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SISTEMA OXIDATIVO + FOSFOGÊNICO

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Atletismo / Fisiologia
SISTEMA OXIDATIVO ou FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA
À medida que o exercício se prolonga a produção de energia derivada do metabolismo anaeróbio vai gradativamente sendo menos importante, dando lugar aos processos oxidativos. Além disso, com o aumento da duração do exercício ocorre um aumento da demanda metabólica que deverá ser suprida pelos processos aeróbios de produção de energia. 
A mitocôndria é uma organela que está localizada dentro da célula muscular, e é o principal sítio de produção de energia durante exercícios prolongados, aproximadamente acima de 2 a 3 minutos de atividade física. 
A degradação de carboidratos e gorduras através dos processos oxidativos, dentro das mitocôndrias, servem como importantes substratos para a ressíntese do ATP. Porém, existe uma importância relativa na utilização de carboidratos ou gorduras, como fonte energética, que irá depender da intensidade e duração do exercício.
Se o exercício físico for realizado por um tempo prolongado, mas executado numa intensidade baixa (até aproximadamente 60% do consumo máximo de oxigênio), a principal fonte de energia utilizada será os ácidos graxos livres (gorduras). À medida que a intensidade do exercício aumenta (acima de 60% do VO²máx a contribuição da glicólise aeróbia (oxidação da glicose através dos processos oxidativos, dependentes de O2) como fonte energética também aumenta. Nessa situação, a demanda desse substrato de seus estoques musculares e na corrente sanguínea se encontram, também, aumentadas. Dessa forma, o conteúdo de glicogênio muscular e glicogênio hepático (que mantém a concentração de glicose no sangue constante) se tornam um fator limitante para a manutenção da intensidade do exercício, já que os seus estoques são limitados. A importância da glicose sanguínea durante o exercício tem sido amplamente estudada, sendo que o aparecimento da hipoglicemia pode limitar o exercício prolongado (endurance).
Se houver uma diminuição do glicogênio muscular, a concentração de ácidos graxos livres no sangue aumenta 5 a 6 vezes os seus valores de repouso, e a musculatura passa a oxidar maiores quantidade de gorduras como fonte de energia a fim de regenerar o ATP. É sabido que a produção de ácido láctico pelas células musculares interfere com a mobilização de ácidos graxos livres (AGL) dos seus estoques (tecido adiposo) durante o exercício.
Com o aumento da intensidade do exercício, onde ocorre um acúmulo de ácido láctico, a utilização de AGL como fonte de energia parece ser inibida. Contudo, se o exercício se prolongar, o ácido láctico irá ser utilizado como substrato energético pelos músculos e outros tecidos e, toma lugar novamente a oxidação de gorduras como principal fonte energética. 
Após o treinamento é observado um concentração menor de lactato, a qual tem sido atribuída a um menor déficit de oxigênio, assim como, a uma rápida metabolização do lactato produzido. Contudo, valores elevados de lactato são freqüentemente observados após corridas de longa distância. Isso demonstra a importante participação da via glicolítica, em corredores de longa distância, para o sprint final característico desse tipo de prova.
A quantidade relativa da utilização de carboidratos e gorduras utilizados durante competições e treinamentos depende, em parte, do nível de treinamento dos atletas. É sabido que a fadiga e a redução da capacidade de trabalho estão intimamente associadas com o esgotamento dos estoques de glicogênio hepático e muscular. Com o aumento da capacidade de utilização de gorduras e a conseqüente diminuição da utilização de glicogênio e glicose, como ocorre em atletas bem treinados e adaptados ao exercício de endurance, ocorre o efeito chamado de glycogen-sparing, o qual poderia adiar a fadiga e proporcionar uma tolerância maior ao exercício.
Fica evidente, até o momento, que durante os diferentes tipos de exercício, diferentes sistemas energéticos estão atuando simultaneamente com a finalidade de regenerar o ATP para a manutenção do fornecimento de energia para o trabalho muscular. No entanto, dependendo da intensidade e duração do exercício, a contribuição relativa de cada um desses sistemas pode ocorrer com uma contribuição maior de uma via, e menor de outra. Dessa forma, fica fácil enxergarmos de que maneira a creatina poderia contribuir como um agente ergogênico para melhorar o desempenho. Assim, o efeito da suplementação de creatina como agente ergogênico na performance física, e os riscos associados à suplementação serão discutidos no próximo artigo (creatina parte-3). 
SISTEMA FOSFOGÊNICO ou FOSFOCREATINA (ATP-CP)
O sistema fosfogênio representa a fonte de ATP de disponibilidade mais rápida para ser usada pelo músculo. A fosfocreatina (PC), assim como o ATP, é armazenada nas células musculares. Tanto o ATP quanto a PC, ao terem os seus grupamentos fosfatos removidos, libera uma grande quantidade de energia, que imediatamente fica disponível ou é acoplada à ressíntese de ATP. 
Ao se exercitar, as reservas de ATP são imediatamente clivadas, aumentando a quantidade de ADP e π (PI) livres. O aumento de ADP é o sinal para a ativação da creatinafosfatoquinase (CPK), que é o responsável pela clivagem da fosfocreatina, liberando a energia necessária para a ressíntese do ATP. A fosfocreatina pode ser ressintetizada, a partir de Pi e creatina (C), através da energia liberada pela desintegração de ATP, proveniente da rota aeróbia, principalmente. Isso ocorre durante a recuperação do exercício. Os depósitos de fosfagênio se esgotarão após cerca de 10 segundos de um exercício de intensidade máxima. O sistema ATP-CP, supre a energia de no máximo 15-20 segundos para os exercícios de curta duração (lançamentos, chutes) e de 30-45 segundos, nos de maior duração (corridas de 100-200 m, provas de natação de 50 m, saltos de grande amplitude e levantamento de peso).

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