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Resenha do documentário Estamira 
O documentário foi produzido por Marcos Prado, onde narra a história de Estamira, uma senhora de 62 anos, que vive no aterro sanitário de jardim Gramacho-Rio de Janeiro.
Este documentário traz a verdadeira realidade a cerca a esquizofrenia, onde Estamira deixa claro a sua missão de revelar somente a verdade, onde se tem a possibilidade de presenciar e fica notório alguns sintomas tanto negativos, quanto positivos da esquizofrenia.
A Esquizofrenia é caracterizado como um sofrimento psíquico grave, caracterizado pela alteração no contato com a realidade (psicose), que pode vir apresentar sintomas como alucinações visuais, sinestésicas ou auditivas, delírios, fala desorganizada (incompreensível), catatonia ou sintomas depressivos juntamente com a paranoia. 
Estamira é uma senhora, que teve o decorrer da sua vida marcados por momentos de muitas conturbações. Começando pela sua infância onde a mesma deixa perceptível a forma de como ela vivenciou a sua infância, era amada por seus pais, porém ela relata a forma como o pai dela a chamava “o merdinha, fiinha de pai, o que deixa a dúvida se existia mesmo amor por parte do pai. Em momentos de lucidez Estamira relata sentir muita falta de sua mãe, lembra da sua mãe perguntando se ela (Estamira), já havia visto os astros. Essa parte deixa claro que a esquizofrenia advém de ordens genéticas, porém a mesma pode vir a se manifestar por diversos fatores, que servirão como gatilho para a manifestação da mesma. É o que nos mostra o documentário.
A Estamira teve no decorrer da sua vida, momentos de dor, sofrimento e grandes traumas. Ela relata que desde muita nova sofria abusos por parte do seu avô, que aos 12 anos o mesmo a levou para se prostituir em um bordel, onde a mesma veio a conhecer aos 17 anos o pai dos seus filhos. Relata também abusos, violência e traições sofridos dentro do casamento, no qual o marido levava amantes para dentro da própria casa, chegando ao ponto do próprio marido expulsar ela e seus filhos de casa. Se não bastasse o primeiro casamento não dar certo, o segundo casamento foi da mesma maneira. 
Estamira mostra-se uma mulher esperta, em seus momentos de lucidez diz coisas que nos fazem refletir, como por exemplo “o que você desperdiça hoje, é o que te fará falta amanhã”, “vocês não aprendem na escola. Vocês copiam. Vocês aprendem é com as ocorrências”, “Me trata com o meu trato que eu te trato, agora me trata com o teu trato que eu te devolvo o teu trato e faço questão de devolver em triplo”, ou seja, na minha percepção ela quis dizer “Se você me tratar bem eu te tratarei bem, se você me tratar mal eu faço questão de te tratar igual e ainda em triplo”.
A filha de Estamira relata que a mãe sofreu dois estupros, e relata a brutalidade do estuprador, conta também que quando ela pedia ajuda e pelo amor de Deus para ele parar, o mesmo dizia para ela se esquecer de Deus. A filha de Estamira conta também que a mãe era uma mulher muito religiosa, e acreditava que aquela situação que a mesma estava enfrentando, seria algum tipo de provação. Tempos depois dos estupros vivenciados por Estamira, a mesma começa a apresentar sintomas positivos compatíveis com um quadro de esquizofrenia, como as alucinações onde a mesma relatava estar sendo seguida pelo FBI, ou até mesmo ao usar um transporte coletivo dizia que as pessoas estavam filmando ela. É notório em algumas partes do documentário presenciar momentos de alucinações como a parte em que ela diz estar em dois lugares ao mesmo tempo, quando a mesma relata sobre seus pais mortos, que eles estão ao lado dela, ou a parte em que ela pega um objeto e usa como um aparelho telefônico, acreditando estar conversando com alguém. Fica claro também a presença de fala desorganizada em várias partes do documentário. Outro sintoma também apresentado por Estamira é o delírio de grandeza, onde muitas das vezes ela diz “ninguém vive sem Estamira”, “eu sou a Estamira”, “antes dela (Estamira) nascer, ela já sabia de tudo, ela está em todo lugar e todos dependem dela”, “ela (Estamira) é perfeita, e seus filhos são comuns”, ou até a mais chocante de todas “ela (Estamira) é melhor que Jesus”. 
Fica claro e perceptível a raiva que ela tem por Deus, ela sente uma revolta muito grande de Deus, onde ela liga tudo de ruim que aconteceu em sua vida e tudo de ruim que acontece no mundo a Deus, em outras palavras Deus é o culpado de tudo. Em um certo momento do documentário ela diz a seguinte frase: “aqueles que falam a verdade sobre Deus, ou que fazem parte da sua quadrilha como diz ela, se estes largaram de passar fome, se largaram de morrer”. Acho que foi uma das frases que mais me impactou, é como se a religião que fora ensinado a ela fosse assim “Você serve a Deus, confia nele, confessa ele como seu único e suficiente salvador, a partir deste momento você nunca mais terá fome, dor, sofrimento ou morte, será momentos apenas de felicidade”. O que na prática não é verdade, servir a Deus independente da religião, não vai te tornar isento de sofrimentos, nós como seres humanos em algum momento de nossas vidas felizmente tenhamos de passar por algum tipo de sofrimento. Uma de suas filhas deixa claro ao falar, que a sua mãe tem raiva de Deus, porque a fé que ela tinha, após todos esses ocorridos se apagou. O que me leva a refletir que se fosse ensinado a Estamira, que a religião não te deixa isenta de sofrimento, se ela teria essa raiva de Deus.
Estamira em momentos de lucidez revela ter astros positivos, em outras palavras apresenta sintomas positivos da esquizofrenia. Ri ao dizer que a doutora lhe receitou remédio para raiva, e se demonstra estar decepcionada profundamente, dizendo que a doutora a ofendeu. É clara em dizer que os médicos usufruem do seu “poder”, para dopar os pacientes com um único remédio o “diazepam”, no qual diz que quando faz uso do mesmo a deixava mais louca. Relata sentir uma depressão imensa, a qual não tem cura, o que deixa claro a decepção dela pela vida quando ela diz a seguinte frase "Eu nunca tive sorte. A única sorte que eu tive foi de conhecer o Sr. Jardim Gramacho o lixão, O Sr. Cisco-Monturo, eu amo, eu adoro. Como eu quero o bem dos meus filhos. Como eu quero o bem dos amigos. Eu nunca tive aquela coisa que eu sou: sorte boa".

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