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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 1 PRODUTOS BANCÁRIOS: NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO RURAL, POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA, CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGUROS Cartões de crédito e débito Cartões de crédito Para a utilização de cartões de crédito não é necessário ter dinheiro em conta, pois as compras vêm para pagamento através de uma fatura com prazo de vencimento de até 40 dias após o consumo, ou em várias parcelas. É uma espécie de empréstimo, com a administradora ou instituição financeira, pois os comerciantes recebem em poucos dias após a compra, mas o pagamento ocorre em um período posterior. Caso a fatura não seja paga na data, ocorrerão acréscimos de multas e juros. Se for paga na data do vencimento, com valor menor que o total, o cliente utilizará o crédito rotativo. Cartões de débito Ao realizar pagamentos utilizando os cartões de débito, o desconto será automático do saldo de conta corrente (saldo positivo ou cheque especial). É considerado sempre como pagamento à vista, pois utiliza o dinheiro que já disponível. Rede de aceitação (adquirências) As adquirentes são as redes de aceitação de cartões, como a Cielo, Rede, GetNet, etc. São responsáveis por fazer a comunicação da bandeira do cartão. Elas irão processar os dados e após alguns dias farão o repasse do valor das compras aos lojistas, mediante taxa de transação. As adquirentes vão garantir algumas vantagens como, facilidade na cobrança e menor taxa na transação. Porém, também podem trazer alguns problemas, como falta de comunicação por alguns instantes; nesse caso o lojista fica impossibilitado de receber suas vendas. Além do fato de, no caso algum serviço complementar ser necessário, deverá em muitos casos, optar pela contratação a parte, o que aumenta a burocracia para lojistas de pequeno porte. Com o tempo, foram criadas as subadquirentes, que são intermediárias de pagamentos, fazendo a mediação entre lojistas e adquirentes. Capazes também de aprovar transações, além de ter serviços antifraudes. Existem também as empresas conhecidas como gateways, que atuam apenas no mundo virtual, da mesma maneira que as “maquininhas” de recebimento, porém, apenas nas empresas de e-commerce. Bandeiras de cartão Empresas como Visa, Mastercard, Elo, etc. representam as bandeiras dos cartões. Elas trabalham para definir onde os cartões CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 2 serão aceitos, pois também indicam as máquinas dos estabelecimentos. Visa e Mastercard são as bandeiras mais aceitas no mundo; a Elo é uma bandeira nacional, ainda aceita apenas no Brasil. Além da aceitação, a bandeira é responsável pela comunicação entre ela, a empresa da máquina e o emissor do cartão no momento em que ocorre a compra para a conclusão da transação. A bandeira pode oferecer também promoções, descontos, seguros e vantagens exclusivas para seus clientes. Quanto melhor a modalidade do cartão, melhores serão os benefícios oferecidos. Depósitos à vista, depósitos a prazo (CDB e RDB) e letras de câmbio Depósitos à vista Conhecidos como depósitos em conta corrente, representam a entrega de valores as instituições financeiras, para que sejam guardados ou aplicados, com resgate total ou parcial no momento em que o cliente necessitar. Também é uma forma de captação de recursos pelos bancos, porém, sem remuneração, já que possuem liquidez imediata. Depósitos a prazo Investimentos em que o cliente deve aguardar o prazo de vencimento para resgatá-lo, conforme contrato. Certificado de Depósito bancário (CDB) e Recibo de Depósito Bancário (RDB) são os principais instrumentos de depósitos a prazo. Considerados investimentos, pois são aplicados em troca de remuneração de juros. CDB – Possui liquidez diária e pode ser regatado a qualquer momento (sob aviso prévio). Tem emissão digital e física. Suscetíveis a incidência de IR e IOF, possuem garantia pelo Fundo Garantidor de Crédito em até R$ 250.000,00 por título, (limitado a quatro por CPF ou CNPJ). RDB – Título de renda fixa emitido pelas instituições financeiras. Nesse investimento o cliente empresta dinheiro para uma instituição financeira e no vencimento tem o retorno do capital investido mais o rendimento. Sofre incidência de IR e de IOF apenas quando resgatado num prazo menor que 30 dias após a aplicação. Tem a segurança do Fundo Garantidor de Crédito nas mesmas condições do CDB. Letras de câmbio LC’s) São títulos de renda fixa que permitem que o dinheiro seja emprestado a uma financeira. Podem ser pré e pós fixadas ou híbridas. Pré fixada: Indicam a rentabilidade final no momento da aplicação inicial. Pós fixada: A rentabilidade total será apresentada apenas no vencimento do título. Híbrida: Parte do valor está na modalidade pré e a outra metade na pós fixada. São asseguradas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), no CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 3 valor de até R$ 250.000,00, com um limite total de R$ 1.000.000,00. Sofrem incidência de IOF e também de IR. Cobrança e pagamento de títulos e carnês A movimentação de títulos e carnês tem objetivo de processar e controlar as operações realizadas com títulos e carnês enviados as instituições financeiras por empresas ou pessoas físicas. Boleto Título de cobrança regulamentado pelo BACEN. É muito popular, podendo ser emitido por pessoas físicas e jurídicas, inclusive para pessoas que não possuem vínculo com algum banco, porém, seu emissor dever ter conta corrente para que os valores recebidos sejam por lá, depositados. Seu pagamento pode ocorrer em estabelecimentos variados, como supermercados, lotéricas, etc. O valor estará disponível em conta, um dia após a sua liquidação. Tem a facilidade de ser pago em supermercados, lotéricas, etc. Para a realização deste serviço, os bancos estão autorizados a cobrar tarifas conforme o contrato da conta corrente do cliente. Carnê Também um título de cobrança, representa a união de vários boletos. São emitidos para compras parceladas, formalizando uma relação de crédito concedido entre vendedor e consumidor. Antes de sua emissão, é necessário análise dos dados do cliente, com a finalidade de determinar se este tem condições de pagar pelo objeto de compra. Transferência automática de fundos Prestação de serviços em que a instituição financeira movimenta recursos de uma ou mais contas correntes para um ou mais fundos. Para isso, o cliente antecipadamente autoriza o banco o movimentar suas contas. É um serviço sem cobrança adicional para o cliente, além de ser considerada uma maneira de gerenciar recursos do cliente, pois dada a autorização, o banco pode também fazer o resgate de valores (resgate automático), transferindo-os da conta de aplicação para a conta corrente quando houver necessidade da cobertura de possíveis valores que não estejam disponíveis. Commercial papers São títulos de crédito emitidos por empresas não financeiras da modalidade Sociedades Anônimas (S.A’s), com necessidade de captar recursos no mercado interno para financiar suas necessidades de fluxo de caixa. Tem um prazo de mínimo de 30 dias e máximo de 180 ou 360. Para S.A’s de capital fechado é de até 180 e com capital aberto de CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 4 até 360. É uma operação considerada alternativa para empréstimos bancários convencionais, possibilitando redução nas taxas de juros devida eliminação da intermediação financeira e também mais rapidez e simplicidade na negociação entre tomadorese investidores. Arrecadação de tributos e tarifas públicas Toda a arrecadação de tributos e tarifas públicas, obrigatoriamente transita pelas instituições financeiras para seu pagamento. São serviços prestados através de convênios específicos de arrecadação e repasse. Geralmente, o poder público mantém um banco preferencial conveniado para centralizar suas arrecadações e identificar pagamento dos contribuintes. Tributo: Cobrança coercitiva, realizada pelo agente público (união, estados e municípios) em relação à pessoa física e jurídica (impostos, taxas e contribuições). Tarifas Públicas: Pagamento de serviços realizados por concessionárias (água, luz, telefone e gás). Home/office banking e remote banking Home/Office Banking: Tecnologia desenvolvida para que os clientes realizem operações bancárias fora das agências, através dos recursos da internet, permitindo economia de tempo. Esse sistema favorece também a redução de custos e expansão de serviços para as instituições financeiras. Remote Banking: Serviços disponíveis para que o cliente tenha acesso a todo tipo de acesso fora de uma agência. Objetiva reduzir custos de operação e geração de eficiência na relação entre banco e cliente. Ex. Banco 24 horas, atendimento telefônico, aplicativos para celular e computadores diversos, atendimento via chat e WhatsApp. Corporate finance É a prestação de serviços de instituições financeiras de investimento, para grandes empresas em negociações de aquisições, cisões, fusões, incorporações, etc. Os bancos, através de seus profissionais especialistas, auxiliam na análise de cálculo do valor das empresas envolvidas (valuation), pesquisas de mercado para assegurar a justificativa da operação. Além desse serviço, o banco concede, em muitos casos, empréstimos ou apoio na captação de recursos internos ou externos para a realização da operação. É cobrada uma comissão sobre a operação, geralmente uma taxa fixa, acordada em contrato. Fundos mútuos de investimento CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 5 São fundos de investimentos gerenciados por profissionais especialistas no mercado financeiro. Os fundos gerenciam recursos de um grupo de investidores, em carteiras diversificadas de títulos e valores mobiliários, com divisão de recursos (cotas de participação) em partes iguais para todos. Os fundos são individuais, cada um com seu grau de risco e custo de serviços definidos desde o início. Os recursos arrecadados com as vendas das cotas são investidos em títulos, que resultarão na rentabilidade dos fundos A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão responsável por normas, registros, autorizações, e supervisão dos fundos. Hotmoney São empréstimos de curtíssimo prazo (de 1 a 29 dias), destinados as pessoas jurídicas para financiar o capital de giro. Nesse sistema, os recursos são transferidos entre mercados, com rapidez e eficiência referente aos ganhos. No entanto, suas taxas de juros são altas e seus prazos de pagamento, muito pequenos. As empresas optantes pelo hotmoney contratam o serviço através de instituição financeira e celebração de contrato. Contas garantidas É uma linha de crédito disponível na conta corrente para utilização no curtíssimo prazo. Está vinculada a uma garantia, como algum recebível ou garantia real (hipoteca, penhor, anticrese). Após a realização do contrato entre cliente e instituição financeira, o limite estabelecido é disponibilizado. Costumam ter taxas de juros mais baixas e limite de crédito mais elevado devido as garantias. Crédito rotativo Modalidade de crédito muito utilizada para pagamento de cartões de créditos, porém, também para cheque especial, caução de duplicatas. Pessoas físicas e jurídica podem contar com este recurso. O limite de crédito é utilizado em um período curto, mediante o pagamento com juros. Ex. Fatura do cartão de crédito no valor de R$ 5.000,00; com pagamento mínimo obrigatório de R$ 1.000,00; pagamento realizado de R$ 800,00. O saldo restante a pagar de R$ 4.200,00 é o crédito rotativo. Descontos de títulos Modalidade de crédito, conhecida como a antecipação de recebíveis que o cliente tem e já apresentou a instituição financeira como forma de garantia (nota promissória, cheques, etc.). Por essa antecipação, o banco cobra uma taxa, chamada de taxa de redesconto, definida a partir de um percentual sobre o valor nominal ou futuro do título. Nessa antecipação de recurso incide o IOF; e outros encargos bancários contratuais. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 6 É geralmente utilizado por pessoas jurídicas, mas pessoas físicas também tem acesso. Financiamento de capital de giro O financiamento do capital de giro pode ocorrer de duas formas: a) Quando o capital de giro não está vinculado a algum gasto exclusivo. b) Quando está vinculado a compra de insumos ou material de estoque. A movimentação dos recursos ocorre através de transferência para a conta do tomador. O limite de financiamento é determinado pela análise de crédito do cliente e sua capacidade de pagamento. Os pagamentos podem variar conforme a necessidade da empresa. Os bancos comerciais costumam ter muitas opções para financiamento de capital de giro quanto a prazos, taxas, garantias. Porém, ocorre dessa modalidade de financiamento ter taxas de juros mais baixas. Os recursos liberados podem ocorrer de forma isolada ou associada a investimentos fixos e possuem incidência de IOF. As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fiduciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc. Vendor Finance e Compror Finance Vendor finance: É a operação de financiamento em que a instituição financeira intercede por meio de convênio à negociação de compra de venda entre duas empresas. A negociação é formalizada em contrato com a empresa vendedora, mencionando que o banco financiará recursos para a compradora, realizando o pagamento da compra à vista, mediante desconto. Neste caso, apenas a empresa vendedora é cliente do banco, por isso, celebra o contrato, a empresa compradora, que recebe o crédito não precisa ser correntista. Compror finance: É a operação de financiamento em que a instituição financeira intermedia através de convênio uma negociação de compra e venda entre duas empresas. Nesta situação, a empresa compradora, cliente do banco firma contrato para aquisição de mercadorias a vista, sendo financiada pela instituição financeira. Não há necessidade do envolvimento da vendedora. O pagamento acontecerá em data futura, acordado em contrato. Leasing (tipos, funcionamento, bens) Leasing é um arrendamento mercantil. Neste processo, existem duas partes envolvidas, que podem ser tanto pessoas físicas como jurídicas. O arrendatário é que tem o direito da posse de uso temporário de um bem, em troca do pagamento de parcelas mensais a empresa que fez o arrendamento. É uma forma de desfrutar do bem, sem necessidade de comprá-lo. Para que essa relação aconteça, é preciso do arrendador (empresa). Existem três tipos de leasing: CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 7 a) Leasing financeiro: de longo prazo, em que o cliente manifesta o interesse na aquisição do bem. Ao finalizar o contrato, o bem já terá sido pago. Caso não haja interesse em permanecer com o bem, este será vendido e se o recebido for menor que o valor de aquisição, o arrendatário pagará por essa diferença; sendo este valor maior, receberá o valor correspondente; chamado de Valor Residual Garantido (VRG). Para os bens com vida útil de até cinco anos, o prazo do contrato será dedois anos. Já os bens com vida útil superior a cinco anos, o contrato deverá ser de no mínimo, três anos. b) Leasing operacional: de curto prazo, em que o arrendatário manifesta logo de início sua opção por não obrigatoriedade em adquirir o bem. São três opções ao final desse contrato: adquirir o bem, renovar o bem, ou não renovar. Nessa modalidade, não existe o VRG. Prazo mínimo de contrato, por 90 dias, não podendo ultrapassar 75% da vida útil do bem. c) Sale and leaseback: modalidade em que o arrendatário vende o bem a um terceiro, no entanto, continua fazendo uso deste por meio de aluguel, formalizado em contrato. Todos os contratos de leasing podem ter bens móveis e imóveis. Financiamento de capital fixo As instituições financeiras não tem muita opção para crédito quando se trata de capital fixo. Esse capital geralmente necessita de valores muito altos, o que gera muita insegurança nos bancos, quanto ao cumprimento dessa obrigação, pelo volume de recursos e pelo período de amortização muito longo. Os recursos são liberados para financiar itens que contribuam para o crescimento e desenvolvimento e funcionamento das empresas, como máquinas e equipamentos, instalações, etc. Assim, as instituições governamentais se dispõem com maior facilidade a financiar em longo prazo, o capital fixo; como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As modalidades de crédito são: Crédito Direto ao Consumidor (CDC): Concedidos por bancos e financeiras, as pessoas físicas e jurídicas, na aquisição de bens e serviços. Com pagamentos geralmente realizado em prestações mensais. Com incidência de juros, IOF e taxas de abertura de crédito. CDC com Interveniência (CDCI): Liberados apenas para empresas exclusivos intermediários de seus clientes, garantindo o pagamento. Tem os mesmos prazos e taxas do CDC, porém, menores; pois não há risco por parte do cliente, mas sim, do seu interveniente. Crédito Direto (CD): Semelhante ao CDCI, em que a instituição se apropria da carteira dos lojistas e assume os riscos do crédito. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 8 Crédito Automático por Cheque: Concedido aos clientes especiais, como um cheque especial. Com pagamento parcelado, com taxas de juros pré fixadas ou flutuantes, aceitas pelos clientes e acordadas em contratos. As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fiduciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc. Crédito direto ao consumidor Linha de crédito, também conhecida como empréstimo pessoal; destinada geralmente a pessoas físicas. Realizado por instituição bancária ou instituição particular (como lojas de departamento). Os juros são considerados altos, devido a poucas garantias, pois o valor é descontado diretamente da conta corrente. Crédito rural Crédito destinado aos produtores rurais, cooperativas de produtores rurais, associação de produtores rurais, etc. Os recursos são disponibilizados por instituições financeiras, considerados especiais por terem taxas de juros abaixo do mercado. Seu objetivo é estimular o crescimento da área rural, incentivando e fortalecendo pequenos produtores, desenvolvendo as atividades florestais e pecuárias, aumentando a produção através de métodos eficazes; estimulando a geração de renda e a mão de obra para agricultura familiar e aquisição de equipamentos. Financia as atividades de custeio, investimento e beneficiamento ou industrialização. Serve também para o custeio de despesas de produção, investimento na produção e custeio das despesas pós produção. Por ser um programa do governo tem algumas, devem ser obedecidas algumas exigências: • Idoneidade • Orçamento do Projeto e viabilidade econômica • Acompanhamento do cronograma indicado no projeto • Fiscalização do financiador • Cumprimento das regras de zoneamento. Pode ser concedido para pessoas físicas ou jurídicas, inclusive para quem não é produtor rural; desde que esteja vinculado a atividades pertinentes a agricultura, pecuária, pesquisa, etc. São necessárias garantias como penhor, aval, fiança, hipoteca, etc. A lei que define o crédito rural é a Lei nº 4.829, de 05/12/1965. O pagamento será realizado conforme seu valor original e poderá ser desde uma única parcela, ou amortizações conforme contrato. Cadernetas de poupança A aplicação mais popular, devido sua segurança e facilidade e liquidez imediata. Pode ter resgate em qualquer momento, porém a remuneração só ocorrer para valores que ficam parados a partir de 30 dias. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 9 Para cálculos de juros, será observado o índice de 0,5% a.m., sempre que a taxa SELIC for maior que 8,5% a.a.; se a meta for inferior ou igual a 8,5% a.a., o índice corresponderá a 70% do valor da meta. A poupança foi criada para estimular o sistema habitacional do país. Não há limite de aplicação ou de resgate. Está isenta da tributação do IR e IOF. Os bancos não cobram pela manutenção das cadernetas de poupança. Financiamento à importação e à exportação: repasses de recursos do BNDES Importação: O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é uma empresa pública e um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo. Por se tratar de um banco público e instrumento principal da União para financiamento e investimento de longo prazo; antes de conceder crédito, avalia o impacto que esse recurso causará nos setores socioambiental e econômico do Brasil. Assim, antes de conceder financiamentos para a importação fará uma análise minuciosa para identificar se o bem a ser adquirido não possui semelhança ou equivalência a outro produzido internamente. Pois, a importação desse item permitiria concorrência para a produção daquele já existente, causando prejuízos e danos econômicos a economia e ao desenvolvimento sustentável da nação. Conforme o BNDES: “O apoio à importação de bens ficará condicionado à comprovação de inexistência de similar nacional, utilizando-se, para essa comprovação, um dos seguintes documentos: a) Resolução da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) com a lista de bens contemplados pelo regime de Ex-tarifário, constando o bem a ser financiado. A Resolução deverá estar em vigor na data da aprovação e da contratação da operação; b) Anotação realizada pelo Departamento de Comércio Exterior (DECEX) na própria licença de importação do bem financiado, atestando a inexistência de similar nacional; c) Atestado de entidade representativa ou de classe, de âmbito nacional e que já prestem serviço semelhante para a Secretaria de Comércio Exterior, de inexistência de produção ou similar nacional. Em caso de oposição das partes interessadas (Postulante, Intervenientes, dentre outros) em relação ao referido atestado, será solicitado ainda laudo técnico emitido por entidade tecnológica de reconhecida idoneidade e competência técnica, preferencialmente contendo os seguintes fatores: produtividade, qualidade, prazo de CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 10 entrega usual para o equipamento, fornecimentos anteriores, consumo de energia e de matérias-primas e outros fatores de desempenho específicos do caso; d) Comprovação de credenciamento do Beneficiário perante o CNPq, mediante publicação do respectivo certificado no D.O.U., e (ii) da apresentação da licença de importação dos bens deferida pelo CNPq, extraída do Sistema Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX, nos casos de dispensa de exame de similaridade previstos na Lei 8.010, de 1990. Observações Os critérios mencionados serão observados, no que couber, para o financiamentode serviços importados. No que se refere ao item “c” anterior, o BNDES: I. terá a faculdade de acolher ou não a indicação, feita pelas partes interessadas, de entidade representativa ou entidade tecnológica como responsáveis pela comprovação da inexistência de produção ou similar nacional; II. não ficará vinculado ao entendimento constante dos documentos apresentados pelas referidas entidades sobre a inexistência de similar nacional; O BNDES poderá, caso entenda necessário e em caráter complementar, consultar os fabricantes nacionais sobre a existência de produção ou similar nacional”. Exportação O BNDES financia as exportações, atuando no pré embarque, com apoio a produção e no pós embarque, quando a produção já está sendo comercializada. Esse crédito permite a competitividade das empresas em âmbito internacional, trazendo retornos positivos na economia interna. De acordo com o BNDES: “Pré-embarque – financiamento à produção para exportação O produto BNDES Exim Pós-embarque compreende as seguintes linhas de financiamento: BNDES Exim Pós-embarque Bens, BNDES Exim Pós-embarque Serviços, BNDES Exim Pós-embarque Aeronaves e BNDES Exim Automático. No produto pós-embarque, o objeto do financiamento é a comercialização de bens e serviços brasileiros. Nesse caso, o BNDES antecipa à empresa brasileira exportadora o valor dos bens ou serviços devidos pelo importador estrangeiro. Esse desembolso de recursos se dá em reais no Brasil, e o importador estrangeiro passa a dever ao BNDES. Portanto, não há remessa de divisas ao exterior. O pagamento do financiamento pelo importador estrangeiro é realizado por intermédio de banco mandatário, que entre outras atribuições, fecha o câmbio e repassa o valor em reais ao BNDES. O financiamento à comercialização pode ser realizado por meio de duas modalidades operacionais: supplier credit ou buyer credit, além da linha BNDES Exim Automático. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 11 Supplier credit Refinanciamento ao exportador por meio do desconto de títulos. Veja como funciona: • O exportador concede ao importador financiamento por meio de carta de crédito, letras de câmbio ou notas promissórias. Esses títulos deverão ser cedidos ou endossados pelo exportador ao BNDES. • O BNDES realiza o refinanciamento mediante o desconto dos instrumentos de pagamento, e desembolsa os recursos ao exportador, à vista, em reais, no Brasil. • O importador pagará ao BNDES no prazo definido. • O banco mandatário realiza as transferências de recursos e documentos relativos à operação. Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Supplier Credit 1. Após aprovada pelo BNDES a operação na modalidade Supplier Credit, o Exportador pode embarcar os produtos/executar os serviços para o Importador. 2. O Importador apresenta títulos ou cartas de crédito emitidos em favor do Exportador. 3. O Exportador realiza o endosso dos títulos ou a cessão das cartas de crédito em favor do BNDES. 4. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação comprobatória da exportação e o pedido de liberação de recursos. 5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa ordem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário. 6. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Exportador. 7. Após o término da carência de principal do financiamento, o Importador inicia a amortização das prestações, via Banco Mandatário, até a total liquidação financeira do contrato. 8. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os pagamentos ao BNDES, até a total liquidação do financiamento. Buyer credit Financiamento à exportação mediante celebração de contrato com o importador, com interveniência do exportador. Operações mais complexas e que envolvem diretamente o importador estrangeiro são em geral realizadas por meio desta modalidade. Veja como funciona: • O BNDES concede ao importador financiamento mediante a celebração de contrato de financiamento, firmado entre o BNDES e o importador, ou entre o BNDES e o devedor, com a interveniência do exportador. • O BNDES desembolsa os recursos ao exportador, em reais, no Brasil. • O importador ou o devedor pagará ao BNDES no prazo definido. • O banco mandatário realiza as transferências de recursos e documentos relativos à operação. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 12 Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Buyer Credit 1. O Exportador firma um contrato comercial com o Importador, para entrega futura de bens/serviços. 2. O Exportador encaminha ao BNDES a consulta prévia, com informações sobre a operação de exportação. O BNDES avalia, de acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e aprova a operação, que é formalizada por meio de um contrato de financiamento com o Importador/devedor, com interveniência do Exportador. 3. O Exportador embarca os produtos/executa os serviços ao Importador. 4. O Exportador envia documentos comprobatórios da exportação e quaisquer outros relacionados no contrato de financiamento para o Banco Mandatário. 5. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação e o pedido de liberação de recursos. 6. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa ordem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário. 7. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Exportador. 8. Após o término da carência de principal do financiamento, o Importador inicia a amortização das prestações, até a total liquidação financeira do contrato. BNDES Exim Automático Apoio à comercialização no exterior de bens de fabricação nacional mediante a abertura de linha de crédito a instituições financeiras no exterior. O importador terá acesso ao financiamento do BNDES para adquirir bens brasileiros, por meio de bancos no seu próprio país. O desembolso de recursos pelo BNDES ao exportador, por intermédio do banco mandatário, é realizado em reais, no Brasil. Por sua vez, o banco no exterior, responsável pelo risco da operação, efetua os pagamentos via banco mandatário ao BNDES. Fluxo Operacional – BNDES Exim Automático 1. O Exportador realiza uma negociação comercial com o Importador, para entrega futura de bens. 2. O Banco no exterior aprova o crédito do Importador. 3. O Exportador encaminha ao BNDES o pedido de financiamento, com informações sobre a operação de exportação. O BNDES avalia, de acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e homologa a operação. 4. O Exportador embarca os bens ao Importador envia documentos comprobatórios da exportação para o Banco Mandatário, que envia ao BNDES a documentação e o pedido de liberação de recursos. 5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa ordem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário. 6. Em seguida, o Banco Mandatário libera os recursos ao Exportador. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 13 7. Após o término da carência de principal do financiamento, o Banco no exterior inicia a amortização das prestações, até a total liquidação do financiamento”. Cartões de crédito Modalidade de crédito que beneficia o consumidor no momento da compra de um produto ou serviço, já que o vencimento da fatura (documento que detalhas as despesas) ocorrerá em data posterior, inclusive com situações de parcelamento. Por isso, não é necessário dispor de dinheiro no momento da aquisição. No entanto, o vendedor/prestador receber em poucos dias através da instituição financeira ou da administradora de cartões. Caso o valor não seja pago com atrasos ou em data diferente do vencimento, há incidência de juros conforme contrato. Títulos de capitalizaçãoTítulo de crédito, regulamentado pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) com prazo e regras estabelecidos em contrato. É conhecido popularmente como uma forma segura de guardar dinheiro e concorrer sorteio de prêmios. O capital é separado em três partes: 1ª. É acumulada com juros corrigidos ao longo do tempo. 2ª. Destinada para custear os sorteios. 3ª. Reservada para custear as despesas administrativas. Além de ser vendido em agências bancárias, pode ser encontrado em lotéricas, correios, etc. Suas principais características são: • Prazo de vigência – mínimo de 12 meses, organizadas em séries visíveis no próprio título, com emissão de ao menos, 10.000 unidades. • Forma de pagamento – mensal, periódico ou único. Muitas vezes, o título de capitalização pode ser confundido com uma espécie de poupança com premiação através de sorteios, porém, no final do contrato, o valor resgatado é menor que o valor inicial investido. Sua rentabilidade mínima oferecida deve ser a partir do valor da Taxa Referencial (TR), somada a 20% da taxa de juros mensal aplicada a caderneta de poupança. Não possui liquidez imediata e de acordo com o contrato, poderá ou não ser resgatada antes do vencimento. Sendo possível, o valor será menor do que o valor total pago até o momento. Planos de aposentadoria e pensão privados. Plano de previdência privada é um tipo de produto financeiro, uma forma de seguro em que o investidor acumula capital, remunerado conforme as aplicações escolhidas pelo administrador do plano. O fundo de previdência é o canal de investimento dos planos. A Previdência privada foi criada com o objetivo de complementar a previdência social, porém, também, como um seguro para os CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 14 trabalhadores que não contribuem para o INSS. Os principais planos são PGBL e VGBL, que se diferenciam pela tributação. No VGBL, a incidência do IR ocorre apenas sobre os rendimentos; no PGBL o IR incide sobre o valor resgatado ou no recebimento da renda. Conforme a SUSEP: “VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) são planos por sobrevivência (de seguro de pessoas e de previdência complementar aberta, respectivamente) que, após um período de acumulação de recursos (período de diferimento), proporcionam aos investidores (segurados e participantes) uma renda mensal - que poderá ser vitalícia ou por período determinado - ou um pagamento único. O primeiro (VGBL) é classificado como seguro de pessoa, enquanto o segundo (PGBL) é um plano de previdência complementar. No caso do PGBL, os participantes que utilizam o modelo completo de declaração de ajuste anual do I.R.P.F podem deduzir as contribuições do respectivo exercício, no limite máximo de 12% de sua renda bruta anual. Os prêmios/contribuições pagos a planos VGBL não podem ser deduzidos na declaração de ajuste anual do I.R.P.F e, portanto, este tipo de plano seria mais adequado aos consumidores que utilizam o modelo simplificado de declaração de ajuste anual do I.R.P.F ou aos que já ultrapassaram o limite de 12% da renda bruta anual para efeito de dedução dos prêmios e ainda desejam contratar um plano de acumulação para complementação de renda”. Planos de seguros Seguro é toda situação em que o segurador tem é obrigado a indenizar o segurado na ocorrência de um sinistro, em troca do prêmio de seguro. Os seguros são acionados por diversas ocasiões, por isso existem os planos de seguro. Os planos de seguros fazem parte do Sistema Nacional de Seguros Privados; instituído pelo Decreto Lei nº 73/1.966. Constituído pelo Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP; pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP; pelos resseguradores; por sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e por corretores habilitados. Um plano de seguro é um serviço oferecido por empresas privadas que disponibilizam atendimentos para situações de sinistro. Os planos são individualizados para atender cada cliente conforme suas necessidades. Para isso, é necessário formalizar o plano através de um contrato chamado apólice. A apólice é o contrato da cobertura com direitos e obrigações para as partes envolvidas. Nela devem constar todas as informações sobre o objeto do seguro, como dados do segurado e do bem CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Tito Alcimar Página 15 a ser coberto, período de contratação, localização do bem, riscos envolvidos, prêmio, tipos de sinistros, valor e condições gerais da indenização, franquia. Os planos de seguro são contratados como forma de prevenção, no entanto podem não se concretizar, caso não haja sinistros.
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