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TEORIA DO DIREITO PRIVADO • São Formas gerais do Direito: a) direito subjetivo (faculdade de agir) e objetivo (a norma de agir); b) direito público e privado. • O Direito Romano (Ulpiano) dividia o Direito em Direito Público (Estado dos Negócios Romanos) e Direito Privado (Interesses particulares). Atualmente, adota-se: - Público: Direito Constitucional; Direito Administrativo; Direito Internacional; Direito Tributário; Direito Processual; Direito Penal. - Privado: Direito Civil; Direito do Trabalho e Direito Comercial (marítimo, aéreo, societário, agrário e autoral). Direito Privado – Direito Particulares (direitos sociais). • Direito Civil (extrapatrimoniais) é mais extenso que o Direito Comercial (interesses patrimoniais). • Sob o ponto de vista da natureza, o Direito Civil encara os bens como valor de uso. O Comercial, como valor de troca. • Direito trabalho: Público? Privado? Misto (coluna do meio)? Novo genus (NDA)? Conceito de Direito • Aspecto Formal: Direito é a regra de conduta imposta coativamente aos homens. • Aspecto Material: é a norma nascida da necessidade de disciplinar a convivência social. A realidade jurídica compõe-se de dois elementos, o material (fatos sociais) e formal (conjunto de normas). A norma jurídica. • A norma jurídica compõe-se de 2 elementos: - um preceito (obrigações e proibições); - Uma sanção (consequência jurídica). No Direito Privado, não existem, senão excepcionalmente, sanções pessoais. As sanções patr imonia i s tem caráter ressarcitório, isto é, reparar o dano. Destinatários das Normas. • Primárias: dirigem-se aos indivíduos. • Secundárias: autoridades encarregadas de aplicá-las. Conceito de Direito Civil Direito Civil (conceito): É o complexo de normas jurídicas relativas às pessoas na sua constituição geral e comum (direitos de personalidade), nas suas relações recíprocas de família (direito de família) e em face dos bens considerados em seu valor de uso (direito das coisas e das obrigações (Clovis Beviláqua) Importância do Direito Civil • O Direito Civil é ramo básico do Direito Privado, é o direito comum. • O Direito Civil é a espinha dorsal do curso jurídico, pois traz institutos, conceitos e regras que se aplicam a todos os ramos do Direito: prescrição, decadência, posse e propriedade, ato ilícito, atos e fatos jurídicos, etc. • Os demais ramos do Direito se formaram em razão da necessidade de especialização de interesses. FONTES HISTÓRICAS • A evolução do Direito Civil parte do Direito ariano, prolongando-se pelo Direito grego, romano e medieval. - Inicia-se o estudo pelo Direito romano, que dividia-se em 3 partes: direito das coisas, das gentes e das ações. - Após, o imperador Maximiliano adotou o direito romano na Alemanha. Até então era por usos e costumes. O povo alemão renunciou ao Direito nacional para submeter ao Direito Romano (1.000 anos de existência). - O Direito Canônico – Concorreu consideravelmente para a formação do Direito Civil moderno. - No Brasil, o Direito Romano e o Direito Canônico eram fontes subsidiárias do Direito Civil, enquanto não se criou seus Direito Independente do Direito português. FONTES DO DIREITO • Fontes formais: Lei e costume. (jurisprudência e princípios gerais do Direito). • Nas palavras do autor Carlos Roberto Gonçalves, “A expressão fontes do direito, tanto significa o poder de criar normas jurídicas quanto a forma de expressão dessas normas”. • Washington de Barros Monteiro, “são os meios pelos quais se formam ou se estabelecem as normas jurídicas. São os órgãos sociais de que dimana o direito objetivo”. • Lei (geral, impessoal e objetiva): No mais amplo sentido da palavra, a lei abrange normas jurídicas, tecnicamente conhecidas como por outras denominações, tais como: decreto e o regulamento (execução dos diplomas legais). • Costume: Uso geral constante e notório, com convicção de corresponder a uma regra jurídica. (Ex.: Fila). Precisa ter 2 requisitos: objetivo (uso – observância uniforme da regra) e subjetivo (convicção de corresponde a uma necessidade jurídica). Não se confunde com usos convencionais (cláusulas de estilo). • Lei (geral, impessoal e objetiva): No mais amplo sentido da palavra, a lei abrange normas jurídicas, t e cn i camente conhec i da s como po r ou t r a s denominações, tais como: decreto e o regulamento (execução dos diplomas legais). • A jurisprudência (conjunto de decisões dos tribunais sobre as matérias de sua competência ou uma série de julgados similares): Muitos consideram como fonte formal do Direito, ao lado do costume. - Duas razões principais para a exclusão (Orlando Gomes): 1. O juiz é escravo da Lei. 2. É que o julgado produz efeito unicamente entre as partes. A doutrina: É o pensamento dos estudiosos do Direito reduzido a escrito. Já foi fonte de direito na roma antiga. Por ser meras opiniões pessoais dos escritores, não tem força vinculante. Classificação das Leis. • Mais que perfeitas: são as que estabelecem ou autorizam a aplicação de duas sanções (a nulidade do ato praticado e a aplicação de uma pena ao violador) na hipótese de serem violadas. Como exemplo, temos o art. 19 da Lei de Alimentos (Lei n° 5.478/68) e seu § 1º preveem, a pena de prisão para o devedor de pensão alimentícia e ainda a obrigação de pagar as prestações vencidas e vincendas, sendo que o cumprimento integral da pena corporal não o eximirá da referida obrigação. Em alguns casos, uma das sanções é de natureza penal, como a prevista para o crime de bigamia (CP, art. 235), aplicada cumulativamente com a declaração, no cível, de nulidade do casamento (CC, arts. 1.521, VI, e 1.548, II). • Perfeitas: são aquelas que impõem a nulidade do ato simplesmente, sem cogitar a aplicação de pena ao violador, como por exemplo, a nulidade do negócio jurídico celebrado por pessoa absolutamente incapaz (CC, art. 166, I). • Menos que perfeitas: são as que não acarretam a nulidade ou a anulação do ato ou negócio jurídico na circunstância de serem violadas, somente impondo ao violador uma sanção. Como por exemplo, não devem casar o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros (CC, art. 1.523, I). • Imperfeitas: são as leis cuja violação não acarreta nenhuma consequência jurídica. São consideradas normas sui generis, não propriamente jurídicas, pois estas são autorizantes. Podemos citar como exemplo, as obrigações decorrentes de dívidas de jogo e de dívidas prescritas, que não obrigam a pagamento (CC, art. 814). O ordenamento não autoriza o credor a efetuar a sua cobrança em juízo. • Imperativas: São as leis que exprimem determinadas ordens. Como por exemplo, o art. 5° da CF/88 - Todos são iguais perante a lei. • Proibitivas: São as leis que impedem, censuram, proíbem algo. Como por exemplo, o art. 426 do CC - Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. • Facultativas: São aquelas que se caracterizam por não serem obrigatórias. Como por exemplo, o direito de adotar. • Punitivas: São aquelas que se caracterizam por punir, penalizar. Como por exemplo, o art.942 do CC - Reparação do dano. • Qualquer Lei somente começa a vigorar com a publicação no D.O. (Diário Oficial). • Vigorar s ign i f i ca ter força obr igatór ia , ter executoriedade, significa que a Lei já pode produzir efeitos para os casos concretos nela previstos, ou seja, aquelas situações reais que se enquadram em sua regulamentação. • Após a publicação é OBRIGATÓRIA! NÃO CABE ALEGAR DESCONHECIMENTO (art. 3º). • Início: Após 45 dias (Art. 1º LICC). • Vacatio legis: Período entre publicação e entrada em vigor. Serve para melhor divulgação e alcance. Não tem validade! • Desuso não revoga Lei. • Atenção aluno! Tenha cuidado! publicação é diferente de promulgação. • Promulgação é o nascimento da lei em sentido amplo,é ato solene que atesta a existência da lei. A publicação é exigência necessária para a entrada em vigor da lei. Os prazos para vigência são contados a partir da publicação da lei. Lei vigente será lei obrigatória. • Importante: caso a lei indique expressamente em seu texto, “Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação” não há de se falar em vacatio legis, isto porque, se a lei passa a vigorar na data de sua publicação não existe vacância. • Quando a obrigatoriedade da Lei brasileira for admitida em Estados estrangeiros, esta se inicia 3 (três) meses depois de oficialmente publicada, de acordo com o § 1º do art. 1 da LINDB: • Art.1º §1 “Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.” Importante: um prazo de 3 meses é diferente de um prazo de 90 dias. • AB-ROGAÇÃO: Revogação total da Lei por outra. Expressa. Tácita (incompatível ou regule inteiramente a matéria anterior). • DERROGAÇÃO: Revogação parcial por outra. • Irretroatividade: Direito adquirido (incorporou ao patrimônio), coisa julgada (decisão i r recor r í ve l ) e a to ju r íd i co per fe i to (consumado). • Ainda no artigo 2º agora em seu § 3º temos: “Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”. Este parágrafo trata da chamada repristinação. Que significa restaurar o valor obrigatório de uma lei que foi anteriormente revogada. Somente ocorrerá REPRISTINAÇÃO (Lei “A” voltará a valer) se a Lei “C” assim dispuser expressamente. Não há repristinação automática. Para a realização da interpretação, existem algumas técnicas e elas são cobradas em concurso, então vamos a elas: • Gramatical: onde o interprete analisa cada termo do texto normativo, observando-os individual e conjuntamente. • Lógica: nesta técnica o interprete irá estudar a norma através de raciocínios lógicos. • Sistemática: onde o interprete analisará a norma através do sistema em que se encontra inserida, observando o todo para tentar chegar ao alcance da norma no individual, examina a sua relação com as demais leis, pelo contexto do sistema legislativo. • Histórica: onde se analisará o momento histórico em que a lei foi criada. • Sociológica ou teleológica: é técnica que está prevista no artigo 5º da LINDB: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e as exigências do bem comum”. Classificação das Fontes do Direito FONTES DO DIREITO Estruturação do Código Civil PARTE GERAL • Na Parte Geral contemplam-se: - O sujeito de direito (pessoas): natural e jurídica (arts. 1º a 69) e domicílio (arts. 70 a 78). - O objeto do direito (bens jurídicos): imóveis, móveis; fungíveis e consumíveis; divisíveis e indivisíveis; singulares e coletivos; reciprocamente considerados; públicos e particulares. - Os fatos jurídicos: negócio jurídico; atos jurídicos lícitos; atos ilícitos; prescrição e decadência; da prova. Parte Especial. • - Direito das obrigações; • - Direito de empresa; • - Direito das coisas; • - Direito de família; • - Direito das Sucessões; • *Disposições Transitórias. PRINCÍPIOS DO DIREITO CIVIL - Da personalidade. - Da autonomia da vontade. - Da liberdade de estipulação negocial. - Da propriedade individual. - Da intangibilidade familiar. - Da legitimidade da herança e do direito de testar. - Da solidariedade social. A Constitucionalização do Direito Civil. • A constitucionalização do Direito Civil significa a irradiação dos efeitos das normas e dos valores constitucionais no Direito Civil. • Segundo o qual, na metáfora de Ricargo Lorenzetti: "o sol ocupa o centro do sistema solar e emana raios que atingem todos os planetas", já a Constituição ocupa o centro do sistema jurídico e seus princípios atingem todos os Códigos, Leis e Microssistemas. • Antigamente Direito Civil e Constituição não se misturavam. • A constitucionalização do Direito Civil acarreta duas consequências: i. a penetração do princípio da dignidade da pessoa humana na nova dogmática jurídica. Há a despatrimonialização. Ser, volta a ser mais importante do que ter. ii. a aplicabilidade dos direitos fundamentais às relações privadas. Pode uma escola judaica recusar a matrícula de crianças não judias? Pode uma escola católica tradicional recusar a matricula de filho de pais divorciados? Pode o locador despejar o locatário, porque ele pratica no imóvel cultos umbandistas? Pode um contrato de trabalho prever que um empregado não fará nenhum tipo de manifestação política? Assim, os princípios constitucionais como: Dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF); solidariedade (art. 3º, I, da CF); e, a isonomia ou igualdade (caput, do art. 5º, CF), são aplicados junto ao Direito Privado. • Na lição Kantiana as coisas têm um preço, a s p e s s o a s t ê m d i g n i d a d e e , consequentemente, o Direito, antes de assegurar a subsistência dos valores patrimoniais, ele existe para assegurar a prevalência dos valores existenciais. Princípios do CC/02 Segundo Miguel Reale, sistematizador e coordenador da comissão elaboradora do CC, três são os princípios norteadores da codificação: 1) Operabilidade: significa dar clareza ao sistema, pois, sendo claro pode ser compreendido e aplicado. Ex.: distinção entre prescrição e decadência. 2) Socialidade: enquanto o antigo código era individualista e atendia primordialmente aos interesses do indivíduo, o atual código dá primazia ao interesse social, da coletividade. Ex.: redução dos prazos de usucapião; função social do contrato. 3) Eticidade: é o abandono do formalismo jurídico pelo qual o juiz era a "boca" da lei (sistema fechado), adotando-se cláusulas gerais e conceitos indeterminados a serem preenchidos pelo juiz de acordo com o caso concreto. Ex.: boa-fé objetiva; redução da indenização por equidade (art. 944, parágrafo único, do CC). PESSOA NATURAL (FÍSICA). • Conceituação jurídica: ente físico ou moral, susceptível de direitos e obrigações. Espécies: Natural agrupamento de humanos com interesses comuns. Pessoas Naturais: Início de sua Existência e Personalidade. • Personalidade é adquirida com o nascimento com vida e se encerra com a morte. (art. 2º) Mas a Lei também protege o nascituro. (?) Não possui personalidade jurídica material, apenas formal. Art. 2o do CC/02. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. - ENUNCIADO DO CJF Nº 1: Art. 2º: a proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura. ENUNCIADO Nº 2 Art. 2º: sem prejuízo dos direitos da personalidade nele assegurados, o art. 2º do Código Civil não é sede adequada para questões emergentes da reprogenética humana, que deve ser objeto de um estatuto próprio. (ECA) Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente; LEI DE REGISTRO PUBLICO. Art. 50. Todo nascimento que ocorrer no território nacional deverá ser dado a registro, no lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar da residência dos pais, dentro do prazo de quinze dias, que será ampliado em até três meses para os lugares distantes mais de trinta quilômetros da sede do cartório. Art. 52. São obrigados a fazer a declaração de nascimento: 1) o pai ou a mãe, isoladamente ou em conjunto, observado o disposto no § 2º do art. 54; 2) no casode falta ou de impedimento de um dos indicados no item 1º, outro indicado, que terá o prazo para dec la ração p ro r rogado po r 45 (quarenta e cinco) dias; https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%202&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art2 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%202&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art2 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%202&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art2 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=b04b894.72d2d296.0.0&nid=2ffb#JD_LEI-0006015Art54 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=b04b894.72d2d296.0.0&nid=2ffb#JD_LEI-0006015Art54 • Teorias do nascituro (adquire personalidade jurídica). 1) Natalista – Nascimento com vida. 2) Da personalidade condicional - afirma que a personalidade jurídica começa com o nascimento com vida, mas os direitos do nascituro estão sujeitos a uma condição suspensiva, portanto, sujeitos à condição, termo ou encargo. Ao ser concebido o nascituro poderia titularizar alguns direitos extrapatrimoniais, como, por exemplo, à vida, mas só adquire completa personalidade quando implementada a condição de seu nascimento com vida. 3) Concepcionista – Desde a concepção já teria personalidade jurídica. * A proteção conferida pelo CC ao nascituro em relação aos direitos de personalidade alcança o natimorto. * Para o Direito Civil, nascer com vida é respirar. CAPACIDADE. • Capacidade de adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil se dá o nome de capacidade de gozo ou de direito. Ela é inerente à pessoa humana (sem isto se perde a qualidade de pessoa), neste sentido capacidade tem a mesma significação de personalidade. • Porém, esta capacidade de direito pode vir a sofrer algumas restrições legais (limitações), por causas diversas, no seu exercício. • À capacidade de exercer por si mesmo os atos da vida civil se dá o nome de capacidade de fato ou de exercício. ARTS. 3º e 4º do CC/02 Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; V - os pródigos. Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Obs.: O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores. (art. 666 do CC/02). ECA: Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incomp le tos , e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. • São 2 espécies de capacidade: - Capacidade de gozo ou de direito, oriunda da personalidade, e que é à pessoa. - Capacidade de fato ou de exercício (18 anos), quando se pode exercer os direitos por si só. Ex.: Um bebê não consegue exercer seu direito por si só. Se a capacidade é plena a pessoa estará conjugando tanto a capacidade de direito (gozo) como a de fato (exercício). INCAPACIDADE. • É a restrição legal para determinados atos da vida civil. • Todas as incapacidades estão previstas em Lei, pois são exceção. A capacidade é a regra. Capacidade legitimação (ex.: outorga uxória). Art. 5o, Parag. Unico Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. ENUNCIADO CJF Nº 530 A r t . 5 º ( p a r á g r a f o ú n i c o ) : a emancipação, por si só, não elide a incidência do Estatuto da Criança e do Adolescente. https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%205&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art5 Suprimento da incapacidade. • Absolutamente incapazes (proibição total de exercer o direito) – representação NULO! • Ex.: Menores de 16 anos, enfermidade ou doença mental. • Relativamente incapazes – assistência anulável. • Ex.: maiores de 16, ébrios habituais, toxicômanos, não possa exprimir a vontade (transitória ou p e r m a n e n t e ) , o s p r ó d i g o s ( g a s t a desordenadamente, ficando na miséria – depende de sentença), índio. Cessação da Incapacidade. • Quando desaparecem as condições. - Emancipação (instrumento público ou sentença). - Casamento. - Exercício de emprego público efetivo. - Colação de grau em curso superior. - Estabelecimento civil ou comercial, desde que o menor com 16 anos completo tenha economina própria. • A responsabilidade civil pelos filhos menores é dos pais, e é objetiva. A do menor é subsidiária. • Emancipado (voluntária (escritura), legal (casamento) e judicial): Responsabilidade solidária dos pais (art. 5º, I). Demais casos (§ único do art. 5º), a responsabilidade é do menor. Obs.: irrevogável, definitiva e só vale na esfera cível. • O STJ entende que somente a emancipação legal ou judicial excluir a responsabilidade civil dos pais, a voluntária não. LRP: Art. 91. Quando o juiz conceder emancipação, deverá comunicá-la, de ofício, ao oficial de registro, se não constar dos autos haver sido efetuado este dentro de 8 (oito) dias. EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE CIVIL. A existência da pessoa natural termina com a morte (real ou presumida), devidamente averbada em registro público. Real = corpo. Presumida = não há corpo. A morte pode ser presumida: Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. ENUNCIADO Nº 614 da CJF: Os efeitos patrimoniais da presunção de morte posterior à declaração da ausência são aplicáveis aos casos do art. 7º, de modo que, se o presumivelmente morto reaparecer nos dez anos seguintes à abertura da sucessão, receberá igualmente os bens existentes no estado em que se acharem. (LRP) Art. 88. Poderão os juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar-se o cadáver para exame. Parágrafo único. Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento em campanha, provados a impossibilidade de ter sido feito o registro nos termos doart. 85 e os fatos que convençam da ocorrência do óbito. https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%207&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art7 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=b04b894.72d2d296.0.0&nid=203e5#JD_LEI-0006015Art85 • Comoriência: presunção de morte simultânea de 2 indivíduos, não se podendo determinar quem morreu primeiro. “Não havendo a possibilidade de saber quem é herdeiro de quem, a lei presume que as mortes foram concomitantes. Desaparece o vinculo sucessório entre ambos. Com isso, um não herda do outro e os bens de cada um passam aos seus respectivos herdeiros. (DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Sucessões. 7. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, pág. 286). Individualização da Pessoa Natural: Nome, Estado e Domicílio. • A identificação da pessoa natural se dá sob três aspectos: nome, estado e domicílio. • Nome: É um dos mais importantes atributos e também direito da personalidade. Elementos constitutivos: prenome (individual de casa pessoa) e patronímico (nome da família ou sobrenome). • Agnome: sinal distintivo que acrescenta ao nome (ex.: júnior, filho, neto, sobrinho, etc.) • Alcunha ou epíteto: Apelido. Ex.: Lula. • Hipocorístico: Para expressar carinho. Nando (Fernando). Art. 16 (CC/02). Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. ———————————- LEI DE REGISTROS PUBLICOS Art. 55. Quando o declarante não indicar o nome completo, o oficial lançará adiante do prenome escolhido o nome do pai, e, na falta, o da mãe, se forem conhecidos e não o impedir a condição de ilegitimidade, salvo reconhecimento no ato. Art. 56. O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que será publicada pela imprensa. OBS.: Possível quando a pessoa é conhecida desde pequeno por outro nome (Recurso Especial nº 1.217.166/MA (2010/0175173-1), 4ª Turma do STJ, Rel. Marco Buzzi. DJe 24.03.2017). Art. 57. A alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa, ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei. https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg05lo.nfo&d=LEI-0006015%20Art%20110&sid=b04b894.72d2d296.0.0#JD_LEI-0006015Art110 VISAO JURISPRUDENCIAL DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA A regra no ordenamento jurídico é a imutabilidade do prenome, um direito da personalidade que designa o indivíduo e o identifica perante a sociedade, cuja modificação revela-se possível, no entanto, nas hipóteses previstas em lei, bem como em determinados casos admitidos pela jurisprudência. Julgados: REsp 1728039/SC, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/06/2018, DJe 19/06/2018; REsp 1626739/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 09/05/2017, DJe 01/08/2017; REsp 1217166/MA, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 14/02/2017, DJe 24/03/2017; AgRg no AgRg no AREsp 594598/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/09/2015, DJe 24/09/2015; AgRg no AREsp 253087/MT, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 19/12/2014; REsp 1412260/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/05/2014, DJe 22/05/2014. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 482) (Vide Legislação Aplicada LEI N. 10.406/2002 - CÓDIGO CIVIL: PARTE GERAL - Art. 16) • • O nome é inalterável. Exceções: ❑ Expuser ao ridículo. ❑ Erro grave evidente. ❑ Embaraço no setor eleitoral ou atividade profissional. ❑ Quando houver mudança de sexo. ❑ Quando houver apelido público e notório (Xuxa). ❑ Quando for necessário para proteger testemunhas ou vítimas. ❑ Quando enteado quiser adotar o sobrenome do padastro. ❑ Em decorrência do direito à dupla cidadania, de forma a unificar os registros (Vide Jurisprudência em Teses N. 80 – TESE 5 do STJ). O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, exigindo-se, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, em respeito aos princípios da identidade e da dignidade da pessoa humana, inerentes à personalidade. Julgados: REsp 1561933/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 20/03/2018, DJe 23/04/2018; REsp 1626739/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 09/05/2017, DJe 01/08/2017; REsp 737993/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em 10/11/2009, DJe 18/12/2009; REsp 1008398/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/10/2009, DJe 18/11/2009; REsp 1548879/SP (decisão monocrática), Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/06/2018, publicado em 29/06/2018; REsp 1631644/MT (decisão monocrática), Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 08/05/2018, publicado em 28/05/2018. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 608) (Vide Pesquisa Pronta) (Vide Jurisprudência em Teses N. 80 – TESE 7) (Vide Repercussão Geral - TEMA 761) A voz humana encontra proteção nos direitos da personalidade, seja como direito autônomo ou como parte integrante do direito à imagem ou do direito à identidade pessoal. Julgados: REsp 1630851/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/04/2017, DJe 22/06/2017; REsp 794586/RJ, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 15/03/2012, DJe 21/03/2012. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 606) SITUAÇÃO DO NOME NO CASAMENTO/DIVÓRCIO. A continuidade do uso do sobrenome do ex-cônjuge, à exceção dos impedimentos elencados pela legislação civil, afirma-se como direito inerente à personalidade, integrando-se à identidade civil da pessoa e identificando-a em seu entorno social e familiar. (STJ, Julgados: REsp 1732807/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/08/2018, DJe 17/08/2018) O direito ao nome, enquanto atributo dos direitos da personalidade, torna possível o restabelecimento do nome de solteiro após a dissolução do vínculo conjugal em decorrência da morte. (STJ, Julgados: REsp 1724718/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/05/2018, DJe 29/05/2018. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 627) Estado (status) da pessoa natural. • Estado individual ou físico – Diz respeito a constituição física ou orgânica da pessoa (maior, menor, macho, fêmea, saúde ou se tem doença incapacitante). • Estado familiar – A posição que ocupa dentro da família. • Estado político – Qualidade que advém da posição da pessoa na sociedade (nacionais (natos e naturalizados), estrangeiros). DOMICÍLIO • É onde a pessoa natural está fixada. • Domicílio residência. Residência é aonde a pessoa habita. Habitação = transitório (casa de praia). • Elementos característicos do domicílio civil: - Objetivo: que fixa a pessoa a determinado lugar. - Subjetivo: vontade da pessoa de permanecer no lugar. LEI DE INTRODUÇÃO AO CODIGO CIVIL Art. 7º A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que era domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. ENUNCIADONº 408 DA CJF Arts. 70 e 7º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Para efeitos de interpretação da expressão "domicílio" do art. 7º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, deve ser considerada, nas hipóteses de litígio internacional relativo a criança ou adolescente, a residência habitual destes, pois se trata de situação fática internacionalmente aceita e conhecida. Art. 70 DO CODIGO CIVIL. O domicí l io da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. A r t . 7 4 . M u d a - s e o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar. https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2070&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art70 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=DECLEI-0004657%20Art%207&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_DECLEI-0004657Art7 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=DECLEI-0004657%20Art%207&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_DECLEI-0004657Art7 • Domicílio profissional (art. 72): É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. • Se a pessoa não tiver domicílio certo, será considerado o lugar aonde estiver. Ex.: cigano. • Se tiver mais de um, será qualquer um deles. Quanto a origem, o domicílio se classifica em: legal (incapaz (representante), servidor (lugar aonde exerce suas funções), preso (lugar aonde cumpre pena), marítimo ou aeronáutico (sede do comando), militar (aonde servir) - VIDE ART. 76 DO CC/02) ou voluntário. Quanto natureza, geral (legal e voluntário) e especial (acordo das partes – contrato – autonomina da vontade). _______________ SÚMULA Nº 335 (art. 78 do Código Civil). É válida a cláusula de eleição do foro para os processos oriundos do contrato. Direitos da Personalidade (art. 11 ao 21). A pessoa natural tem direitos inerentes a sua personalidade (extrapatrimoniais). O direito a personalidade é: absoluto (podem ser opostos a todos); intransmissível; indisponível (fora do comércio); irrenunciável; imprescritível (não se consomem com o passar do tempo). E m b o r a o s d i r e i t o s d a p e r s o n a l i d a d e s e j a m intransmissíveis, seus efeitos patrimoniais são transmissíveis e podem ser negociados. Ex.: A autoria intelectual não é transmissível, mas o recebimento do dinheiro decorrente da comercialização da obra pode ser negociado. Enunciados CJF: ENUNCIADO Nº 4 Art. 11: o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral. ENUNCIADO Nº 139 Art. 11. Os direitos da personalidade podem sofrer limitações, ainda que não especificamente previstas em lei, não podendo ser exercidos com abuso de direito de seu titular, contrariamente à boa-fé objetiva e aos bons costumes. ENUNCIADO Nº 274 Art. 11. Os direitos da personalidade, regulados de maneira não exaustiva pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da pessoa humana, contida no art. 1º, III, da Constituição (princípio da dignidade da pessoa humana). Em caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais, deve-se aplicar a técnica da ponderação. ENUNCIADO Nº 531 Art. 11: a tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento. ENUNCIADO Nº 532 Arts. 11 e 13: é permitida a disposição gratuita do próprio corpo com objetivos exclusivamente científicos, nos termos dos arts. 11 e 13 do Código Civil. Art. 11 do Código Civil: Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da persona l idade são in t ransmiss íve is e irrenunciáveis, não p o d e n d o o s e u e x e r c í c i o s o f r e r limitação voluntária. https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2011&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art11 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2011&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art11 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2011&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art11 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg02cf.nfo&d=CF-0001988%20Art%201&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_CF-0001988Art1 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2011&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art11 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2011&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art11 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2013&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art13 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2011&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art11 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2013&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art13 STJ SÚMULA Nº 37 São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. ——————————————————— ENUNCIADO Nº 140 Art. 12. A primeira parte do art. 12 do Código Civil refere-se às técnicas de tutela específica, aplicáveis de ofício, enunciadas no art. 461 do Código de Processo Civil, devendo ser interpretada com resultado extensivo. P o s s i b i l i d a d e d e cumulação de pedido de danos morais com danos materiais. https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2012&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art12 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2012&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art12 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0005869%20Art%20461&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-0005869Art461 Art. 13 (CC/02). Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. ————————————————— Lei 9.434/1997 - Transplante de órgão Art. 9º - É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4º deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea. ————————————————— DECRETO Nº 9.175, DE 18/10/2017 - DOU 19/10/2017 Art. 17. A retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano poderá ser efetuada após a morte encefálica, com o consentimento expresso da família, conforme estabelecido na Seção II deste Capítulo. Art. 20.A retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano, após a morte, somente poderá ser realizada com o consentimento livre e esclarecido da família do falecido, consignado de forma expressa em termo específico de autorização. Art. 27. Qualquer pessoa capaz, nos termos da lei civil, poderá dispor de órgãos, tecidos, células e partes de seu corpo para serem retirados, em vida, para fins de transplantes ou enxerto em receptores cônjuges, companheiros ou parentes até o quarto grau, na linha reta ou colateral. Art. 28. As doações entre indivíduos vivos não relacionados dependerão de autorização judicial, que será dispensada no caso de medula óssea. Normas Regentes Disposição do Corpo. ENUNCIADO Nº 6 Art. 13: a expressão “exigência médica” contida no art. 13 refere-se tanto ao bem-estar físico quanto ao bem-estar psíquico do disponente. ENUNCIADO Nº 276 Art. 13. O art. 13 do Código Civil, ao permitir a disposição do próprio corpo por exigência médica, autoriza as cirurgias de transgenitalização, em conformidade com os procedimentos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, e a consequente alteração do prenome e do sexo no Registro Civil. ENUNCIADO Nº 401 Art. 13. Não contraria os bons costumes a cessão gratuita de direitos de uso de material biológico para fins de pesquisa científica, desde que a manifestação de vontade tenha sido livre e esclarecida e puder ser revogada a qualquer tempo, conforme as normas éticas que regem a pesquisa científica e o respeito aos direitos fundamentais. ENUNCIADO Nº 532 Arts. 11 e 13: é permitida a disposição gratuita do próprio corpo com objetivos exclusivamente científicos, nos termos dos arts. 11 e 13 do Código Civil. ENUNCIADO Nº 277 O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da disposição gratuita do próprio corpo, com objetivo científico ou altruístico, para depois da morte, determinou que a manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares, portanto, a aplicação do art. 4º da Lei nº 9.434/97 ficou restrita à hipótese de silêncio do potencial doador. Enunciados CJF https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2013&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art13 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2013&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art13 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2013&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art13 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2013&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art13 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2013&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art13 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2011&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art11 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2013&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art13 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2011&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art11 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2013&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art13 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2014&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art14 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg05lo.nfo&d=LEI-0009434%20Art%204&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-0009434Art4 Da Disposição do Corpo em Vida e para Depois da Morte Salvo por exigência médica, é defeso (proibido) o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Doação de órgãos: Desde que seja parente, gratuita e não implique em deformação ou risco. Doação Post mortem – Morte encefálica. Por vontade expressa ou por permissão dos familiares. Exceção: Cirurgia mudança de sexo (art. 13 c/c art. 5º, X da CF) Doação de sangue? Rico de vida – Testemunha de Geová. Proteção ao nome, imagem e intimidade. Ex.: Foto do caloteiro na fila de banco publicada no jornal. Direito ao esquecimento! Pessoas Jurídicas e domicílio. É um ente abstrato, que nasce da conjugação de esforços de pessoas para a realização de um determinado fim, a qual a lei confere personalidade. Com a aquisição da personalidade, passam a ser sujeitos de direitos e obrigações. Em regra, a personalidade da PJ não se confunde com a da PF (personalidade distintas). Há separação do patrimônio (princípio autonomia patrimonial). Exceto: Sociedade individual. Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. (Vide art. 37, § 6º, CF). (vide LEI Nº 4.619, DE 28/04/1965 - DOU 30/04/1965 que trata da Ação Regressiva da União Contra Seus Agentes. Art. 1º Os Procuradores da República são obrigados a propor as competentes ações regressivas contra os funcionários de qualquer categoria declarados culpados por haverem causado a terceiros lesões de direito que a Fazenda Nacional seja condenada judicialmente a reparar.) https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg02cf.nfo&d=CF-0001988%20Art%2037&sid=563f4971.68385ddc.0.0#JD_CF-0001988Art37 Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações; IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (EIRELI) SÚMULA Nº 39 STJ Prescreve em vinte anos a ação para haver indenização, por responsabilidade civil, de sociedade de economia mista. SÚMULA Nº 42 Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento. SUMULAS DO STJ SOBRE SOCIEDADE ECONOMIA MISTA. De onde vem a natureza jurídica da PJ? Teorias: - Negativista: Só existem no Direito os seres humanos, carecendo a PJ de qualquer atributo de personalidade. - Afirmativista: Divide em: a) teoria da ficção: que se divide em ficção legal (criada por Savigny, considera a PJ uma criação artificial da Lei) e da realidade e teoria da ficção doutrinária (criada pela doutrina e diz que a PJ não tem existência real, apenas mas apenas intelectual. b) Teoria da realidade: a) Objetiva a PJ é considerada por esta teoria como sendo uma realidade sociológica.b) jurídica, a PJ considera a pessoa jurídica como uma organização social destinada a um serviço ou ofício e, por isso, personificada. c) Realidade Técnica, que diz que a personificação de grupos sociais é um expediente de ordem técnica. (adotada pelo CC) Constituição da Pessoa Jurídica • Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo (art. 45 do CC/02). • A existência legal da PJ de direito privado começa com o registro do ato constitutivo. Não é quando as pessoas celebram o contrato e não é quando elaboram o estatuto. Ela começa quando ocorre o registro. REQUISITOS DO CONTRATO SOCIAL DA PJ. Art. 46. O registro declarará: I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. ART. 46 DO CODIGO CIVIL. TEORIA DA APARENCIA. Art. 47. Obrigam a pessoa j u r í d i c a o s a t o s d o s administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. Uma pessoa é tida, não raras vezes, como titular de um direito, quando não o é, na verdade. Aparece portadora de um valor ou um bem, agindo como se fosse proprietária, por sua própria conta e sob sua responsabilidade. Não está na posição de quem representa o verdadeiro titular, ou de quem se encontra gerindo os negócios alheios. Para a constituição da PJ existem três requisitos básicos: 1. A vontade humana; 2. A observância às determinações legais; 3. Ter um fim lícito. Capacidade e Representação da Pessoa Jurídica A capacidade será plena para a PJ, mas limitada a finalidade para a qual a pessoa foi criada. Os poderes atribuídos a pessoa jurídica estão estipulados nos atos constitutivos, em seu ordenamento interno e, também, na lei, uma vez que seus estatutos não podem contrariar normas cogentes. Assim, depois de registrada a PJ o Direito reconhece a atividade no mundo jurídico. Neste momento de reconhecimento, a pessoa jurídica recebe: denominação, domicílio e nacionalidade (todos decorrentes da personalidade). Classificação da Pessoa Jurídica • Quanto nacionalidade - podem ser nacionais e estrangeiras. • Quanto estrutura interna - podem corporação (associações e sociedades) e fundação (o patrimônio personalizado destinado a um fim que lhe dá unidade. São as fundações (públicas e privadas). • quanto função e capacidade - divididas em duas espécies, de direito público (previstas em lei – externo e interno) e direito privado (partidos políticos, sindicatos). Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. SÚMULA Nº 227 DO STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. ________________________________ ENUNCIADO CJF - JORNADA DIREITO CIVIL ENUNCIADO Nº 286 Art. 52. Os direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos. https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2052&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art52 Grupos despersonalizados: ✓ a família (não possui personalidade jurídica); ✓ a massa falida (nome que é dado ao conjunto de bens após a sentença declaratória de falência); ✓ o espólio (conjunto de direitos e obrigações do de cujus), não possui personal idade jurídica (representada pelo inventariante); ✓ o condomínio; ✓ a herança jacente ou vacante. Em geral, estes grupos, embora não possuam personalidade, possuem uma capacidade processual e também legitimidade ativa e passiva para demandar e ser demandado em ações judiciais. Sociedades de Fato São aquelas que existem e funcionam, mas não possuem existência legal justamente porque não fizeram seu registro no orgão competente ou então porque lhes falta autorização legal para funcionamento. Será representada pela pessoa a quem couber a administração de seus bens. Começo e Fim (extinção) da Existência Legal da Pessoa Jurídica A pessoa jurídica tem sua origem, em regra, com um ato jurídico ou em decorrência de normas. Em nosso direito, são duas as fases para a concretização da pessoa jurídica: o ato constitutivo e a formalidade do registro (JUCEMA e SRFB). Obs.: As fundações são exceção, pois para elas o instrumento público (escritura) ou o testamento são essenciais. Processo de Extinção da Pessoa Jurídica. Após o encerramento das atividades da pessoa jurídica, o seu processo de extinção se realizará através da dissolução e da liquidação. Este processo se mostra necessário para que se dê destinação aos bens da empresa, se pague todas as dívidas e para que se faça a partilha do que restar entre os sócios. A liquidação da pessoa jurídica, segundo o art. 51 do CC, ocorrerá nos casos de dissolução ou de cassação de autorização para funcionamento. Associações O artigo 53 nos dá uma primeira ideia sobre as associações: Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. As associações se prestam aos mais variados fins, desde que não econômicos, e preenchem, assim, as mais variadas finalidades na sociedade. Qualquer atividade lícita e de fins não econômicos pode ser buscada por uma associação. Presidente de associação de cornos no CE quer vender coleção de chifres José Adauto Caetano oferece 70 peças e 3 mil livros por R$ 15 mil. Associação foi criada para lutar contra agressão às mulheres, diz fundador. Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. ENUNCIADO Nº 577 DO CJF: A possibilidade de instituição de categorias de associados com vantagens especiais admite a atribuição de pesos diferenciados ao direito de voto, desde que isso não acarrete a sua supressão em relação a matérias previstas no art. 59 do CC. Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2059&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art59 A associação até pode obter lucro, no entanto, este lucro deverá ser reinvestido na própria entidade. A associação não pode ter o lucro como finalidade essencial e nem distribuí-lo entre seus associados. No artigo 54 do CC estão enumerados os requisitos obrigatórios que devem constar nos estatutos de toda e qualquer associação: Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos parasua manutenção; V - o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. VII - a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. Uma vez admitido o associado, a sua exclusão somente será possível por justa causa, obedecido o estatuto. É o que diz o artigo 57 do CC: Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure o direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. Nenhuma decisão de exclusão de associado pode prescindir de procedimento que permita ao sócio produzir sua defesa e suas provas, ainda que o estatuto permita e ainda que decidida em assembleia geral, convocada para tal fim. A assembleia geral é o órgão necessário da associação, exerce papel de poder legislativo na instituição. O artigo 59 do CC elenca as matérias privativas da assembleia. Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: I - destituir os administradores; II - alterar o estatuto. Parágrafo único: Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para este fim, cujo quórum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. Patrimônio de uma Associação na dissolução Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. § 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. § 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art56 Art. 61. A obrigatoriedade de destinação do patrimônio líquido remanescente da associação a instituição municipal, estadual ou federal de fins idênticos ou semelhantes, em face da omissão do estatuto, possui caráter subsidiário, devendo prevalecer a vontade dos associados, desde que seja contemplada entidade que persiga fins não econômicos. ENUNCIADO Nº 407 DA CJF - JORNADA DE DIREITO CIVIL https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2061&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art61 Fundações As fundações têm sua razão de ser no patrimônio destinado a determinada finalidade. A Lei n” 13.151, de 2015 alterou a redação do artigo 62 do CC, da seguinte forma: Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX – atividades religiosas; e X – (VETADO). A construção da fundação é voltada para a realização de fins socialmente relevantes, úteis e nobres. Afasta-se assim taxativamente no parágrafo único a possibilidade de instruírem-se fundações com fins ociosos e fúteis. A fundação somente poderá constituir-se para fins de assistência social; cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; educação; saúde; segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; e das atividades religiosas. Para que se aperfeiçõe a personalidade jurídica da fundação, ou seja, para que se possa dizer que esta existe como pessoa jurídica, é necessário o preenchimento dos seguintes requisitos: ➢Instituição, por meio de escritura pública ou testamento, de dotação especial de bens livres de ônus. Vontade + dotação de patrimônio. ➢ estatutos que a regerão. ➢ aprovação dos estatutos pelo órgão do Ministério Público. ➢ registro da escritura de instituição. Modalidades de formação da fundação: ➢Direta - neste modo, a própria pessoa instituidora projeta e regulamenta a fundação. ➢Fiduciária - neste modo, o instituidor entrega a tarefa de organização a outra pessoa. Atenção! O instituidor da fundação pode ser tanto pessoa natural quanto pessoa jurídica. Como vimos, se o instituidor não fizer o estatuto e a pessoa por ele designada também não fizer, caberá ao Ministério Público esta tarefa. Qualquer alteração do estatuto também deve ser: a) submetida apreciação do MP. b) não contrariar ou desvirtuar o seu fim. c) contar com quorum qualificado de 2/3 dos componentes. O MP tem até 45 dias para analisar a alteração do estatuto. Peculiaridades das fundações: ✓ seus bens, não podem ser vendidos. ✓ o elemento pessoa natural pode não ser múltiplo, uma vez que basta uma pessoa para sua criação. ✓ O patrimônio é o elemento fundamental. ✓ Os fins são imutáveis, porque são fixados pelo instituidor. ✓ os administradores não são sócios, podem ser denominados como membros contribuintes, fundadores, beneméritos, efetivos, etc. ✓ a promessa do instituidor, que se materializa na dotação de bens ou direitos, possui caráter irrevogável e irretratável. EXTINÇÃO DA FUNDAÇÃO Sobre o tema extinção da fundação temos o artigo 69 do CC e o artigo 765 do NCPC: Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. Art. 765. Qualquer interessado ou o Ministério Público promoverá em juízo a extinção da fundação quando: I - se tornar ilícito o seu objeto; II - for impossível a sua manutenção; III - vencer o prazo de sua existência. os partidos políticos. O s p a r t i d o s p o l í t i c o s s e r ã o organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. ENUNCIADO Nº 142 CJF: Art. 44. Os partidos políticos, os sindicatos e as associações religiosas possuem natureza associativa, aplicando-se-lhes o Código Civil. ENUNCIADO Nº 469 CJF: Arts. 44 e 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado. E s t a L e i d e f i n e a s organizações religiosas e os par t idos po l í t i cos como pessoas jurídicas de direito privado (LEI Nº 10.825,DE 22/12/200). https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2044&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art44 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2044&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art44 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%20980A&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art980A as organizações religiosas São livres a criação, a organização, a e s t r u t u r a ç ã o i n t e r n a e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. Desconsideração da Pessoa Jurídica As pessoas jurídicas possuem existência distinta em relação a seus membros. Existem, porém, determinados casos onde esta distinção entre a pessoa jurídica e a pessoa natural não pode ser mantida. Casos estes em que a personalidade da pessoa jurídica foi utilizada para fugir das suas finalidades, para lesar terceiros. Quando isto acontece, a personalidade jurídica deve ser desconsiderada, decidindo o julgador como se o ato ou negócio houvesse sido praticado pela pessoa natural. O assunto está regulado pelo artigo 50 do CC: Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. ENUNCIADO Nº 7 Art. 50: só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando houver a prática de ato irregular e, limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido. ENUNCIADO Nº 51 Art. 50: a teoria da desconsideração da personalidade jurídica – disregard doctrine – fica positivada no novo Código Civil, mantidos os parâmetros existentes nos microssistemas legais e na construção jurídica sobre o tema. ENUNCIADO Nº 146 Art. 50. Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os parâmetros de desconsideração da personalidade jurídica previstos no art. 50 (desvio de finalidade social ou confusão patrimonial). ENUNCIADO Nº 281 Art. 50. A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no art. 50 do Código Civil, prescinde da demonstração de insolvência da pessoa jurídica. ENUNCIADO Nº 406 Art. 50. A desconsideração da personalidade jurídica alcança os grupos de sociedade quando presentes os pressupostos do art. 50 do Código Civil e houver prejuízo para os credores até o limite transferido entre as sociedades. ENUNCIADOS CJF SOBRE DESONSIDERACAO. https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2050&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art50 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2050&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art50 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2050&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art50 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2050&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art50 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2050&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art50 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2050&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art50 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2050&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art50 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2050&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art50 Portanto, a teoria da desconsideração (ou disregard of the legal entity), como assinala Venosa, autoriza o juiz, quando há desvio de finalidade, a não considerar os efeitos da personificação, para que sejam atingidos bens particulares dos sócios ou até mesmo de outras pessoas jurídicas, mantidos incólumes, pelos fraudadores, justamente para propiciar ou facilitar a fraude. O abuso da personalidade jurídica conforme expresso no CC ocorre em dois casos: ➢ Desvio de finalidade. ➢ Confusão patrimonial. Teorias Sobre a Desconsideração A Teoria maior, em princípio, exige dois requisitos: o abuso e o prejuízo. É a teoria adotada pelo Código Civi l . Apenas observando que no caso de confusão patrimonial, esta será o pressuposto necessário e suficiente. Teoria menor, que exige como requisito apenas o prejuízo ao credor. A teoria menor por vezes é adotada pela jurisprudência, principalmente no que diz respeito às relações de consumo (art.28 e parágrafos da Lei 8.078/1990). Mas o assunto é polêmico. Também é apontada pela doutrina uma problemática nas relações trabalhistas, pois, segundo ela, a teoria da desconsideração tem sido utilizada de forma indiscriminada. Desconsideração Inversa da Pessoa Jurídica. Existe uma situação que ocorre o seguinte: O sócio, com objetivo prejudicar a terceiro, oculta ou desvia seus bens pessoais para a pessoa jurídica. A comprovação da insolvência não é necessária (Enunciado da Jornada IV STJ 281). Proteção dos Direitos da Personalidade Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. Observe que a aplicação da proteção aos direitos da personalidade não é feita indistintamente para todos os casos. Quanto a este assunto temos o seguinte enunciado do STJ: STJ 227: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. Porém, atente que o dano moral será objetivo, relativo a atributos sujeitos valoração extrapatrimonial da sociedade, como o bom nome, por exemplo. Isso porque a pessoa jurídica não tem direito reparação do dano moral subjetivo, uma vez que não possui capacidade afetiva. E a honra subjetiva estará relacionada aos sentimentos de autoestima. Responsabilidade das Pessoas Jurídicas A responsabilização vai acontecer quando uma pessoa for prejudicada, quando houver um dano - seja ele patrimonial ou moral, sendo necessário também que exista um nexo de causalidade entre este dano e o ato de um agente - que foi o causador do dano. A existência de dano gera a responsabilidade e a obrigação de reparação deste dano. Sendo que a responsabilidade das pessoas jurídicas pode ocorrer no âmbito administrativo, no civil e no penal. No âmbito penal, por exemplo, a Lei n” 9605 de 12 de fevereiro de 1998, que fala sobre os crimes ambientais, responsabiliza administrativa, civil e penalmente as pessoas jurídicas, aplicando penas restritivas de direitos, prestação de serviços comunidade e multa. No âmbito civil a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser: Contratual – que está no art. 389 do CC: "Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado”. Extracontratual - também chamada de delitual ou aquiliana, que decorre de atos ilícitos e impõe a todos o dever de não lesar. Se mesmo assim a pessoao fizer, ocorrerá a obrigação de reparar este dano. Toda pessoa jurídica de direito privado responde pelos danos causados a terceiros, qualquer que seja a natureza de seus fins. Para as pessoas jurídicas de direito público a responsabilidade é objetiva sob a modalidade do risco administrativo, conforme art. 43: Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. Na responsabilidade civil objetiva, as pessoas jurídicas de direito público interno têm a obrigação de reparar tão somente pela existência do fato danoso e do nexo causal (que é a chamada Teoria do Risco), não existe a necessidade de culpa. É assegurado a estas pessoas, no entanto, o direito de ação contra os causadores do dano se estes agirem com culpa ou dolo. Porém se houver a culpa concorrente entre o agente e a vítima a indenização será reduzida pela metade. E se a culpa for exclusiva da vítima o Estado se exonerará da obrigação de indenizar. O mesmo acontecendo no caso de fora maior e fato exclusivo de terceiro. Domicílio da Pessoa Jurídica É a sede jurídica da pessoa jurídica, é onde os credores podem demandar o cumprimento das obrigações. É o local de suas atividades habituais, de seu governo, administração ou direção, ou ainda, aquele determinado no ato constitutivo. Estabelece o artigo 75 do CC: Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. § 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. ——————————————————- SÚMULA Nº 363 do STF: A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicílio da agência, ou estabelecimento, em que se praticou o ato. —————————————————— § 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. Dos Bens As nossas primeiras aulas versaram sobre as pessoas, as pessoas naturais e as pessoas jurídicas - que são os sujeitos de direito. Pois bem, a partir de agora vamos estudar o objeto do direito. Pois, todo direito pressupõe a existência de um objeto, que vem a ser justamente aquilo que pode se submeter ao poder dos sujeitos de direito e, desta forma, instrumentalizar a realização de suas pretensões jurídicas. Em sentido amplo, o objeto de direito pode recair sobre coisas, ações humanas, atributos da personalidade e até mesmo determinados direitos, como, por exemplo, o poder familiar ou a tutela. Em sentido estrito, o objeto de direito recai sobre os bens - que são o objeto dos direitos reais e também determinadas ações humanas denominadas prestações. Mas o que é um bem? De acordo com Carlos Roberto Gonalves1 – “Bens são coisas materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão econômica, suscetíveis de apropriação, bem como as de existência imaterial economicamente apreciáveis”. Washington de Barros Monteiro assim lecionava – “Juridicamente falando, bens são valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito”. Independente da problemática doutrinária que envolve os conceitos de bens e coisas, podemos concluir que bens são coisas concretas como um carro, uma casa, uma joia, que possuem valor econômico e que podem ser apropriados ao patrimônio da pessoa - tanto natural quanto jurídica, mas, também, podem ser coisas imateriais, coisas que não são concretas, mas que tenham uma valoração econômica, a exemplo da propriedade intelectual. Integram o patrimônio das pessoas (física ou jurídica) tanto os bens corpóreos - os que têm existência física (material) e podem ser tocados ou sentidos pelo homem, a exemplo dos bens imóveis por natureza - como os bens incorpóreos - que são aqueles que têm existência abstrata ou ideal, são, portanto, entendidos como abstrações do direito, possuem existência jurídica mas não física, a exemplo das propriedades literária, científica ou artística. O patrimônio vem a ser a projeção econômica, é tudo aquilo avaliável pecuniariamente (ou seja, que tem avaliação em dinheiro). Cabe ressaltar que existem determinadas coisas que, podendo integrar o patrimônio de alguém, não estão ligadas a ninguém, como, por exemplo, é o caso das coisas de ninguém (res nullius) - que são coisas sem dono, que nunca pertenceram a ninguém, como os peixes no mar - e também das coisas abandonadas (res derelictae) - que são coisas que foram jogadas fora. Além disso, outras coisas não estarão no patrimônio de ninguém especificamente porque pertencem a todos (a coletividade), como é o caso das coisas de uso comum do povo - a exemplo da praia, das praças e dos parques públicos. Das Diferentes Classes de Bens O Código Civil de 2002 em seu livro II, denominado Dos bens, apresenta um Título único - Das Diferentes Classes de Bens, entretanto o subdivide em três capítulos: 1 - Dos bens considerados em si mesmos; 2 - Dos bens reciprocamente considerados; 3 - Dos bens públicos. Dos bens considerados em si mesmos (arts. 79 a 91). É a classificação mais importante porque diz respeito natureza dos bens. Neste sentido os bens podem ser: imóveis ou móveis; fungíveis ou infungíveis; consumíveis ou inconsumíveis; divisíveis ou indivisíveis; e singulares ou coletivos. Bens considerados em si mesmos Móveis ou Imóveis Fungíveis ou infungíveis Consumíveis ou inconsumíveis Divisíveis ou Indivisíveis Singulares ou Coletivos. 1.1 Bens Imóveis e Bens Móveis. Baseia-se na efetiva natureza do bem. Bens imóveis Assim está no art. 79 do CC: Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Deste modo, os bens imóveis - também conhecidos como bens de raiz, são os que, absolutamente, não podemos transportar ou remover, sem alteração de sua substância. De acordo com o artigo visto acima, são considerados bens imóveis o solo e tudo o que lhe for acrescentado, de forma natural ou artificial. I m ó v e i s p o r a c e s s ã o intelectual - parte final do art. 79 do CC/02. Tudo quanto no imóvel o proprietário mantiver intencionalmente empregado em s u a e x p l o r a ç ã o i n d u s t r i a l , aformoseamento ou comodidade. Neste caso, é essencial o elemento intelectual consistente na intenção do proprietário. Exemplos clássicos, como serão vistos adiante, são as máquinas de uma fábrica, os quadros que adornam as paredes e as imagens de santos colocadas em nichos próprios. ENUNCIADO Nº 11 Art. 79: não persiste no novo sistema legislativo a categoria dos bens imóveis por acessão intelectual, não obstante a expressão “ tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”, constante da parte final do art. 79 do CC. https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2079&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art79 https://www.plenum.com.br/plenum_cp/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=C%3A%5CBases%5CLeg%5Cleg03cod.nfo&d=LEI-0010406%2F02%20Art%2079&sid=5b36ac96.5090dd41.0.0#JD_LEI-001040602Art79 Assim, os bens imóveis podem ser classificados, subdivididos em: - imóveis por natureza: é imóvel por natureza o solo, incluídos a sua superfície o seu subsolo e o seu espaço aéreo. - imóveis por acessão natural: aqui
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