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Inconfidência Mineira – Wikipédia a enciclopédia livre

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A mais importante das reuniões dos
conjurados, por Pedro Américo.
Conflitos na História do Brasil
- Período Colonial -
Movimentos Nativistas
Aclamação de Amador Bueno: 1641
Revolta da Cachaça: 1660-1661
Conjuração de "Nosso Pai": 1666
Revolta de Beckman: 1684
Guerra dos Emboabas: 1708-1709
Revolta do Sal: 1710
Guerra dos Mascates: 1710-1711
Motins do Maneta: 1711
Revolta de Filipe dos Santos: 1720
Movimentos Emancipacionistas
Conjuração Mineira: 1789
Conjuração Carioca: 1794
Conjuração Baiana: 1798
Conspiração dos Suaçunas: 1801
Revolução Pernambucana: 1817
Guerras indígenas
Confederação dos Tamoios: 1555-1567
Guerra dos Aimorés: 1555-1673
Guerra dos Potiguares: 1586-1599
Levante dos Tupinambás: 1617-1621
Confederação dos Cariris: 1686-1692
Revolta de Mandu Ladino : 1712-1719
Guerra dos Manaus: 1723-1728
Resistência Guaicuru: 1725-1744
Guerrilha dos Muras: todo o século XVIII
Guerra Guaranítica: 1753-1756
O poeta árcade Tomás Antônio
Inconfidência Mineira
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Inconfidência Mineira, também referida como Conjuração Mineira, foi uma tentativa de
revolta de natureza separatista ocorrida na então capitania de Minas Gerais, no Estado do
Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio português. Foi
abortada pela Coroa portuguesa em 1789.
Índice
1 História
1.1 Antecedentes
1.2 A conjuração
1.3 Consequências
2 A execução de Tiradentes e exposição pública do seu corpo
3 Galeria
4 Referências
5 Ver também
6 Bibliografia
7 Ligações externas
História
Antecedentes
Desde meados do século XVIII fazia-se sentir o declínio da produção aurífera nas Minas
Gerais. Por essa razão, na segunda metade desse século, a Coroa portuguesa intensificou o
controle fiscal sobre a sua colônia na América do Sul, proibindo, em 1785, as atividades fabris e
artesanais na Colônia e taxando severamente os produtos vindos da Metrópole.
Desde 1783 fora nomeado para governador da capitania de Minas Gerais D. Luís da Cunha
Meneses, reputado pela sua arbitrariedade e violência. Sem compreender a real razão do
declínio da produção aurífera - o esgotamento das jazidas de aluvião - e atribuindo o fato ao
"descaminho" (contrabando), a Coroa instituiu a cobrança da "derrama" na região, uma taxação
compulsória em que a população de homens-bons deveria completar o que faltasse da cota
imposta por lei de 100 arrobas de ouro (1.500 kg) anuais quando esta não era atingida.
A conjuração
Estes fatos atingiram expressivamente a classe mais
abastada de Minas Gerais (proprietários rurais,
intelectuais, clérigos e militares) que, descontentes, começaram a se reunir para conspirar. Entre
esses descontentes destacavam-se, entre outros, o contratador Domingos de Abreu Vieira, os
padres José da Silva e Oliveira Rolim, Manuel Rodrigues da Costa e Carlos Correia de Toledo e
Melo, o cônego Luís Vieira da Silva, os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de
Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, o coronel Francisco Antônio de Oliveira Lopes, o
capitão José de Resende Costa e seu filho José de Resende Costa Filho, o sargento-mor Luís Vaz
de Toledo Pisa e o alferes Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de "Tiradentes".
A conjuração pretendia eliminar a dominação portuguesa das Minas Gerais, estabelecendo um país
independente. Não havia a intenção de libertar toda a colônia brasileira, pois naquele momento
uma identidade nacional ainda não havia se formado. A forma de governo escolhida foi o
estabelecimento de uma República, inspirados pelas ideias iluministas da França e da
Independência dos Estados Unidos da América (1776). Ressalve-se que não havia uma intenção
clara de libertar os escravos, já que muitos dos participantes do movimento eram detentores dessa
mão-de-obra.
[1]
[1]
Gonzaga, uma das figuras do
movimento.
Óleo sobre tela de Leopoldino de Faria
(1836-1911) retratando a Resposta de
Tiradentes à comutação da pena de morte
dos Inconfidentes. A tela foi encomendada
pela Câmara Municipal de Ouro Preto no
final do século XIX, para homenagear
Tiradentes, o Mártir da Inconfidência,
como passou a ser retratado após a
Proclamação da República.
Jornada dos Mártires, por Antônio
Parreiras. Retrata a passagem, em Matias
Barbosa, dos inconfidentes presos.
Entre outros locais, as reuniões aconteciam em casa
de Cláudio Manuel da Costa e de Tomás Antônio
Gonzaga, onde se discutiram os planos e as leis para
a nova ordem, tendo sido desenhada a bandeira da nova República, – uma bandeira branca
com um triângulo e a expressão latina "Libertas Quæ Sera Tamen" - , cujo dístico foi
aproveitado de parte de um verso da primeira écloga de Virgílio e que os poetas inconfidentes
interpretaram como "liberdade ainda que tardia".
O novo governador das Minas, Luís António Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro,
visconde de Barbacena, estava determinado a lançar a derrama, razão pela qual os
conspiradores acertaram que a revolução deveria irromper no dia em que fosse decretado o
lançamento da mesma. Esperavam que nesse momento, como apoio do povo descontente e
da tropa sublevada, o movimento fosse vitorioso.
A conspiração foi desmantelada em 1789, ano da Revolução Francesa. O movimento foi
traído por Joaquim Silvério dos Reis, que fez a denúncia para obter perdão de suas dívidas
com a Coroa. O visconde de Barbacena mandou abrir, em junho de 1789, a sua Devassa
com base nas denúncias de Silvério dos Reis, Basílio de Brito, Malheiro do Lago, Inácio
Correia Pamplona, tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, Francisco Antônio
de Oliveira Lopes, Domingos de Abreu Vieira e de Domingos Vidal de Barbosa Laje.
Os réus foram acusados do crime de "lesa-majestade" como previsto pelas Ordenações Filipinas, Livro V, título 6, materializado em
"inconfidência" (falta de fidelidade ao rei):
"Lesa-majestade quer dizer traição cometida contra a pessoa do Rei, ou seu Real Estado, que é tão grave e abominável crime,
e que os antigos Sabedores tanto estranharam, que o comparavam à lepra; porque assim como esta enfermidade enche todo
o corpo, sem nunca mais se poder curar, e empece ainda aos descendentes de quem a tem, e aos que ele conversam, pelo que
é apartado da comunicação da gente: assim o erro de traição condena o que a comete, e empece e infama os que de sua linha
descendem, posto que não tenham culpa."
Os líderes do movimento foram detidos e enviados para o Rio de Janeiro. Ainda em Vila Rica
(atual Ouro Preto), Cláudio Manuel da Costa faleceu na prisão, onde acredita-se tenha sido
assassinado, suspeitando-se, em nossos dias que a mando do próprio Governador. Durante o
inquérito judicial, todos negaram a sua participação no movimento, menos o alferes Joaquim
José da Silva Xavier, que assumiu a responsabilidade de chefia do movimento.
Em 18 de abril de 1792 foi lida a sentença no Rio de Janeiro. Doze dos inconfidentes foram
condenados à morte. Mas, em audiência no dia seguinte, foi lido decreto de Maria I de
Portugal pelo qual todos, à exceção de Tiradentes, tiveram a pena comutada.
Os degredados civis e militares foram remetidos para as colônias portuguesas na África, e os
religiosos recolhidos a conventos em Portugal. Entre os primeiros, viriam a falecer pouco
depois de terem chegado à África, o contratador Domingos de Abreu Vieira, o poeta Alvarenga Peixoto e o médico Domingos Vidal de
Barbosa Lage. Os sobreviventes reergueram-se integrados no comércio e na administração local, alguns mesmo tendo se reintegrado na vida
política brasileira.
Consequências
A Inconfidência Mineira transformou-se em símbolo máximo de resistência para os mineiros, a exemplo da Guerra dos Farrapos para os
gaúchos, e da Revolução Constitucionalista de 1932 para os paulistas. A Bandeira idealizada pelos inconfidentes foi adotada por Minas
Gerais.
A execução de Tiradentes e exposição pública do seu corpo
Tiradentes, o conjurado de mais baixa condição social, foi o único condenado à morte por enforcamento, sendo a sentença executada
publicamente a 21de abril de 1792 no Campo da Lampadosa. Outros inconfidentes haviam sido condenados à morte, mas tiveram suas
penas reduzidas para degredo, na segunda sentença. A casa onde ele viveu foi destruída.
Após a execução, o corpo foi levado em uma carreta do Exército para a Casa do Trem (hoje parte do Museu Histórico Nacional), onde foi
esquartejado. O tronco do corpo foi entregue à Santa Casa de Misericórdia, sendo enterrado como indigente. A cabeça e os quatro
pedaços do corpo foram salgados, para não apodrecerem rapidamente, acondicionados em sacos de couro e enviados para as Minas
Gerais, sendo pregados em pontos do Caminho Novo onde Tiradentes pregou suas ideias revolucionárias. A cabeça foi exposta em Vila
Rica (atual Ouro Preto), no alto de um poste defronte à sede do governo. O castigo era exemplar, a fim de dissuadir qualquer outra tentativa
de questionamento do poder da metrópole.
[2][3]
[4]
Tiradentes esquartejado (Pedro Américo,
1893).
Tiradentes, ao contrário do que se pensa, não tinha barba e cabelos longos quando foi enforcado, na prisão, onde ficou por algum tempo
antes de cumprir sua pena, teve o cabelo e barba raspados para evitar a proliferação de
piolhos, a própria posição de alfere não permitia tal aparência. Após a decapitação e
exposição pública, a cabeça de Tiradentes foi furtada, sendo o seu paradeiro desconhecido
até os dias de hoje.
Foi alçado posteriormente, pela República Brasileira, à condição de um dos maiores mártires
da independência do Brasil e como um dos precursores da República no país.
Galeria
Bandeira dos
inconfidentes (1789)
 
Bandeira dos
inconfidentes (atual
Bandeira de Minas
Gerais)
A bandeira da Inconfidência Mineira tinha, originalmente, o triângulo verde porém a bandeira que virou símbolo do movimento e atualmente é
a bandeira oficial do estado de Minas Gerais tem o triângulo vermelho.
Referências
1. ↑ MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa - A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808.
2. ↑ Ordenações Filipinas, crime de lesa-majestade (http://books.google.com.br/books?
id=KH9ilwvHp9AC&pg=PA69&lpg=PA69&dq=lesa+majestade+ordena%C3%A7%C3%B5es+filipinas&source=bl&ots=scvE_HLCDa&sig=53-
WLXaYzlz5TXGcX8rkL0vskeA&hl=pt-BR&ei=TtCLS5-
yO4aHuAeOpInwCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=4&ved=0CBcQ6AEwAw#v=onepage&q=&f=false)
3. ↑ A mesma acusação de "lesa-majestade" fora formulada em 1759, sob o reinado de José I de Portugal, contra a família Távora, uma das
famílias mais prestigiadas da nobreza do reino, no processo dos Távora, considerada culpada e condenada a morte cruel: tiveram os membros
quebrados e foram queimados vivos, em cerimónia pública em Lisboa.
4. ↑ RODRIGUES, André Figueiredo. "Degredados e Reerguidos". in Revista de História da Biblioteca Nacional, abril de 2011, p. 24.
Ver também
Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates, em Salvador, no Estado do Brasil, em 1798.
Conjuração dos Pintos, em Goa, no Estado Português da Índia, em 1787.
Hipólita Jacinta Teixeira de Melo
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes
Museu da Inconfidência
Romanceiro da Inconfidência, conjunto de poemas sobre a Inconfidência Mineira.
Bibliografia
AQUINO, Rubim Santos Leão de; BELLO, Marco Antônio Bueno; DOMINGUES, Gilson Magalhães. Um sonho de liberdade: a
conjuração de Minas. São Paulo: Editora Moderna, 1998. 176p. il. ISBN 8516021009
CHIAVENATO, Júlio José. As várias faces da Inconfidência Mineira. São Paulo: Contexto, 1989. 88p. il. ISBN 8585134429
JARDIM, Márcio. A Inconfidência Mineira: uma síntese factual. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1989. 416p.
ISBN 857011141X
MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa: a Inconfidência Mineira: Brasil-Portugal - 1750-1808. São Paulo: Paz e Terra,
1985. 318p. mapas, tabelas. ISBN 8521903979
Tiradentes: a sentença. Rio de Janeiro: ALERJ, 1992. 54p.
Tiradentes: os caminhos do ouro. Brasília: Imprensa Nacional, 1992. 26p. il.
a b
Ligações externas
Tirandentes e seus juízes (http://www.tj.ba.gov.br/publicacoes/mem_just/volume2/cap8.htm)
Tetraneta de Tiradentes tem pensões mantidas pelo STF (http://www.direito2.com.br/stf/2007/set/11/tetraneta-de-tiradentes-tem-
pensoes-mantidas-pelo-stf)
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Categoria: Inconfidência Mineira
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