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ALEITAMENTO MATERNO Profa Ms. Márcia Carneiro Saco “Amamentação é um processo fisiológico e natural, mas que precisa ser aprendido” Anatomia das Mamas ◼ Par e Simétricas ◼ Corpo, aréola e mamilo ◼ Localizadas entre a 2a e 6a costelas ◼ Tamanho e forma: Hereditariedade Gravidez Medicamentos Menstruação Menopausa Anatomia das Mamas ◼ Componente Epitelial: Produção de leite Lóbulos e glândulas Ductos ◼ Componentes estruturais: Ligamentos Tecido adiposo Classificação das mamas FLÁCIDAS INGURGITADAS TURGIDAS Tipos de Mamilos ◼ Protrusos 92% ◼ Semi-Protrusos ou planos 7% ◼ Pseudo-Invertidos 0,5% ◼ Invertidos 0,5% Preparo dos mamilos Definição de amamentação ◼ Amamentação: o ato da nutriz dar o peito e o lactente mama- lo diretamente; ◼ Aleitamento Materno: todas as formas do lactente receber leite humano ou materno e o movimento social para a promoção, proteção e apoio à esta cultura. ◼ Lactação: fenômeno fisiológico neuro-endócrino (hormonal) de produção de leite materno pela puérpera no pós-parto; independente dela estar ou não amamentando. Recomendações do Ministério da Saúde ◼ A OMS, endossada pelo Ministério da Saúde do Brasil, recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses. ◼ Não há vantagens em se iniciar os alimentos complementares antes dos seis meses Tipos de Aleitamento Materno ◼ Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. ◼ Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais. Tipos de Aleitamento Materno ◼ Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. ◼ Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. ◼ Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite. ◼ Evita mortes infantis - A proteção do leite materno contra mortes infantis é maior quanto menor é a criança. Assim, a mortalidade por doenças infecciosas é seis vezes maior em crianças menores de 2 meses. ◼ Evita diarreia - Além de evitar a diarreia, a amamentação também exerce influência na gravidade dessa doença. Crianças não amamentadas têm um risco três vezes maior de desidratarem e de morrerem por diarreia quando comparadas com as amamentadas Vantagens do Aleitamento Materno ◼ Evita infecção respiratória - a proteção é maior quando a amamentação é exclusiva nos primeiros seis meses. Além disso, a amamentação diminui a gravidade dos episódios de infecção respiratória. ◼ Diminui o risco de alergias - e a amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e de outros tipos de alergias, incluindo asma e sibilos recorrentes Vantagens do Aleitamento Materno ◼ Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes ◼ Reduz a chance de obesidade ◼ Melhor nutrição - O leite materno é capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis meses, e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas. ◼ Efeito positivo na inteligência ◼ Melhor desenvolvimento da cavidade bucal Vantagens do Aleitamento Materno ◼ Proteção contra câncer de mama ◼ Evita nova gravidez (somente em AME) ◼ Proteção contra diabete tipo 2 ◼ Proteção contra as seguintes doenças: câncer de ovário, câncer de útero; hipercolesterolemia, hipertensão e doença coronariana; obesidade; doença metabólica; osteoporose e fratura de quadril; artrite reumatoide; depressão pós-parto; e diminuição do risco de recaída de esclerose múltipla pós-parto Vantagens do Aleitamento Materno ◼ Menores custos financeiros ◼ Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho ◼ Melhor qualidade de vida Vantagens do Aleitamento Materno Alimentação da lactante ou nutriz ◼ Para a produção do leite, é necessária ingestão de calorias e de líquidos além do habitual. Por isso, durante o período de amamentação, costuma haver aumento do apetite e da sede da mulher e também algumas mudanças nas preferências alimentares. ◼ Acredita-se que um consumo extra de 500 calorias por dia seja o suficiente, pois a maioria das mulheres armazena, durante a gravidez, de 2 kg a 4 kg para serem usados na lactação. Alimentação da lactante ou nutriz ◼ Fazem parte das recomendações para uma alimentação adequada durante a lactação os seguintes itens: ◼ Consumir dieta variada, incluindo pães e cereais, frutas, legumes, verduras, derivados do leite e carnes; ◼ Consumir três ou mais porções de derivados do leite por dia; ◼ Esforçar-se para consumir frutas e vegetais ricos em vitamina A; ◼ Certificar-se de que a sede está sendo saciada; ◼ Evitar dietas e medicamentos que promovam rápida perda de peso (mais de 500 g por semana); ◼ Consumir com moderação café e outros produtos cafeinados. Alimentação da lactante ou nutriz ◼ A alimentação ideal (variada e equilibrada) de uma nutriz pode não ser acessível para muitas mulheres de famílias com baixa renda, o que pode desestimulá-las a amamentar seus filhos. Por isso, a orientação alimentar de cada nutriz deve ser feita levando- se em consideração, além das preferências e dos hábitos culturais, a acessibilidade aos alimentos. ◼ É importante lembrar que as mulheres produzem leite de boa qualidade mesmo consumindo dietas subótimas. Ações que podem dificultar a amamentação ◼ Crença na produção insuficiente de leite ◼ Dificuldade de pega da mama ◼ Aleitamento materno predominante ◼ Intercorrências com o neonato ◼ Intercorrências Mamárias Ações que podem aumentar a produção de leite ◼ Pega correta ◼ Livre demanda ◼ Diminuir fatores estressantes ◼ Descanso adequado ◼ Galactogogos (Canjica, Cerveja preta, Chá mate com leite, Vinho do porto, alimentos adocicados, ervas) ◼ Fármacos (uso criterioso) - Sulpirida (Equilid), Plasil (Metoclopramida), (Domperidona) são antagonistas dopaminérgicos Ações que podem aumentar a produção de leite Apesar de mais fácil e cômoda, a prescrição de galactagogos não deve ser usada para substituir o manejo correto de problemas relacionados à amamentação Fisiologia da Lactação Sucção Hipotálamo Hipófise Anterior Hipófise posterior Prolactina Ocitocina Produção Ejeção do leite Como manter a produção Composição do Leite Materno ◼ Proteínas ◼ Lipídeos ◼ Carboidratos - lactose ◼ Minerais ◼ Vitaminas ◼ Água Composição do Leite Materno Composição do Leite Materno ◼ Colostro (ate´o 7o dia) Rico em Imunoglobulinas Proteínas 50 a 100 ml/dia ◼ Leite de Transição (7o ao 15o dia) 500 ml/dia ◼ Leite maduro (após 15o dia) 700 a 900 ml/dia Modificação das propriedades durante a mamada ◼ O leite anterior, é o leite que sai logo no início da mamada. É rico em fatores de proteção (células, como os macrófagos, imunoglobulinas e outros) e água. ◼ O leite posterior vem em seguida e é rico, principalmente, em calorias. ◼ Não existe tempo exato para diferencia-los. O recomendado é que o bebê mame pelo menos 15 minutos na mesma mama para atingir o leite posterior e ter um bom ganho de ponderal. Coleta e armazenamento de leite materno ◼ Mãos bem lavadas ◼ Cabelos presos ◼ Uso de máscara e touca (se for armazenar o leite ordenhado) ◼ Procurar estar relaxada, sentada ou em pé, em posição confortável. Pensarno bebê pode auxiliar na ejeção do leite ◼ Massagem circular nas mamas, de fora para dentro (região areolar) ◼ Esvaziamento da aréola (exercício de flexibilidade areolar) Coleta e armazenamento de leite materno ◼ Massagem e sacolejo das mamas ◼ Com os dedos da mão em forma de “C”, colocar o polegar na aréola ACIMA do mamilo e o dedo indicador ABAIXO do mamilo na transição aréola mama, em oposição ao polegar, sustentando o seio com os outros dedos ◼ Pressionar suavemente o polegar e o dedo indicador, um em direção ao outro, e levemente para dentro em direção à parede torácica. Evitar pressionar demais, pois pode bloquear os ductos lactíferos Coleta e armazenamento de leite materno ◼ Pressionar e soltar, pressionar e soltar. A manobra não deve doer se a técnica estiver correta. A princípio o leite pode não fluir, mas depois de pressionar algumas vezes o leite começará a pingar. Poderá fluir em jorros se o reflexo de ocitocina for ativo Coleta e armazenamento de leite materno Coleta e armazenamento de leite materno ◼ Leite cru (não pasteurizado) pode ser conservado em geladeira por 12 horas e, no freezer ou congelador, por 15 dias; ◼ Leite pasteurizado – 6 meses ◼ Para alimentar o bebê com leite ordenhado congelado, esse deve ser descongelado, em banho-maria fora do fogo. Antes de oferecê-lo à criança, ele deve ser agitado suavemente para homogeneizar a gordura; Como Amamentar Corretamente? Técnica de Mamada ➢ Posição confortável materna ➢ Posição confortável do bebê ➢ Lubrificação do mamilo ➢ Pega correta ➢ Sucção adequada ➢ Controle do tempo de sucção ➢ Retirada correta do seio Estimulando o Bebê!!! Pega correta Pega correta Posições para Amamentar Posições para Amamentar Posições para Amamentar Posições para Amamentar Posições para Amamentar E quando terminar ?? Sistematização da Assistência de Enfermagem frente aos problemas na amamentação Ingurgitamento Glandular • Ocorre quando produção de leite é maior que a demanda ocasionando estase láctea e/ou congestão vascular e/ou linfática. • A estase láctea pode ocorrer por esvaziamento insuficiente da mama e pode ser atribuída a obstrução de ductos ou fatores mamilares. Ingurgitamento Glandular SAE - ingurgitamento ➢ Amamentação ineficaz ➢ Risco de Infecção ➢ Ansiedade ➢ Dor aguda ➢ Conhecimento deficiente Intervenções ✓ Massagem areolar antes das mamadas ✓ Massagem manual ✓ Ordenha manual ou com auxílio ✓ Esvaziamento correto ✓ Sucções corretas freqüentes ✓ Compressa fria ✓ JAMAIS água quente / morna Ordenha Manual Traumas mamilares O trauma é uma solução de continuidade na pele da região mamilo-areolar. É um erro ao amamentar. Traumas mamilares SAE – trauma mamilar ➢ Amamentação ineficaz ➢ Risco de Infecção ➢ Ansiedade ➢ Dor aguda ➢ Integridade da pele prejudicada ➢ Conhecimento deficiente Intervenções ✓ Amamentar na técnica correta ✓ Expor ao ar livre ✓ Banho de sol ou luz direta ✓ Manter os mamilos secos ✓ Amamentar na técnica correta ✓ Amamentar livre demanda ✓ Retirar o bebê do seio da forma correta ✓ Realizar pausa, se necessário ✓ Alternar as posições de mamadas ✓ Não retirar a camada de proteção natural Mastite É um processo infeccioso localizado na mama. A estase láctea em um ducto ou a hiperdistensão do tecido mamário podem lesar os tecidos e permitir a instalação de bactérias. O agente causador mais comum é o Staphylococcus aureus, mas também podem ser a Escherichia coli ou Streptococcus. Mastite SAE - Mastite ➢ Amamentação ineficaz ➢ Ansiedade ➢ Dor aguda ➢ Conhecimento deficiente ➢ Distúrbio na imagem corporal Intervenções ✓ Antibioticoterapia ✓ Anti-inflamatórios e Analgésicos ✓ Prevenção de Lesões de Pele ✓ Esvaziamento Adequado ✓ Uso de sutiã firme ✓ Compressas frias Candidíase O Candida Albicans é um organismo (fungo) comumente encontrado na vagina, trato gastrintestinal e na cavidade oral de recém-nascidos, e tem sido pouco valorizado na causa de traumas mamilares. Candidíase SAE - Candidíase ➢ Risco de infecção ➢ Dor aguda ➢ Risco de integridade da pele prejudicada Intervenções ✓ Expor ao ar livre ✓ Banho de sol ✓ Manter os mamilos secos ✓ Aplicação tópica de antifúngico Fenômeno de Raynaud ◼ O fenômeno de Raynaud resulta de vasoespasmo recorrente nas extremidades do corpo em resposta ao frio ou stress emocional. ◼ Manifesta-se clinicamente com dor, parestesias e alteração da cor da pele, afetando mais frequentemente os dedos das mãos e pés. ◼ O fenómeno de Raynaud do mamilo é uma causa subestimada de dor mamilar e abandono de aleitamento materno. ◼ É uma causa tratável de dor durante a amamentação. Sendo a causa comum do abandono da amamentação, deve ser reconhecido e tratado precocemente. Fenômeno de Raynaud Fenômeno de Raynaud ◼ As lactantes com o FR mamilar devem ser aconselhadas a manter as mamas e mamilos aquecidos e a evitar temperaturas frias e substâncias vasoconstritoras, como nicotina e cafeína. ◼ O uso de bombas de esvaziamento mamário pode resultar em franca redução e, subsequentemente, em desaparecimento da sintomatologia. Fenômeno de Raynaud ◼ Em relação à abordagem farmacológica, o medicamento de primeira linha para o tratamento do FR mamilar é o antagonista dos canais de cálcio - nifedipina, aprovado pela Academia Americana de Pediatria para o uso materno durante a amamentação, atuando como vasodilatador. ◼ É recomendada a prescrição de nifedipina de liberação lenta, na dose de 30 a 60 mg/dia, de duas semanas até ao fim do período de amamentação. Alguns efeitos colaterais decorrentes do uso da nifedipina incluem: náuseas, tonturas, cefaleia, taquicardia e hipotensão. Sucesso na Amamentação Conhecimento materno Estrutura normal da mama Estrutura oral normal do bebê Idade gestacional > 34 semanas Fonte de apoio Confiança materna Experiência anterior Alimentação e hidratação adequados Descanso SAE – sucesso amamentação ✓ Amamentação eficaz Resultados esperados após as intervenções: ✓ Capacidade da mãe de manter a amamentação com conhecimento e segurança; ✓ Capacidade da mãe para, com segurança, coletar e armazenar o leite das mamas se desejado; ✓ Mãe livre de hipersensibilidade nas mamas; ✓ Reconhecimento de sinais de ductos obstruídos e de mastite; ✓ Manutenção da lactação pela mãe; ✓ Cura dos traumas mamilares e mastite; ✓ Crescimento do bebê nos parâmetros normais. Referências Bibliográficas LOWDERMILK, D.L. O cuidado em enfermagem materna. Ed.Artmed, 2003. VINHA, V.H.P. O livro da amamentação. Ed Mercado das Letras, 2007. REGO, J.D. et al. Aleitamento Materno. Ed. Atheneu, 2006. ISSLER, H. et al. O Aleitamento Materno no Contexto Atual, políticas, práticas e bases científicas. Ed. Sarvier, 2008. SAÚDE DA CRIANÇA Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. Cadernos de Atenção Básica, n. 23. 2015. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.p df Amaral LJX, Sales SS, Carvalho DPSRP, Cruz GKP, Azevedo IC, Ferreira Júnior MA. Fatores que influenciam na interrupção do aleitamento materno exclusivo em nutrizes. Rev Gaúcha Enferm. 2015;36(esp):127-34. Arnaldo Abrantes, Dusan Djokovic, Catarina Bastos, Patrizia Veca. Fenómeno de Raynaud do mamilo em mulheres a amamentar: relato de três casos clínicos. Rev Port Med Geral Fam 2016;32:136-42 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
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