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Obesidade infantil

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1 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
OBESIDADE INFANTIL 
 
 
FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE 
Doença crônica, complexa, de etiologia multifatorial (mental, endócrina, genética) que resulta no 
balanço energético positivo. 
• Padrão de herança poligênica: não existe apenas um padrão genético → várias 
características genéticas que vão dar esse padrão de herança. 
o Mais de 400 genes envolvidos quanto a obesidade, alguns trabalhando a questão do 
menor gasto energético e outros com a questão do aumento da questão do consumo 
alimentar. 
▪ ↓ gasto energético e ↑ consumo alimentar. 
• Leptina e insulina → ação direta hipotálamo → controle da ingestão alimentar. 
o Hormônios/ substratos que tem objetivamente um padrão quanto a obesidade. 
o Comando da fome vem do Sistema Nervoso Central a partir de estímulos relacionados 
com a produção de hormônios, principalmente a Leptina. 
▪ Leptina, secretada pelos adipócitos → Inibição da ingestão alimentar e 
aumento do gasto energético. 
▪ Grelina, produzida no estômago → Aumentam a ingestão alimentar por ação 
no hipotálamo. 
 
DIAGNÓSTICO DE OBESIDADE 
• Anamnese: 
o História da obesidade: se a criança já nasceu com sobrepeso ou se começou a ficar 
obesa a partir de uma determinada idade ou se teve algum fator desencadeante para 
isso, até para diferenciar quanto fator ambiental e quanto fator endócrino. 
o Antecedentes pessoais: não só relacionado à obesidade mas também se a criança 
teve um baixo peso ao nascer, algum tipo de intercorrência nos primeiros anos de 
vida, alguma doença crônica que precisou de tratamento específico. Por exemplo com 
uma asma grave e usou muitos corticoides. Ou teve uma doença muito grave, foi 
superprotegida e teve uma situação ambiental que provocou o sobrepeso. 
o Antecedentes familiares: tanto questões genéticas quanto ambientais. Se pais, 
mães, avôs, irmãos têm obesidade, doenças crônicas não-infecciosas, síndromes 
metabólicas, HAS, DM. 
o Uso de drogas: quando se fala da criança, não tanto de drogas ilícitas ou álcool, mas 
sim o uso de determinados medicamentos que podem induzir a obesidade. Exemplo 
disso são crianças asmáticas que, por não ter um controle adequado da asma, 
necessitam corticoide oral com frequência, podendo causar retenção de líquidos 
(além de ser um estimulante de apetite). Assim como medicamentos para transtorno 
do humor (compulsão alimentar), autismo. Uso de risperidona (transtornos mentais) 
aumenta o apetite 
o História alimentar: desde o aleitamento materno, quanto tempo ficou e sobre quando 
parou e como parou (desmame precoce é um indutor de obesidade infantil, 
principalmente quando o desmame é feito por forma inapropriada), uma vez que o 
teor proteico e de gordura, nesses primeiros meses de vida, pode interferir no 
potencial obesogênico. Desencadear quadro inflamatório e levar à obesidade. 
 
2 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
o Hábitos alimentares: identificação da frequência que consome doces, gorduras, 
vegetais, alimentos prontos. Recordatório alimentar. 
o Comportamento e estilo de vida: horas de sono, tela, atividade física. 
 
• Exame físico adequado: 
o Confirma suspeitas da anamnese 
o Cuidar escore Z muito acima do adequado 
o Sinais clínicos já evidentes, como: 
▪ Acantose nigrans: manchas escuras nas dobras corporais, 
principalmente no pescoço, axilas. **Grande indicador de 
distúrbio metabólico → hiperinsulinemia (devido a uma 
resistência periférica de insulina). 
▪ Estrias. 
▪ Intertrigo micótico: causado pela proliferação de bactérias/ fungos em locais 
do corpo com maior umidade/ calor, geralmente axilas, virilha. 
 
• Antropometria: 
o Peso, estatura e medidas (circunferência abdominal → parâmetro quanto a 
distribuição da gordura corporal, bem como é um indicativo para risco de síndrome 
metabólica). 
▪ Utiliza-se: a relação de circunferência abdominal dividida pela estatura. 
▪ Se maior que 0,5: indica risco de doença metabólica. 
o A medida de pregas cutâneas não é realizada de forma rotineira em consultas. 
**Geralmente é realizado pelo educador físico ou pela nutricionista, com o objetivo de 
melhor ver o percentual de massa magra. **Em termos de risco metabólico essas 
medidas não são suficientes para notificar. 
o Na parte clínica utiliza-se então o peso, estatura e circunferência abdominal. 
o Para a antropometria, os critérios mudam para crianças menores de 5 anos e para 
crianças maiores de 5 anos (torna-se mais rígido): 
▪ Menores de 5 anos: 
▪ Considera-se como sobrepeso quando a criança está acima do escore 
Z +2 e obesa quando escore Z +3. **Escore Z 0 seria a mediana, com 
2 desvios padrões (seja acima/ abaixo), como normal. 
▪ Maiores de 5 anos: 
▪ Considera-se como obesidade quando a criança está acima do escore 
Z +2 e sobrepeso quando escore Z +1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Exames complementares: 
Não se faz exames complementares de rotina se a criança não tem fator de risco. 
 
 
3 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
o Perfil glicídico: 
▪ Glicemia de jejum < 100. 
• Se a criança não tem uma Diabetes estabelecida, mas a glicemia fica em torno 
de 100 e pouquinho, ficando duvidoso, faz-se o teste de tolerância à glicose. 
▪ Teste de tolerância a glicose < 140. (> 200 é considerada alterada). 
• O teste de tolerância se faz na criança que fica no limite da glicemia em jejum. 
▪ Dosagem de insulina em jejum. 
• Realizado principalmente na criança que já se identifica alguns estigmas que 
estão relacionados à resistência insulínica, como a acantose nigrans ou o 
aumento da circunferência abdominal em relação a estatura. 
o Perfil lipídico: 
▪ Colesterol total e frações (HDL, LDL). 
• Normalmente pede-se o colesterol total e o HDL e depois calcula-se o 
colesterol com o triglicerídeo para saber o LDL. 
▪ Triglicerídeos. 
▪ Enzimas hepáticas: ALT. 
• Porque quando a criança tem dislipidemia associada a alteração metabólica, 
é preciso pesquisar quanto a doença hepática gordurosa não alcóolica. 
o Dosagens hormonais: 
▪ Caso suspeita quanto a componente hormonal para justificar o sobrepeso/ obesidade, 
pede-se TSH. 
• Via de regra, se não tem nenhum outro fator, como o associado ao 
crescimento, solicita-se hormônio de tireóide. 
▪ GH, Cortisol.. dependem do componente como um todo. Exemplo: criança com baixa 
estatura associada, ou alguma comorbidade associada ao aumento de peso ou 
distribuição de gordura corporal. 
 
COMORBIDADES DA OBESIDADE INFANTIL 
Devido a obesidade as crianças podem ter alterações associadas, não só questões hormonais, mas 
também genéticas. 
• Hipotonia: 
o Principalmente se a criança vem de uma família que não é de obesos. 
o Retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, causa sindrômica associada. 
o ** Síndrome de prader willi: 
▪ Relacionada aos hormônios leptina e grelina, é uma anomalia que afeta o 
hipotálamo e provoca uma fome insaciável, que leva seus portadores à 
obesidade. ** Tratamento: medicamentoso + comportamental. 
• Genu valgo: 
o É a deformidade nas pernas devido 
ao polígono de sustentação, gera 
mais dores nas pernas, maior 
retração quanto atividades físicas. 
o Desvios na coluna, de membros, 
independente de alteração 
hormonal. 
 
 
 
 
4 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
• Doença de Blount: 
o Desvios articulares. 
• Pés planos: 
o Peso aumentando, relacionado com o 
genu valgo. 
o Dificulta a deambulação 
 
 
• Epifisiólise do fêmur: 
o A epífise, ou cabeça do fêmur (coxa), desliza para 
baixo e para trás fora do colo do osso na placa de 
crescimento, a área mais fraca do osso que ainda não 
se desenvolveu. 
▪ Alteração no encaixe, que naturalmente 
acontece no fêmur em relação a bacia, em que 
vai ocorrendo uma mudança na articulação. 
**Geralmente uma criança obesa, que começa a ter dor em um dos quadris, 
com claudicação (mancar), sendo necessário cirurgia para correção desse 
problema articular. 
• Lordose lombar com cifose dorsal:o Lordose, que é o desvio da coluna para frente, 
devido ao aumento de peso (aumento da 
circunferência abdominal) e, consequentemente, 
uma cifose relacionada a região lombar. 
▪ Característico pela distribuição de 
gordura corporal que a criança vai 
desenvolvendo, gerando dor lombar/ 
cervical. 
 
• Alterações de genitais: 
o Meninas: vulvovaginites, devido às dobras de pele com acúmulo de umidade. 
o Meninos: pênis “embutido” com aspecto menor que o tamanho real pelo aumento de 
gordura na região pubiana. 
• Distúrbios respiratórios: 
o Redução da expansibilidade torácica. 
o Apnéia obstrutiva do sono (Síndrome de Pickwick), isso faz com que a criança se 
torne irritadiça, sonolenta durante o dia e hipoativa. 
• Hipertensão arterial: 
o Aumento do débito cardíaco, relacionado não só ao aumento de peso, que vai exigir 
mais do coração, mas também porque a tendência é de ter uma diminuição da 
excreção de sódio (em função do hiperinsulinismo), devido a resistência periférica 
insulínica. **Retenção de líquido → aumento da PA. 
o Alterações no sistema renina angiotensina. 
o Aferir desde que tenha o diagnóstico de obesidade 
o PA da criança é de acordo com percentis. 
▪ O normal é que esteja com percentil abaixo de 90 para sua idade (Acima de 
90 é considerado hipertenso). 
 
5 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
▪ Percentil: idade, sexo e estatura → assim identifica-se a PA para a 
altura da criança. 
*hiperinsulinismo: DM tipo II e retenção de sódio 
 
TRATAMENTO 
• Orientações iniciais de comportamento, independente de questões orgânicas. 
• Consultas individuais e atividades em grupo. 
• Participação da família (reeducação familiar), estimulando não só os hábitos mas alimentares 
mas também quanto ao sono, horas de tela. 
• **Início precoce → melhor o resultado. Trabalho multidisciplinar (psicólogo, médico, 
nutricionista). 
 
Reeducação alimentar 
1. Práticas de atividade física. 
2. Diminuir o consumo de doces e frituras. 
3. Evitar as repetições nas principais refeições. 
4. Abolir a ingestão de sucos e refrigerantes → evitar 
muito 
5. Aumentar o consumo de frutas e verduras. 
 
 
Tratamento farmacológico 
 
MEDICAMENTO INDICAÇÃO APRESENTAÇÃO DOSE LIBERAÇÃO 
NO BRASIL 
SIBUTRAMINA Indução de 
saciedade. 
Comprimidos de 10 a 
15mg. 
10 e 15 
mg 1x dia. 
Adulto. 
ORLISTATE Bloqueia em 30% 
absorção de gordura 
no intestino. 
Comprimidos de 120 
mg. 
120mg 3x 
dia. 
Adulto. 
FLUOXETINA Depressão. Comprimidos de 20mg e 
gotas (1mg/gota). 
dose 
inicial 
10mg dia. 
A partir de 8 
anos. 
SERTRALINA Compulsão. Comprimidos de 25, 
50mg dia. 
Dose 
inicial 
25mg dia. 
A partir de 6 
anos. 
METFORMINA Melhora sensibilidade 
à insulina. 
Comprimidos de 500 e 
850mg. 
Dose 
inicial 
500mg 
dia. 
Indefinido. 
LIRAGLUTIDA Análogo do GLP-1. Injeção SC. 0,6 a 3mg 
dia. 
Adulto. 
 
6 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
→ Utiliza-se quando tem muita dificuldade em ter resposta ou se mesmo mudando hábitos de vida 
não estão reduzindo o peso 
• Na prática, são poucos os casos em que se usa medicamentos. 
o Sibutramina: raros casos de uso em adolescentes (off label → não está liberado → 
liberação mediante orientação rígida e assinatura de um termo para utilizar o 
medicamento). **Liberado a partir dos 16 anos. 
o Orlistate: (Xenical) 
▪ Inibidor da lipase pancreática → provoca esteatorreia (eliminação de gordura, 
que não é absorvida, nas fezes). **Cuidado com relação às vitaminas 
lipossolúveis, como a vitaminas D. 
▪ Nome comercial: Xenical. **A partir de 12 anos (off label). 
o Fluoxetina: compulsão alimentar. 
o Metformina: 
▪ Dos medicamentos disponíveis seria o que tem indicação para esteatose 
hepática → relacionado ao hiperinsulinismo. | ou diagnóstico de DM tipo II 
o Liraglutida: obesidade em adultos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
**Sindrómica: Síndrome de prader willi. 
**Epigenética: relacionada com o histórico da criança. Genética + ambiente. Exemplo: criança com 
baixo peso ao nascer e que teve alterações que fizesse com que ela tivesse uma programação 
metabólica diferenciada, além de vivência em ambiente obesogênico. 
**Psicossocial: privação emocional com quadro de compensação, depressivo. 
**Somática: transferência de sintomas para a ingestão alimentar e modificações relacionadas que 
podem desencadear, como infecção (desequilíbrio de microbiota), problema neurológico (Que induza 
a uso de determinados medicamentos), distúrbio do sono. **Problemáticas que ou são a causa ou 
trabalham/andam junto da causa para a piora da obesidade. 
 
7 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
Com resistência e sem resistência → melhor divisão

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