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OBSTETRÍCIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.1 1 Assistência e Patologias Obstétricas Disciplina de Obstetrícia FASM MAYARA SUZANO DOS SANTOS TURMA XIV A 6º Semestre – 2021.1 OBSTETRÍCIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.1 2 BACIA OBSTÉ TRICA OSTEOLOGIA ESTREITO SUPERIOR ESTREITO MÉDIO ESTREITO INFERIOR PLANOS Ossos1.1: ▪ Ilíacos (ílio, isquio e pube), ▪ sacro ▪ cóccix Articulações: ▪ Sínfise púbica ▪ Sacroilíacas ▪ Sacrococcígea Pelve maior (anatômica) e menor (obstétrica)¹, separadas pelo estreito superior Delimita as pelves maior e menor1 Diâmetros²: ▪ Diâmetro transverso médio (+ importante): latero-lateral, aproximadamente 12 cm, equidistante do promontório e da sínfise púbica, representando o melhor trajeto para passagem do bebê ▪ Diâmetro transverso máximo (13-13,5 cm): latero-lateral, fica muito próximo ao promontório, representando um obstáculo à passagem da cabeça da criança → não utilizado ▪ Diâmetro oblíquo (eminência iliopectínea à sinostose sacroilíaca): são bilaterais, ambos com aproximadamente 12 cm. Por convenção, o primeiro oblíquo é o que parte da eminência iliopectínea E em direção à sinostose sacroilíaca D, pois na maioria das vezes a sutura sagital do feto está posicionada alinhada com essa linha Conjugados: medidas a partir do promontório até porções da sínfise púbica, importante para avaliação do canal de parto ▪ Anatômico (11 cm): promontório à borda superior da sínfise púbica ▪ Obstétrico (10,5 cm): promontório à porção mais saliente da face posterior da sínfise púbica – ponto retrosinfisário de Crouzat ▪ Diagonal (12 cm): promontório à borda inferior da sínfise púbica → é possível medir clinicamente através do exame de toque Arco anterior: anterior ao diametro transverso médio (6 cm) → avalia-se durante o trabalho de parto para causar menor incômodo, desliza-se o dedo nesta região Diâmetros: ▪ Sacro médio púbico (12 cm): anteroposterior, metade da 3ª sacral à parte média da sínfise púbica ▪ Bi-isquiático (10,5 cm) 2 triangulos com uma base em comum, sendo o posterior com maior altura Diâmetros: ▪ Cóccix-subpúbico (9 cm): anteroposterior, tamanho variável, pois com a passagem do bebê pode ocorrer a retropulsão do cóccix, aumentando seu tamanho para 11-12 cm ▪ Bituberoso (11 cm) ▪ Sagital posterior (7,5 cm) Paralelos5 (Hodge, 1864): 1. Estreito superior 2. Borda inferior da sínfise púbica e metade da S2 3. Espinhas isquiáticas (Plano 0 de De Lee³) → importante para mensuração da descida do bebê 4. Ponta do cóccix Eixo da bacia: No centro de cada um desses planos e perpendicular à eles, existe a Linha De Progressão Fetal (Sellheim)5, formada pelo plano médio dos 2 primeiros planos e curva-se anteriormente nas proximidades do plano 0 → importante para avaliar a saída do bebê Inclinação pélvica: em relação ao estreito superior com os planos horizontais, de forma que apresenta 60° de inclinação em relação ao chão OBSTETRÍCIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.1 3 BACIA OBSTÉ TRICA BACIA MOLE PELVIMETRIA EXTERNA PELVIMETRIA INTERNA PELVIGRAFIA EXTERNA PELVIGRAFIA INTERNA Infundíbulo perineovulvar1.2: importante a identificação dessa musculatura para compreender a ocorrência de roturas musculares durante o trabalho de parto, assim como para realização da episiotomia ▪ Diafragma pélvico (+ interno): mm levantadores do ânus (puborretal, pubococcígeo e ileococcígeo) + mm isquioscoccígeos ▪ Diafragma urogenital (+ externo): bulbocavernoso + isquiocavernoso + transverso superficial do períneo + esfíncter externo do ânus Episiotomia: importante conhecer a anatomia para reparo adequado da musculatura Estudo clínico da capacidade da bacia, por meio da medida de seus diâmetros externamente Momento: trabalho de parto ou pré-natal, se alterações prévias conhecidas Instrumentos: pelvímetros Aplicação: medida dos diversos extremos da bacia Procedimento: Prova do punho (medida do diâmetro bituberoso do estreito inferior)6 Atualmente, está praticamente abandonada, devido ao seu baixo valor semiológico Estudo clínico da capacidade da bacia, por meio da medida de seus diâmetros internamente Momento: trabalho de parto ou pré-natal, se alterações prévias conhecidas Método: toque vaginal Aplicação: medida dos conjugados, principalmente o obstétrico Procedimento: mede-se a distância do promontório (geralmente é inatingível ao toque vaginal) até a borda inferior da pube para avaliação do conjugado diagonal6; subtrai-se 1,5 cm da medida anterior para se obter a medida do conjugado obstétrico (relação de Smellie)6 Avaliação do formato pélvico externamente Momento: trabalho de parto ou pré-natal, se alterações prévias conhecidas Método: inspeção e palpação Aplicação: avaliar ângulo subpúbico7 e ramos isquiopúbicos Avaliação do formato pélvico externamente Momento: trabalho de parto ou pré-natal, se alterações prévias conhecidas Método: toque vaginal Aplicação: avaliação do arco anterior (estreito superiro) e espinhas isquiáticas (estreito médio) Procedimento: avaliação do arco subpúbico, seguida da palpação das espinhas isquiáticas bilateralmente, simultaneamente a avaliação do arco anterior; posteriormente avalia-se a ponta do sacro e do cóccix (diâmetro coccix-subpúbico)8 OBSTETRÍCIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.1 4 BACIA OBSTÉ TRICA DETALHES IMPORTANTES: FIGURA 1.1 Ossos pélvicos QUADRO 1. Anatomia da pelve A pelve obstétrica corresponde a pelve menor, delimitada longitudinalmente pelos estreitos superior e inferior. Estreito superior: constituído bilateralmente pelo promontório, borda anterior da asa do sacro, articulação sacroilíaca, linha inominada, eminência ileopectínea e borda superior do corpo do púbis e da sínfise púbica. Estreito médio: o ápice do sacro, passa pelas apófises transversas da 5 a vértebra sacra, pela borda inferior dos pequenos ligamentos sacrociáticos, pelas espinhas ciáticas, pelos arcos tendíneos do elevador do ânus e, finalmente, termina à frente de seus feixes pubococcígeos, na face posterior do púbis Estreito inferior: composto pela borda inferior dos dois púbis (revestidos pelo ligamento arcuatum), ramos isquiopúbicos (ramos descendentes do púbis e ascendentes do ísquio), tuberosidades isquiáticas, borda medial ou interna dos ligamentos sacrociáticos e extremidade do cóccix. FIGURA 1.2 Diafragma pélvico e urogenital OBSTETRÍCIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.1 5 BACIA OBSTÉ TRICA DETALHES IMPORTANTES: QUADRO 2. Diâmetros do estreito superior QUADRO 3. Diâmetros do estreito médio QUADRO 4. Diâmetros do estreito inferior A. Estreito superior da bacia visto de cima e seus diâmetros B. Plano de maiores dimensões da pelve obstétrica, visto de baixo C. Plano de menores dimensões, visto de baixo D. Estreito inferior, visto de baixo No centro, corte sagital indicando os planos sinalados em A, B, C e D OBSTETRÍCIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.1 6 QUADRO 6. Pelvimetria interna e externa BACIA OBSTÉ TRICA DETALHES IMPORTANTES: QUADRO 5. Aplicação clínica dos planos paralelos Avaliação do conjugado diagonal por meio do toque vaginal, buscando-se com o dedo médio a saliência sacral (promontório), geralmente inatingível, se mensurável, subtrai-se 1,5 cm do resultado para chegar a medida do conjugado obstétrico (relação de Smellie). Prova do punho: paciente em posição ginecológica, palpa-se a tuberosidade isquiática, posicionar o punho nesta projeção para avaliaçãodo diâmetro bituberoso (punho deve ser menor que o diâmetro para se considerar uma pelvimetria adequada) Para avaliar a Progressão Fetal, utiliza-se a marcação numérica conforme esta figura, de forma que se o ápice da cabeça do bêbê estiver acima do plano 0 de De Lee, nomeia-se em centímetros negativamente, enquanto se estiver abaixo nomeia-se positivamente. OBSTETRÍCIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.1 7 QUADRO 8. Pelvigrafia interna BACIA OBSTÉ TRICA DETALHES IMPORTANTES: QUADRO 7. Pelvigrafia externa Procura-se definir o ângulo de abertura da arcada púbica (ângulo subpúbico) por meio da palpação das tuberosidades isquiáticas em relação a sínfise púbica. Ângulo < 90° → estreito Ângulo = 90° → médio ✓ Ângulo > 90° → largo → facilita o parto A. Avalia-se o arco subpúbico internamente. Bacias de paredes convergentes, arco subpúbico estreito e diâmetros transversais reduzidos restringem os movimentos laterais dos dedos exploradores; B. Localiza-se as espinhas isquiáticas bilateralmente, com movimentos de pronação e supinação da mão; C. Busca-se a localização da ponta do sacro e da extremidade do cóccix. Possível avaliar a retropulsão do cóccix. OBSTETRÍCIA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.1 8 REFERÊNCIAS: REZENDE,J. Obstetrícia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. OBSTETRÍCIA de Williams. 24. Porto Alegre AMGH 2016