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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA FACULDADE DE PSICOLOGIA GIOVANA GOMES MOTIVAÇÃO PARA APRENDIZAGEM ESCOLAR CAMPINAS 2021 2 GIOVANA GOMES MOTIVAÇÃO PARA APRENDIZAGEM ESCOLAR Relatório apresentado à disciplina de Fenômenos e Processos Psicológicos C, da faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, como parte das atividades de laboratório exigidas para avaliação. Orientador: Prof(a). Dr(a). K Monitoras: PUC-CAMPINAS 2021 3 1. INTRODUÇÃO TEÓRICA A Motivação é um tema de extrema relevância, mas que é muito abrangente em sua definição, que pode apresentar diferenças em sua abordagem e explicação, dependendo da fonte utilizada. (TODOROV; MOREIRA, 2005). Segundo a definição de Gazzaniga (2018), a motivação é descrita como uma espécie de força impulsionadora que, a partir da iniciação, possibilita um direcionamento e uma sustentação de comportamentos e ações. A energia da motivação então seria a força desse comportamento, que leva ao estabelecimento e resolução de metas e objetivos que, por sua vez, recebem propósito e orientação de como serem atingidos por meio da direção e sustentação. Essa força que a motivação possui é advinda tanto do interior dos indivíduos, por meio de suas emoções, cognições e necessidades, que tem fim de propiciar uma maior ou menor aproximação do indivíduo as suas metas; quanto de seu exterior, como os ambientes em que se inserem, que são capazes de ditar o direcionamento das ações. Sua importância, que é apresentada nesses níveis interno e externo, é muito ampla, podendo promover, a partir do papel das metas, o crescimento, bem-estar, adaptação ao ambiente, estabelecimento de relações com o próximo, autoconhecimento, desenvolvimento de crenças e expectativas nos indivíduos, etc. (REEVE, 2006). Quando pensamos nos motivos internos, de forma mais detalhada, podemos considerar algumas questões, como o fato das necessidades terem uma subdivisão em três partes: fisiológicas, psicológicas e sociais. As fisiológicas seriam aquelas relacionadas a manutenção da vida, envolvendo os mecanismos biológicos do nosso corpo, como os hormonais, por exemplo. Essas necessidades geram motivação nos indivíduos quando estes apresentam longos períodos de privação de substâncias essenciais (como água ou comida), ou quando estão em ambientes com potencial perigoso, como em temperaturas extremas. (CAVALCANTI et al, 2019). Já as necessidades psicológicas são aquelas ligadas ao sistema nervoso central, se apresentam como proativas, ou seja, são aquelas que levam os indivíduos a explorar, interagir com o ambiente e realizar esforços para alcançarem a autossatisfação consigo mesmos a partir de sentimentos de competência. Além disso, também envolvem o sentimento de autonomia, que quando é removido pode 4 gerar desmotivação, e envolve os relacionamentos, que são essenciais aos seres humanos. (REEVE, 2006). Por fim, as necessidades sociais são aquelas que, de certa forma, derivam das necessidades psicológicas e do meio no qual os indivíduos se inserem. Essas necessidades são adquiridas e se constituem a partir das características da cultura e da localidade em que se vive, que possuem um poder coercitivo para "moldar" as pessoas, levando-as a alcançar realização própria, sentimento de afiliação e poder. (REEVE, 2006). Dentro de teorias que surgiram a respeito da motivação e das necessidades, Abraham Maslow propôs uma que estruturava, num modelo piramidal, as necessidades. Em sua teoria, as necessidades que se apresentavam na base seriam as mais ligadas a manutenção da vida, tendo que ser satisfeitas para que se alcançasse as do topo, relacionadas à realização e crescimento pessoal. Dentro dessa pirâmide, da base ao topo, há as necessidades dos seguintes cinco níveis: necessidades fisiológicas, necessidade de segurança, necessidade de afiliação, necessidade de estima e necessidade de autorrealização. A necessidades fisiológicas, já descritas anteriormente, são aquelas essenciais a vida, como alimentação, hidratação e sexo. Já a segunda necessidade, a de segurança, está relacionada ao sentimento de proteção, que pode advir, por exemplo, da família, de órgãos governamentais e de outras instituições. (CAVALCANTI et al, 2019). Após estas duas necessidades, que são essenciais à sobrevivência, vem a necessidade de afiliação, baseada na ideia de que os seres humanos necessitam do estabelecimento de relações com os outros, sentindo-se pertencentes à grupos e mantendo relações de afeto. Em seguida, a quarta necessidade, a de estima, se apresenta como subdividida em estima de si, ou seja, sentimento de estima, respeito e mérito que o indivíduo atribui a si mesmo a partir de suas conquistas; e estima do próximo, ou seja, estima recebida a partir de outros, que lhe atribuem mérito, status e respeito. Por fim, a quinta e última das necessidades dessa pirâmide é a de autorrealização, relacionada ao indivíduo alcançar aquilo que almeja para si, a partir do desenvolvimento de suas habilidades, de sua moral e de sua competência, que levam a realização pessoal. (CAVALCANTI et al, 2019). 5 Vale-se a ressalva de que essa teoria recebeu diversas críticas por ser estabelecida num contexto cultural estadunidense, com demandas particulares, que não necessariamente se aplicam a outras culturas e países. (CAVALCANTI et al, 2019). Quando pensamos nos sistemas de motivação, existem algumas características relevantes, tais como, a capacidade de se apresentarem aversivos por natureza, positivos, intencionais e reguladores. Nos aversivos encontramos aspectos negativos, como a dor, a privação de nutrientes que gera fome e sede, os medos, etc, sendo opostos aos positivos, que englobam, por exemplo, a alegria e a esperança. Já nos intencionais, vemos aspectos voltados para algo consciente e cognitivo do sujeito, relacionado às suas vontades, aspirações e crenças, que se opõe aos reguladores que, com sua base fisiológica, envolvem questões neurobiológicas e neuroquímicas. Então, a partir do feedback negativo, são capazes de proporcionar a homeostase para atingir o “ponto estabelecido”, responsável por representar simbolicamente qual seria o estado ideal e equilibrado do corpo, ao qual ele deve retornar quando se desestabiliza. (REEVE, 2006). Dentro do estudo da motivação, surgiram algumas grandes teorias que deram os passos iniciais para a busca de sua compreensão. A primeira delas parte de Descartes, que vê na vontade a principal força motivacional. Segundo o filósofo, a vontade é aquilo que inicia e guia a ação seria a faculdade mental que dá ao sujeito o poder da escolha e do controle sobre si mesmo. Muitos filósofos, a fim de compreender a motivação, se dedicaram ao estudo da vontade, constituída por capacidades inatas, estímulos ambientais, experiências de vida e autorreflexão, a vontade se mostrou um conceito abrangente demais, que criava no estudo da motivação mais perguntas do que respostas, levando pesquisadores a buscar um conceito mais concreto. Encontraram-no na fisiologia, o instinto. (REEVE, 2006). O instinto é um conceito proposto por Darwin, a fim de explicar comportamentos adaptativos que aparentam ser inatos ao organismo, ou seja, não- aprendidos e automáticos, que teriam cunho biológico. O instinto seria, então, a origem física da força motivacional, presente nos genes dos organismos, se expressando por meio de reflexos na presença do estímulo apropriado. Uma vez estabelecido como uma grande teoria da motivação, pesquisadores buscaram estabelecer quais os tipos de instintos existentes, um processo que, dada a sua 6 natureza especulativa, rapidamentesaiu do controle, resultando na identificação de mais de seis mil tipos de instintos. Isso tornou o conceito leviano, resultando na busca de um novo meio de explicar a natureza intencional do comportamento. (REEVE, 2006). Embasado na perspectiva da biologia funcional, que vê a função do comportamento como sendo a busca por suprir déficits nas necessidades fisiológicas, o impulso surge como manifestação psicológica destes déficits e como substituto do instinto. A primeira grande teoria de impulso vem de Freud, que considerava que o constante surgimento de exigências biológicas produziria acúmulos energéticos no sistema nervoso (SN), e que este acúmulo perturbava sua estabilidade, dada a tendência do SN de buscar manter um nível baixo e constante de energia, acarretando no indivíduo um desconforto psicológico, a ansiedade. O impulso surgiria, então, como um intermediário que assegura a ocorrência do comportamento até que a necessidade em questão fosse satisfeita. (REEVE, 2006). Na teoria de Freud o impulso possui quatro componentes: a fonte, um déficit corporal que causa o acúmulo de energia; o ímpeto, a ansiedade gerada por este acúmulo, que promove a busca pela satisfação do déficit; o objeto ambiental, que se mostra capaz de suprir o déficit; e o propósito, que é a satisfação advinda da remoção do déficit. Sua teoria foi criticada por superestimar a ação das forças biológicas no impulso, pelo excesso de informações adquiridas de indivíduos com transtornos, que seriam amostras pouco confiáveis, e por apresentar ideias que não poderiam ser comprovadas em testes empíricos. (REEVE,2006). Ao pesquisador Clark Hull, por outro lado, nenhuma destas críticas é aplicável. Sua teoria propõe o impulso como uma fonte de energia composta pelos déficits experimentados pelo corpo, seriam necessidades fisiológicas particulares, que se agrupariam em uma necessidade corporal total. Ela se destacou das demais teorias motivacionais ao propor que a motivação pode ser prevista, uma vez que, na presença de um déficit, o impulso irá inevitavelmente crescer enquanto este durar, sendo assim, o impulso pode ser conjecturado, uma vez que são conhecidas as condições ambientais. Essa compreensão de Hull possibilitou o início do estudo científico da motivação. (REEVE, 2006). 7 Essas teorias do impulso se fomentaram em três pressupostos principais: o impulso surge de necessidades fisiológicas; a redução do impulso resulta na aprendizagem, por ser reforçada; e o impulso energiza o comportamento. Embora o estudo empírico desse certo grau de validade a estas premissas, também indicava a existência de outros tipos de motivação não ligadas a necessidades biológicas e à redução do impulso. (REEVE, 2006). Com o declínio das teorias do impulso, surgiu uma vasta gama de mini teorias motivacionais, que foram de suma importância para a posterior criação da metateoria da Autodeterminação. Algumas dessas mini teorias a serem citadas são: Avaliação Cognitiva, que conta com os importantes conceitos de incentivos e consequências; Papel das Metas; Integração do Organismo; Orientação de Causalidade; Necessidades Básicas e Motivação para Relacionamentos, sendo as duas primeiras passíveis de um maior enfoque. (REEVE, 2006). Na teoria de avaliação cognitiva supõe-se que todas as pessoas possuem necessidades psicológicas de autonomia e de competência. Essas necessidades estariam sujeitas ao controle de eventos externos ao indivíduo, tal como de suas consequências, gerando a motivação extrínseca para a realização de tarefas por meio de incentivos. Estes seriam um evento ambiental que gera no indivíduo um comportamento resposta, seja ele a execução de alguma ação ou a rejeição dela. O incentivo precede o comportamento, porém não é a sua causa, pode-se dizer que gera uma expectativa quanto a ocorrência de consequências positivas ou negativas a partir de um determinado comportamento, portanto, influenciando a probabilidade de sua ocorrência ou repressão. (REEVE, 2006). As consequências, por sua vez, podem ser divididas em dois tipos: reforços, positivos ou negativos, e punições. O reforço positivo é qualquer estímulo externo que ocorre após um determinado comportamento desejado e que aumenta a probabilidade deste de ser repetido no futuro. O reforço negativo ocorre quando a remoção de um estímulo externo aversivo aumenta a probabilidade de que um comportamento desejado seja repetido no futuro. Por fim, a punição é qualquer estímulo externo aversivo que diminui a probabilidade de ocorrência futura de um comportamento indesejado ao ser apresentado. (REEVE, 2006). Já com relação ao Papel das Metas, pode-se dizer que consiste na discrepância entre o estado em que os indivíduos se encontram a princípio e o 8 estado ideal que eles visam alcançar. Seu papel seria, então, o de motivá-los até que a meta em questão seja realizada e a discrepância desfeita, o que se denomina de Efeito Tote. (REEVE, 2006). A Teoria da Autodeterminação vem então se propondo, a partir das mini teorias, a explicar a motivação humana e o seu papel no desenvolvimento da personalidade, além de afirmar que os indivíduos se orientam naturalmente pela busca de um crescimento pessoal e da autorrealização, a partir das novas experiências que o meio em que estão inseridos é capaz de proporcioná-los por meio de reforçadores e punições. (REEVE, 2006). Essa teoria, estipulada por Richard M. Ryan e Edward L. Deci, inicialmente vê a motivação como um construto unitário que variaria apenas em sua quantidade. Porém a evolução dos estudos sobre o tema levou à distinção dos diferentes níveis motivacionais extrínsecos e outros tipos de motivação, enfatizando a importância do aspecto consciente da motivação, a autorregulação, no comportamento e levando à construção de um continuum de autodeterminação dividido em três grupos: desmotivação, motivação extrínseca e motivação intrínseca. A desmotivação, ou amotivação, é caracterizada pela ausência de iniciativa ou interesse quanto ao envolvimento em uma atividade. (BORGES; FREITAS; MIRANDA, 2017). Já a motivação extrínseca é advinda de estímulos ambientais. O indivíduo não participa de uma atividade pelo prazer inerente a ela, mas por uma recompensa externa à atividade em si. No ambiente escolar, seria o estudo com o intuito de conquistar notas mais altas; no ambiente profissional, é a realização eficiente de suas funções visando o salário no final do mês. Sendo assim, o que o indivíduo deseja, sua motivação, são as consequências positivas que vem da realização de um ato, ou, também, evitar consequências aversivas; ficar de recuperação ou ser demitido, por exemplo. Dessa forma, a presença de incentivos e consequências gera a adoção de certos comportamentos capazes de levar o indivíduo a uma consequência desejada. (REEVE, 2006). A Motivação extrínseca externa é o nível mais superficial da motivação, sendo o de menor autonomia, uma vez que o indivíduo obedece a exigências externas no intuito de receber uma recompensa e/ou evitar uma punição. (BORGES; FREITAS; MIRANDA, 2017). Seria uma espécie de protótipo da 9 motivação extrínseca, não tendo nenhum tipo de determinação interna ao self, sendo assim, uma pessoa externamente regulada não é impelida para uma ação sem um estímulo externo evidente, já que lhe falta a motivação internalizada para a realização voluntária da atividade. (REEVE, 2006). O segundo nível é a motivação extrínseca introjetada, que se caracteriza pela presença de pressões originadas internamente no indivíduo como motivadores do comportamento, tendo em vista evitar sentimentos aversivos, como a culpa e a ansiedade, ou para satisfazer demandas da autoestima. (RUFINI; BZUNECK; OLIVEIRA, 2011). Trata-se de uma internalização parcial, uma vez que a recompensa recebida tem natureza emocional,mas o que motiva a ação continuam a ser fatores externos, comumente pressões sociais, que definem se determinado comportamento é ruim. A falta de integração no self no comportamento introjetado é evidenciada pela pressão elevada sentida pelo indivíduo que o realiza. (REEVE, 2006). O terceiro nível de regulação é a motivação extrínseca identificada, muitas vezes representando a motivação extrínseca autodeterminada ou internalizada. Pessoas sob regulação identificada, por intenção própria, identificam- se com méritos, crenças ou comportamentos que ela mesma considera úteis ou importantes e internalizam-nos. Notamos essa motivação quando pensamos em indivíduos adeptos a atividades físicas, não por apreciarem-nas, mas por acreditarem que, realizando-as, trarão benefícios valiosos às suas vidas e saúde. (REEVE, 2006). Há também um quarto nível, a motivação extrínseca integrada, sendo ela a de maior autodeterminação. Trata-se do processo pelo qual o indivíduo transfere ao interior do self a totalidade dos seus comportamentos e valores identificados. (Ryan; Deci, 2000; apud REEVE, 2006). A integração é tanto um mecanismo motivacional quanto um processo de desenvolvimento, uma vez que há nela o autoexame necessário para que ocorra no self uma interação conflituosa entre formas de pensar, sentir e se comportar novas e preexistentes, fazendo assim com que identificações que seriam isoladas se tornem parte dos valores do self. A motivação integrada é associada, em estudos empíricos acerca do continuum motivacional, a resultados positivos no desenvolvimento social e psicológico e ao 10 melhor desempenho nas atividades que motiva, por ser a mais autodeterminada dentre os tipos de motivação extrínseca. (REEVE, 2006). Por sua vez, a motivação intrínseca trata-se de um fator inato ao indivíduo, que o predispõe a se envolver em atividades que estão dentro dos seus interesses pessoais e incentivam o desenvolvimento de suas habilidades. Ela se manifesta devido à presença de necessidades psicológicas internas, que, quando saciadas, geram a satisfação espontânea que uma pessoa sente ao participar de algo que é de seu interesse. Sendo assim, a motivação intrínseca leva uma pessoa a realizar uma ação pelo prazer advindo desta ação em si ou pelo desafio que ela apresenta, sem um interesse externo ou razão instrumental, é espontânea. (REEVE, 2006). Ademais, existem alguns outros aspectos importantes da motivação que valem ser ressaltados e definidos, são eles: os papéis do ambiente, do evento e da autoeficácia. O papel do ambiente na autodeterminação se apresenta como um controle social, atuando muitas vezes por meio de vigilância ou de ameaças, por exemplo, que são formas desfavorecedoras de ação do ambiente e que podem levar a uma queda na motivação intrínseca e um aumento na extrínseca, em contrapartida, quando são favorecedoras, levam a um aumento da intrínseca. Já o papel do evento é referente a ideia de que a ênfase do evento em questão é passível também de alterar as motivações extrínseca e intrínseca. Quando há a presença de uma ênfase no controle, há diminuição da autodeterminação e da motivação intrínseca, levando ao aumento da extrínseca. Já na sua ausência ocorre o oposto, diferenciando-se, nesse caso, apenas pelo estado inalterado da motivação extrínseca. Porém, quando a ênfase anteriormente citada é na informação, caso se mostre presente, há aumento da competência e da motivação intrínseca, e leva ao oposto quando se mostra ausente. (REEVE, 2006). E, por fim, a autoeficácia se apresenta como uma espécie de avaliação pessoal que o indivíduo faz acerca do quão bem, ou mal, suas habilidades lhe permitirão enfrentar a situação contra a qual se depara, tendo em vista as circunstâncias apresentadas pelo meio, tendo como influencia a sua própria autoestima e surgindo a partir do estado fisiológico e do histórico de comportamento do indivíduo. (REEVE, 2006). 11 Em suma, a motivação em toda sua complexidade é um tema muito discutido e debatido desde os filósofos da Grécia Antiga, e que continua a ser explorado até a atualidade, por meio de diversas pesquisas científicas e acadêmicas que trouxeram, no decorrer dos anos, novas perspectivas e análises desse tema, fazendo-o passar por um constante processo evolutivo. Por conta disso, pode-se constatar sua grande relevância de reflexão e estudo, motivada tanto por ser um tema atrativo e que desperta a imaginação, quanto por ser muito útil e aplicável à vida humana. (REEVE, 2006). 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral - Avaliar a motivação para a aprendizagem de estudantes universitários, segundo a visão da Teoria da Autodeterminação. 2.2. Objetivo específico - Comparar a motivação, em seu amplo espectro, entre estudantes universitários dos primeiros semestres com os alunos próximos a conclusão do curso. 3. MÉTODO 3.1. Situação A Escala de Motivação Acadêmica foi aplicada de forma remota, por meio de um formulário do Google, que continha todas as informações necessárias para que os participantes respondessem as perguntas. O envio aos participantes foi feito por meio de um link enviado pelo aplicativo WhatsApp, tanto por mensagens diretas a eles, quanto por meio de grupos dentro do aplicativo, onde o link era inserido com um breve texto explicando os fins estudantis da coleta dos dados. Vale-se a ressalva que a realização de forma remota se deu por conta das limitações que a pandemia da Covid-19 impôs, impossibilitando contato presencial para aplicação da Escala. 3.2. Participantes: - Participante 1 (P1): B. L. C.; 19 anos; sexo feminino; Direito; 1º semestre; 12 - Participante 2 (P2): M. E. F. P.; 19 anos; sexo feminino; Bacharelado em Ciência da Computação; 2º semestre; - Participante 3 (P3: N. M. L. J. G.; 27 anos; sexo feminino; Ciências Contábeis; 2º semestre; - Participante 4 (P4): I. R. E.; 19 anos; sexo feminino; Ciências Biológicas; 2º semestre; - Participante 5 (P5): A. A.; 21 anos; sexo masculino; Engenharia Civil; 3º semestre; - Participante 6 (P6): M. F. A. B.; 19 anos; sexo masculino; Engenharia Elétrica; 3º semestre; - Participante 7 (P7): L. C. R.; 20 anos; sexo masculino; Engenharia de Produção; 3º semestre; - Participante 8 (P8): R. L. M. C.; 18 anos; sexo feminino; Estética e Cosmética; 3º semestre; - Participante 9 (P9): J. V. S. G.; 18 anos; sexo masculino; Engenharia Elétrica; 3º semestre; - Participante 10 (P10): S. C. R. A. P.; 18 anos; sexo feminino; Engenharia Mecatrônica; 3º semestre; - Participante 11 (P11): J. A. O. C.; 22 anos; sexo masculino; Administração; 5º semestre; - Participante 12 (P12): J. O. B. C.; 22 anos; sexo masculino; Engenharia Elétrica; 7º semestre; - Participante 13 (P13): C. V. G. F.; 21 anos; sexo masculino; Engenharia Elétrica; 7º semestre; - Participante 14 (P14): G. A.; 23 anos; sexo masculino; Engenharia Elétrica; 7º semestre; - Participante 15 (P15): F. P. C. S.; 20 anos; sexo masculino; Engenharia Elétrica; 7º semestre; - Participante 16 (P16): V. C. L.; 22 anos; sexo masculino; Engenharia Elétrica; 8º semestre; - Participante 17 (P17): V. C.; 23 anos; sexo masculino; Bacharelado em Ciência da Computação; 8º semestre; 13 - Participante 18 (P18): F. S.; 23 anos; sexo masculino; Engenharia Elétrica; 9º semestre; - Participante 19 (P19): A. C. N.; 23 anos; sexo masculino; Engenharia Elétrica; 10º semestre; - Participante 20 (P20): D. S. F.; 27 anos; sexo masculino; Engenharia Elétrica; 12º semestre. 3.3. Material Foi utilizada para a reunião dos dados a Escala de Motivação Acadêmica (ANEXO A), um teste objetivo feito a fim da identificação dos níveis motivacionais de alunos universitários (nos dois primeiros e dois últimos anos da formação acadêmica). O instrumento predispõe os alunos a responderà pergunta “por que venho à universidade”, apresentando 28 afirmações relacionadas à motivação, onde o nível de identificação do aluno com cada afirmação deve ser classificado dentre cinco níveis de correspondência em uma escala Likert: nenhuma correspondência (NC), pouca correspondência (PC), moderada correspondência (MC), muita correspondência (MTC) e total correspondência (TC). Foram avaliados pela escala sete fatores motivacionais, três relacionados à motivação extrínseca (M. E.), um à falta de motivação e outros três à motivação intrínseca (M. I.), sendo eles: (F1) M. E. Controle Externo, que tem ênfase no controle, itens: 1, 8, 15, 22; (F2) M. E. Regulação por Introjeção, que parte da pressão interna para a realização da ação, itens: 7,14, 21, 28; (F3) M. E. por Identificação, a ação é orientada por um desejo identificado, itens: 6, 13, 20, 27; (F4) Desmotivação, ausência de motivação, itens: 5, 12, 19, 26; (F5) M. I. para Vivenciar Estímulos, ocorre devido a uma necessidade de vivenciar sensações estimulantes, itens: 4, 11, 18, 25; (F6) M. I. para Realização, orientado pela busca de autorrealização, itens: 3, 10, 17, 24; (F7) M. I. para Saber, prazer advindo da aquisição de novos conhecimentos, itens: 2, 9, 16, 23. 3.4. Procedimento A partir da criação de um formulário online das questões para avaliação da Escala de Motivação Acadêmica, foi gerado e enviado um link para estudantes de diversos cursos da graduação, com exceção de estudantes do curso de 14 Psicologia, para que pudessem responder seguindo as instruções explicativas deixadas em cada questão do formulário, que enfatizavam se a resposta deveria ser com letras, números ou com preenchimento de múltipla-escolha. Após as 20 respostas terem sido coletadas, o grupo gerou uma planilha para Excel, onde foi possível tratar os dados, organizar os participantes pelos anos de graduação em que se encontravam e realizar os cálculos necessários para a interpretação dos resultados, criação dos gráficos e criação das tabelas. 4. RESULTADO 4.1. Critério para correção da escala Os itens associados aos fatores F1, F2, F3, F4, F5, F6 e F7 seguem o mesmo padrão de pontuação, de 1 a 5 pontos, sendo: NC= 1 ponto; PC= 2 pontos; MC= 3 pontos; MTC= 4 pontos; TC= 5 pontos. No entanto, o fator F4 tem sua pontuação atribuída de forma invertida na correção das tabelas 3 e 4, sendo: TC= 1 ponto; MTC= 2 pontos; MC= 3 pontos; PC= 4 pontos; NC= 5 pontos. Após finalizado o teste, foi feita a soma das pontuações correspondentes a cada fator avaliado pela escala, concluindo-se que quanto maior a pontuação em dado fator, maior a motivação associada. 4.2. Tabelas e gráficos Tabela 1. Comparação das pontuações obtidas em cada um dos fatores de motivação, avaliados pela Escala de Motivação Acadêmica, pelos participantes dos dois primeiros anos de graduação. Participantes F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 12 20 18 9 20 16 20 13 14 15 12 19 16 6 18 7 10 11 7 8 12 12 19 8 15 16 14 15 11 16 4 4 4 4 8 5 4 4 4 4 12 13 14 7 7 15 15 12 10 13 12 20 20 10 13 16 20 18 16 18 11 12 18 9 11 19 19 19 20 17 Total 157 114 138 45 118 163 155 Média 15,7 11,4 13,8 4,5 11,8 16,3 15,5 Legenda: F1 - Motivação Extrínseca Controle Externo F2 - Motivação Extrínseca Regulação por Introjeção F3 - Motivação Extrínseca por Identificação 15 F4 - Desmotivação ou Falta de Motivação F5 - Motivação Intrínseca para Vivenciar Estímulos F6 - Motivação Intrínseca para Realização F7 - Motivação Intrínseca para Saber Na tabela 1 são evidenciadas as pontuações totais obtidas pelos alunos dos dois primeiros anos de graduação em cada um dos fatores da Escala de Motivação Acadêmica, onde percebe-se que o fator de média mais alta foi o de Motivação Intrínseca para Realização (F6), totalizando uma média de 16,3 pontos. Já o fator com menor média foi o de Desmotivação ou Falta de Motivação (F4), que apresentou uma média de 4,5 pontos, que evidencia que há baixa desmotivação por parte dos participantes da amostra. Verifica-se, então, que há uma diferença de 11,8 pontos entre as médias dos extremos F6 e F4. Tabela 2. Comparação das pontuações obtidas em cada um dos fatores de motivação, avaliados pela Escala de Motivação Acadêmica, pelos participantes dos dois últimos anos de graduação. Participantes F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 17 20 16 18 20 19 14 19 6 20 5 7 7 7 5 11 16 12 15 20 14 12 9 7 7 11 15 8 12 20 4 5 4 9 4 8 11 6 17 4 12 15 10 5 6 12 9 9 12 20 19 17 14 12 19 14 12 16 11 20 18 19 12 10 5 13 16 10 16 20 Total 169 105 115 72 110 154 139 Média 16,9 10,5 11,5 7,2 11,0 15,4 13,9 Legenda: F1 - Motivação Extrínseca Controle Externo F2 - Motivação Extrínseca Regulação por Introjeção F3 - Motivação Extrínseca por Identificação F4 - Desmotivação ou Falta de Motivação F5 - Motivação Intrínseca para Vivenciar Estímulos F6 - Motivação Intrínseca para Realização F7 - Motivação Intrínseca para Saber Na tabela 2 são evidenciadas as pontuações obtidas pelos alunos nos dois últimos anos de graduação em cada um dos fatores da Escala de Motivação Acadêmica, onde percebe-se que o fator de média mais alta foi o de Motivação Extrínseca Controle Externo (F1), que apresenta uma média de 16,9 pontos. Já o fator com menor média foi o de Desmotivação ou Falta de Motivação (F4), com uma média de 7,2 pontos, que evidencia também haver baixa desmotivação nos 16 participantes da amostra. Verifica-se, então, que há uma diferença de 9,7 pontos entre as médias dos extremos F1 e F4. Tabela 3. Comparação das pontuações obtidas pelos participantes dos dois primeiros anos de graduação, a partir dos sete fatores de motivação avaliados pela Escala de Motivação Acadêmica. Participantes Total P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 91 116 125 69 100 108 118 108 98 107 Na tabela 3 são evidenciadas as pontuações totais que os participantes nos dois primeiros anos de graduação obtiveram, a partir da somatória dos pontos que apresentaram em todos os fatores. Nessa tabela, a Desmotivação ou Falta de Motivação (F4) foi corrigida de forma invertida, de forma a apresentar, de certa forma, a motivação no lugar da desmotivação. Pode-se evidenciar que o participante com menor pontuação foi o P4, enquanto o com maior foi o P3. A diferença de pontuação, por parte deles, totaliza 56 pontos. Tabela 4. Comparação das pontuações obtidas pelos participantes dos dois últimos anos de graduação, a partir dos sete fatores de motivação avaliados pela Escala de Motivação Acadêmica. Participantes Total P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 105 109 88 74 82 96 95 92 79 140 17 Na tabela 4 são evidenciadas as pontuações totais que os participantes nos dois últimos anos de graduação obtiveram, a partir da somatória dos pontos que apresentaram em todos os fatores. Nessa tabela, a Desmotivação ou Falta de Motivação (F4) também foi corrigida de forma invertida, da mesma forma que na tabela 3. Pode-se evidenciar que o participante com menor pontuação foi o P14, enquanto o com maior foi o P20. A diferença de pontuação, por parte deles, totaliza 66 pontos, sendo uma diferença menor do que a presente na tabela 3. Gráfico 1. Comparação das médias gerais dos estudantes nos dois primeiros anos de graduação e dos estudantes nos dois últimos anos de graduação em cada um dos sete fatores de motivação avaliados Legenda: F1 - Motivação Extrínseca Controle Externo F2 -Motivação Extrínseca Regulação por Introjeção F3 - Motivação Extrínseca por Identificação F4 - Desmotivação ou Falta de Motivação F5 - Motivação Intrínseca para Vivenciar Estímulos F6 - Motivação Intrínseca para Realização F7 - Motivação Intrínseca para Saber O gráfico 1 apresenta uma comparação entre as médias gerais dos participantes dos dois primeiros e dos dois últimos anos de graduação em cada fator na Escala de Motivação Acadêmica. É possível notar que os estudantes dos dois primeiros anos apresentaram médias maiores em todas as categorias, com exceção da Motivação Extrínseca Controle Externo (F1) e da Desmotivação ou Falta de Motivação (F4). Também é possível notar que esses fatores F1 e F4 apresentam, respectivamente, a maior e a menor média. 18 Ademais, o fator que apresenta menor diferença média entre as idades é o Motivação Intrínseca para Vivenciar Estímulos (F5), onde há uma diferença de apenas 0,8 pontos, sendo maior a pontuação dos estudantes dos dois primeiros anos de graduação; enquanto a maior diferença média se apresenta na Desmotivação ou Falta de Motivação (F4), com diferença de 2,7 pontos, sendo maior a pontuação dos estudantes dos dois últimos anos. Gráfico 2. Comparação entre a média do total de pontos entre os estudantes nos dois primeiros e nos dois últimos anos de graduação. No gráfico 2 é possível ver, de forma geral, a diferença média total entre os estudantes que responderam a escala dos dois primeiros e dos dois últimos anos de graduação. Nota-se que a diferença média entre as idades é de apenas 0,4 pontos, demonstrando que os estudantes nos dois primeiros anos de graduação têm uma média motivacional ligeiramente superior, quando avaliados os totais de pontos. 5. DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS Inicialmente, é importante enfatizar que, devido a pandemia do Sars- CoV-2, os resultados podem ter sido impactados. O fato do ensino se apresentar aos estudantes de forma remota já há um ano, atrelado às questões de isolamento social, podem ter impactado negativamente na motivação. Muitos estudantes que estão nos dois primeiros anos da graduação ainda não frequentaram 19 presencialmente suas universidades, ou frequentaram-nas por um curto período de tempo. Já alunos nos dois últimos anos podem ter sido impactados por terem as suas atividades acadêmicas e suas formaturas suspensas ou adiadas. Além disso, é importante a ressalva de que há uma predominância de estudantes de cursos das engenharias, que ocupam 65% da amostra, além de haver prevalência da Engenharia Elétrica (50% da amostra total). Apenas 35% dos participantes foram de outros cursos distintos, o que pode também ter, de alguma forma, impactado nos resultados finais obtidos. A partir da avaliação dos dados coletados com a aplicação da Escala de Motivação Acadêmica, foi possível chegar a algumas conclusões. A primeira é a de que, mesmo com os empecilhos motivacionais da pandemia, a desmotivação (F4), que é caracterizado pela ausência de iniciativa ou interesse quanto ao envolvimento em uma atividade (BORGES; FREITAS; MIRANDA, 2017) ainda foi o fator menos presente dentre os sete, o que se demonstra como algo positivo. Porém, é nesse fator que se observa a maior diferença percentual entre os alunos dos dois grupos, sendo a sua pontuação 37,5% superior entre os alunos dos dois últimos anos de graduação. Isso indica uma queda motivacional ao longo do curso, o que justificaria a obtenção de menor pontuação por esses alunos nos demais fatores, com exceção do fator Motivação Extrínseca Controle Externo (F1). Esse fator, o F1, se apresentou como o mais predominante entre esse grupo de alunos, sendo inclusive a maior pontuação média obtida na amostra, podendo evidenciar, a partir das questões da Escala, que possivelmente os participantes perto de se formar estão predominantemente motivados pelo sucesso profissional e financeiro que poderão conquistar após a conclusão do curso. Essa motivação é ligada a menor autonomia por parte dos indivíduos (BORGES; FREITAS; MIRANDA, 2017), podendo fazer com que possuam pouca ou nenhuma motivação interna para realizar voluntariamente as questões acadêmicas de que necessitam, agindo apenas pela conquista do diploma e outras recompensas futuras. Em contrapartida, os estudantes nos dois primeiros anos de graduação possuem predominância de Motivação Intrínseca para Realização (F6), que evidentemente, pelas perguntas da escala, significa que buscam uma autorrealização na carreira que escolheram, atrelada a um bom desempenho 20 profissional e uma necessidade de competência. Isso se demonstra como positivo por conta da natureza valorosa da motivação intrínseca, indicando que estes estudantes não agem visando interesses externos, mas sim seus desejos internos, no intuito de satisfazer suas necessidades psicológicas e buscar o prazer nos desafios que podem surgir. (REEVE, 2006). Outra conclusão que podemos tirar é a de que, tirando os fatores F1 e F6, que ocupam as duas posições iniciais no “ranking” de pontuações de ambos os grupos, todos os outros se apresentam com uma ordem de predominância correspondente na seguinte ordem: F7, F3, F5, F2 e F4, havendo uma maior pontuação dos estudantes dos dois primeiros anos em todos esses fatores que se apresentam positivos. Possivelmente, a ausência de vivências e saberes novos (respectivamente os fatores F5 e F7), levam os estudantes dos dois últimos anos a obter pontuações menores, por já terem usufruído mais que os “calouros” do que a universidade é capaz de oferecer nesses aspectos. Esses calouros em questão se apresentam mais intrinsecamente motivados, a partir dos resultados obtidos, então vemos que a busca por novas experiências e desafios, típicos dessa motivação (REEVE, 2006), se apresentam neles de forma mais expressivamente. Ademais, quando comparadas as motivações extrínsecas e intrínsecas, apesar do elevado fator F1, os fatores da motivação intrínseca (F5, F6 e F7) são predominantes em ambos os grupos quando somados, em relação a somatória dos fatores extrínsecos. constatando a integração no self dos valores motivacionais para a busca da educação e experiência universitária, e da autorrealização advinda desta. Por fim, pode-se constatar a partir da teoria motivacional e dos dados coletados dos participantes, que a diferença média obtida entre os dois grupos se apresentou pouco substancial, por ser de apenas 0,4 pontos, só sendo observável uma disparidade considerável nos fatores quando vistos isoladamente. Isso se deu pela alta taxa de Desmotivação apresentada pelos estudantes no fim da graduação, que elevou a média geral do grupo, por meio desse fator negativo. 21 6. REFERÊNCIAS BORGES, M. S.; MIRANDA, G. J.; FREITAS, S. C. A teoria da autodeterminação aplicada na análise da motivação e do desempenho acadêmico discente do curso de ciências contábeis de uma instituição pública brasileira. Revista Contemporânea de Contabilidade, [S. l.], v. 14, n. 32, p. 89-107, 2017. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/contabilidade/article/view/2175- 8069.2017v14n32p89>. Acesso em: 27 mar. 2021. CAVALCANTI, T. M. et al. Hierarquia das Necessidades de Maslow: Validação de um Instrumento. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 39, e183408, 2020. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S1414- 98932019000100162&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 23 mar. 2021. GAZZANIGA, M.; HEATHERTON, T; HALPERN, D. Ciência Psicológica. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. REEVE, J. Motivação e Emoção. 4.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. RUFINI, S. E.; BZUNECK, J. A.; OLIVEIRA, K. L. Estudo de validação de uma medida de avaliação da motivação para alunos do ensino fundamental. Psico- USF (Impr.), Itatiba, v. 16, n. 1, p. 1-9, 2011. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-82712011000100002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 mar. 2021. TODOROV, J. C.; MOREIRA, M. B. O conceito de motivação na psicologia. Rev. bras. ter. comport. cogn., São Paulo, v. 7, n. 1, p. 119-132, jun. 2005. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517- 55452005000100012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 22 mar. 2021. . 22 ANEXO A - ESCALA DE MOTIVAÇÃO ACADÊMICA 23 Iniciais: Idade: Sexo: Curso: Semestre: ESCALA DE MOTIVAÇÃO ACADÊMICA1 Instruções: Por que venho à Universidade? Usando a escala abaixo, indique, por favor, em que extensão cada um dos itens corresponde, atualmente, a uma das razões porque você vem à Universidade. NC – Nenhuma Correspondência PC – Pouca Correspondência MC – Moderada Correspondência MTC – Muita Correspondência TC – Total Correspondência N C P C M C M T C T C 1- Porque preciso do diploma para conseguir uma ocupação bem remunerada no futuro. 2- Porque sinto satisfação e prazer enquanto aprendo coisas novas. 3- Porque acho que a formação universitária ajuda a me preparar melhor para a carreira que escolhi. 4- Porque gosto muito de vir à universidade. 5- Honestamente, não sei; acho que estou perdendo meu tempo na universidade. 6- Pelo prazer que sinto quando supero a mim mesmo nos estudos. 7- Para provar a mim mesmo que sou capaz de completar o curso. 8- A fim de obter um emprego de prestígio no futuro. 9- Pelo prazer que sinto quando descubro coisas novas que nunca tinha visto ou conhecido antes. 10- Porque o curso me capacitará a entrar no mercado de trabalho de uma área que gosto. 11- Porque, para mim, a universidade é um prazer. 12- Já tive boas razões para isso; agora, entretanto me pergunto se devo continuar. 13- Pelo prazer que sinto quando supero a mim mesmo em minhas realizações pessoais. 14- Porque me sinto importante quando sou bem sucedido na Universidade. 15- Porque quero levar uma boa vida no futuro. 16- Pelo prazer que tenho em ampliar conhecimentos sobre assuntos que me atraem. 17- Porque isso me ajudará a escolher melhor minha orientação profissional. 18- Pelo prazer que tenho quando me envolvo em debates com professores interessantes. 24 19- Não sei porque venho à Universidade e, francamente não me preocupo com isso. 20- Pela satisfação que sinto quando estou no processo de realização de atividades acadêmicas difíceis. 21- Para mostrar a mim mesmo que sou uma pessoa inteligente. 22- A fim de ter uma boa remuneração no futuro. 23- Porque meus estudos permitem que continue a aprender sobre muitas coisas que me interessam. 24- Porque eu creio que a formação universitária aumentará minha competência como profissional. 25- Pela euforia que sinto quando leio sobre vários assuntos interessantes. 26- Não sei; não entendo o que estou fazendo na universidade. 27- Porque a universidade me permite sentir uma satisfação pessoal na minha busca por excelência na formação. 28- Porque quero mostrar a mim mesmo que posso ter sucesso nos meus estudos. 1 VALLERAND, R. J e colaboradores. Adaptação em 02/98 (DST). Psicologia Teoria e Pesqusia, Brasília, Ja-Abr, v. 19, n. 1, pp. 25- 31, 2003.
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