Buscar

História da Educação dos Surdos no Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

História da Educação dos Surdos no Brasil 
 
 
 
 
EDUARD HUET 
O Instituto Nacional de Educação (INES) foi a 
primeira instituição que ofereceu ensino a 
pessoas surdas no Brasil e teve sua fundação por 
iniciativa de Eduard Huet. Eduard foi um conde 
francês, nascido no berço de uma família nobre no 
ano de 1822 em Paris, que com a idade de 12 anos 
foi acometido pelo sarampo, e devido a 
complicações dessa doença ficou surdo. 
Apesar das dificuldades impostas por possuir 
essa deficiência naquela época, Huet aprendeu 
espanhol e ingressou no Instituto Nacional de 
Surdos de Paris. Sempre dedicado, aos estudos, 
com o tempo, conquistou a formação, e começou 
a atuar como docente, e após alguns anos de 
atuação foi nomeado como diretor do Instituto de 
Surdos de Bourges. 
Em 1855 Huet mudou-se com sua esposa 
Catalina para a Corte de Portugal no Brasil, com 
intuito de criar um instituto na qual pudesse 
reproduzir e aplicar as suas metodologias de 
ensino, para que pudesse fazer com que pessoas 
surdas obtivessem acesso à educação. Após 
poucos anos desde a sua chegada na cidade do 
Rio de Janeiro, foi fundado o Imperial Instituto 
Nacional de Surdos-Mudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 01. Retrato de Eduar Huet. 
Fonte: LIBRAS, De academia. Ernest Huet – O 
Homem Que “Inventou” a Libras. 
 
INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (INES) 
 
O Collégio Nacional para Surdos-Mudos, foi criado 
em meados do século XIX por iniciativa do surdo 
francês E. Huet que no ano de 1855 enviou à D. 
Pedro II um relatório apresentando a intenção de 
fundar uma escola para surdos no Brasil 
decorrente da sua experiência com a educação, 
tanto na função de professor, quanto no cargo de 
diretor do Instituto dos Surdos-Mudos de 
Bourges. 
Em 1º de janeiro de 1856, foi inaugurado, tendo 
como disciplinas: Língua Portuguesa, Aritmética, 
Geografia, História do Brasil, Escrituração 
Mercantil, Linguagem Articulada, Doutrina Cristã 
e Leitura sobre os Lábios. Disciplinas estas, 
elaboradas e instituídas pela proposta de ensino 
de Huet. 
A instituição a priori aceitava apenas alunos do 
sexo masculino, mas com o passar dos anos, 
começou a disponibilizar que meninas 
compusessem o grupo de alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 02. Foto do INES antigamente. 
Fonte: LIBRAS, de academia. Ernest Huet – O 
Homem Que “Inventou” a Libras. 
 
Desde a sua fundação em 1856 até o ano de 2020, 
o INES já possuiu diversos nomes, sendo o 
primeiro “Collégio Nacional para Surdos-Mudos” 
–
 
que mudou no ano de 1857, para “Instituto 
Imperial para Surdos-Mudos”, mas durou apenas 
um ano, tendo uma pequena mudança no ano de 
1958 para “Imperial Instituto para Surdos-
Mudos”. Em 1865 obteve-se uma nova alteração 
sendo “Imperial Instituto dos Surdos-Mudos”, que 
durou até o ano de 1874 na qual mudou-se para 
“Instituto dos Surdos-Mudos”. Foi no ano de 1957 
que o instituto apresentou a mudança mais 
significativa em seu nome, pois substituiu a 
palavra MUDO pela palavra EDUCAÇÃO, 
influência da modernização e avanço na década 
de 50 nos estudos e discussões sobre os surdos 
no Brasil. Permanecendo até o ano de 2020 como 
Instituto Nacional de Educação de Surdos. 
O atual INES, sempre foi um centro de referência 
no quesito de ensino aos surdos. E atualmente 
tem vinculação com o Ministério da Educação, 
possui atividades em diversas áreas, tais como: 
• Informática 
• Prevenção à surdez 
• Fonoaudiologia 
• Cidadania 
• Orientação profissional 
• Prevenção às drogas 
• Orientação familiar 
• Libras (Língua Brasileira de Sinais) 
• Biblioteca infantil 
• Artes 
• Audiologia. 
Gerando desenvolvimento e conhecimento tanto 
tecnológico quanto cientifico sobre surdez. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 03. Foto do INES atualmente. 
Fonte: LIBRAS, De academia. Ernest Huet – O 
Homem Que “Inventou” a Libras. 
LIBRAS 
O INES recebia estudantes de todos os bairros do 
Rio Janeiro, de cidades vizinha, bem como de 
outros estados, sendo assim a LIBRAS foi sendo 
aprendida aos poucos pelos brasileiros, pois os 
surdos voltavam a seus estados de origem quando 
concluíam os estudos e ensinavam a outros 
surdos o que haviam aprendido. 
Outro contribuinte para a expansão da Libras foi 
a publicação do livro Icobographia dos Signaes dos 
Surdos-Murdos, tendo como autor um ex aluno do 
INES, José da Costa Gama. A obra foi feita na 
forma de desenhos litográficos com 382 estampas, 
compostas por imagens referentes aos sinais que 
foram escolhidos para compor o léxico e pelos 
verbetes em língua portuguesa correspondentes 
aos significado desses mesmos sinais. 
Três anos após o lançamento, no ano de 1977 foi 
criada a Federação Nacional de Educação e 
Integração dos Surdos (FENEIS) através da qual 
os surdos passaram a reivindicar a presença da 
Língua de Sinais em locais públicos e em espaços 
educacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 04. Imagem do Livro livro Icobographia 
dos Signaes dos Surdos-Murdos. 
Fonte: MAXWELL. PUC. RIO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 05. Página do Livro livro Icobographia dos Signaes dos Surdos-Murdos. 
Fonte: MAXWELL. PUC. RIO. 
A partir das reivindicações do FENEIS houve o 
reconhecimento e oficialização da Língua de 
Sinais como meio de comunicação e expressão dos 
surdos brasileiros. Foi sancionada a lei 10.436, 
pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e 
regulamentada pelo decreto 5.626, de 22 de 
dezembro de 2005. A lei ficou conhecida como Lei 
de Libras, que garante a inclusão nos sistemas 
educacionais público e privado, nos âmbitos 
estaduais, municipais e federais da educação 
básica ao nível superior. 
 
 
Figura 06. Print do site onde está disposto o 
decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005. 
Fonte: BRASIL, 2005. 
 
PROPOSTAS DIDÁTICAS PARA MELHORIAS 
NO APRENDIZADO DE SURDOS 
No que se diz respeito a educação, fizemos 
grandes progressos como pode ser visto no 
decorrer deste trabalho, mas ainda precisam ser 
implementadas diversas melhorias para que se 
tenha uma educação de qualidade no Brasil, 
principalmente na educação de alunos surdos. 
Ressaltando essa realidade foi realizado um 
estudo com alunas surdas e pode-se perceber 
alguns empecilhos para que a educação das 
mesmas pudesse ter uma boa qualidade, 
garantindo o aprendizado. As mesmas 
apresentaram os pontos negativos, e o estudo 
apresentou como proposta: 
 
Escrever o conteúdo no quadro ou em folha 
separada para entregar a todos os alunos 
Durante a explicação do professor os surdos 
precisam olhar para o intérprete, diferentemente 
dos estudantes ouvintes, que não 
necessariamente precisam olhar para o professor 
enquanto fazem anotações em seus respectivos 
cadernos. Se a explicação é apenas oral os 
estudantes surdos não terão registros visuais das 
mesmas, o que dificultará o estudo posterior. 
 
Dar tempo para os alunos copiarem 
Mais uma vez, enquanto o professor explica os 
surdos precisam olhar para o intérprete, logo não 
conseguem copiar o conteúdo que está registrado 
no quadro. 
Muitos professores não esperam tempo suficiente 
e logo apagam o quadro, o que se torna um fator 
desmotivador tanto para estudantes surdos 
quanto para ouvintes. 
 
Dar tempo para que o intérprete interprete 
Se as aulas fossem realizadas em uma Língua 
estrangeira, por exemplo, o professor falaria, 
esperaria a tradução ser feita e então voltaria a 
falar. Obviamente, quando a “tradução” (destaca-
se as aspas, já que há muitas palavras que não 
possuem tradução do Português para a Libras e 
por isso têm seu sentido explicado e não 
traduzido. Some-se isto ao fato de a cultura surda 
ser bastante diferente da cultura ouvinte, e de que 
isto também é considerado pelo mediador, tem-se 
um intérprete e não um tradutor) é feita para a 
Língua Brasileira de 
Sinais, oprocesso é simultâneo em seu sentido 
mais preciso, porém o intérprete não leva o 
mesmo tempo para interpretar que o professor 
leva para falar. De tempos em tempos é 
interessante o professor olhar para o intérprete e 
ter a sensibilidade de dar uma pausa quando 
 
necessário, para que a explicação em Libras seja 
feita sem correria. 
 
Utilização de recursos visuais 
Imagens, modelos, objetos… Recursos 
relativamente simples de serem incorporados às 
aulas e que fazem total diferença, tanto para 
estudantes surdos quanto para ouvintes. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 07. Foto de aluno surdo em sala de aula 
com intérprete. 
Fonte: BRASIL, 2019. 
 
PANORAMA GERAL DE ALUNOS 
SURDOS NO ENSINO SUPERIOR 
 
Com o sancionamento da lei que dispõem 
o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais, 
e insere a Libras como disciplina obrigatória nos 
cursos de formação de professores para o 
exercício do magistério e a obrigatoriedade da 
formação do docente para o ensino da Língua 
Brasileira de Sinais na educação infantil e nos 
anos iniciais do ensino fundamental, comunidade 
surda tem a oportunidade de diversas conquistas 
passam a ser asseguradas para a Comunidade de 
formar professores surdos e ouvintes para o 
ensino da Língua Brasileira de Sinais nos 
diferentes níveis de ensino, e profissionais para a 
área de tradução e interpretação em diversos 
contextos sociais. 
Nos anos de 2000 e 2006, a população de 
pessoas surdas no Brasil com a faixa etária de 0 
a 24 anos era de 776.884, sendo que desses, 
91,07% não faziam parte do sistema de ensino 
brasileiro. E, em relação ao ingresso de surdos no 
ensino superior, o índice era muito baixo: menos 
de 1% da população, em comparação aos 17,8% 
de ouvintes. 
Desde o sancionamento da lei ocorreu um 
avanço significativo em relação ao ingresso das 
pessoas surdas nas faculdades, obteve-se um 
aumento de 705% de surdos nas universidades 
brasileiras. 
Alunos como o Nilton César dos Santos 
Júnior que tem 25 anos e ficou surdo após 
estímulos sonoros inadequados aos 9 anos de 
idade. Mas atualmente está no ensino superior 
cursando fisioterapia, e já está no terceiro período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 08. Foto do Nilton em uma apresentação 
acadêmica. 
Fonte: BRASIL, 2019. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRASIL. Prefeitura de Santos. Libras nas escolas 
de Santos: inclusão da sala de aula para a vida, 
2019 .Acesso em: 17 de dezembro de 2020. 
Disponível em: 
<https://www.santos.sp.gov.br/?q=noticia/libra
s-nas-escolas-de-santos-inclusao-da-sala-de-
aula-para-a-vida 
 
BRASIL. Presidência da República. DECRETO Nº 
5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005. Acesso 
em: 17 de dezembro de 2020. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004
-2006/2005/decreto/d5626.htm>. 
 
 
CESMAC. Inclusão de um aluno surdo no ensino 
superior foi tema de Relato de Experiência no 
curso de Fisioterapia do CESMAC. Acesso em: 17 
de dezembro de 2020. Disponível em: 
<https://www.cesmac.edu.br/noticias/inclusao-
de-um-aluno-surdo-no-ensino-superior-foi-tema-
de-relato-de-experiencia-no-curso-de-
fisioterapia-do-cesmac>. 
 
GLOBO. Inscrições de concurso do Ines para 148 
vagas começam dia 15. Acesso em: 17 de 
dezembro de 2020. Disponível em: 
<https://oglobo.globo.com/economia/emprego/i
nscricoes-de-concurso-do-ines-para-148-vagas-
comecam-dia-15-11229110>. 
 
LEICHSENRING,Thaylis Leitzke. Educação de 
surdos brasileiros: de Dom Pedro II aos desafios 
atuais. XVIII Encontro Nacional de Ensino de 
Química (XVIII ENEQ) Florianópolis, SC, Brasil – 
25 a 28 de julho de 2016. Acesso em: 17 de 
dezembro de 2020. Disponível em: 
<http://www.eneq2016.ufsc.br/anais/resumos/
R1932-1.pdf>. 
 
LIBRAS, De academia. Ernest Huet – O Homem 
Que “Inventou” a Libras. Acesso em: 17 de 
dezembro de 2020. Disponível em: 
<https://academiadelibras.com/blog/ernest-
huet/>. 
 
MAXWELL. PUC. RIO. Acesso em: 17 de dezembro 
de 2020. Disponível em: 
<https://www.maxwell.vrac.puc-
rio.br/13970/13970_7.PDF>. 
ROCHA, Solange Maria da Rocha. História do 
INES. Acesso em: 17 de dezembro de 2020. 
Disponível em: 
<http://jornaldosurdo.comunidades.net/fundac
ao-do-ines>.

Continue navegando