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MARCHA ATLÉTICA ASPECTOS TÉCNICOS E REGULAMENTARES O QUE É A MARCHA ? A Marcha é uma progressão efectuada passo a passo de tal forma que o contacto com o solo seja mantido sem interrupção. Sendo uma das actividades mais naturais do HOMEM‚ é aconselhada a todas as pessoas como actividade de manutenção de grande volume e pequena intensidade, que permite ao longo de uma prática continuada a reeducação cardiovascular, respiratória, muscular e óssea. O QUE É A MARCHA ATLÉTICA ? A Marcha Atlética é a face competitiva da Marcha, conservando a sua característica fundamental - o duplo apoio - e desenvolvendo toda uma técnica de progressão própria que permita uma maior economia de energia e uma mais rápida progressão. Enquanto na Marcha um praticante desenvolve uma velocidade entre 5 e 7 Km/h na Marcha Atlética faz entre 12 e 15 Km/h. BREVES NOÇÕES TÉCNICAS Duplo Apoio - fase de curta duração em que ambos os pés estão em contacto com o solo coincidindo a última fase de impulsão (pé posterior) com a primeira fase de tracção (pé anterior). Constitui a fase de maior amplitude da passada, da movimentação dos membros e da bacia. Tracção - ao acabar o duplo apoio começa a fase de tracção, realizada pelo membro inferior anterior, graças ao trabalho dos músculos glúteos, e à inércia do centro de gravidade. Esta fase termina quando o tronco se encontra na vertical do pé de apoio. Apoio - fase intermédia entre a tracção e a impulsão em que a bacia se encontra no mesmo plano que os ombros. Impulsão - quando o tronco ultrapassa a vertical do pé de apoio dá-se início à fase de impulsão realizando-se a rotação do pé‚ calcanhar-ponta, a rotação da bacia na direcção da progressão e a movimentação dos membros superiores até à máxima amplitude. PRINCIPAIS ERROS / CORRECÇÕES Erro: Perda de contacto com o solo. Correcção: Redução da velocidade da progressão; não elevar os ombros; impulsão com desenrolamento completo do pé de apoio. Erro: Joelho do membro inferior em apoio, dobrado na passagem na vertical. Correcção: Redução da velocidade de progressão; reforço muscular dos membros inferiores; manter a perna de apoio sempre em tensão; reforço dos músculos abdominais e lombares. Erro: Realização dos apoios em duas linha paralelas (marcha à pato). Correcção: Marchar numa linha recta; procurar que o movimento dos membros superiores seja, quando à frente, convergente para um eixo longitudinal. Erro: Passada curta. Correcção: Impulsão mais forte, trabalho dos membros inferiores mais amplo, melhoria global da flexibilidade e mobilidade. AJUÍZAMENTO Em cada competição de Marcha Atlética haverá, pelo menos, seis Juízes que fiscalizarão a progressão dos atletas segundo as regras definidas no artigo 230 do regulamento da Federação Internacional de Atletismo, isto é: O atleta deve realizar uma progressão de passos de tal modo que se mantenha em contacto com o solo, sem que ocorra perda de contacto visível (a olho nu). Por outro lado, a perna que avança deverá estar estendida, ou seja, não flectida pelo joelho, desde o primeiro contacto com o solo até à posição vertical. PROCEDIMENTOS Um atleta pode ser Advertido, por qualquer dos seis Juízes, com uma raqueta branca com um símbolo inscrito em cada uma das faces, quando a sua progressão estiver em risco de infringir: a) o contacto com o solo (perda de contacto com o solo / suspensão); b) a extensão da perna de apoio desde o primeiro contacto com o solo até à posição vertical (flexão) Um atleta será Desclassificado quando na opinião de três Juízes, não respeite a forma de progressão definida regulamentarmente. A desclassificação ocorrerá apenas quando o Juiz Chefe lhe mostrar a raqueta de cor vermelha. EQUIPAMENTO ACONSELHÁVEL MEIAS: Das que absorvam o suor, evitando a irritação da pele. CALÇADO: Adaptado aos pés de cada um com reforço do calcanhar. HIGIENE: Aconselha-se o uso de pó talco para os pés de forma a evitar as irritações da pele e vaselina para as restantes zonas corporais em que se note a existência de fricções. CALÇÕES E CAMISOLA: Nem apertados nem largos, de forma a deixarem liberdade de movimentos. BONÉ: Obrigatório nos dias de calor, de forma a prevenir insolações. CUIDADOS DE SAÚDE O MÉDICO deve avaliar fundamentalmente: a integridade do aparelho cardio-vascular; o estado da coluna vertebral ; os membros inferiores: simetria - articulações - planta dos pés. DISTÂNCIAS UTILIZADAS EM COMPETIÇÕES Escalões Sexo DISTÂNCIAS BENJAMINS M/F 1000m / 2000m INFANTIS M/F 1000m / 2000m / 3000m INICIADOS M/F 2000m / 3000m / 4000m / 5000m JUVENIS M 3000m / 5000m / 10000m / 1h pista JUVENIS F 3000m / 4000m / 5000m / meia-hora pista JUNIORES M 5000m / 10000m / 15km / 20km / 1h pista JUNIORES F 3000m / 5000m / 10000m / meia-hora pista SENIORES M 5000m / 10000m / 20km / 30km / 50km / 1h e 2h pista SENIORES F 3000m / 5000m / 10000m / meia-hora pista / 20km CONSELHOS COM QUE IDADE SE DEVE COMEÇAR A MARCHAR ? Pode-se começar a marchar já com um plano organizado de iniciação desportiva entre os 8 e os 10 anos, contudo nunca com um treino de competição especializado antes dos 14 anos. COM QUE IDADE SE DEVE ABANDONAR ? Não há limite de idade pois a marcha constitui um dos melhores exercícios para a prevenção do envelhecimento, pelo que se aconselha vivamente a sua prática. Informações disponibilizadas pelo Sector de Marcha da Federação Portuguesa de Atletismo Isto é Marcha atlética REGULAMENTO TÉCNICO DA IAAF SECÇÃO VII – PROVAS DE MARCHA ATLÉTICA REGRA 230 MARCHA ATLÉTICA 1 – Definição de marcha atlética: A marcha atlética é uma forma de progressão por passos na qual o marchador estabelece contacto com o solo de tal forma que não seja visível (a olho nu) qualquer perda de contacto. A perna que avança terá de estar estendida (isto é, não flectida pelo joelho) desde o momento em que entra em contacto com o solo à frente até à passagem pela posição vertical. 2 – Ajuizamento: a) Os Juízes de Marcha nomeados terão de eleger um Juiz-Chefe, caso este não tenha sido nomeado previamente. Nas competições segundo a Regra 1 a), b), c) e d), o Juiz-Chefe tem o poder de desclassificar um atleta, entre o circuito e a entrada no estádio e no interior deste, quando a prova finalize num estádio, ou nos últimos 100 metros quando a prova se realize inteiramente numa pista ou num percurso em estrada, quando pelo seu modo de progressão, não cumpra, de forma óbvia, o previsto no artigo 1 acima, independentemente desse atleta ter recebido previamente notas de desclassificação. b) O Juiz-Chefe actuará como oficial supervisor da competição, e apenas actuará como Juiz na situação especial assinalada na alínea a) acima, em competições organizadas sob a Regra 1 a), b), c) e d) da IAAF. Em competições organizadas sob a Regra 1 a), b) e c) da IAAF, podem ser designados pelo Comité Organizador Local, após consulta a efectuar junto do Juiz-Chefe e dos Delegados Técnicos, um máximo de dois Assistentes do Juiz-Chefe. O(s) Assistente(s) do Juiz-Chefe apenas procederão à notificação de desclassificações e não actuarão como Juízes de Marcha. c) Os Juízes de Marcha terão de actuar de forma independente e o seu julgamento basear-se-á em observações visuais (a olho nu). d) Nas competições segundo a Regra 1 a), todos os Juízes terão de ser Juízes Internacionais de Marcha. Nas competições segundo a Regra 1 b) e c), cada um dos Juízes terá de ser Juiz Internacional de Marcha ou Juiz de Marcha de Área. e) Em provas de estrada, por norma haverá um mínimo de seis e um máximo de nove Juízes de Marcha, incluindo o Juiz-Chefe. f) Em provas de pista por norma haverá seis Juízes de Marcha, incluindo o Juiz-Chefe. g) Nas competições segundo a Regra 1 a) só poderá actuar um Juiz de Marcha por cada país. Em competições organizadas sob a Regra 1 a), b) e c), um Juiz encarregado do Quadro de Desclassificações e um Secretário do Juiz-Chefe terão de ser nomeados pelo Comité Organizador, após consulta a efectuar junto do Juiz- Chefe e dos Delegados Técnicos.3 – Advertências: Os atletas terão de ser advertidos quando pelo seu modo de progressão correm o risco de não cumprir com a Regra 230.1. Não poderão ser objecto de uma segunda advertência pelo mesmo Juiz de Marcha, pela mesma infracção. Tendo emitido advertências, o Juiz de Marcha terá de dar conhecimento desse facto ao Juiz-Chefe depois da competição. 4 – Notas de Desclassificação e Desclassificação: a) Cada proposta de um Juiz de Marcha para desclassificação é chamada «nota de desclassificação». Aos atletas terão de ser atribuídas notas de desclassificação quando, pelo seu modo de progressão, não cumpram a Regra 230.1 em qualquer momento da competição, seja por perda visível de contacto com o solo seja por flexão da perna. b) Quando um atleta receber uma nota de desclassificação por parte de três Juízes de marcha diferentes, o atleta é desclassificado e terá de ser notificado dessa desclassificação pelo Juiz-Chefe de Marcha ou pelo(s) Assistente(s) do Juiz-Chefe de Marcha. c) Em todas as competições controladas directamente pela IAAF ou organizadas sob a sua égide, em caso algum poderão dois Juízes de Marcha da mesma nacionalidade ter poder de desclassificação. d) Se, durante a prova, for impraticável notificar um atleta de que foi desclassificado, a desclassificação terá de ser formalizada o mais cedo possível após o atleta ter terminado a prova. Uma falha na rápida notificação não resultará na reclassificação de um atleta desclassificado. e) Um sinal amarelo, tendo em cada lado o símbolo da falta cometida, terá de ser mostrado ao atleta quando for atribuída uma advertência. Um sinal vermelho representa a desclassificação do atleta. Este último sinal será utilizado pelo Juiz-Chefe de Marcha para informar os atletas da sua desclassificação. Os atletas poderão ainda ser informados da sua desclassificação pelo(s) Assistente(s) do Juiz-Chefe de Marcha. f) Em provas de pista, um atleta que seja desclassificado terá de abandonar imediatamente a pista e, em provas de estrada, terá de retirar os seus números identificativos e abandonar o percurso, imediatamente após ser desclassificado. Qualquer atleta desclassificado e que não cumpra a obrigação de abandonar o circuito ou a pista fica sujeito a acção disciplinar adicional de acordo com a Regra 22.1 f) e 145 da IAAF. g) Um Quadro de Desclassificações será colocado no circuito e perto da linha de chegada, a fim de manter os atletas informados a respeito do número de notas de desclassificação que foram atribuídas a cada atleta. h) Para todas as competições sob a Regra 1.1 a) da IAAF, dispositivos computadorizados portáteis com capacidade de transmissão, serão utilizados pelos Juízes para comunicarem todas as notas de desclassificação ao Secretário, bem como para o(s) Quadro(s) de Desclassificação. 5– A partida: As provas serão iniciadas com um disparo de pistola. Utilizar-se-ão as vozes e procedimentos de partida definidos para as provas de distâncias superiores a 400 m (Regra 162.3). Em provas com um número elevado de atletas, deverá dar-se um sinal de aviso 5 minutos antes da partida, podendo haver outros avisos se for necessário. 6 – Segurança e Exames médicos: a) O Comité Organizador de provas de marcha terá de garantir condições de segurança para os atletas. Nas competições segundo a Regra 1.1 a), b) e c), o Comité Organizador deverá providenciar para que as estradas em que se disputam as competições estejam fechadas ao tráfego motorizado em todas as direcções. b) Nas competições segundo a Regra 1.1 a), b) e c), as provas deverão ser programadas para começar e terminar durante o dia. c) Um exame médico realizado durante o desenrolar de uma prova, por pessoal médico designado e claramente identificado pelo Comité Organizador, não será considerado como assistência. d) Um atleta terá de se retirar imediatamente da prova, caso seja intimado a fazê-lo por um membro do Corpo Clínico nomeado pelo Comité Organizador. Os elementos desse Corpo Clínico serão facilmente identificáveis através de uma braçadeira, ou vestuário apropriado. 7 – Locais de refrescamento e de abastecimento: a) Água e outros abastecimentos apropriados estarão disponíveis na partida e chegada de todas as provas. b) Em todas as provas de distância até 10 km inclusive, terão de ser providenciados locais de refrescamento com água e esponjas, colocados em intervalos apropriados, caso as condições climatéricas o justifiquem. c) Em todas as provas de distância superior a 10 km, terão de ser providenciados locais de abastecimento em cada volta. Em complemento, locais de refrescamento onde apenas será fornecida água terão de ser colocados a aproximadamente meio caminho entre os locais de abastecimento ou com maior frequência caso as condições climatéricas o justifiquem. d) Os abastecimentos, que podem ser providenciados pelo Comité Organizador ou pelos próprios atletas, terão de ser colocados nos referidos locais, de forma que sejam facilmente acessíveis ou entregues em mão aos atletas por pessoas autorizadas. e) Um atleta que seja abastecido num local diferente dos definidos regulamentarmente, será passível de desclassificação. f) Em competições organizadas sob a Regra 1 a), b) e c), um máximo de dois Oficiais de cada país poderá colocar-se atrás de cada mesa de abastecimento. Em nenhuma circunstância pode um Oficial correr ao lado do atleta na altura do abastecimento. 8 – Provas de marcha em estrada: a) Em competições organizadas sob a Regra 1.1 a), b) e c), o circuito não será superior a 2,5 Km nem inferior a 2 Km. Em provas que comecem e finalizem num estádio, o circuito deverá estar situado tão perto quanto possível do estádio. b) As provas em estrada terão de ser medidas de acordo com a Regra 240.3. 9 – Condução da Prova: Nas provas de marcha de distância igual ou superior a 20 Km, um atleta pode deixar a estrada ou a pista, com a autorização e sob controlo de um Juiz, desde que não encurte a distância a percorrer.