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PERDAS ECONÔMICAS POR CISTICERCOSE BOVINA NO SUL DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO NO ANO DE 2019 Á 2020: ANÁLISE REGISTROS DE FRIGORÍFICO.
Lívia Otes Lima[footnoteRef:1] [1: Graduando em Medicina Veterinária pela Faculdade Multivix De Castelo] 
Ednea Zandonadi Brambila Carletti[footnoteRef:2] [2: Mestre em Ciência da Informação pela PUC-Campinas. Especialista em Informática da Educação pelo IFES. Graduação em Pedagogia pela FAFIA. Professora da Faculdade Multivix Cachoeiro de Itapemirim.] 
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é caracterizado como o país ideal para a criação, de gado de corte ou de leite, graças as suas pastagens, a capacitação profissional, a aplicação de tecnologias, a sanidade animal, o rastreamento dos animais; o que atende os requisitos para a satisfação do mercado, tornando -se um grande produtor de carne bovina (ALVES, 2001). 
A Cisticercose bovina é uma zoonose que apresenta prevalência em países em desenvolvendo; o que destaca a relação com a saúde pública e pontua a importância de estabelecer formas de controle. Atualmente no Brasil, a incidência desta enfermidade em bovinos, circunda em média de 5%, porém, os dados mudam conforme a região ou período de tempo (SOUZA et al, 1997). 
O processo de contaminação é feito pela forma larval da Taenia Saginata, o Cysticercus bovis, situado no músculo dos hospedeiros intermediários, os bovinos. O homem ao ingerir a forma larval ainda viável, presente na carne crua ou má cozida, permite o desenvolvimento do parasita no interior do trato gastrointestinal. Os cisticercos apresentam aspecto macroscópico cístico, com uma parede translúcida, com presença do escoléx no interior do cisto, caso esse esteja degenerado possui aspecto caseoso, coloração esbranquiçada a amarelada, e consistência firme (OLIVEIRA, 2013).
 A efetiva inspeção sanitária da carne nos abatedouros frigoríficos é uma atividade de prevenção na saúde pública, onde visa afastar do mercado carnes inapropriadas ao consumo. Essa inspeção é realizada pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal), sob a coordenação do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, onde pelo Decreto de nº 9013 (28 de março de 2017), está disposto como deve ser feita a inspeção e fiscalização no ante mortem e no post mortem dos bovinos, buscando detectar doenças de caráter zoonótico, como por exemplo a Cisticercose. 
A cisticercose bovina é um problema atual, que causas prejuízos e quedas nos resultados, dos frigoríficos e dos produtores, abrangendo todas as etapas de produção. Pela leitura de Pereira, Schwanz e Barbosa (2006) a ocorrência da cisticercose em bovídeos, pode gerar prejuízos de U$ 420.000.000,00 anuais, na América do Sul. A ação da parasitose em enfoque sobre as carcaças resulta em menor ganho lucrativo sobre a matéria prima, a carne; e ressalta a necessidade da inspeção de qualidade.
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA
O projeto de pesquisa visa analisar a prevalência da teníase cisticercose e perdas econômicas das condenações e por aproveitamento condicional da doença, nos abatedouros do Sul do Estado do Espirito Santo, no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2020.
1.2 PROBLEMA DA PESQUISA
A problemática em questão, ocorre quando se tem a infecção do homem ao ingerir carne crua ou má cozida com cisticercos vivos, e em como buscar evitar essa infecção, pelo emprego de controles sanitários e inspeção das carcaças.
 A cisticercose em bovinos é uma questão econômica, causando perdas na indústria de produtos alimentares, durante toda a cadeia de produção. O produto cárneo pode chegar ao consumidor contaminado, quando casos positivos passarem despercebidos, caso esses produtos sejam ingeridos má cozidos ou crus, pode causar a teníase nos seres humanos. 
1.3 HIPÓTESE
A ação da Inspeção Sanitária dentro dos frigoríficos, resulta na diminuição da ocorrência da teníase nos seres humanos e contribuem para qualidade da carne e de seus derivados, evitando a presença de cistos vivos ou calcificados nesses.
1.4 OBJETIVO GERAL
O presente trabalho de pesquisa tem por objetividade elucidar a prevalência da patologia em enfoque, assim como mensurar as perdas econômicas dentro dos frigoríficos causadas pela cisticercose bovina.
1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Entre as pontuações específicas do projeto de pesquisa será trabalhado:
· Descrever a cisticercose bovina e sua correlação com a teníase humana.
· Descrever formas de perdas econômicas decorrente da cisticercose bovina e relatos literários sobre sua prevalência.
· Mensurar as perdas econômicas correlacionadas a patologia, no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2020.
· Analisar a correlação das carcaças condenadas por cisticercose bovina, seja pela presença de cistos viáveis ou calcificados, assim como os locais que se estabeleceram.
· Estabelecer a prevalência de condenação por cisticercose, sendo essa calculada a partir inicialmente do nº geral de animais abatidos, e nº de animais positivos para cisticercose bovina, na mesorregião do Sul do Espírito Santo.
1.6 JUSTIFICATIVA
A cisticercose bovina é uma zoonose, que no Brasil apresenta prevalência média, e quando detectada na espécie bovina, resulta em condenações de carcaças conforme estabelecido no RIISPOA. O procedimento de condenação afeta os pecuaristas que perdem o valor atribuído a carcaça, e aos frigoríficos que sofrem com depreciação decorrente dos processos de aproveitamento condicional, e com a condenação total que obrigatoriamente destina toda essa à graxaria. Os números decorrentes da condenação por cisticercose bovina, permite a identificar a predominância conforme a região, permitindo assim a tomada de atitudes para minimizar as perdas econômicas.
2 METODOLOGIA
A referente pesquisa apresenta uma abordagem quantitativa, por trabalhar variáveis pré determinadas, e que são mensuradas e expressas em dados numéricos (GIL, 2017). Segundo Appolinário (2011), a pesquisa básica tem como o objetivo principal, o crescimento do conhecimento científico, sem estabelecimento de uma real preocupação com a aplicabilidade dos resultados, sendo assim classificada, como de caráter básico. 
O trabalho de conclusão de curso se adequa como uma pesquisa não experimental, pois segundo a revisão dos conceitos feita em Gil, (2008), não apresenta variáveis, e observa o contexto de forma direta, sem controlar ou alterar as observações para chegar as conclusões, apresentando características como se basear em eventos ocorridos anteriormente e que são analisados posteriormente; geralmente os experimentos controlados não são realizados por razões ética ou moral, nenhuma amostra de estudo é criada, pelo contrário, as amostras ou participantes já existem e se desdobram em seu ambiente, o pesquisador não intervém diretamente o ambiente da amostra.
Como metodologia aplicada, será utilizada uma breve revisão de literatura, para a constituição de porções do trabalho de pesquisa, onde utilizou se autores envolvidos com o contexto do projeto. A leitura e análise de artigos científicos foram estabelecidas como a base para a formulação dos conteúdos teóricos, encontrados em plataformas digitais com SciELO, PubMed e Google Acadêmico, nos idiomas inglês e português, usando como palavras- chave: cisticercose bovina, Taenia Saginata, e bovine cysticercosis. 
A pesquisa será realizada pela coleta de dados registrados no IDAF, e pelas análises sistemáticas do banco de informações de um frigorífico com inspeção federal, do Sul do Estado do Espirito Santo, o qual abate bovinos. Serão coletados dados referentes ao número de animais abatidos e carcaças condenadas por cisticercose bovina, no período de janeiro de 2019 á dezembro de 2020, onde os dados serão obtidos a partir da análise de registros documentais fornecidos pela equipe do Serviço de Inspeção Federal – SIF; atuante neste estabelecimento. 
3 REFERÊNCIAL TEÓRICO
3.1 Produção de Carne Bovina no Estado do Espírito Santo
A pecuária brasileira se destaca fortemente no mercado econômico nacional e mundial, visto segundo a leitura de Peixoto et al (2018), o Brasil éo país que mais exporta carne bovina no mundo, e que tem o maior número de animais destinados para abastecimento do mercado comercial. 
O Brasil atualmente produz cerca de 10 milhões de toneladas de carne bovina, sendo 20,8% negociados com vários países de todo o mundo, buscando sempre os mais rigorosos padrões de qualidade (ABIEC, 2021). Segundo a leitura do IBGE, (Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária), em sua Pesquisa Trimestral de Abate de animais, foram abatidos no Espírito Santo em 2020, cerca de 238.723 milhões de bovinos, o que resultou em 59.677 toneladas de carcaças.
O estado do Espírito Santo tem área de 1,46 milhões de hectares de pastagens, que são destinadas em sua maioria para a produção da bovinocultura de corte e de leite, segundo Incaper – Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural. Na área correspondente a pastagens estão localizados cerca de 1,94 milhões de cabeças de bovinos, distribuídos com enfoque nos municípios de Ecoporanga, Linhares e Nova Venécia, que tem cerca de 24% do rebanho total do estado (ZANDONADI, 2020). 
Na pesquisa trimestral de 2021, no primeiro trimestre desse ano, foram abatidos no Espirito Santo cerca de 51.256 cabeças de bovinos, entre fêmeas e machos; oriundas de 11 estabelecimentos distintos registrados no SIE, o que permitiu um resultante de 12.979.716 kg em carcaças (SIDRA IBGE, 2021). O nível de produção de carne bovina no primeiro trimestre de 2021, no Espirito Santo, ultrapassou a produção estabelecida no estado do Rio de Janeiro, permitindo assim, a colocação de terceiro lugar em produção de carne bovina, na região sudeste (SIDRA IBGE, 2021).
3.2 Complexo Teníase/ Cisticercose 
Desde os tempos pré- históricos a teníase já era descrita em literatura chinesa, indiana e grego romana, porém a real comprovação do complexo teníase – cisticercose, surgiu quando em 1861, LEVCKART, realizou um experimento, onde possibilitou que um bezerro viesse a ingerir proglotes grávidas da Taenia Saginata, e após percebeu a apresentação da forma vesicular do parasito na musculatura deste; algum tempo depois, OLIVER, empregou a versão oposta do teste, onde comprovou que o ser humano poderia desenvolver a teníase após a ingestão da carne com a presença dos cisticercos ainda viáveis, por não ser empregado um processo de cozimento. (FERREIRA, 2019).
Rossi citado por Ferreira (2019), afirma que o complexo em questão, é decorrente de cestódeos da família Taeniidae, sendo esses a Taenia Saginata e a Taenia Solium, onde o hospedeiro definitivo é o homem; e os hospedeiros intermediários, são infectados pela ingestão de ovos de Taenia Solium, para suínos e humanos; e de Taenia Saginata para bovinos, respectivamente, levam ao desenvolvimento dos cisticercos.
O complexo teníase/ cisticercose, representa duas patologias distintas, sendo causadas pelo mesmo cestódeo; porém em fases de desenvolvimento diferentes, sendo a cisticercose caracterizada pela forma larval, chamada de Cysticercus bovis, presente na musculatura; e a teníase decorrente da Taenia Saginata e Taenia Solium, já em suas versões adultas, situadas no intestino delgado dos seres humanos (GARRO et al, 2015).
A teníase nos seres humanos, apresenta uma sintomatologia variável, dependendo de fatores como idade e grau de higidez orgânica do hospedeiro; entre os sintomas a serem registrados, se tem a irritabilidade, a insônia, a anorexia ou o aumento do apetite de forma exagerada, a perda de peso, a presença de dor abdominal, os distúrbios digestivos, as náuseas, a diarreia, os vômitos, a constipação intestinal, as perturbações nervosas, a sensação de dor e de fome. As infecções se apresentam assintomáticas, exceto por ter um incomodo decorrente de um segmento do parasito emergindo pelo ânus para a liberação das proglotes, o que denuncia a infecção (TOLEDO et al, 2018). 
Já Cisticercose nos seres humanos é caracterizada por poder se apresentar em tecidos, sendo a região que traz maiores repercussões clínicas, o Sistema Nervoso Central, e que apresenta maior frequência nos diagnósticos (TOLEDO et al, 2018). A cisticercose no Brasil, tem sido cada vez mais diagnosticada, com enfoque nas regiões Sul e Sudeste, seja na aplicação da neurologia e neurocirurgia, assim como estudos anatomopatológicos; e a baixa ocorrência da doença nas regiões Norte e Nordeste, se faz pela escassez de notificações da doença (BRASIL, 2010). 
3.3 Cisticercose Bovina
A Cisticercose é uma zoonose parasitária, e na inspeção sanitária dos frigoríficos age como uma das maiores causas de condenação e aproveitamento condicional nas carcaças; o que resulta em prejuízo para os frigoríficos e aos pecuaristas (GOMES, 2014). A cisticercose bovina, não é uma enfermidade de importância em nível de criação, pois os animais apresentam ausência de sintomatologia; os prejuízos ocorrem na fase final da exploração do corte, porque é no abate, que ocorre a condenação das carcaças cisticercóticas, realizado pelo médico veterinário auditor fiscal federal (UNGAR, 1992).
Segundo o trabalho de conclusão de curso de Ferreira (2019), a ocorrência da Cisticercose Bovina se faz pela ingestão de ovos da Taenia Saginata, em pastagens e águas contaminadas por fezes de humanos com a presença do parasito; após a ingestão, se tem a etapa de liberação do embrião hexacanto que ocorre no intestino pela ação das enzimas pancreáticas, os embriões hexacantos penetram na mucosa intestinal e por meio do sistema circulatório migram para diferentes órgãos e sistemas como o fígado, tecido subcutâneo, musculatura cardíaca, musculatura esquelética, entre outras porções, onde se desenvolve a forma larval dos parasitas, os Cysticercus Bovis. A predileção por esses tecidos ocorre devido o tropismo do parasito por áreas como maior aporte sanguíneo.
No diagnóstico, destaca -se a inspeção no post mortem que ocorre após o abate dos animais, se baseando em uma avaliação visual macroscópica dos cisticercos na musculatura e em órgãos da carcaça. Na avaliação das características macroscópicas, o cisticerco viável é cístico, de parede translúcida, e o escólex se localiza no interior do cisto, já o cisto calcificado apresenta característica caseosa, com 0,5 cm de diâmetro, e de coloração esbranquiçada, além de consistência firme (OLIVEIRA, 2013).
 A inspeção sanitária é feita por meio de incisões em áreas de predileção para o Cysticercus Bovis na carcaça, como por exemplo o coração, diafragma e seus pilares, nos músculos da mastigação, língua, e em porções de musculatura estriada esquelética do animal; porém nem todos os cisticercos presentes na carcaças podem ser visualizados, visto que não são retalhados todos os órgãos e tecidos, pois tal ato levaria à uma grande depreciação das carcaças (FALÇONI,2014).
A Cisticercose Bovina afeta principalmente regiões cuja a população apresentem baixo desenvolvimento sócio-econômicas, o que envolve diversos fatores desde um falho sistema de saneamento básico, ausência de orientação quanto aos hábitos de alimentação e higiene pessoal, a criação de animais sem condições de higiene e próximos ao homem, a falha nos serviços de inspeção e de vigilância sanitária, e a comercialização de carnes clandestinas (GARRO, 2011).
3.4 Controle e Métodos de Prevenção
Em Avelar, (2013) é descrito a cisticercose bovina como uma adversidade de relevância na segurança alimentar e na saúde pública. Os ovos da Taenia saginata são resistentes as condições variantes do meio ambiente, podendo permanecer viáveis por até oito meses, principalmente em locais de clima tropical (BARROS et al, 2018). Pela compreensão de Ribeiro et al (2012), os seres humanos quando acometidos pela teníase apresenta um importante papel epidemiológico; por ser capaz de disseminar ovos no ambiente por longos períodos de tempo, o que denuncia a necessidade tratamento e devidos cuidados para como esse. 
O controle da cisticercose bovina se baseia em medidas higiênico- sanitárias que venham a interromper o ciclo do parasita e que impeçam os bovinos deingerir ovos da Taenia Saginata, como medida a ser tomada deve-se garantir que animais não tenham acesso a locais que recebam esgoto humano, sendo o homem o responsável pela contaminação das águas e das pastagens através de suas fezes, o uso de fossas sanitárias na propriedade deve ser instituído com o intuito de evitar tal contaminação (GOMES, 2014).
 O tratamento antiparasitário com medicação especifica para o parasito, diminui a probabilidade do estabelecimento deste nas porções intestinais assim reduzindo a eliminação dos ovos. Medicamentos á base de Praziquantel ou Albendazol, são indicados para o tratamento da teníase; a realização da Inspeção Sanitária em frigoríficos, sequestro ou tratamento de carcaças infectadas e combate ao abate clandestino, também são formas de reduzir a incidência de ambas doenças (REHAGRO, 2018). 
O tempo de vida dos cisticercos é relativamente longo, podendo prolongar-se em função da idade do animal. Todavia, são muito sensíveis ao calor acima de 56ºC, morrem rapidamente sob 80º C, á salmoura concentrada, durante no mínimo três semanas, e ao frio, a – 10 º C por 10 dias. O tratamento para a cisticercose bovina baseasse no uso de anti-helmínticos, tendo como principal o Albendazol, com uma eficácia de 86, 7% para a degeneração dos cistos (BARROS et al, 2018).
3.5 Prevalência da Cisticercose Bovina
O Complexo Teníase Cisticercose apresenta uma distribuição em todo o mundo, onde a América Latina, África, Oriente Médio e Ásia Central; demonstram altos índices endêmicos (GARRO, 2011). Avaliando a prevalência da cisticercose no Brasil, com base em revisão de vários autores, essa circunda em uma média de 5,50% de prevalência, e ainda alguns autores ressaltam que a prevalência pode facilmente estar acima de 10% conforme a região (SOUZA et al, 2007).
A predominância da cisticercose está relacionada com áreas de elevada densidade humana, o que se explica pelo fato do ser humano atuar como um reservatório para a propagação da doença, além disto, essa correlação justifica o índice de prevalência 5,12% em animais que são oriundos de regiões metropolitanas (SILVA, 2012).
Em Falçoni (2014), durante o período de 2009 á 2012, é estabelecido a prevalência de cisticercose bovina em matadouros registrados SIF, no estado do Espírito Santo, onde foi possível avaliar uma prevalência de 0,87%; prevalência essa que pode ser comparada com os resultados obtidos por BAIVA et al (2012), que obtiveram cerca 0,7% de prevalência, no período de 2006 á 2007, sendo esse estudo realizado na Bahia.
Segundo Souza et al (2007), a patologia em questão, apresentou um salto em sua prevalência no estado do Paraná, da década de 50 com 2,5% de prevalência média, para em 1999, apresentar cerca de 4,4 % á 7,7 %; não se sabe ao certo os fatores que acarretaram essa elevação, mas acredita que possam ser decorrentes do aumento da população humana, assim como do aumento do número de bovinos destinados ao abate.
Ainda nesta pesquisa do autor, é demostrado uma prevalência de 3,82% de cisticercose bovina no estado do Paraná, no período de julho á dezembro de 2000. 
3.6 RIISPOA aplicado contra a cisticercose.
A realização da inspeção sanitária, se torna prioridade tanto para aspectos econômicos, como sanitário e social, em partida, destaca-se a participação ativa e positiva da medicina veterinária nesta área, atuando na transformação e modernização dos produtos de origem animal, principalmente em produtos cárneos (FALÇONI, 2014).
O Serviço de Inspeção Federal - SIF, sob a competência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, que por meio do Decreto nº 9.013, de 29 de Março de 2017, dispõe sobre a inspeção de bovídeos no post mortem, onde respectivamente no Art. 185, do RIISPOA (Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal), abrange as informações sobre carcaças com infecção por Cysticercus Bovis, e delimita sob a responsabilidade de um oficial auditor fiscal federal, com formação em medicina veterinária, o julgamento e condenação das carcaças conforme o grau de infecção (BRASIL, 2017).
 Com compreendido pela leitura do Art. 185, as carcaças com infecção caracterizado como intensa, são destinadas a condenação total. É compreendido como infecção intensa, quando a carcaça apresenta no mínimo oito cistos viáveis ou calcificados, assim estando distribuídos pela carcaça do animal dois ou mais cistos localizados, simultaneamente, em pelo menos dois locais de eleição examinados na linha de inspeção (Músculos da mastigação, língua, coração, diafragma e seus pilares, esôfago e fígado), totalizando pelo menos quatro cistos; ou quando encontrado quatro ou mais cistos localizados no quarto dianteiro (Músculos do pescoço, do peito e da patela) ou quarto traseiro (Músculos do coxão, da alcatra e do lombo), após pesquisa no DIF, mediante incisões múltiplas e profundas (BRASIL, 2017). 
Quando encontrados mais de um cisto, viável ou calcificado, a carcaça e os órgãos são destinados ao aproveitamento condicional pelo uso do calor, após a retida e condenação das porções acometidas. Caso seja encontrado somente um único cisto viável, a carcaça e os órgãos são destinados ao aproveitamento condicional pela salga ou pelo frio; e caso seja visualizado um único cisto calcificado, todos os locais de eleição para a inspeção devem ser examinados na carcaça correspondente; e caso não seja encontrado outro vestígio de infecção, a carcaça é liberada para o consumo humano direto sem restrições, após a remoção e condenação da área atingida (BRASIL, 2017).
As demandas e leis seguidas para realização da inspeção preconizada se baseia no Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), onde consiste na adoção de um conjunto de normas e procedimentos com a finalidade de se obter um produto isento de qualquer risco ou perigo higiênico-sanitário e com alta qualidade comercial e tecnológica, sem afetar ou prejudicar o consumidor e o meio ambiente.
3.7 Perdas Econômicas
Quando observa o rebanho de bovinos presente no país, cerca de 215,20 milhões, as perdas passivas decorrentes da cisticercose bovina circundam em R$ 24, 5 milhões, com uma prevalência de 5 % nesse rebanho (BARROS et al, 2018). Pela as obras de Falçoni (2014), no período entre 2009 e 2012, foram condenados em frigoríficos registrados no SIF, cerca de 1.448.725, 30 Kg em carcaças de bovinos, decorrente a presença de cisticercose bovina, o que resulta em R$ 8.652.518,00 perdidos decorrentes dessa enfermidade. 
Acredita que as perdas anuais sejam de U$ 3 á 4 bilhões, considerando os custos com formas de controle e prevenção, carcaças que são condenadas ou destinadas ao aproveitamento condicional, assim como os custos com tratamentos de humanos (GARRO, 2011). Os procedimentos de tratamento das carcaças infectadas com cisticercose, geram custos imensos aos matadouros frigoríficos, que sofrem com a depreciação do produto em torno de 10% - 15% (BARROS et al, 2018).
4 REFERÊNCIAS 
ALVES, D. A. As dificuldades na inspeção de frigoríficos brasileiros no mercado internacional: Um estudo sobre a comercialização da carne bovina in natura. Revista Nacional da Carne, v. 25, n. 291, p. 96 – 114. 2001.
APPOLINÁRIO, F. Dicionário de metodologia científica: um guia para a produção do conhecimento científico. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2011.
AVELAR, B. R. Análise espacial da favorabilidade da ocorrência de cisticercose bovina no estado do Espírito Santo. 74f. Dissertação (Pós– graduação em Ciência Veterinária). Programa de Pós – Graduação em Ciências Veterinárias do Centro de Ciências Agrarias da Universidade Federal do Espirito Santo, Alegre, ES. 2013.
BAVIA, M. E. et al. Estatística espacial de varredura na detecção de áreas de risco para a cisticercose bovina no estado da Bahia. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 64, n. 5, p. 1200-1208, 2012
BARROS, L. S. S. et al. Tuberculosis and Cysticercosis in Brazil: A Reviem. Food and Nutrition Sciences, Cruz das Almas, Bahia, v.9, p.642 - 662, 2018.
BRASIL, Decreto Nº 9.013, de 29 de Mar. de 2017. Regulamenta a Lei nº 1.283, de 18 de dezembro de 1950, e a Lei nº 7889, de 23 de novembro de 1989, que dispõem sobre a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/d9013.htm >. Acesso em 12 de abril de 2021.
BRASIL. Ministério Da Saúde/ Secretaria De Vigilância Em Saúde. Doenças infecciosas e parasitárias: Guia de bolso. 8 ed. Brasília, DF, 2010.
Como evitar prejuízos com cisticercose bovina?. Rehagro, 2018. Disponível em: <https://rehagro.com.br/blog/prejuizos-com-cisticercose-bovina>. Acesso em: 20 de abril de 2021.
FALÇONI, F.M.S.M. Cisticercose Bovina no estado do Espírito Santo no período de 2009 a 2012: Análise de Registros de Matadouros Frigoríficos. 72f. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) – Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Agrárias, Alegre – ES, 2014.
FERREIRA, T.W. Ocorrência de cisticercose em bovinos abatidos no território brasileiro: revisão de literatura. 37f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Medicina Veterinária) - Federação Universidade Federal de Rondônia, Campus Rolim de Moura, Rolim de Moura – RO, 2019.
GARRO, F. L. Caracterização do Complexo Teníase- Cistticercose Bovina em São João Evangelista/ MG.41f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Veterinária, Belo Horizonte – MG, 2011.
GARRO, F. L. et al. Diagnóstico do complexo teníase-cisticercose bovina em São João Evangelista, Minas Gerais, Brasil. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 67, n. 4, p. 1063-1069, 2015.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GIL, A. C. Como elaborar ´projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
GOMES, M.A.R.B. Ocorrência de Cisticercose Bovina Em Frigorífico Localizado Na Zona Da Mata Mineira. 35 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Zootecnia). Programa de Pós – Graduação do Mestrado Profissional em Zootecnia. Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, 2014. 
Nossa Carne nas mesas do mundo. ABIEC- Associação Brasileira das Industrias Exportadoras de Carne. 8 de junho de 2021. Disponível em:< http://abiec.com.br/> . Acesso em: 09 de junho de 2021.
OLIVEIRA, A.W. et al. Estudo da prevalência da cisticercose bovina no estado de Alagoas. Revista Acta Veterinária Brasílica. Alagoas, v.5, n.1, p. 41-46, 2011.
Pecuária. INCAPER – Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural. Disponível em: < https://incaper.es.gov.br/pecuaria >. Acesso em 22 de maio de 2021.
PEREIRA, M. A. V. C.; SCHWANZ, V. S.& BARBOSA, C. G. Prevalência da Cisticercose em Carcaças de Bovinos Abatidos Matadouros – Frigoríficos do Estado do Rio de Janeiro, Submetidos ao controle do Serviço de Inspeção Federal (SIF- RJ), no período de 1997 á 2003. Arquivos do Instituto Biológico, v.73, n.1, p. 83- 87, jan./ mar. 2006.
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5 CRONOGRAMA
	ATIVIDADES
	JUL
	AGO
	SET
	OUT
	NOV 
	DEZ
	Coleta dos dados no frigorífico
	 X
	X
	
	
	
	
	Tabelamento dos dados
	
	X
	X
	
	
	
	Formulação dos Resultados
	
	
	X
	X
	
	
	Formulação da Discussão
	
	
	
	X
	X
	
	Conclusão do trabalho e protocolo
	
	
	
	
	X
	
	Defesa
	
	
	
	
	
	X
5 ORÇAMENTO
Não serão gastos recursos financeiros para a execução desta pesquisa.

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