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1 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Fisiologia Humana • Células (principalmente as nervosas e musculares) que têm a capacidade de gerar sinais elétricos, que se dão através do fluxo de cargas elétricas (íons) e que dependem da membrana plasmática. Esses íons são hidrofóbicos, por esse motivo, transitam de um lado a outro da MP através de proteínas de canal/canais iônicos que permitem as condições de excitabilidade das células. No entanto, para que haja a passagem, é necessário um estímulo para que os canais sejam ativados. CANAIS IÔNICOS • São proteínas integrais de membrana que, quando abertas, permitem a passagem de íons (Na+, K+, Cl-). Porém, possuem uma seletividade baseada em: tamanho do canal (quanto maior o diâmetro do canal, maior o fluxo), cargas elétricas dos íons (só interagem com cargas opostas) e tamanho das partículas (quanto menor o raio de um íon, maior a quantidade de líquido de solvatação, o que, por consequência, aumenta o “tamanho” da partícula). ➞ CLASSIFICAÇÃO DOS CANAIS ➝ Abertos/de repouso: permanecem constantemente abertos, permitindo a livre passagem de íons por difusão através da membrana. ➝ Regulados: se abrem com base em um estímulo. ⟹ Dependentes de ligantes (fig. A): ficam à espera de uma determinada molécula, tal como um transmissor químico (um neurotransmissor, por exemplo) que, quando ligado ao canal, induz a uma mudança conformacional ou à abertura de uma comporta. ⟹ Regulados por fosforilação (fig. B): abrem-se através da interação/ligação com o fosfato. ⟹ Voltagem-depedentes (fig. C): passam a permitir a passagem de íons quando uma mudança no gradiente elétrico/potencial de membrana se torna perceptível. ⟹ Regulados por estiramento/estímulos mecânicos (fig. D): ficam à mercê de um estímulo mecânico (estiramento da membrana, por exemplo). ➞ ESTADOS FUNCIONAIS DOS CANAIS IÔNICOS REGULADOS ⟹ Repouso: fechado e ativável. ⟹ Aberto: ativo. 2 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Fisiologia Humana ⟹ Refratário: fechado e não-ativável. Obs.: mesmo que os estímulos continuem, depois de um tempo, os canais regulados se fecham. ➞ SINAIS DO SISTEMA NERVOSO ⟹ Potenciais graduados: alterações locais do potencial de membrana, ou seja, restritos a uma única célula (não propagável). Possui amplitude variável (relacionada à magnitude do estimulo). ⟹ Potenciais de ação: alterações rápidas no potencial de membrana (propagáveis), que varia de - 70 mV a -30 mV e retorna ao seu valor de repouso. POTENCIAL DE MEMBRANA • O potencial de membrana quando a célula está em repouso é de -70 mV, devido à alta permeabilidade do K+ (sai da célula) e à bomba de Na+K+. Tem mais potássio. • O íon (cátion) predominante no meio intracelular é o K+ e no meio extra é o sódio, o cálcio e o cloreto. • O Na+ está sempre entrando na célula devido à sua maior quantidade no meio extracelular (difusão a favor do gradiente de concentração). • O fluxo das partículas depende do número de canais e do tempo de ativação dos mesmos. ⟹ Fluxo efetivo: quando se estabelece o potencial de equilíbrio (diferença de íons = 0). ⟹ Célula em repouso/polarizada meio intracelular: negativo e meio extra: positivo. ⟹ Célula despolarizada meio intra: positivo e meio extra: negativo. ⟹ Despolarização: estímulo excitatório. ⟹ Hiperpolarização: estímulo inibitório. ➞ POTENCIAL DE AÇÃO (FIG. A) • Fenômeno de sinalização nas células excitáveis que consiste em alterações rápidas do potencial de membrana, propagadas com grande velocidade, iniciando pelo axônio e daí por toda a membrana da fibra nervosa. ⟹ Fases do potencial de ação: Célula em repouso entrada de Na+ despolarização da membrana abertura dos canais de Na+ dependentes de voltagem permeabilidade da membrana ao Na+ maior despolarização inativação dos canais de Na+ dependentes de voltagem repolarização da membrana potencial de repouso. ➞ POTENCIAL GRADUADO (FIG. B) • São alterações que acontecem em um determinado ponto da membrana do neurônio, não tendo na maioria das vezes intensidade (força) suficiente para despolarizar toda a membrana do neurônio e, consequentemente, para transferir este impulso para um neurônio adjacente. Quando este impulso percorre toda a extensão da membrana, gera um PA. • Ocorrem com maior frequência no SN, podendo ocasionar uma somação dos sinais que atingem a célula, formando assim, um PA. • Na célula nervosa, existe uma região denominada cone axonal, na qual existe um grande número de canais de Na+. Por esse motivo, é lá que ocorre a formação dos PA e que se propagam até a -70 mV: célula em repouso. -40 mV: limiar (valor mínimo que uma célula atinge para que haja a abertura dos canais dependentes de voltagem e, consequentemente, um potencial de ação). +30 mV: potencial de ação. -80 mV: pós potencial de ação, hiperpolarização. 3 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Fisiologia Humana área pré-sináptica. Já os potenciais graduados, ocorrem nos dendritos ou no corpo celular do neurônio. • O diâmetro do axônio (quanto maior, mais rápido) e a mielinização (estímulo saltátorio devido aos nódulos de Ranvier [resistência 0]) facilitam o fluxo das cargas elétricas. ➞ RESPOSTA DO TIPO TUDO OU NADA • Significa que ou o estímulo é suficientemente intenso para excitar o neurônio, desencadeando o potencial de ação, ou nada acontece. Não existe potencial de ação mais forte ou mais fraco; ele é igual independente da intensidade do estímulo. • Uma vez gerado o PA, a célula responde (sempre igual) com a sua capacidade máxima. • O menor estímulo capaz de gerar potencial de ação é denominado estímulo limiar. ➞ PERÍODO REFRATÁRIO • Período em que a célula se encontra em momento de repolarização, podendo estar mais próxima ou distante da homeostase, o que altera seu limiar de despolarização. Pode ser de dois tipos: ⟹ Absoluto: momento em que uma célula está em PA e ela não pode sofrer outro PA. Esse período inclui a abertura dos canais de Na+ e o momento em que eles estão refratários. A razão para isso é que logo após o início do PA, os canais de sódio (canais de cálcio ou ambos) ficam inativos e qualquer quantidade de sinal excitatório aplicado nos canais nesse ponto, não abrirá as comportas de inativação. ⟹ Relativo: a célula pode sofrer outro PA, porém o estímulo tem que ser supralimiar. REFERÊNCIAS GUYTON, Arthur Clifton. Tratado de fisiologia médica. Elsevier Brasil, 2006. BERNE, Robert M.; LEVY, Matthew N.; KOEPPEN, Bruce M. Berne & levy physiology. Elsevier Brasil, 2008.
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