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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 AGENTES QUE CAUSAM LESÃO NOS MICROTÚBULOS: - Vários agentes antineoplásicos atuam atavés dos microtúbulos, causando estabilização desorganizada dos microtúbulos em áreas distantes do centríolo, ou provocando desestabilização do fuso mitótico, interferindo na mitose - Os alcaloides da vinca se mostram efetivos no tratamento de neoplasias malignas hematológicas, cânceres de mama, de células germinativas e de pulmão - Os taxanos se tornaram os principais agentes no tratamento dos cânceres de ovário, mama, cabeça e pescoço e pulmão ALCALOIDES DA VINCA: - Os extreados da planta pervinca de Madagascar, Catharanthus roseus, depertaram interesse devido seus efeitos hipoglicemiantes no diabetes - Os alcaloides purificados, como a vimblastina e a vincristina, produziram regressão de uma leucemia linfocítica em camundongos - A vinorelbina, um derivado estreitamente relacionado, possui atividade importante contra o câncer de pulmão e o câncer de próstata - Os alcaloides da vinca são compostos diméricos assimétricos, formados pela condensação das subunidades vindolina e catarantina MECANISMO DE AÇÃO: - Os alcaloides da vinda são agentes específicos do ciclo celular que como a colchicina, a podofilotoxina, os taxanos e as epotilonas, bloqueiam as células em mitose - As atividades biológicas dos alcaloides da vinca podem ser explicadas pela sua capacidade de se ligar especificamente à beta-tubulina e bloquear a sua polimerização com a alfa-tubulina em microtúbulos - Além do seu papel na formação dos fusos mitóticos, os microtúbulos são encontrados em alta concentração no cérebro e contribuem com outras funções celulares, como movimento, fagocitose e transporte axônico - Os efeitos colaterais dos alcaloides da vinda, como a neurotoxicidade, podem estar relacionados com a ruptura dessas funções RESISTÊNCIA AOS FÁRMACOS: - Os alcaloides da vinca possuem padrões individuais peculiares de eficácia clínica - Na maioria dos sistemas experimentais, esses fármacos compartilham uma resistência cruzada - Seus efeitos antitumorais são bloqueados por resistência a múltiplos fármacos, mediada pelo gene mdr e sua glicoproteína - As células tumorais adquirem resistência cruzada a uma ampla variedade de agentes quimicamente distintos (alcaloides da vinca, epipodofilotoxinas, antraciclinas e taxanos) - O MRP e a proteína de resistência do câncer de mama estreitamente relacionada, podem mediar a resistência a múltiplos fármacos - Outras formas de resistência aos alcaloides da vinca envolvem mutações beta-tubulina ou na expressão relativa de isoformas da beta-tubulina; ambas as alterações impedem a ligação efetiva dos inibidores a seus alvos AÇÕES CITOTÓXICAS: - Devido sua ação mielossupressora muito limitada, a vincristina é um valioso componente de vários esquemas de terapia de combinação para a leucemia e o linfoma - A vinorelbina, que provoca neurotoxicidade leve, bem como mielossupressão, exibe um perfil de toxicidade intermediário - A vincristina é um componente padrão de esquemas utilizados no tratamento de leucemias NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 pediátricas, linfomas e tumores sólidos, como o tumor de Wilms, neuroblastoma e rabdomiossarcoma - Nos linfomas não Hodgkin de células grandes, a vincristina continua sendo um fármaco importante, principalmente quando usada no esquema CHOP com ciclofosfamida, doxorrubicina e prednisona - A vinorelbina possui atividade contra o câncer de pulmão de células não pequenas e contra o câncer de mama ABSORÇÃO, DESTINO E EXCREÇÃO: - Os citocromos hepáticos metabolizam extensamente todos os 3 agentes, e os metabólitos são excretados na bile - Uma pequena fração da dose (<15%) é encontrada na urina em sua forma inalterada - Em pacientes com disfunção hepática, é aconselhável uma redução de 50-75% na dose de qualquer um dos alcaloides da vinca - A farmacocinética dos fármacos da vinca é semelhante, com meia vida de eliminação de 20h para a vincristina e de 24h para a vinorelbina VINCRISTINA: USOS TERAPÊUTICOS: - O sulfato de vincristina, quando usado com glicocorticoides, constitui o tratamento de escolha pra induzir remissões na leucemia infantil e, em associação com agentes alquilantes e antraciclina, para os sarcomas pediátricos - A dose IV comum é de 2mg/m² por semana, ou a intervalos mais longos - Parece ser mais bem tolerada pelas crianças do que pelos adultos, que podem apresentam grave toxicidade neurológica progressiva, exigindo uma dose menor de 1,4mg/m² - A administração do fármaco com frequência maior do que a cada 7 dias ou em doses mais altas, aumenta as manifestações tóxicas, sem produzir melhora proporcional na taxa de resposta - Deve ter muita precaução para evitar o extravasamento durante a administração IV de vincristina - As doses devem ser reduzidas em 50-75% para pacientes com níveis plasmáticos de bilirrubina de maiores que 1,5mg/dl ou 3mg/dl, respectivamente TOXICIDADES CLÍNICAS: - Em sua maior parte é neurológica - As manifestações neurológicas mais graves podem ser evitadas ou revertidas com a suspensão da terapia ou com a redução da dose com a primeira evidência de disfunção motora - A constipação grave, que algumas vezes resulta em dor abdominal em cólica e obstrução, pode ser evitada por um programa profilático de laxativos e agentes hidrofílicos (formadores de massa), e só se torna um problema com o uso de doses >2mg/m² - Ocorre alopecia em cerca de 20% dos pacientes tratados com vincristina, mas é sempre reversível, com frequência sem necessidade de interromper a terapia - Sua administração pode ser seguida de leucopenia modesta - Os efeitos adversos MENOS comuns são: Trombocitopenia Anemia Cólica e obstipação GI Síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético - A injeção inadvertida de vincristina no LCS provoca coma irreversível devastador e frequentemente fatal e convulsões VINORELBINA: - É administrada em soro fisiológico, na forma de infusão IV durante 6-10min - Quando usada como monoterapia, é administrada em doses de 30mg/m², a cada semana ou durante 2 semanas a cada 3 semanas - Quando usada com cisplatina para o CA de pulmão de células não pequenas, é administrada em doses de 15mgm², semanalmente ou por 3 semanas a cada 4 semanas - Pode ser necessário uma dose menor para pacientes que já receberam quimioterapia, e é NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 necessário um ajuste da dose para a toxicidade hematológica - A sua principal toxicidade consiste em granulocitopenia, com trombocitopenia apenas moderada e menos neurotoxicidade do que outros alcaloides da vinca - Pode causar reações alérgicas e alterações reversíveis e discretas das enzimas hepáticas - É preciso reduzir a dose em 50 ou 75% em pacientes com níveis plasmáticos de bilirrubina de 2,1-3mg/dl ou >3mg/dl, respectivamente TAXANOS: - O 1º composto dessa série, o paclitaxel, foi isolado da casca do teixo ocidental e sua formulação esteve associada a problemas significativos, em virtude de sua pouca solubilidade em meio aquoso. Foi reformulado e aprovado em 2005 como solução de nanopartículas ligadas à albumina para infusão (nab-paclitexel) - O paclitexel e seu congênere, o docetaxel semissintético, exibem propriedades farmacológicas peculiares como inibidores da mitose, diferindo dos alcaloides da vinca e dos derivados da colchicina pela ligação a um sítio diferente da beta-tubulina, bem como pela sua propriedade de promover a formação de microtúbulos, em vez de inibí-la - Os taxanos desempenham um papel central na terapia dos cânceres de ovário, mama, pulmão, GI, genitourinário e de cabeça e pescoço QUÍMICA: - O paclitaxel é um compostoditerpenoide, que contém um anel taxano completo de 8 membros como núcleo - A cadeia lateral ligada ao anel taxano em C13 é essencial para a sua atividade antitumoral - A modificação da cadeira lateral levou à identificação do análogo mais potente, o docetaxel, que compartilha o mesmo espectro de atividade clínica do paclitaxel, mas que difere de sua toxicidade - O paclitexel possui hidrossolubilidade muito limitada e deve ser administrado em um veículo de etanol a 50% e óleo de rícino polietoxilado a 50%, esse veículo é provavelmente responsável pela elevada taxa de reações de hipersensibilidade Os pacientes que recebem essa formulação são protegidos mediante tratamento prévio com um antagonista dos receptores H1 de histamina, como a difenidramina, um antagonista dos receptores H2, como a cimetidina, e um glicocorticoide, como a dexametasona - O nab-paclitaxel é solúvel em soluções aquosas e pode ser administrado de modo seguro sem anti- histamínicos ou esteroides profiláticos Essa forma de paclitaxel aumentou a captação celular através de um mecanismo específico da albumina - O docetaxel é ligeiramente mais solúvel do que o paclitaxel, é administrado em polissorbato 80 e está associado a uma menor incidência de hipersensibilidade do que o paclitaxel dissolvido É necessário tratamento prévio com dexametasona durante 3 dias, iniciando 1 dia antes da terapia, para evitar a retenção hídrica progressiva e minimizar a gravidade das reações de hipersensibilidade MECANISMO DE AÇÃO: - O interesse pelo paclitaxel foi estimulado pela capacidade do fármaco de promover a formação NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 de microtúbulos em temperaturas frias e na ausência de GTP - O paclitaxel se liga especificamente à subunidade beta-tubulina dos microtúbulos e antagoniza o desmonte dessa proteína citoesquelética essencial, resultando no aparecimento de feixes de microtúbulos e estruturas aberrantes derivadas dos microtúbulos na fase mitótica do ciclo celular. Em consequência ocorre interrupção da mitose - A destruição da célula depende da concentração do fármaco e da duração da exposição da célula - Os fármacos que bloqueiam a progressão do ciclo celular antes da mitose, antagonizam os efeitos tóxicos dos taxanos - Interações medicamentosas a sequência da cisplatina precedendo o paclitaxel diminui a depuração do paclitaxel e provoca maior toxicidade do que o esquema inverso - O paclitaxel diminui a depuração da doxorrubicina e aumenta a cardiotoxicidade, enquanto o docetaxel não tem nenhum efeito aparente sobre a farmacocinética da antraciclina - Ocorre morte celular por apoptose, entretanto, a eficiência do paclitaxel contra tumores experimentais não depende da integridade do produto gênico p53 - Estudos sugeriram que o nab-paclitaxel apresentam maior efeito antitumoral no CA de mama e concentração intratumoral mais alta em comparação com o paclitaxel dissolvido, isso pode estar relacionado com a manutenção do fármaco no sistema micelar nanoparticular ou com o aumento da expressão da SPARC nas células tumorais, resultando em aumento de captação do fármaco ABSORÇÃO, DESTINO E EXCREÇÃO: - O paclitaxel é administrado na forma de infusão de 135-175mg/m² durante 3h, a cada 3 semanas, ou como infusão semanal de 80-100mg/m² de 1h. O fármaco sofre extenso metabolismo pelas CYPhepáticas, e 10% de uma dose são excretados de modo inalterado na urina - A depuração do paclitaxel não é linear e diminui com o aumento da dose ou a taxa de administração da dose - O paclitaxel desaparece do compartimento plasmático com uma meia vida de 10-14h e depuração de 15-18L/h/m² - A concentração plasmática crítica para inibir os elementos da medula óssea depende da duração da exposição - O nab-paclitaxel alcança uma concentração sérica mais alta de paclitaxel em comparação com o paclitaxel solubilizado, porém a depuração aumentada do nab-paclitaxel resulta em uma exposição semelhante ao fármaco - O nab-paclitaxel é administrado mais frequentemente por via IV durante 30 min, em uma dose de 260mg/m,2 a cada 3 semanas - O nab-paclitaxel não deve ser administrado em pacientes com contagem absoluta de neutrófilos de <1500 células/mm³ - Meia vida do nab-paclitaxel 12h - A depuração do nab-paclitaxel ocorre principalmente através de hidroxilação mediada pela CYP3A4 e pela CYP3A5, resultando na formação de metabólitos inativos - Fármacos que induzem a CYP2C8 ou a CYP3A4, como a fenitoína e o fenobarbital, os os que inibem os mesmos citocromos, como os antifúngicos imidazólicos, alteram a depuração e a toxicidade dos taxanos - A depuração do paclitaxel é retardada pela ciclosporina A e por vários outros fármacos de uso experimental como inibidores da glicoproteína P. Essa inibição pode ser decorrente de um bloqueio do metabolismo mediado pelas CYP, ou a efeitos do fármaco original ou de seus metabólitos sobre a excreção biliar USOS TERAPÊUTICOS: - Os taxanos se tornaram os componentes centrais de esquemas usados no tratamento dos CA de ovário, mama, pulmão, GI, geniturinário e de cabeça e pescoço metastáticos - Nos esquemas atuais, são administrados 1x/semana, ou 1x a cada 3 semanas NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 TOXICIDADES CLÍNICAS DO PACLITAXEL: - O paclitaxel exerce seus efeitos tóxicos primários sobre a medula óssea - Em geral, ocorre neutropenia em 8-11 dias após a administração de uma dose, com regressão rápida nos dias 15-21 - Quando usado com filgrastim, o paclitael em doses altas de até 250mg/m² durante 24h é bem tolerado, e a neuropatia periférica passa a limitar a dose - Muitos pacientes apresentam mialgias durante vários dias após a administração de paclitaxel - Nos esquemas de altas doses, ou com uso prolongado, ocorre uma neuropatia sensorial em meia-luva, que pode ser incapacitante, particularmente em pacientes com neuropatia diabética subjacente ou terapia concomitante com cisplatina - A mucosite é proeminente com ifusões de 72h ou 96h e no esquema semanal - Foram observadas reações de hipersensibilidade em pacientes que receberam infusões de paclitaxel de curta duração (1-6h), essas reações foram evitadas mediante tratamento prévio com dexametasona, difenidramina e antagonistas dos receptores H2 de histamina - Não há necessidade de pré-medicação com as infusões de 96h - Muitos apresentam bradicardia assintomática e ocorrem também episódios ocasionais de taquicardia ventricular silenciosa, que regridem de modo espontâneo durante as infusões de 3 ou de 24h TOXICIDADES CLÍNICAS DO NAB- PACLITAXEL: - Produz taxas aumentadas de neuropatia periférica em comparação com o paclitaxel dissolvido - Raramente causa reações de hipersensibilidade TOXICIDADES CLÍNICAS DO DOCETAXEL: - Causa maiores graus de neutropenia do que o paclitaxel, porém menos neuropatia periférica e astenia, e hipersensibilidade menos frequente - A retenção hídrica constitui um problema progressivo com múltiplos ciclos de terapia com docetaxel, levando à formação de edema periférico, líquido pleural e peritoneal e edema pulmonar em casos extremos - A dexametasona oral, 1 dose de 8mg/dia, iniciada antes da infusão do fármaco e mantida por 3 dias, melhora a retenção hídrica - Em casos raros pode causar pneumonite intersticial progressiva, com desenvolvimento de insuficiência respiratória se o fármaco não for interrompido ANTIBIÓTICOS: ANTRACICLINAS - É uma antraciclina derivada do fungo Streptomyces peucetius var. caesius - Exibe atividade ampla contra tumores sólidos humanos - Possuem potencial para geração de radicais livres - Causam cardiomiopatia incomum e irreversível, cuja ocorrência está relacionada com a dose total do fármaco MECANISMODE AÇÃO: - Esses compostos podem se intercalar com o DNA, afetando diretamente a transcrição e a replicação - Uma ação mais importante desses fármacos consiste na sua capacidade de formar um complexo tripartido com a topoisomerase II e o DNA - A topoisomerase II é uma enzima dependente de ATP, que se liga ao DNA e que produz quebras de filamentos duplos no arcabouço 3’-fosfato, permitindo a passagem de filamentos e desespiralando o DNA superespiralado. Após a passagem do filamento, a topoisomerase II religa NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 os filamentos de DNA. Essa função enzimática é essencial para a replicação e o reparo do DNA - A formação do complexo tripartido com antracicinas ou com etoposido inibe a religação dos filamentos rompidos de DNA, levando à apoptose - Os defeitos no reparo de quebras de filamentos duplos do DNA sensibilizam as células à lesão por esses fármacos, enquanto a hiperexpressão do reparo do DNA ligado à transcrição pode contribuir para a resistência - As antraciclinas, devido seus grupos de quinona, também geram radicais livres em solução e nos tecidos tanto normais quanto malignos - As antraciclinas podem formar intermediários radicais semiquinona, que podem reagir com o O2 para produzir radicais de ânion superóxido, que podem gerar tanto peróxido de hidrogênio quanto radicais hidroxila, que atacam o DNA e oxidam suas bases - A exposição de células às antraciclinas leva à apoptose, os mediadores desse processo incluem o sensor de lesão do DNA p53 e caspases (proteases) ativadas ABSORÇÃO, DESTINO E EXCREÇÃO: - É administrada via IV - Depurada por um complexo padrão de metabolismo hepático e excreção biliar - Meia vida terminal de 30h - É convertida em um intermediário álcool ativo, que desempenha um papel variável na atividade terapêutica - É eliminada por conversão metabólica em uma variedade de agliconas e outros produtos inativos - A depuração das antaciclinas e seus metabólitos de álcool ativos é retardada na presença de disfunção hepática, e se deve considerar uma redução inicial de pelo menos 50% da dose em pacientes com níveis séricos anormais de bilirrubina USO TERAPÊUTICO: DAUNORRUBICINA: - Está disponível para uso IV - A dose recomendada é de 25-45mg/m²/dia durante 3 dias - O agente é administrado com cuidado para evitar extravasamento, visto que pode resultar em ação vesicante local grave - As doses totais maiores que 1000mg/m² estão associadas a um alto risco de cardiotoxicidade - Os pacientes devem ser avisados de que a daunorrubicina pode conferir cor vermelha à urina TOXICIDADES CLÍNICAS: DAUNORRUBICINA Depressão da medula óssea Estomatite Alopecia Distúrbios GI Exantema Taquicardia Arritmias Dispneia Hipotensão Derrame pericárdico Insuficiência cardíaca congestiva USOS TERAPÊUTICOS: DOXORRUBICINA - Está disponível para uso IV - A dose recomendada é de 60-75mg/m², em infusão IV rápida única, que é repetida depois de 21 dias - Preciso cuidado com extravasamentos, pois pode resultar em grave ação vesicante local e necrose tecidual - Os pacientes devem ser avisados de que o fármaco pode conferir uma cor vermelha à urina - Quando usada em combinação com a ciclofosfamida, os alcaloides da vinca e outros agentes, é um importante componente para o tratamento bem sucedido dos linfomas - É benéfico no tratamento de sarcomas pediátricos e adultos, incluindo os sarcomas osteogênico, de Ewing e de tecidos moles NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 TOXICIDADES CLÍNICAS: DOXORRUBICINA - Se assemelham às da daunorrubicina - A mielossupressão é uma complicação que limita a dose administrada - A leucopenia atinge níveis mínimos durante a segunda semana de terapia, com recuperação na 4ª semana - A trombocitopenia e a anemia são menos pronunciadas - A estomatite, a mucosite, a diarreia e a alopecia são comuns, porém reversíveis - O aparecimento de estrias eritematosas próximo ao local de infusão é uma reação alérgica local benigna - Raramente pode ocorrer: rubor facial, conjuntivite e lacrimejamento - A cardiomiopatia é a toxicidade de longo prazo mais importante. Pode ocorrer 2 tipos: aguda e cumulativa EPIPODOFILOTOXINAS: - A podofilotoxina, extraída da planta mandrágora, era usada como remédio pelos índios e primeiros colonizadores em função de seus efeitos eméticos, catárticos e anti-helmínticos - O seu derivado sintético possuem atividade terapêutica significativa na leucemia pediátrica, nos carcinomas de pulmão de células pequenas, tumores testiculares, doença de Hodgkin e linfomas de células grandes - Apesar da podofilotoxina se ligar à tubulina, o estopósido não exerce nenhum efeito sobre a estrutura ou a função dos microtúbulos nas concentrações habituais ETOPÓSIDO MECANISMO DE AÇÃO: - Esses fármacos são semelhantes às antraciclinas e formam um complexo ternário com a topoisomerase II e o DNA e impedem o reparo da quebra que normalmente ocorre após a ligação da topoisomerase ao DNA - A enzima permanece ligada à extremidade livre do filamento de DNA rompido, resultando em acúmulo de quebras do DNA e morte celular - As células que se encontram nas fases S e G2 do ciclo celular são mais sensíveis ao etopósido - As células resistentes demonstraram: Amplificação do gene mdr-1, que codifica o transportador de efluxo de fármacos, a glicoproteína P Mutação ou diminuição da expressão da topoisomerase II Mutações do gene superior tumoral p53, um componente necessário da via apoptótica ABSORÇÃO, DESTINO E EXCREÇÃO: - A administração oral de etopósido resulta em absorção variável que atinge 50% - Após sua injeção IV, são obtidas concentrações plasmáticas máximas - Meia vida terminal de 6-8h em pacientes com função renal normal - Cerca de 40% de uma dose administrada são excretadas em sua forma intacta na urina - Em pacientes com comprometimento da função renal, deve-se reduzir a dose proporcionalmente à redução da CrCl - Em pacientes com doença hepática avançada, os baixos níveis séricos de albumina (com diminuição da ligação do fármaco) e os níveis elevados de bilirrubina (que desloca o etopósido da albumina) podem resultar em aumento da toxicidade USOS TERAPÊUTICOS: - Quando usado por via IV, deve ser administrado lentamente durante um período de 30-60min para evitar a hipotensão e o broncoespasmo, que tendem a ocorrer em consequência dos aditivos empregados para dissolver o etopósido, um composto relativamente insolúvel - Uma complicação da terapia com etopósido surgiu no acompanhamento a longo prazo de paciente com leucemia linfoblástica aguda infantil, que desenvolveram uma forma incomum de leucemia não linfocítica aguda, com translocação NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 no cromossomo 11q23. Neste locus, existe um gene que regula a proliferação das células pluripotentes As células leucêmicas possuem o aspecto citológico da leucemia monocítica ou monomielocítica aguda, porém podem expressar marcadores de superfície linfoides - Outra característica distintiva da leucemia relacionada ao etopósido consiste no curto intervalo de tempo entre o término do tratamento e o início da leucemia (1-3 anos), em comparação com o intervalo de 4-5 anos observado nas leucemias secundárias relacionadas a agentes alquilantes - O etopósido possui um perfil de toxicidade favorável para o escalonamento das doses, visto que a sua principal toxicidade aguda consiste em mielossupressão TOXICIDADES CLÍNICAS: - A toxicidade do etopósido que limita a dose consiste em leucopenia, que atinge seu nível mais baixo em 10-14 dias, com recuperação em 3 semanas - Em 15% dos pacientes, o tratamento é complicado pela ocorrência de náuseas,vômitos, estomatite e diarreia - A alopecia é um efeito adverso comum, mas reversível - A hepatotoxicidade é evidente após tratamentos com altas doses - A toxicidade aumenta em pacientes com níveis séricos diminuídos de albumina, efeito relacionado com a diminuição da ligação do fármaco às proteínas
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