretada pelas glândulas salivares. Esta enzima quebra as ligações alfa-1→4 entre as moléculas de glicose do amido e as hidrolisa até maltose e oligossacarídeos. Como o alimento passa pouco tempo na boca, este processo é incompleto, pois a amilase não consegue quebrar as ligações alfa 1→6 que existem entre as moléculas de glicose. 2. A amilase salivar continua atuando até chegar no estômago, onde sua ação é inibida pelo pH ácido. 3. Já no intestino delgado, a enzima amilase pancreática forma principalmente maltose, oligossacarídeos (dextrinas) e determinada quantidade de isomaltose. 4. A maior parte da digestão de carboidratos acontece no intestino delgado (duodeno) e esta digestão ocorre não só no lúmen, mas também na borda em escova do enterócito, onde a enzima maltase transforma a maltose em duas glicoses. Nessa superfície epitelial há as enzimas sacarase (quebra as ligações alfa e beta 1→2), lactase (fornece glicose) e isomaltase (quebra as ligações alfa 1→6 da isomaltose), que atuam na quebra até chegar aos monossacarídeos dos seguintes substratos: sacarose, lactose e isomaltose. Após todas as etapas da digestão, encontramos os seguintes monossacarídeos: glicose, frutose e galactose, que podem ser absorvidos pelo enterócito. BOCA, INTSTINO E PÂNCREAS ENTERÓCITOS (INTESTINO) Enzima Origem Efeitos Amilase salivar Glândula salivar Início da quebra do polissacarídeo em dissacarídeo na boca Amilase pancreática Pâncreas No intestino delgado, o polissacarídeo é convertido em dissacarídeos Sacarase Células do intestino No intestino delgado, a sacarose é convertida em glicose e frutose Maltase Células do intestino No intestino delgado, a maltose é convertida em 2 moléculas de glicose Lactase Células do intestino No intestino delgado, a lactose é convertida em glicose e galactose Absorção dos carboidratos · A absorção é o transporte de moléculas do trato gastrointestinal para a corrente sanguínea. Após a absorção, o fígado libera uma parte da glicose para a corrente sanguínea e o restante é armazenado na forma de glicogênio. · A captação de monossacarídeos do lúmen para a célula intestinal é efetuada por dois mecanismos · Transporte passivo (difusão facilitada). O movimento da glicose está “a favor” do gradiente de concentração (de um compartimento de maior concentração de glicose para um compartimento de menor concentração). A difusão facilitada é mediada por um sistema de transporte de monossacarídeos do tipo Na+− independente. O mecanismo tem alta especificidade para D−frutose. · Transporte ativo. A glicose é captada do lúmen para a célula epitelial do intestino por um co− transportador Na+−monossacarídeo (SGLT). É um processo ativo indireto cujo mecanismo é envolve a (Na+−K+)−ATPase (bomba de (Na+−K+), que remove o Na+ da célula, em troca de K+, com a hidrólise concomitante de ATP (ver Capítulo 9: seção 9.4.D). O mecanismo tem alta especificidade por D−glicose e D−galactose. · Após a absorção, a glicose no sangue aumenta e as células β das ilhotas pancreáticas secretam insulina que estimula a captação de glicose principalmente pelos tecidos adiposo e muscular. O fígado, o cérebro e os eritrócitos, não necessitam de insulina para captação de glicose por suas células (tecidos insulino−independentes). Outros hormônios e enzimas, além de vários mecanismos de controle, são importantes na regulação da glicemia. Glicólise 1ª reação · É a quebra da 1 ATP para colocar 1P no lugar do H · Motivo: garantir a permanência de glicose dentro da célula, pois a glicose 6-fosfato é incapaz de atravessar a membrana plasmática 2ª reação · É a conversão da glicose 6-fosfato em frutose –fosfato · Motivo: frutose é mais simétrica, ou seja, a mudança ocorre para garantir simetria da molécula, pois futuramente ela será quebrada em dois compostos com 3 carbonos cada 3ª reação · Tem quebra do 2º ATP. Logo, a molécula de frutose 6-fosfato será convertida em 1,6-bifosfato, devido a transferência de um P do ATP para molécula · Motivo: torná-la ainda mais simétrico para ser dividida 4ª reação · Frutose 1,6-bifosfato é dividida em 2 moléculas, sendo elas parecidas e não iguais. Elas são o gliceraldeio 3-fosfato e o di-hidroxiacetona fosfato 5ª reação · O di-hidroxiacetona fosfato não pode participar da reação, então ela será convertida em gliceraldeio 3-fosfato OBS.: Final das reações 4 e 5 serão formados dois gliceraldeio 3-fosfato, 1 direto da frutose 1,6-fosfato e outro convertido da di-hidroxiacetona fosfato ***Agora tudo acontecerá em dobro 6ª reação · É dividida em duas etapas 1. Perda do H do carbono 1 paraser adicionado ao NAD e formar o NADH. Além disso tem a entrada de 1 molécula de água, a qual será quebrada e o OH irá para o lugar do H que saiu (oxidação favorável – G-) 2. Tem a entrada de um fosfato inorgânico no carbono 1 que perde o OH (fosforilação desfavorável – G +) OBS.: As duas etapas de reações são acopladas formando o 1,3-bisfosfoglicerato 7ª reação · O fosfato do carbono 1 se junta com o ADP para formar ATP formando o 3-fosfoglicerato 8ª reação · O fosfato será transferido do carbono 3 para o carbono 2 · Motivo: aproximar a carga negativa do fosfato da carga negativa do oxigênio, o que causará repulsa, tornando mais fácil a saída do Fosfato e assim usá-lo para produção de ATP 9ª reação · Saída de uma molécula de água 2-fosfoglicerato, formando o 2 fosfoenoloiruvato, fazendo com que o carbono 2 necessite de uma redistribuição dos elétrons dentro da molécula, tornando a presença do fosfato desfavorável nessa molécula 10ª reação · O fosfato será transferido para o ADP que vai se converter em ATP. Assim, o que sobrar será a molécula de piruvato Conversão de piruvato a acetil-CoA · Saída de CO2 do piruvato que libera energia, que será utilizada para entrada da coenzima A no acetil-CoA · Além disso, forma NADH, o qual seu H vem de reações externas Ciclo de Krebs 1ª reação · Acetil coA(2C) se junta com oxaloacetato (4C), houve a saída da coenzima A, permitindo a formação do citrato 2ª reação · Saída de uma molécula de água do citrato, formando aconitato · Entrada de uma molécula de água no aconitato, mas em posição de diferente da anterior, formando isocitrato · Motivo: retirar o OH do carbono 2 no citrato, o qual reaparecerá no isocitrato em posição diferente, permitindo a saída do CO2 (disposição facilita ou dificulta saúde de CO2) 3ª reação · Saída de CO2 do isocitrato e saída de 2H, dos quais um deles se juntou ao NAD, formando NADH-> forma x-cetoglutarato 4ª reação · Saída de CO2 do x-cetoglutarato que libera energia que será utilizada para entrada da coenzima A formando succinil -CoA.Além disso, sai 1H que se juntará ao NAD formando mais um NADH. OBS.: mesmo com a saída de 1H do x-cetoglutarato para formar NADH, a molécula de succinil-CoA permanece com a mesma quantidade de H, devido ao fato de a Co-A repor esse H 5ª reação · Saída da coA, a qual libera energia para que fosfato inorgânico se junte ao GDP e formar GTP, depois esse GTP perde o fosfato, o qual se ligará ao ADP e formar 1 ATP OBS.: GTP tem guanina e ATP tem adenina 6ª reação · 2H se juntam ao FAD formando FADH2 OBS.: forma FAD e não NAD, poise para formar o FAD precisa de menor quantidade de energia para ser formado 7ª reação · Fumarato convertido em malato pela entrada de água 8ª reação · 2H se juntam ao NAD, resultando em NADH+H que formará o oxaloacetato Cadeia Respiratória · Produz ATP pela energia provinda dos elétrons vindo do NADH e FADH2 · Ocorre nas cristas mitocondriais Geração de ATP pelo NADH 1. NADH leva um par de elétrons para cadeia e volta a ser NAD+. Em seguida, o par de elétrons são recebidos pelo complexo I. Assim, como os elétrons são ricos em energia, o complexo usa essa energia para bombear 4H+ de dentro da mitocôndria para espaço entre a membrana interna e externa 2. Par de elétrons é atraído pelo O2 que está embaixo do complexo IV, logo vai passando pelas proteínas até chegar ao complexo III, onde ele volta a fornecer energia e bombeia mais 4H+ e segue em frente 3. Ao chegar no complexo IV, o elétron já não tem tanta energia e bombeia apenas 2H+ 4. Par de elétrons se junta ao O2 que está dentro da mitocôndria e formam uma molécula de agua (H2O), a qual ficará na própria mitocôndria 5. H+ serão atraídos pelas cargas negativas internas e tendem a voltar para dentro da mitocôndria, levando junto 1Pi 6. Mais 3H+ também retornam para dentro da mitocôndria, mas por dentro de uma enzima chamada ATP sintase. Assim, essa passagem faz com que a enzima gire e junte o ADP com Pi, formando 1ATP Geração de ATP pelo FADH2 1) FADH2 entrega 1 par de elétrons para o complexo II e volta a ser FAD+, mas no complexo não se forma H+ OBS.: a cadeia começa pelo complexo II devido ao fato de o par de elétrons que o FADH2 carrega é menos energético que o do NADH 2) Par de elétrons é atraído pelo O2 que está embaixo do complexo IV, logo vai passando pelas proteínas até chegar ao complexo III, onde ele volta a fornecer energia e bombeia mais 4H+ e segue em frente 3) Ao chegar no complexo IV, o elétron já não tem tanta energia e bombeia apenas 2H+ 4) Par de elétrons se junta ao O2 que está dentro da mitocôndria e formam uma molécula de agua (H2O), a qual ficará na própria mitocôndria 5) H+ serão atraídos pelas cargas negativas internas e tendem a voltar para dentro da mitocôndria, levando junto 1Pi 6) Mais 3H+ também retornam para dentro da mitocôndria, mas por dentro de uma enzima chamada ATP sintase. Assim, essa passagem faz com que a enzima gire e junte o ADP com Pi, formando 1ATP Glicólise Ciclo de Krebs Soma Cadeia Respiratória NADH 2 8 10 x 2,5 = 25ATPs FADH2 0 2 2 x1,5 = 3ATPs ATP 2 2 4 Total: 25 + 3 + 4 Glicogenogênese · Glicogênio é um polímero de glicose · Consiste na repetida adição de unidades de glicose às extremidades não redutoras do glicogênio · A glicose para ser incorporada ao glicogênio deve estar sob uma forma ativada (mais energia), ligada a um nucleotídeo de uracila, constituindo uridina difosfato glicose (UDP-glicose) Ligação entre glicoses é α-1,4 Ligação entre glicoses, mas das ramificações do glicogênio é α-1,6 Processo para ativar a glicose Reação 1 – fosforilação de glicose (consumo de 1 ATP, catalogada pela glicoquinase no fígado e hoxequinase no músculo) Quebra-se um ATP formando ADP e o fosfato se junta à molécula de glicose, formando a glicose 6-fosfato Reação 2 – isomerização da glicose 6-fosfato a glicose 1-fosfato (pela fosfoglicomutase): O fosfato do carbono 6 passa para o carbono 1, formando a glicose 1-fosfato Reação 3 – Ocorre a quebra de 1UTP para que a glicose1-fosfato se transforme em UDP-glicose. Reação 4 – Na reação 3, 2 fosfatos são eliminados da quebra de UTP, o que resulta em 2 fosfatos na nova molécula (1 da molécula de glicose 1-fosfato e outro da quebra de UTP) Reação 5 - Libera o UDP da molécula de UDP-glicose formando 1 glicose ativa que se junta ao glicogênio e forma glicogênio com n+1glicoses Reação 6 – O UDP é reconvertido a UTP à custa de ATP, pela nucleosídio difisfato quinase OBS.: a enzima que catalisa a síntese de glicogênio é a glicogênio-sintase OBS.: a importância do glicogênio ter várias ramificações é ficar mais solúvel em água e tornar a síntese e degradação do glicogênio mais rápida OBS.: para cada unidade de glicose incorporada ao glicogênio há consumo de 2 ATP Glicogenólise Reação 1- fosforolise: Adição de 1 fosfato inorgânico na reação para que o glicogênio solte uma glicose formando a glicose 1-fosfato (fosfato já sai grudado na glicose) · Vantagem de adicionar fósforo e não água: fosfato já sai grudado na glicose, logo não se desgrudam e se mantém dentro da célula que é o interesse do músculo. Segunda vantagem é que se juntar direto com fosfato (sem intermédio da água) não tem gasto de ATP Reação 2: Célula muda o fosfato do carbono 1 para carbono 6, formando glicose 6-fosfato, devido ao fato de que essa molécula é o intermediário metabólico Se a glicogenólise ocorre apenas no músculo, o processo terminaria na reação 2 Quando acontece no fígado: Reação 3: ocorre a saída do fosfato inorgânico da glicose 6-fosfato, formando a glicose pura · Para retirada do fosfato inorgânico da glicose 6-fosfato, essa molécula precisa ir para retículo endoplasmático liso. Assim, como a glicose 6-fosfato foi produzida no citosol, ela entra para o REL pela proteína T1, dai, com a ajuda da enzima glicose 6-fosfatase, a qual precisa de ajuda da proteína estabilizante, retira o fosfato, liberando o fosfato inorgânico e a glicose. A partir daí, fosfato volta para citosol pela proteína T2 ea glicose volta pela proteína T3 OBS.: ao entrar fosfato inorgânico, a célula vai tirando glicoses pela extremidade, mas ao chegar perto da ramificação, uma outra enzima entra em ação e retira pequenos grupos de glicose das ramificações e coloca na cadeia principal e ao sobrar uma glicose da ramificação, uma outra enzima entra em ação e quebra a ligação sem participação de fosfato
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