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Tópico 3 - Elasticidade da Demanda e da Oferta

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1 
 
Tópico 3 - Elasticidade da Demanda e da Oferta 
 
 
Introdução 
 
Já vimos que a demanda por uma mercadoria depende de seu preço, bem como da renda do 
consumidor e dos preços de outras mercadorias. De modo semelhante, a oferta depende do 
preço, bem como de outras variáveis que afetam o custo de produção (Tópico 2). Por 
exemplo, se o preço do café aumenta, a quantidade demandada cairá e a quantidade ofertada 
aumentará. Contudo, muitas vezes desejamos saber o quanto vai aumentar ou cair a oferta ou 
a demanda. Até que ponto a demanda do café poderá ser afetada? Se o preço aumentar em 
10%, qual deverá ser a variação da demanda? Qual seria a variação da demanda se o nível de 
renda aumentasse em 5%? 
 
Mas será que a quantidade demandada de tomate e a de camisas, por exemplo, sofrem a 
mesma queda quando seus preços sobem? Se o tomate custar 20% a mais e a camisa tiver a 
mesma elevação percentual no preço, ambos sofrerão queda na mesma intensidade da 
quantidade desejada pelos consumidores? 
 
Obviamente, não. Sabemos apenas que ambos os produtos serão menos procurados, mas não 
sabemos automaticamente em quanto essa procura cairá em cada caso. Para responder a essas 
perguntas com maior precisão, utilizamos as elasticidades. 
 
Chamamos de elasticidade a medida da magnitude (ou intensidade) da resposta dos 
consumidores e dos produtores às mudanças nos fatores da Oferta e da Demanda. Assim, 
nesta aula trabalharemos as habilidades necessárias para que o aluno possa compreender as 
elasticidades, que medem a intensidade da resposta da Oferta e Demanda aos fatores que as 
influenciam, para cada produto ou mercado. 
 
Elasticidade da Demanda 
 
Definições 
 
A elasticidade é uma medida de sensibilidade de uma variável em relação à outra. 
Especificamente, é um número que informa a variação percentual que ocorrerá em uma 
variável com relação à variação percentual de outra variável. 
 
Portanto, a Elasticidade-preço da demanda mostra a variação da quantidade demandada de 
um bem em decorrência da variação do seu preço. Em valor absoluto, a elasticidade varia 
entre zero e infinito1. Assim, podemos classificar as elasticidades-preço da demanda em: 
 
1) Demanda ELÁSTICA, quando EP > 1 – Isto ocorre quando a variação no preço de 
1%, por exemplo, provoca uma variação na quantidade demandada maior que 1% 
(gráfico à esquerda). 
2) Demanda de elasticidade UNITÁRIA, quando EP = 1 – Isto ocorre quando a variação 
no preço de 1%, por exemplo, provoca uma variação na quantidade demandada 
também de 1% (gráfico à direita). 
 
1 No entanto, o valor da elasticidade preço da demanda é dado em módulo, ou seja, quando se tem uma 
elasticidade de magnitude 2, na verdade é -2. 
 2 
 
3) Demanda INELÁSTICA quando EP < 1 – Isto ocorre quando a variação no preço de 
1%, por exemplo, provoca uma variação na quantidade demandada menor que 1% 
(gráfico do meio). 
 
 
Graficamente, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Casos Extremos: 
 
1) Quando a EP = 0, significa que a demanda é totalmente inelástica, isto é, qualquer 
variação nos preços não provocará variação na quantidade demandada. Os 
consumidores adquirirão uma quantidade fixa (QD0) qualquer que seja o preço. 
Graficamente: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Quando EP = , significa que a demanda é totalmente elástica, isto é, os consumidores 
vão adquirir a quantidade que puderem a determinado preço (P0). No caso de qualquer 
aumento de preços acima desse nível, mesmo que ínfimo, a quantidade demanda cai a 
0 
QD1 
1 P1 
P0 
QD0 
D 
P 
QD Q
D
1 
P1 
P0 0 
1 
QD0 
D 
P 
QD 
P0 
P1 
0 
QD1 
1 
QD0 
D 
P 
QD 
0 
P2 
1 P1 
P0 
QD0 
2 
D 
P 
QD 
 3 
 
zero; da mesma forma, para quaisquer reduções no preço, a quantidade demanda 
aumenta de forma ilimitada (elasticidade-preço da demanda é infinita). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As elasticidades-preço da demanda podem servir de orientação para determinadas políticas do 
governo. Por exemplo, se o governo deseja estimular o consumo de determinado bem 
reduzindo seu preço através de um subsídio, o governo deve observar a elasticidade-preço da 
demanda desse bem. Se esta for elástica, os resultados efetivos serão parecidos ou idênticos 
ao desejado. Por outro lado, se a demanda for muito inelástica, o resultado efetivo e o 
desejado podem diferir e, a política ser ineficiente. 
 
Algo semelhante ocorre com a imposição de um imposto com o objetivo de aumentar a 
receita do governo. Se o governo deseja aumentar as receitas através de um aumento de 
imposto, ele deve fazer isso sobre os bens que são inelásticos. Sendo assim, um aumento no 
preço do bem devido ao aumento do imposto não vai reduzir o consumo de forma 
significativa e, com isso, o governo consegue aumentar suas receitas. Bens que geram vícios, 
como cigarros e bebidas, são bens inelásticos que geralmente são utilizados pelo governo para 
aumentar suas receitas. No entanto, se o governo não conhecer as elasticidades dos bens e 
aumentar a tributação sobre um bem elástico, o consumo desse bem será reduzido e, 
consequentemente, o aumento da receita desejado pelo governo não será alcançado. 
 
Porém, como calcular a elasticidade preço da demanda? Sendo a elasticidade-preço da 
demanda a variação da quantidade demandada de um bem em decorrência da variação do seu 
preço, podemos definir matematicamente como: 
 
𝐸𝑃
𝐷 = |
𝛥𝑄𝐷
𝛥𝑃
| 
 
Ou seja, variação da quantidade dividida pela variação do preço, multiplicado pela razão entre 
preço e quantidade. Mais detalhado: 
 
𝐸𝑃 = ||
𝑄𝑡
𝐷 − 𝑄𝑡−1
𝐷
𝑄𝑡−1
𝐷
𝑃𝑡 − 𝑃𝑡−1
𝑃𝑡−1
|| 
 
P0 D 
P 
QD 
 4 
 
Onde QDt = quantidade demandada no período final; Q
D
t-1 = quantidade demandada no 
período inicial; Pt = preço no período final; Pt-1 = preço no período inicial. 
 
Exemplo: O kg do tomate aumentou de R$ 5,00 para R$ 6,00. Com isso, os consumidores 
diminuíram suas compras de 10 kg para 7 kg de tomates por semana (na média). Calculando 
as variações percentuais, temos: 
 
Calculando a variação da quantidade demandada: 
 
∆𝑄𝐷 =
𝑄𝑡
𝐷 − 𝑄𝑡−1
𝐷
𝑄𝑡−1
𝐷 
 
∆𝑄𝐷 =
7 − 10
10
 
 
∆𝑄𝐷 = −0,3 𝑜𝑢 − 30% 
 
Calculando a variação no preço: 
 
∆𝑃 = 
𝑃𝑡 − 𝑃𝑡−1
𝑃𝑡−1
 
 
∆𝑃 = 
6 − 5
5
 
 
∆𝑃 = 0,2 𝑜𝑢 20% 
 
Calando a elasticidade preço da demanda 
 
𝐸𝑃
𝐷 = |
−0,3
0,2
| = 1,5 
 
Neste caso, a elasticidade-preço da demanda por tomate é 1,5. Este é um número puro: nem 
porcentagem, nem reais, nem toneladas. 
 
Interpretação: Um aumento no preço de 20% provoca uma redução na quantidade demanda de 
30%, ou seja, a elasticidade preço da demanda é maior que um, portanto, o bem é elástico a 
variações no preço. No caso de já sabermos a elasticidade do bem, podemos encontrar a 
variação na quantidade demanda do bem, multiplicando a variação do preço pela elasticidade 
(QD = 1,5(0,2) = 0,3 ou 30%). 
 
Elasticidade-Renda da Demanda 
 
Elasticidade-renda da demanda é a variação percentual da quantidade demandada de um bem 
X, para cada unidade de variação percentual na renda do consumidor. Normalmente, quando 
há um aumento na renda, espera-se que ocorra um aumento na quantidade demandada de 
qualquer bem, como por exemplo, bens normais e superiores. No entanto, nem sempre isso 
ocorre, como é o caso dos bens inferiores. Assim, diante de uma variação na renda, os 
economistas costumam classificar os bens em três tipos: normal, superior e inferior. 
 
 5 
 
Os bens normais são bens que quando a renda aumenta, a quantidade demandada (ou 
consumo) desse bem também aumenta, porém em uma proporção menor. Isto é, os bens são 
inelásticos a aumentos na renda, de modo que um aumento de 10% na renda gera um 
aumento menor que 10% na quantidade demandada. 
 
Os bens superiores sãobens que quando a renda aumenta, a quantidade demandada (ou 
consumo) desse bem também aumenta, mas em uma proporção maior. Isto é, os bens são 
muito elásticos a aumentos na renda, de modo que um aumento de 10% na renda gera um 
aumento maior que 10% na quantidade demandada. 
 
Já bens inferiores são bens que quando a renda aumenta, sua quantidade demandada cai, ou 
seja, a elasticidade desses bens será negativa (exemplo, carne de primeira e carne de 
segunda). 
 
Em resumo, a elasticidade renda da demanda (ER), em geral, é positiva exceto para bens 
inferiores: 
 
1) Quando ER for positiva e menor que 1 (ER < 1 e +), o bem é normal. 
2) Quando ER for positiva e maior que 1 (ER > 1 e +), o bem é superior. 
3) Quando ER for negativa, o bem é inferior. 
 
 
A elasticidade-renda da demanda (ER) pode ser encontrada pela seguinte fórmula: 
 
𝐸𝑅 =
𝛥𝑄𝐷
𝛥𝑅
 
 
Ou seja, 
 
𝐸𝑅 =
𝑄𝑡
𝐷 − 𝑄𝑡−1
𝐷
𝑄𝑡−1
𝐷
𝑅𝑡 − 𝑅𝑡−1
𝑅𝑡−1
 
 
Onde Qt = quantidade demandada no período final; Qt-1 = quantidade demandada no período 
inicial; Rt = renda no período final; Rt-1 = renda no período inicial. 
 
Exemplo: O segmento do mercado de automóveis teve uma queda de renda média no último 
ano, de R$ 65 mil anuais para R$ 58,5 mil. Com isso, as vendas de automóveis caíram de 
1.500 unidades para 1.400 unidades no mesmo período. Encontre a elasticidade-renda da 
demanda para esse mercado: 
 
Calculando a variação da quantidade demandada: 
 
∆𝑄𝐷 =
𝑄𝑡
𝐷 − 𝑄𝑡−1
𝐷
𝑄𝑡−1
𝐷 
 
∆𝑄𝐷 =
1400 − 1500
1500
 
 
 6 
 
∆𝑄𝐷 = −0,0667 𝑜𝑢 6,67% 
 
 
Calculando a variação na renda: 
 
∆𝑅 =
𝑅𝑡 − 𝑅𝑡−1
𝑅𝑡−1
 
 
∆𝑅 = 
58500 − 65000
65000
 
 
∆𝑅 = −0,1 𝑜𝑢 − 10% 
 
Calando a elasticidade renda da demanda: 
 
𝐸𝑅 =
−0,0667
−0,1
= 0,667 
 
Neste caso, a elasticidade renda da demanda por automóveis é 0,667. Este é um número puro: 
nem porcentagem, nem reais, nem toneladas. 
 
Interpretação: Uma redução na renda de 10% provoca uma redução na quantidade demandada 
de 6,67%, ou seja, a elasticidade renda da demanda é menor do que um, portanto, o bem é 
inelástico e normal. No caso de já sabermos a sensibilidade do bem e a variação na renda, 
podemos encontrar a variação na quantidade demanda do mesmo, multiplicando a variação da 
renda pela elasticidade (QD = 0,1(0,667) = 0,0667 ou 6,67%). 
 
No caso acima, a demanda de automóveis mostrou-se relativamente inelástica em relação à 
renda, uma vez que a queda na quantidade demandada foi menor que a queda de renda. 
Portanto, trata-se de um bem normal. Isto indica que os consumidores destinaram uma parte 
maior de sua renda para a compra deste bem, sacrificando parcialmente outros gastos. Embora 
trate-se apenas de um exemplo hipotético, é possível que a ausência de alternativas viáveis de 
transporte de massa (coletivo) nas grandes cidades brasileiras provoque um efeito desse tipo 
no mercado automobilístico. 
 
 
Elasticidade-Preço Cruzada da Demanda 
 
O conceito de elasticidade-preço cruzada compara variações percentuais de quantidade 
demandada de um bem em relação a variações percentuais no preço de outro bem. A 
elasticidade-preço cruzada entre os bens X e Y é a variação percentual na quantidade 
demandada do bem X, para cada unidade de variação percentual no preço do bem Y. 
 
A partir da elasticidade cruzada da demanda é possível identificar se os bens em questão são 
substitutos ou complementares. Por exemplo, considere que X e Y sejam bens substitutos, isto 
significa que o aumento no preço do bem X vai provocar um aumento da quantidade 
demandada do bem Y e vice-versa. Por outro lado, se X e Y são bens complementares, o 
aumento no preço de do bem X vai provocar uma redução na quantidade demandada do bem 
Y, e vice-versa. 
 
 7 
 
Manteiga e margarina, gasolina e etanol são exemplos de bens substitutos. Impressora e 
cartuchos, computador e programas de computador, café e açúcar são exemplos de bens 
complementares. No caso de bens substitutos, um bem pode substituir o outro no consumo, 
enquanto no caso de bens complementares, o consumo dos dois bens ocorre de forma 
conjunta, isto é, o consumo de um depende da disponibilidade do outro. 
 
 
Para calcular a elasticidade-cruzada da demanda, considere: 
 
𝐸𝑋𝑌 =
𝛥𝑄𝑋
𝐷
𝛥𝑃𝑌 
 
𝐸𝑋𝑌
𝑃 =
𝑄𝑋𝑡
𝐷 − 𝑄𝑋𝑡−1
𝐷
𝑄𝑋𝑡−1
𝐷
𝑃𝑌𝑡 − 𝑃𝑌𝑡−1
𝑃𝑌𝑡−1
 
 
Onde QDXt = quantidade demandada do bem X no período final; Q
D
Xt-1 = quantidade 
demandada do bem X no período inicial; PYt = preço do bem Y no período final; PYt-1 = preço 
do bem Y no período inicial. 
 
Assim, quando: 
 
1) A elasticidade cruzada da demanda for positiva, os bens são substitutos. 
2) A elasticidade cruzada da demanda for negativa, os bens são complementares. 
 
Exemplo: O preço do Toddy caiu de R$ 5,50 para R$ 4,80 e a quantidade vendida de Nescau 
reduziu-se de 600 mil latas para 500 mil latas na semana em que durou a promoção do Toddy. 
Calculando as variações, fazemos: 
 
Calculando a variação da quantidade demandada: 
 
∆𝑄𝐷 =
𝑄𝑡
𝐷 − 𝑄𝑡−1
𝐷
𝑄𝑡−1
𝐷 
 
∆𝑄𝐷 =
500 − 600
600
 
 
∆𝑄𝐷 = −0,167 𝑜𝑢 − 1,67% 
 
 
Calculando a variação no preço: 
 
∆𝑅 =
𝑅𝑡 − 𝑅𝑡−1
𝑅𝑡−1
 
 
∆𝑅 = 
4,8 − 5,5
5,5
 
 
 8 
 
∆𝑅 = −0,1272 𝑜𝑢 − 12,72% 
 
Calando a elasticidade preço cruzada da demanda: 
 
𝐸𝑅 =
−0,167
−0,1272
= 1,31 
 
Uma queda no preço do Toddy de 12,72% provocou uma redução na quantidade demandada 
do Nescau em 16,67%, ou seja, o que resultou em uma elasticidade preço cruzada de 1,31, 
portanto, os bens são substitutos. 
 
Neste exemplo, se ocorresse na realidade, mostraria uma forte elasticidade cruzada entre o 
Toddy e o Nescau (bens substitutos), já que a quantidade demandada de um cai com maior 
intensidade que o preço do outro, causador daquela queda. 
 
Fatores explicativos da elasticidade-preço da Demanda 
 
Podemos listar algumas causas de um bem ou serviço apresentar elasticidade-preço da 
Demanda alta ou baixa. As principais são: 
 
 Essencialidade do bem/serviço (supérfluos são mais elásticos que os essenciais); 
 Peso no orçamento do consumidor (quanto menor o peso, menor a elasticidade); 
 Existência de substitutos no consumo (bens insubstituíveis são menos elásticos ou 
mais inelásticos); 
 
Assim, quanto maior a essencialidade do bem, menor o peso no orçamento e menor a 
existência de bens substitutos, menor tende a ser a elasticidade desse bem. E vice-versa. 
 
O sal e as joias são exemplos muito utilizados. O sal, que possui característica essencial para 
grande parte das pessoas, tem peso reduzido no orçamento familiar e não possui 
praticamente substituto. Portanto, o sal é pouco elástico ou muito inelástico em relação ao 
preço, pode dobrar ou triplicar de preço, mas o impacto imediato nas compras será muito 
limitado. Quanto a joia, que é um produto de luxo, não é um bem essencial (embora para 
algumas pessoas, de alto poder aquisitivo, representem um atributo indispensável de status), 
tem um peso muito expressivo no orçamento dos consumidores (mesmo os de alta renda já 
que milionários, para quem o custo de adquirir joias é indiferente, são minoria na própria 
camada social que se costuma designar como de alta renda) e possui muitos bens substitutos, 
como bijuterias. Assim, as joias são bens muito elásticos em relação ao preço, um leve 
aumento pode provocar uma grande queda na quantidade demanda. 
 
Elasticidade-Preço da Oferta 
 
A elasticidade-preço da oferta é definida como a variação percentual na quantidade ofertada 
do bem X, para cada unidade de variação percentual no preço do bem X. 
 
Em valor absoluto, a elasticidade varia entre zero e infinito. Assim, podemos classificar as 
elasticidades-preço da oferta em: 
 
 9 
 
1) Oferta ELÁSTICA, quando EO > 1 – Isto ocorre quando a variação no preço de 1%, 
por exemplo, provoca uma variação na quantidade ofertadamaior que 1% (gráfico à 
esquerda). 
2) Oferta de elasticidade UNITÁRIA, quando EO = 1 – Isto ocorre quando a variação no 
preço de 1%, por exemplo, provoca uma variação na quantidade ofertada também de 
1% (gráfico à direita). 
3) Oferta INELÁSTICA quando EO < 1 – Isto ocorre quando a variação no preço de 1%, 
por exemplo, provoca uma variação na quantidade ofertada menor que 1% (gráfico do 
meio). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os principais fatores que determinam a elasticidade-preço da oferta são essencialmente o 
tempo (a defasagem de resposta da produção a variação no preço) e a disponibilidade de 
fatores de produção. 
 
i) Quanto menor o tempo de resposta da produção a variação de preço e maior a 
disponibilidade de fatores de produção, a oferta tende a ser elástica; 
ii) Quanto maior o tempo de resposta da produção a variação de preço e menor a 
disponibilidade de fatores de produção, a oferta tende a ser inelástica; 
 
Ao contrário da elasticidade da demanda, a elasticidade preço da oferta é positiva, uma vez 
que as variações de preços e quantidades são no mesmo sentido. Isto é, ao aumentar o preço a 
quantidade ofertada também aumenta. 
 
𝐸𝑃
𝑂 =
𝛥𝑄𝑂
𝛥𝑃
 
 
𝐸𝑃
𝑂 =
𝑄𝑡
𝑂 − 𝑄𝑡−1
𝑂
𝑄𝑡−1
𝑂
𝑃𝑡 − 𝑃𝑡−1
𝑃𝑡−1
 
 
Onde QOt = quantidade ofertada no período final; Q
O
t-1 = quantidade ofertada no período 
inicial; Pt = preço no período final; Pt-1 = preço no período inicial. 
 
P0 
P1 
0 
Q1 
1 
Q0 
S 
P 
Q 
0 
Q1 
1 P1 
P0 
Q0 
S 
P 
Q Q1 
P1 
P0 0 
1 
Q0 
S 
P 
Q 
 10 
 
Exemplo: Os produtores de café reagem ao aumento do preço de R$ 200,00 para R$ 250,00 a 
saca de 60 kg, aumentando a produção de 100 kg para 130 kg. Calculamos as variações 
percentuais: 
 
Calculando a variação da quantidade demandada: 
 
∆𝑄𝑂 =
𝑄𝑡
𝑂 − 𝑄𝑡−1
𝑂
𝑄𝑡−1
𝑂 
 
∆𝑄𝑂 =
130 − 100
100
 
 
∆𝑄𝑂 = 0,3 𝑜𝑢 30% 
 
Calculando a variação no preço: 
 
∆𝑃 = 
𝑃𝑡 − 𝑃𝑡−1
𝑃𝑡−1
 
 
∆𝑃 = 
250 − 200
200
 
 
∆𝑃 = 0,25 𝑜𝑢 25% 
 
Calando a elasticidade preço da oferta: 
 
𝐸𝑃
𝑂 = |
0,3
0,25
| = 1,2 
 
Interpretação: Um aumento no preço de 25% provoca um aumento na quantidade ofertada de 
30%, ou seja, a elasticidade preço da oferta é maior que um, portanto, o bem é elástico a 
variações no preço. No caso de já sabermos a elasticidade do bem, podemos encontrar a 
variação na quantidade ofertada do bem, multiplicando a variação do preço pela elasticidade 
(QO = 1,2(0,25) = 0,3 ou 30%). 
 
Síntese 
 
Nesta aula foi visto a importância das elasticidades para os consumidores, empresas e para o 
governo. Vimos as elasticidades da demanda e da oferta e os principais fatores que 
determinam o seu resultado. Além disso, definimos os diversos tipos de bens conforme sua 
elasticidade. Na próxima aula serão expostas as estruturas de mercado.

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