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Sexologia criminal

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1 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
SEXOLOGIA CRIMINAL 
 
 
Sexologia criminal e transtornos da sexualidade e da identidade sexual. 
A função do médico é entender que a mulher é um personagem extremamente significativo quando 
se fala nos aspectos médicos legais: necessidade do ato e não apenas da fala do médico. 
Perspectiva médico legal: função de interferência e atuação dentro dos aspectos da violência, 
criminais. 
 
A sexologia criminal é a parte da Medicina Legal que trata das questões médico-biológicas e periciais 
ligadas aos delitos contra a dignidade e a liberdade sexual. 
• A violência sexual é uma agressão contra a própria cidadania. 
o Sendo necessário, portanto, estudar o conceito, a legislação, a doutrina e os objetivos 
periciais desses crimes. 
o Violência sexual é uma violação contra a própria cidadania, independente de gênero. 
 
Legislação e Doutrina 
Código penal - parte especial 
Título IV - dos crimes contra a dignidade sexual (Redação dada pela Lei número 13.015, de 2009). 
 
• Capítulo I - Dos crimes contra a liberdade sexual. 
o Estupro: 
▪ Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter 
conjunção carnal (situação do ato físico, relação sexual propriamente dito → 
estupro) ou a praticar ou permitir que com ele pratique outro ato libidinoso. 
**Pena: reclusão de 6 a 10 anos, sendo um crime considerado grave. 
**Crime inafiançável. 
• Primeiro: se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou 
se a vítima é menor de 18 anos o maior de 14 anos. **Pena: reclusão 
de 8 a 12 anos. 
• Segundo: se da conduta resulta morte. **Pena: reclusão de 12 a 30 
anos. 
o A medida que a violência do ato aumenta, a reclusão aumenta 
também. 
o Violação sexual mediante fraude: 
▪ Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, 
mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de 
vontade da vítima. **Pena: reclusão de 2 a 6 anos, sendo um crime 
considerado grave mas sem violência. 
• Parágrafo único: se o crime é cometido com o fim de obter vantagem 
econômica, aplica-se também multa. 
o Assédio sexual: 
▪ Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou 
favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior 
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou 
função. **Pena: detenção de 1 a 2 anos. **Crime de difícil comprovação 
pericial. 
 
2 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
• Segundo: a pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor 
de 18 anos. 
 
• Capítulo II - Dos crimes contra vulneráveis. 
o Estupro de vulnerável: 
▪ Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menos 
de 14 anos (ato com alguém que não necessariamente tenha consciência de 
defesa). **Pena: reclusão de 8 a 15 anos. 
• Primeiro: incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no 
caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental (não 
necessariamente sendo menor de 18 anos), não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, 
não pode oferecer resistência (seja física seja intelectual, retardo 
mental com déficit cognitivo importante). 
• Terceiro: se a conduta resulta lesão corporal de natureza grave. 
**Pena: reclusão de 10 a 20 anos. 
• Quarto: se da conduta resulta morte. **Pena: reclusão de 12 a 30 anos. 
o Corrupção de menores: 
▪ Art. 218. Induzir alguém menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem 
(desejo). ** Pena: reclusão de 2 a 5 anos. *Não é necessário ocorrer 
violência. *Relacionado à pornografia infantil. 
o Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente: 
▪ Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 anos ou induzi-lo a 
presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia 
própria ou de outrem. **Pena: reclusão de 2 a 4 anos. 
o Favorecimento de prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável: 
▪ Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de 
exploração sexual, alguém menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, 
facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone. **Pena: reclusão de 4 a 10 
anos. 
*A diferença quanto a Corrupção de menores pode ser quanto ao aspecto financeiro/ de ganho, 
induzindo alguém para favorecer um terceiro, em contrapartida que aqui, é o processo de prostituição 
em si. 
• Primeiro: se o crime é praticado com o fim de obter vantagem 
econômica, aplica-se multa também. 
• *Segundo: incorre nas mesmas penas: 
I - Quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 anos e maior de 
14 anos na situação descrita no caput do artigo. 
II - O proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verificam as práticas referidas no 
caput do artigo. 
• Terceiro: na hipótese do inciso II do *Segundo, constitui efeito 
obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de 
funcionamento do estabelecimento. 
 
• Capítulo V - Do lenocídio e do tráfico de pessoas para fim de prostituição ou outra forma de 
exploração sexual. 
No Brasil a prostituição é proibida, existindo penas para isso, sendo um crime velado. 
 
3 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
o Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual: 
▪ Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração 
sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone. **Pena: 
reclusão de 2 a 5 anos e multa. 
• Primeiro: Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, 
enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou 
empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação 
de cuidado, proteção ou vigilância. **Pena: reclusão de 3 a 8 anos. 
• Segundo: se o crime é cometido com emprego de violência, grave 
ameaça ou fraude. **Pena: reclusão de 4 a 10 anos além de pena 
correspondente à violência. 
• Terceiro: se o crime é cometido com o fim lucrativo, aplica-se também 
multa. 
o Casa de prostituição: 
▪ Art. 229. Manter, por contra própria ou de terceiros, estabelecimento em que 
ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do 
proprietário ou gerente. **Pena: reclusão de 2 a 5 anos e multa. 
 
 
Objetivos periciais dos crimes sexuais 
✓ Constatação de prática sexual (determinar a presença ou não de conjunção carnal). 
✓ Lesões ocasionadas pelo ato sexual não consensual (submetida a violência). 
✓ Outros tipos de constatações que pode ajudar na judicialização. 
 
Crime sexual 
✓ Estupro (determina a violência). 
✓ Conjunção carnal (exame laboratorial ou físico para confirmar → hematoma, equimoses, 
lacerações, edemas). 
✓ Ato libidinoso (comum em criança → passar a mão nos órgãos genitais, carinhos 
inapropriados). Muitas vezes não se consegue determinar a perícia (ginecológica, 
psicológica). 
✓ Violação sexual mediante fraude (medicamentos → perda de cognição, sensorial; 
embriaguez). 
 
 
A. VÍTIMA 
• Anamnese: 
o História sexual pregressa, antecedentes obstétricos, ciclo menstrual, DUM, data da 
última relação sexual consentida, métodos anticoncepcionais, dinâmica do fato 
(repetição verbal do fato pode constranger a vítima). 
• Exame ginecológico: 
o Afastamento dos grandes lábios (observar lacerações). 
▪ Inspeção (vestíbulo vaginal, introito vaginal, membrana himenal). Além disso, 
é necessária uma inspeção integral (pescoço, dorso, ventre, cabeça, 
membros) na tentativa de se ter aspectos periciais de violência. 
▪ Coleta de conteúdo vaginal (DNA, espermatozóides). 
 
 
 
4 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
B. Agressor 
• Lavado peniano, pesquisa de lesões ungueais (ou subungueais), marcas cutâneas em 
resposta a agressão (arranhaduras, traumas relacionados à defesa da vítima). **Geralmenteo agressor não passa pela perícia do médico que está atendendo a vítima. Buscar provas 
pelo exame de corpo de delito 
• Constatação da ejaculação: 
o Presença de espermatozoides. Fosfatase ácida. Teste da proteína P30. 
▪ Coleta do DNA é extremamente importante → Banco de DNA de 
estupradores. 
• Lesões: 
o Contusões, lacerações, violência da penetração. 
 
Metodologia do exame 
• O hímen geralmente se rompe após a primeira conjunção carnal. 
o Particularidades: tipos de hímen, cicatrização. 
o Considerações periciais: dificuldade no exame (se a mulher já teve relações sexuais 
anteriores), diagnóstico diferencial (boa anamnese), reconhecimento de vestígios. 
 
Conjunção carnal 
Quesitos no laudo de conjunção carnal: 
1. Se a paciente é virgem. 
2. Se há vestígio de desvirginamento recente. 
3. Se há outro vestígio de conjunção carnal recente. 
4. Se há vestígio de violência e, no caso afirmativo, qual o meio empregado. 
5. Se da violência resultou para a vítima incapacidade para as ocupações habituais por mais de 
trinta dias ou perigo de vida, ou debilidade permanente, ou incapacidade permanente para o 
trabalho, ou enfermidade incurável, ou deformidade permanente, ou aceleração de parto ou 
aborto → resposta específica. 
6. Se a vítima é alienada ou débil metal. 
7. Se houve outra causa, diversa de idade não maior de 14 anos (crimes de menores), alienação 
ou debilidade que a impossibilite de oferecer resistência. 
OBS: A ruptura do hímen determina materialidade da prova de conjuntura carnal. 
 
Ato libidinoso 
Ato libidinoso diverso da conjunção carnal. 
Ato libidinoso é a prática que não emprega a conjunção carnal, que fuja à natureza pênis-
vagina. **Muito mais difícil quanto a identificação e perícia objetiva, devido a falta de sinal. 
 
Aspectos médicos legais da sexualidade 
• Transtornos da preferência sexual: opção de práticas sexuais sem prejuízo. 
• Identidade sexual: 
o Questão relacionada a aspectos cíveis (direito civil → transexalidade, gênero). 
▪ Transexualismo: 
• Inversão psicossocial (candidatos à cirurgia): 
o Síndrome de disforia sexual. 
o Pseudo síndrome psiquiátrica → teorias: 
▪ Genética, fenotípica, psicogênica, neuroendócrina, 
eclética. 
 
5 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
• Transexualismo pseudo travestido: roupas do sexo oposto, para desfrutar de experiências 
temporárias. 
• Transexualismo travestido-fetichista: uso de roupas do sexo oposto para obter excitação 
sexual → transtorno de preferência. 
• Transexualismo travestido verdadeiro: desejo de viver e ser aceito como sexo oposto. 
• Perversão sexual: comprometimento moral, psíquico ou físico. Não há nenhum problema de 
se ter transtornos da preferência sexual onde não há prejuízo para nenhum dos indivíduos. 
 
Transtornos sexuais ou parafilia 
• Passíveis de se tornar crime: 
o Frotteurismo: “mania” que alguns homens têm de “roçar”, encostar, seus órgãos 
genitais ou menos tocar nas partes íntimas das mulheres que estão em aglomerações. 
o Pedofilia: é crime e grave. Está escrito no Código Penal, no Art. 217-A. Com o nome 
→ Estupro de vulneráveis. 
o Necrofilia: parofilia caracterizada pela excitação decorrente da visão ou da violação 
sexual do cadáver. 
o Sadismo: o sofrimento do outro é o que dá prazer, para tanto, poderá chegar a 
violência. Aqui poderá caracterizar de lesões corporais à morte.

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