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AEE-PARA-DEFICIÊNCIA-AUDITIVA-E-SURDEZ (1)

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 COMO O OUVIDO É DIVIDIDO .................................................................. 4 
3 TIPOS DE SUDEZ ...................................................................................... 6 
3.1 Como o médico faz o diagnóstico? ..................................................... 8 
3.2 Como é o tratamento? .......................................................................... 8 
4 APARELHOS AUDITIVOS .......................................................................... 9 
4.1 Como se previne? .............................................................................. 10 
4.2 Como a surdez evolui? ....................................................................... 11 
5 DEFICIÊNCIA AUDITIVA ......................................................................... 12 
6 DESCOBRINDO A SURDEZ .................................................................... 15 
7 EDUCAÇÃO INFANTIL E A SURDEZ ..................................................... 23 
8 O ALUNO SURDO NO CONTEXTO ESCOLAR ....................................... 28 
8.1 O papel do professor e os métodos de ensino ................................... 31 
9 A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS) ........................................ 33 
10 LIBRAS NA ESCOLA ............................................................................ 39 
10.1 O trabalho pedagógico com os alunos ............................................ 39 
10.2 Impressões da família e da escola em relação a surdez ................ 40 
10.3 A Educação bilíngue e inclusão do aluno surdo .............................. 43 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 46 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Fonte: www.encrypted-tbn0.gstatic.com 
Nessa apostila vamos retratar sobre a deficiência auditiva, que é a perda parcial 
ou total da audição, causada por má-formação (causa genética), lesão na orelha ou 
nas estruturas que compõem o aparelho auditivo. 
A audição é o sentido que mais nos coloca dentro do mundo e a comunicação 
humana é um bem de valor inestimável. Costuma-se não perceber a importância da 
audição em nossas vidas a não ser quando começa a faltar a nós próprios. A surdez, 
por ser um defeito invisível, não recebe da sociedade a mesma atenção que é dada a 
portadores de outras deficiências. O deficiente auditivo tende a se separar de outras 
pessoas, trazendo para si as consequências do isolamento. A dificuldade maior ou 
menor que ele tem para ouvir e se comunicar depende do grau de surdez, que pode 
ser leve, moderada, severa e profunda. 
As perdas auditivas degrau leve os pacientes costumam dizer que ouvem bem, 
mas, às vezes, não entendem o que certas pessoas falam. Para haver uma boa 
comunicação temos que ouvir e entender. Não basta somente ouvir. Um teste de 
audição (audiometria) vai revelar se há, de fato, alguma deficiência auditiva. Nas 
perdas auditivas de grau moderado para severo, os sons podem ficar distorcidos, e 
 
4 
 
na conversação as palavras se tornam abafadas e mais difíceis para entender, 
principalmente quando as pessoas estão conversando em locais com ruído ambiental 
ou salas onde existe eco. O som da campainha e do telefone tornam-se difíceis de 
serem ouvidos; o deficiente auditivo pede a todo momento que falem mais alto ou que 
repitam as palavras. 
Nas perdas auditivas profundas existe apenas um resíduo de audição. O 
deficiente ouve apenas sons intensos ou percebe somente vibrações. Crianças com 
problemas de audição terão dificuldades no desenvolvimento da linguagem. Se a 
criança estiver ouvindo mal, o aprendizado na escola será mais difícil. 
2 COMO O OUVIDO É DIVIDIDO 
 
Fonte: www.abcdasaude.com.br 
- Ouvido externo: pavilhão auricular, conduto auditivo e tímpano. 
- Ouvido médio: os 3 ossinhos (martelo, bigorna, estribo), abertura da tuba 
auditiva. A função da tuba auditiva é manter o arejamento da cavidade do ouvido 
médio. 
- Ouvido interno ou labirinto, é formado pela cóclea (audição) e aparelho 
vestibular (equilíbrio). 
 
5 
 
O ouvido é dividido em três partes: externo, médio e interno. O ouvido externo 
é formado pelo pavilhão auricular e canal auditivo com a membrana timpânica no 
fundo do canal. No ouvido médio estão os três ossículos (martelo, bigorna, estribo) e 
a abertura da tuba auditiva. O ouvido interno também chamado de labirinto é formado 
pelo aparelho vestibular (equilíbrio) e cóclea (audição). O som chega ao cérebro 
através do nervo coclear. 
 
 
Fonte: www.segredosdomundo.r7.com 
A deficiência auditiva moderada é a incapacidade de ouvir sons com 
intensidade menor que 50 decibéis e costuma ser compensada com a ajuda de 
aparelhos e acompanhamento terapêutico. Em graus mais avançados, como na perda 
auditiva severa (quando a pessoa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibéis, 
em média) e profunda (quando não escuta sons emitidos com intensidade menor que 
91 decibéis), aparelhos e órteses ajudam parcialmente, mas o aprendizado de Libras 
e da leitura orofacial, sempre que possível, é recomendado. 
Perdas auditivas acima desses níveis são consideradas casos de surdez total. 
Quanto mais agudo o grau de deficiência auditiva, maior a dificuldade de aquisição da 
língua oral. É importante lembrar que a perda da audição deve ser diagnosticada por 
um médico especialista ou por um fonoaudiólogo. 
 
6 
 
Toda escola regular com alunos com deficiência auditiva tem o direito de 
receber um intérprete de Libras e material de apoio para as salas de Atendimento 
Educacional Especializado (AEE). No dia a dia, posturas simples do professor em sala 
facilitam o aprendizado do aluno surdo. 
 
 
Fonte: www.vivamelhoronline.com 
3 TIPOS DE SUDEZ 
- Condução 
- Percepção 
- Mista 
A perda auditiva pode ser de condução quando existe um bloqueio no 
mecanismo que conduz o som desde o canal auditivo até o estribo. 
Algumas causas importantes de surdez de condução: 
- Acúmulo de cera no canal do ouvido. 
- Perfuração no tímpano. 
- Infecção no ouvido médio. 
- Lesão ou fixação dos pequenos ossinhos (martelo, bigorna, estribo). 
 
7 
 
A surdez de percepção ou sensório-neural (lesão de células sensoriais e 
nervosas) é aquela provocada por problema no mecanismo de percepção do som 
desde o ouvido interno (cóclea) até o cérebro. Algumas causas importantes de surdez 
de percepção ou sensório neural: 
 Ruído intenso é causa frequente de surdez. Intensidades de som acima de 80 decibéis 
podem causar perdas auditivas induzidas pelo ruído (PAIR). As lesões no ouvido 
interno podem ocorrer após uma exposição simples ao ruído ou após exposições 
prolongadas de meses ou anos. Exemplos de ruídos mais comuns causadores de 
surdez: máquinas industriais, armas de fogo, motocicletas, máquinas de cortar grama, 
música em volume alto, estouro de foguetes. 
 Infecções bacterianas e virais, especialmente rubéola, caxumba e meningite. 
 Certos medicamentos como alguns antibióticos, ácido acetilsalicílico e outros. 
 Idade. A perda auditiva gradual devido ao fator idade, denominada presbiacusia, é 
uma ocorrência quase habitual nos idosos. A deficiência auditiva abrange cerca de 30 
por cento nas pessoas acima de 65 anos e 50 por cento acima de 75. A presbiacusia 
é a causa mais comum de surdez e provavelmente resulta de uma combinação de 
vulnerabilidade genética, doenças e/ou distúrbios metabólicos (diabete, por exemplo) 
e exposição a ruídos. É um processo degenerativo de células sensoriais do ouvido 
interno e fibras nervosasque conectam com o cérebro. 
 Surdez congênita. Quando uma criança nasce surda a causa pode ser hereditária 
(genética) ou embrionária (intrauterina). Entre as causas intrauterinas mais frequentes 
estão a rubéola, sífilis, toxoplasmose, herpes, alguns tipos de vírus e certos 
medicamentos usados na gestante. 
 Variação de pressão no líquido do ouvido interno pode ocasionar perda gradativa da 
audição; esta alteração é chamada doença de Menière e vem acompanhada, em sua 
forma clássica, de vertigem e zumbido. 
 Tumores benignos e malignos que atingem o ouvido interno ou a área entre o ouvido 
interno e o cérebro podem causar surdez, como por exemplo, o neurinoma, 
colesteatoma, glómus, carcinoma. 
A surdez é mista quando ambos mecanismos (condução e percepção) estão 
alterados. 
 
8 
 
 
Fonte: www.doutissima.com.br 
3.1 Como o médico faz o diagnóstico? 1 
O tipo de surdez e o diagnóstico é feito através da história do paciente, exame 
do ouvido e testes com instrumental especializado. O exame complementar mais 
importante e indispensável é a audiometria. 
Muitas vezes a surdez vem acompanhada de tontura e zumbido. Nestes casos, 
investiga-se também o labirinto (a parte do equilíbrio) e o sistema nervoso relacionado 
com as queixas. 
O exame por imagem como a ressonância magnética (RM) pode ser necessário 
quando há suspeita de tumor. 
3.2 Como é o tratamento? 
O tratamento da surdez depende da causa. Alguns exemplos de surdez e 
respectivos tratamentos: 
Se a perda auditiva for devido a um acúmulo de cera no canal do ouvido, o 
médico simplesmente fará a remoção com o instrumental do consultório. 
 
 
 
9 
 
Nas perfurações timpânicas e nas lesões ou fixação dos ossículos (martelo, 
bigorna, estribo), o tratamento é cirúrgico. 
Nos casos de secreção acumulada atrás do tímpano (otite secretora) por mais 
de 90 dias, a cirurgia também está indicada. 
Na doença de Menière (surdez, tontura, zumbido), o tratamento é clínico e, às 
vezes, cirúrgico. 
Em casos de tumores, o tratamento indicado pode ser essencialmente 
cirúrgico, radioterápico ou radio cirúrgico. 
4 APARELHOS AUDITIVOS 
 
Fonte: www.audioclean.com.br 
A grande maioria dos pacientes com surdez se beneficia com o uso dos 
aparelhos auditivos convencionais, cuja função é amplificar os sons. Para outros que 
não podem usar os aparelhos auditivos convencionais, ou que se beneficiam pouco 
com eles, estão indicados os aparelhos eletrônicos cirurgicamente implantáveis. 
Para pacientes com surdez severa-profunda, que não se beneficiam com 
nenhum desses aparelhos, está indicado o implante coclear. Os implantes cocleares 
são sistemas eletrônicos implantados cirurgicamente, que têm a função de transmitir 
estímulos elétricos ao cérebro através do nervo auditivo. No cérebro, esses estímulos 
elétricos são interpretados como sons. 
 
10 
 
 
Fonte: www.evaldolima.com.br 
4.1 Como se previne? 
Na metade do último século, houve um grande avanço na otologia e na 
prevenção da surdez. Infelizmente, este avanço não é universal. Pelo menos, um terço 
da população mundial não é beneficiada por causa da extrema pobreza em que vive. 
A prevenção nas pessoas expostas a ruídos intensos, em geral os 
trabalhadores da indústria pesada, se faz atuando-se sobre a fonte emissora, ou 
protegendo-se cada trabalhador com o uso de protetores-abafadores colocados nos 
ouvidos. 
A prevenção da surdez hereditária é feita através do aconselhamento genético 
aos pais. Cuidados médicos no período pré-natal previnem surdez na criança que vai 
nascer. Doenças como a rubéola, sífilis e toxoplasmose na gestante são exemplos de 
doenças que podem causar surdez e outras anomalias. Toda mulher, especialmente 
dos 15 aos 35 anos, deve vacinar-se contra a rubéola. A vacinação é simples e 
altamente eficaz. Cuidado deve haver também com remédios tóxico são ouvido da 
criança e que são administrados na gestante. 
Após o nascimento, a audição da criança pode ficar comprometida por certas 
doenças infecciosas como meningite, caxumba ou sarampo, contra as quais existe 
 
11 
 
vacinação eficaz. Cuidado novamente com alguns remédios, especialmente 
certos antibióticos que podem lesar o ouvido da criança. Com os progressos da 
ciência e tecnologia o diagnóstico de surdez numa criança pode ser feito desde o 
nascimento. Se há suspeita, a consulta médica deve ser imediata. O tratamento da 
criança surda deve ser iniciado cedo, já nos primeiros meses. Quanto antes for 
iniciado o trabalho de habilitação na criança surda, melhor será o aproveitamento na 
aquisição da linguagem. 
 
Fonte: www.aban.org.br 
4.2 Como a surdez evolui? 
A evolução da surdez depende do tipo (condução ou percepção) e da causa. 
Casos existem em que a audição é totalmente recuperada com medicamentos, 
cirurgias ou aparelhos auditivos. Exemplos: otites, perfurações do tímpano, fixação 
dos ossículos. Se houver uma perda auditiva devido à exposição a ruídos acima do 
limite tolerável (80 decibéis), a audição pode retornar ao normal em 24 horas. 
Entretanto, se essa exposição for repetitiva, a lesão causada no ouvido interno poderá 
ser definitiva e a surdez, irreversível. Nas crianças com otite média e perdas auditivas, 
a audição tende a normalizar com tratamento adequado. Na presbiacusia (surdez do 
 
12 
 
idoso) e na perda auditiva por certos medicamentos de uso contínuo, a surdez tende 
a aumentar gradativamente. 
 
Fonte: www.iped.com.br 
5 DEFICIÊNCIA AUDITIVA 2 
Estudar a educação escolar das pessoas com surdez nos reporta não só a 
questões referentes aos seus limites e possibilidades, como também aos preconceitos 
existentes nas atitudes da sociedade para com elas. As pessoas com surdez 
enfrentam inúmeros entraves para participar da educação escolar, decorrentes da 
perda da audição e da forma como se estruturam as propostas educacionais das 
escolas. 
Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados pela falta de estímulos 
adequados ao seu potencial cognitivo, sócio afetivo, linguístico e político-cultural e ter 
perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem. 
Estudos realizados na última década do século XX e início do século XXI, por 
diversos autores e pesquisadores oferecem contribuições à educação de alunos com 
surdez na escola comum ressaltando a valorização das diferenças no convívio social 
e o reconhecimento do potencial de cada ser humano. Poker (2001) afirma que as 
 
2 Texto extraído do site www.bento.ifrs.edu.br. Acesso em 05/04/2016. 
 
13 
 
trocas simbólicas provocam a capacidade representativa desses alunos, favorecendo 
o desenvolvimento do pensamento e do conhecimento, em ambientes heterogêneos 
de aprendizagem. 
 
 
Fonte: www.evaldolima.com.br 
No entanto, existem posições contrárias à inclusão de alunos com surdez nas 
turmas comuns, em decorrência da compreensão das formas de representação da 
surdez como incapacidade ou das propostas pedagógicas desenvolvidas 
tradicionalmente para atendê-las que não consideram a diversidade linguística. 
Conforme Skliar (1999) alegam que o modelo excludente da Educação Especial está 
sendo substituído por outro, em nome da inclusão que não respeita a identidade surda, 
sua cultura, sua comunidade. 
Estas questões geram polêmica entre muitos estudiosos, profissionais, 
familiares e entre as próprias pessoas com surdez. Àqueles que defendem a cultura, 
a identidade e a comunidade surda apoiam-se no discurso das diferenças, alegando 
que elas precisam ser compreendidas nas suas especificidades, porém, pode-se cair 
na cilada da diferença,como refere Pierucci (1999), que em nome da diferença, pode-
se também segregar. 
 
14 
 
A inclusão do aluno com surdez deve acontecer desde a educação infantil até 
a educação superior, garantindo-lhe, desde cedo, utilizar os recursos de que necessita 
para superar as barreiras no processo educacional e usufruir seus direitos escolares, 
exercendo sua cidadania, de acordo com os princípios constitucionais do nosso país. 
Todas as pessoas, portadoras ou não de necessidades especiais, têm o direito 
de acesso a saúde, lazer, trabalho, educação e demais recursos que são necessários 
ao pleno desenvolvimento do ser humano. No entanto, ao longo da história, as 
pessoas com necessidades especiais foram julgadas incapazes de realizarem 
atividades consideradas normais ao ser humano “normal”. Essas pessoas foram então 
excluídas da sociedade e seus direitos, principalmente os de acesso ao trabalho e 
educação, foram desrespeitados. 
Vamos realizar um aprofundamento teórico sobre o desenvolvimento histórico 
das diferentes abordagens educacionais de pessoas surdas e da inclusão de surdos 
no contexto escolar. Podemos perceber que o sistema de ensino regular não está 
preparado para receber e lidar com os alunos com necessidades especiais auditivas. 
As escolas são carentes de recursos básicos necessários ao processo de inclusão e 
os professores não estão preparados para recebê-los. Como consequência, não 
desenvolvem práticas e estratégias pedagógicas que atendam às necessidades 
educacionais desses alunos. 
 
 
Fonte: www.stncaption.com.br 
 
15 
 
O interesse pela educação das pessoas surdas surgiu pela percepção da 
necessidade de aprofundar conhecimentos e construir novos saberes sobre a inclusão 
na rede regular de ensino e em especial no ensino técnico e tecnológico. 
A inclusão dessas pessoas se apresenta como um fato novo para a maioria dos 
professores e profissionais ligados a educação, surgindo como um grande desafio 
para todos, pois, uma escola inclusiva deve oferecer, ao aluno surdo possibilidades 
reais de aprendizagem, caso contrário estará realizando uma inclusão precária. 
É necessário conhecermos os processos de inclusão de alunos surdos na 
perspectiva de ambiente de aprendizagem em contexto de uma sala onde os sujeitos 
(professores e alunos) envolvidos são na sua maioria ouvintes. 
6 DESCOBRINDO A SURDEZ 
O surdo usuário de língua de sinais ainda é um desconhecido para a grande 
maioria dos professores. Sabe-se muito pouco sobre a surdez, a educação de surdos 
e como eles se comunicam, quer seja, através de comunicação gestual ou oral. Com 
intenção de esclarecer algumas questões referentes à surdez, apresenta-se, a seguir, 
um breve histórico da educação dos surdos. Abordando de maneira geral, as formas 
de comunicação oralista, gestualista, total e bilinguismo. 
Segundo Lacerda (1998), durante a Antiguidade e por quase toda a Idade 
Média, pensava-se que os surdos não fossem educáveis. No início do século XVI que 
se começou a admitir que os surdos pudessem aprender através de determinados 
procedimentos pedagógicos. 
 
16 
 
 
Fonte: www.deficienciaauditiva.com.br 
Tal constatação encontra-se nos relatos de diversos pedagogos que se 
dispuseram a trabalhar com surdos. Para Lacerda (1998), o propósito da educação 
dos surdos era, então, fazer com que pudessem desenvolver o pensamento, adquirir 
conhecimento e se comunicar com o mundo ouvinte. Para tal, procurava-se ensiná-
los a falar e a compreender a língua falada, mas a fala era considerada uma estratégia, 
em meio a outras, de se alcançar tais objetivos. Nas tentativas iniciais de educar o 
surdo, além da atenção dada à fala, a língua escrita também desempenhava papel 
fundamental. Os alfabetos digitais eram amplamente utilizados. Eles eram inventados 
pelos próprios professores, porque se argumentava que se o surdo não podia ouvir a 
língua falada, então ele podia lê-la com os olhos. Falava-se da capacidade do surdo 
em correlacionar as palavras escritas com os conceitos diretamente, sem necessitar 
da fala. Muitos professores de surdos iniciavam o ensinamento de seus alunos através 
da leitura-escrita e, partindo daí, instrumentalizavam-se diferentes técnicas para 
desenvolver outras habilidades, tais como leitura labial e articulação das palavras. 
Para Lacerda (1998), a partir desse período podem ser distinguidas, nas 
propostas educacionais vigentes, iniciativas antecedentes do que hoje chamamos de 
“oralismo” e outros antecedentes do que chamamos de “gestualismo”. 
 
17 
 
 
Fonte: www.educacao.estadao.com.br 
Segundo Sá (2002, p.63) no Brasil e no mundo ainda tem grande força a 
abordagem educacional oralista. Oralismo é o nome dado àquelas abordagens que 
enfatizam a fala e a amplificação da audição e que rejeitam, de maneira explícita e 
rígida, qualquer uso da língua de sinais. 
O oralismo perdurou como a filosofia educacional para ensino de surdos por 
mais de um século e que apregoa que o surdo deve adquirir a língua oral, devendo 
ser terminantemente proibido o uso de sinais no processo, essa postura foi fortemente 
criticada por pesquisadores e estudiosos da época, para esses autores, a língua oral 
não pode ser adquirida por este tipo de aprendiz pelo processo de aquisição de língua 
materna, pois, devido à ausência de audição, pode-se considerar que ele não foi 
exposto a uma primeira língua. Esse aprendiz, além de ficar privado, nessas 
condições, de adquirir a língua materna, também não tem acesso aos processos de 
desenvolvimento da linguagem de forma natural (FELIX, 2008, p.17). 
Segundo Lacerda (1998), inicialmente no campo da pedagogia do surdo, existia 
um acordo unânime sobre a conveniência de que esse sujeito aprendesse a língua 
que falavam os ouvintes da sociedade na qual viviam; porém, no bojo dessa 
unanimidade, já no começo do século XVIII, foi aberta uma brecha que se alargaria 
com o passar do tempo e que separaria irreconciliavelmente oralistas de gestualistas. 
 
18 
 
 
Fonte: www.interpretesdelibras.blogspot.com.br 
Nesse contexto, os oralistas exigiam que os surdos se reabilitassem, que 
superassem sua surdez, que falassem e, de certo modo, que se comportassem como 
se não fossem surdos. Os proponentes menos tolerantes pretendiam reprimir tudo o 
que fizesse recordar que os surdos não poderiam falar como os ouvintes. Impuseram 
a oralização para que os surdos fossem aceitos socialmente e, nesse processo, 
deixava-se a imensa maioria dos surdos de fora de toda a possibilidade educativa, de 
toda a possibilidade de desenvolvimento pessoal e de integração na sociedade, 
obrigando-os a se organizar de forma quase clandestina. Para Lacerda (1998), os 
gestualistas eram mais tolerantes diante das dificuldades do surdo com a língua falada 
e foram capazes de ver que os surdos desenvolviam uma linguagem que, ainda que 
diferente da oral, era eficaz para a comunicação e lhes abria as portas para o 
conhecimento da cultura, incluindo aquele dirigido para a língua oral. Com base 
nessas posições, já abertamente encontradas no final do século XVIII, configuram-se 
duas orientações divergentes na educação de surdos, que se mantiveram em 
oposição até a atualidade, apesar das mudanças havidas no desdobramento de 
propostas educacionais. 
 
19 
 
 
Fonte: www.mktexplora.blogspot.com.br 
Surge então na França a língua de sinais, inicialmente representada como 
abordagem gestualista - o "método francês" de educação de surdos. O abade Charles 
M. De L'Epée foi o primeiro a estudar uma língua de sinais usada por surdos, com 
atenção para suas características linguísticas. O abade, a partir da observação de 
grupos de surdos, verificaque estes desenvolviam um tipo de comunicação apoiada 
no canal viso-gestual, que era muito satisfatória3. 
Segundo Skliar (2006, p.92), as crianças surdas, pelo seu déficit auditivo, não 
podem ser expostas dentro da língua oral; existe, de fato, um obstáculo fisiológico 
para que isso ocorra. Para eles a língua oral não é a primeira língua, embora seja a 
primeira, e inclusive a única, que lhes é oferecida. 
Segundo Silva (2000, p.35), as primeiras pesquisas sobre Língua Americana 
de Sinais, somadas à insatisfação com os resultados obtidos no oralismo, deram 
origem a novas propostas pedagógicas. Nos anos 70, a tendência que predominou foi 
a filosofia da Comunicação Total, que defendia o direito da criança surda de ser 
exposta a todas as pistas e fazer uso das que melhor se adequassem às suas 
habilidades comunicativas e as do interlocutor. 
 
 
 
 
20 
 
 
Fonte: www.consolidardiversidade.com.br 
Segundo Favorito (apud FELIX, 2006, p.18), a “Comunicação Total” era uma 
abordagem educacional, idealizada nos Estados Unidos, que apregoava a utilização 
de todos os tipos possíveis de estratégias no processo de ensino-aprendizagem dos 
indivíduos surdos: sinais – inclusive alguns criados para marcar aspectos gramaticais 
da língua oral – desenhos, dramatizações, treino auditivo, escrita, expressão corporal. 
Porém, essa forma de comunicação, enfatiza a autora, também não logrou êxito. 
Para Lacerda (1998), o objetivo da comunicação total, é fornecer à criança a 
possibilidade de desenvolver uma comunicação real com seus familiares, professores 
e coetâneos, para que possa construir seu mundo interno. A oralização não é o 
objetivo em si da comunicação total, mas uma das áreas trabalhadas para possibilitar 
a integração social do indivíduo surdo. A comunicação total pode utilizar tanto sinais 
retirados da língua de sinais usada pela comunidade surda quanto sinais gramaticais 
modificados e marcadores para elementos presentes na língua falada, mas não na 
língua de sinais. Dessa forma, tudo o que é falado pode ser acompanhado por 
elementos visuais que o representam, o que facilitaria a aquisição da língua oral e 
posteriormente da leitura e da escrita. 
 
21 
 
 
Fonte: www.ensino.digital.com 
No Brasil, a comunicação total ainda é uma concepção predominante na 
educação de surdos. Embora o acesso aos sinais tenha favorecido de maneira efetiva 
o contato entre surdos e ouvintes tornando menos sofrida a conversação entre eles, 
a comunicação total não resolveu a questão da língua, já que os alunos surdos 
continuaram a ser expostos ao português ainda que usados com sinais. As propostas 
educacionais sob esta orientação não defendem um espaço efetivo para a língua de 
sinais no trabalho educacional. Estão sim baseados na utilização de vários recursos 
semióticos para efetivar a comunicação, sem uma preocupação real com a falta de 
uma língua partilhada efetivamente (SILVA, 2000, p.36). 
Segundo Felix (2006, p.18), na década de 90, dois outros modelos de educação 
para as pessoas surdas começaram a emergir no Brasil: o modelo de Educação 
Bilíngue e o modelo da Escola inclusiva. 
O modelo de educação bilíngue contrapõe-se ao modelo oralista porque 
considera o canal viso-gestual de fundamental importância para a aquisição de 
linguagem da pessoa surda. E contrapõe-se à comunicação total porque defende um 
espaço efetivo para a língua de sinais no trabalho educacional; para que cada uma 
das línguas apresentadas ao surdo mantenha suas características próprias e que não 
se "misture" uma com a outra. Segundo Lacerda (1998), o objetivo da educação 
bilíngue é que a criança surda possa ter um desenvolvimento cognitivo-linguístico 
 
22 
 
equivalente ao verificado na criança ouvinte, e que possa desenvolver uma relação 
harmoniosa também com ouvintes, tendo acesso às duas línguas: a língua de sinais 
e a língua majoritária. 
Segundo Sá (2002, p.68) uma educação bilíngue é muito mais que o domínio 
ou uso, em algum nível, de duas línguas. É necessário ver a educação de surdos 
sendo caracterizada tanto como uma educação bilíngue como também enquanto uma 
educação multicultural. A autora continua dizendo que uma educação bilíngue que 
não seja embasada em uma perspectiva multicultural corre o risco de valorizar a 
questão linguística e esquecer todo os demais aspectos inter-relacionados. 
Para Lacerda (1998), as três principais abordagens de educação de surdos 
(oralista, comunicação total e bilinguismo) coexistem, com adeptos de todas elas nos 
diferentes países. Cada qual com seus prós e contras, essas abordagens abrem 
espaço para reflexões na busca de um caminho educacional que de fato favoreça o 
desenvolvimento pleno dos sujeitos surdos, contribuindo para que sejam cidadãos em 
nossa sociedade. 
 
Fonte: www.surdosol.com.br 
 
23 
 
7 EDUCAÇÃO INFANTIL E A SURDEZ 4 
A Educação Infantil tem como objetivo auxiliar o desenvolvimento da criança 
em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, comprometendo a ação da 
família e da comunidade e cumprindo duas funções indispensáveis, como cuidar e 
educar, ressaltando ainda a questão da socialização, pois desde o nascimento a 
criança seja ela com necessidade especial ou não faz parte de um grupo social e suas 
necessidades básicas estão ligadas a outras pessoas. 
De acordo com Barbosa (2007); 
 O grupo social onde a criança nasce [...] além de satisfazer suas 
necessidades transmite-lhe a cultura cumulada ao longo de todo o curso do 
desenvolvimento da espécie. Essa transmissão cultural envolve valores, 
normas, costumes, atribuições de papeis, ensino da linguagem, habilidades 
e conteúdos escolares, bem como tudo aquilo que cada grupo social foi 
acumulando ao longo da história e que é realizado através de determinados 
agentes sociais, que são encarregados de satisfazer as necessidades da 
criança e incorporá-la ao grupo social. (BARBOSA,2007, p.02). 
A criança passa por diversas etapas e diferentes formas de pensar e de agir 
que caracterizam suas relações com o mundo físico e social. Por meio das relações 
com o outro, a personalidade é construída gradativamente. Portanto, a Educação 
Infantil exerce grande e definitiva influência na formação pessoal e social da criança 
sob uma perspectiva de educação para a cidadania, que se reflete na qualidade da 
formação do ser humano que interage ativamente com o meio em que vive. 
Oliveira (2000) afirma que: 
É certo que, desde que vem ao mundo, o bebê interage de diferentes 
maneiras no ambiente físico e social que o cerca. Entretanto, seu ingresso 
em uma instituição de caráter educativo fará experimentar, forçosamente e 
de forma sistemática, situações de interação distintas das que vivem com sua 
família. Ao separar-se de sua mãe/pai, para interagir com outras crianças e 
compartilhar espaço e brinquedos com outras crianças, vai conviver com 
ritmos nem sempre compatíveis com o seu e participar de um universo de 
objetos, ações e relações cujo significado lhe é desconhecido. (OLIVIERA, 
2000, p. 26). 
 
4 Texto extraído do site www.repositorio.roca.utfpr.edu.br. Acesso em 05/04/2016. 
 
24 
 
Mediante a observação do convívio das crianças umas com as outras no âmbito 
escolar, percebe-se que o desenvolvimento das mesmas não se processa de forma 
linear. Os avanços acontecem gradativamente e são vivenciados de forma singular 
em todas as fases desse processo, diante de todas as diversidades que estão a volta 
e de suas interações, desse modo os conflitos e negociações de sentimentos e ideias 
serão vivenciados. Neste convívio, também a relação com os adultos será importantepara que elas possam construir pouco a pouco sua identidade. E isso não é diferente 
com a criança surda. 
 
 
Fonte: www.acessibilidadenapratica.com.br 
Se a educação é tão importante para qualquer criança, para a criança surda 
ela é essencial, pois esta não poderá ser privada de estimulação em seus primeiros 
anos de vida, pois isso comprometerá seu ritmo. Seu desenvolvimento dentro de uma 
escola resultará em um maior crescimento nas áreas psicomotora, socioafetiva, 
cognitiva e, principalmente, da linguagem. Porém, para que esta estimulação 
realmente ocorra, a criança deve ser entendida como alguém que faz parte do 24 
grupo. Além disso, devem estar presentes em um lugar repleto de atividades e de 
recursos humanos e ambientais incentivadores destinados a proporcionar-lhe, nos 
seus primeiros anos de vida, experiências significativas para que possa alcançar um 
pleno desenvolvimento no seu processo evolutivo. 
 
25 
 
Mesmo assim, a Educação Infantil vem enfrentando ainda um grande desafio: 
a inclusão das crianças com deficiência, pois muitas pessoas ainda consideram a 
Educação Infantil como um mero lugar onde a criança deva ficar enquanto os pais 
trabalham. 
 
Fonte: www.apilsemg.blogspot.com.br 
Então não seria diferente para todos aqueles que não compreendem o 
verdadeiro sentido da inclusão. Assim, o maior desafio do educador é a construção 
do conhecimento da criança a partir de suas possibilidades, mesmo sendo estas 
consideradas diferentes. 
Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e 
estarem no mundo é o grande desafio da Educação Infantil e de seus profissionais. 
Embora os conhecimentos derivados da psicologia, antropologia, sociologia, 
medicina, etc, possam ser de grande valia para desvelar o universo infantil apontando 
algumas características comuns das crianças, elas permanecem única em suas 
individualidades e diferenças. (BRASIL,1998, p.22). 
Sabe-se que o Projeto Político-Pedagógico de cada instituição deve visar à 
diversidade, devendo pensar a aprendizagem não apenas na dimensão individual, 
mas de forma coletiva. Diante das interações entre as pessoas no espaço escolar, 
familiar e na comunidade, a inclusão poderá ser efetiva e concreta. 
 
26 
 
 
Fonte: www.educaofsicaadaptadaeeducaoespecial.blogspot.com.br 
Para uma efetiva inclusão da criança surda, além de um Projeto Político 
Pedagógico que contemple o atendimento às crianças com necessidades especiais, 
é indispensável à valorização do desenvolvimento integral. Isto porque o 
conhecimento é construído pelo indivíduo e o aprendizado é um processo com tempo 
e ritmo diversificado, determinado pela qualidade de interação, pelo nível de 
participação e pelas oportunidades de vivenciar experiências, construir e elaborar 
significados e compartilhar conhecimentos em grupo. Sendo assim, fica claro a 
importância do contato humano adequado, das brincadeiras, da imitação, do diálogo, 
da exploração de objetos e espaços, estimulando e enriquecendo o desenvolvimento 
global da criança. 
O ideal é que a criança surda frequente a escola infantil desde cedo e conte 
com a presença de um professor que compreenda suas necessidades e desejos e 25 
que, de preferência, tenha conhecimento da língua de sinais para poder auxiliá-la no 
desenvolvimento de sua comunicação com todos que a cercam. 
A inclusão de uma criança com surdez em uma escola comum objetiva sua 
socialização e aprendizado, para isso sendo necessário que seja reconhecida e aceita 
como membro do grupo por todos que fazem parte da comunidade escolar. 
 
27 
 
 
Fonte: cariocaped.blogspot.com.br 
De acordo com ROSA (2004): 
O trabalho pedagógico em uma Escola Inclusiva deve partir de uma avaliação 
que indique o caminho já percorrido por nossos alunos, apesar dos 
comprometimentos que apresentam, para que as propostas a serem 
elaboradas sirvam de horizonte a ser atingido, indicando, ainda, as metas 
seguintes. (ROSA, 2004, p. 157). 
O papel do professor em relação à criança surda é o mesmo que em relação 
às outras crianças, destacando-se a função de mediador da comunicação, para que 
ela interaja no grupo naturalmente. O professor não deve dar tratamento diferenciado 
a uma criança só porque é surda. Como as demais crianças, ela deve respeitar e 
aceitar as normas estabelecidas pela escola, e essas deve ser bem definidas. 
Apesar das limitações na área da comunicação oral, a criança surda apresenta 
condições de se desenvolver como todas as crianças de sua idade, ou seja, de saber 
cuidar de sua higiene pessoal e de seu material, de cooperar, de ajudar os colegas e 
de ter autonomia. Atitudes de super proteção e tratamento diferenciado somente 
prejudicarão o seu processo de crescimento pessoal e cognitivo. 
Quando a criança surda encontra-se no contexto da Educação Infantil, 
facilmente é envolvida nas relações de amizades com os demais alunos. A 
comunicação entre os colegas poderá ser fácil e espontânea, pois o próprio aluno 
 
28 
 
surdo em contato com essas crianças ensinará a língua de sinais. Isso mostra o 
quanto é fundamental a observação do professor, pois é a partir dessas observações 
que ele identificará a dificuldade da turma, já que o maior desafio é em relação à 
comunicação com essa criança. 
A interação social é muito importante, e a colaboração dos familiares com os 
educadores ajudará, e muito, o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno surdo, 
pois a escola procurará subsídios para melhor auxiliá-lo, devendo a família 
compreender que, na união do trabalho entre família e escola, será amplamente 26 
beneficiada em seu desenvolvimento global. A partir do momento em que esta 
parceria se formar, a linguagem da criança surda se ampliará por meio do uso da 
língua de sinais e da língua oral, sendo acompanhada com atividades lúdicas, 
expressivas, bem contextualizadas e muito estímulo visual, respeitando a identidade, 
a cultura, a diferença e o direito do ser surdo. 
8 O ALUNO SURDO NO CONTEXTO ESCOLAR 
No Brasil, historicamente, as pessoas surdas têm sido excluídas do espaço 
escolar onde tem se efetivado a aquisição da linguagem oral e escrita daqueles que 
frequentam as classes regulares. “Por muitos e muitos anos os surdos foram 
atendidos em sua escolarização em instituições filantrópicas: institutos, associações, 
etc”. (ARAÚJO & FONTE, 2009). 
Ser contrário à inclusão escolar de alunos com surdez é defender guetos 
normalizadores que, em nome das diferenças existentes entre pessoas com surdez e 
ouvintes, sectarizam, homogeneízam a educação escolar. As pessoas com surdez 
e/ou alguns profissionais que atuam na sua educação, em alguns momentos, usam o 
discurso multicultural, defendem as identidades não fixadas, o pluralismo cultural, 
mas, enfatizam as relações de poder de um grupo majoritário de ouvintes sobre o 
grupo minoritário de pessoas com surdez. A escolaridade guetificada tem sido 
defendida, pautada em cultura, língua e comunidade próprias para as pessoas com 
surdez e que essa posição se baseia em teorias que estão camuflando a visão 
segregacionista em nome das diferenças (DAMÁZIO, 2005, p.12). 
 
29 
 
 
Fonte: www.pessoascomdeficiencia.com.br 
Sabemos que é um grande desafio transformar a escola comum existente, 
porém, esta é a escola para todos e de todos. Temos, pois, que transformar suas 
práticas educativas, vencendo os desafios. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB, nº 9394/1996) 
estabelece que os sistemas de ensino deverão assegurar, principalmente, professores 
especializados ou devidamente capacitados, que possam atuar com qualquer pessoa 
especial na sala de aula. 
Portanto, o aluno surdo temo direito de ser atendido pelo sistema regular de 
ensino. No entanto, este pode ser um processo lento, pois, a grande maioria dos 
professores da rede regular de ensino não está preparada para atender alunos com 
necessidades especiais. 
Segundo Schwartzman (apud SILVA, 2000, p.39), os professores do ensino 
regular não têm sido preparados para a tarefa de lidar com crianças com necessidades 
educativas especiais e sem este preparo, por melhor que seja o método utilizado, as 
chances de sucesso são muito limitadas. 
Em muitas “escolas inclusivas” da rede regular de ensino, a atual inclusão dos 
alunos surdos se faz por intermédio de um intérprete. “Este tem por função traduzir, 
para a língua de sinais, o que professor está falando. Neste sentido, o professor 
 
30 
 
continua explicando o conteúdo para os alunos ouvintes e espera que o intérprete faça 
o seu trabalho para que os alunos surdos sejam incluídos”. 
Para o aluno surdo, é fundamental a presença de um intérprete de libras para 
mediar a comunicação em sala de aula. No entanto, não é possível incluir o aluno 
surdo em uma sala de aula regular apenas com a presença do intérprete. Para que o 
processo de inclusão seja consolidado, deve-se criar um ambiente favorável, no qual, 
o aluno surdo possa desenvolver suas potencialidades. Neste sentido, é preciso que 
o sistema de educação disponibilize para as escolas, os recursos necessários a este 
processo. No entanto, muitas escolas que recebem estes alunos não disponibilizam 
destes recursos. Sendo assim, o aluno surdo é integrado nesta escola, porém, não é 
incluído. 
Segundo Silva (2003, p.32), a integração escolar tem como objetivo inserir o 
aluno com deficiência na escola regular, porém, essa escola permanece organizada 
da mesma forma e é o aluno que foi inserido que deverá adaptar-se a ela. No entanto 
no sistema de ensino inclusivo é a escola que se reorganiza para atender a 
especificidade de cada aluno. Sendo assim, o foco da integração é o aluno com 
deficiência e o foco da inclusão é o sistema de ensino que tem que oferecer um ensino 
de qualidade a todos. 
Segundo Spenassato (2009) a maioria das escolas não apresenta um quadro 
de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, dentre esses, os 
surdos. Ainda há carência de salas apropriadas, de materiais, de recursos visuais, de 
metodologias e, principalmente, de professores especializados ou intérpretes, entre 
outros. 
Segundo Mühl (apud SPENASSATO, 2009), a educação inclusiva consiste em 
um sistema de ensino de qualidade que atenda a todos, exigindo um novo 
posicionamento das escolas quanto à reestruturação, o aperfeiçoamento dos 
professores, de suas práticas pedagógicas, da reformulação das políticas 
educacionais e implementação de projetos educacionais inclusivos. 
Para que o aluno surdo construa o seu conhecimento em uma sala de aula 
inclusiva, ele deve ser estimulado a pensar e raciocinar, assim como os alunos 
ouvintes. Portanto, o professor deve desenvolver estratégias pedagógicas que 
 
31 
 
despertem o interesse do aluno surdo. No entanto, em muitas escolas, o ensino é 
transmitido pelos professores numa perspectiva tradicional, sem levar em 
consideração as necessidades especiais do aluno surdo. Sendo assim, este aluno não 
desenvolve uma aprendizagem significativa. 
Segundo Spenassato (2009), em cada classe haverá uma diversidade de 
cultura e conhecimentos. Portanto, caberá ao professor usufruir de estratégias como: 
desenvolver novas metodologias de ensino; utilizar recursos diferenciados e 
processos de avaliação adequados, como forma de tentar minimizar a desigualdade 
e trabalhar a diversidade. 
8.1 O papel do professor e os métodos de ensino 
Quando se fala em inclusão de alunos surdos no contexto regular de ensino, 
percebe-se um grande desafio, devido a diferença linguística que lhes é peculiar. O 
acesso ao conteúdo, de forma igualitária em relação aos demais alunos não parece 
acontecer de forma simples, afinal dentro do contexto regular a forma habitual de 
comunicação é a língua oral, logo, o aluno com necessidade especial auditiva 
encontra maior dificuldade, sendo assim para o melhor atendimento escola poderá 
contar com serviços de apoio pedagógico especializado, seja sob a forma de salas de 
recursos, seja de professores intérpretes ou de apoio fixo nas turmas que mantiverem 
alunos surdos, entre outras, conforme preveem as Diretrizes Nacionais para a 
Educação Especial (Res. CNE n.º 02/2001). 
Geralmente, o apoio especializado consiste em um trabalho de 
complementação curricular, que visa ao enriquecimento das atividades já 
desenvolvidas em sala de aula, para as quais o aluno surdo apresente maiores 
dificuldades e necessidade de um trabalho mais aprofundado, no entanto 
primeiramente é necessário uma mudança de paradigmas, seja no meio familiar, 
social ou escolar, mudança essa que vise resultado qualitativos. 
Vale ressaltar ainda que o professor deve ter claro seu papel de mediador do 
conhecimento, um interlocutor, buscando proporcionar aos alunos uma aprendizagem 
significativa, claro que com o aluno com necessidade especial o papel do professor é 
 
32 
 
mesmo, o que ele precisa, na verdade, é buscar métodos que possam apoiar esse 
ensino-aprendizagem de modo que possa atender a necessidade do aluno. 
Segundo Redondo e Carvalho (2000, p. 33) a “inclusão de uma criança com 
surdez na escola regular requer uma boa preparação tanto do professor quanto da 
escola, para que ambos se sintam capacitados a participar dessa integração”. 
Em concordância com as autoras acima citadas, a aquisição de competências 
e habilidades estimuladas por meio de cursos de formação, estudos e pesquisas 
poderão auxiliar o professor em sua prática. 
Na verdade, percebe-se que o professor precisa descontextualizar algumas 
práticas educativas, introduzindo novas reflexões, análises e formas de 
relacionamento para que compreenda seu papel de educador, principalmente no que 
diz respeito ao processo de inclusão, para tanto requer do professor além de uma 
sólida cultura geral, um esforço contínuo de atualização de conhecimento científico 
para atuar em sua sala de aula. 
O professor que recebe em sua turma um aluno com necessidade especial 
auditiva deve ter conhecimento básico, quanto ao tipo de perda de audição, quanto 
ao grau de comprometimento básico, e quanto às diferentes abordagens (oralismo, 
bilinguismo, comunicação total), pois esses conceitos ajudam no sentido de fornecer 
parâmetros iniciais sobre a deficiência auditiva. Cabe ressaltar também a necessidade 
do olhar do professor de forma atenta para que possa perceber como o aluno se 
apresenta no contexto escolar. 
De acordo com Damázio (2007, p. 21) “as propostas de atendimento a alunos 
com surdez, em escolas comuns devem respeitar as especificidades e a forma de 
aprender de cada um, não impondo condições à inclusão desses alunos no processo 
de ensino aprendizagem”. 
 Muitos são os documentos que defendem a educação inclusiva, como por 
exemplo, a Declaração de Salamanca de 1994, que estabelece que as escolas devam 
acolher e acomodar todas as crianças que apresentem qualquer tipo de deficiência ou 
limitação. Diante disso, a educação inclusiva objetiva uma educação de qualidade que 
atenda às necessidades básicas de aprendizagem e que desenvolva todas as 
potencialidades dos alunos. 
 
33 
 
Para que a inclusão escolar seja uma realidade em nossa sociedade, é 
necessário que haja uma articulação de uma política intensa de inclusão, associada a 
um provimento financeiro adequado, informação pública empenhada em combater o 
preconceito, programas extensivos de orientação e treinamentoprofissional e o 
fornecimento de serviços de apoio necessários. Algumas mudanças são necessárias 
para a contribuição de escolas inclusivas bem-sucedidas, tais como currículo, prédios, 
organização escolar, pedagogia, avaliação, pessoal, filosofia da escola e atividades 
extracurriculares. 
Segundo a Declaração de Salamanca (1994), para a integração de crianças 
com necessidades educacionais especiais em escolas inclusivas é importante que 
haja flexibilidade curricular, ou seja, o currículo deve ser adaptado às necessidades 
das crianças, promovendo oportunidades curriculares apropriadas às crianças com 
habilidades e interesses diferentes, bem como oferecer assistência instrucional às 
crianças que necessitem de apoio adicional para acompanharem o currículo regular. 
O atendimento educacional especializado deve ser realizado na própria escola ou em 
centro especializado no turno inverso da classe regular e não é substitutivo à 
escolarização, pois busca complementar a formação dos alunos visando promover 
autonomia e liberdade na escola e no meio social em que o indivíduo vive, garantindo 
o relacionamento dos alunos com seus pares de mesma idade cronológica e para a 
estimulação de todo o tipo de interação que possa beneficiar seu desenvolvimento 
cognitivo, motor e afetivo. 
9 A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS) 
A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é utilizada por deficientes auditivos para 
a comunicação entre eles e entre surdos e ouvintes. Para melhor nos inteirarmos 
dessa realidade é interessante que essa linguagem se faça conhecer, e que haja uma 
procura por ela com o interesse de aprendê-la. 
Ao contrário do que imaginamos ao perceber a existência desse tipo de 
linguagem, a LIBRAS não é apenas uma medida paliativa para se estabelecer algum 
tipo de comunicação com os deficientes auditivos, mas é uma língua natural como 
 
34 
 
qualquer outra, com estruturas sintáticas, semânticas, morfológicas, etc. A diferença 
básica é que ela também utiliza a imagem para expressar-se. Para se aprender 
LIBRAS deve-se, portanto, passar por um processo de aprendizagem de uma nova 
língua, tal qual fazemos quando nos propomos a aprender francês, inglês, etc. 
 
 
Fonte: www.biosom.com.br 
A LIBRAS é uma das linguagens de sinais existentes no mundo inteiro para a 
comunicação entre surdos. Ela tem origem na Linguagem de Sinais Francesa. As 
linguagens de sinais não são universais, elas possuem sua própria estrutura de país 
para país e diferem até mesmo de região para região de um mesmo país, dependendo 
da cultura daquele determinado local para construir suas expressões ou 
regionalismos. 
Para determinar o seu significado, os sinais possuem alguns parâmetros para 
a sua formação, como por exemplo a localização das mãos em relação ao corpo, a 
expressão facial, a movimentação que se faz ou não na hora de produzir o sinal, etc. 
Há algumas particularidades simples, que facilitam o entendimento da língua, como o 
fato de os verbos aparecerem todos no infinitivo e os pronomes pessoais não serem 
representados, sendo necessário apontar a pessoa de quem se fala para ser 
entendido. Há ainda algumas palavras que não tem sinal correspondente, como é o 
 
35 
 
caso dos nomes próprios. Nessa situação, as letras são sinalizadas uma a uma para 
expressar tal palavra. 
Para diminuir o preconceito em relação a qualquer tipo de deficiência, é 
necessária a divulgação dessa e de outras informações relevantes para facilitar a 
inclusão dessas pessoas em todos os meios sociais. Está disponível na Internet para 
baixar o manual de libras, dicionário de libras, vocabulário, chats, outros materiais 
para de adquirir, além de muitos projetos que tem um compromisso com a inclusão 
dessas pessoas no nosso meio. 
A Lei nº 10.436/02 e o Decreto nº 5.626/05 em 2002 reconheceram e 
regulamentaram a Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio legal de 
comunicação e expressão de pessoas com deficiência auditiva. Conforme consta no 
documento Saberes e práticas da inclusão (2006), divulgado pela Secretaria de 
Educação Especial, a Linguística da Língua de Sinais é uma disciplina em expansão 
no mundo todo e suas pesquisas demonstram a importância dessa língua na 
constituição do sujeito surdo. É inquestionável que a maioria dos professores, na 
quase totalidade das instituições educacionais, emprega como método de ensino a 
exposição oral e utiliza como recurso privilegiado o quadro de giz. Além da língua de 
sinais, meio privilegiado de interação simbólica, diferentes formas de comunicação 
que utilizam outros códigos visuais deverão estar presentes na sala de aula, 
beneficiando a relação entre professor/alunos surdos e os demais alunos, como o 
alfabeto manual, mímica, dramatização, desenhos, ilustrações, fotografias, recursos 
tecnológicos (vídeo/TV, retroprojetor, computador, slides, entre outros), língua 
portuguesa escrita e língua portuguesa oral/leitura labial. 
Segundo a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (2004), caso exista 
um aluno com deficiência auditiva matriculado numa escola de ensino regular, ainda 
que particular, esta deve promover as adequações necessárias e contar com os 
serviços de um intérprete de língua de sinais, de professor de Português como 
segunda língua desses alunos e de outros profissionais da área da saúde 
(fonoaudiólogos, por exemplo), assim como pessoal voluntário ou pertencente a 
entidades especializadas conveniadas com as redes de Ensino Regular. Ainda 
defende que: 
 
36 
 
Para ensinar a turma toda, deve-se propor atividades abertas e diversificadas, 
isto é, que possam ser abordadas por diferentes níveis de compreensão, de 
conhecimento e de desempenho dos alunos e em que não se destaquem os 
que sabem mais ou os que sabem menos. As atividades são exploradas, 
segundo as possibilidades e interesses dos alunos que livremente as 
desenvolvem. Debates, pesquisas, registros escritos, falados, observação, 
vivências são alguns processos pedagógicos indicados para a realização de 
atividades dessa natureza. (PROCURADORIA FEDERAL DOS DIREITOS 
DO CIDADÃO, 2004, p. 41). 
Sendo assim, o processo de inclusão implica primeiramente em compreender 
que cada indivíduo tem um ritmo próprio, sua individualidade, logo, para que a 
aprendizagem aconteça, o professor terá que se desprender de qualquer tipo de 
preconceito, conhecer os aspectos relacionados ao desenvolvimento cióptico social 
do aluno que vai trabalhar. Ressalta-se ainda a necessidade manter uma relação 
muito próxima aos familiares, pois estes podem oferecer as informações necessárias 
sobre a criança. 
É importante enfatizar que a educação do surdo deve ser bilíngue desde a 
educação infantil, a Libras deve ser introduzida como primeira língua e língua 
portuguesa como segunda língua. 
Fernandes (2002, p.4) esclarece que a língua de sinais é [...] uma língua natural 
em organização em todos os níveis gramaticais prestando-se às mesmas funções das 
línguas orais. Sua produção realizada através de recursos gestuais e espaciais e sua 
percepção é realizada por meio de processos visuais por isso é denominada uma 
língua de modalidade gestual-visual-espacial. (FERNANDES, 2002, p.4). 
Quando nos comunicamos por meio da fala usamos, necessariamente, a 
linguagem oral, no entanto, quando a comunicação ocorre por meio da língua de sinais 
“[...] o primeiro aspecto a considerar é que essas línguas utilizam a modalidade vísuo-
espacial, que se distingue da modalidade oral-auditiva, utilizada pelas línguas orais” 
(SALLES, 2004, p.78). A partir da metodologia Bilíngue o surdo deixa de tentar seguir 
o modelo do ouvinte e passa a desenvolver sua identidade e sua cultura no contato 
com seuspares e com os professores bilíngues: “O surdo não precisa almejar uma 
vida semelhante ao ouvinte, podendo assumir a sua surdez” (GOLDFELD, 1997, 
p.138). 
 
37 
 
Sacks, 1989, afirma que a linguagem só se desenvolve por meio da interação 
com outra pessoa que tenha domínio da fala. É uma habilidade passada de geração 
a geração. Diante dessa afirmação, o surdo precisa ser inserido em um ambiente 
favorável para a aquisição das duas línguas, para que se faz necessário cercar-se de 
pessoas que tenham domínio de ambas as línguas, no caso do Brasil, a Língua 
Portuguesa e a Língua Brasileira de Sinais – Libras. 
Nesse sentido, parece correto afirmar que, o surdo precisa ser inserido em um 
ambiente favorável para aquisição das duas línguas, no caso do Brasil a Língua 
Portuguesa e a Língua de sinais – Libras. 
Com a finalidade de um novo encaminhamento para a educação do surdo, 
surge a Pedagogia Surda, uma metodologia que atende de uma forma satisfatória as 
especificidades do surdo, de modo a considerar todos os aspectos individuais da 
pessoa surda. 
Segundo Machado (2008, p.78) 
Visualizar uma escola plural, em que todos que a integram tenham a 
“possibilidade de libertação”, é pensar uma nova estrutura. Para tanto, é 
necessário um currículo que rompa com as barreiras sociais, políticas e 
econômicas e passe a tratar os sujeitos como cidadã os produtores e 
produtos de uma cultura [...] Pouco adianta a presença de surdos se a escola 
ignora sua condição histórica, cultural e social. (MACHADO 2008, p. 78). 
A luta da comunidade surda gira em torno da constituição da subjetividade do 
jeito surdo de ser, ou seja, da construção de sua verdadeira identidade e consagração 
de sua cultura. 
De acordo com os princípios da Pedagogia Surda, é de suma importância a 
presença do professor surdo em salas de aulas regulares de ensino, assim como em 
escolas especiais e Centros de atendimento Especializado para surdos – CAES. 
Segundo Perlin, 2006 são os professores surdos que ensinam os surdos. Este 
método dá ênfase à educação na diferença por meio da mediação intercultural e 
respeito à identidade do surdo. 
 
38 
 
 
Fonte: www.saudecomciencia.com 
Sobre a perspectiva acima citada a autora afirma que: 
A virada para a pedagogia do surdo tem sido apresentada como uma ruptura 
no universo teórico da educação que detém o modelo ouvinte. A transgressão 
pedagógica que realizamos não nos apavora, mas nos identifica, nos dá a 
sensação de que é isso que queremos. De fato, alguns aspectos cambiantes 
fazem desaparecer a pedagogia ouvinte de tal forma presente nos discursos 
narrativos fruto de agências coloniais. (PERLIN, 2006, p. 5). 
Dessa forma, entende-se que a Pedagogia Surda defende a ideia de que as 
aulas em LIBRAS devem ser ministradas por professores surdos desde a Educação 
Infantil, no entanto, percebe-se que para que isso ocorra ainda existe um longo 
caminho a percorrer, pois o número de professores surdos preparados para 
assumirem tais funções é insuficiente para atender a demanda existente, assim como 
também o número de professores ouvintes fluentes em LIBRAS, para atuarem como 
tradutores/intérpretes nas instituições não difere neste contexto. 
Diante do explicitado parece correto afirmar, portanto que as dúvidas e 
dificuldades ainda existentes em relação a metodologia mais eficaz em relação ao 
ensino/aprendizagem da pessoa surda dificulta o desenvolvimento do trabalho 
pedagógico nas instituições de ensino. 
 
39 
 
10 LIBRAS NA ESCOLA 
O reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais – Libras, em abril de 2002, e 
sua recente regulamentação, conforme o decreto nª 5.626, de 22 de dezembro de 
2005, legitimam a atuação e a formação profissional de tradutores e intérpretes de 
Libras e Língua Portuguesa. Garante ainda a obrigatoriedade do ensino de Libras na 
educação básica e no ensino superior - cursos de licenciatura e de Fonoaudiologia e 
regulamenta a formação de professores da Libras, o que abre um amplo espaço, 
nunca antes alcançado, para a discussão sobre a educação das pessoas com surdez, 
suas formas de ocorrência e socialização. 
Nesse contexto, a formação profissional dos tradutores e intérpretes de Libras 
e de Língua Portuguesa torna-se cada vez mais valorizada, pois a presença destes 
profissionais é fundamental para a inserção das pessoas com surdez, que são 
usuárias da Língua de Sinais. 
10.1 O trabalho pedagógico com os alunos 
O trabalho pedagógico com os alunos com surdez nas escolas comuns, deve 
ser desenvolvido em um ambiente bilíngue, ou seja, em um espaço em que se utilize 
a Língua de Sinais e a Língua Portuguesa. Um período adicional de horas diárias de 
estudo é indicado para a execução do Atendimento Educacional Especializado. Nele 
destacam-se três momentos didático-pedagógicos: 
• Momento do Atendimento Educacional Especializado em Libras na escola 
comum, em que todos os conhecimentos dos diferentes conteúdos curriculares, são 
explicados nessa língua por um professor, sendo o mesmo preferencialmente surdo. 
Esse trabalho é realizado todos os dias, e destina-se aos alunos com surdez. 
• Momento do Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras 
na escola comum, no qual os alunos com surdez terão aulas de Libras, favorecendo 
o conhecimento e a aquisição, principalmente de termos científicos. Este trabalhado 
é realizado pelo professor e/ou instrutor de Libras (preferencialmente surdo), de 
acordo com o estágio de desenvolvimento da Língua de Sinais em que o aluno se 
 
40 
 
encontra. O atendimento deve ser planejado a partir do diagnóstico do conhecimento 
que o aluno tem a respeito da Língua de Sinais. 
• Momento do Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua 
Portuguesa, no qual são trabalhadas as especificidades dessa língua para pessoas 
com surdez. Este trabalho é realizado todos os dias para os alunos com surdez, à 
parte das aulas da turma comum, por uma professora de Língua Portuguesa, 
graduada nesta área, preferencialmente. O atendimento deve ser planejado a partir 
do diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da Língua Portuguesa. 
 
 
Fonte: www.magicwebdesign.com.br 
10.2 Impressões da família e da escola em relação a surdez 
A família, tradicionalmente, tem sido os lócus, é o lugar ideal para se iniciar o 
processo educacional de qualquer criança, sobretudo das crianças com surdez. 
Assim, após o diagnóstico da surdez, a família se vê numa situação de ruptura do 
imaginário do perfeito e, a reação, em alguns casos, vai de culpa, negação à 
superproteção e devido às dificuldades de comunicação, associam à incapacidade de 
socialização. 
 
41 
 
Conforme Sole (2007) “o sujeito surdo, por permanecer muito mais tempo sem 
uma fala efetiva para expressar seus pensamentos favorece que a mãe suponha que 
ele ainda não pensa por si próprio e a estimula a pensar por ele”. 
 
 
Fonte: www.radioanunciadora.org.br 
Sabe-se que, quanto mais precoce é o trabalho com criança e a família, melhor 
será a adaptação dos pais à diferença que seu filho apresenta diante das crianças 
normais e maiores chances terão as crianças de se desenvolver de forma equilibrada. 
Os pais bem orientados pelos serviços educacionais, sabem que precisam 
desenvolver a linguagem de seus filhos, ou seja, sabem que as crianças mesmo 
surdas, já nascem com capacidade para expressar o que quiserem, por meio do corpo, 
principalmente dos gestos, e até por meio das palavras. A família passa a agir 
normalmente com criança surda (...). Se o surdo profundo for estimulado desde cedo, 
reagirá auditivamente por vários sons 32 ambientes e até mesmo poderá, com o 
tempo codificar algunssons da palavra falada. (BRASIL, MEC/SEESP, 1997, p. 114). 
Muitas vezes a família de educandos surdos espera e necessita da escola 
conhecimentos, informações, apoio e orientação sobre como lidar especificamente 
com a situação de convívio com uma pessoa não ouvinte. A falta de atenção para os 
aspectos relacionados à surdez terá consequências negativas, tanto para educadores 
como para educandos e familiares. Outro aspecto diz respeito à tendência que a 
 
42 
 
escola tem de reduzir a família à figura materna, não propondo atividades que 
envolvam a totalidade da constituição familiar, como pais, irmãos, avós. 
A família deve estar atenta ao desenvolvimento de seu filho, sendo 
participativa, reconhecendo quais são os direitos e os deveres da criança, bem como 
os seus no processo educacional, devendo participar sempre da rotina escolar se 
mostrando engajada juntamente com a escola e toda a rede escolar. 
A participação não obrigatoriamente demanda muito tempo. Deve ser antes de 
tudo qualitativa, isto é, não é preciso ir à escola todos os dias, assumir funções em 
comissões ou algo assim; quem puder e quiser, pode fazê-lo, porém mais importante 
é deixar claro para os filhos que acreditam no trabalho da escola, que estudar não é 
opção, é obrigação e que os professores têm o apoio da família. Além disso, a 
supervisão às tarefas e a atenção que dão aos comunicados que o colégio envia, 
explicitam concretamente às crianças a dimensão que a família dá aos estudos. 
Atualmente o que a escola mais necessita ter é o apoio da família e da sociedade para 
poder fazer o seu trabalho de forma eficiente. 
 
Fonte: www.literaturasurda.com.br 
Na medida em que percebem que os pais acompanham o trabalho da escola 
e, além disso, supervisionam e acompanham seus estudos, o cumprimento de tarefas 
e também seus progressos e dificuldades, os filhos começam a compreender a 
importância que o saber – e a escola é o veículo primeiro desse saber - tem para a 
 
43 
 
vida moderna, o que é essencial. Em relação à expectativa dos pais quanto à 
educação inclusiva: 
A escola é um local de aprendizado que vai além da alfabetização. Para muitos 
pais de deficientes auditivos, a escola também é vista como a possibilidade de 
aprendizado de vida social. [...] A opção pelo modelo de escola regular (normal) ou 
especial estaria vinculada aos diferentes tipos de expectativas dos pais; em algumas 
situações essas expectativas seriam direcionadas pelo reconhecimento das 
verdadeiras potencialidades da 33 criança, noutras seriam agregadas pelo desejo da 
realização do sonho de ver o filho desenvolvendo-se normalmente como as demais 
crianças ouvintes. (BOSCOLO; SANTOS, 2005, p. 74). 
10.3 A Educação bilíngue e inclusão do aluno surdo 
O modelo de educação bilíngue tem por objetivo que a criança surda possa ter 
um desenvolvimento cognitivo-linguístico equivalente ao verificado na criança ouvinte, 
tendo acesso às duas línguas: a língua de sinais e a língua majoritária. Este modelo 
contrapõe-se ao oralista porque considera o canal viso-gestual de fundamental 
importância para a aquisição de linguagem da pessoa surda. E contrapõe-se à 
comunicação total porque defende um espaço efetivo para a língua de sinais no 
trabalho educacional. 
Em relação à inclusão do aluno surdo no contexto escolar, a Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Brasileira (LDB, nº 9394/1996) estabelece que os sistemas de 
ensino deverão assegurar, principalmente, professores especializados ou 
devidamente capacitados que possam atuar com qualquer pessoa especial na sala 
de aula. 
Neste sentido, entende-se que o aluno surdo tem o direito de frequentar uma 
sala de aula da rede regular de ensino e de ser atendido pedagogicamente em suas 
necessidades. No entanto, a partir da análise dos instrumentos de pesquisa utilizados 
neste trabalho, percebe-se grandes dificuldades por parte das escolas para atender 
as necessidades educacionais destes alunos. 
 
44 
 
Entende-se que, de acordo com a perspectiva da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Brasileira, o professor deveria ser responsável por mediar e incentivar a 
construção do conhecimento do aluno surdo, através da sua interação com os alunos 
e do desenvolvimento de práticas e estratégias pedagógicas que atendam estes 
alunos em suas necessidades. 
No entanto, a grande maioria dos professores continuam ministrando suas 
aulas em uma perspectiva tradicional, ou seja, não existe uma mudança didático-
metodológica para atender as necessidades pedagógicas deste aluno. 
 
 
Fonte: www.uninorte.com.br 
Diante disso, entende-se que os processos de inclusão de alunos surdos na 
perspectiva de ambiente de aprendizagem em contexto de uma sala regular ainda 
estão em fase de implantação. Atualmente, o aluno surdo está sendo “incluído” na 
rede regular que possui carência de salas de aula apropriadas, recursos visuais, 
intérpretes e professores preparados e motivados para o desenvolvimento de novas 
práticas pedagógicas que atendam todos os alunos em suas peculiaridades 
educacionais. 
A proposta de inclusão é muito importante, e tem que sair do papel. No entanto, 
a inclusão dos alunos surdos se apresenta como um fato novo para a maioria dos 
professores e profissionais ligados à educação. Neste sentido, o Governo, através do 
ministério da educação, tem que possibilitar condições favoráveis ao processo de 
 
45 
 
inclusão. Nesta perspectiva, as escolas devem ser reestruturadas para que os 
professores tenham condições de se capacitarem para atender todos os alunos de 
modo igualitário. Neste sentido, os professores devem estar abertos a compreender 
as diferenças educacionais dos alunos surdos e ouvintes, para que possam auxiliá-
los através do desenvolvimento de estratégias pedagógicas que atendam essas 
diferenças. 
 
 
46 
 
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