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Termo muito comentado devido à Pandemia, em que tem-se muitos municípios e estados tentando comprar a vacina. Na divisão das competências da assistência farmacêutica, os insumos estratégicos são de competência de produção e distribuição pelo Governo Federal/ Ministério da Saúde, Tem-se os Municípios, os Estados e a União com uma autonomia relativa para a tomada de decisões, mas existem coisas que são pactuadas entre os gestores do SUS e a partir disso se cria uma referência, inclusive, para repasse e transferências de recursos. Os insumos estratégicos, englobam os medicamentos que são para o enfrentamento de doenças endêmicas e epidêmicas como malária, HIV, AIDS, hepatite, leishmaniose, hanseníase, tuberculose; e também os imunobiológicos, não só as vacinas como também o soro, a imunoglobulina e outros que fazem parte da Política Nacional de Imunizaçã0. Então, é uma competência legal definida para o Governo Federal. Outras instâncias, como estados e municípios, para que possam comprar precisa de uma legislação vigente de abrangência nacional, caso contrário, um governador ou prefeito pode se responsabilizado por gastos indevidos de recursos públicos da saúde, uma vez que há uma competência clara estabelecida para isso. Houve fragilidade nas negociações por parte do Governo Federal, e isso trouxe alguns prejuízos à política nacional que agora entra em um período de um ciclo mais virtuoso com muitas dificuldades. O Brasil foi um dos primeiros países a estabelecer um Programa Nacional Público de Imunização, inclusive antes do Sistema Único de Saúde, sendo referência nacional em relação ao seu calendário e àquilo que é garantido. Apesar de existirem as clínicas privadas de vacinação, em torno de 99% do calendário vacinal de uma criança é feito no SUS, porém alguns pais optam por acrescentar alguns imunobiológicos que ainda não estão disponíveis no setor público. Ter uma igualdade de distribuição dentro do SUS demonstra abrangência para que todas as pessoas tenham acesso com critérios técnicos e epidemiológicos que justifiquem a prioridade de determinados grupos. Por isso, é preciso entender que se justifica a não autorização de imunobiológicos, principalmente nesse contexto de Quando o produto tem como ação o estímulo ao sistema imunológico, define-se como vacina. (Para muitas coisas se tem vacina e não o soro.) Quando o produto já possui os anticorpos e atua como uma barreira, define-se como soro. pandemia, por empresas privadas, porque isso quebraria a equidade do sistema. O grande problema hoje não é falta de recurso para comprar a vacina do Covid, mas sim a falta de produção e capacidade suficiente para atender a demanda mundial. Quando as redes privadas fazem negociação direta com a indústria farmacêutica, ocorre inflação do preço do produto, e essas empresas fariam revenda para pessoas que têm condições de comprar e não necessariamente para os grupos prioritários. Em um primeiro momento, tem-se a sensação de que se as empresas pudessem comprar, isso facilitaria o acesso a vacinação, o que não é verdade, somente facilitaria o acesso a vacinação de quem tem condições de pagar e diminuiria o acesso dos grupos prioritários. As ações de vacinação são coordenadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e tem o objetivo de erradicar, eliminar e controlar as doenças imunopreveníveis no Brasil. A vacinação é a maneira mais eficaz de evitar diversas doenças imunopreveniveis, como varíola (erradicada), poliomielite (paralisia infantil), sarampo, tuberculose, rubéola, gripe, hepatite B, febre amarela, entre outras. O PNI está dentro da vigilância epidemiológica, no setor de controle de doenças imunopreveníveis. Os imunobiológico são substâncias preparadas a partir de bioagentes ou de seus produtos para estimular o sistema imunológico a produzir e/ou ativar o sistema imune. As vacinas podem apresentar os microorganismos (vírus ou bactéria) mortos ou vivos e atenuados (processos físico- químicos que impedem a manifestação da doença, reduzindo a virulência do agente causador). Estava em pauta a aprovação da vacina Sputinik, da Rússia, e uma das principais questões que a ANVISA levantou é que eles não tinham dados suficientes que comprovassem a questão do vírus atenuado, e o quanto que ele poderia ou não alcançar alguns órgãos e gerar danos ao usuário. Programa nacional de imunizaçãoPrograma nacional de imunização Bárbara Rebeca Hoffmann, TXIXPASS - Aula 09 - 27/04/21 Prof. Rubens Griep 1 Dessa forma, a validação de um processo de produção de vacina é uma medida de segurança mesmo em contexto de pandemia. Na imunidade passiva o soro é enquadrado, como por exemplo o antitetânico, existe a vacina antitetânica que busca promover uma imunidade ativa, mas na presença de um ferimento importante pode-se descartar o uso de anticorpos prontos por meio do soro que será administrado em ambiente hospitalar. A passiva natural é adquirida enquanto imunidade temporária durante a gestação. A mãe imune confere a imunidade temporária até por meio do aleitamento e depois o esquema vacinal é utilizado. Na passiva artificial, muito utilizada em equinos, uma resposta resposta imune é induzida no animal e depois isso é processado e administrado no indivíduo, o que são os soros. Já foi muito discutido sobre o desenvolvimento do soro para o Covid-19. A imunidade ativa temporária é muito mais duradoura que a imunidade passiva, por exemplo a vacina antitetânica é estimada uma imunidade por 10 anos, com reforços posteriores, enquanto que existem vacinas que desenvolvem uma memória imunológica para a vida toda, sem reforços posteriores. A vacina da febre amarela precisava de um reforço a cada 10 anos, mas isso se modificou e agora ela é feita em dose única. A natural é adquirida em algum momento da vida, quando em contato com o agente infeccioso e vai essa imunidade vai seguir ao longo da vida, por exemplo Sarampo. A artificial ocorre quando um agente infeccioso (morto ou atenuado) é administrado por meio das vacinas, e vai estimular a produção de anticorpos - imunidade que também será para o resto da vida. 2 Processo de armazenamento, conservação, manipulação, distribuição e transporte dos imunobiológicos do PNI, por meio do Ministério da Saúde. Deve ter as condições adequadas de refrigeração, desde o laboratório produtor até o momento em que a vacina é administrada. Por exemplo a vacina da gripe. Quando ela iniciou, o Brasil não tinha suficiência financeira para imunizar todos, por isso foram criados grupos prioritários como idosos, e posteriormente a expansão para profissionais da saúde, gestantes, crianças, pacientes com comorbidades, etc. A partir disso, o Ministério da Saúde deve coordenar os laboratórios, tanto próprios quanto parceiros nacionais ou internacionais, para poder produzir a quantidade suficiente estimada que se quer naquele imunobiológico. Faz-se a aquisição centralizada, e isso é transferido aos estados e desses, aos municípios. Municípios maiores, como Cascavel, têm uma sede própria do programa municipal de imunização - que é da Secretaria de Saúde de Cascavel - responsável por receber todo imunobiológico do município e, normalmente, isso acontece uma vez por mês. Nessa sede, é feito o controle e a distribuição semanal conforme o estoque aos pontos de vacinação da cidade (unidades de saúde, Cascavel tem em torno de 50). Tudo isso acontece através de uma logística adequada de temperatura, isso é definido como Rede de Frio. Rede de Frio O objetivo final da Rede de Frio é assegurar, através da fiscalização rigorosa nas UBS, que todos os imunobiológicos administrados mantenham suas características iniciais, a fim de conferir imunidade, haja vista que são produtos termolábeis. Todo esse controle de temperatura é mapeado diariamente de acordo com o tipo de geladeira utilizada e no final do mês é encaminhado para a coordenação do programa, que avalia se houve algum problema (controle rígido e burocrático).Todos os imunobiológicos devem ser mantidos em temperatura de +2oC, utilizando-se geladeiras específicas e/ou domésticas com capacidade mínima de 280 litros, porque possuem bastante fragilidade e precisam ser conservados. Exemplo disso no Covid-19 é uma vacina que precisa ser guardada a temperaturas extremamente negativas, e isso dificulta muito na logística das unidades de saúde que não possuem esses refrigeradores. A temperatura da geladeira deverá ser regulada a +2°C, devendo, porém, oscilar normalmente entre +2°C e +4°C. Em Cascavel tem as geladeiras específicas que são muito mais seguras, porém em muitos lugares ainda são utilizadas as domésticas. A ocorrência de oscilação entre +2°C e +8°C quando esporadicamente, não compromete a qualidade do imunobiológico. A quantidade de geladeiras necessária deve estar de acordo com os quantitativos de imunobiológicos necessários para a população de referência, sua rotatividade, bem como da necessidade de reserva estratégica. O ambiente deve ser arejado e protegido da luz solar direta. Quando possível, a instalação de aparelho de ar- condicionado contribui. Não precisa decorar esse esquema, é meramente ilustrativo. Mostra como funciona a dinâmica entre o Governo Federal, Estadual e Municipal. O calendário nacional de vacinação é definido pelo Governo Federal. Toda a gestão do SUS é de forma tripartite, então no nível federal - de apoio ao Ministério da Saúde - representante dos municípios, dos estados e união vão discutir se tem alguma vacina importante e adequada para incorporar no PNI, e se têm recursos para tal. 3 1.Colocar bobinas de gelo reciclável na posição vertical para ajudar a manter a temperatura interna. 2. Colocar as vacinas que podem ser submetidas à temperatura negativa (contra poliomielite, febre amarela, tríplice e dupla viral). 3. Colocar as vacinas que não podem ser submetidas à temperatura negativa, são mais sensíveis à baixas temperaturas (dupla bacteriana, tríplice bacteriana, hepatite B, haemophilus influenza B, influenza, rotavírus, pneumocócica, meningocócica). Nesse caso, geralmente elas são retiradas da embalagem original para que todo o frio circule de maneira homogênea. 4. Colocar os diluentes, soros ou estoques de vacinas conservadas entre +2°C e +8°C, tendo o cuidado de permitir a circulação de ar entre as mesmas, e entre as paredes da geladeira. Isso fica restrito aos hospitais estratégicos, e não estão nas UBS, mas em municípios pequenos isso pode acontecer. 5. Colocar garrafas com água no interior da gaveta, também para auxiliar no controle interno da temperatura. 6. Não colocar nada na porta. 7. Colocar o sensor do termômetro (digital) no centro da segunda prateleira. A cada 6 horas durante a jornada de trabalho o técnico de enfermagem deve avaliar 3 temperaturas, a máxima e a mínima alcançada desde a última vez que o termômetro foi resetado, e a do momento. Essa é uma geladeira comum que necessita das regras acima na sala de vacinas, somente aberta pelo técnico de enfermagem no início e final da manhã, início e final da tarde. Pela manhã é retirada a quantidade de doses que eles acham suficiente para o dia, é colocada numa caixa térmica que também tem o controle da temperatura, e depois não abre mais a geladeira, somente nos horários acima para devolver as doses restantes, para garantir que a temperatura interna seja mantida. As geladeiras mais modernas não têm esse problema e garantem a temperatura mesmo sendo aberta constantemente. Supõe-se que desde às 7:00 horas até 13:00 o termômetro apresentou uma temperatura máxima de 9°C. Isso apresenta um risco e essa vacina terá que ficar na quarentena sem poder ser administrada. Se fosse avaliar só a temperatura do momento, pode ser que em algum período do dia teve queda de energia, a geladeira aqueceu, a temperatura alcançou 9°C e o técnico não estava observando. Por isso é importante o registro das 3 temperaturas. A geladeira não deve ser utilizada para colocar coisas além de vacinas, como alimentos, porque pode gerar alteração na temperatura e trazer prejuízos financeiros. Equipamentos específicos de conservação. Na maioria das vezes as unidades terão em torno de 2 geladeiras, uma maior e outra menor, elas têm um custo em média de 8 a 14 mil reais, com sistemas bem automatizados que faz registros durante as 24 horas , independendo da leitura humana. Algumas delas já possuem sistemas de alarme que aciona o celular do coordenador da unidade (quedas de energia). O Calendário de vacinação brasileiro é aquele definido pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI/MS) e corresponde ao conjunto de vacinas consideradas de interesse prioritário à saúde pública do país. Calendário de Vacinação Traz as prioridades até os 5 anos incompletos, iniciando ao nascer com 2 vacinas que são administradas ainda no hospital - tanto no privado quanto no SUS. São elas: - BCG que é intradérmica - 1° dose da Hepatite B que é dose única, primeiramente é feita de forma isolada. Depois ela entra na composição da pentavalente. 4 Depois, só nos 2 meses vai ter um ciclo que se repete aos 4 e praticamente aos 6 meses. Nos 2 meses as 3 vacinas são injetadas no mesmo dia. Higienização das Mãos Por mais que a aplicação de vacinas seja um prática muito comum, ela tem um conjunto de cuidados muito específicos: 1°: Conservação dos imunobiológicos e diluição adequada. Alguns imunobiológicos, depois de reconstituídos, têm o prazo de algumas horas para serem utilizados (febre amarela até 4 horas). Dessa forma, a Unidade de Saúde só dilui a vacina quando chega o primeiro paciente. Deve-se prestar atenção dos critérios de diluição dos diferentes laboratórios. Identificação e descarte adequado. Algumas vacinas têm validade por 6 horas ou até o final do frasco. Os fracos geralmente são bem diferenciados, mas podem haver confusões trocas. 2°: Cuidados inerentes às técnicas de aplicação. Material estéril, com controle de qualidade, prazo de validade, cuidado com contaminação na abertura, seringas e agulhas adequadas conforme o padrão dos pacientes, antissepsia dos frascos - especialmente da borrachinha. Então a lavagem e a antissepsia com álcool 70 são fundamentais entre um paciente e outro. Esses eventos podem ser relacionados à composição da vacina, aos indivíduos vacinados, à técnica usada em sua administração ou a coincidências com outros agravos. Na maioria das vezes, tanto a administração subcutânea quanto a intramuscular são feitas com 90°, porém é relativo pois vai depender das características anatômicas e do tamanho e do calibre da agulha que se tem a disposição. - Intramuscular em crianças pequenas: é introduzida ou parte da agulha se não tiver a mais adequada para o tamanho da criança, ou se utiliza de uma angulação diferente (45° por exemplo). Descarte de Perfurocortantes É preciso um descarte adequado sem recape de agulha. Complicações de Técnica Criança que recebeu uma vacina na lateral da coxa, que teve uma infecção secundária, provavelmente por contaminação, dissolução ou de agulha e teve uma sequela gravíssima. Eventos Adversos pós-vacinação (EAPV) Qualquer ocorrência clínica indesejável em indivíduo que tenha recebido algum imunobiológico, paciente deve retornar para ser investigado. Um evento que está temporalmente associado ao uso de uma vacina nem sempre tem relação causal com a vacina administrada. 5 6 7 Essa ficha acima é específica de notificação, preenchida pelo enfermeiro e pelo médico da unidade. Ela é marcada por importantes efeitos adversos, é preenchida e depois vai para um sistema de notificação que vai acompanhar se a criança pode receber outra dose da mesma vacina, ou se precisa ser substituída, e assim por diante. Existem algumas vacinas que não ficam a disposição nas UBS, mas sim no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais - Crie, e todo estado tem um. Essas vacinas podem ser demandadas por protocolo.Por exemplo, recém-nascido prematuro, o pediatra faz uma solicitação em um formulário específico; é encaminhado pelo município para o centro em Curitiba que vai liberar a dose. São somente em situações muito específicas. OBS: NÃO precisa saber as vacinas decoradas para a prova!!
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