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2 Lucas Naves, fundador do ILN e IMTA Premiado por seu trabalho Lucas Naves foi premiado pela COBLAC – Academia Brasileira de Letras, Artes e Ciência como o professor que mais forma hipnoterapeutas no Brasil. Doutor em Psicanálise Em reconhecimento ao seu brilhante trabalho, Lucas recebeu o título Honoris Causa de Doutor em Psicanálise. Membro da Sociedade Brasileira de Hipnose A SBH, Sociedade Brasileira de Hipnose, é a maior e mais respeitada organização de hipnoterapeutas do Brasil. Trainer . Treinado por John Grinder, criador da PNL na ITANLP (International Trainers Academy of Neuro-Linguistic Programming). . Practitioner e Master Practitioner em PNL pela Sociedade Internacional de Programação Neurolinguística. . Estudou com os maiores nomes do mundo, como Michael Carroll, Camen Bostic e Owen Fitzpatrick. 3 Sumário Módulo 1 6 História da PNL 6 Pressupostos da PNL 11 Entendendo o Inconsciente 12 Rapport 13 Cadeia de Excelência 16 MÓDULO 2 19 Acuidade Sensorial 19 Sistemas Representacionais 20 Fraseologias com predicados 23 A química e a fisiologia dos estados emocionais 26 Submodalidades 26 Map Acrossing 27 Posições perceptivas 28 MÓDULO 3 32 Epistemologia da PNL 32 Padrões de acesso ocular 37 Mapeamento Cruzado para Mudança de Crenças 37 Padrão Swish 38 MÓDULO 4 42 Ancoragem 42 Âncora simples em quatro passos 43 Colapso de Âncoras 44 Âncora slide 44 Âncoras Espaciais 44 Empilhamento de Âncoras 45 Encadeamento de Âncoras 45 Círculo de Excelência 46 MÓDULO 5 49 Boa formulação de metáforas 49 Squash Visual 55 4 Para a integração de duas partes em conflito: 55 5 passos para Modelagem 56 Dicionário da PNL 57 MÓDULO 6 71 Metamodelo 71 Modelo Milton Erickson 82 O Metamodelo 93 Cancelamento Rápido de Fobias 93 MÓDULO 7 97 Boa Formulação de Objetivos 97 Modelo TOTS de estratégias 105 Metaprogramas 111 Instalação de sinais involuntários 116 Ressignificação em Seis Passos / N Steps Reframing 118 MÓDULO 8 123 Linha do Tempo 123 Usando corretamente a Linguística 123 Jogos com PNL 124 Juntando tudo o que foi ensinado 124 5 MÓDULO 1 ● História da PNL ● Definição de PNL ● Aplicações da PNL ● Pressupostos da PNL ● Entendendo o Inconsciente ● Rapport ● Cadeia de Excelência 6 Módulo 1 História da PNL A PNL começou o seu percurso como uma tecnologia de modelagem, quando John Grinder e Richard Bandler se aventuraram no trabalho de captura de padrões de gênios como Fritz Perls, Virginia Satir e Milton Erickson. A PNL é a prática de codificar a forma como as pessoas organizam o seu pensamento, os seus sentimentos, a sua linguagem e o seu comportamento, de modo a conseguirem atingir os resultados que, normalmente, atingem. A PNL fornece às pessoas uma metodologia que lhes permite modelar os desempenhos brilhantes, conseguidos por aqueles que são gênios e líderes nas suas áreas de atuação. A PNL é, também, uma poderosa tecnologia de mudança, que serve para ajudar as pessoas a terem experiências novas na vida, através da alteração que fazem nos seus próprios mapas mentais. Um elemento chave na PNL é o fato de nós próprios podermos formar mapas mentais internos sobre o mundo à nossa volta como resultado da forma como absorvemos a informação desse mesmo mundo através dos nossos cinco sentidos. Neuro: Cada indivíduo estabelece o seu próprio e único sistema mental de filtragem, de modo a processar os milhões de bits de dados que vai captando através dos sentidos. O nosso primeiro mapa mundo mental é constituído pelas nossas imagens internas, pelos sons, pela consciência tátil, pelas sensações internas, pelos sabores e pelos cheiros que se formam como resultado do processo de filtragem neurológico. O primeiro mapa mental é designado, em PNL, por “Primeiro Acesso”. Linguística: Após o processo descrito acima, associamos um significado pessoal à informação que é recebida do mundo exterior. Formamos o nosso segundo mapa mental, atribuindo uma linguagem às imagens internas, aos sons e aos sentimentos, aos sabores e aos cheiros e formando, assim, um estado de consciência diário. 7 O segundo mapa mental é intitulado Mapa Linguístico (também conhecido como Representação Linguística). A Programação Neurolinguística teve a sua origem no início dos anos 70, quando John Grinder, um Professor Associado da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, decidiu unir-se a um estudante universitário chamado Richard Bandler. Ambos eram fascinados pela excelência humana, o que os levou a modelarem os padrões de comportamento de alguns gênios previamente selecionados. A modelagem é a atividade central da PNL e consiste no processo de extrair e replicar a estrutura da linguagem e os padrões de comportamento de um indivíduo brilhante em determinada área de atividade. Grinder e Bandler começaram o seu trabalho de pesquisa em PNL modelando três pessoas: Fritz Perls, Virginia Satir e Milton Erickson. Esses gênios, que trabalhavam no campo da terapia, eram brilhantes como agentes profissionais da mudança. Todos eles, Perls, Satir e Erickson, conseguiam resultados absolutamente “mágicos”. Esses três gênios não apresentaram a Grinder e a Bandler uma descrição consciente do seu comportamento; os modeladores (Grinder e Bandler) absorveram, inconscientemente, o padrão que lhes era inerente e posteriormente fizeram a sua descrição. Com pouco conhecimento direto de cada uma das especialidades dos três e com pouco conhecimento do campo da psicoterapia, no geral, Grinder e Bandler deram início, com grande fervor e entusiasmo, a um período de dois anos em que explicariam determinadas partes do comportamento dessas pessoas. Eles codificaram os resultados de seu trabalho em modelos baseados na linguagem, usando os padrões da gramática transformacional como vocabulário descritivo. Através da Modelagem da PNL, Grinder e Bandler tornaram explícitas as competências tácitas dos modelados, e assim nascia a PNL. A parceria que Grinder e Bandler mantinham, nesses tempos emocionantes dos anos 70, era uma mistura de várias mentes inquiridoras à procura de descobertas no campo do comportamento humano. John Grinder era professor associado na Universidade da 8 Califórnia, em Santa Cruz, e Richard Bandler era um estudante universitário, do 4º ano. Gregory Bateson, antropólogo mundialmente conhecido, tinha acabado de chegar à universidade, à Faculdade Kresge e, tal foi seu interesse na colaboração entre Grinder e Bandler, que os apresentou a Milton Erickson. Bateson deu-lhes apoio e feedback; o seu entusiasmo pode ser notado, em parte, na introdução que fez no livro “A Estrutura da Magia”, onde diz que “John Grinder e Richard Bandler fizeram algo similar ao que eu e meus colegas tínhamos tentado fazer quinze anos antes”. Em 1975, Grinder e Bandler apresentaram ao mundo os primeiros dois modelos da PNL, nos volumes “A Estrutura da Magia I e II”. Os volumes, publicados pela respeitada editora Science and Behaviour Books, Inc., colocaram a PNL no mapa e o interesse pelo novo campo rapidamente se espalhou. Pessoas ligadas a campos relacionados com a comunicação, o comportamento e a mudança almejavam aprender a forma como poderiam conseguir resultados fantásticos ao fazer seu trabalho de mudança. Grinder e Bandler disponibilizaram, voluntariamente, cursos de formação sobre a aplicação desses modelos. Os cursos de formação, dados por Bandler e por Grinder, vieram provar que os modelos da PNL eram transferíveis a outras pessoas, o que significava que os formandos poderiam usar, com sucesso, os modelos da PNL em seu própriotrabalho. John Grinder e Richard Bandler, criadores da PNL 9 Saiba mais sobre John Grinder John Grinder criou a PNL junto com Richard Bandler. Conhecido como o trainer dos trainers, Grinder treinou os maiores nomes da PNL mundial, como o maior palestrante do mundo, Tony Robbins. Modelou e estudou os maiores terapeutas dos anos 70, como Milton Erickson, considerado o maior hipnotista de todos os tempos, Virginia Satir, terapeuta familiar, e Fritz Perls, fundador da Gestalt terapia. John Grinder graduou-se em Psicologia pela Universidade de San Francisco no início da década de 1960. Foi capitão pelas forças especiais dos Estados Unidos na Europa durante a Guerra Fria e também foi membro do serviço de inteligência em operações. No final da década de 1960, Grinder retornou à academia para estudar Linguística, e em 1972, obteve o doutorado na Universidade da Califórnia por seu trabalho em “On Deletion Phenomena in English”. No início da década de 1970, ele trabalhou no laboratório de George A. Miller na Universidade Rockefeller e foi selecionado como professor assistente de Linguística no recém-formado campus da Universidade da Califórnia. Durante sua carreira acadêmica, ele se concentrou nas teorias de Noam Chomsky sobre especializações de gramática transformacional em sintaxe. John Grinder teve seu interesse pela mente humana despertado durante seu trabalho como professor de Linguística da Universidade de Santa Cruz na Califórnia e foi o grande responsável por nominalizar, organizar e criar modelos dos processos linguísticos envolvidos na PNL. Atualmente, Grinder está entrando em sua oitava década de vida e esbanja saúde e inteligência. Fala oito idiomas e, com experiência de sobra no estudo da mente humana, ele continua ensinando e treinando os maiores nomes da atualidade em PNL. https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Universidade_de_San_Francisco&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1960 https://pt.wikipedia.org/wiki/Europa https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Fria https://pt.wikipedia.org/wiki/Lingu%C3%ADstica https://pt.wikipedia.org/wiki/1972 https://pt.wikipedia.org/wiki/Doutorado https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_da_Calif%C3%B3rnia https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1970 https://pt.wikipedia.org/wiki/George_A._Miller https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Rockefeller https://pt.wikipedia.org/wiki/Noam_Chomsky https://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%A1tica_transformacional https://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%A1tica_transformacional 10 Definições de PNL PNL é o manual da mente. PNL é tudo aquilo que funciona. PNL é a habilidade de aprender habilidades. PNL é uma tecnologia avançada de comunicação. PNL é o estudo da estrutura da experiência subjetiva. PNL é o estudo e a modelagem da excelência humana. PNL é a forma como nós organizamos as nossas percepções, através da linguagem da mente, e de como criamos a nossa realidade. Aplicações da PNL Um Practitioner em PNL pode aplicar as suas competências como agente de mudança, trabalhando com indivíduos, grupos, empresas ou até mesmo organizações globais e governos. A PNL, como tecnologia que é, tem a fantástica capacidade de fomentar a mudança rápida e eficiente em indivíduos e grupos. Muitas pessoas estudam PNL para se tornarem mais eficazes no seu campo de ação. Os padrões podem ser aplicados em uma série de áreas de atividade e em campos diversificados como a educação, a formação de equipes, as vendas, o marketing, o desenvolvimento pessoal, a liderança e o Coaching. Onde quer que exista interação humana e potencial de crescimento, a PNL pode ser usada para desenvolver e melhorar performances. Além disso, a PNL pode ser útil para qualquer pessoa que queira desenvolver habilidades de comunicação e atingir seus objetivos, em qualquer profissão que precise de criatividade, empatia, capacidade estratégica, alta performance, persuasão e inteligência emocional como coaches, terapeutas, CEOs, empresários, vendedores, líderes, oradores e palestrantes, professores, marqueteiros, profissionais da área da saúde, músicos, atletas, etc. 11 Por ser considerada “o manual da mente”, a PNL é também recomendada para pessoas comuns que queiram aprender: . Como se conhecer melhor . Como ressignificar o passado . Como reprogramar sua mente . Como tomar decisões melhores . Como eliminar crenças limitantes . Como modelar pessoas de sucesso . Como desenvolver inteligência emocional . Como aumentar a capacidade de aprender . Como descobrir melhores escolhas na vida . Como atingir a melhor versão se si mesmo Pressupostos da PNL Os pressupostos são um conjunto de crenças que formam a base da PNL. A ideia não é impor estes pressupostos como verdades obrigatórias, mas fica o convite para que você reflita a respeito e teste, em sua vida prática, se elas fazem sentido para o seu mapa. Os pressupostos da PNL são: 1. Flexibilidade é poder. 2. O mapa não é território. 3. Se quiser compreender, aja! 4. É impossível não se comunicar. 5. Não existe fracasso, só feedback. 6. Todas as ações têm um propósito. 7. Se alguém já fez, você pode fazer. 8. A Energia vai onde está a Atenção. 9. As pessoas funcionam perfeitamente. 10. Mente e corpo formam um só sistema. http://wiki.incansavelmente.com.br/pressupostos/ http://wiki.incansavelmente.com.br/programacao-neurolinguistica/ 12 11. Se quer resultados diferentes, faça diferente. 12. Todo comportamento é útil em algum contexto. 13. Todo comportamento tem uma intenção positiva. 14. Ter uma escolha é melhor do que não ter escolhas. 15. A mente inconsciente equilibra a mente consciente. 16. Modelar desempenho bem-sucedido leva à excelência. 17. As pessoas fazem a melhor escolha que podem no momento. 18. As pessoas respondem à sua experiência, não à realidade em si. 19. Processamos todas as informações através dos nossos sentidos. 20. Nós já temos todos os recursos de que necessitamos ou então podemos criá-los. 21. O significado da comunicação não é simplesmente aquilo que se pretende, mas também a resposta que se obtém. Entendendo o Inconsciente Para a PNL, o Inconsciente é a parte de nossa mente que não é consciente. Enquanto a mente consciente se preocupa, critica, racionaliza, o inconsciente armazena todas as nossas memórias e recursos, aceita sugestões e responde a elas. Na Hipnose, por exemplo, nós o chamamos de subconsciente, mas neste caso trata-se apenas de uma mudança de nominalização. A mente do ser humano tem milhares de processos complexos que funcionam simultaneamente no cérebro. Na PNL, como em outras áreas da Psicologia, a mente do ser humano é dividida na parte consciente e inconsciente. O consciente é tudo aquilo que o utilizador consegue ter presente, sendo que o ser humano consegue reter cerca de sete informações diferentes em cada momento. O inconsciente é todo o resto, funcionando como um depósito de tudo aquilo de que não temos consciência, embora exista. Exemplos: respiração, pulsação, noção espacial, etc. Existem certos aspectos da vida que são sempre inconscientes; isso quanto mais vital e importante a função seja. As duas faces da mente trabalham em parceria, de forma equilibrada. A parte consciente http://wiki.incansavelmente.com.br/comportamento/ http://wiki.incansavelmente.com.br/intencao-positiva/ 13 toma as decisões do rumo a seguir e a parte inconsciente toma ações para seguir nesse rumo. A PNL trata o inconsciente como um depósito de experiências que podem ser utilizadas para ganhar sabedoria, mas reconhece que o consciente é mais fácil de perceber e trabalhar de forma a dirigir o rumo pretendido. Rapport O rapport é um estado de resposta que vem do inconsciente. Rapport é quandohá uma resposta não verbal, na qual é estabelecida uma correspondência inconsciente com os movimentos do seu corpo e com as suas características vocais. Quando se estabelece o rapport, o Practitioner tem uma resposta que vem do inconsciente, com pouca interferência da mente consciente. O rapport é estabelecido através do Practitioner, que vai utilizando as técnicas de matching (equiparação) e de mirroring (espelhamento) com o cliente. - Equiparação: feedback dado ao cliente utilizando a mesma parte do corpo. Se o cliente cruza a perna direita sobre a esquerda, o Practitioner equipara o movimento cruzando também a sua perna direita sobre a sua perna esquerda. - Espelhamento: feedback dado ao cliente em forma de espelho. Se o cliente cruza a perna direita sobre a esquerda, o Practitioner cruza a perna esquerda sobre a direita. - Equiparação cruzada: utilização de uma parte do corpo diferente para fazer a equiparação de movimentos. Se o cliente cruza a perna direita sobre a esquerda, o Practitioner cruza o braço direito sobre o esquerdo. - Equiparação micromuscular: se o cliente levanta um braço, o Practitioner movimenta alguns dos micromúsculos do seu braço. Isso é muito eficaz, uma vez que o Practitioner pode, continuamente, estar equiparando movimentos sem que o cliente tenha consciência disso. Nós equiparamos e espelhamos. Fisiologia 14 Postura Gestos significantes Expressões faciais Piscar de olhos Respirar Movimento e posição das pernas Tonalidade Tom (pitch) Tempo (velocidade) Timbre (qualidade) Volume (intensidade do som) Palavras Predicados Palavras-chave Experiências comuns e associações O Practitioner testa a resposta inconsciente do cliente, efetuando um movimento sem qualquer equiparação. Se o cliente, inconscientemente, equiparar o seu movimento ao do Practitioner, então conseguiu estabelecer-se o rapport. Rapport através do Espelhamento 1. Durante os primeiros 30 segundos, movimente devagar os membros inferiores do seu corpo, de modo a ficar na mesma posição que o seu cliente. Ajuste essa parte da sua fisiologia, tendo como objetivo manter a equiparação de movimentos com o seu cliente, caso ele se mova durante o exercício. 2. Nos próximos 30 segundos, coloque, sutilmente, a parte superior do seu tronco na mesma posição que a do seu cliente. Continue ajustando essa parte da sua fisiologia, de modo a manter-se equiparado ao seu cliente, caso ele se mova durante o 15 exercício. 3. Nos 30 segundos a seguir, incline a cabeça para o mesmo lado que a do seu cliente, tanto na lateral como para frente/trás e imite alguns aspectos das expressões faciais que o seu cliente for fazendo. Vá ajustando essa parte da sua fisiologia, de modo a manter-se equiparado ao seu cliente, caso ele se mova durante o exercício. 4. Durante os próximos 30 segundos, equipare a frequência, a profundidade e a cadência da respiração do seu cliente com a sua própria respiração. Ajuste essa parte da sua fisiologia, de modo a manter-se equiparado ao seu cliente, caso ele se mova durante o exercício. 5. Faça um teste para saber se conseguiu uma relação de rapport, mudando devagar qualquer uma das partes da sua fisiologia para uma posição diferente. Se o cliente mudar para essa mesma posição, sem estar consciente dessa mudança, você terá a evidência de que precisava para saber que conseguiu estabelecer o rapport. Caso isso não aconteça, volte ao passo 1. Rapport através da técnica de Espelhamento Cruzado 1. Balance o seu corpo, sutilmente, em uníssono com o ritmo da respiração do cliente. 2. Logo que acredite ter conseguido estabelecer o rapport, mude sutilmente o ritmo do balançar do seu corpo e repare se a respiração do cliente muda em consonância. Se isso acontecer, é porque conseguiu estabelecer o rapport. Caso contrário, volte ao primeiro passo. 16 Cadeia de Excelência Respiração Fisiologia Estado Performance © NLP Academy 2017. Conteúdo fornecido por Michael Carroll, John Grinder e Carmen Bostic. 17 ANOTAÇÕES MÓDULO 1 ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. 18 MÓDULO 2 ● Acuidade Sensorial ● Sistemas Representacionais ● Fraseologias com predicados ● A química e a fisiologia dos estados emocionais ● Submodalidades ● Map Acrossing ● Posições Perceptivas 19 MÓDULO 2 Acuidade Sensorial A comunicação consiste em três elementos: Linguístico: as palavras que o oradorutiliza Vocal: tom, volume, cadência que acompanha as palavras Fisiológico: expressão facial, gestos, postura ✔ 7% linguístico ✔ 38% vocal ✔ 55% fisiológico É importante relembrar que essas estatísticas foram efetuadas no contexto das experiências do Prof. Mehrabian, Professor Emérito de Psicologia na UCLA. No que diz respeito a gostar ou não de outra pessoa; não são absolutas nem constituem uma regra, funcionando apenas como uma metáfora útil à comunicação. O Practitioner de PNL calibra as partes não verbais da comunicação para que sejam congruentes com o resultado linguístico, de modo que a sua própria comunicação seja eficaz. O Practitioner de PNL procura garantir que os três elementos da sua mensagem sejam congruentes. Outro investigador, Ray Birdwhistell, fez descobertas similares sobre o elemento não verbal da comunicação. A investigação de Birdwhistell centrou-se nos movimentos do corpo. Ele argumentava que não existiam padrões universais nessas manifestações não verbais, mas que existia uma paralinguagem nos movimentos do corpo, que é única e própria de cada indivíduo. 20 Sinais visuais: Cor da pele – Gestos – Mudanças nos micromúsculos – Cruzar/movimentar as pernas – Mudanças no lábio inferior – a Dilatação da pupila – Movimentos das mãos e dedos – Alterações na respiração – Inclinação da coluna – Movimentos do pescoço e da cabeça. Indicadores auditivos: Volume – Tom – Timbre – Velocidade – Pausas – Ritmo – Palavras. As pesquisas feitas até agora indicam que grande parte do significado da comunicação reside no elemento não linguístico. O Prof. Mehrabian apresentou essas estatísticas, baseadas numa investigação que fez sobre os diferentes indicadores que usamos para percebermos se gostamos ou não de outra pessoa. Sistemas Representacionais Como seres humanos, trazemos informação do mundo exterior para a “caixa preta” através dos receptores, de forma que essa informação seja processada. Depois, mapeamos os dados em sistemas representacionais. Existem três sistemas representacionais principais: o visual, o auditivo e o cinestésico. O Primeiro Acesso é Representação externa Mudanças internas Primeiro Acesso F2 (Transformação no Segundo Acesso) Representação Linguística 21 um mapa sensorial da experiência imediata daquilo que estamos vendo, ouvindo e sentindo. A informação no Primeiro Acesso é, então, processada através dos filtros f2, comparando e contrastando com as representações codificadas, ou seja, com as imagens internas, com os sons e com os movimentos micromusculares, de modo a culminar em uma representação linguística. As descrições a seguir representam as características de cada sistema. Considere as descrições como generalizações da forma como as pessoas processam e respondem quando se encontram num determinado modo de sistema representacional. As pessoas entrarão em modos diferentes, em intervalos diferentes, ao longo dia, dependendo do contexto. Algumas pessoas vão ser altamente dominantes num sistema e vão usar menos outro sistema. Outras, mais equilibradas, irão responder em sistemas diferentes, dependendo do contexto. A excessiva generalização dos sistemas representacionais como arquétipos é limitadora e não tem a ver com aquilo que é a PNL. A PNL tem a ver com o reconhecimento e a utilização do sistema que uma pessoa esteja a utilizar num determinado momento. V: Visual Quando está em modo visual, a pessoa mapeia, predominantemente, através de imagens internas e usa predicados visuais para descrever as suas experiências. “Você tem um futuro brilhante”. Geralmente, respira-se rapidamente e com a parte de cima do peito. A cabeça está levantada e os olhos movimentam-se muitas vezes para cima, à medida que acessam a informação visual. O discurso é rápido, dado que, na maioria das vezes, a pessoa está descrevendo uma série de imagens ou filmes. Quando em modo visual, a pessoa pode ficar com menos consciência dos outros sistemas. Poderá gesticular e apontar muito, porque está criando imagens à sua volta e vai movimentar as mãos na direção das imagens, à medida que vai falando. Essa pessoa lembra-se das coisas através de imagens. Uma pessoa que valorize muito o sistema visual dá mais valor à informação visual, à aparência, à apresentação, à roupa, etc. Essas pessoas 22 falam usando imagens, desenhando muitas vezes diagramas para “ilustrarem” aquilo que pretendem. A: Auditivo Quando em modo auditivo, a pessoa faz o mapeamento, predominantemente, através de sons e de diálogos internos (auditivo digital). Neste modo, as pessoas respiram a partir do meio do peito e falam, deliberadamente, de uma forma bem pronunciada (e não tanto de forma rápida, como no modo visual). Mexem os olhos para os lados e para o canto inferior esquerdo (para pessoas destras, ver diagrama na pág. 39). Em modo auditivo, é mais provável que a pessoa se distraia com barulho, uma vez que tem uma maior consciência auditiva. Elas aprendem ouvindo, falando e repetindo para si. O modo auditivo promove o pensamento e a memorização em passos, procedimentos e sequências. Uma pessoa que processe muito em auditivo gosta de receber feedback oralmente, gosta de falar sobre os mesmos assuntos várias vezes e lembra-se de instruções verbais com facilidade. São, também, sensíveis ao tom de voz e aos conjuntos de palavras usados pelos outros. O modo auditivo digital fala consigo mesmo. O auditivo tonal ouve músicas, sons ou outras representações tonais. Essas pessoas fazem soar as coisas nas suas mentes e usam, muitas vezes, palavras correlacionadas com o som, como por exemplo: “Sintonize-se…”. K: Cinestésico Em modo cinestésico, a pessoa mapeia, predominantemente, em sentimentos. Ela tem elevada consciência corporal, estando desperta para sensações, para toques, para o toque da roupa no corpo, etc. Respira com a parte de baixo do estômago e fala devagar, uma vez que as palavras que usa descrevem o que sente. Em modo cinestésico, as decisões principais são baseadas em sentimentos. Em modo cinestésico, a pessoa usa o toque quando comunica e não tem problemas em ser tocada. Essas pessoas gostam de estar sempre em movimento e de atividades nas quais tenham que, efetivamente, fazer coisas. Apreciam experiências que tenham a ver com a parte física, como esportes, 23 trabalhos que envolvam o corpo, etc. No modo cinestésico, a pessoa usa predicados que tenham correlação com os sentimentos, como por exemplo: “Controle-se”. Fraseologias com predicados São os verbos, os adjetivos e os advérbios que as pessoas usam para descrever as relações e os processos inerentes a uma experiência. Visual Auditivo Cinestésico Não especificado Ver Ouvir sentir sentir olhar escutar tocar experienciar visualizar soar agarrar compreender parecer fazer música obter pensar mostrar ressoar escapar aprender despertar sintonizar-se/ desligar-se pegar o sentido de processar revelar ser todo ouvidos explorar decidir visualizar tocar uma campainha conectar com motivar iluminar Silenciar jogar fora considerar imaginar ser ouvido virar-se mudar enevoado surdo insensível intensificar focado melodioso concreto distinguir desfocado dissonância raspar conceber imaginar não ouvir sólido informar ofuscar observar/notar agarrar incorporar clarificar pronunciar dormente interpretar inspecionar inquirir olhar fixamente adquirir visível voz suave manter notar tagarelar/conversar sólido preservar antever gritar tremer cancelar perspectiva amplificar quente alocar assistir articular frio defender 24 olhar de relance falar arrepiar qualificar desfocar choramingar devagar acomodarcolorido telefonar agitar criar claro gritar fresco ajustar brilhar retumbante molhado alterar Frases com predicados Visual Auditivo Cinestésico parecer-lhe fofoqueiro resumir sem sombra de dúvida ser muito fácil de ouvir bloquear visão de águia ser claramente mencionado enfrentar vislumbrar apelar controlar-se claro descrever em detalhes esfriar a cabeça não ver com bons olhos ouvir muito sobre fundações firmes piscando dar conta de controlar/dominar ter uma nova perspectiva escutar atentamente receber uma parte de ter um ponto de vista conceder uma audiência entrar em contato com uma vaga ideia vozes que se ouviam entender-se com alguém mostrar o que vale mensagem oculta me dá nos nervos à luz de segurar a língua de mãos dadas quadro geral conversa fiada sair do fundo do poço com vistas a investigar discussão calorosa parecer nota dominante Pare! Não continue! fazer uma cena alto e bom som debaixo do teu nariz imagem mental maneira de falar ter o pavio curto fotografia mental prestar atenção a baixa a bola! ver mentalmente poder da palavra conhecimento/expertise pintar um cenário chorar como um bebê pôr as cartas na mesa ver que está tudo feito dizer o seu objetivo ser uma dor de cabeça vista curta contar boatos mexer os pauzinhos 25 exibir dizer a verdade cabeça dura lavar a vista não ter papas na língua fugir do pensamento/ memória olhar para o vazio sintonizado/dessintonizado abraçar o capeta estar no auge inédito como um trapo velho visão limitada absolutamente começar do zero claro como água exprimir uma opinião não deixar transparecer à frente de tudo bem informado velho presunçoso bem definido tão perto que consegue ouvir/ de pernas para o ar dar um amasso Traduções (palavra por palavra) Visual Auditivo Cinestésico Não especificado perspectiva comentar/sondar sentir o que se pretende atitude passar os olhos ouvir com atenção seguir com atenção considerar ver com atenção contar/explicar guiar perseverar mostrar Ressoar vibrar explicar irradiar/cintilar silêncio alto sensacional emitir vazio reluzente Escutar adormecido ausente Vistoso história geral astuto ostentoso ficar de olho em gritar aos sete ventos preocupar-se com estar presente o quadro geral ouvir com atenção o ambiente geral o abstrato ostentar conversar sobre cortejo mostrar passar os olhos chamar a atenção de liderar participar mostrar/apontar Sintonizar passar rapidamente por examinar imaginar fazer-me soar as campainhas pôr o dedo na ferida identificar 26 parecer familiar falar sobre/discutir debruçar-se sobre o conteúdo conceber Rever muita interferência ambiente familiar lembrar-se de Turvo trabalhar sobre repetir procurar claro como água suja vago postura A química e a fisiologia dos estados emocionais Como diz um dos pressupostos da PNL, “Mente e corpo formam um só sistema”. Nossa mente influencia nossa fisiologia e vice-versa. É realmente incrível a química liberada quando acessamos o nosso melhor estado. Veja o exemplo da dança típica das tribos Maoris chamada Haka; é nítida a intimidação que aqueles movimentos, gestos, gritos e cantos provocam em quem assiste. Da mesma forma, podemos acessar estados variados de performance, pois eles existem em nós. E o que parece não existir, podemos criar. Outro pressuposto da PNL diz que “Nós já temos todos os recursos de que necessitamos ou então podemos criá-los”. Exemplos de estados a serem trabalhados: equilibrista, iogue, guerreiro, mago, gênio, analista, pensador, criativo, gentil, louco, etc. Submodalidades Em PNL, prestamos mais atenção ao contexto, à estrutura e ao processo das representações internas do que ao seu conteúdo. As submodalidades são as componentes mais sensíveis, que criam a estrutura das representações internas. Mudando as submodalidades, muda a estrutura de uma representação interna. Se mudar a estrutura, o significado dessa representação muda para o cliente. As submodalidades são a forma como codificamos as nossas imagens internas, tal como os sons e os sentimentos, de modo a dar significado à representação; são as distinções mais sutis das nossas imagens internas, sons e sentimentos. Submodalidades Visuais 27 Localização da imagem, tamanho da imagem, se é colorida ou em preto e branco, brilhante ou mais escura, associada ou dissociada, em moldura ou panorâmica, grau de foco, grau de contraste. Submodalidades Auditivas Volume, localização, tom, pausas, tempo, ritmo, direção, duração. Submodalidades Cinestésicas Localização, forma, temperatura, movimento, intensidade, duração. A intervenção das submodalidades é muito poderosa e constitui uma excelente forma de ajudar as pessoas a criar mais opções de escolha nas vidas delas. Lista de Submodalidades Visual Auditivo Cinestésico Localização Localização Localização Associada/Dissociada Interna ou externa Forma Em moldura ou panorâmica Rápida ou lenta Dimensão Colorida/em preto e branco Alta ou baixa Movimento Dimensão da imagem Tonalidade Temperatura Brilhante ou escura Timbre Peso Focada ou desfocada Pausas Pressão Em movimento ou parada Duração Vibração Quantidade de contraste Características únicas Textura 3D ou plana Intensidade Ângulo do qual é vista Interna ou externa Map Acrossing Mapeamento Cruzado Simples 28 1. Descubra as submodalidades de X. 2. Escolha as submodalidades de Y. 3. Análise contrastiva: observe as submodalidades que são diferentes em cada estado. 4. Mapeamento cruzado: o cliente acessa a representação de X e muda as submodalidades (estrutura), uma por uma, para as submodalidades de Y, com base em uma análise contrastiva. Esse processo é chamado de mapeamento cruzado, onde se obtém o conteúdo de X e mapeia-se esse mesmo conteúdo para a estrutura de Y. 5. Teste o seu trabalho. Posições perceptivas As mudanças de posição perceptiva acontecem quando a sua atenção muda para assumir os filtros perceptivos de outras pessoas. Ver, ouvir e sentir o mundo, através da posição perceptiva de um artista de trapézio, dá origem a um mapa do mundo completamente diferente do que se assumir a posição perceptiva de um pedreiro ou a de um bailarino. Quando assume uma posição perceptiva distinta, os seus processos de mapeamento mudam, originando um mapa mental diferente no Primeiro Acesso e na expressão linguística. Posição tripla Uma utilização eficaz da mudança de posição perceptiva é a tripla posição. O processo de tripla posição é usado em modelagem, na resolução de conflitos e na área educacional, por exemplo, isto para nomear apenas alguns contextos possíveis. 29 Posição 3 Ver, ouvir e sentir a situação através dos filtros de um observador. Posição 1 Ver, ouvir e sentir a situação através de seus próprios filtros. Posição 2 Ver, ouvir e sentir a situação através dos filtros da outra pessoa. Da esquerda para a direita: John Grinder, Nuno Cortez e Valéria Lugon em Portugal, 2019. John Grinder e Lucas Naves em Portugal, 2019. 30 ANOTAÇÕES MÓDULO 2 ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. 31 MÓDULO 3 ● Epistemologia da PNL ● Caixa Preta ● Padrões de Acesso Ocular ● Mapeamento Cruzado para Mudança de Crenças ● Padrão Swish 32 MÓDULO 3 Epistemologia da PNL Transformação em F1 As transformações no Primeiro Acesso (F1) são transformações neurológicas que transformam os dados recebidos a partir dos receptores sensoriais em projeções corticais. As transformações em F1 são pré-conscientes. Transformação Visual em F1 Os raios de luz que são colocados em foco nos cones e nas hastes da retina produzem uma reação química nessas células, durante a qual os dois pigmentos são quebrados para formarem um composto de proteína e de vitamina A. Esse processo químico estimula um impulso elétrico que é enviado para o cérebro através de um sistema, altamente complexo, de fibras nervosas. Transformação Auditiva em F1 O som é captado pelo pavilhão auricular (a parte visível do ouvido) e é direcionado através do canal do ouvido externo. O som faz com que o tímpano vibre, que, por sua vez, faz vibrar um conjunto de três pequenos ossos existentes no ouvido médio. A vibração é transferida para o fluído da cóclea, no ouvido interno, onde desencadeiam a produção de sinais nervosos que são enviados para o cérebro. Transformação Cinestésica em F1 As sensações táticas são recebidas pelos terminais nervosos na camada de baixo da sua pele, chamada “derme”, que transporta informação para a medula espinhal. Esta envia mensagens para o cérebro, onde o sentimento é registrado. O seu corpo tem cerca de 20 diferentes tipos de terminais nervosos que enviam mensagens para o cérebro. Os receptores mais comuns são o calor, o frio, a dor e a pressão ou os receptores táteis. Cada dedo tem 100 receptores táteis. 33 Transformação Olfativa / Gustativa em F1 O paladar e o olfato são sentidos químicos e sobrepõem-se. Os quimiorreceptores no nariz e na boca convertem os estímulos. O sentido do paladar é influenciado pelo olfato. Olfativo A detecção inicial de moléculas de odor acontece na parte de trás do nariz, numa pequena região conhecida como epitélio olfativo. Então, um sinal elétrico transmite o odor para o bolbo olfativo, onde a informação é transmitida para outras partes do cérebro. Gustativo Determinadas proteínas existentes nos alimentos unem-se aos receptores das papilas gustativas que se ligam através de diversos nervos; é aí que as fibras gustativas ascendem ao tálamo e, finalmente, ao córtex cerebral. Epistemologia: Primeiro Acesso O Primeiro Acesso é o primeiro ponto no qual conseguimos ter acesso aos inputs transformados a partir do mundo exterior. É a isso que nos referimos como experiência. O Primeiro Acesso são as projeções corticais que nos dão o primeiro ponto de acesso aos dados que foram transformados em f1. Primeiro Acesso Visual Primeiro Acesso Auditivo As imagens da retina são transformadas através das ações e são mapeadas para a atividade cortical, numa área chamada V1, no córtex visual. A área V1 tem um mapa espacial, muito bem definido na visão. A partir de V1, a informação anda para trás e para frente, alimentando outras áreas no córtex visual V2, V3, V4, V5, bem como outras modalidades. Os impulsos nos nervos auditivos são recebidos no “córtex auditivo”. O córtex auditivo identifica e segrega o tom dos objetos auditivos e identifica a localização do som. O som não é restrito 34 Primeiro Acesso Cinestésico Primeiro Acesso Olfativo Primeiro Acesso Gustativo Podemos dizer que todas as representações se sobrepõem a outro sistema Podemos O toque, a pressão, a propriocepção (sensação do próprio corpo) e a temperatura são processados na zona somatossensitiva do cérebro. O córtex motor primário lida com o movimento motor. A atividade neural no sistema límbico lida com as sensações associadas a uma resposta de “luta ou fuga”. O sentido do olfato é mediado no córtex frontal para que haja uma percepção consciente do odor. Os odores são processados em outras partes do cérebro, incluindo a amígdala (emoções e processamento automático) e o hipocampo (emoções e formação da memória). Paladar, viscosidade, textura da gordura e arenosidade, temperatura representada no córtex gustativo dos opérculos e no córtex caudal orbitofrontal. A amígdala e o tálamo também são ativados na representação gustativa. 35 dizer que todas as representações se sobrepõem a outro sistema (sinestesia). Epistemologia: Transformação em F2 e Representação Linguística As transformações em F2 são o conjunto de transformações que ocorrem entre o Primeiro Acesso e os nossos mapas linguísticos. Os processos de filtragem em F2 são um produto de linguagem natural e dos seus derivados. Os filtros em F2 incluem representações prévias codificadas (VAKOG) e representações construídas (VAKOG). A representação linguística é o processo de dar nomes. Nós atribuímos significado ao Primeiro Acesso através da transformação em F2 e, depois da codificação emlinguagem. A nossa representação linguística nos dá, posteriormente, mapas de Primeiro Acesso, que atribuem características a eventos, pessoas, objetos, entre outros. A Caixa Preta © NLP Academy 2017. Conteúdo fornecido por Michael Carroll, John Grinder e Carmen Bostic. 36 A transformação do Primeiro Acesso (FA) para a Linguagem © NLP Academy 2017. Conteúdo fornecido por Michael Carroll, John Grinder e Carmen Bostic. FA Experiência principal Transformação Representação linguística Transformação 37 Padrões de acesso ocular Quadro dos movimentos dos olhos Esta tabela representa os movimentos dos olhos de uma pessoa destra. Esse conjunto de padrões tem o nome de “organizados de forma normal”. Os padrões dos movimentos dos olhos das pessoas canhotas tendem a ser o inverso, mas também podem não ser. As pessoas que têm os padrões invertidos são conhecidas, em PNL, como “organizadas de forma inversa”. Existem algumas exceções interessantes a este quadro, portanto é importante calibrar sempre bem. Mapeamento Cruzado para Mudança de Crenças 1. Crença limitadora atual: O cliente identifica uma crença limitadora em um contexto no qual ele(a) gostaria de ter, neste momento, mais escolhas. Descubra as submodalidades da representação. 2. Crença passada (que já não é verdade): O cliente identifica algo em que costumava Vc Vr Ac Ar K Ad Vc Visual construído: Ver imagens construídas internamente Vr Visual recordado: Ver imagens que já viu antes Ac Auditivo construído: Ouvir sons construídos Ar Auditivo recordado: Ouvir sons que já ouviu antes K Cinestésico: Sentir sensações internas Ad Auditivo digital: Diálogo interno 38 acreditar e em que não acredita mais. Encontre as submodalidades daquilo em que “costumava acreditar”. 3. Mapeamento cruzado: Mapeie “a crença limitadora” na categoria “costumava acreditar”. Acesse a representação da crença limitadora e mude as submodalidades, de modo a que a representação tenha a mesma forma da categoria intitulada “costumava acreditar”. 4. Nova crença: Qual é a nova crença fortalecedora que vai substituir a crença limitadora inicial? Encontre as submodalidades. 5. Certeza: Identifique e obtenha as submodalidades de alguma coisa de que o cliente acredite ter certeza. Mapeamento cruzado: da nova crença à certeza absoluta. Acesse a representação da “Nova Crença” e mude as submodalidades de modo a que a representação assuma a mesma forma da “Certeza”. Padrão Swish 1. Identifique um contexto no qual o cliente gostaria de ter mais opções de escolha. 2. Imagem evocatória: Tenha o cliente 100% associado à representação e identifique o “gatilho”. Construa uma imagem associada intensa. Estado de separação. 3. Crie uma imagem de substituição bastante atrativa. O cliente constrói uma imagem dissociada que inclua uma resposta diferente ao “gatilho”; por exemplo, com a situação de roer as unhas: em vez da imagem de levar a mão à boca para roer as unhas, a imagem passará a ser a dos dedos, com as unhas bem arrumadas, crescendo naturalmente. Torne a imagem altamente atrativa. Reduza-a de tamanho e atire-a para o horizonte. 4. Swish: Acesse a imagem evocatória e coloque a imagem de substituição lá longe, no Crença limitadora Costumava acreditar Nova crença Certeza 39 horizonte, de modo a que seja pequena, escura e esteja centrada. Agora, troque as imagens rapidamente (swish), de modo a que a imagem de substituição aumente de tamanho e ocupe o espaço onde estava a imagem que representava o antigo problema, enquanto, simultaneamente, essa imagem inicial desaparece no horizonte. Repita 5-7 vezes, quebrando o estado em cada uma das vezes. 5. Teste o que fez. Passe a imagem original. Repare no que acontece com essa imagem evocatória. Observação: As submodalidades críticas do padrão Swish, explicadas neste manual, são a localização, o tamanho, o brilho e a distância. À medida que você for desenvolvendo as suas competências em PNL, será capaz de criar padrões de Swish que se enquadrem nas submodalidades críticas dos seus clientes. No início da PNL, no momento dessas trocas de imagens, era costume colocar-se a imagem de substituição no canto inferior esquerdo e fazer-se a troca para cima. As submodalidades críticas para essa troca de imagens (Swish) são: o tamanho, o brilho e a localização. 40 ANOTAÇÕES MÓDULO 3 ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. .................................................................................................................................41 MÓDULO 4 ● Ancoragem ● Âncora simples em 4 passos ● Colapso de Âncoras ● Âncora slide ● Âncoras Espaciais ● Empilhamento de Âncoras ● Encadeamento de Âncoras ● Círculo de Excelência 42 MÓDULO 4 Ancoragem Definição de âncora: estímulo externo que ativa um estímulo interno. A ancoragem refere-se a um processo de captura de um estado específico, através de um gatilho específico. Com a ancoragem, podemos isolar e manobrar partes do Primeiro Acesso em diferentes contextos. Uma âncora funciona como um gatilho ou como uma mudança para um determinado estado. O pressuposto é de que, se no pico de um estado for aplicada uma âncora sensorial, ambos ficarão ligados. Uma âncora pode ser um toque, um movimento ou uma qualidade tonal. Tem de ser única, distinta e deve ser induzida no pico do estado para que seja bem sucedida. Na PNL, os Practitioners usam a ancoragem para capturar estados de recurso, tanto a partir da história pessoal do cliente como de um estado presente, com a intenção de ligá-los aos contextos presentes e futuros nos quais os recursos sejam necessários. Os co-criadores da PNL perceberam que Milton Erickson e Virginia Satir usavam este processo com âncoras tonais. A teoria da ancoragem é, muitas vezes, explicada como uma teoria de resposta ao estímulo, que cresceu a partir do trabalho de Pavlov. O Practitioner de PNL também pode ancorar estados naturais à medida que estes surgem no cliente, de modo a permitir ao cliente acessar esses estados, posteriormente, na sessão ou em sessões futuras. A ancoragem é muito útil para controlar o estado e para mudar as respostas condicionadas dos clientes aos estímulos que lhes vão aparecendo em sua vida diária. O Practitioner pode estabelecer âncoras nos sistemas visual, auditivo ou cinestésico do cliente. 43 Âncora simples em quatro passos 1. Garantir que a pessoa acesse completamente um determinado estado. 2. Fornecer um estímulo específico à medida que o estado atinge o seu pico. 3. Quebrar o estado. 4. Testar âncora. Os cinco pontos-chave para a Ancoragem (Ancoragem pura): 1. Pureza: Estado puro de acesso 2. Singularidade: Uma âncora é um local único 3. Replicação: Replicar exatamente como estabelecido 4. Intensidade: Assegurar o estado é captado em sua fase mais intensa 5. Momento: Estabelecido apenas se o cliente estiver em um estado de elevada qualidade Intensidade do estado 44 Colapso de Âncoras Usar quando se deseja minimizar ou anular o efeito de estados pobres de recurso, suscitados por contextos (eventos ou pessoas) indesejados. Deve-se escolher locais no corpo diametralmente opostos, como as mãos, ombros e braços. 1. Encontre um contexto em que se deseje ter mais recursos. 2. Crie uma âncora nesse contexto. Ancore, quebre o estado e teste. 3. Identifique qual recurso positivo deseja ter nesse contexto. Instale a âncora no local oposto (mão oposta ou ombro oposto, por exemplo). Ancore, quebre o estado e teste. 4. Dispare as duas âncoras simultaneamente. Solta a primeira e, em seguida (alguns segundos depois), solte a segunda âncora (rica de recursos). Quebre o estado. 5. Acione a primeira âncora e teste o resultado. Âncora slide Acione uma âncora e vá fazendo um slide, aumentando as submodalidades cinestésicas, auditivas e visuais. Por exemplo: Você instala uma âncora no antebraço do cliente. Com a âncora já em funcionamento, vá com o dedo indicador subindo até o ombro do cliente, ao mesmo tempo em que promove sons que deem a impressão de aumento e ative um pico de âncora ainda maior no ombro. Este exercício funciona muito bem como um maximizador de âncoras. Âncoras Espaciais Ancore no chão ou em lugares específicos o acesso ao estado de recursos desejado. Podemos utilizar esta âncora em apresentações de palco, onde ancoramos vozes e personagens diferentes em cada local do palco. Podemos utilizá-la também com um cliente para que ele ative um excelente estado interno vinculado a uma âncora espacial. Um exemplo disso é o exercício “Ciclo de Excelência”, que veremos mais à frente. 45 Empilhamento de Âncoras Utilize quando desejar amplificar estados já ancorados. Basicamente, você deve repetir o processo básico de instalação, usando a mesma âncora com estados similares, a fim de reforçar o estado de recurso. Ocorre quando sobrepomos em um mesmo ponto, toque ou local sensações que se somam ou que se complementam. Por exemplo, você pode ancorar motivação, confiança, autoestima em seu ombro esquerdo. Nesse caso, evite empilhar âncoras antagônicas, pois senão irá virar um colapso de âncoras e a âncora mais forte tenderá a anular a mais fraca. Exemplo: alegria e raiva seriam um exemplo não congruente para um empilhamento de âncoras. Encadeamento de Âncoras O Encadeamento é uma técnica usada quando o estado desejado / estado de recursos é significativamente diferente do estado presente. 1. Identifique o estado presente indesejável. 2. Decida qual o estado final de recurso/positivo. 3. Decida quais os estados intermediários que irão resultar no estado final. Desenhe o encadeamento. 4. Encontre e faça a ancoragem de cada estado, separadamente, começando com o estado presente até o estado final. Tenha certeza de que o tema em questão está fora do estado anterior, antes de fazer a ancoragem do estado seguinte. Teste cada estado à medida que vai avançando. 5. Encadeie os estados de recurso juntos, tirando o 2°. Quando atingir o pico, junte o 3° e solte o 2°. Quando o 3° estiver no pico, junte o 4 e solte o 3°. Quando o 4° estiver no pico, deixe ir embora a âncora. 6. Teste; ative o 2° e o encadeamento deverá funcionar. 7. Ative a primeira âncora (estado presente) e depois ative a segunda âncora, que faz correr o encadeamento. 46 8. Teste: Peça ao cliente para acessar o estímulo original do estado presente e verifique se o encadeamento resulta sem âncoras. 9. Estabeleça a ponte para o futuro. Círculo de Excelência 1. Desenhe um círculo imaginário à sua frente ou marque um círculo no chão. 2. Desenvolva os recursos de que precisa dentro do círculo. Lembre-se de momentos em que o seu desempenho tenha sido exercido num determinado estado de excelência. Quando começar a sentir o estado a aumentar, caminhe para dentro do círculo, 100% associado a essa experiência de que se lembrou, ajustando o seu corpo e respirando, vendo, ouvindo e sentindo tal como se estivesse novamente lá, a vivenciar essa situação. Saia do círculo quando o estado começar a reduzir de intensidade. 3. Repita o processo com outros estados de excelência. 4. Teste o seu círculo de excelência: a partir de um estado neutro, vá para dentro do círculo. Se sentir os seus recursos de uma forma natural, você está diante de um círculo de excelência. 5. Colapso: Pense em um “gatilho” específico de um estado sem recursos da sua vida e vá para dentro do círculo, de modo que o estado sem recursos colapse dentro Círculo de Excelência. Presente (Estado nº1) Intermediário (Estado nº2) Final (Estado nº4) Intermediário (Estado nº3) 47 ANOTAÇÕES MÓDULO 4 ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. 48 MÓDULO 5 ● Boa Formulação de Metáforas ● Squash Visual ● Passos para Modelagem ● Dicionário da PNL 49 MÓDULO 5 Boa formulação de metáforas Era uma vez um menino da cidade, arrumadinho, de visita aos avós, tios e primos, numa vila no meio do Alentejo. Foi aí que sentiu, pela primeira vez, os olhares curiosos e invejosos caírem sobre ele; ele era o menino da cidade. Ali, ele sentiu o incômodo, talvez pela primeira vez: responder a um olhar para corresponder a algo que ele desconhecia. O menino da cidade brincava às escondidas e ainda hoje ele não sabe se queria ou não queria que o encontrassem. Era uma vez um menino da cidade que admirava os primos ágeis, livres, espontâneos, alegres, que o admiravam e viam nele um sonho que ele não compreendia… e que mais tarde todos vieram a realizar nos subúrbios da grande cidade. Sonhos realizados? Desilusões? Era uma vez uma experiência, a experiência única do silêncio na planície quieta e quente, debaixo de uma sombra; ao longe, o tilintar de um chocalho vindo dos confins não sei de onde, perdido nas memórias de significados. Era uma vez um menino perdido no burburinho das cidades, Paris, Londres, Bruxelas, Amsterdã, Lisboa, procurando, de novo, o silêncio. A cada minuto, procurava o silêncio e, nessa procura, cada vez mais emaranhado nas teias das imagens, dos sons, das sensações do mundo, encontrando por aqui, por acolá, um vislumbre daquilo que as palavras não podem pronunciar… e perguntando-se: o que é que as pessoas veem quando olham? E foi assim que ele fez disso o seu fascínio. O que são Metáforas Metáforas podem ser definidas como histórias, parábolas, alegorias, provérbios, mitos, contos, anedotas, comparações em que as imagens evocam associações de ideias, memórias, sensações. Essas histórias contornam a mente consciente e, através delas, são enviados estímulos que levam à busca de processos internos e significados a nível inconsciente. Metáforas podem, assim, influenciar-nos a nível profundo podendo ser 50 usadas para transformação e instalação de crenças e estimular comportamentos. Sobre a eficácia das Metáforas A eficácia de uma metáfora funcional, usada em coaching ou terapia, tem relação direta com o problema ao qual se refere. Deverá ter uma estrutura semelhante. Oferece uma experiência tal que a pessoa que lê ou ouve a metáfora possa mergulhar dentro de si e encontre consciente ou, sobretudo, inconscientemente, uma resposta adequada ao seu problema. Não me parece interessante que seja dada uma solução específica ou de carácter comum, nem sejam tiradas conclusões ou dadas explicações como às vezes se faz, mas sim que a metáfora seja vaga, ofereça experiências universais e pistas de desbloqueio, uma passagem ao movimento. O “cliente” pode abrir-se assim, sem resistências, a novas escolhas. As soluções devem, portanto, ter um caráter generalista. A borboleta A borboleta luta desesperadamente pela liberdade. Numa sala tranquila, uma música agradável. E uma borboleta… uma borboleta tentando sair da sala para o espaço exterior. O vidro da janela a impede; ela tenta e tenta inutilmente atravessar o vidro, tarefa impossível. Ela tenta uma vez, e outra e mais outra. Arduamente. Uma luta desnecessária. O vidro está lá. Uma luta que acabará com a sua morte. Uns dois metros mais ao lado, há uma janela aberta. Que estranho! A liberdade pode ser alcançada sem o mínimo esforço. Mas a borboleta, condenada à morte, permanece na árdua tarefa de encontrar ali, naquele lugar, naquela janela fechada, uma passagem para a vida. 51 Isomorfia Esta característica das metáforas em poder estabelecer uma relação entre uma história simbólica e a experiência subjetiva chama-se “isomorfia”. Uma metáfora isomórfica, altamente utilizada com fins terapêuticos dentro e fora da PNL, descreve de forma simbólica a situação problemática ou características do cliente. Após a identificação do problema de um cliente e da sua situação contextual, estrutura, script, característica pessoal, personagens implicadas, há que se encontrar uma situação e personagens isomorfas. Depois, é acomodar tudo isso em uma história que disfarce a intenção, precisamente para evitar intromissões da mente consciente. E dar soluções tais que ofereçam a possibilidade ao cliente para insights pessoais e para encontrar dentro de si novos caminhos para realizar a sua vida. Um exemplo cômico de Isomorfia O exemplo seguinte de uma metáfora isomórfica foi extraído do livro “Antídotos Práticos para Problemas Sexuais e de Relacionamentos”, de Leslie Cameron-Bandler. A descrição do problema Ao que parece, a promiscuidade está fazendo Dot perder o marido e a sua própria autoestima; é que Dot não resiste à tentação dos outros homens, acha mais excitante o sexo fora do casamento, está insatisfeita com suas relações sexuais conjugais. Por outro lado, cada experiência extraconjugal gera mais culpa e aumenta a possibilidade de Dot perder o marido. A culpa de Dot torna-se tão dolorosa que ela tem de fazer algo a esse respeito. Tematé insônia. Dot nunca desenvolveu comportamentos sexuais satisfatórios com o marido. 52 A metáfora encontrada Era uma vez uma mulher a caminho da obesidade; uma mulher que não consegue resistir a sobremesas e pratos tentadores quando come fora. É uma mulher que adora comer fora, e mal toca na comida que faz em casa. Cada vez que come fora, a mulher fica mais gorda. A solução metafórica A mulher dedicou-se a reorganizar a cozinha e os seus hábitos culinários. Começou a ler livros de receitas para escolher pratos apetitosos, e começou a experimentar refeições saudáveis e satisfatórias. Com o tempo, mais rápido do que se imagina, descobriu que não havia nos restaurantes nada de comparável às suas refeições caseiras e perdeu até a vontade de empanturrar-se em outros lugares, satisfazendo-se em casa. Agora esbelta, essa mulher outrora gorda orgulha-se muito das suas habilidades culinárias, bem como da sua aparência. A metáfora anterior, possivelmente, foi inspirada em Milton Erickson, talvez a partir desta consulta: uma vez, um casal visitou o Dr. Erickson para uma terapia. Tratava-se de um problema de desajustamento sexual. O problema surgia do fato de o marido querer passar logo ao “ato” e a mulher querer empregar mais tempo nas preliminares. Depois A mulher gorda tem de tomar alguma providência quanto aos seus hábitos. Já não há roupa que lhe sirva. A mulher gorda nunca aprendeu a cozinhar bem para si mesma. A solução proposta pelo terapeuta: é necessário que Dot aplique a sua energia no desenvolvimento de experiências sexuais satisfatórias com o marido, que encontre a satisfação necessária em casa a fim de poder orgulhar-se de sua relação conjugal e encontrar satisfação sexual com o marido. 53 de ouvir o problema apresentado, o Dr. Erickson mudou de assunto e falou de outras coisas. Só perto do fim da sessão, Erickson deu ao casal uma tarefa: planejar e cozinhar uma refeição em conjunto, cabendo ao marido o papel de preparar a entrada e, à mulher, o prato principal. Depois de preparada a refeição, o casal tinha de saboreá-la juntos. O papel das Metáforas na PNL O grande papel desempenhado pelas metáforas nesta metodologia deve-se a Milton Erickson, considerado por alguns como o maior Hipnoterapeuta de todos os tempos. Esse psiquiatra inovador empregava regularmente metáforas em suas consultas. Desde o início, David Gordon, inspirado por Milton Erickson, contribuiu muito para o desenvolvimento da PNL e, sobretudo, no emprego das metáforas terapêuticas. Nos conceitos fundamentais sobre aprendizagem e transformação em PNL, é atribuída uma importância enorme ao papel do inconsciente e à criação de estados emocionais positivos favorecedores da aprendizagem. Ora, as metáforas preenchem esses dois papéis essenciais. Qualquer trainer profissional de PNL é formado precisamente na utilização de metáforas e é natural sermos confrontados em formação, coaching e terapia, com essas técnicas. O grau de refinamento atinge, às vezes, o emprego de metáforas dentro de metáforas (metáforas cruzadas) que correspondem aos diversos subtemas do assunto tratado. A maior dádiva Qual é a maior dádiva que você pode dar a si mesmo? Não sei, mas tenho uma pequena sugestão: imagine que está sentado aos pés da sua cama. Nessa cama está uma criança, uma criança que você conhece como os dedos das suas próprias mãos. Essa criança está ávida do seu carinho e das suas palavras. Dê-lhe um brinquedo. Algo que você sabe que vai fazer a grande diferença para ela. Imagine essa criança envolta numa nuvem de carinho, de colo, de amor, de ternura… 54 E então, conte-lhe a história mais importante da sua vida, conte-lhe nas palavras que só você pode contar, de uma forma que ela possa entender, em tonalidade doce, quente, conte-lhe o que ela nunca ouviu, o que ela precisa ouvir para poder crescer, de novo, feliz, agora aproveitando das suas próprias experiências na vida. Metáforas e Identidade A maioria das pessoas define quem é a partir de comportamentos, competências, papéis sociais, traços de caráter, características emocionais. Isso é uma redução que implica uma visão muito fragmentada de si e que se reflete na autoimagem. Convido geralmente as pessoas a definirem-se a partir de metáforas. Para isso emprego, inspirado em David Grove, um dos grandes inovadores e praticantes do emprego de metáforas em coaching e terapia, a frase: “eu sou como…”. As pessoas criam então, de forma inconsciente, símbolos metafóricos sobre si, símbolos que falam de rios e pedras no caminho e mares tempestuosos, e penas que voam ao sabor dos ventos ou árvores em uma planície deserta, ou avestruzes ou javalis perseguidos, ou aves frágeis perdidas nas alturas ou voando em liberdade sem rumo… são inumeráveis os exemplos… A pessoa é a metáfora que ela conta a si mesma. Aconselho, por isso, as pessoas a escolherem sempre, com cuidado, a sua metáfora de vida. Modelagem Simbólica Ouse dizer o que nunca disse, mostrar-lhe as coisas que são dignas de se ver… Aquilo que ela nunca tinha visto, nunca tinha ouvido, nunca tinha sentido… E depois, agora sim, ela pode crescer de novo, usufruindo dos conhecimentos da sua própria experiência de vida… Ofereça a si mesmo a maior dádiva do mundo… 55 A modelagem simbólica, criada por James Lawley e Penny Tompkins, é um método que ajuda as pessoas a familiarizarem-se com a organização das suas paisagens inconscientes construídas de símbolos e metáforas, de tal modo que elas descubram novas maneiras de se perceberem a si mesmas e ao seu mundo. Nessa exploração são utilizadas as perguntas da Linguagem Pura, desenvolvida por David Grove, perguntas desprovidas de conteúdo, que não contaminam e não influenciam a história do cliente e que facilitam as pessoas a prestarem atenção às suas expressões metafóricas e assim conseguir criar um modelo das percepções simbólicas da sua mente e corpo. O coach ou terapeuta indaga parafraseando o cliente e ajuda-o a explorar exaustivamente o campo simbólico das suas experiências. A pouca prática que tenho com este método com base na PNL mostrou-me o processo fascinante do fluir da representação simbólica, tal como no sonho, sem que eu nem o cliente tenhamos, por vezes, uma noção consciente do que se passa, mas desaguando num momento que defino como uma espécie de insight intuitivo libertador no cliente. Inúmeras aplicações As metáforas podem servir para captar a atenção, clarificar um assunto, ativar recursos inconscientes, inspirar, ajudar na solução de um problema, criar um ambiente, neutralizar um pensamento limitador, pôr em questão um assunto menos fácil, vencer resistências, criar uma expectativa, ativar a criatividade, ajudar nos processos de transformação, induzir transe, desviar a atenção da mente consciente, prazer… (Artigo revisto e publicado no livro Descobrir a PNL – Um ensaio em redor dos temas da Programação NeuroLinguística e das suas aplicações, de José Figueira, Edições Smartbook) Squash Visual Para a integração de duas partes em conflito: 1. Identifique os conflitos e as partes envolvidas. 2. Crie uma representação visual e espacial de cada uma das partes (dissociada do contexto, identificando o comportamento e as características de cada parte – 3ª 56 posição). 3. Associe-se a cada uma das partes e identifique a intenção delas (crie uma representação associada ao contexto, identificando a intenção positiva. Use VAC e segmentação “para cima” e investigue a partir da 1ª posição). 4. Crie uma representação das partes em cada uma das mãos. Confirme a intenção positiva e se há algum diálogo entre as partes. 5. Partilhe os recursos e estabeleça um acordo para que possam estar
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