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TCC - Libras e as barreiras da inclusão social no Brasil - Texto completo

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
FABIANA APARECIDA BUZETTI BRITO
LIBRAS, AS BARREIRAS DA INCLUSÃO SOCIAL NO BRASIL.
COLATINA
2021
FABIANA APARECIDA BUZETTI BRITO
LIBRAS, AS BARREIRAS DA INCLUSÃO SOCIAL NO BRASIL.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Técnico e Interpretação de Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS, da Universidade Cândido Mendes, como requisito para a Obtenção da título de Técnico e Interpretação de Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS.
Tutor: Fábio Loureiro Prates
COLATINA
 2021
Dedico este trabalho a minha família (marido e filho) e familiares que me apoiaram desde o início do curso.
"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo" (Nelson Mandela).
A história nos mostra que os surdos passaram por muitas dificuldades, e até os dias atuais, ainda sofrem. Contudo, a comunidade surda não perde a força de lutar por seus direitos, são amparados por Lei apesar de ainda lutarem para conquistar um lugar na sociedade. Cabe a nós, membros da sociedade, aceitar e acolher aos surdos para que a inclusão deixe de ser apenas em “papel” e passe a ser validada na prática através de cada um de nós.
Palavras-chave: LIBRAS, surdo, história, legislação, origem.
 (
RESUMO
)
History shows us that the deaf have gone through many difficulties, and to this day, they are still compliant. Regardless of everything, the deaf community does not lose the strength to fight for their rights, they are supported by Law despite still struggling to conquer a place in society. It is up to us, members of society, to accept and receive the deaf so that the inclusion of leaving only “paper” and starting to be validated in the practice of each one of us.
Keywords: LIBRAS, deaf, history, legislation, origin.
 (
ABSTRACT
)
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	8
1.1	O QUE É LIBRAS ?	8
1.2	A ORIGEM DA LIBRAS	9
2.	A HITÓRIA DA LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS NO BRASIL	12
2.1.	COMO CHEGOU AO BRASIL:	12
2.2.	PNE:	18
2.3.	CURIOSIDADES:	19
3.	EDUCAÇÃO INCLUSIVA E SURDEZ	21
3.1.	A INCLUSÃO A PARTIR DA DECLARAÇÃO DE SALAMANCA	22
3.2.	A INCLUSÃO POR MEIO DA EDUCAÇÃO BILINGUE	23
3.3.	A ESCOLA BILINGUE COMO AMPLIAÇÃO DO PARADIGMA INCLUSIVO	25
3.4.	A EDUCAÇÃO BILINGUE E A IDENTIDADE SURDA	29
CONCLUSÃO	31
REFERÊNCIAS	32
1. INTRODUÇÃO
1.1 O QUE É LIBRAS ?
A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), é uma forma de comunicação e expressão em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, possui estrutura gramatical própria. Constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Este artigo destaca a importância da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) nos espaços sociais como uma ferramenta que propicia a inclusão para os surdos.
A língua de sinais, nas mãos de seus mestres, é uma língua extraordinariamente bela e expressiva, para a qual, na comunicação uns com os outros e como modelo de atingir com facilidade e rapidez a mente dos surdos, nem a natureza nem a arte lhes concedeu um substituto à altura. Para aqueles que não a entendem, é impossível perceber suas possibilidades para os surdos, sua poderosa influencia o moral e a felicidade social dos que são privados da audição e seu admirável poder de levar o pensamento intelectos que de outro modo estariam em perpétua escuridão. Tampouco são capazes de avaliar o poder que ela tem sobre os surdos. Enquanto houver duas pessoas surdas sobre a face da Terra e elas se encontrarem, serão usados sinais (SACKS, 1998, p. 5).
Percebemos que a Libras proporciona ao surdo não apenas grande influência moral, mas também a liberdade de um isolamento antissocial.
Será abordado sobre as barreiras enfrentadas pelos surdos para garantir o direito a inclusão da Libras na sociedade permitindo que haja uma comunicação entre ouvintes e surdos em qualquer ambiente de seu convívio seja: escolar, religioso, profissional ou de lazer.
Diante das barreiras da inclusão o deputado Marcelo Aro (PP-MG), criou O Projeto de Lei 4990/20, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) para obrigar os sistemas de ensino fundamental e profissionalizante do País a utilizarem a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua para instrução, ensino, comunicação e interação no ambiente escolar de alunos com deficiência auditiva, surdos, surdos-cegos e surdos com super dotação ou deficiências associadas.
Sabendo que para tornar possível essa inclusão entre surdos e ouvintes na sociedade foi preciso reconhecer a Libras como 1º Língua para os surdos e a importância do profissional intérprete de Libras para fazer a comunicação, que por direito foi conquistada através da Lei 10.436 de 24 de abril 2002, diante Decreto 5626. Amparados por Lei temos conhecimento que os surdos ainda enfrentam grandes dificuldades no meio profissional, escolar e social, pelo fato de que nem todo lugar tem uma profissional interprete de Libras acaba impossibilitando uma boa comunicação, tendo em vista que nem todo surdo sabe Libras, português ou é alfabetizado.
1.2 A ORIGEM DA LIBRAS
Em 1750, na França, desenvolvida a partir do método inventado pelo então conhecido francês, abade Charles Michel de L´epée, que utilizou de seu patrimônio para integrar na sociedade as pessoas com deficiência auditiva. Ele teve grande importância na consolidação da Língua Brasileira de Sinais, porque a Libras foi criada com base no método criado pelos franceses no século XVIII, Charles Michel de L´epée é reconhecido como “benfeitor da humanidade” pela Assembleia Nacional Francesa, pois criou o primeiro Instituto Nacional de Surdos-Mudos em Paris.
Embora não tivesse nenhum problema auditivo, L´epee é considerado um membro ilustre da comunidade surda por ter contribuído decisivamente para o acesso dos surdos à educação pública e gratuita através do uso da língua de sinais. Ele é uma das figuras mais destacadas da história para as pessoas surdas, considerado o “Pai dos Surdos”, pelo fato de defender o uso da língua de sinais em detrimento do oralismo, método que obrigava as PS´s a falarem oralmente.
Figura 1: O abade Charles Michel de l’Épée ensina linguagem de gestos a um surdo-mudo.
Fonte: API/ GAMMA-RAPHO/ GETTY IMAGES.
Também tiveram uma participação importante na criação da Língua de Sinais o então padre espanhol Juan Pablo Bonet (1573-1633) que criou o alfabeto manual (Figura 2), após descobrir que o monge Beneditino Ponce de Leon (1510-1584) usava comunicação sinalizada para se comunicar devido voto de silêncio que fizera em sua terra natal.
O monge Beneditino Ponce de Leon ficou conhecido por estabelecer um trabalho de educação entre os filhos surdos da nobreza espanhola no século XVI. Pedro Ponce começou a realizar essa atividade depois que dois irmãos, chamados Francisco e Pedro de Velasco y Tovar, foram enviados para um mosteiro. Pedro Ponce tornou-se guardião dos dois e deu início a uma educação que mesclava sinais utilizados pelos dois meninos com sinais utilizados pelos monges.
O trabalho de Pedro Ponce ficou famoso, e logo outras famílias começaram a enviar seus filhos surdos para que ele pudesse ensiná-los. Isso acontecia porque havia uma alta quantidade de surdos nas famílias da nobreza por conta dos casamentos consanguíneos, que é uma prática muito comum nas famílias nobres de toda a Europa Ocidental.
A professora Soraya Bianca Reis Duarte afirma que o método utilizado por Pedro Ponce mesclava a datilologia (alfabeto manual), a escrita e a oralização e tinha como objetivo garantir a socialização dos surdos, permitindo seu reconhecimento como cidadãos e garantindo a possibilidade de que eles pudessem herdar os bens da família
Figura 2: Língua de Signos, o alfabeto manual
Fonte: Juan Pablo Bonet (1620).
Considerando a iniciativa de muitos pesquisadores da época além de Charles Michel de L´epée, Juan Pablo Bonet e Ponce de Leon existiram outros pesquisadores como:
Jacob Rodrigues Pereira (1715-1780)e Johann Conrad Amman (1669-1724), que eram interessados na educação das PS´s. Eles descobriram que as famílias nobres pagavam fortunas para que educassem seus herdeiros com este tipo de deficiência, sendo que esse interesse ocorreu por volta do século XVI;
Thomas Braidwood (1715-1806) foi o educador que criou um método, por meio do qual se deveria usar o alfabeto manual com as duas mãos usados hoje em seu país de origem Grã-Bretanha;
Thomas Gallaudet (1787-1789) foi outro educador que, mais tarde, fundaria a primeira faculdade para as PS´s, chamada atualmente de Universidade Gallaudet, localizada em Washington, nos Estados Unidos.
2. A HITÓRIA DA LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS NO BRASIL
2.1. COMO CHEGOU AO BRASIL:
O interesse de D. Pedro II em trazer um professor surdo para Brasil foi pelo fato de que o Conde D´Eu que era parcialmente surdo, era casado com a princesa Isabel, onde na ocasião tiveram um filho surdo.
Sendo assim, no Brasil de período imperial, com a chegada do educador francês Hernest Huet, (surdo congênito) em 1855 com apoio de D. Pedro II, funda no Rio de Janeiro em 1857 o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos (BRASIL, 1857).
Até o ano de 1908 era considerada a data de fundação do Instituto o dia 1º de janeiro de 1856. A mudança deu-se através do artigo 7º do decreto nº. 6.892 de 19 de março de 1908, que transferiu a data de fundação para a da promulgação da Lei 939 de 26 de setembro de 1857 que em seu artigo 16, inciso 10, consta que o Império passa	a subvencionar o Instituto. Antes desse decreto os alunos eram subvencionados por entidades particulares ou públicas e até mesmo pelo Imperador. No período da inauguração do Instituto houve várias mudanças de nomenclatura: 1856 a 1857 – Collégio Nacional para Surdos-Mudos, 1857 a 1858 – Instituto Imperial para Surdos-Mudos, 1858 a 1865 – Imperial Instituto para Surdos- Mudos, 1865 a 1874 – Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, 1874 a 1890 – Instituto dos Surdos-Mudos, 1890 a 1957 – Instituto Nacional de Surdos Mudos e de 1957 até os dias de hoje chamado de Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).
Desse modo o ensino da língua de sinais por Huet teve grande influência francesa, país originário de Huet. Durante muito tempo, surdos de todo o Brasil e países vizinhos concorriam para o Rio de Janeiro devido a ser a única escola referência para educação, profissionalização e socialização de membros surdos da sociedade.
No ano de 1875 um ex-aluno do Instituto, Flausino José da Gama publica o livro Iconografia dos Sinais dos Surdos, no intuito de divulgar o modo de comunicação da comunidade surda no Brasil.
Em 1915 a comunidade surda dá um passo importantíssimo no espaço político, criando a Word Federation of the Deaf (W.F.D).
Funda-se no Brasil a Associação Brasileira de Surdos, movimento de conscientização pelo direito do ensino para os surdos em língua de sinais. Isso nos anos de 1923 a 1929.
Um grande passo na educação dos surdos foi iniciado pelo governo Dutra (1946 – 1950). Aprovando um regimento, ao qual determinou o uso de metodologias dos Estados Unidos e um maior atendimento aos surdos. 
Como afirma Monteiro (2006, p. 280):
[...] há pessoas surdas em toda a parte do Brasil. Porém, muitos surdos são invisíveis à Sociedade [...]: a) Nos Lugares Comuns (praças, bares, cinemas, clubes, etc.), b) Nas Associações de Surdos, c) Nas Escolas e Universidades, d) Nas Clínicas, e) Nas Igrejas.
No ano de 1951 no mês de junho temos a regulamentação do ensino do Curso Normal de Formação de Professores para Surdos-Mudos, o mesmo fora determinado pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra e assinado pelo Ministro da Educação e Saúde, Clemente Mariano (SOUZA, 1999, p. 70). O Decreto tinha o objetivo de alfabetização da comunidade surda em todo o território nacional.
O oralismo demandava um período enorme para a criança falar. Segundo Dória (1954, p. 156). “Por meio de um longo e especializado curso de treinamento”.
Figura 3: A volta do congresso de MIlão.
Fonte: Feneis (2011)
Como explicado pelo Wikipédia (2020):
Filosofia do bilinguismo surge em decorrência da nova forma de se estudar a surdez a partir da década de 60 quando passa a ser pelo viés etnográfico, o que leva a ideia de existência de uma cultura surda que, por sua vez, propõe uma mudança na forma de ensinar. Esta filosofia começa a substituir, na década de 90, a chamada Comunicação Total, que nos anos 80 aparece como outra forma de educar os surdos, tomando o lugar, em algumas escolas, do antigo método oral. Desta forma, a entrada do bilinguismo faz com que muitas escolas abandonem a Comunicação Total e o Oralismo e passem a adotar a educação bilíngue no Brasil. A Constituição Federal de 1988, nos artigos 205 e 208, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, nos artigos 4, 58, 59 e 60 garantiam às pessoas surdas o direito de igualdade de oportunidade no processo educacional. Mas, somente em 1994, na cidade do Rio de Janeiro, quando ocorre a marcha do grupo Surdos Venceremos, que mobilizou cerca de 2 mil pessoas, surdas e ouvintes, é que a causa ganhou uma relevância nacional.
A Constituição Federal de 1988, nos artigos 205 e 208, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, nos artigos 4, 58, 59 e 60 garantiam às pessoas surdas o direito de igualdade de oportunidade no processo educacional. Mas, somente em 1994, na cidade do Rio de Janeiro, quando ocorre a marcha do grupo Surdos Venceremos, que mobilizou cerca de 2 mil pessoas, surdas e ouvintes, é que a causa ganhou uma relevância nacional.
Como resultado desta marcha e da crescente mobilização social, em 2002 é criada a lei n°10.436/02, que reconhece a Libras oficialmente, e em 2005 é assinado o decreto n°5.626/05, que regulamenta a lei de Libras e torna obrigatório o ensino de Libras nos cursos superiores de licenciatura e formação de professores. A partir da implementação deste decreto, é inaugurado em 2006 a primeira licenciatura em Libras do Brasil na Universidade Federal de Santa Catarina, sendo a referência na área em todo Brasil hoje em dia. Atualmente este curso é ofertado em diversas universidades federais, na região norte: UFRA, UFRR e UFAM; na região nordeste: UFAL, UFPI, UFC, UFS e UFRB; na região centro-oeste: UFMT e UFG; na região sudeste: UFMG, UFJF, UFES e UFRJ; na região sul: UFSC.
Já no ano de 2019, houve um retrocesso em relação às políticas públicas voltadas para os surdos, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) foi extinta e transformada em uma subpasta do governo e o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) está sofrendo com supostas fraudes nas eleições para o cargo de diretor, pois foi colocado para ocupar o cargo uma pessoa que perdeu a eleição e não prioriza as pautas da comunidade surda, fato que causa grande revolta nos servidores do Instituto e na comunidade surda como um todo.
Outro aspecto interessante é a origem da nossa língua de sinais, que tem suas raízes linguísticas na França e não em Portugal, como nossa língua oral. Isso também se aplica na história da Língua de Sinais Americana, sendo apenas diferenciada por ter sido levada aos Estados Unidos por um outro professor surdo.
Durante três décadas houve muitas tentativas de mudanças. Em 1970 a senhora Ivete Vasconcelos, educadora de surdos visita a Universidade Gallaudet. Com seu retorno ao Brasil, implanta a filosofia da Comunicação Total. Dez anos após, com os estudos sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS surge uma nova filosofia: O Bilinguismo.
Somente em 1971, por ocasião do Congresso Mundial de Surdos, em Paris, devido aos estudos e pesquisas desenvolvidos nos EUA sobre a Comunicação Total, é que a língua de sinais passa a ser valorizada. Uma abordagem educacional recém- surgida que permitia o uso dos sinais.
No ano de 1975 ocorreu o Congresso em Washington. Todos foram unânimes que durante 100 anos a comunidade surda fora dominada pelo Oralismo. A mesma acarretou um enorme prejuízo, pois de nada serviu tal abordagem, tanto na educação como no desenvolvimentosocial dos surdos. O resultado do encontro foi determinante para uma nova era na condução e desenvolvimento educacional dos surdos. Surgindo a filosofia Bilíngue.
Os autores acima salientam a importância dos estudos de Danielle Bouvet, publicados em Paris, no ano de 1981, relatando as pesquisas realizadas na Suécia e Dinamarca acerca do bilinguismo na educação dos surdos.
Quadros (1997) esclarece que, em se tratando de uma proposta bilíngue de educação para surdos, a Libras deve ser a L1 (primeira língua) da criança surda brasileira e a Língua Portuguesa deve ser L2 (segunda língua). Afirma ainda:
[...] as razoes dessa afirmação estão relacionadas com o processo de aquisição dessas línguas, considerando as condições físicas das pessoas surdas: “são surdas”. Qualquer língua oral exigirá procedimentos sistemáticos e formais para ser adquirida por uma pessoa surda. (Quadros, 1997, p. 67)
Fato que contribuiu grandemente na comunidade surda, pois resgatava o uso da língua de sinais.
No ano de 1977, surge a FENEIDA. Federação Nacional de Educação e Integração dos Deficientes Auditivos. Passando em 1987 a denominar-se FENEIS (Federação Nacional e Educação e Integração dos Surdos).
Finalmente em 20 de abril de 2002 temos a regulamentação da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, pela Lei número 10.436.
A partir da Constituição Brasileira de 1988, nosso país iniciou sua prática democrática em todos os âmbitos, níveis e situações da sociedade. A democracia ficou mais concreta e também na área da educação especial e nos movimentos surdos passou a ocorrer uma maior participação de todos, com o interesse e do apoio de todos a tornar a acessibilidade e a inclusão uma realidade. Isto se refere às próprias pessoas com deficiência. Eles mesmos “arregaçam as mangas” e vão discutir suas possibilidades, seus sonhos e direitos.
Para o movimento surdo, contam as instâncias que afirma a busca do direito do indivíduo surdo em ser diferente em questões sociais, políticas e econômicas que envolvem o mundo do trabalho, da saúde, da educação, do bem-estar social. (Perlin, 1998).
A Constituição Federal de 1988, nos artigos 205 e 208, bem como a LDB – Lei de Diretrizes e Bases, nos artigos 4ª, 58, 59 e 60, garantem às pessoas surdas o direito de igualdade de oportunidade no processo educacional. Contudo, isso não tem sido uma realidade nas nossas escolas. A Constituição dá possibilidades para a construção de novos caminhos, respeitando os direitos de todos, e isso inclui as pessoas com deficiência, suas necessidades de acessibilidade e inclusão educacional e social. A primeira lei que merece ser mencionada, a qual se refere à educação de todas as pessoas com deficiência, é a de número 10.098 de 19 de dezembro de 2000. Ela é o início das práticas dos direitos das pessoas com deficiência, junto com seus familiares e simpatizantes.
Ela estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas deficientes ou com mobilidade reduzida. Conforme a lei n°10.098/00 destacamos o artigo 18:
Art. 18. O Poder Público implementará a formação de profissionais intérpretes de escrita em braile, língua de sinais e de guia intérpretes, para facilitar qualquer tipo de comunicação direta à pessoa portadora de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação (BRASIL, 2000). 
Documento importante a ser destacado é o Decreto n° 5.626 de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a lei da Libras de n°10.436 de 24 de abril de 2002. É um documento específico sobre o uso e a difusão da Libras, como uma língua oficial no país. A promulgação desse Decreto foi um passo notável na história da educação dos surdos no Brasil, e coloca nosso país à frente de muitos países desenvolvidos, devido à visão e prática modernas de respeito, de inclusão e acessibilidade, como o mundo exige nos dias de hoje.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Art. 2º Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
Art. 3º As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.
Art. 4º O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (BRASIL, 2002).
Que viera acompanhada do Decreto 5626 cujo qual estabelece que a pessoa surda possua o direito de ter um profissional interprete ao realizar suas ações sejam nível educacional, religioso e social. Registradas nos Capítulos V, VI, VII do Decreto citado abaixo:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, e no art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
Art. 2º Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.
Parágrafo único. Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.
Art. 31. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. (BRASIL, 2005, arts. 1º, 2º e 31)
2.2. PNE:
Segundo o Plano Nacional de Educação, faz uso de suas atribuições a Meta 4 onde tem se como intuito fazer valer a lei.
PNE - Meta 4 – Item 4.7: garantir a oferta de educação bilíngue, em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS como primeira língua e na modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda língua, aos (às) alunos (as) surdos e com deficiência auditiva de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas, nos termos do art. 22 do Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005, e dos arts. 24 e 30 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, bem como a adoção do Sistema Braille de leitura para cegos e surdos- cegos.
Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou super- dotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.
2.3. CURIOSIDADES:
Estatísticas sobre os surdos no Brasil: Em fevereiro de 2020, o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística(IBGE) divulgou estatísticas sobre os surdos no Brasil, uma pesquisa informando que mais de 10 milhões de pessoas tem algum problema relacionado a surdez, ou seja, 5% da população é surda no Brasil. Destes, 2,7 milhões não ouvem nada.
Muitos têm perda auditiva devido ao avanço da idade. No entanto, esse fato que ocorre mundialmente fez a Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que em 2050, mais de 900 milhões de indivíduos sofrerão com falta de audição. Diante dessa informação percebemos cada dia mais a necessidade do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras ao alcance de todos.
Existem formas de inclusão para que as empresas auxiliem na melhoria da comunicação dos surdos em seu local de trabalho. As empresas podem e devem ofertar cursos de Libras para seus funcionários, assim como, faz a Natura. Mas é preciso entender que para dominar essa língua tão complexa, é necessário o mesmo investimento de tempo demandado para qualquer outra língua.
Como mencionado no Portal SignumWeb (2020):
Por fim, há outras maneiras de otimizar os processos, como: por meio de catálogos, orientações por escrito, formar colaboradores para tradução e interpretação de Libras, etc. Inclusive, é possível levar para dentro da empresa plataformas como a SignumWeb, em que é possível ter chamadas de videoconferência que oferecem a possibilidade de comunicação com seus clientes e funcionários surdos, promovendo a acessibilidade comunicativa, autonomia e privacidade.
Aprender Libras é proporcionar a si mesmo um conhecimento imensurável, e ao surdo a satisfação em poder se comunicar com pessoa ouvinte que entenda seus sentimentos e um pouco de sua vida.
Quando aprendemos e dominamos uma nova língua (LIBRAS) conseguimos quebrar barreiras e melhorar nossa capacidade de entendimento como nos mostra a Professora Eliete Guimaraes Vasques:
· Auxílio na eliminação das barreiras de comunicação;
· Agilidade de raciocínio;
· Novas oportunidades profissionais e pessoais;
· Integração no âmbito educacional e social;
· Superação do audismo, o preconceito com pessoas que não têm audição;
Ainda é válido destacar que a Língua Brasileira de Sinais é reconhecida pela Lei 10.436, como a segunda língua oficial do país.
3. EDUCAÇÃO INCLUSIVA E SURDEZ
A inclusão, tanto social como escolar, não é um assunto recente, entretanto não tem sido dada atenção adequada, contribuindo, consequentemente, para a exclusão.
De acordo com Lane (1995, p. 128) os surdos tem afirmado experiências semelhantes no que se refere a inserção num meio ouvinte: “quase todos os informantes descreveram a sua vida social em termos de solidão, rejeição e discriminação social”.
A partir desta afirmação de Lane fica evidente a importância da criação de escolas bilingues e inclusivas que tenham a função de quebrar os paradigmas de exclusão social e escolar, além de romper com a barreira da discriminação.
A inclusão é um tema de grande relevância e merece destaque para que seja contemplada com o devido respeito, não apenas pela comunidade escolar, mas por toda a população. Neste sentido, Mantoan, Pietro e Arantes (2006) explica que:
A educação inclusiva acolhe todas as pessoas sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados para todas as minorias e para as crianças que são discriminadas por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na da inclusão é dessala de aula com pessoas que não conhecemos. Já a inclusão é estar com, é interagir com o outro (MONTOAN; PIETRO; ARANTES, 2006, p. 22).
Entende-se assim, que a prática inclusiva do surdo no ensino regular apenas é eficiente se ocorrerem mudanças e adequações na forma como o trabalho pedagógico é realizado, envolvendo todos os participantes do ambiente escolar no conhecimento da Libras. De acordo com Montoan, Pietro e Arantes
A meta da inclusão é desde o início, não deixar ninguém fora do sistema escolar, que deverão adaptar-se as particularidades de todos os alunos [...] a medida que as práticas educacionais excludentes do passado vão dando espaço e oportunidades a unificação das modalidades de educação regular e especialmente em um sistema único de ensino caminha – se em direção a uma reforma educacional mais ampla em que todos os alunos começam a ter suas necessidades educacionais satisfeitas dentro da educação regular (MONTOAN; PIETRO; ARANTES, 2006, p. 16).
Para Carvalho (1997) a inclusão é um processo que deve ser conquistado, e para isso, é preciso que a escola, entendida como uma instituição socializadora e responsável pela formação da criança, proporcionem o desenvolvimento dos estudantes nos mais variados aspectos.
3.1. A INCLUSÃO A PARTIR DA DECLARAÇÃO DE SALAMANCA
Assim, ao considerar o processo de inclusão, as políticas educacionais tem sido fundamentadas no princípio de igualdade entre as pessoas. O fato que norteia tais princípios educacionais no mundo foi a elaboração da Declaração de Salamanca, em 1994. Este documento foi criado com o intuito de evidenciar aos países a necessidade de políticas públicas e educacionais que atendam as pessoas de forma igualitária, independente de suas condições pessoais e socioeconômicas.
A Declaração de Salamanca retrata as “Regras e Padrões sobre Equalização de Oportunidades para Pessoas com Deficiências”, as quais demandam que o Estado assegure que a educação de pessoas com deficiência seja parte integrante do sistema educacional do país. Notando, a partir disto, um maior envolvimento do governo e de grupos que compõem a sociedade.
O documento reforça o direito à uma educação de qualidade e que considere as características e os interesses únicos de cada educando, evitando-se, desta maneira, a discriminação e a exclusão escolar. Nesse sentido, propõe-se que as escolas se organizem e capacitem-se no atendimento de todos.
As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalhas; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas (BRASIL, 1994, p. 17-18).
Percebe-se que, a Declaração de Salamanca visa igualar o direito de todos, naquilo que se refere à educação de qualidade. De acordo com Mrech (1998) a escola na perspectiva inclusiva é um espaço onde os alunos tem as mesmas oportunidades de ser e de estar de forma participativa. Sobre isso a Declaração apresenta a seguinte concepção:
O direito de todas as crianças à educação está proclamado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e foi reafirmado com veemência pela Declaração sobre Educação para Todos. Pensando desta maneira é que este documento começa a nortear todas as pessoas com deficiência têm o direito de expressar os seus desejos em relação à sua educação. Os pais têm o direito inerente de ser consultados sobre a forma de educação que melhor se adapte às necessidades, circunstâncias e aspirações dos seus filhos (BRASIL, 1994, p. 5-6).
Assim, quando pensamos em uma sociedade inclusiva, pensamos que todas as pessoas tem as mesmas condições de oportunidades como protagonistas do espetáculo da própria vida, fazendo sua participação na sociedade de forma ativa, e no qual, as relações se baseiem na igualdade de valores. Uma sociedade fundamentada em tais princípios garante aos seus cidadãos uma vida mais rica em oportunidades e direitos. A Declaração de Salamanca nos mostra que existem caminhos de sucesso em uma educação inclusiva e igualitária. Neste sentido, cabe aos governantes assumirem os compromissos e os resultados surgirão de forma natural.
Entretanto, no Brasil, embora as Leis sejam muito bem escritas e organizadas, a aplicação destas mesmas leis passa a ser questionadas pela falta de eficiência e de resultados condizentes com os objetivos escritos nos documentos legais.Diante da dificuldade de inclusão de alunos surdos em sala de aula foi necessário a criação de Escolas Bilingues, permitindo o aprendizado tanto da Libras, quanto do Português e, garantindo a inclusão do Sujeito Surdo em qualquer outro espaço da sociedade, inclusive na escola.
3.2. A INCLUSÃO POR MEIO DA EDUCAÇÃO BILINGUE
A implementação de uma proposta educacional a partir de um paradigma bilingue para Surdos remonta à década de 1980. Segundo Skliar (1998) a educação bilingue para surdos requer muito mais do que apenas uma mudança na proposta pedagógico, muito menos na mera inserção da Libras no currículo, mas uma política efetiva que valorize as questões culturais da comunidade surda.
De acordo com Fernandes e Moreira (2009) os surdos podem ser considerados bilingue a partir do momento que fazem uso de duas línguas que são, legitimamente, brasileiras. Assim, a perspectiva do bilinguismo visa a promoção de um ambiente linguístico em que, a comunicação, seja por meio da Libras ou do português escrito, possa ser aprendida de forma espontânea, conforme acontece na aquisição da língua oral.
Assim, é importante a inclusão da criança surda em contexto significativo de aprendizado, a fim de que ele venha a se perceber como um Sujeito linguístico, da mesma forma que ocorre com as oportunidades fornecidas às crianças ouvintes (SLOMSKI, 2012).
Diante disso, em 2010, após a Conferência Nacional da Educação algumas propostas foram defendidas para elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE), entre essas propostas havia a recomendação para criação de novas escolas bilingues para surdos que seguissem as seguintes garantias:
Garantir às famílias e aos surdos o direito de optar pela modalidade de ensino, garantindo o acesso à educação bilingue;
Garantir o contato dos alunos surdos com professores surdos, oportunizando sua identificação linguística e cultural;
Incentivar e apoiar financeiramente a criação do curso de graduação em Pedagogia Bilingue (MOURÃO, 2011, p. 11).
Entretanto, naquele momento, a comunidade Surda não se sentiu atendida. De acordo com Mourão (2011) ao final da plenário, um grupo do Ministério da Educação (MEC) fechou acordo para votar contra as propostas de educação de surdos.
Diante da dificuldade de uma maior inclusão da alunos surdos na educação brasileira, percebeu-se a necessidade da criação de escolas bilingues e após longos anos a Educação Bilingue de Surdo foi transformada em uma modalidade de ensino independente através 14.191 de 03 de agosto de 2021, que altera a Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Entre os princípios que a Lei 14.191 inclui na LDB é que o “respeito à diversidade humana, linguística, cultural e identitária das pessoas surdas, surdocegas e com deficiência auditiva”, acrescentando, além disso, o capítulo “Da Educação Bilingue de Surdos”. (BRASIL, 2021).
3.3. A ESCOLA BILINGUE COMO AMPLIAÇÃO DO PARADIGMA INCLUSIVO
Como dito anteriormente, a partir do ano de 1996, a LDB avançou para garantir que crianças com deficiência tenham acesso à educação nas escolas regulares. A partir desta fundamentação, o Decreto nº 3.298/1999 dispôs que as autoridades e as instituições responsáveis pelo ensino público devem proporcionar, quando necessário, acessibilidade para alunos com deficiências. Desde então, a educação especial tornou-se uma forma de apoio para pessoas com deficiências. No entanto, “embora houvesse a oferta de atendimentos da educação especial e das escolas especiais de surdos, não havia garantia de respeito ao direito linguístico do aluno surdo” (LACERDA; ALBRES; DRAGO, 2013, p. 69).
Vale destacar que nesse período, com as reivindicações de direitos da comunidade surda, ocorreu a luta pelo espaço para o surgimento da língua de sinais, e tornou-se cada vez mais natural que os surdos buscassem uma graduação, demonstrando interesse ao ingressar em uma formação universitária. Com base nessa necessidade, o MEC editou o Decreto nº 1.679/1999, atestando o compromisso formal das instituições de ensino superior em fornecer intérpretes de Libras, bem como outros recursos necessários para o estudo de alunos surdos no ensino superior. Este é mais um avanço para o movimento surdo, porém, esse compromisso contido na regulamentação não necessariamente se aplica.
Como forma de proteger os direitos dos Sujeitos Surdos, bem como o acesso à língua e a educação, as lideranças da comunidades Surda, juntamente com pesquisadores da área, tem solicitado a intervenção na legislação que exige políticas educacionais, pois embora a lei brasileira conceda certas exigências dos Surdos, muitos de seus direitos não são devidamente observados. Neste sentido, os movimentos de lutas dos Surdos foi surgindo em defesa das escolas bilingues, o que significa que os Surdos demandam a educação bilingue no turno e não no contraturno, como tem sido mais comumente ofertado.
No entanto, não obstante a existência de documentos, como a Lei 10.436/2002 (Lei da Libras), que reconhece a língua de sinais como meio de comunicação e expressão das comunidades surdas, e o Decreto 5.626/2005, que regulamente a Lei da Libras, e ainda garante que a educação de surdos se dê em línguas de sinais. Diante disso, então por que não se exigir esse direito?
As mobilizações propostas pela comunidade surda não se mostraram apenas como uma mera relutância, mas sim como uma resistência aos padrões estereotipados. Além disso, mostram as possibilidades de mudar as propostas, ou melhor, um sistema político, uma ação coletiva, uma força de oposição, incitando rachaduras para perseguir, junto com ações que engajem as forças de oposição existentes.
Assim, a comunidade Surda e diversos outros setores ligados a comunidade Surda, insatisfeitos com a não efetividade das políticas de inclusão, realizaram atividades pelo Brasil para mobilizar a sociedade e as autoridades para garantir os direitos humanos linguísticos e culturais e, bem como “construir coletivamente reflexão e conhecimentos sobre a política educacional para surdos e a necessidade de uma aplicação efetiva de educação de qualidade para esses sujeitos, desde a Educação Básica até a Universidade” (SILVA; FERNANDES; ROCHA, 2016, p.63).
Foi por meio dessas operações menores que um projeto de educação escolar de surdos foi proposto em 2003. Inicialmente, duas escolas de Piracicaba, cinco escolas de Campinas (duas de Educação Infantil, duas de Ensino Fundamental, uma de Educação de Jovens e Adultos - EJA, a última mantida até hoje), tomadas por convênio Universidade/Prefeitura está em funcionamento na cidade de São Carlos em parceria com a Secretaria Municipal de Educação/Educação Especial e duas unidades escolares (Infantil e Ensino Fundamental). Essas escolas de São Carlos tornaram-se referência para crianças surdas na rede municipal de ensino, escola de educação infantil e escola de ensino fundamental.
Portanto, passou a ser possível efetivar a construção educacional no formato inclusivo e bilingue, com a função de atender as reais demandas do estudante Surdo, e garantir, consequentemente, sua inclusão social. Assim, para o desenvolvimento de tal proposta educacional é necessário a formação de uma equipe de profissionais constituída por:
a) 06 intérpretes de Libras/Português responsáveis por propiciar o acesso dos alunos surdos aos conteúdos ministrados; b) 02 educadores surdos responsáveis pelo ensino de Libras para os profissionais da escola e pelo desenvolvimento linguístico dos alunos surdos em Libras; c) 02 auxiliares de pesquisa que atuam na organização e implementação das propostas visando uma boa articulação entre a equipe escolar e a universitária e d) 01 pedagoga especialista em educação de surdos responsável pelo desenvolvimento de oficinas de português para as crianças surdas que estão no ensino fundamental (primeira etapa) (LACERDA; LODI, 2007, p. 2).
Assim, buscou-se na escola comum uma outra forma de estruturação pedagógica para os surdos, embora tenha acontecido uma certa resistência dos espaços existentesaté então ofertados, conforme a Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994) norteados a partir da política educacional nacional. Portanto, tal apresentação bilíngue inclusiva foi enquadrada para salas de aula regulares.
Desta forma, os estudantes surdos matriculados na Educação Infantil, como primeiro projeto de construção desse espaço bilingue permaneceram confinadas às salas de aula e compartilhadas com o intérprete de Libras. No contraturno, as aulas de Libras, ministradas por educadores Surdos, para promover o desenvolvimento o desenvolvimento da linguagem das crianças, considerando que a maioria chega à escola sem ter tido nenhum contato anterior, ou uma experiência restrita, com a Libras em seu ambiente social. Assim, o programa procurou fornecer recursos para capacitar professores, e interpretes de Libras com formação continuada, planejamento de atividades e estratégias de ensino aprendizagem (LODI; LACERDA, 2009).
Por meio desse mecanismo emergente de estratégias, práticas e resistência tecnológica visando mais educação, desenvolvido e apoiado por pesquisadores e profissionais, apoiados pela comunidade escolar, tem sido capaz de trazer um conhecimento diversificado que contribui para descolar o saber já consolidado em visa pela criação de uma nova conjuntura. Nesse contexto, o termo “emergência” é entendido como “um salto pelo qual passo dos bastidores para o teatro, [...] a emergência designa um lugar de afrontamento. [...] Ninguém é, portanto, responsável por uma emergência, ninguém pode se autoglorificar por ela, ela sempre se produz no interstício (FOUCAULT, 2012, p. 67).
Dessa forma, é possível afirmar que um novo aspecto da educação dos Surdos emergiu dos bastidores (as universidades) para o palco (ambiente escolar), como um ponto de aparecimento, em que se produz sempre um determinado espaço de força, fazendo saltar forças para o surgimento de novas ações. Diante da implantação da escola bilingue, após a experiência inicial e, a partir do aprendizado dela, foi possível notar um novo modelo distinto com as salas de Libras na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I, a partir da justificativa do desenvolvimento da linguagem e da dificuldade do ensino realizado por meio do processo de tradução, ou seja, com intérpretes de Libras advindos de experiências anteriores (MORAIS, 2018).
Este novo programa, com salas de aula bilingues e estrutura variada, propõe-se a ser desenvolvido, juntamente com as escolas municipais para a Educação Infantil, Ensino fundamental e EJA, incorporando a experiência de inclusão de alunos Surdos do PSD no espaço escolar, decompondo e elaborando recursos educacionais apropriados para os alunos. Para tal desenvolvimento foram oferecidas
1) formação continuada, a toda a equipe que atuante na escola, sobre a surdez e sobre a Libras, abordando-se a constituição da língua e as particularidades de seus processos discursivos enunciativos; 2) formação continuada sobre didática e estratégias de ensino para alunos surdos para professores ouvintes, instrutores surdos e intérpretes de Libras. Para tal, além das ações dos pesquisadores nas escolas, havia a presença também de: a) intérpretes de Libras/Português que propiciaram o acesso aos alunos surdos dos conteúdos ministrados na segunda etapa do ensino Fundamental e EJA; b) de instrutores surdos responsáveis pelo ensino de Libras para os profissionais das escolas e pelo desenvolvimento linguístico dos alunos surdos em Libras; c) Professores Bilíngues responsáveis pelas salas de aula com língua de instrução Libras na Educação Infantil e Ensino Fundamental I (LODI; LACERDA, 2009, p. 25).
Como observado, a implantação de atividades bilingues na Educação Infantil pode ser realizada nas mais diversas salas de aula, respeitando a apresentação linguística para aquisição da Libras. Assim, é possível que a educação do Surdo seja proporcionada a partir de dois ângulos divergentes. O dualismo infunde um potencial de resistência contra a polarização e, até mesmo, a axiomática, em que duas organizações se relacionam em um jogo estabelecido por diferentes verdades estabelecidas. Assim, é responsabilidade das Instituições de Ensino e das Secretarias de Educação, tanto municipais, quanto estaduais, a implementação de salas e escolas bilingues incorporadas. Convém, retornar à observação de Foucault, em que a segunda parte do “estagio”, nessa situação se baseia em uma complexa investigação das experiências e estudos das causas dos Surdos. O palco, representando aqui pela administração pública, é vista como um espaço para aprofundamento do debate e que funcionam como alternativa de aceitação.
3.4. A EDUCAÇÃO BILINGUE E A IDENTIDADE SURDA
Apesar do crescimento do interesse em relação a educação bilingue e o aumento do número de escolas com esse enfoque, ainda tem sido difícil encontras no Brasil estudos que falem sobre a educação bilingue, conforme afirma Cortez (2007), a maioria das pesquisas do Brasil ainda é muito restrita, especialmente em relação ao processo de ensino aprendizagem de outra língua em um ambiente que não a língua materna. De qualquer maneira, apesar das dificuldades, abordaremos alguns dos pontos da educação bilingue de Surdos no Brasil.
Para Megale (2005) a educação bilingue é qualquer sistema escolar de educação que, em um determinado momento, o processo educacional é planejado e executado em duas línguas, no caso da Educação de Surdos, a Libras como primeira língua e o português, na modalidade escrita, como segunda língua. De acordo com Cortez (2007) o objetivo desta educação é o bilinguismo e o biculturalismo. Neste contexto, os alunos desenvolvem as duas línguas através da interação do conhecimento aprendido nos processos pedagógicos e, bem como, do processo natural através da sociabilidade.
Megale (2005) explica que há três categorias que estão presentes nos programas de educação bilingue: 1) a primeira inclui os programas em que a instrução é dada em ambas as línguas de maneira simultânea; 2) na segunda, a instrução é fornecida primeiramente na língua materna e, posteriormente, na segunda língua, quando os aprendizes estão aptos a utilizá-la para fins acadêmicos; 3) e a terceira categoria, se refere aos programas de educação em que a instrução é dada por meio da segunda língua, enquanto que a primeira apenas é introduzida em um estágio posterior, inicialmente como disciplina específica e, posteriormente, como instrumento de instrução.
A educação bilingue, segundo Megale (2005) engloba o conhecimento de outras culturas. Assim, percebemos que o Surdo não deve ser visto como um deficiente, mas como sujeitos proativos que tem uma experiência de mundo diferente. Os surdos possuem uma própria identidade e cultura, criadas por meio de suas vivencias visuais em comunidades surdas e ouvintes, representada por meio de uma língua visual, a língua de sinais, em que as percepções do mundo são marcadas pelas experiências visuais.
Assim, com a modalidade bilingue de ensino surge essa proposta de educar as crianças surdas a partir da própria realidade e da linguagem materna, ou seja, sua língua natural, não impondo, desta forma, um ensino sistematizado e escrito. Neste sentido, Quadros (1997, p. 27) explica que:
Se a língua de sinais é uma língua natural adquirida de forma espontânea pela pessoa surda em contato com pessoas que usam essa língua e se a língua oral é adquirida de forma sistematizada, então a pessoa surda tem o direito de ser ensinada na língua de sinais. A proposta bilingue busca captar esse direito.
As crianças Surdas, quanto mais cedo forem inseridas na escola bilingue, ou forem colocadas em contato com outras pessoas Surdas usuários de Libras, terão um aprendizado facilitado e o fortalecimento da sua identidade cultural e, bem como, de sua língua. A educação bilíngue é a melhor opção para as crianças surdas adquirirem sua cultura e identidade, pois esta educação fornecerá meios suficientes para sua formação e ampliação de seus conhecimentos, formando crianças surdas com mais autonomia. Neste sentido Machadoe Prestes (2007, p. 53) destacam que:
Somente com uma educação bilingue, ou seja, com o conhecimento da língua de sinais e da língua oral (no caso do Brasil, a língua portuguesa), é que o surdo poderá participar do meio social, se expressar e conhecer o mundo das informações. Assim, a criança conseguirá adquirir mais facilmente uma estrutura linguística e aprender a ampliar seus conhecimentos.
Assim, as escolas bilingues não apenas ajudam na aquisição da Libras, mas também na formação e na aquisição da Cultura Surda, as crianças estarão inseridas em um meio que os professores e os demais colegas também são surdos, e assim, é preservada sua língua materna e sua cultura.
CONCLUSÃO
A Luta dos surdos não termina por aqui, mesmo amparados pela Lei, ainda lutam por seus Direitos, bem como o Direito de uma Educação Bilíngue como se destaca no Projeto de Lei nº 4.909/2020, que recentemente fora aprovado pelo Senado Federal, que depende agora da aprovação da Câmara dos Deputados Federais.
Percebo desta forma que não basta a existência da uma Lei, mas precisa-se fazer valer. Colocá-la em ação para que os surdos possam vivenciar seus direitos como em um todo.
Na citação da autora Surda PERLIN, deixa claro a importância de uma Educação Bilíngue:
Em termos pedagógicos, o professor surdo em sala de aula é muito importante, por que quando a criança surda mira o professor surdo, ela se sente refletida nesse professor, ela sabe que, se o professor chegou lá, ela também pode chegar. Com professor ouvinte, a criança surda tem grande dificuldade de se identificar numa perspectiva de futuro. Então essa criança se sente excluída no processo de formação de sua própria identidade. O professor surdo pode ser o modelo de como nós, surdos, precisamos ser, em termos linguísticos e culturais (PERLIN, 2007).
Esperamos que em um futuro próximo possamos nos comunicar sem barreiras da sociedade, que façamos de nossas mãos bocas e nossos olhos ouvidos para que todo surdo possa ser visto e compreendido pela sociedade.
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