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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA FACULDADE DE PSICOLOGIA GIOVANA GOMES IDENTIFICAÇÃO DAS MICROEXPRESSÕES FACIAIS DAS EMOÇÕES BÁSICAS CAMPINAS 2021 GIOVANA GOMES IDENTIFICAÇÃO DAS MICROEXPRESSÕES FACIAIS DAS EMOÇÕES BÁSICAS Relatório apresentado à disciplina de Fenômenos e Processos Psicológicos C, da faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, como parte das atividades de laboratório exigidas para avaliação. Orientador: Prof(a). Dr(a). K Monitoras: PUC-CAMPINAS 2021 2 1. INTRODUÇÃO TEÓRICA Emoção é um termo de difícil definição, já que, em certos casos, as pessoas possuem um entendimento e compreensão do que ela é, mas são incapazes de defini-la de maneira precisa. Já em outros casos, as pessoas pensam entender o que ela é, mas, confundem-nas erroneamente com outros conceitos, como o de humor (GAZZANIGA; HEATHERTON; HALPERN, 2018). Pode-se dizer então que: As emoções são fenômenos expressivos e propositivos, de curta duração, que envolvem estados de sentimento e ativação, e nos auxiliam na adaptação às oportunidades e aos desafios que enfrentamos durante eventos importantes da vida. (REEVE, 2006, p.191). Em outras palavras, as emoções podem ser definidas como fenômenos multidimensionais que envolvem diversos âmbitos da vida, a partir de quatro componentes, que são o subjetivo, o biológico, o propositivo e o social. O componente subjetivo é referente aos fenômenos internos do indivíduo, aos seus sentimentos, a sua consciência fenomenológica e a sua cognição, sendo esta última a raiz do sentimento. Quando se fala da subjetividade, pode-se pensar, então, nos aspectos qualitativos e quantitativos da experiência emocional, como no caso de um indivíduo se sentir zangado e experienciar isso subjetivamente, com determinados níveis de intensidade e qualidade dessa sensação raivosa. Já o componente biológico é ligado a excitação corporal, a ativação fisiológica, a homeostase e a preparação do indivíduo para a ação. Esse aspecto é de suma importância no âmbito evolutivo, auxiliando na adaptação do ser ao seu meio e na forma de lidar e enfrentar aquilo que se impõem a ele (REEVE, 2006). O componente propositivo, por sua vez, relaciona-se à inserção da motivação na emoção, o que justifica a enorme vantagem provida pelas emoções, pois não as possuir geraria problemas na busca de metas, no estabelecimento e realização da manutenção de ações que visassem garantir a sobrevivência e na aprendizagem de como agir e responder adequadamente aos eventos (FELDMAN, 2015). Um exemplo onde vemos esse componente de forma clara é na raiva, que é capaz de motivar os indivíduos a se colocarem em ação para, por exemplo, se opor e reivindicar mudanças em situações que lhes parecem injustas (REEVE, 2006). 3 E, por fim, o componente social é referente à forma como são expressas as emoções, por meio de manifestações como as físicas e vocais, que visam comunicar e expressar, mesmo que de forma não verbal, aquilo que o indivíduo está sentido. Ele fica evidente nas manifestações faciais humanas, onde a forma como arqueja-se as sobrancelhas, por exemplo, é capaz de expressar aquilo que o indivíduo sente e pensa naquele dado momento (REEVE, 2006). Há outros fortes aspectos das emoções, podendo-se pensar no fato de que ela é pouco estável e de que possui um forte poder reativo, que auxilia na reação a eventos específicos nos quais ela tem possibilidade de atuar. Por meio do chamado coping, que pode ser traduzido como “enfrentamento”, a emoção cria estratégias de mecanismos de defesa, que são muito importantes para a vida humana, amparando na adaptação das respostas a situações desagradáveis e adversas com as quais um indivíduo pode se deparar (PERGHER et al., 2006; ANTONIAZZI; DELL’AGLIO; BANDEIRA, 1998). Dessa forma fica evidente o equívoco em confundi-las e indiferenciá-las do humor, que é muito mais estável e não está ligado a respostas a eventos isolados e específicos, como ocorre na emoção (REEVE, 2006). O humor também possui uma subdivisão em dois tipos de afeto, que seriam o positivo e o negativo, servindo para caracterizar sua natureza em questão. Esses conceitos de afeto não existem nas emoções, o que também serve para auxiliar na sua diferenciação. Em um vocabulário cotidiano, os afetos positivo e negativo seriam algo semelhante a dizer “bom humor” e “mau humor”, respectivamente, que são formas dos indivíduos se sentirem que influem diretamente em suas vidas cotidianas, tanto de forma positiva quanto negativa, e que podem durar muito mais que uma emoção, seja ela qual for (WATSON; TELLEGEN, 1985; CLARK; TELLEGEN, 1988 apud REEVE, 2006). Nessa classificação, o afeto positivo, quando apresentado com intensidade, seria ligado a um bem-estar do indivíduo, nos momentos em que se sente ativo e entusiasmado, por exemplo; e quando apresentado com pouca intensidade, seria ligado a sensações como a de tédio e de apatia. Em contrapartida, o afeto negativo, quando apresentado com intensidade, seria ligado ao indivíduo se sentir de forma aversiva, com sensações como a de raiva, de culpa e de angústia; e quando apresentado 4 com pouca intensidade, seria ligado a relaxamento e calmaria (WATSON; CLARK; TELLEGEN, 1988 apud GIACOMONI; HUTZ, 2006). Os estudos a respeito da emoção em si são muito extensos, tendo mobilizado uma série de pesquisadores e proporcionado diversas perspectivas distintas que visavam compreendê-las e explicá-las. Dentro das perspectivas que surgiram, foram estabelecidas duas visões principais e conflitantes, a cognitivista e a biológica. A cognitivista, com R. Lazarus, K. Scherer e B. Weiner como principais teóricos, afirmava a necessidade da avaliação cognitiva por parte dos indivíduos para que pudesse ocorrer uma resposta emocional. O primeiro desses teóricos, o pesquisador Lazarus, dizia que não faria sentido a ocorrência de uma resposta emocional sem que se compreendesse o impacto que determinado evento teve sobre o indivíduo para gerar aquela resposta. Para ele, esse impacto gerado pelo evento, muitas vezes, está relacionado a ameaças ao bem-estar e a situações com potencial danoso ou perigoso. Por conta disso, sem uma avaliação cognitiva desses aspectos, não faria sentido surgir uma emoção (REEVE, 2006). Já Scherer, mesmo concordando parcialmente com Lazarus, ampliava sua visão, adicionando avaliações cognitivas específicas para avaliar e gerar emoções. Essas avaliações específicas seriam, por exemplo, avaliar se o evento era bom ou mau e moral ou imoral. E, por fim, Weiner trazia para a visão cognitivista a ideia de que o importante para as emoções era a análise posterior aos eventos, ou seja, as ponderações que são feitas após a ocorrência de situações, possibilitando que se atribuísse a elas, por exemplo, a ideia de que se teve êxito, gerando a emoção de orgulho (REEVE, 2006). Já a perspectiva biológica, com C. Izard, P. Ekman e J. Panksepp como principais teóricos, se contrapunha a primazia da avaliação cognitiva, colocando, então, a necessidade de o evento biológico anteceder a cognição para que uma emoção se manifestasse. O primeiro teórico, Izard, deu suas contribuições a essa perspectiva por meio de suas pesquisas demonstrando que bebês, mesmo sem seus sistemas cognitivos plenamente desenvolvidos, eram capazes de responder emocionalmente. Vale-se dizer que Izard e outros teóricos biológicos não desconsideravam o envolvimento e a importância da atividade cognitiva, mas consideravam as emoções como provenientes das estruturas subcorticais (REEVE, 2006). 5 Ekman, por sua vez, trouxe a ideia de que emoções eram marcadas por um início rápido, mas com poucaduração, surgindo até mesmo de forma inconsciente. Essa ideia era apoiada pelas teorias evolutivas e, por conseguinte, pelo quesito da adaptação. Ele também não desconsiderava a cognição, mas não colocava a aprendizagem e a socialização como geradoras da emoção, como teóricos cognitivistas faziam. Por fim, Panksepp se apoiava numa teoria ligada aos circuitos neurais, a bioquímica e os hormônios, que influiriam no cérebro e seriam suficientes e essenciais para o surgimento da emoção. Ele propôs que os animais no geral possuem e herdaram circuitos cerebrais para, por exemplo, a raiva e o medo, o que os dariam um caráter muito mais instintivo do que aprendido para as emoções (REEVE, 2006). Essas duas visões distintas possuem méritos, mas muitos estudos cogitaram qual se apresentaria correta. Nisso, surgiu então uma terceira visão, a integrativa, enfatizando a importância tanto da visão cognitivista quanto da biológica. O pesquisador R. Buck ressaltava que os humanos possuem uma parte inata para reagir às emoções, ligada à fisiologia, à evolução e ao sistema límbico; ao mesmo tempo que, no decorrer da vida, adquiriam uma parte cognitiva, ligada às experiências e ao aprendizado particular de cada um. R. Levenson, que também concordava com essa visão, ampliou-a, afirmando que esses dois sistemas não existiriam isolados, como a proposta de Buck, mas sim interagindo entre si na formação da resposta emocional (REEVE, 2006). Além disso, também dentro do estudo das emoções, pesquisadores apontaram a existência de dois tipos distintos delas, subdividindo as emoções em duas: as primárias e as secundárias (GAZZANIGA; HEATHERTON; HALPERN, 2018). No grupo das emoções primárias (que também são chamadas de emoções base ou universais), e que contaram, inclusive, com estudos de Charles Darwin, são incluídas as emoções dadas como “essenciais”, mais ligadas a aspectos biológicos e com grande importância adaptativa. Essas emoções seriam, para alguns estudiosos, a alegria, o medo, a raiva, a tristeza, a surpresa e a repugnância. Enquanto isso, as emoções secundárias (também chamadas de sociais), seriam aquelas culturalmente e socialmente adquiridas, incluindo, por exemplo, o ciúme, o orgulho e a culpa (SANTOS, 2007). 6 Entretanto, diferentes estudos classificaram e apontaram números diferentes de emoções, não havendo um consenso geral sobre esse assunto. Pode- se ressaltar, por exemplo, que no artigo "The repertoire of nonverbal behavior”, publicado em 1969, Paul Ekman e Wallace V. Friesen trouxeram a ideia da existência de sete emoções básicas, que seriam dotadas de expressões faciais distintas e universais a todos os seres humanos. Seriam elas: a tristeza, a raiva, o medo, a surpresa, a aversão, o desprezo e a alegria, cada qual sendo a representante primordial de uma das chamadas “famílias emocionais” (EKMAN, 2011). Essas famílias emocionais são uma “perspectiva meio-termo”, que define grupos envolvendo uma série de outras emoções, dessa vez secundárias, com características e fisiologia muito semelhantes às das emoções primárias que nomeiam as famílias em questão. Caracteriza-se, por exemplo, a alegria como uma emoção base, mas também como uma família emocional, que inclui emoções como o divertimento, a satisfação e o contentamento. Já a raiva, nesse raciocínio, inclui emoções como a fúria, o aborrecimento, a irritação e a hostilidade. Uma das explicações para a existência dessas famílias surgiu dentro da perspectiva cognitivista, onde foram feitas análises que apontaram para uma forte relação de aprendizagem, de conhecimento e de socialização na distinção das emoções base, que seriam, no decorrer da vida dos indivíduos, diferenciadas, adquirindo nuances. Isso se exemplifica no medo, que pode ser uma coisa só para uma criança pequena, mas que, no decorrer de seu crescimento, é diferenciado em nuances como choque, horror e terror (EKMAN, 2011; REEVE, 2006). Essas emoções universais são, então, aquelas que nos critérios de Ekman e Davidson, assim como nos de outros pesquisadores voltados a perspectiva biológica, não dependem de um processo de aprendizagem para sua aquisição, sendo inatas aos indivíduos e as circunstâncias que em que se manifestam, tal como as maneiras características que cada uma é expressa na face e no corpo, que são muito similares em todas as pessoas. Assim, as respostas fisiológicas dessas emoções seguem um padrão previsível (REEVE, 2006). Então, tendo como base as emoções básicas como definidas por Ekman e Friesen, pode-se começar definindo a tristeza, que é, dentre as emoções, a que causa maior desagrado, surgindo principalmente em vivências relacionadas à 7 separação ou ao fracasso. É, de maneira geral, a emoção relacionada ao sentimento de perda em suas diversas formas, seja, por exemplo, na morte de um ente querido; no término de um relacionamento; em um acidente ou doença que afete a saúde; na perda de prestígio e admiração; etc. Observando as maneiras como a tristeza pode ser ativada, tal como a forma pelas quais ela se expressa, propõe-se a existência nítida de duas faces nesta emoção (EKMAN, 2011; REEVE, 2006). A primeira sendo a tristeza propriamente dita, seria uma emoção passiva, silenciosa e submissa, um quadro de desesperança diante da incapacidade de recuperar o que foi perdido. Já a segunda, a angústia, seria uma emoção mais intensa e ativa, inquieta ao lidar com a fonte da perda, envolvendo queixas e protestos. Para diferenciar a angústia da tristeza, é preciso observar a linguagem corporal do indivíduo, tal como sua fala e outros sons que venham a produzir, além de ser necessária uma análise ativa, uma vez que tem as mesmas formas de expressão na face (EKMAN, 2011). Nessas expressões, há a leve compressão dos olhos, resultante da elevação das bochechas; a queda das extremidades labiais; a inclinação das pálpebras superiores, que acompanha o arqueamento das sobrancelhas; e o olhar abatido cabisbaixo (EKMAN, 2003 apud MIGUEL, 2015). Ademais, a tristeza é uma das emoções mais duradouras, transitando repetidas vezes entre períodos de angústia inquieta e tristeza conformada, até que a emoção se dissipe, podendo durar segundos ou alguns poucos minutos, quando se apresenta com intensidade baixa ou moderada, e sendo então substituída por alguma outra emoção ou por nenhuma específica. Porém, quando se trata de uma tristeza intensa, associada à perda de algo ou de alguém de grande valor, o indivíduo passa por um processo de luto, onde, mesmo quando se esvai a emoção mais forte, há a permanência de uma tristeza menos intensa que vem em ondas, permeando o ânimo da pessoa enlutada e reduzindo-se ao longo do tempo. Durante este complexo período de luto, pode-se despertar outras emoções que não a tristeza, tal como a raiva, direcionada para si mesmo, para o outro ou para o mundo; também o medo, geralmente relacionado a não se saber como será a vida sem aquilo que foi perdido; ou ainda, a alegria, que vem com a recordação de memórias boas e com a saudade (EKMAN, 2011). 8 Já a segunda emoção, a raiva, é considerada como uma emoção passional, advinda da frustração da pessoa que a sente em relação à situação em que se encontra devido a uma força externa, seja pela falha na realização ou conquista de algo desejado; da imposição de alguma restrição; ou ainda, da impressão de que seu bem-estar é ameaçado (REEVE, 2006). A raiva também pode surgir do sentimento da rejeição, do descontentamento, da decepção, da discordância de pontos de vista, do medo e da forma de reagir à raiva alheia, quando essa parece injustificada. Pode-se dizer que a raiva surge, então, quando há sensação de perda do controle em uma determinada situação devido a interferência de outrem, seguida do desejo ou da tentativa de retomada deste controle de forma agressiva, enérgica ou,até mesmo, violenta (EKMAN, 2011). No entanto, a raiva abrange uma vasta gama de experiências. Se expandindo em níveis de intensidade que vão do aborrecimento leve até a fúria, mas também se separando em diferentes tipos de raiva, podendo ser passiva como o mau-humor; farisaica como a indignação; ou fruto do esgotamento da paciência, causando exasperação. Pode ser um ressentimento passageiro ou, ainda, pode ser alimentada até se tornar um rancor duradouro, que gera a raiva toda vez que a pessoa alvo é vista ou trazida à memória. Esse rancor, ou ódio, pode se converter em uma busca por vingança, quando resguardado prolongadamente, uma vez que o ato vingativo é uma ação furiosa e exagerada que ocorre após certo tempo de meditação acerca da ofensa cometida, dessa forma, evoluindo de uma emoção propriamente dita, para uma espécie de ligação emocional (EKMAN, 2011). Dessa e de outras formas, a raiva pode se apresentar como uma emoção perigosa, visto que a ação motivada por ela tem, geralmente, o intuito de destruir um obstáculo (REEVE, 2006). Para Izard, a manifestação da raiva no nível cognitivo é comumente associada a perda do autocontrole e a dificuldade de manter a calma e, dessa forma, o comportamento estimulado pela raiva é muitas vezes caracterizado pela violência verbal, através de gritos, insultos e ameaças; e pela violência física, como nos casos de agressões, lutas e empurrões (SILVA, 2011). As sensações fisiológicas causadas pela raiva ocorrem por meio da aceleração do ritmo cardíaco e da respiração, tal como a elevação da pressão sanguínea. Dentre os traços faciais característicos da raiva, têm-se o decaimento das sobrancelhas, o enrugamento da testa, a dilatação das narinas e o apertar da 9 boca e dos olhos. Também ocorre a contração de várias partes do rosto, sendo elas: as têmporas, as raízes do nariz, o queixo e a infraorbital, que se contrai para dentro (MAGALHÃES, 2011). Por estar interligada às várias formas de agressão e hostilidade, a raiva é comumente considerada uma emoção negativa. Porém, na visão de Strongman, ela deve ser vista como funcional, pois a raiva é a emoção que provê ao indivíduo as energias necessárias para processos fisiológicos e psicológicos associados à autodefesa e ao domínio, além da regulação de comportamentos sociais e interpessoais (ARRUDA, 2014). A raiva é ativada quando o indivíduo se vê diante de um obstáculo que precisa superar a fim de conquistar seus objetivos, também servindo como meio de conquistar a posição de dominância em uma relação e podendo funcionar como regulador de comportamentos agressivos, sinalizando a necessidade de se alterar os padrões de funcionamento de uma relação (MELO, 2005 apud ARRUDA, 2014). Muitas vezes, o que motiva o controle da raiva é o compromisso de manter relações com aqueles a quem a raiva está dirigida, sejam amigos, cônjuges, parentes ou meros conhecidos, há a compreensão de que a não regulação da raiva pode vir a danificar permanentemente esta ralação, a fim de evitar isso, é feito o esforço de controlar a raiva, independente de quão negativa a atitude do outro seja. Por fim, é raro que a raiva seja isolada de outros sentimentos em sua ocorrência, sendo muito comumente precedida pelo medo, a raiva também pode se misturar a aversão, gerando uma sensação de repulsa pela pessoa ou objeto que é alvo da raiva (EKMAN, 2011). O medo, por sua vez, que seria a terceira emoção, surge a partir do reconhecimento de uma ameaça ao bem-estar físico ou psicológico. Mais comumente, ocorre durante a antecipação de algo antes que este de fato ocorra. Assim, o medo está interligado à expectativa, seja de alguma forma de agressão ou do enfrentamento de algum problema. Trata-se, então, da percepção da possível incapacidade de agir contra uma ameaça do meio e de se encontrar em uma posição vulnerável ao perigo (REEVE, 2006). Ele é a emoção mais pesquisada por ser a de mais fácil ativação em quase qualquer animal. O gatilho que ativa o medo vem da ameaça de dano, seja ela física ou psicológica, em todos os seus temas e variações (EKMAN, 2011). A 10 principal função do medo seria, então, a de garantir a proteção da integridade do indivíduo, quando este se vê diante de situações que podem lhe ser danosas, que fazem com que o medo seja ativado para motivá-lo a se libertar ou fugir. Durante sua ativação, o medo causa certa limitação aos processos atencionais e comportamentais do indivíduo, fazendo com que este foque toda a sua atenção no estímulo ameaçador e na necessidade de tomar medidas de proteção (MELO, 2005 apud ARRUDA, 2014). Nesse processo, o organismo libera uma grande quantidade de energia, a fim de possibilitar a tomada de ações necessárias para defesa da vida, entrando em um estado de fuga ou luta. Dessa forma, a ativação do medo gera diversas reações psicofisiológicas, como o aumento do ritmo cardíaco, do ritmo respiratório e da pressão torácica, além de também ter potencial de acarretar em dificuldades na deglutição e em causar tremores nas mãos e pernas (ARÁNDIGA; TORTOSA,2000 apud SILVA, 2011). Uma pesquisa descobriu três formas distintas de ativação do medo, que se diferenciam pelo estado iminente ou imediato da ameaça. Na primeira, comportamentos distintos surgem de ameaças distintas, a presença de uma ameaça imediata causa ações reativas de paralisia ou fuga; enquanto o receio quanto ao surgimento de uma ameaça leva a um estado de vigília e aumento da tensão muscular. Na segunda, tem-se que uma ameaça imediata causa reações analgésicas que reduzem sensações dolorosas; já a expectativa de uma ameaça iminente acarreta a intensificação da dor. Por fim, há evidências de que ameaças imediatas e ameaças iminentes ativam áreas cerebrais diferentes (EKMAN, 2011). Vale-se a ressalva de que quase todos os aspectos do comportamento humano são dotados de particularidades individuais, as emoções não se eximem disto. Por exemplo, algumas pessoas podem aprender a não temer quase nada, enquanto outras têm seu medo ativado por coisas que não representam qualquer perigo real, como é o caso do medo infantil do escuro (EKMAN, 2011). A quarta emoção, a surpresa, é considerada uma emoção momentânea e extremamente breve, causada pela não compreensão de algo inesperado. Uma vez que se toma consciência da causa dessa surpresa, a emoção morre, no mais tardar, em alguns poucos segundos. Trata-se de uma espécie de emoção transitória que se mistura e resulta em outras emoções, como o medo, a raiva e a 11 alegria, dependendo da natureza daquilo que a causou em primeiro lugar (EKMAN, 2011). Alguns estudiosos afirmam que a surpresa não se trata de uma emoção pois, ao contrário de qualquer outra emoção, as sensações geradas pela surpresa não seriam nem positivas e nem negativas. No entanto, durante sua ocorrência, antes da compreensão do fato e da transição para outra emoção, a surpresa pode ser agradável ou desagradável. Essa diferenciação é dependente das características do indivíduo, já que há pessoas que não gostam de surpresas, independente se a natureza da ocorrência é positiva ou não; porém, também há aqueles que adoram ter vivências inesperadas e não planejadas, buscando por experiências que possam surpreendê-las (EKMAN, 2011). Outro aspecto que bota em dúvida o status da surpresa como emoção é o timing fixo que ela possui, tendo uma duração invariavelmente breve que não passa de alguns segundos. Essa limitação não é vista em outras emoções, que podem ser breves, mas também podem se prolongar em eventos mais duradouros. No entanto, essa duração limitada pode ser vista como uma característica específica da surpresa, visto que todas as outras emoções básicas também possuem alguma singularidade em seu funcionamento. Um questionamento final pode ser levantado quando observada a dificuldadede diferenciá-la do medo, quando ambas as emoções são observadas em fotos, que fica evidenciado em estudos feitos com nativos da Nova Guiné e com universitários norte-americanos, ou ainda, pode-se ficar ambíguo, se a expressão apresentada é de fato uma manifestação de surpresa ou somente um sinal de atenção ou interesse (EKMAN, 2011). O medo tipicamente se manifesta na face por meio da elevação da pálpebra, o erguer e o apertar das sobrancelhas e pelo estiramento horizontal da boca, que causa uma inclinação do queixo (MAGALHÃES, 2011). Ao observar as alterações faciais causadas pelo medo no adulto, percebe-se grande semelhança com a expressão típica dos bebês, que poderia indicar que essa expressão possui uma função social adaptativa, provavelmente associada à necessidade de ser zelado e tratado com gentileza (TAMIETTO et al., 2007 apud MIGUEL, 2015). A expressão gerada pela surpresa partilha de muitos dos mesmos traços da expressão de medo, se diferenciando apenas pela elevação das pálpebras 12 inferiores, a abertura da boca em elipse e a elevação das sobrancelhas, que formam sulcos na testa (MAGALHÃES, 2011; EKMAN, 2011). A aversão, que seria a quinta emoção, também pode ser chamada de repugnância ou nojo. Ela é uma emoção caracterizada pela necessidade de se afastar ou se desfazer de algo que se julga contaminado, deteriorado ou estragado, seja isso de uma forma literal ou figurativa. Sua função é a de rejeitar de modo ativo algum aspecto físico ou psicológico do ambiente que causa desagrado (REEVE, 2006). Até cerca de quatro ou oito anos, a repugnância se apresenta de forma mais básica, apenas como uma rejeição a coisas com gosto ruim (EKMAN, 2011). Já na segunda infância, as vivências passíveis de gerar repugnância não se limitam mais a somente o que gera desagrado físico, passando a englobar também repulsas psicologicamente adquiridas e, de maneira geral, qualquer objeto percebido como desagradável (ROZIN; FALLON,1987 apud REEVE, 2006). Por fim, na idade adulta, a repugnância surge quando o indivíduo se depara com algo que julgue estar contaminado de alguma forma, podendo ser, inclusive, contaminações corporais, interpessoais ou morais. Aquilo que o adulto considera contaminado depende muito de perspectivas aprendidas culturalmente, mas, ainda assim, certos aspectos como a aversão a coisas que tem origem animal e que se espalham contaminando outros objetos são comuns à maioria das culturas. Pode-se pegar como exemplo que, caso uma barata entre em contato com um alimento, desencadeia-se uma repugnância geral e, num âmbito emocional, contamina-se a totalidade do prato, mesmo que ela tenha o tocado apenas parcialmente (REEVE, 2006). A aversão surge, geralmente, como estratégia de enfrentamento, ativa ou passiva, quando o indivíduo se vê diante de algo ou alguém que lhe causa desagrado, podendo ocorrer até mesmo pelo mero ato de pensar neste algo. Ela estimula uma atitude negativa de rejeição, suscetível de causar a ausência de sentimentos positivos e a indiferença afetiva, mas também podendo gerar emoções de hostilidade. As reações comportamentais e táticas de enfrentamento àquilo que é aversivo dependem muito da personalidade da pessoa, se definindo a partir de características pessoais de assertividade, passividade e agressividade (ARÁNDIGA; TORTOSA, 2004 apud SILVA, 2011). 13 Fenomenologicamente, a repugnância é uma emoção aversiva, porém que desempenha um papel motivacional positivo, uma vez que, a fim de evitar o contato com objetos repugnantes, o indivíduo busca aprender os comportamentos de coping necessários para evitar situações que produzem repugnância. Isso ocorre pela mudança de hábitos e atributos pessoais, como, por exemplo, na limpeza e higienização pessoal e do seu ambiente; na não acumulação de lixo; na reavaliação constante de seus pensamentos e valores; assim como hábitos benéficos à saúde, a fim de evitar um corpo fora de forma e “repugnante” (REEVE, 2006). Na face da aversão, a testa franze, as sobrancelhas caem, a narinas se elevam e os olhos ficam semicerrados, ao passo que as pálpebras superiores se contraem, enquanto as inferiores se elevam sutilmente. Também ocorre a contração e elevação das bochechas e do queixo, de forma que a boca se retrai perpendicularmente. Os traços faciais da aversão compartilham de muitas semelhanças com os da raiva, o que pode acarretar a confusão entre elas durante a leitura das expressões no rosto (MAGALHÃES, 2011). A sexta emoção, o desprezo, apesar de ter uma relação íntima com a aversão, se diferencia dela por ser muito inferior na amplitude de sua intensidade, surgindo apenas quando relacionado a pessoas ou ideias. A aversão a alguma coisa não necessariamente é sinônimo do desprezo a esta coisa, da mesma forma que algo que gera desprezo não carrega por obrigação a necessidade de afastamento inata da aversão, porém, o desprezo pode surgir quando se está diante daquilo que lhe é aversivo. O desprezo surge de uma posição de arrogância, desdém e condescendência, aquele que despreza se vê como superior ao desprezado, seja por razões físicas, intelectuais ou morais. Ao contrário da aversão, que gera reações negativas naquele que a sente, o desprezo pode ser uma emoção muito agradável durante sua ocorrência, embora possa ser seguido de uma sensação de culpa e constrangimento (EKMAN, 2011). Embora apresente variações quanto a intensidade e força, como qualquer outra emoção básica, as sensações associadas ao desprezo são de difícil identificação. A face de uma pessoa que sente desprezo se caracteriza pelo empinar do queixo, a elevação de uma das extremidades da boca e por uma contração sutil nas pálpebras (MAGALHÃES, 2011). 14 A sétima e última emoção, por fim, que seria a felicidade ou alegria, surge da conquista de algum resultado desejado, ou seja, ocorre a partir do sucesso pessoal ou interpessoal, funcionando como o oposto da tristeza em suas causas, tal como nas formas de afetar o indivíduo. A pessoa alegre é mais ativa e sociável, com uma propensão maior a pensamentos positivos e dotando a face de expressões amigáveis. Dessa forma a alegria cumpre duas funções: uma é o papel de facilitadora das interações sociais e fortalecimento dos relacionamentos, enquanto a outra é a de tornar a vida agradável, auxiliando o indivíduo a lidar com experiências e emoções desagradáveis de forma que mantenha seu bem-estar psicológico (REEVE, 2006). Assim, a alegria tende a tornar o indivíduo mais receptivo às experiências e as pessoas do seu meio, o que, por sua vez, tende a torná-las mais receptivas a ele em retorno. A alegria recompensa os esforços e as conquistas do indivíduo, facilita a resolução de problemas, intensifica a criatividade e ameniza os efeitos do estresse (MELO, 2005 apud ARRUDA, 2014). Ela também é uma emoção fundamental a todos os indivíduos, já que o bom humor e os demais estados positivos que essa emoção gera podem funcionar como protetores do sistema imunológico. Além disso, a alegria tem relação íntima com a autoestima, uma vez que está se define pela avaliação do valor, e importância que cada pessoa faz de si, vale ressaltar que essa relação é vista de forma mais significativa em países mais individualistas (FERRAZ; TAVARES; ZILBERMAN, 2007 apud ARRUDA, 2014). A alegria genuína tem como elementos mais característico a contração involuntária do músculo orbicular do olho em conjunto e o sorriso formado pela contração do músculo zigomático maior que causa um franzimento horizontal geral do rosto (EKMAN, 2011). Dentre outras características da expressão de alegria, observa-se a elevação sutil da pele da testa e a formação de sulcos nela, a contração das pálpebras inferiores e elevação sutil superiores, a dilatação dos olhos e a elevação acentuada das sobrancelhas (MAGALHÃES,2011). Por fim, um último ponto a ser ressaltado a respeito das emoções é a existência e influência que sofrem pelas regras de exibição, ou regras de manutenção, que definem que as culturas incidem na expressão universal das emoções, ditando como elas devem ser demonstradas dentro de cada meio 15 sociocultural distinto (EKMAN, 2011). Isso se baseia no fato de que uma cultura dita o que correto ou errôneo dentro dela, como a questão de expressar ou não raiva e fúria na forma de agressão, que em algumas culturas é algo positivo, mas em outras é algo digno de repressão; e como na questão de demonstrar ou não os sentimentos, que dependendo da cultura pode ser algo “mal visto”, enquanto em outras é algo incentivado (FRANCO; SANTOS, 2015). Tendo em vista toda a teoria supracitada, pode-se afirmar que as emoções cumprem um papel fundamental nas vidas humanas, sendo relacionadas desde o modo particular como se manifestam em cada indivíduo, até como isso influi e é percebido socialmente. Isso demonstra o porquê de ser um tema tão amplamente estudado e discutido, contendo tantas visões distintas que se enfocam em pontos diferentes do mesmo fenômeno. 16 2. OBJETIVOS - Investigar os fatores de interferência na identificação de emoções universais expressas em fotografias, por meio da aplicação da Escala de Identificação da Expressão Emocional. 3. MÉTODO 3.1. Situação Os participantes foram contatados e convidados a participar da atividade por meio de mensagens no aplicativo WhatsApp, já que a pandemia do Sars-Cov- 19 limitou a coleta presencial dos dados, que fez com que a aplicação da Escala de Identificação da Expressão Emocional tivesse de ser feita de forma remota. Os participantes então receberam mensagens pelo aplicativo, que continham o link para que acessassem um formulário do Google com todas as questões da Escala e todas as informações necessárias para respondê-las. Além disso, junto ao link foi enviado um breve texto que também trazia orientações para a realização do teste e enfatizava que os dados obtidos neste possuíam finalidades estudantis. 3.2. Participantes - Participante 1 (P1): J. A. P.; 13 anos; sexo masculino; Ensino Fundamental; - Participante 2 (P2): E. K. N.; 14 anos; sexo feminino; Ensino Fundamental; - Participante 3 (P3): I. M. S. O.; 14 anos; sexo feminino; Ensino Médio; - Participante 4 (P4): L. C. R.; 15 anos; sexo feminino; Ensino Médio; - Participante 5 (P5): M. E. B. O.; 16 anos; sexo feminino; Ensino Médio; - Participante 6 (P6): E. J. N.; 20 anos; sexo masculino; Ensino Superior Incompleto; - Participante 7 (P7): A. A. O.; 21 anos; sexo masculino; Ensino Superior Incompleto; - Participante 8 (P8): L. C. R.; 21 anos; sexo masculino; Ensino Superior Incompleto; 17 - Participante 9 (P9): J. O. B. C.; 22 anos; sexo masculino; Ensino Superior Incompleto; - Participante 10 (P10): A. C. N.; 24 anos; sexo masculino; Ensino Superior Incompleto. 3.3. Material Foi utilizada a Escala de Identificação da Expressão Emocional (Anexo A), que solicita, inicialmente, que os participantes preencham no formulário seus dados pessoais, as iniciais do nome, o sexo, a idade e o nível de formação acadêmica. A seguir, a escala apresenta seis imagens com diferentes expressões emocionais, onde cada uma delas vem acompanhada de cinco alternativas, sendo que apenas uma indica a emoção correta apresentada. Por fim, o participante deve selecionar qual (ou quais) imagem(s) lhe foi de mais difícil identificação, justificando sua escolha por meio de uma questão dissertativa. 3.4. Procedimento A escala de identificação emocional foi transcrita em um formulário do Google, incluindo todas as informações necessárias para a resolução deste. O link do formulário foi então enviado aos participantes, seguido de um breve parágrafo explicando a natureza da pesquisa, apresentando instruções básicas quanto a resolução das questões e pedindo que cada participantes assinalasse a alternativa condizente à sua primeira impressão de cada imagem, a fim de adquirir o resultado mais genuíno possível. Por fim, foi esclarecido que poderiam buscar sanar quaisquer dúvidas que surgissem. A devolutiva foi automática pelo Google forms, propiciando as respostas já organizadas para o posterior tratamento de dados em uma planilha do Excel, e para as análises subsequentes. 4. RESULTADOS 4.1. Critérios de correção da Escala de Identificação da Expressão Emocional A correção foi feita seguindo os critérios fornecidos pela própria Escala de Identificação da Expressão Emocional. Foram avaliadas as seguintes emoções: raiva; medo; repugnância/nojo; surpresa; alegria e tristeza, apresentadas em seis 18 fotos de seis indivíduos distintos, cada qual demonstrando uma das emoções solicitadas. Em questões de múltipla escolha, cada foto foi seguida de cinco alternativas, uma correta e quatro erradas, onde assinalar a alternativa correta agregaria um ponto ao participante, não havendo atribuição de pontos no caso da seleção de uma das alternativas incorretas. Dessa forma, a pontuação máxima que cada participante poderia obter ao final seria de seis pontos totais. Na foto 1 tem-se a foto de uma mulher esboçando raiva, seguida das alternativas: Alegria; raiva; irritação; medo e descontentamento. Na foto 2, o rosto de um homem representa o medo, com as alternativas: repugnância/nojo; raiva; tristeza; medo e surpresa. Já na foto 3, uma mulher expressa repugnância/nojo, sendo irritação; raiva; medo; repugnância/nojo e tristeza as alternativas apresentadas. A foto 4, por sua vez, é a de uma mulher expressando surpresa, apresentando as alternativas: interesse; surpresa; medo; irritação. A foto 5 apresenta um homem esboçando uma expressão de alegria, seguida das alternativas: alegria; interesse; medo; raiva e contentamento. Por fim, a foto 6 apresenta uma mulher esboçando tristeza, com as alternativas: tristeza; raiva; vergonha; medo e saudade. Após a resolução das questões de múltipla escolha, é então solicitado que o participante selecione em qual das fotos teve maior dificuldade de identificar a emoção correta, explicando em uma questão dissertativa o motivo que acreditava ter sido a causa. Não houve atribuição de pontos nesta última parte da escala, uma vez que tem como única finalidade auxiliar a análise dos resultados por parte dos experimentadores. 4.2. Tabelas e Gráficos Tabela 1. Comparação da pontuação obtida pelos participantes de 11 a 16 anos na Escala de Identificação da Expressão Emocional. Participantes Foto 1 Foto 2 Foto 3 Foto 4 Foto 5 Foto 6 Total P1 P2 P3 P4 P5 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 5 5 5 5 3 Total 0 5 5 4 5 4 23 Média 0 1 1 0,8 1 0,8 4,6 19 A Tabela 1 apresenta a comparação do total de pontos obtidos pelos participantes do grupo de 11 a 16 anos (P1 a P5) na Escala de Identificação da Expressão Emocional, tal como da pontuação total e média de acertos em cada foto individual. O desempenho dos participantes P1, P2, P3 e P4 foi idêntico, sendo obtido 5 pontos cada um, e tendo todos falhado em identificar apenas a Foto 1. A menor pontuação foi a do participante P5, que falhou na identificação das fotos 1, 4 e 6. Com relação às médias obtidas em cada foto, percebe-se que a Foto 1 não possui nenhum acerto, enquanto as fotos 2, 3 e 5 foram acertadas por todos os participantes, totalizando média 1. Já as fotos 4 e 6 possuem um erro em cada, totalizando uma média de 0,8. Tabela 2. Comparação da pontuação obtida pelos participantes de 20 a 25 anos na Escala de Identificação da Expressão Emocional. Participantes Foto 1 Foto 2 Foto 3 Foto 4 Foto 5 Foto 6 Total P6 P7 P8P9 P10 1 0 1 0 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 6 5 6 5 3 Total 2 4 4 5 5 5 25 Média 0,4 0,8 0,8 1 1 1 5 A Tabela 2 apresenta a comparação do total de pontos obtidos pelos participantes do grupo de 20 a 25 anos (P6 a P10) na Escala de Identificação da Expressão Emocional, tal como da pontuação total e média de acertos em cada foto individual. Fica evidente que Foto 1 teve o menor número de acertos, apresentando uma média de apenas 0,4 pontos, com três participantes que falharam em sua identificação (P7, P9 e P10). As maiores pontuações foram obtidas pelos participantes P6 e P8, que gabaritaram a escala, com um total de 6 pontos cada, enquanto a menor pontuação foi a do P10, com um total de 3 pontos, tendo errado as fotos 1, 2 e 3. 20 Quadro 1. Respostas das questões objetivas obtidas na aplicação da Escala de Identificação da Expressão Emocional nos participantes de 11 a 16 anos. Participantes Foto 1 Foto 2 Foto 3 Foto 4 Foto 5 Foto 6 P1 Irritação Medo Repugnânci a/nojo Surpresa Alegria Tristeza P2 Irritação Medo Repugnânci a/nojo Surpresa Alegria Tristeza P3 Desconte ntamento Medo Repugnânci a/nojo Surpresa Alegria Tristeza P4 Irritação Medo Repugnânci a/nojo Surpresa Alegria Tristeza P5 Desconte ntamento Medo Repugnânci a/nojo Interesse Alegria Saudade O Quadro 1 evidencia as respostas dadas pelos participantes dos 11 aos 16 anos (P1 a P5) nas questões objetivas da Escala de Identificação da Expressão Emocional, onde verifica-se que “Medo”, “Repugnância/nojo” e “Alegria” foram as respostas de maior recorrência, aparecendo cinco vezes cada. Em contrapartida, “Saudade” e “Interesse” foram as de menor recorrência, aparecendo apenas uma vez cada. Quadro 2. Respostas das questões objetivas obtidas na aplicação da Escala de Identificação da Expressão Emocional nos participantes de 20 a 25 anos. Participantes Foto 1 Foto 2 Foto 3 Foto 4 Foto 5 Foto 6 P6 Raiva Medo Repugnância /nojo Surpresa Alegria Tristeza P7 Irritação Medo Repugnância /nojo Surpresa Alegria Tristeza P8 Raiva Medo Repugnância /nojo Surpresa Alegria Tristeza P9 Irritação Medo Repugnância /nojo Surpresa Alegria Tristeza P10 Desconte ntamento Surpresa Raiva Surpresa Alegria Tristeza O Quadro 2 evidencia as respostas dadas pelos participantes dos 20 aos 25 anos (P6 a P10) nas questões objetivas da Escala de Identificação da Expressão Emocional, onde verifica-se que “Surpresa”, “Alegria” e “Tristeza” foram as respostas de maior recorrência, aparecendo cinco vezes cada. Em contrapartida, “Descontentamento” foi a de menor recorrência, aparecendo apenas uma vez, proferida pelo P10. 21 Quadro 3. Respostas da questão dissertativa obtida na aplicação da Escala de Identificação da Expressão Emocional nos participantes de 11 a 16 anos. Participantes Foto mais difícil Justificativa* P1 Foto 1 “Expressão facial estranha e confusa.” P2 Foto 1 “A expressão facial da pessoa da fato me deixou intrigada sobre qual era seu sentimento” P3 Foto 1 “Pois acredito que a foto possa passar a impressão de um conjunto de emoções diferentes e por isso foi mais difícil identificar apenas uma emoção” P4 Foto 1 e Foto 2 “Porque a pessoa parecia estar com raiva, mas ao mesmo tempo irritada. E se for analisar bem, também parece descontente. E a cada vez que eu olho, tenho mais duvida.“ P5 Foto 1 “Pois a pessoa aparenta estar sentindo muitas emoções ao mesmo tempo.” Legenda: *Foram transcritas exatamente da forma que os participantes relataram. O Quadro 3 traz as respostas dadas pelos participantes dos 11 aos 16 anos (P1 a P5) na questão dissertativa da Escala de Identificação da Expressão Emocional, onde verifica-se que todos os participantes consideraram a Foto 1 como sendo a de mais difícil identificação, com afirmações que justificam isso afirmando que expressão na foto aparentar certa ambiguidade de emoções e é confusa na identificação. O único participante que afirmou ter apresentado dificuldade em mais de uma foto foi o P4 que, além da Foto 1, também considerou a Foto 2 como difícil. 22 Quadro 4. Respostas da questão dissertativa obtida na aplicação da Escala de Identificação da Expressão Emocional nos participantes de 20 a 25 anos. Participantes Foto mais difícil Justificativa* P6 Foto 1 " Sombrancelha grossa, não consigo identificar se essa pessoa está realmente brava, a boca está um pouco estranha também, além de que a pessoa parece o Bolsonaro de peruca” P7 Foto 2 “Não soube diferença de uma surpresa de medo” P8 Foto 1 “A face da mulher é esquisita, não dá pra saber se o rosto é simplesmente sempre assim” P9 Foto 1 “Porque me causou muito incomodo, o impacto em mim acabou obscurecendo a interpretação da imagem” P10 Foto 1 “Na foto 1 tive dificuldade de definir qual a exata emoção que o rosto me passava, variando entre raiva, descontentamento e irritação e decepção, talvez por isso tenha sido a mais difícil, acredito que um pouco se deve pela expressão um pouco mais sútil que nas demais imagens.” Legenda: *Foram transcritas exatamente da forma que os participantes relataram O Quadro 4 traz as respostas dadas pelos participantes dos 20 aos 25 anos (P6 a P10) na questão dissertativa da Escala de Identificação da Expressão Emocional, onde verifica-se que quase todos os participantes consideraram a Foto 1 como sendo a de mais difícil identificação, sendo que apenas o P7 considerou outra (a Foto 2) como mais difícil. Os participantes apresentaram argumentos para a Foto 1 que demonstram que a consideraram ambígua, assim como os participantes da outra faixa-etária, além de apresentarem desagrado com a foto. Já a justificativa dada pelo P7 também suscitou uma ambiguidade na interpretação da Foto 2 que, para ele, não se diferenciava entre “surpresa e medo”. 23 Gráfico 1. Comparação média das pontuações obtidas pelos participantes de 11 a 16 anos e de 20 a 25 anos na Escala de Identificação da Expressão Emocional. O Gráfico 1 apresenta a comparação entre as pontuações médias obtidas em cada foto pelos grupos de 11 a 16 anos (P1 a P5) e de 20 a 25 anos (P6 a P10) na Escala de Identificação de Expressão Emocional. As médias de pontuação se mantêm iguais na Foto 5, que foi identificada corretamente por todos os participantes, sendo, então, a maior média total. A menor pontuação está relacionada à Foto 1, onde não houve acertos entre os participantes do grupo de 11 a 16 anos e apenas dois acertos entre os participantes de 20 a 25 anos. Os participantes de 11 a 16 anos obtiveram, então, pontuações inferiores nas fotos 1, 4 e 6, se comparados ao outro grupo, enquanto os participantes de 20 a 25 anos obtiveram pontuações inferiores nas fotos 2 e 3, se comparados ao outro grupo. 0 1 2 3 4 5 6 Foto 1 Foto 2 Foto 3 Foto 4 Foto 5 Foto 6 11 a 16 anos 20 a 25 anos 24 5. DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS Inicialmente, é importante enfatizar que, devido a pandemia do Sars- CoV-2, os resultados podem ter sido impactados, já que as configurações distintas e os tamanhos dos aparelhos utilizados pelos participantes para a visualização do teste não foram passíveis de controle por parte dos alunos, não sendo estabelecido um padrão e podendo ter distorcido, de alguma forma, as imagens do teste, confundindo os participantes. As emoções, como foi evidenciado no decorrer do presente trabalho, são extremamente importantes e possuem um forte impacto na vida humana, uma vez que a capacidade de reconhecer diferentes expressões emocionais na face dos outros é essencial para a eficiência das interações sociais. Parte das emoções são inatas, tendo sido herdadas evolutivamente para auxiliarna sobrevivência e no convívio em sociedade. Entretanto, há emoções secundárias que vão se desenvolvendo e sendo aprendidas socialmente, fazendo com que surjam cada vez mais nuances no reconhecimento emocional no decorrer da vida dos indivíduos. O fator da hereditariedade pode ser visto pelos resultados médios obtidos nos dois grupos de participantes onde ambos, tanto o da primeira quanto da segunda faixa etária, identificaram mais da metade das emoções presentes nas fotos (REEVE, 2006; SANTOS, 2007). Já o fator das emoções secundárias irem gradativamente adquirindo mais nuances pode ficar explícito pelo primeiro grupo, o de faixa etária menor, ter apresentado uma média um pouco menor de acertos do que o grupo de faixa etária maior, com uma pequena diferença de 0,4 pontos. As diferenças de idade dos grupos não são muito expressivas, sendo a menor idade de 13 anos e, a maior, de 24 anos, mas que pode ter sido a causa da diferença sutil nos resultados que os grupos obtiveram (REEVE, 2006). Vale-se a ressalva de que as regras de exibição podem ter sido, de alguma forma, influentes na dificuldade de detecção de algumas emoções por parte dos participantes, já que as fotografias não são de indivíduos brasileiros, podendo haver alguma divergência sutil na forma de demonstrar e identificar algumas emoções, já que a cultura valoriza ou reprime determinadas emoções e suas formas de expressá-las (EKMAN, 2011; FRANCO; SANTOS, 2015). 25 Outro fator que foi notado como interferindo foi o da pouca distinção, em alguns casos, das emoções base com suas famílias emocionais. Ficou evidente quando observados os resultados da Foto 1, por exemplo, que os participantes pontuaram “irritação”, que faz parte da família emocional da raiva, com muito mais frequência do que a “raiva” em si, com a primeira tendo sido selecionada cinco vezes e a segunda apenas duas vezes em toda a amostra. Ademais, ainda na Foto 1, o “descontentamento”, outro membro da família da raiva, foi selecionado um total de três vezes, percebendo-se, assim, que a “raiva” foi a opção menos selecionada na questão que correspondia a ela. Isso pode se dar pelas semelhanças faciais que essas emoções apresentam, que fez com que os participantes notassem e relatassem uma certa ambiguidade e mistura de emoções na foto em questão, afirmando que o rosto aparentava possuir mais de uma emoção simultaneamente, o que a tornou a de mais difícil identificação. Os comentários dos participantes P4 e P10 evidenciam bem isso, já que ambos afirmam ter tido dificuldade de identificar a emoção correta, uma vez que, ao olharem para a foto, qualquer uma das alternativas “raiva”, "irritação'' e “descontentamento”, parecia ter a mesma probabilidade de ser a emoção expressada. Por conta de tudo isso, a Foto 1 foi vista de forma quase unânime como sendo a de mais difícil identificação, tendo sido selecionada por nove dos dez participantes na questão dissertativa do teste (EKMAN, 2011; REEVE, 2006; MAGALHÃES, 2011). A única outra foto apontada como sendo a mais difícil na questão dissertativa foi a Foto 2, que representa o medo, tendo sido assinalada por dois participantes, P4 e P7. Este segundo afirmou que não soube a diferença entre surpresa e medo, aspecto de semelhança que é debatido em meio acadêmico acerca da validade da surpresa como emoção, uma vez que é difícil diferenciá-la do medo quando são registradas em fotos. Em ambas as emoções ocorre a elevação das pálpebras e sobrancelhas, tal como a abertura da boca, embora com sutis diferenças, como no medo ocorrer um estiramento horizontal, enquanto na surpresa, a abertura é mais semelhante a uma elipse. Apesar disso, apenas um participante, o P10, selecionou incorretamente a emoção representada na Foto 2, selecionando a surpresa no lugar do medo (MAGALHÃES, 2011; EKMAN, 2011). Ainda no quesito da surpresa, a Foto 4, representante dessa emoção, foi confundida pela participante P5 como sendo uma expressão de interesse, que é 26 uma emoção da família emocional da surpresa, o que pode ter possibilitado esta confusão. A mesma análise pode ser feita na Foto 6, também assinalada incorretamente pelo participante P5, que identificou a emoção representada como sendo a “saudade”, uma emoção secundária integrante da família da tristeza, emoção básica que seria a opção correta (EKMAN, 2011). Ademais, uma última confusão feita na identificação das e emoções foi realizada na Foto 3 pelo participante P10 que, ao observar a expressão de “repugnância/ nojo” apresentada, confundiu-a com uma expressão de "raiva”. Este erro não é injustificável, visto como as ativações destas emoções muitas vezes ocorrem em sequência uma da outra ou, até mesmo, em conjunto, além de serem emoções que partilham de muitos dos mesmos traços (MAGALHÃES, 2011; EKMAN, 2011). Por fim, é importante ressaltar que a única imagem que obteve acertos por parte de todos os participantes foi a da Foto 5, onde era representada a alegria. Isso pode ter ocorrido por não haver, nas alternativas, outras emoções com o sorriso como característica tão marcante quanto é na alegria em questão (EKMAN, 2011). Dessa forma, ao observar os resultados obtidos e compará-los ao referencial teórico levantado, foi possível identificar diversos dos conceitos principais acerca do tema Emoção, pontuando seus fatores de influência que rodeiam a vida humana em âmbitos diversos. Seguindo a teoria foi possível compreender os erros e confusões dos participantes na identificação das emoções, ilustrando diversos dos conceitos e nuances a respeito desse tema. 27 6. REFERÊNCIAS ANTONIAZZI, A. S.; DELL'AGLIO, D. D.; BANDEIRA, D. R. O conceito de coping: uma revisão teórica. Estud. psicol. (Natal), Natal, v.3, n. 2, p.273-294, 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 294X1998000200006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 maio 2021. ARRUDA, M. J. F. C. O ABC das emoções básicas: implementação e avaliação de duas sessões de um programa para promoção de competências emocionais. Dissertação (Mestrado em Psicologia da Educação) - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade dos Açores. Ponta Delgada, p.143, 2014. Disponível em: <https://repositorio.uac.pt/bitstream/10400.3/3365/2/DisserMestradoMarleneJesus FerreiraCarvalhoArruda2015.pdf>. Acesso em: 27 maio de 2021. EKMAN, P. A Linguagem das Emoções. 1.ed. 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Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1983- 21172007090202>. Acesso em: 20 maio de 2021. SILVA, C. A. Estudo de competências emocionais e sua correlação com o auto-conceito. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Fernando Pessoa. Porto, p.115, 2011. Disponível em: <https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2410/3/DM_6118.pdf>. Acesso em: 29 maio de 2021. https://doi.org/10.1590/1983-21172007090202 https://doi.org/10.1590/1983-21172007090202 https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2410/3/DM_6118.pdf 29 ANEXO A – ESCALA DE IDENTIFICAÇÃO DA EXPRESSÃO EMOCIONAL 30 ATIVIDADE DE IDENTIFICAÇÃO DA EXPRESSÃO EMOCIONAL Iniciais: _________________________________ Idade: __________________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Nível de Instrução: ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Ensino Superior Completo Considerando as emoções expressas nas figuras acima, assinale nos itens abaixo, qual emoção você acredita que a foto representa, seguindo as numerações anotadas acima das figuras: Foto 1 (Fotos: Paul Ekman Images) a) ( ) Alegria b) ( ) Raiva c) ( ) Irritação d) ( ) Medo e) ( ) Descontentamento 31 Foto 2 (Fotos: Paul Ekman Images) Foto 3 (Fotos: Paul Ekman Images) a) ( ) Repugnância/Nojo b) ( ) Raiva c) ( ) Tristeza d) ( ) Medo e) ( ) Surpresa a) ( ) Irritação b) ( ) Raiva c) ( ) Medo d) ( ) Repugnância/Nojo e) ( ) Tristeza 32 Foto 4 (Fotos: Paul Ekman Images) Foto 5 (Fotos: Paul Ekman Images) a) ( ) Interesse b) ( ) Supresa c) ( ) Medo d) ( ) Irritação e) ( ) Tristeza a) ( ) Alegria b) ( ) Interesse c) ( ) Medo d) ( ) Raiva e) ( ) Contentamento 33 Foto 6 (Fotos: Paul Ekman Images) Aponte qual foto (ou quais fotos) encontrou mais dificuldade para assinalar a emoção que acredita estar sendo expressa facialmente: Foto 1 ( ) Foto 2 ( ) Foto 3 ( ) Foto 4 ( ) Foto 5 ( ) Foto 6 ( ) Por quê?: ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ a) ( ) Tristeza b) ( ) Raiva c) ( ) Vergonha d) ( ) Medo e) ( ) Saudade
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