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TCC da Pós

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A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO UM MEIO DE ENVOLVER A CRIANÇA NO UNIVERSO DA LEITURA
 SANTANA VIANA, Geisa[footnoteRef:1] [1: Estudante da Pós Graduação em Educação Infantil, da Instituição Fael, apresenta Trabalho de Conclusão de Curso, sob a orientação da professora doutora em Comunicação e Linguagem UPT, Mestre em Educação pela UPT, especialista em Marketing e Desenvolvimento Gerencial pela FAFI de Comélio Procópio, Licenciada em Letras Vernáculas/Inglês e respectivas Literaturas pela FAFI de Comélio Procópio. Orientadora e Avaliadora de TCC de Pós Graduação pela FAEL Juliana Boffe.] 
BOLFE, Juliana
RESUMO
A leitura é uma atividade fundamental em nossa sociedade: abre as portas para o conhecimento do mundo, do homem, das coisas, da natureza, do progresso da ciência e das técnicas, possibilitando a expansão do indivíduo leitor; no aprendizado de si e do mundo, sendo uma ferramenta importante para o exercício da cidadania. Neste sentido, o ato de contar história, além de ser uma experiência de interação que constitui um relacionamento cordial entre as pessoas que contam e as que ouvem, ajudando a criança a organizar a sua fala, é uma atividade lúdica que amplia a imaginação e possibilita a criança produzir sentidos, proporcionando vivências internas que são muito significativas para a criança. Partindo de tais pressupostos, nesta pesquisa buscamos discutir a importância da contação de histórias para o desenvolvimento da imaginação, da fantasia, das habilidades psicoemocionais da criança, assim como para despertar o seu gosto e interesse pela leitura. Para isso, recorremos com uma pesquisa bibliográfica. Para a pesquisa bibliográfica, buscamos em Frantz (2011), Zilbermam (1991), Cunha (1999), Aguiar (2001), Cademartori (2010) Bettelheim (2002), Abramovich (1993) e Andrade e Silva (2016) orientações necessárias para embasar a discussão acerca das relações entre a Literatura Infantil, a arte de contar histórias e a formação do leitor. 
Palavras-chave: Contação de história. Formação leitora. Literatura Infantil. 
1.INTRODUÇÃO
A Literatura Infantil desempenha uma importante função na educação infantil porque facilita a exposição das ideias, desenvolve e cria nos pequenos o gosto pela leitura cultivando assim a necessidade de novas descobertas. Nesse percurso é necessário adequar as histórias e os gêneros trabalhados em cada fase da infância para que desta maneira a criança obtenha o conhecimento para cada fase da vida.
 Considerando a leitura literária como uma semente que deve ser plantada no lar, na escola, em todos os espaços possíveis para que desta maneira seja possível colher frutos e consequentemente suscitar prazer em suas formas sem que subordine o leitor. No caso da escola, a Literatura Infantil pode ser utilizada como um meio através da narração de histórias e ser trabalhada de forma sistematizada, mas sem deixar de lado os aspectos lúdicos que lhes são próprios. 
Por ser a escola um espaço favorável de aprendizagem, apontamos que nela a leitura careça ser feita de forma sistematizada e estratégica para que venha contribuir de forma efetiva para o desenvolvimento e o interesse pelo mundo das palavras.
O contato da criança com a Literatura Infantil é um momento mágico e transformador, por ser este um espaço criativo e um mundo fantástico no qual a criança pode estar desenvolvendo e ampliando o seu conhecimento social e intelectual.
A Literatura a princípio foi destinada para adultos, até porque a criança não recebia uma educação diferenciada, ela era considerada um adulto em miniatura. Mas com o passar do tempo foram se percebendo as necessidades e as carências da criança, com isso as obras foram obrigadas a se modificarem para atender ao público infantil. As histórias tiveram que se adequar à realidade da criança, acentuando a curiosidade e ansiedade pelo novo, pelos mistérios e fantasias, representados por meio da linguagem. Passou-se a entender que o contato da criança com a Literatura proporcionava momentos mágicos, pois a Literatura se desenvolve em um espaço criativo e simbólico, através da linguagem e, portanto, relaciona-se com o mundo real e imaginário em que vivemos. 
Ponderando sobre a importância das narrativas para o desenvolvimento intelectual da criança, são inconcebíveis que tal prática venha receber um tratamento no qual se priorize a decodificação dos sinais gráficos, sem se levar em consideração os sentidos que podem ser desvelados na interação entre autor e leitor. 
Considerando que o interesse pelos livros e, por conseguinte, pela leitura ocorrem na infância, defendemos a ideia de que a escola deve estabelecer práticas-pedagógicas a serem praticadas para estimular o desejo e o gosto pela leitura. Além disso, a leitura deve ser incentivada e fundamentada em ambiente próprio. A aprendizagem da leitura precisa partir dos conceitos iniciais que a criança possui, nas situações de leitura construídas por elas mesmas fora da escola. Devemos dar à criança a oportunidade de pensar e descobrir que a leitura lhe traz benefícios significativos e a Literatura Infantil através de suas narrativas ajuda a obter tais benefícios.
 Sendo a narração de histórias proveitosa e enriquecedora não só para quem ouve, mas também para quem conta, por conta do seu caráter lúdico e, ao mesmo tempo, real pode e deve ser utilizada como recurso para o ensino da leitura, pois tanto desenvolve a capacidade cognitiva da criança quanto possibilita a formação sujeitos críticos. Para tanto, temos como hipótese de que o educador precisa utilizar mecanismos mediadores do conhecimento que estabeleçam relações entre a teoria e a prática. 
Ao possibilitar o trabalho com narrativas orais, clássicas, advinhas e tantas outras no contexto social da criança, o professor irá estabelecer relações entre a Literatura e o espaço da criança por meio da linguagem. Nesse processo, o educador assume que a Literatura tem um papel relevante no desenvolvimento social e intelectual da criança, atuando diretamente no seu desempenho escolar.
2. DESENVOLVIMENTO
É importante e reconhecido que a leitura é um poderoso instrumento para colaborar no processo educacional e cognitivo da criança e funciona como base para uma boa educação, pois contribui para aprendizagem, apresenta para os pequenos estudantes um universo ainda desconhecido, ampliando suas possibilidades de compreensão e de vivência de mundo. Como é defendido por muitos autores, dentre eles Frantz (2011), Ribeiro (1999), Zilbermam (1991), a literatura funciona como base para desenvolver o gosto pela leitura, e no caso das crianças, entram em cena os livros infantis e a contação de histórias. Nessa perspectiva, afirma Góes (1991, p. 27): [...] “o contato com o livro deve ser iniciado o mais cedo possível, não só pelo manuseio (livro ao alcance das crianças), como pela história contada, pela conversa (diálogo mãe-filho) ou jogos rítmicos”.
 Ao ponderarmos sobre a importância da contação de histórias para as crianças, podemos perceber a sua influência em seu desenvolvimento em seus vários aspectos, quer no intelectual, psicoemocional, na criação e no exercício da imaginação. Nesse aspecto, Bettelheim (1980, p.12) enfatiza:
Enquanto diverte a criança, o conto de fadas a esclarece sobre si mesma, e favorece o desenvolvimento de sua personalidade. Oferece significado em tantos níveis diferentes, e enriquece a existência da criança de tantos modos que nenhum livro pode fazer justiça à multidão e diversidade de contribuições que esses contos dão à vida da criança.
Mas, como pontua Abromovich (1993, p.11), contar histórias também é o desencadeador de uma série de outras ações:
Ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de (a mesma história ou outra). Afinal, tudo pode nascer dum texto! Num princípio não era o verbo? Então...”
É, portanto, rica e vasta a ação da contação de história para as crianças, para ajudá-las na compreensão de mundo, de suasemoções, para desenvolver a sua imaginação, tão necessária à cognição. Neste sentido, Bettelheim afirma que, sobretudo "os contos de fada têm muitos aspectos dignos de serem explorados em acréscimo ao significado psicológico [...]” (BETTELHEIM, p.11).
Neste sentido, não acreditamos que a leitura de livros para crianças pequenas não seja um recurso favorável para despertar o prazer da criança pequena pela leitura: não estamos defendendo que as crianças pequenas não tenham acesso a histórias narradas através da leitura dos livros infantis. É claro que esta também é uma experiência muito válida ao leitor em formação.
A narração de histórias infantis pode ser utilizada como uma prática pedagógica, porque pode contribuir para o desenvolvimento da criança nas séries iniciais. Todavia no desenvolver das narrativas faz-se necessário que o contador/professor vivencie a história dramatizando-o, buscando sempre utilizar meios e métodos que ao contar as histórias proporcione ao ouvinte, que é a criança um aprendizado significado, pois:
A didática de contar histórias é cativante e enriquecedora na educação infantil, mas com o cuidado de que a estrutura da narração deve ser de forma clara para criança, de fácil linguagem, com imagens explorando a história de maneira lúdica, dentro de seu processo de aprendizagem a contação possibilitará as crianças um melhor desenvolvimento e capacidade de produção e compreensão textual. (SOUZA, 1997)
 
 Ao contar histórias “o professor e o contador podem ajudar os alunos a reconsiderar seus objetivos individuais e fazer com que estes aproximem mais de si mesmo” (RIBEIRO, 2006, p. 19). A contação de histórias, a narração oral de histórias, permite ao sujeito que conta e ao sujeito que ouve um contato com outras dimensões do ser e da realidade que o cerca (BUSATTO 2006, p.25). Ou seja, quando a criança “ouve uma história ela vai elaborando internamente esse universo estruturado através da linguagem. O pensamento é desafiado a buscar significação para aquilo que é narrado” (FRANTZ, 2011, p. 69).
Destaco como objetivo geral “fazer um estudo para mostrar como a Literatura Infantil é um importante meio para desenvolver na criança o interesse e a familiaridade com o livro e suas histórias’’
OBJETIVOS ESPECIFÍCOS:
· Compreender como a Literatura Infantil pode ser trabalhada na Escola, visando desenvolver desde cedo o gosto pela leitura e a construção do imaginário.
· Mostrar que através da Literatura Infantil é possível a criança reconhecer diferentes costumes da sua cultura e de outras situadas em tempos diversos do seu. 
Recorrerei a uma abordagem qualitativa para realizar este estudo exploratório, uma pesquisa bibliográfica com o intuito de melhor compreender a contribuição da arte da contação de história para o desenvolvimento do leitor em idade pré-escolar. 
Em seguida, me dedicarei a discutir a importância da Literatura Infantil na formação leitora das crianças nas séries iniciais, enfatizando a contribuição da contação de histórias nesse processo.
1 CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS E SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO LEITORA
[...] contar histórias é uma prática que enriquece não só quem as ouve, mas, também, e muito, quem as conta. Quem conta um conto aumenta o encanto de si mesmo e também a imaginação criadora de seu ouvinte. (FRANTZ, 2011, pg 78)
É na primeira infância que as crianças são extremamente impressionáveis; esses primeiros anos de vida são como uma janela aberta cheia de oportunidades para entusiasmar, aprender e desenvolver a formação de hábitos e gostos. Desse modo, o contato da criança com a Literatura Infantil amplia o seu espaço de vivências imaginativas e criativas, propiciando, inclusive e principalmente através da contação de histórias (que tem um papel importante para o desenvolvimento psicoemocional e cognitivo da criança, podendo ser utilizada como uma prática pedagógica nas séries iniciais) o despertar do gosto pela leitura.
1.1 SOBRE LITERATURA INFANTIL E LEITORAS/ES EM FORMAÇÃO
	O contato da criança com a Literatura Infantil é um momento mágico e transformador, por ser este um espaço criativo e um mundo fantástico, no qual a criança pode estar desenvolvendo e ampliando o seu conhecimento pessoal, social e intelectual. Segundo Frantz (2011, p. 20), “[...] a criança e a literatura infantil compartilham da mesma natureza - ambas são lúdicas, mágicas e questionadoras - e essas afinidades fazem com que a literatura seja a mais poderosa aliada do professor e da criança e do ser humano”.
 A Literatura Infantil, ao ser inserida nas atividades escolares, pode tornar-se uma poderosa ferramenta com a qual a criança se relaciona com o real e o imaginário, sempre enriquecendo seu aprendizado global fazendo com que a fantasia seja despertada, assim como o lúdico e o simbólico, favorecendo o seu interesse e o seu gosto pela leitura. 
A Literatura Infantil, a princípio, não existia enquanto um gênero literário, porque a criança não recebia uma atenção ou uma educação diferenciada, sendo considerada um adulto em miniatura. Mas, com o passar do tempo, as necessidades e as carências das crianças foram sendo percebidas; com isso, algumas obras foram se adaptando para atender ao público infantil. As histórias, principalmente os contos de fadas, foram se modificando em linguagem e conteúdo para se adequar à realidade da criança, não mais apresentando passagens eróticas, acentuando o aspecto misterioso e fantasioso, por meio do tratamento da linguagem. 
Segundo Cunha (1999, p. 22), a Literatura Infantil
Começa a delinear-se no início do século XVII, quando a criança passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para vida adulta.
Entretanto, eram muito comuns neste primeiro momento os textos literários para crianças serem utilizados para que através deles ensinamentos fossem passados para as crianças. Contribuindo com este pensamento, Andrade e Silva (2016, p.1330) afirma:
Nos primórdios do estabelecimento da literatura infanto-juvenil enquanto gênero literário destinado à criança, pois, já se delineavam fios que entrelaçam literatura infantil e “pedagogismo”, ou seja, entre a produção literária destinada à criança e o propósito didático explícito de formar a sua mentalidade moldar o seu comportamento em conformidade com que ela deve assimilar.
Somente dois séculos após sua existência como gênero literário para crianças é que a Literatura Infantil passa a ser mais comumente valorizada por sua qualidade estética, que é o que vai caracterizá-la como sendo de fato "literatura". Neste sentido, enquanto arte que é a Literatura Infantil passa a ser considerada uma grande colaboradora no desenvolvimento da criança, como um meio propício para que a criança se desenvolva psicoemocionalmente, socialmente e cognitivamente, contribuindo para sua formação cidadã e leitora. 
Por isso, uma infinidade de autores tem chamado a atenção para a necessidade de se preservar "o estético e o lúdico" da Literatura Infantil, para libertar a literatura para crianças da camisa de força do "pedagogismo" com o objetivo de que, dessa maneira, se formem leitores críticos que atuem na sociedade em que estão inseridos e não que sejam moldados ou estereotipados, distorcendo a formação leitora deste sujeito.
Apoiando-se em Sosa (1978), ao buscar compreender a função educativa da Literatura Infantil, Andrade e Silva (2016, p. 1332) esclarece que 
[...] mais do que o conteúdo moral explícito contido em textos direcionados à infância, o que é significativo para a criança é o que está embutido na trama; são, pois, os acontecimentos dramáticos da narrativa que dialogam com o mundo íntimo da criança, a ela proporcionando vivências internas, que lhes serão significativas, ampliando suas experiências e, assim, expandindo seu conhecimento. 
A Literatura Infantil, portanto, pelo significadoque como arte literária proporciona à criança é um incentivo para o sujeito em formação, adquirindo uma importância considerável no estímulo à leitura - desde que, apesar da situação pedagógica em que se encontra ao ser utilizado no ambiente de ensino, não seja excluído seu ludismo e teor estético (Idem).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A leitura é um ato de aquisição que implica e designa certo posicionamento no mundo. Partindo-se da importância da leitura para o exercício da cidadania e do importante papel que a Literatura Infantil desempenha no desenvolvimento da criança e na constituição do leitor, é de primordial importância seja trabalhada na escola de modo a favorecer ao leitor a descobrir a sua importância e o seu papel em sua vida. A escola deve estabelecer práticas pedagógicas para estimular o desejo e o anseio por tal atividade desde o início da escolarização, estimulando o prazer de ler e principalmente, proporcionando o contato do estudante com os gêneros literários que despertam a sua imaginação e estimulam a sua curiosidade e criatividade. Neste sentido, é de primordial que os textos literários enfatizem sua real qualidade literária, que possibilitem a criança atribuir sentido ao que lê e que provoquem uma interpretação do mundo em que ela faz parte e que não sejam utilizados de forma maçante e apenas com o intuito de servir de instrumento para ensinar valores. 
O contato da criança com a Literatura Infantil amplia o seu espaço de vivências imaginativas e criativas. Na Educação Infantil, principalmente, a contação de histórias tem um papel importante neste aspecto. Andrade e Silva (2016) explica que a contação de histórias proporciona vivências internas que são muito significativas para a criança, ampliando suas experiências, expandindo seu conhecimento e permitindo que elas mesmas criem as imagens do que está sendo contado, o que favorece também o seu desenvolvimento cognitivo. Quando dialoga com o mundo interno da criança e "enriquece a sua existência", oferecendo significados para diferentes níveis de sua consciência (BETTELHEIM, 2002), desperta o gosto da criança pela leitura. 
Sendo assim, é de primordial importância que a leitura, na escola, não seja utilizada apenas na perspectiva da decodificação de símbolos ou se apresente aos estudantes apenas como o cumprimento do currículo escolar, de modo a não despertar o gosto pelo que se lê, mas que seja trabalhada de modo a favorecer o leitor a descobrir a sua importância e o seu papel em sua vida. Ou seja, desde o início, a escola deve estimular o prazer de ler, principalmente proporcionando o contato do estudante com os gêneros literários que despertam a sua imaginação e estimulam a sua curiosidade e criatividade.
O ato de ler, portanto, não deve se resumir em uma pedagogia que procura aprisionar, ou seja, em prol do aprender por aprender, colocando assim um empecilho para a formação do gosto de ler, mas uma leitura com significados e funcionalista na prática do ensino. Assim, a leitura passará a ser um ato de interação com o mundo e a partir do (próprio) mundo, uma caminhada à autonomia do sujeito.
 Por isso, a leitura - principalmente essa leitura da palavra escrita atrelada à leitura do mundo - deve ser estimulada e desenvolvida desde as séries iniciais, momento que servirá de base para a educação das crianças. Nesse contexto, os textos literários infantis ganham um significado especial no ensino - e, como veremos no próximo capítulo, a contação de histórias se desponta como uma grande aliada desde a Educação Infantil.
REFERÊNCIAS
 AGUIAR E SILVA, V. M. (1986). Teoria da Literatura. Coimbra: Almedina.
 BARBOSA, R.T. P (1999). A leitura em dois pontos: ler e contar histórias. Releitura, n. 12, 22/03. Belo Horizonte
 BUSATTO, Cléo. Contar e encantar: pequenos segredos das narrativas. 4 ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2003.
 COELHO, Betty. Contar história: uma arte sem idade. São Paulo: Ática 1993.
 COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.
 FRANTZ, Maria Helena Zancan. A literatura nas séries iniciais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
 JONAS, Ribeiro. Ouvidos Dourados: a arte de contar histórias... Para depois contá-las.

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