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Apostilas Petrobras - Seguranca Industrial

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Prévia do material em texto

Segurança Industrial
1
CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIA
SEGURANÇA INDUSTRIAL
2
Segurança Industrial
Segurança Industrial
3
CURITIBA
2002
Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento
UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
SEGURANÇA INDUSTRIAL
ANTONIO GRAVENA
ANDRE LUIS DA SILVA KAZMIERSKI
ILSON PAULO CASTELO DE BARROS
4
Segurança Industrial
Gravena, Antonio.
Curso de formação de operadores de refinaria; segurança industrial /
Antonio Gravena, Andre Luis da Silva Kamierski, Ilson Paulo Castelo de
Barros; coordenação do Comitê de Desenvolvimento de Competências da
REPAR; diagramação e revisão UnicenP. – Curitiba : PETROBRAS :
UnicenP, 2002.
70 p. : il. (algumas color) ; 30 cm.
Financiado pelas UN: REPAR, REGAP, REPLAN, REFAP, RPBC,
RECAP, SIX, REVAP.
1. Segurança Industrial. 2. Segurança do Trabalho. 3. Brasil. I.
Kamierski, Andre Luis da Silva. II Barros, Ilson Paulo Castelo de. III.
PETROBRAS. REPAR. IV. UnicenP. V. Título.
363.11
G775
Segurança Industrial
5
Apresentação
É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você.
Para continuarmos buscando excelência em resultados, dife-
renciação em serviços e competência tecnológica, precisamos de
você e de seu perfil empreendedor.
Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre o
Centro Universitário Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representada
pela UN-Repar, buscando a construção dos materiais pedagógicos
que auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria.
Estes materiais – módulos didáticos, slides de apresentação, planos
de aula, gabaritos de atividades – procuram integrar os saberes téc-
nico-práticos dos operadores com as teorias; desta forma não po-
dem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como um
processo contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizado
pela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades da
Petrobras.
Contamos, portanto, com a sua disposição para buscar outras
fontes, colocar questões aos instrutores e à turma, enfim, aprofundar
seu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão na
Petrobras.
Nome:
Cidade:
Estado:
Unidade:
Escreva uma frase para acompanhá-lo durante todo o módulo.
6
Segurança Industrial
Sumário
1 SEGURANÇA INDUSTRIAL ................................................. 7
1.1 Antecedentes Históricos .................................................. 7
1.2 Histórico da Segurança do Trabalho no Brasil ................ 7
1.2.1 Conceito de Segurança ......................................... 9
1.2.2 Conceito de Acidente ........................................... 9
1.2.3 Conceito de Acidente do Trabalho ....................... 9
1.2.4 O Ambiente de Trabalho ...................................... 9
1.2.5 A experiência e a percepção .............................. 10
1.2.6 Procedimentos para Identificação
através das Cores ............................................... 11
1.2.7 Equipamentos de Proteção lndividual – EPI ...... 11
1.3 Classificação dos E.P.I.'s ................................................ 12
1.3.1 Das obrigações do empregador quanto ao EPI: .. 12
1.3.2 Das obrigações do empregado ........................... 12
1.3.3 Das obrigações do fabricante e do importador ... 12
1.3.4 Responsabilidades da Empresa .......................... 13
1.3.5 Responsabilidade do Usuário ............................. 13
1.4 Características dos Equipamentos de
Proteção Individual – EPI .............................................. 13
1.4.1 Proteção para a Cabeça ...................................... 13
1.4.2 Proteção dos olhos ............................................. 14
1.4.3 Proteção facial ................................................... 14
1.4.4 Proteção auditiva ............................................... 15
1.4.5 Proteção das mãos .............................................. 16
1.4.6 Proteção dos pés e pernas .................................. 17
1.4.7 Proteção do tronco ............................................. 18
1.4.8 Capas, jaquetas e conjuntos ............................... 18
1.4.9 Proteção do corpo inteiro ................................... 18
1.4.10 Proteção respiratória .......................................... 19
1.4.11 Equipamentos filtrantes, respiradores
e máscaras .......................................................... 19
1.4.12 Equipamentos autônomos .................................. 21
1.4.13 Equipamentos de Proteção Respiratória com .........
alimentação por linha de ar (ar-mandado) ......... 22
1.4.14 Proteção contra quedas ...................................... 23
1.4.15 Colete salva vidas .............................................. 24
1.5 Equipamento de Proteção Coletiva – EPC .................... 24
1.6 Alguns Cuidados na Utilização dos Equipamentos
de Proteção Individual – EPI ......................................... 25
1.7 Inspeção Planejada ........................................................ 27
1.7.1 A Importância da Inspeção Planejada ................ 28
1.7.2 Levantamento dos riscos de acidentes ............... 30
1.7.3 Relatório de Inspeção ......................................... 30
1.8 NR-5 – Comissão interna de prevenção
de acidentes – CIPA ....................................................... 31
1.8.1 Do objetivo ........................................................ 31
1.8.2 Da constituição .................................................. 31
1.8.3 Da organização .................................................. 31
1.8.4 Das atribuições .................................................. 32
1.8.5 Do funcionamento ............................................. 33
1.8.6 Do treinamento .................................................. 34
1.8.7 Do processo eleitoral .......................................... 34
1.8.8 Das contratantes e contratadas ........................... 35
1.8.9 Disposições finais .............................................. 35
1.9 O mapa de risco ............................................................. 38
1.9.1 Simbologia de Riscos ......................................... 38
1.9.2 Cores de Riscos .................................................. 38
1.9.3 Objetivos do Mapa de Riscos ............................ 40
1.9.4 Etapas de elaboração .......................................... 40
1.10 Acidente do Trabalho .................................................... 40
1.10.1 Tipos de lesão .................................................... 41
1.11 Fontes de Acidentes / Incidentes .................................... 42
1.11.1 Ato Abaixo do Padrão e Condição
Abaixo do Padrão .............................................. 43
1.11.2 Metodologia para Análise de
Acidentes/Incidentes .......................................... 45
1.11.3 A Importância da Análise do Incidente
ou Quase Acidente – A Pirâmide de
Segurança de Frank Bird .................................... 47
1.12 Acidente de trajeto e estabilidade após
o acidente de trabalho .................................................... 48
1.12.1 Estabilidade após acidente de trabalho .............. 48
1.12.2 Custo dos acidentes ........................................... 49
1.12.3 Custo dos Acidentes no Brasil ........................... 49
1.13 Causas do acidente de trabalho ...................................... 50
1.13.1 Causas de Acidentes – O Modelo de
Falha Humana .................................................... 51
1.13.2 Falha dos Sistemas Gerenciais ........................... 51
1.13.3 Por Que as Pessoas Erram (Falha Humana)? ..... 52
1.14 Atos e condições inseguras ............................................ 54
1.14.1 Ato inseguro ...................................................... 54
1.14.2 Condicão insegura ............................................. 55
1.14.3 Análise dos acidentes ......................................... 55
1.15 Controle de acidentes .................................................... 57
1.16 Procedimento em caso de acidente ................................ 57
1.16.1Procedimento do Acidentado ............................. 57
1.16.2 Procedimento do Supervisor .............................. 58
1.17 Condições gerais ............................................................ 59
1.17.1 Emissão .............................................................. 59
1.17.2 Requisição ......................................................... 60
1.17.3 Cancelamento .................................................... 60
1.17.4 Etiquetas de Advertência ................................... 60
1.17.5 Recomendações de Segurança ........................... 61
1.17.6 Execução dos Trabalhos ..................................... 62
1.17.7 Conclusão dos Trabalhos ................................... 62
1.18 Condições específicas .................................................... 63
1.18.1 PTT – Permissão de Trabalho Temporária ......... 63
1.18.2 Liberação de Área .............................................. 64
Segurança Industrial
7
1SegurançaIndustrial
1.1 Antecedentes Históricos
A Revolução Industrial foi uma das maio-
res revoluções da humanidade. A Inglaterra foi
o berço da Revolução Industrial. O avanço da
tecnologia e a criação de produtos para ofere-
cer a um número maior de consumidores mar-
caram essa época.
No período de 1760 a 1830, ocorreu o ad-
vento da Revolução Industrial na Inglaterra,
que deu grande impulso às indústrias na for-
ma como são conhecidas atualmente.
A Revolução Industrial teve como ponto
mais importante a revolução social, devido às
mudanças nas diversas sociedades do mundo.
A área econômica, por conta dessa revolução,
sofreu uma série de transformações na indús-
tria, na agricultura, no comércio, enfim, em
toda a economia que se tornou capitalista.
A Revolução Industrial transformou total-
mente as relações de trabalho exigentes, pois,
naquela época, praticamente só existia a figu-
ra do artesão, que produzia seus produtos in-
dividualmente ou com alguns auxiliares e tro-
cava seus produtos por outros, geralmente em
um mercado público.
Das máquinas domésticas e artesanais,
criaram-se as máquinas complexas que exigiam
volumosos investimentos de capital para sua
aquisição e considerável mão-de-obra para o
seu funcionamento, que foi recrutada indiscri-
minadamente entre homens e mulheres, crian-
ças e velhos. O êxodo rural logo aconteceu e
as relações entre capital e trabalho também se
iniciaram através de movimentos trabalhistas
reivindicatórios.
Pressionado, o Parlamento Britânico apro-
vou, em 1802, a “Lei de Saúde e Moral dos
Aprendizes”, que estabeleceu o limite de 12
horas de trabalho por dia, proibiu o trabalho
noturno e introduziu medidas de higiene nas
fábricas. O não cumprimento desta Lei obri-
gou o Parlamento Britânico a criar, em 1833,
a Lei das Fábricas, que estabeleceu a inspeção
das fábricas, instituiu a idade mínima de 9 anos
para o trabalho, proibiu o trabalho noturno aos
menores de 18 anos e limitou a jornada de traba-
lho para 12 horas diárias e 69 horas por semana.
Criou-se, em 1897, a Inspetoria das Fá-
bricas como órgão do Ministério do Trabalho
Britânico, com o objetivo de realizar exames
de saúde periódicos no trabalhador, além de
se propor a estudar as doenças profissionais,
principalmente nas fábricas pequenas ou des-
providas de serviços médicos próprios.
Paralelamente, em outros países europeus e
nos Estados Unidos, adota-se uma legislação
progressista em defesa da saúde do trabalhador.
Em 1919, é fundada em Genebra, a Orga-
nização Internacional do Trabalho (OIT), com
o objetivo de estudar, desenvolver, difundir e
recomendar formas de relações de trabalho. O
Brasil foi um dos seus fundadores e signatários
(serão verificados, adiante, alguns dados rela-
tivos ao Brasil).
1.2 Histórico da Segurança do Trabalho
no Brasil
 No Brasil, para falar de Segurança do Tra-
balho, devem ser localizadas na legislação as
ações do governo que regularizam e aplicam
práticas de trabalho saudáveis.
No começo deste século, naqueles estados
onde se iniciava a industrialização – São Paulo
e Rio de Janeiro – a situação dos ambientes de
trabalho era péssima, ocorrendo acidentes e doen-
ças profissionais de toda ordem. W. Dean, em
seu livro “A industrialização de São Paulo
1881–1945”, afirmava que as condições de
trabalho eram duríssimas: muitas estruturas
que abrigavam as máquinas não haviam sido,
originalmente, destinadas a essa finalidade –
além de mal iluminadas e mal ventiladas, não
dispunham de instalações sanitárias. As má-
quinas amontoavam-se, ao lado umas das
outras, e suas correias e engrenagens giravam
sem proteção alguma. Os acidentes eram fre-
qüentes, porque os trabalhadores, cansados,
que trabalhavam aos domingos, eram multa-
dos por indolência ou por erros cometidos, se
fossem adultos, ou separados, se fossem crianças.
8
Segurança Industrial
Em 1923, criava-se a Inspetoria de Higie-
ne Industrial e Profissional junto ao Departa-
mento Nacional de Saúde, no Ministério do
Interior e Justiça.
Em 1934, introduz-se a Inspetoria de Hi-
giene e Segurança do Trabalho, no Departa-
mento Nacional do Trabalho, do Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio.
Nesse mesmo ano, o governo de Getúlio
Vargas promulga a segunda Lei de Acidentes
do Trabalho e, dez anos depois, ainda no go-
verno Vargas, aparece a terceira Lei.
Um ano antes, a legislação trabalhista con-
sagra-se na CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho), com todo o Capitulo V dedicado à
Higiene e Segurança do Trabalho.
Não obstante o Brasil ser signatário da
OIT, somente pela Portaria 3227 de 1972 é que
veio a obedecer à Recomendação 112, de 1959,
daquela Organização. Tornou-se, então, obri-
gatória a existência de Serviços de Segurança
e Medicina do Trabalho nas empresas, de acor-
do com o número de empregados e o grau de
risco em que se enquadram. Ainda assim, em
torno de 85% dos trabalhadores ficaram ex-
cluídos destes serviços obrigatórios. As micro,
pequenas e médias empresas não estão enqua-
dradas nesta legislação e, atualmente as gran-
des empregadoras são estas empresas.
Um outro fato alarmante é que os riscos e
as condição insalubres a que estão expostos
estes trabalhadores são muito maiores que em
empresas de porte superior. Nas empresas de
maior porte, as condições financeiras e eco-
nômicas permitem um maior investimento em
máquinas modernas e processos com certa
garantia de segurança e higiene do trabalho, o
que não ocorre nas pequenas empresas.
 Alguns estudos realizados apontam que
o risco nas pequenas empresas industriais (até
100 empregados) é 3,77 vezes maior que o das
grandes empresas (mais de 500 empregados)
ou 1,96 vezes o das médias empresas (101 a
500 empregados).
As indústrias do ramo da mecânica, mate-
rial elétrico e eletrotécnico são responsáveis
pelos índices mais elevados de acidentes gra-
ves, seguidos pelas indústrias ligadas ao ramo
dos produtos alimentícios. Em nível nacional,
a indústria da construção civil responde por
25% dos acidentes, inclusive os mais graves e
letais.
Com relação às estatísticas de acidentes
do trabalho, os dados brasileiros são poucos
confiáveis, por diversos motivos. A seguir,
estão listados alguns fatores que prejudicam
uma análise mais aprofundada nas estatísticas
de acidentes:
a) enorme quantidade de acidentes não
registrados ou ocorrência de sub-re-
gistros;
b) grande quantidade de trabalhadores que
não têm carteira de trabalho assinada;
c) sistema de estatística oficial não é con-
fiável devido, dentre outros fatores, à
burocracia.
 Em 1972, foi criado o PNVT – Plano Na-
cional de Valorização do Trabalhador, em fun-
ção da situação alarmante do número de aci-
dentes registrados no país.
 A legislação em vigor foi publicada em
22 de dezembro de 1977 e recebeu o número
6514. Ela altera o capitulo V, do titulo II, da
Consolidação das Leis do Trabalho.
 Decorrentes dessa Lei, foram baixadas 28
Normas Regulamentadoras, Portaria 3214, de
8 de junho de 1978, pelo então Ministro
Arnaldo Prieto.
 Na iniciativa privada, o pioneirismo fica
com a Associação Brasileira para Prevenção deAcidentes – ABPA, fundada em 21 de maio de
1941, com a participação de algumas pessoas
idealistas que não aceitavam a produção, o lucro
e a melhoria da qualidade de vida sem a preven-
ção dos acidentes decorrentes do trabalho.
 Da mesma forma, mantido pela iniciati-
va privada CNI – Confederação Nacional da
Indústria, foi criado em 22 de janeiro de 1942,
pelo Decreto lei nº 4048, o SENAI, que em-
bora tenha como finalidade principal a forma-
ção profissional, visualizou que não podia ha-
ver ensino de um trabalho sem o conhecimen-
to dos correspondentes riscos de acidentes. Daí
o surgimento da área de Segurança do Traba-
lho na Instituição, que hoje oferece treinamen-
tos específicos, promovendo permanente tro-
ca de informações e de experiências entre
empresas, a fim de conscientizar seus funcio-
nários para as práticas prevencionistas.
 Poucos anos depois surge o SESI – Ser-
viço Social da Indústria, também mantido pela
iniciativa privada, com a finalidade de propor-
cionar lazer e saúde ao trabalhador. Hoje, na
área de saúde, operacionaliza o PCMSO – Pro-
grama de Controle Médico de Saúde Ocupa-
cional – e junto com o SENAI, por meio de
uma Unidade Corporativa, desenvolve traba-
lhos de Higiene Industrial (levantamentos qua-
litativos e quantitativos de riscos) para fins de
elaboração do PPRA – Programa de Preven-
ção de Riscos Ambientais.
Segurança Industrial
9
O Brasil tem uma legislação muito antiga
e abrangente, considerada boa por vários es-
pecialistas. Não é estranho que ainda assim
apresente taxas elevadíssimas de acidentes do
trabalho?
É muito difícil encontrar essa resposta,
porém uma coisa é ter a lei e outra é se querer
prevenir acidentes e doenças profissionais.
“Caso se deseje uma melhoria contínua
de qualidade de vida, deve-se nos postos de
trabalho ter como meta a melhoria da higie-
ne e da segurança”.
Como conseguir isto?
Participando dos programas de educação
e treinamento de higiene e segurança, co-
nhecendo as normas e regulamentos, as
medidas de controle, os equipamentos de
proteção individual e coletiva e partici-
pando ativamente das campanhas de pre-
venção de acidentes.
A partir da Revolução Industrial, além da
higiene, a segurança no local de trabalho pas-
sou a ser vista como problema social digno de
atenção e de medidas de controle.
1.2.1 Conceito de Segurança
Segurança é a condição, o estado ou a
qualidade de seguro, daquilo em que se pode
confiar, que não representa, em princípio, pe-
rigo ou risco para nossa vida, saúde, integri-
dade física e mental.
Daí a grande importância da educação e
do treinamento para desenvolver nas pessoas
atitudes e hábitos nas conhecidas e freqüentes
Instruções de Segurança.
É muito comum as pessoas ligarem segu-
rança a acidente. Na verdade, entende-se mais
facilmente aquilo que se vê.
1.2.2 Conceito de Acidente
 Acidente é o fato inesperado, não previs-
to e não desejado, que poderá ser ou não com
lesão, em uma ou em várias pessoas ao mes-
mo tempo.
Os jornais sempre publicam acidentes, ou
seja, as conseqüências de quando não se utili-
za a Segurança.
Exemplo:
Você se lembra de algum outro acidente,
com você, com alguém de sua família ou al-
gum de seus amigos? É difícil esquecer, não é
mesmo?
O grande desafio dos profissionais respon-
sáveis pela prevenção de acidentes tem sido
conscientizar as pessoas de que...
todo trabalho é importante e deve ser pla-
nejado e executado com segurança!
Assim, nos estudos que os cientistas rea-
lizam, com vistas à prevenção de acidentes, o
ser humano é sempre o principal fator, sob to-
dos os aspectos que o envolvam e o relacio-
nem com os acidentes e sua prevenção.
A segurança deve ser exercida antes que
ocorra o acidente. É errado pensar que só ser-
ve para criar mais trabalho. É comum ser lem-
brada apenas quando ocorre um acidente.
Todos os acidentes têm uma ou mais cau-
sas que contribuem para provocá-lo. A ques-
tão é que se deve antecipar, avaliando, identi-
ficando e eliminando as possíveis causas que
poderiam provocar o acidente. Com isto, pode-
se afirmar com toda a certeza que:
Os acidentes podem ser evitados!
 1.2.3 Conceito de Acidente do Trabalho
“Acidente do trabalho é o que ocorre pelo
exercício do trabalho, a serviço da em-
presa, ou ainda pelo exercício do traba-
lho dos segurados especiais, e provoca
lesão corporal ou perturbação funcional
que cause a morte, a perda ou redução da
capacidade para o trabalho, permanente
ou temporário”.
“Toda vez em que se falar em segurança,
pode-se pensar na prevenção de acidentes.”
1.2.4 O Ambiente de Trabalho
“... é no trabalho que as pessoas dedicam
a maior parte de suas vidas...”.
 Por esta razão é que se deve ter um local
de trabalho que ofereça condições dignas de
higiene e segurança e que seja, ao mesmo tem-
po, um local agradável.
Considerando que o ser humano, dotado
de inteligência e raciocínio, é capaz de criar e
fabricar coisas para o seu benefício, seu pra-
zer, sua comodidade, seu lazer, enfim, para
tornar sua vida a mais agradável possível,
pode-se concluir que ele é capaz de criar um
ambiente apropriado para o seu trabalho.
Para compreender melhor o que foi dito
anteriormente, separa-se esse ambiente de tra-
balho em duas partes: Aspectos Pessoais e
Aspectos Físicos.
10
Segurança Industrial
Aspecto Pessoal – é o jeito que se dá ao
ambiente de trabalho, conforme o posto, o in-
teresse, as possibilidades e o objetivo de quem
é responsável por ele.
 É fato que todos gostam de estar em locais
limpos, arrumados, seguros e confortáveis; po-
rém, nem sempre, tem-se a influência direta so-
bre essas condições. De qualquer forma, pode-
se, pelo menos, manter a ordem e a limpeza.
Teste: Como está nesse momento a sua
mesa de trabalho? Ou a sua bancada na ofici-
na? O seu microcomputador, se você o utiliza?
Está tudo arrumado, limpo, organizado?
Se a resposta for negativa mãos à obra, come-
ce já a organização, a limpeza.
Importante:
Os hábitos pessoais e a vida familiar re-
fletem no ambiente de trabalho de uma ma-
neira muito especial.
Claro que a parte pessoal do ambiente de
trabalho não se refere somente ao indivíduo,
mas, principalmente, às outras pessoas que
fazem parte desse ambiente, ao grupo, à equipe.
Para que se possa atingir os objetivos de
melhoria da qualidade de vida, o ambiente de
trabalho deve ser de confiança mútua e res-
peito humano.
Não tenha medo de errar, de agir, de parti-
cipar, de dar sua opinião. Se ela não for aceita
dessa vez, será numa próxima.
Mostre a necessidade de participação de
cada um no processo de melhoria do local de
trabalho.
Incentive o respeito que é o principal fa-
tor no trabalho em equipe. Discuta, reflita com
o grupo, aceitando as decisões da maioria. Um
grupo unido, coeso e participativo certamente
alcançará a eficiência e o dinamismo que to-
dos buscam.
Converse sobre a possibilidade de distri-
buir as tarefas de acordo com a preferência, a
capacidade e a dinâmica de trabalho de cada um.
Faça com que os outros se sintam incluí-
dos e participantes do seu trabalho. Demons-
tre a importância do trabalho que você está
fazendo.
Pratique permanentemente suas qualida-
des pessoais: respeito, criatividade, controle
emocional, conhecimento, responsabilidade,
discernimento, alegria, bom humor.
 Deve-se incentivar as pessoas a vencerem
as barreiras aparentemente invencíveis para o
Sucesso.
O comprometimento é o que leva as pes-
soas ao sucesso, além do interesse, da persis-
tência, da vontade.
É o desejo especial e forte de assumir um
compromisso e de dar conta dele. Nasce da
consciência e da vontade de contribuir, cola-
borar para a solução de qualquer problema.
Deve-se participar de um trabalho em grupo
e desejar o sucesso: não como vaidade pessoal,
mas pela certeza de que se está fazendo o melhor.
Antes, porém, é preciso conhecer a em-
presa e sua cultura, os chefes, os colegas e,
principalmente, a si mesmo, capacidade, de-
sejos, objetivos e, também, limitações. Afinal,
não existe nenhuma pessoa que saiba tudo e que
possa tudo. Cada um possuisuas habilidades e
deve utilizá-las respeitando os seus limites na-
turais. O trabalhador deve explorar ao máximo
seu potencial estendendo-o a outras áreas.
Aspecto Físico – o ambiente físico no lo-
cal de trabalho deverá atender em primeiro lu-
gar à adequação do ser humano, através de um
correto arranjo físico chamado de ergonomia.
É necessário procurar conhecer “fisica-
mente” o local de trabalho, assim como algu-
mas características importantes como as di-
mensões, a iluminação, a ventilação, o ruído,
a poeira, os gases, os vapores, etc.
É importante também o tipo de trabalho,
a movimentação e a postura corporal em que
se trabalha, o ritmo de trabalho, a ocupação
principal, o horário, etc.
A Ergonomia e a Higiene Industrial pode-
rão ajudar muito no correto arranjo do local
de trabalho.
É interessante que se saiba que, no passa-
do, grandes epidemias devastaram a humani-
dade. A peste bubônica, também conhecida
como peste negra, foi uma das maiores que se
espalhou violentamente há séculos, devido às
péssimas condições de higiene naquele tem-
po. Causada por uma bactéria, ela é transmiti-
da pelo sangue do rato para o homem, através
das picadas de pulgas.
 A partir de fatos como esses, deve-se pen-
sar que ainda hoje poderão surgir infecções e
doenças transmissíveis se não forem tomados
alguns cuidados básicos. Basta lembrar da den-
gue e da leptospirose, que ameaçam a popula-
ção de muitas cidades brasileiras.
1.2.5 A experiência e a percepção
A experiência é um fator indispensável a
toda a atividade perceptiva e a todas as for-
mas de treinamento sensorial. A sensibilidade
Segurança Industrial
11
da nossa percepção depende muito do quanto
já se sabe sobre o objeto com o qual nossos
sentidos vão entrar em contato.
Explicando melhor: é a experiência que
apura, que aumenta, que aguça os sentidos do
provador de vinho, do selecionador de chá, do
músico, do conhecedor de carros, etc.
A motivação é o processo que promove,
mantém e dirige a aprendizagem e o compor-
tamento das pessoas. A motivação interfere na
aprendizagem: para aprender não basta poder,
é preciso querer. Ela também interfere no com-
portamento, na capacidade de realização, sa-
tisfação para o trabalho, ação, desempenho.
 Aperfeiçoar os sentidos consiste no pro-
cesso de ganhar experiência através da prática
numa aprendizagem contínua.
 Para se compreender bem as coisas que
estão ao nosso redor, tanto em casa como no
trabalho, é preciso que a nossa atenção, a per-
cepção, a experiência e a motivação constituam
a base da aprendizagem.
1.2.6 Procedimentos para Identificação através
das Cores
Dentre as capacidades dos órgãos dos sen-
tidos do ser humano a mais utilizada nas sen-
sações recebidas é o sentido da visão.
Nos ambientes de trabalho, há necessida-
de de distinguir o que é seguro do que é peri-
goso, através das cores, na identificação dos
sistemas de canalizações, equipamentos, pro-
teções de máquinas, corredores, caminho de
fuga e para localizar os equipamentos de com-
bate a incêndio onde a rapidez é fundamental.
As aplicações e as técnicas de utilização
das cores podem provocar reações e condicio-
namentos mentais ou físicos, positivos ou ne-
gativos, no ambiente de trabalho, que refle-
tem diretamente na produtividade, através de
conforto e segurança.
 Essas aplicações contribuem também para
melhorar o rendimento da iluminação e cons-
tituem uma combinação positiva para o traba-
lhador, principalmente, quando atuam sobre
seu campo de visão.
 A Norma Regulamentadora (NR 26) so-
bre Sinalização de Segurança do Ministério do
Trabalho estabelece:
 “As cores que devem ser usadas nos lo-
cais de trabalho para prevenção de acidentes,
identificando os equipamentos de segurança,
delimitando áreas, identificando as canaliza-
ções empregadas nas indústrias para a con-
dução de líquidos e gases, e advertindo contra
riscos”.
Além das pinturas de tubulações é comum
identificar com o nome do produto em setas
pintadas ou em adesivos. As setas fazem a orien-
tação do sentido do fluxo em tubulações de
linhas próximas a equipamentos, válvulas ou
interseções de linhas.
As cores são utilizadas também como si-
nalização de obstáculos, advertências, identi-
ficação de equipamentos de emergência, etc.
A Norma Regulamentadora – NR 26 define estes casos
Vermelho Amarelo Branco Preto Azul Verde
Laranja Púrpura Lilás Cinza Alumínio Marrom
1.2.7 Equipamentos de Proteção lndividual – E.P.I.
É considerado Equipamento de Proteção
Individual (E.P.I.), todo dispositivo ou produ-
to, de uso individual utilizado pelo trabalha-
dor, destinado à proteção de riscos suscetíveis
de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Entende-se como Equipamento Conjugado de
Proteção Individual, todo aquele composto por
vários dispositivos, que o fabricante tenha as-
sociado contra um ou mais riscos que possam
ocorrer simultaneamente e que sejam suscetí-
veis de ameaçar a segurança e a saúde no tra-
balho. O equipamento de proteção individual,
de fabricação nacional ou importada, só pode-
rá ser posto à venda ou utilizado com a indica-
ção do Certificado de Aprovação – CA, expe-
dido pelo órgão nacional competente em ma-
téria de segurança e saúde no trabalho do Mi-
nistério do Trabalho e Emprego.
A empresa é obrigada a fornecer aos em-
pregados, gratuitamente, EPI adequado ao ris-
co, em perfeito estado de conservação e funcio-
namento, nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de ordem geral
não ofereçam completa proteção con-
tra os riscos de acidentes do trabalho ou
de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção cole-
tiva estiverem sendo implantadas; e,
c) para atender situações de emergência.
Cabe ao empregador, quanto ao E.P.I.:
a) adquirir o adequado ao risco de cada
atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o apro-
vado pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no
trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o
uso adequado, guarda e conservação;
12
Segurança Industrial
e) substituir, imediatamente, quando da-
nificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e
manutenção periódica; e
g) comunicar ao Ministério do Trabalho
e Emprego qualquer irregularidade ob-
servada.
Cabe ao empregado, quanto ao EPI:
a) usar apenas para a finalidade a que se
destina;
b) responsabilizar-se pela sua guarda e
conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alte-
ração que o torne impróprio para uso; e,
d) cumprir as determinações do emprega-
dor sobre o uso adequado.
1.3 Classificação dos E.P.I.'s
Os Equipamentos de Proteção Individual
podem ser de dois tipos:
a) de uso permanente;
b) de uso temporário.
– Os E.P.I.'s de Uso Permanente são
aqueles que a empresa fornece aos
trabalhadores em função da habitua-
lidade, permanência e natureza dos
perigos e riscos de suas atividades
ou ambientes de trabalho. Ex.: ca-
pacetes de segurança, óculos de
segurança, protetores auriculares,
capas impermeáveis de trevira, bo-
tas de segurança, luvas de seguran-
ça, EPI´s para proteção de riscos ine-
rentes ao cargo de soldadores e ou-
tros a critério da SMS.
– Os E.P.I: s de Uso Temporário são
aqueles que a empresa fornece aos
trabalhadores para a realização de
um trabalho específico sob condição
de risco, em situação normal, anor-
mal ou emergencial, e que devem ser
devolvidos a SMS após o término do
trabalho para higienização, reposição
de peças ou materiais, inspeção, ma-
nutenção, etc. Ex.: máscaras, capas
de aproximação, roupas de emergên-
cia, cintos de segurança, etc.
A legislação define obrigações do empre-
gador, do empregado e do fabricante como se
segue.
1.3.1Das obrigações do empregador quanto ao
EPI:
– adquirir o tipo de equipamento adequa-
do à atividade do empregado;
– fornecer ao empregado somente o equi-
pamento aprovado pelo Ministério do
Trabalho e de empresas cadastradas na
Secretaria de Segurança e Saúde do Tra-
balhador do Ministério do Trabalho –
MTb;
– treinar o trabalhador para utilizar de for-
maadequada o equipamento;
 – tornar obrigatório o uso do equipa-
mento;
 – substituir, imediatamente, o equipa-
mento quando for danificado ou extra-
viado;
 – responsabilizar-se pela sua higieniza-
ção e manutenção periódica;
– comunicar ao MTb qualquer irregula-
ridade observada no EPI.
1.3.2 Das obrigações do empregado
– usar o equipamento apenas para a fina-
lidade a que se destina;
 – responsabilizar-se pela guarda e con-
servação do equipamento;
 – comunicar ao empregador qualquer al-
teração que o torne impróprio para o
uso.
1.3.3 Das obrigações do fabricante e do
importador
– comercializar ou colocar à venda so-
mente o equipamento que tiver Certi-
ficado de Aprovação – CA, do Minis-
tério do Trabalho- MTb;
– renovar o CA, o Certificado de Regis-
tro de Fabricante – CRF e o Certifica-
do de Registro Importador – CRI, quan-
do estiver vencido o prazo de validade
estipulado pelo MTb;
 – requerer novo CA quando houver alte-
ração das especificações do equipamen-
to aprovado;
 – responsabilizar-se pela manutenção da
mesma qualidade do EPI padrão que
deu origem ao Certificado de Aprova-
ção (CA);
 – cadastrar-se junto ao MTb, através do
Departamento Nacional de Segurança
e Saúde do Trabalhador – DNSST.
Segurança Industrial
13
1.3.4 Responsabilidades da Empresa
 – instruir todos os empregados sobre a
necessidade e a maneira correta de usar
e de manter os equipamentos de prote-
ção individual;
 – acompanhar junto ao usuário a realiza-
ção de testes, visando a sua adequação;
– possuir uma relação de equipamentos
de proteção individual por função;
– fornecer os equipamentos de proteção
de utilização eventual e orientar quan-
to ao uso;
 – fazer cumprir a obrigatoriedade quan-
to ao uso através de técnicas compor-
tamentais;
 – proporcionar aos empregados facilida-
des para guardar, limpar e manter o seu
EPI.
1.3.5 Responsabilidade do Usuário
Cuidar do EPI sob sua responsabilidade,
utilizando-o de modo correto e sempre que seu
uso seja obrigatório, mantendo-o em boas con-
dições, zelando pela limpeza adequada, subs-
tituição de partes e testes de certificação.
1.4 Características dos Equipamentos de
Proteção Individual – EPI
Para cada tipo de atividade existe um ris-
co correspondente. A escolha do equipamen-
to de proteção se fará não somente em função
do risco, mas também das condições do pró-
prio trabalho.
O equipamento de proteção individual
protegerá contra os riscos dos locais de traba-
lho e, ao mesmo tempo, dará proteção contra
as condições de trabalho incômodas e desa-
gradáveis.
Existem vários equipamentos de proteção
individual, os EPI específicos para cada ativi-
dade profissional e a parte do corpo que deve
proteger.
Para esclarecer o que foi abordado anterior-
mente, serão apresentados alguns exemplos:
– um soldador tem que usar máscara com
lentes próprias;
– o gari não pode recolher o lixo sem es-
tar usando luvas especiais;
– um bombeiro para entrar num prédio
em chamas tem que estar usando más-
cara contra gás.
Não é possível detalhar todas as profis-
sões e quais os equipamentos de proteção in-
dividual necessários para exercê-las com se-
gurança e sem riscos. Por isso, serão apresen-
tados, a seguir, de forma reduzida os tipos de
proteção que podem ser feitas em cada parte
do corpo, a saber:
1.4.1 Proteção para a Cabeça
A cabeça deve ser protegida nos locais
onde há o perigo de impacto e de penetração
de objetos que caem ou que se desprendem e
são lançados à distância; de queimaduras de
origem elétrica e em trabalhos a céu aberto.
Proteger os olhos e o rosto, em ambientes
onde haja probabilidade de lesões, quando
apresentam iluminação forte direta ou indire-
ta, líquidos e radiações perigosas ou uma com-
binação de todos estes riscos.
Devem ser fornecidos equipamentos ade-
quados para proteção auditiva aos emprega-
dos em todas as áreas onde o nível de ruído
não possa ser reduzido.
Deve ser fornecida proteção respiratória
em áreas que apresentem um ambiente respi-
ratório limitado ou possibilidade de deficiên-
cia de oxigênio ou contaminação do ar.
Alguns tipos de EPI para partes da cabeça:
– Proteção do couro cabeludo – bonés,
redes, gorros, etc.
– Proteção do crânio – Deve ser utili-
zado o capacete para proteger o crânio
nos trabalhos sujeitos a agentes meteo-
rológicos (trabalhos a céu aberto), im-
pactos provenientes de quedas, proje-
ção de objetos ou outros, queimaduras
ou choques elétricos.
O capacete é composto, basicamente, pelo
“casco” e pela “suspensão”, que operam e for-
mam o sistema de proteção.
O Casco
O “casco” é rígido,
leve e balanceado, para
permitir um confortável
uso. Constitui-se de uma
peça, geralmente, injetada em polietileno de
alta densidade, não condutora de corrente elé-
trica. Dependendo do tipo, resiste até 20.000
Volts durante 3 minutos, com fuga não superior
14
Segurança Industrial
a 9mA e quando testado para ruptura, não deve
ocorrer abaixo de 30.000 Volts.
O polietileno injetado possui durabilida-
de média de 5 anos e, após este tempo, pode-
rão aparecer trincas em sua estrutura,
provocada pelo ressecamento do polietileno.
Ocorrendo o ressecamento do casco, toda a sua
resistência mecânica contra impacto será com-
prometida. Nessa situação, o capacete deverá
ser substituído por outro novo.
Recomenda-se não fazer furos no casco
para que não seja diminuída a sua resistência
contra impactos.
Suspensão
A suspensão tem a função de absorver im-
pactos na cabeça, amortecendo o choque me-
cânico transmitido pelo casco.
A suspensão possui duas partes impor-
tantes:
– A cinta ajustável e a dupla fita amorte-
cedora.
A suspensão deve ser
trocada sempre que houver
desgaste da mesma ou que
for contaminada por gases
ácidos, óleos e outros agen-
tes, que podem atacar o material de que é feita
a suspensão e diminuir-lhe a segurança.
Para uma proteção eficaz durante o tem-
po de uso mantenha-a limpa, lavando-a com
água e sabão. Não use álcool ou outros produ-
tos. Ao menor sinal de deterioração troque de
imediato a suspensão.
Os brigadistas de combate a incêndio e
vazamentos de produtos combustíveis e infla-
máveis devem utilizar capacetes a prova de
fogo dotados de viseiras refletivas de radia-
ção térmica e luminosa e protetor para a nuca.
1.4.2 Proteção dos olhos
É obrigatório o uso de óculos de seguran-
ça para todos os empregados cujo trabalho ofe-
reça risco de lesão aos olhos, provenientes de
impacto de partículas, respingos de líquidos
agressivos e metais em fusão, poeiras e radia-
ções perigosas.
Óculos com proteção lateral
Possuem lentes de cris-
tal ótico endurecido, que
podem ser incolores ou co-
loridas filtrantes, resistentes a impactos de partí-
culas sólidas. Seu uso é recomendado para pro-
teção contra projeção de partículas e poeiras.
Os óculos de lente de
policarbonato, são reco-
mendados também para
projeção de partículas e
poeiras.
Óculos de proteção total
São constituídos de
material plástico, macio e
flexível, lente inteiriça, de
acrílico ou policarbonato,
resistente a impactos, plana e transparente.
Possuem ainda um dispositivo para ventilação
indireta com tela para filtrar poeiras e um ti-
rante para ajuste e fixação. Protegem contra
poeiras, respingos de produtos químicos e im-
pactos de partículas.
Podem ser usados sobre óculos comuns.
Óculos para solda e corte
É obrigatório o seu
uso para trabalhos de cor-
te de metais com uso de
maçarico. Protege a visão
contra a luminosidade gerada durante o corte,
de modo a evitar danos à retina ocular. São
construídos com armação de PVC não tóxico,
Celeron ou Poliestireno, possuindo lentes
filtrantes com tonalidades variáveis de 3 a 6.
Os trabalhadores devem solicitar sua substi-
tuição no caso das lentes estiverem riscadas
ou com respingos de aço.
1.4.3 Proteção facial
É obrigatório o uso de protetores faciais
para todos os empregados cujo trabalho ofe-
reça risco de lesão dos olhos e da face, por
partículas, respingos, vapores de produtos quí-
micos ou por radiações luminosas intensas. Os
principais tipos, de protetores são:Protetor facial com lente trans-
parente de policarbonato
Devem ser utilizados
para proteção contra res-
pingos de produto quími-
cos e impactos de partícu-
las líquidas.
Segurança Industrial
15
Protetor facial com lente escura
Devem ser utilizados
para proteção contra radia-
ções luminosas intensas,
infravermelhas e ultravio-
letas, em trabalhos de ins-
peção dos queimadores de fornos e onde ocor-
rerem reflexos luminosos de grande lumino-
sidade.
Protetor facial com lente escu-
ra (máscara para soldador)
Devem ser utilizados
para proteção contra raios
infravermelhos e ultravio-
letas em trabalhos de
soldagem.
Protetor facial aluminizado
Devem ser utilizados
para proteção contra im-
pactos e estilhaços de pe-
ças ou materiais.
1.4.4 Proteção auditiva
É obrigatório o uso de protetores auricula-
res em locais onde for constatado nível de ruí-
do superior aos limites de tolerância definidos
pela legislação em vigor, NR-15, anexos I e II.
Quando houver dúvida, quanto ao nível de ex-
posição ou dose de ruído a que o trabalhador
está exposto, deverá ser contatado o Técnico
de Segurança da SMS, que fará a avaliação e
definirá qual o tipo de protetor é o mais ade-
quado ou que outras medidas de proteção se-
rão requeridas. Tem-se à disposição, na em-
presa, os seguintes tipos de proteção:
Plug de inserção moldável
É constituído de espuma sintética moldá-
vel, com consistência esponjosa. Amolda-se
perfeitamente ao formato do canal auditivo.
Tem comprimento ideal para facilitar sua fi-
xação e remoção.
Instruções de uso
1. Para melhor proteção auditiva os plugs de-
vem ser adequadamente inseridos. Para tan-
to, siga cuidadosamente as instruções de uti-
lização:
Mãos e plug devem estar limpos antes do
manuseio!
2. Role e aperte o plug
suavemente, até que
ele atinja um diâme-
tro tão pequeno, quan-
to possível.
3. Enquanto o plug esti-
ver comprimido, in-
troduza-o, rapidamen-
te, no canal auditivo.
A introdução ficará
mais fácil se a orelha
for levemente puxa-
da, com a outra mão,
para cima.
4. Com a ponta do dedo,
mantenha o plug no
lugar, até que a ex-
pansão se inicie.
Repita o mesmo para
o outro ouvido.
5. O plug, quando bem
colocado, apresenta
visível somente o cír-
culo de sua extremi-
dade. Desta forma a
proteção obtida será a
melhor possível.
6. O plug, quando mal
colocado, apresenta
visível uma certa
porção da sua super-
fície lateral. Retire-o
e repita a seqüência,
para alcançar uma
inserção adequada e
uma boa proteção.
16
Segurança Industrial
Protetor auricular (tipo
concha)
É constituído por um
par de conchas de plásti-
co de alto impacto com
almofada de vinil para proporcionar um per-
feito ajustamento, suportados por um arco fle-
xível também em material plástico. Não deve
possuir partes metálicas ou material condutor
de corrente elétrica. O arco deve permitir mo-
bilidade ao redor da cabeça com possibilidade
de uso na cabeça, nuca ou queixo. Pode ser usa-
do com: capacete, viseira facial ou máscara de
soldador.
O arco deve ter duas partes deslizantes de
maneira a permitir um melhor ajuste na cabeça.
A pressão do arco é calculada de modo a
oferecer a proteção adequada requerida pela
Norma, portanto, não deve o arco ser alargado
com o intuito de diminuir a pressão do ajuste,
pois desta maneira o EPI tornar-se-á impróprio
por não oferecer proteção adequada ao risco.
Caso seja constatado o amassamento perma-
nente das almofadas ou rasgo da proteção da
espuma, deverá o usuário substituir este EPI.
Protetor auricular tipo con-
cha, acoplado ao capacete
As conchas possuem
as mesmas característi-
cas do protetor auricular
com arco flexível, po-
rém, este modelo possui
articulações afixadas ao
capacete, que permitem ajuste aos ouvidos.
O trabalhador deverá providenciar a subs-
tituição do EPI quando constatar que ocorre-
ram deformidades das almofadas e/ou rasgo
na proteção da espuma.
1.4.5 Proteção das mãos
É obrigatório o uso de luvas para prote-
ção das mãos em serviços onde haja contato
ou risco de contato com:
– Materiais ou objetos escoriantes, abra-
sivos, cortantes ou perfurantes;
– Produtos químicos corrosivos, cáusticos,
tóxicos, alergênicos, graxos, solventes
orgânicos e derivados de petróleo;
– Materiais ou objetos aquecidos;
– Equipamentos elétricos energizados;
– Radiações perigosas;
– Frio;
– Agentes biológicos.
Luvas de vaqueta
Devem ser utiliza-
das para serviços em que
haja contato ou risco de
contato com agentes
abrasivos perfurantes ou
cortantes.
Caso haja o contato
das luvas com produtos químicos ácidos ou
cáusticos, o usuário deverá providenciar a sua
substituição junto à SMS.
Luvas de borracha para
eletricista
Devem ser utiliza-
das para proteção con-
tra choque elétrico. A
borracha usada na con-
fecção das luvas deve
ser de alta qualidade,
isenta de material recu-
perado ou de sobras, e
ter características físi-
cas, químicas e elétricas
exigidas para a proteção
contra choques elétri-
cos. As superfícies, ex-
terna e interna, devem estar isentas de: depres-
sões, sulcos, porosidade ou incrustações. An-
tes de sua utilização deve ser feita uma inspe-
ção visual nos seguintes aspectos: furos, cavi-
dades, oxidação, sinais de envelhecimento,
ataque de ozônio, rachaduras, sulcos resultan-
tes de cortes ou desgastes superficiais. Reco-
menda-se o uso de luvas de vaqueta fina com
punho de raspa para cobertura e proteção da
luva de alta tensão contra impactos, arranhões
ou perfuração durante a execução do trabalho
Luvas de PVC
Devem ser uti-
lizadas para prote-
ção das mãos con-
tra: produtos quí-
micos (ácidos ou cáusticos), óleos, graxas, de-
tergentes, solventes, derivados de petróleo, etc.
A superfície externa deve estar isenta de fu-
ros, fendas ou porosidades que permitam a pas-
sagem do agente agressivo. Conforme a ca-
racterística da tarefa, são classificadas em 3
tipos:
– para trabalhos leves;
– para trabalhos médios;
– para trabalhos pesados.
Segurança Industrial
17
Luvas de kevlar
São utilizadas para
proteção das mãos con-
tra agentes térmicos se-
cos em serviços com ob-
jetos a temperaturas ele-
vadas e manuseio de peças quentes.
Luvas de kevlar alumini-
zadas
São utilizadas para
proteção das mãos con-
tra agentes térmicos se-
cos, tais como: serviços
com objetos a temperaturas elevadas, fornos,
manuseio de peças quentes, troca de maçari-
cos e onde haja necessidade de reflexão de
calor irradiado pela fonte de emissão.
Luvas de grafatex com fi-
bra de kevlar
 Devem ser utiliza-
das para proteção das
mãos, contra agentes tér-
micos secos. É utilizado
no laboratório para o
manuseio de vidros aquecidos a temperaturas
de ate 500°C. Permitem a facilidade do manu-
seio de pequenas peças aquecidas.
Luvas de látex
 São utilizadas para
proteção das mãos con-
tra agentes químicos le-
ves, na faixa dos sabões
e detergentes. São utili-
zadas em trabalhos que
exigem maleabilidade e tato. Nunca devem ser
utilizadas para manuseio de ácidos, bases con-
centradas, derivados de petróleo na faixa de
gasolina, querosene. naftas ou solventes. De-
vem ser substituídas quando apresentarem fu-
ros, deformações ou contaminação interna.
1.4.6 Proteção dos pés e pernas
 É obrigatório o uso de calçado adequado
para a realização de qualquer atividade na área
industrial da refinaria, nas oficinas e armazéns.
Sempre que as condições de trabalho exigi-
rem qualquer tipo de proteção adicional, use
calçados adequados.
Entende-se como calçado adequado, todo
aquele que proteja o trabalhador dos riscos
existentes no local ou na natureza do trabalho.
Os empregados, temporariamente impedi-
dos de usar o calçado exigido, em conseqüên-
cia de ferimentos, contusões, etc., podem tra-
balhar com outro tipo de calçado desde que
atestada a lesão pela atividade de Saúde e des-
de que constatado de que não haverá risco ao
trabalhador em decorrência dessa permissão.
Cabe aos supervisores e a fiscalização o
cumprimento dos requisitos aqui mencionados.
Botas de couro com bi-
queira de aço
Devem ser utiliza-
das para proteger o tra-
balhador contra a açãode objetos cortantes ou
perfurantes e impactos
sobre os dedos.
São confeccionadas em vaqueta, solado
antiderrapante e com forração interna. Devem
ser utilizadas nas áreas industriais, oficinas,
armazéns e obras. Sempre que houver desgas-
te acentuado do solado, as botas deverão ser
substituídas, a fim, de evitar acidentes provo-
cados por escorregões.
Botas de PVC
Devem possuir
solado antiderrapante
e ter "cano" de 23 cm
em relação à parte su-
perior do solado. São
utilizadas para prote-
ção da pele em pisos que haja hidrocarbone-
tos, produtos corrosivos, cáusticos, água, etc.
Sempre que houver desgaste acentuado do
solado deverão ser substituídos, a fim, de evi-
tar acidentes provocados por escorregões.
Sapato de segurança
 São confecciona-
dos em couro, tipo va-
queta, com solado an-
tiderrapante e forração
interna. Devem ser uti-
lizados nas atividades
do laboratório que não
envolvam risco de
queda de materiais pe-
sados, riscos elétricos e contato com produ-
tos químicos. Sempre que houver desgaste
acentuado do solado deverão ser substituídos,
a fim, de evitar acidentes provocados por es-
corregões.
18
Segurança Industrial
1.4.7 Proteção do tronco
 Nos serviços em que haja risco de lesão
no tronco é obrigatório o uso de proteção ade-
quada.
Aventais
Capa de PVC
Devem ser utilizadas
para proteção contra chu-
va. Podem ser utilizadas
para respingos de produ-
tos ácidos e cáusticos.
Conjuntos de PVC (calça, blusão e capuz)
Devem ser utilizados
em trabalhos onde qual-
quer parte do corpo possa
entrar em contato com hi-
drocarbonetos, produtos
tóxicos e/ou corrosivos.
São utilizados tam-
bém para trabalhos em que
haja umidade em excesso.
Exemplo: operação de la-
vagem em interior de equi-
pamentos.
Nestas situações, para
uma completa proteção, é
feito também o uso de lu-
vas e botas de PVC.
1.4.9 Proteção do corpo inteiro
É obrigatório o uso de proteção para o
corpo inteiro, nas seguintes situações:
– Em trabalhos onde haja risco de conta-
to com agentes químicos, prejudiciais
à saúde, absorvíveis pela pele ou que
possam lesioná-la;
– Em trabalhos com umidade em excesso;
– Em trabalhos onde haja risco de conta-
to com superfícies abrasivas.
1.4.8 Capas, jaquetas e conjuntos
Conjunto aluminizado
Devem ser utilizados
na proteção contra calor ra-
diante ou condutivo e res-
pingos de partículas quen-
tes de metais ou líquidos.
Aventais de raspa
Devem ser utilizados
em trabalhos onde haja ris-
co de lesão provocada por
objetos escoriantes, cor-
tantes, abrasivos e por ra-
diações não ionizantes ge-
radas por soldagens.
Aventais de PVC
Devem ser utilizados
em trabalhos onde haja
possibilidades de ocorrer
respingos de hidrocarbone-
tos e produtos corrosivos
(ácidos e cáusticos).
Deve-se lavá-los com
água e sabão após o uso.
Macacões de brim com capuz (macacão de parada)
São destinados para tra-
balhos em locais onde haja
risco de contato com super-
fícies abrasivas. Possuem
reforço nos ombros, cotove-
los, joelhos e nádegas.
Exemplo: trabalhos em
interior de equipamentos.
Jardineiras de PVC
Devem ser utiliza-
das em trabalhos envol-
vendo substâncias quí-
micas ou ambientes
com grande umidade
ou locais alagadiços.
Possuem botas de PVC
acopladas nas pernas.
Segurança Industrial
19
Macacão especial de proteção
Macacão confeccionado
em não-tecido, com costura
termosselada e tratamento
anti-estático. Com abertura
frontal em zíper, elástico nos
punhos e tornozelos e capuz
com elástico.
Oferece proteção em
operações em que exista ris-
co de contaminação com
agentes químicos líquidos.
Macacão anti-ácido hermeticamente fechado
São indumentárias espe-
ciais de PVC ou neoprene,
hermeticamente fechadas
oferecendo proteção de cor-
po inteiro contra contami-
nantes químicos.
 Na RPBC são utiliza-
das na Unidade de Gasolina
de Aviação (UGAV) para
atendimento e controle de
vazamentos de HF (ácido
fluorídrico) de grandes pro-
porções uma vez que pro-
porciona ao usuário um alto grau de proteção.
Os macacões anti-ácido possuem insufla-
ção de ar, através de mangueira de suprimento
de ar respirável.
Deve-se tomar o cuidado de verificar, ro-
tineiramente, o estado da roupa, quanto à
presença de furos ou cortes no tecido, bem como
se o sistema de vedação está em perfeito estado.
SEQÜÊNCIA DE COLOCAÇÃO DA ROUPA
1.4.10 Proteção respiratória
O uso de proteção respiratória é obrigató-
rio quando:
a) a concentração volumétrica de oxigê-
nio no ambiente ou para respiração pelo
trabalhador estiver abaixo de 19,5%;
b) o ar estiver contaminado com substân-
cias prejudiciais à saúde, que através
da respiração possam provocar distúr-
bios ao organismo ou seu envenena-
mento;
c) o ar ambiental não se encontrar no seu
estado apropriado para a respiração, ou
seja, ter temperatura e pressão anormais
que possam causar danos ao sistema
respiratório (ex.: congelamento, quei-
madura, embolias, etc.);
d) o ar contiver qualquer substância que o
torne desagradável por exemplo: odores.
A grande variedade de tarefas existentes
na RPBC que necessitam de proteção respira-
tória exigem em cada caso o equipamento mais
adequado para sua execução.
Pode-se citar o uso de proteção respirató-
ria nos seguintes casos:
– trabalhos em áreas continuamente con-
taminadas;
– trabalhos em áreas com contaminação
provável ou possível de ocorrer;
– para abandono em situação de perigo
eminente (fuga);
– para salvamentos e ações de socorro.
Os equipamentos de proteção respiratória
podem ser classificados em:
 a) Equipamentos filtrantes, respiradores e
máscaras;
c) Equipamentos Autônomos;
c) Equipamentos de Respiração com linha
de ar (ar mandado).
1.4.11 Equipamentos filtrantes, respiradores e
máscaras
São equipamentos que permitem a passa-
gem do ar ambiente para o sistema respirató-
rio somente após ter sido purificado através
de filtros mecânicos químicos ou combinados.
Os filtros possuem carvão ativo para retenção
de contaminantes químicos e elementos de
papel ou algodão para retenção de poeiras.
Filtros químicos e mecânicos
A utilização deste tipo de equipamento é
recomendada quando:
– a concentração volumétrica parcial de
oxigênio na atmosfera estiver com, no
mínimo 19,5% (NIOSH);
20
Segurança Industrial
– a atmosfera estiver isenta de monóxi-
do de carbono;
– a concentração do contaminante na at-
mosfera estiver dentro das especifica-
ções de uso do filtro;
– preferencialmente, o ambiente for aber-
to e ventilado.
A vida útil dos filtros depende basicamente:
– da concentração do contaminante;
– da taxa de consumo de ar pelo usuário;
– da umidade relativa do ar;
– da temperatura do ar.
O tempo de uso dos filtros depende dos
fatores anteriores, devendo os mesmos ser
substituídos quando ocorrer ou for detectado:
– elevada resistência ao fluxo de ar para
a respiração normal;
– percepção do cheiro das substâncias
contaminantes;
– princípio de irritação.
Nota: quando se tratar de filtros químicos,
deve ser observado o prazo de validade
dos mesmos, pois, expirado este prazo, os
filtros devem ser descartados.
Os filtros de respiração aparecem nas mais
variadas formas construtivas. Na RPBC os
tipos mais utilizados são os de rosca para res-
piradores e máscaras panorâmicas. Os cartu-
chos químicos utilizados obedecem a uma co-
dificação de cores e apresentam suas especifi-
cações rotuladas nos próprios cartuchos. Ne-
les estão especificados os contaminantes para
os quais se destinam.
 De acordo com o filtro utilizado, este pro-
porcionará proteção contra poeiras, neblinas,
asbestos, fumos, gases ácidos, vapores orgâ-
nicos, halogenados, amônia, aminas, pestici-
das, tintas, vernizes, esmaltes e outros, ou ain-
da a combinação de mais de um contaminan-
te, de acordo com as limitações especificadas.
Os filtros químicos e mecânicos, após o
seu uso, deverão ser devolvidos para a SMS
para que seja promovido a destinação adequa-
da dos mesmos.
Respiradores semi-facial, com filtros combinados
Sua utilização é indicada para proteção
respiratória contra uma grande variedade de
contaminantes,através de filtros químicos ou
mecânicos (para poeiras), todos intercambiá-
veis. Assim, dependendo do contaminante pre-
sente na atmosfera, o usuário poderá optar pelo
tipo de filtro mais adequado.
Os respiradores semi-faciais cobrem a boca
e o nariz, e permitem uma respiração natural.
As correias elásticas garantem uma vedação
segura e conforto no uso.
As vantagens principais do respirador semi-
facial são, o peso reduzido e o conforto. Os
respiradores semi-faciais são, usados com fil-
tros, em locais de trabalho onde os contami-
nantes ou elementos prejudiciais à saúde exis-
tem em pequenas concentrações.
Máscaras panorâmicas
As máscaras faciais panorâmicas envol-
vem todo o rosto e, por isso, oferecem, simul-
taneamente, proteção à visão, e à respiração.
Isto se torna indispensável em ambientes com
elementos irritantes ou agressivos à vista e res-
piração.
As modernas máscaras faciais possuem
um único visor abaulado, com grande campo
visual.
O corpo da máscara facial, com seus lábios
de vedação, adapta-se a todos os tamanhos e
formatos diferentes de rostos, ajustando-se
Segurança Industrial
21
através de câmaras reguláveis presas a cinco
pontos da máscara, que permitem uma ade-
quada vedação.
As máscaras possuem, ainda, uma mem-
brana acústica interna, que permite a transmis-
são de comunicação verbal pelo usuário.
Conforme o equipamento de proteção res-
piratória usada em conjunto com as máscaras
faciais, estas possuem diferentes conexões:
– se a máscara é usada com filtros, equi-
pamentos com linha de ar ou conjun-
tos autônomos de respiração, ela pos-
sui uma Iigação de rosca e válvulas de
inalação e exalação;
– máscaras faciais usadas em conjunto
com equipamento autônomo de respi-
ração por pressão positiva, possuem
conexão da válvula de demanda (pul-
mão) tipo engate rápido baioneta.
Nota: sempre que for necessário utilizar
equipamento de proteção respiratória após
o ajuste da peça facial, deve ser efetuado
o teste de vedação.
Para efetuar o teste, deve-se obstruir a via
normal de entrada de ar e aspirar profundamen-
te. Ocorrendo a contração da peça facial, a ve-
dação é satisfatória. Caso a vedação não seja
satisfatória, a peça facial deve ser substituída.
Observação: o uso de barba não permite
uma perfeita vedação.
1.4.12 Equipamentos autônomos
São equipamentos com provisão de ar con-
tido num cilindro de alta pressão. Portanto,
independem da qualidade do ar existente no
ambiente ou de outra fonte externa de supri-
mento. Estes aparelhos têm sua utilização li-
mitada, de acordo com sua capacidade de ar-
mazenamento de ar. Sua autonomia depende,
sempre, do esforço físico, biotipo e treinamen-
to do usuário, quanto à utilização do equipa-
mento.
São utilizados em situações de emergên-
cia ou em trabalhos onde é necessária a movi-
mentação constante do usuário, onde, em cujos
ambientes, existem ou possam existir altas
concentrações de contaminantes e/ou baixa
concentração de oxigênio (abaixo de 19,5%
em volume).
Um aparelho autônomo é composto, basi-
camente, de uma máscara panorâmica com tra-
quéia, válvula de demanda (pulmão), disposi-
tivo de alarme sonoro, cilindro para alta pres-
são, válvula redutora de pressão, suporte bási-
co para apoio do conjunto ao corpo, válvula
de alívio de pressão e correias de sustentação.
O ar é respirado do cilindro de suprimen-
to através da válvula de demanda, que fornece
a quantidade de ar necessária para encher os
pulmões.
 O ar expirado pelos pulmões é expelido
para fora da máscara, através das válvulas de
exalação da máscara.
 As modernas máscaras panorâmicas pos-
suem pressurização no seu interior, aumentan-
do o grau de proteção do usuário em atmosfe-
ras com presença de contaminantes.
 O dispositivo de alarme sonoro indica que
o suprimento de ar está chegando ao fim e que
o usuário deve sair imediatamente da área con-
taminada. Este alarme é disparado quando o
ar existente no cilindro for suficiente para,
aproximadamente, cinco minutos.
 Aviso importante: quando se abre a vál-
vula do cilindro, o dispositivo de alarme dá
um breve apito, o que indica o seu perfeito
funcionamento. Caso não ocorra este alarme
no momento de abertura da válvula do cilin-
dro, o equipamento deverá ser substituído.
 É conveniente o treinamento prévio e a
habilitação adequada aos usuários destes equi-
pamentos.
Conjuntos autônomos modelo Carla
São os menores
equipamentos autô-
nomos de respiração
utilizados na RPBC.
Simples e seguro, o
Carla é ideal para
abandono de áreas e
para a realização de
rápidas inspeções.
Dispõe, também, de
um dispositivo para
acoplamento de
mangueiras de supri-
mento de ar e pode ser utilizado como um con-
junto de emergência nos trabalhos com linha
de ar mandado, para fuga.
O conjunto é fixado ao corpo através de
tirante de nylon e cinto.
Dados técnicos do cilindro de ar:
 – volume interno 1,5 litros
 – pressão de carga 200 kgf/cm2
 – volume de ar 300 litros
 – autonomia(*) 10 minutos
 – peso total 4,2kgf
 – peso do cilindro 3,5kgf
(*) considerando consumo de 28 I/min (médio)
22
Segurança Industrial
Conjuntos autônomos
PA 93
Aparelho autônomo, leve e econômico na
proteção contra gases.
Desenvolvido especialmente para combate
ao fogo ou para atividades intensas de utiliza-
ção de equipamentos autônomos. A máscara
facial, a válvula de demanda, a válvula regu-
ladora, o manômetro e alarme sonoro são os
mesmos utilizados no aparelho PA 90 BR. O
suporte do PA 93 é feito de um material plás-
tico composto de fibra de carbono, recoberto
com material anti-estático o que o torna extre-
mamente resistente a impactos e esforços, bem
como seguro para ser utilizado em atmosferas
explosivas de qualquer espécie.
As correias e cinto são confeccionados de
espuma sintética especial, recoberta com teci-
do anti-chama, que não se degrada em contato
com o fogo. As fivelas são auto-fixantes as-
sim como o cinto, o que permite a rápida co-
locação e retirada do aparelho.
Devido ao desenho do suporte, das cor-
reias e do cinto, o PA 93 é um aparelho autô-
nomo que reúne características ergonômicas
excelentes, sendo que grande parte do peso do
equipamento é deslocado dos ombros para
para a região lombar do usuário, proporcio-
nando além de maior conforto, uma ótima mo-
bilidade durante as operações.
Todo o conjunto é modulado e pode ser
desmontado em poucos minutos o que facilita
muito as operações de limpeza do mesmo.
A tira de fixação do cilindro é confeccio-
nada em Kevlar, material muito existente e
acomoda todos os tipos de cilindros básicos.
O fecho da fita é de fácil acionamento e ga-
rante um assentamento perfeito do cilindro ao
suporte.
Cilindro de ar comprimido
É conectado manualmente a válvula regu-
ladora e permanece fixo ao suporte com auxí-
lio da tira de fixação.
Os respiradores autônomos ARAP E-10
destinam-se a serviços de rápida duração e
proporcionam ao usuário independência do ar
ambiente.
1.14.13 Equipamentos de Proteção Respiratória
com alimentação por linha de ar (ar-mandado)
São equipamentos de proteção respirató-
ria que suprem o trabalhador de ar respirável
através de mangueira de ar comprimido.
Os respiradores supridos por mangueiras
de ar comprimido, dividem-se em dois siste-
mas distintos: os de fluxo constante e os de
demanda automática de ar.
Sistemas tipo fluxo constante (ar mandado)
São dispositivos
onde o suprimento
de ar comprimido
para os respiradores
é, constantemente,
gerado em centrais
de compressores.
O ar comprimido respirável é conduzido
através de mangueiras apropriadas e flexíveis,
com diâmetro interno de 3/8" (9mm), aos con-
juntos filtrantes.
Segurança Industrial
23
O conjunto filtrante é usado para purifi-
car, o ar comprimido proveniente dos compres-
sores, filtrando vapor de óleo, partículas sóli-
das e retendo o excesso de umidade no ar, bem
como umedecendo-o quando se tratar de ar
seco (tipo ar de instrumentos).
O conjunto filtrante é composto do regu-
lador de pressão, decantador de água e óleo,
filtro de carvão ativo de alta capacidade de
absorção, umidificadorde ar e bicos para saí-
das de mangueiras tipo engates rápidos.
O abastecimento de ar comprimido deve si-
tuar-se na faixa de pressão entre 4 e 6 kgf/cm2,
podendo-se ajustar o fluxo de ar, individual-
mente, através do regulador do conjunto
filtrante, na faixa de vazão entre 60 a 380 l/min.
Utilizando-se um sistema de suprimento
de ar tipo fluxo constante, pode conectar um
registro de ar com traquéia e máscara facial a
semi-máscara. Capuz com insuflação ou ma-
cacão com insuflação podem ser alimentados
diretamente através da mangueira de ar.
Para trabalhos localizados em ambientes
confinados e com a presença de contaminan-
tes, é necessária a utilização de um conjunto
autônomo de respiração acoplado ao sistema
da linha de ar mandado. Nesse caso, é utiliza-
do o modelo Carla, que proporciona, em situa-
ções de emergência, uma reserva adicional,
destinada para a fuga do ambiente, tal recurso
torna-se necessário, uma vez que a geração de
ar pode sofrer panes ou caso a mangueira que
supra o trabalhador venha a ser rompida aci-
dentalmente.
Este sistema é utilizado na execução de
trabalhos de longa duração, evitando-se tro-
cas repetidas de cilindros e interrupção de exe-
cução das atividades.
Sistemas com demanda automática de ar
 Como alternativa para a realização de ser-
viços onde existam contaminantes e não há
fontes/pontos de suprimento de ar mandado,
utiliza-se o sistema de demanda automática de
ar. Neste sistema de proteção respiratória, o ar
é fornecido a partir de cilindros de ar respirável
de grande capacidade de armazenamento. O
consumo de ar é melhor dimensionado atra-
vés da válvula de demanda automática, com a
vantagem do uso de máscaras de pressão po-
sitiva.
A qualidade do ar respirável, neste siste-
ma, é mais confiável, pois não haverá risco de
contaminação do ar através do ambiente, uma
vez que provém diretamente dos cilindros que
são abastecidos em compressor apropriado,
localizado no prédio da SMS.
O conjunto contém 4200 litros de ar respirá-
vel, distribuídos em dois cilindros de 7 litros de
volume interno e com pressão de 300 kgf/cm2.
Este conjunto é disposto em uma unidade
móvel, que possui duas rodas em suporte tu-
bular de grande resistência.
Os cilindros estão unidos por uma barra
de conexão manual,
que incorpora válvu-
las de retenção e vál-
vulas de alívio de alta
pressão.
A pressão média
de trabalhos das man-
gueiras de ar deverá
estar fixada em 5 kgf/
cm2, constante.
Duas conexões
com engates rápidos permitem ligar as man-
gueiras para uso de, até, duas máscaras pano-
râmicas.
As mangueiras podem ser acopladas uma
a outra, para atingir o comprimento desejado,
porém, não devem exceder a 60 metros de ex-
tensão final, segundo recomendação do fabri-
cante.
É recomendável que, ao ser utilizado o
conjunto, seja mantido o acompanhamento de
uma pessoa para observação da pressão, para
substituição dos cilindros quando necessário
e para solicitar a retirada dos trabalhadores do
local do trabalho, quando necessário. Essa
pessoa deverá ser habilitada para manusear e
operar o equipamento.
Considerando uma média de consumo de
ar em torno de 40 L/min, o conjunto PAR4000
VAL proporcionará autonomia de, aproxima-
damente, 100 minutos para um trabalhador.
1.4.14 Proteção contra quedas
Cinto de segurança
Para execução de trabalhos em locais acima
de 2 m de altura do piso, em que haja risco de
queda, é obrigatório o uso de cinto de segurança.
24
Segurança Industrial
Os cintos de segurança, em contraposição
a todos os equipamentos de proteção indivi-
dual até agora vistos, não têm a finalidade de
proteger uma determinada parte do corpo hu-
mano em específico. São utilizados, quando
empregados corretamente, para inibir riscos
manifestados sob a forma de quedas ao solo
ou a outro nível inferior, riscos estes decor-
rentes das seguintes condições de trabalho:
a) trabalhos em alturas elevadas;
b) locais onde possa haver desprendimen-
to de terra ou desmoronamento.
Convém esclarecer que os cintos de segu-
rança são dispositivos confeccionados com
materiais de determinada resistência mecâni-
ca (nylon, couro ou lona), associados a deter-
minados elementos ou acessórios, conforme o
trabalho a ser realizado.
Na RPBC, utiliza-se o tipo que oferece o
maior grau de proteção e conforto ao traba-
lhador, que é o cinto
de segurança tipo
páraquedista.
Os cintos de segu-
rança devem ser visto-
riados constantemente
e, caso seja notado al-
gum sinal de insegu-
rança em alguma par-
te de seus componen-
tes, estes devem ser
imediatamente substi-
tuídos ou sofrer manu-
tenção, visto que os
cintos de segurança são muito importantes na
preservação da vida do trabalhador.
Em presença de qualquer um dos defeitos
a seguir, o equipamento deverá ser substituído:
– sinais de desgaste ou princípios de rup-
tura do cinto, talabarte ou suspensório;
– corte em qualquer componente de
nylon;
– deformação ou trinca das ferragens;
– defeito ou enfraquecimento da mola
dos mosquetões;
– rompimento de alguns fios da corda de
nylon.
O equipamento devera sofrer manutenção
quando apresentar os seguintes defeitos:
– costuras rompidas;
– início de processo de corrosão nas fer-
ragens.
No caso do cinto acoplado a uma corda,
alguns esclarecimentos tornam-se necessários:
a corda deve ser bem ancorada em ponto fir-
me e mais elevado, com lance de corda de 1,5 m.
O fato de a corda ser presa nas costas é
para que, em caso de queda, o corpo seja for-
çado a dobrar-se no sentido normal, para fren-
te, evitando maior esforço ou impacto na co-
luna (espinha dorsal) da pessoa. Nunca se deve
prender a corda na frente, pois, em caso de
queda, a pessoa poderá ter a coluna (espinha)
dobrada para trás com possibilidades de cau-
sar sérios problemas à mesma.
Do mesmo modo a corda deverá ser, periodi-
camente, inspecionada e testada quanto a sua
resistência a carga estática e dinâmica.
1.4.15 Colete salva vidas
Devem ser utilizados nas embarcações e
margens de rios, lagoas, córregos e outras si-
tuações onde haja risco de afogamento de pes-
soas.
1.5 Equipamento de Proteção Coletiva –
EPC
 São equipamentos instalados nos ambien-
tes de trabalho, visando proteger a saúde e a
integridade física dos que ali exercem suas
funções. São os que neutralizam ou atenuam
o risco na fonte, ou seja, no lugar em que ele
se manifesta.
Para ilustrar, podem ser citados os seguin-
tes exemplos:
 – protetores dos pontos de operação em
serras, em furadeiras, em prensas;
– os sistemas de isolamento de operações
ruidosas;
Segurança Industrial
25
– os exaustores de poeiras, vapores e ga-
ses nocivos;
– os dispositivos de proteção em escadas,
em corredores, em guindastes, em es-
teiras transportadoras.
Estes são exemplos de proteção coletiva
que devem ser reparados sempre que apresen-
tarem uma deficiência qualquer.
A observação dos equipamentos de segu-
rança, sejam individuais ou coletivos, têm
grande importância nas inspeções de seguran-
ça. A eficiência desses equipamentos é com-
provada pela experiência e, se obedecidas às
regras de uso, a maior parte dos acidentes ou
suas conseqüências estarão sendo evitadas.
Importante!
Sempre que for possível, devem ser eli-
minados ou controlados os riscos de aci-
dentes na origem, utilizando Equipamen-
tos de Proteção Coletiva – EPC.
Exemplos de EPC
Anteparos rígidos, em sistema de guarda -
corpo e rodapé, onde houver risco de queda;
guardas de proteção de máquinas e equipamen-
tos; balaustres, corrimãos, placas de aviso,
exaustores; ventiladores; extintores; guarda-
corpos mangueiras e hidrantes; etc.
Utilização dos Equipamentos de Uso Coletivo
Um bom exemplo de uso de proteção co-
letiva é a ventilação por exaustão de ar. Este
tipo de ventilação visa à retirada do poluente
do meio logo após o seu desprendimento, para
evitar assim que o mesmo chegue a ser aspira-
do pelos trabalhadores. Com isso, evita-se o
uso de proteção respiratória.
Manutenção, Higiene e Cuidados na Utilização dos
Equipamentos de Uso Individual e Coletivo
Os itens descritos a seguir fazem parte dalegislação, que diz que:
 – o empregador é responsável pela higie-
nização, manutenção, fornecimento
gratuito, treinamento e supervisão do
uso correto do EPI;
 – o empregado é responsável pela guar-
da e conservação do EPI, pelo seu uso
correto e que lhe cabe informar quan-
do estiver danificado;
– o empregado é passível de punição,
caso não cumpra as determinações de
segurança estabelecidas pela empresa.
Importante!
O EPI deve ser mantido sempre em bom
estado de uso. Como o próprio nome já
diz, ele é de uso individual caso tenha que
ser usado por outro usuário, o equipamento
deve ser limpo, desinfetado e, eventual-
mente, descontaminado. A SMS possui
pessoal habilitado e condições de execu-
tar a manutenção e higienização dos EPI.
Os Equipamentos de Proteção Coletiva
também requerem manutenção periódica. Cabe
a empresa garantir a conservação e o bom fun-
cionamento dos EPC.
1.6 Alguns Cuidados na Utilização dos
Equipamentos de Proteção Individual – EPI
Equipamento: Capacete
– Usar a aba voltada para a frente, a fim
de proteger o rosto.
– Mantê-lo ajustado firmemente à cabe-
ça, regulando a suspensão interna (car-
neira).
– Substituir a peça interna de sustenta-
ção, a carneira, e ajuste, no caso de da-
nos, cortes parciais e totais, perdas de
regulagem, etc.
 – Substitui-lo, no caso de rachaduras no
casco.
– Manter o capacete limpo de manchas
de óleo ou de qualquer outro produto
químico. Para limpeza, usar água cor-
rente a 60oC e sabão neutro. Nunca uti-
lize na limpeza qualquer produto quí-
mico.
Equipamento: Óculos de Segurança contra impac-
to de partículas sólidas
– Regular as hastes de modo a obter um
ajuste adequado no rosto.
– Ajustar as conchas laterais de modo a
evitar a penetração de partículas.
– Não é recomendado o seu uso em am-
bientes com poeira em suspensão.
– Não é recomendado para proteger con-
tra partículas líquidas.
Equipamento: Óculos de Segurança ampla visão
contra partículas líquidas
 – Ajustar a tira elástica de modo a con-
seguir adequada vedação sobre o ros-
to. Substituir os óculos quando não for
mais possível conseguir vedação.
 – Manter sempre à mão um pano limpo
para a limpeza e desembaçamento das
lentes.
26
Segurança Industrial
– Se o modelo tiver dispositivos para exa-
lação, mantê-los permanentemente lim-
pos e desobstruídos.
– Caso as lentes estejam arranhadas, pro-
videnciar a sua substituição.
 – Deverão ser guardados em local fecha-
do e protegido, para evitar contamina-
ção e sujeira nas lentes.
Equipamento: Protetor Facial com visor de plásti-
co transparente
– Manter a coroa, ou seja, o dispositivo
de fixação, ajustada à cabeça, a fim de
conseguir boa fixação.
 – Substituir o protetor no caso de danos
no visor ou na coroa.
 – Remover manchas de óleo no visor, uti-
lizando água morna e sabão neutro. Não
use nenhum produto químico.
Equipamento: Abafador de ruído
– Mantê-lo permanentemente limpo,
guardá-lo em local livre de poeira e de
outros contaminantes do ar.
– Abrir o arco apenas o suficiente para
encaixá-lo sobre as orelhas a fim de não
quebrá-lo.
– Ajuste a concha para a posição onde é
menor o nível de ruído percebido.
– Quando as esponjas de selagem, loca-
lizadas internamente nas conchas, se
danificarem ou sujarem, substituir o par
de conchas.
Equipamento: Roupa resistente a produtos quími-
cos – PVC
– Substituir a roupa quando estiver com
rasgos, furos, etc.
– Após utilização, lavar o equipamento
com água em abundância e sabão neutro.
– Concluída a lavagem, secar bem.
Equipamento: Luvas resistentes a abrasivos
 – Mantê-las limpas de óleo e permanen-
temente secas.
 – Substituí-las no caso de danos.
 – Não tocar em superfícies aquecidas
com temperaturas superiores a 65oC.
Equipamento: Luvas resistentes a produtos químicos
– Não segure objetos nem permita o con-
tato com líquidos cuja temperatura seja
superior a 65oC.
– Não utilize as luvas para trabalhos em
circuitos elétricos energizados.
– Mantenha as luvas sempre limpas,
usando água morna e sabão neutro,
mantendo-as sempre secas.
 – Atenção na hora de calçá-las e retirá-
las da mão.
Lembrete
A roupa, após o seu uso, poderá conter
resíduos de produtos químicos.
Equipamento: Luvas resistentes à alta voltagem
 – Verificar a voltagem segura de traba-
lho por meio de faixas coloridas no
punho que identificam a voltagem e o
Registro de Inspeção;
 – Fazer também uma inspeção visual e
teste com ar comprimido na luva, an-
tes do uso, para detectar possíveis cor-
tes ou furos;
– Usar uma luva de pelica ou couro de
porco sobre a luva de borracha para
proteger esta de algum corte ou furo.
Equipamento: Botas resistentes a produtos químicos
– Mantê-las limpas, lavando-as com água
e sabão neutro.
 – No caso de ressecamento, rachadura ou
qualquer outro dano, providenciar a
imediata substituição.
Equipamento: Máscara contra poeiras
 – Seu uso é proibido em ambientes onde
há deficiência de oxigênio.
 – Não oferece proteção contra gases, va-
pores ou partículas líquidas.
 – Deve ser substituída, diariamente ou
imediatamente, quando houver dificul-
dades de respiração.
Equipamento: Máscara com filtros químicos
– Usar somente o filtro indicado para a pro-
teção do(s) contaminante(s) presente(s).
 – Seu uso é proibido em ambientes onde
há deficiência de oxigênio.
 – Após o uso, devem ser higienizadas.
– A máscara deve ser guardada em reci-
piente fechado, seco e limpo e abriga-
do da luz.
– Quando o filtro não estiver em uso,
deve permanecer vedado.
– Deve-se manter um registro de uso dos
filtros, com o objetivo de providenciar
a sua substituição aos primeiros sinais
de saturação.
Segurança Industrial
27
Atençao!
Um equipamento apesar de ser capaz de
oferecer 100% proteção mas que não é
usado, não oferece proteção alguma.
Lista de verificação para consulta, caso
necessário utilizar equipamentos de proteção
individual.
1. Existe na sua área sinalização para o
uso obrigatório de EPI?
2. Em todas as atividades, estão sendo
usadas roupas de trabalho adequadas e
resistentes?
3. Durante as atividades onde existe peri-
go para os olhos estão sendo usados
óculos protetores de ampla visão e pro-
tetores faciais?
4. Em áreas de trabalho com ruído muito
alto, são usados sempre, equipamentos
adequados para proteção dos ouvidos?
5. Em todos os lugares sujeitos à ocorrên-
cia de vapores, gases ou espécies de pó
nocivos à saúde, dispõe-se dos equipa-
mentos específicos de proteção respi-
ratória? Estão sendo usados correta-
mente?
6. Para atividades com risco de queda, dis-
põe-se de cintos e cordas de seguran-
ça? Estão sendo usados freqüentemente?
7. Para manuseio de substâncias perigo-
sas, dispõe-se dos equipamentos pro-
tetores pessoais necessários (por ócu-
los protetores contra ácidos, macacões
de PVC ou aventais e botas de borracha)?
Estão sendo usados corretamente?
8. Os equipamentos de proteção – capa-
cetes, óculos de segurança, etc. – são
usados também pelas chefias e pelos
encarregados da supervisão?
9. Todos os equipamentos de proteção
pessoal existentes na minha Unidade
são controlados quanto ao seu estado?
10. São submetidos a uma manutenção re-
gular?
11. Os equipamentos de proteção de uso
individual estão guardados em local
próprio?
 12. Empreiteiros e visitantes também re-
cebem todos os equipamentos de pro-
teção individual necessários?
1.7 Inspeção Planejada
A Inspeção Planejada tem como objetivo
garantir que os pontos importantes da empre-
sa sejam sempre vistos pelos seus responsá-
veis, principalmente por aqueles que tenham
uma visão crítica. A melhor maneira de se reali-
zar uma inspeção é basear-se numa lista de
verificações, ou seja, um check-list, cujo con-
teúdo e periodicidade devem ser discutidos
entre os empregados e o supervisor.
A inspeção planejada envolve o exame
sistemático das instalações, equipamentos, fer-
ramentas, materiais e sua utilização pelos em-
pregados, com o objetivo de identificar qual-
quer condição abaixo do padrão. A inspeção
planejada está muito dirigida à identificação
dos riscos na etapa

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