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TEORIA DE VOO MÓDULO 03 AULA 01 www.aerocurso.com http://www.aerocurso.com/ Estações das Pás É a divisão de toda área da pá longitudinalmente. A referência inicial é a base da pá. É graduada em polegadas. As estações são usadas para se determinar o Centro de Gravidade (CG) e Centro de Pressão (CP) e, também, para se determinar os ângulos de torção entre a raiz e as pontas das pás. Envergadura – é a distância entre a raiz e a ponta da pá. Alongamento - é a divisão entre a envergadura e a corda. Pode ser conhecida como Razão de Aspecto. Eixos do Helicóptero e das Pás Os movimentos de uma aeronave podem ser realizados em torno de três eixos imaginários que passam por seu centro de gravidade (CG), que devem estar o mais próximo possível do mastro. Observe a figura: Eixo Longitudinal (X) – é o eixo imaginário que passa a aeronave da proa até a cauda. O movimento em torno do eixo Longitudinal da aeronave é conhecido como rolamento, rolagem, bancagem, ou inclinação lateral, e é efetuado para esquerda ou para direita. Estes movimentos de estabilidade lateral são executados pelo comando cíclico. Eixo Trasnveral ou Lateral (Y) – é o eixo imaginário que atravessa a aeronave da esquerda para a direita. O movimento em torno do eixo lateral da aeronave é chamado de arfagem. Pode ser efetuados em dois sentidos: Para Cima (Cabrar) Para Baixo (Picar) Eixo Vertical (Z) - é o eixo imaginário que passa pela aeronave de cima para baixo. O movimento em torno do eixo vertical chama-se guinada. Esse movimento é comandado pelos pedais de comando do rotor de cauda, responsável pela estabilidade direcional do helicóptero. Eixo de Movimento das pás Assim como na aeronave como um todo, as pás também possuem os mesmo eixos, ou seja, eixo longitudinal, eixo vertical e eixo transversal. Eixo Longitudinal É o eixo que atravessa toda a pá desde sua raiz até sua ponta, no qual se faz o movimento de mudança de passo. Eixo Transversal ou Lateral É o eixo imaginário que atravessa toda a pá da esquerda para direita próxima de sua raiz. É por esse eixo que se dá o movimento de batimento (vertical). Eixo Vertical É o eixo imaginário que passa pela pá de cima para baixo próximo a raiz, pelo qual se dá o movimento de avanço e recuo. Só acontece devido à força de Efeito Coriólis. EFEITO CORIÓLIS OU DESBALANCEAMENTO GEOMÉTRICO O efeito Coriólis é resultante de uma força inercial que se aplica a corpos que se movimentam sobre uma superfície em rotação, como a Terra. Ele foi descrito pela primeira vez em 1835 pelo cientista francês Gustave-Gaspard Coriólis. A força inercial atua à esquerda da direção do movimento para rotação em sentido horário e à direita para rotação em sentido anti-horário. O efeito Coriólis causa uma deflexão aparente na trajetória de um objeto que se move em linha reta em um sistema de coordenadas em rotação. O objeto na verdade não se desvia da linha reta, mas aparenta fazê-lo em função do movimento da superfície sob ele. EIXO DE ROTAÇÃO CG DA PÁ BATIMENTO PARA CIMA EIXO DE ROTAÇÃO DO MASTRO A distância do centro de massa ao eixo de rotação vezes a velocidade de rotação deve permanecer constante para uma determinada rotação. V = ω.r EC = m.v² = m. ω².r² 2 2 Caso a distância do centro de massa ao eixo de rotação varie, a velocidade também irá variar, para que o produto permaneça constante (k). Sempre que as pás do helicóptero fazem o movimento de batimento para cima, a distância do seu centro de massa ao eixo de rotação, diminui. A distância se tornando menor, a velocidade de rotação da pá deverá aumentar, para que o produto permaneça constante. Quando ocorre o contrário, ou seja, temos um batimento para baixo, nos distanciamos mais do eixo de rotação e a tendência será a de diminuir a rotação. A esta tendência das pás em alterarem suas velocidades damos o no me de efeito de Coriólis, que provoca os movimentos de avanço e recuo. Os amortecedores (dampers) instalados no cubo do rotor, são os responsáveis por absorver estes movimentos de avanço e recuo. Por enquanto, devemos saber que esta tendência de variar a velocidade é absorvida nos rotores articulados pelos amortecedores de avanço e recuo, e nos rígidos e semirrígidos pela própria estrutura. O efeito de desbalanceamento geométrico é resultante dos constantes esforços nos movimentos de avanço e atraso das pás e de tração e compressão na raiz das mesmas, podendo resultar até na quebra das pás. TIPOS DE ROTORES E SEUS MOVIMENTOS DAS PÁS Rotores Rígidos É um tipo de rotor que faz somente as mudanças de passo, pois a cabeça do rotor, as pás e o mastro, todo o conjunto é rígido. Devido à rigidez do conjunto rotor, aparece o problema da dissimetria de sustentação, para a solução desse problema as pás fazem seu batimento através de sua flexão. A grande vantagem nesse sistema é a simplicidade e custo de construção, pois se elimina os eixos de batimento e os eixos de avanço e recuo. Existe uma grande força de inércia no sistema de rotores rígidos, pois apresenta grande quantidade de massa. O tempo de diminuição de rotação desse tipo de rotor e relativamente demorada, o que dá ao piloto mais tempo para trabalhar os comandos para se manter uma faixa de rotação segura. Em caso de perda de rotação abaixo da faixa de segurança, será grande a demora para recuperar a rotação. Deve-se atentar para autorrotação próximo ao solo durante os treinamentos de panes, pois poderá não haver tempo suficiente para recuperação da rotação de segurança. Há é sujeita a várias forças, mas em especial nesse sistema de rotor rígido, a pá sobre grande força de cisalhamento, pois é ela quem faz o movimento de batimento por flexão. Essa flexão pode destruir a pá. Este tipo de sistema rotor são, geralmente, usados em sistemas contra rotativos, que anulam os efeitos giroscópicos entre si. Rotores Semirrígido Nesse tipo de sistema rotor, a pá e a cabeça são rígidas entre si e fazem os movimentos de mudança de passo e de batimento. Em conjunto, o mastro e as pás do rotor, fazem o movimento de batimento, com um movimento muito semelhante a uma gangorra. Enquanto o mastro faz o batimento para cima a pá, por sua vez, faz o movimento contrário. Esse movimento de batimento, executado pelo conjunto mastro e pá, é a solução para o problema da dissimetria de sustentação. O sistema de rotor semirrígido é mais simples que o rotor articulado, pois cada pá faz o movimento de flapping (batimento) e o movimento de avanço e recuo, o que faz com a construção seja de mais simples manutenção e construção. As pás são fixas a cabeça e não são dependentes da força centrífuga para manterem sua rigidez. Rotor Articulado No sistema de rotor articulado as pás fazem todos movimentos: mudança de passo, batimento, avanço e recuo de forma independentes umas das outras. O movimento de batimento, quando feito independentemente pelas pás soluciona o problema de dissimetria de sustentação mais eficazmente. Nos rotores rígidos e semirrígidos havia a necessidade de inclinar o mastro e assim inclinar o disco rotor para se cria a sustentação. Nos helicópteros de rotor articulados o mastro não é inclinado. Existem articulações de batimento permitem a inclinação do disco de rotação. Atualmente as aeronaves não inclinam mais o mastro do conjunto rotor. A inclinação do disco de rotação é feita por articulações ou por flexão das pás do rotor. Sua construção é complexa, pois possui três eixos e dois tipos de componentes: Os amortecedores de arrasto(Drag Dumpers), que limitam os movimentos de avanço e recuo; Os limitadores de queda vertical das pás, que quando paradas são suportadas pelo Drop Stop. Observe a tabela eixo – movimento: COMANDOS DE VOO Comando Coletivo É chamado de coletivo porque aciona coletivamente o ângulo de passo de todas as pás do rotor principal. É acionado pela mão esquerda do piloto. Quando o coletivo é manobrado para cima, aumenta-se o ângulo de ataque das pás e assim a sustentação. Pelo aumento da sustentação, aumenta-se também o arrasto. Esse arrasto faz os rotores perderem rotação abaixo do limite de segurança, para isso deve- se abrir a manete potência na extremidade do coletivo e manter as rotações de motor e rotor dentro de uma faixa de segurança. Em oposição, se o coletivo e baixado a sustentação e o arrasto diminuem. Deve-se fechar a manete de potência o suficiente para manter as rotações dentro da faixa de segurança e assim não permitir o disparo de RPM. O disparo de RPM pode quebrar componentes das pás pelo excesso de força centrífuga. O disparo de RPM causa danos também nos motores da aeronave. O comando coletivo é comando primário de altura e de pressão de admissão, e secundário na RPM. Levantando o coletivo ganha-se altura, sem mover a manete de potência perde-se RPM. Baixando o coletivo perde-se altura e dispara a RPM. Observe a tabela de utilização do coletivo: Para a leitura da RPM no interior da aeronave, ou melhor, no painel do helicóptero, utiliza-se o tacômetro de RPM. Há modelos de aeronaves que utilizam o mesmo instrumento para as duas leituras, RPM do motor e RPM do rotor. Nesse modelo o ponteiro maior marca a RPM do motor e o menor a do rotor. Atualmente muitos fabricantes têm optado pelo modelo de tacômetro com leitura dupla paralela, onde o ponteiro da esquerda marca a RPM do motor e o da direita a RPM do rotor. Há ainda, além dos instrumentos convencionais, aqueles que utilizam telas EFIS (Electronic Flight Instrument System), ultimamente telas de LCD´s, que acumulam várias funções de instrumentos da aeronave, incluindo os tacômetros de RPM´s. Outro instrumento de grande importância no painel da aeronave é o indicador de pressão de admissão do motor, mais comumente conhecido como Manifold. Ele indica a pressão no interior da câmara de admissão e assim os esforços mecânicos produzidos pelo motor. Seus limites, que são indicados pelas cores no indicador, nunca devem ser ultrapassados. Como é um medidor de pressão, quando a aeronave encontra-se com o motor desligado, esse instrumento mostrará a quantidade da pressão atmosférica local. O manifold é geralmente graduado em polegadas de mercúrio. Observa-se que nos motores aspirados, ao serem acionados, a pressão diminui e se os motores forem superalimentados a pressão indicada aumenta. Manete de Potência O manete de potência está instalado na extremidade do comando coletivo. Sua atuação é como nos aceleradores das motocicletas, porém, para se aumentar a RPM deve-se manobrar sua mão sobre o manete na direção dos dedos maiores, que fará com que a borboleta do carburador se abra injetando maior quantidade de ar e combustível no motor. Para se reduzir a RPM, deve-se fazer o movimento contrário, ou seja, na direção do polegar, que fará com que diminua o combustível e ar injetados nos motores pelo fechamento da borboleta do carburador. Dessa forma se controla a potência do motor da aeronave. Em geral o manete de potência tem um curso de 180°. Da posição fechada até a posição de 30°, o motor estará em marcha lenta. Entre as posições 0° e 30°, o manete de potência não é conjugada com o coletivo. Movimenta-se o coletivo e não há alteração de RPM, o que possibilita o treinamento de autorrotação. Acima da posição de 30°, ao movimentar o coletivo para cima, o manete de potência auxilia a manter a RPM do motor e rotores dentro da faixa de segurança ou, inversamente, baixando o coletivo quando se fecha manete de potência. Diz-se, então, que o manete de potência é primário para a RPM e secundário de pressão de admissão. Pedais anti-torque É sabido que quando o rotor principal está girando a fuselagem tende a girar para o lado oposto. Isto é conhecido como efeito torque que nada mais é que a aplicação direta da 3ª lei de Newton, ação e reação. Para contrariar essa força é que existe o rotor de cauda, que cria uma força contraria ao torque, a força anti-torque. É pelos pedais que se controla o passo das pás do rotor de cauda, aumentado ou diminuindo seu ângulo de ataque, ou melhor, aumentando ou diminuindo seu ângulo de torque. Dessa maneira controla-se a proa da aeronave, tendo a função do leme de direção e também de controle do efeito de torque quando se aumenta a potência do motor. Então para se manter a proa, o piloto deve manobrar os pedais do helicóptero. Quando se aumenta a potência e manobra-se o coletivo para cima, a aeronave tende a girar no sentido horário, ou seja, no sentido contrário ao giro do rotor. Então manobra-se o pedal esquerdo para solucionar o efeito de torque. E ao contrário quando diminui a potência e baixa o coletivo. Quando voando com altitude e nivelado com os pedais em posição neutra as pás do rotor de cauda permanecem com um pequeno passo positivo para compensar o torque. Deve-se ajustar sempre a potência, pois a cada aumento ou diminuição nos passos do rotor de cauda, aumenta ou diminui o arrasto, causando variação de RPM. Em voo com velocidade, os pedais do rotor de cauda não interferem, sendo utilizados somente para compensar o torque. Há situações em a curva faz-se para um lado e o pedal aplicado é contrário ao lado da curva. Para saber se está efetuando uma curva coordenada é usar o turn and bank ou um fio de lã pendurada ao para-brisa da aeronave. Quando voando aeronaves equipadas com turn and bank, deve aplicar o pedal do mesmo lado que estiver a bolinha do instrumento (pisar na bola ou chutar a bola). Deve acontecer o contrário com fio de lã, aplica-se sempre o pedal contrário ao fia da lã (pisar no vazio). Comando Cíclico O comando cíclico atua nas pás do rotor principal através das hastes de comando, estrela rotativa e estrela fixa (estacionária), alterando seu passo durante sua trajetória circular. Os ângulos de ataque das pás são mudados a cada posição da trajetória e estes ângulos se repetem a cada ciclo (volta). Através do comando cíclico é que se muda a posição do disco rotor e assim a atitude nos eixos longitudinal e lateral da aeronave, fazendo a aeronave rolar, picar e cabrar. Mover o cíclico à frente irá aumentar o ângulo de ataque das pás quando passarem a uma determinada posição da sua trajetória, aumentando sua sustentação e, simultaneamente, a pá oposta irá diminuir seu ângulo de ataque, diminuindo sua sustentação. Esta inclinação do disco inclina também o vetor de sustentação que é sempre perpendicular ao mesmo. Este vetor quando inclinado, faz surgir uma componente horizontal (tração) tracionando a aeronave na direção em que o rotor se inclinou. O comando cíclico é extremamente rápido e sensível desde o voo pairado até a velocidade máxima (Vne). O piloto deve movimentar este comando com muita suavidade, pequena amplitude dos movimentos e com precisão para não colocar a aeronave em uma condição perigosa de voo, principalmente durante os voos pairados. Durante os voos com deslocamento horizontal (em translação), os estabilizadores auxiliam o piloto a equilibrar a aeronave tornando mais fácil seu manuseio. Ao comandar uma curva, não é necessário o uso dos pedais como acontece nos aviões. Utilizamos os pedais somente para controlar a força anti-torque para manter a aeronave alinhada com o vento.Quando aplicamos o cíclico para qualquer lado, aeronave inicia um deslocamento ganhando velocidade, então, dizemos que o comando é primário de velocidade. No entanto, à medida que inclinamos o disco e ganha velocidade a aeronave perde altura ou altitude, daí dizemos que o cíclico é secundário de altura ou altitude. Uma vez em deslocamento, ao se aplicar o cíclico para trás (sentido contrário ao deslocamento), a aeronave perde velocidade e ganha altura. A atuação do comando cíclico nos rotores deve chegar até 90° defasados (atrasados) devido ao efeito giroscópico (precessão Giroscópica). A precessão giroscópica é um fenômeno que ocorre em todas as massas giratórias, inclusive nos rotores dos helicópteros. Ao se aplicar uma força em um ponto de um corpo girando, o resultado irá se manifestar num ponto 90° após, no sentido da rotação. Observando a figura temos uma massa giratória e o seu sentido de rotação. É aplicada uma força num ponto onde o corpo deveria girar no eixo Z no sentido anti-horário. Porém a força foi aplicada num ponto e reagiu em outro ponto 90° após. Assim o corpo gira no eixo Y e o eixo X se desloca para a posição X. Com isso houve necessidade de construir os comandos com atuação devassada, ou seja, o piloto atua no comando cíclico para a posição desejada, porém, a atuação nas pás é de forma antecipada. Por exemplo, movimentar a aeronave à frente do disco do rotor deve ter sua sustentação aumentada na parte traseira do disco e diminuída na parte dianteira, isto é obtido quando o cíclico é acionado para frente mudando o passo das pás. Porém, seus passos são alterados numa posição 90° antes do ponto onde se deseja a alteração da sustentação. Observe que isto ocorre com o auxílio do pitch horn que atua nas pás desta forma antecipada. Esta propriedade se chama Rigidez Giroscópica e é aproveitada nos instrumentos que indicam a atitude da aeronave, como o horizonte artificial e direção do giro direcional. Nestes instrumentos existe um rotor interno apoiado numa série de mancais e manterá o seu plano de rotação. Esta propriedade permite que, através de ligações mecânicas, informem ao piloto a atitude e direção da aeronave. Normalmente são utilizados e voos por instrumentos. Ao aplicar uma pressão ascendente no eixo de rotação do giro, uma força defletiva é aplicada ao aro do giroscópio no ponto A (plano de força). A força resultante é 90 ° à frente no sentido de rotação para o ponto B (plano de rotação). A resultante é o Plano de Precessão. TIPOS DE VOO. O helicóptero tem a capacidade de executar voo pairado ou com deslocamento, pois as pás estão em deslocamento em relação ao vento. Essa facilidade e conseguida por possuir asas rotativas. Efeito Cone É quando as pás do rotor principal têm um enflechamento demasiado para cima, o que faz o disco de rotação girar fora do plano recomendado. Isso pode causar perda de sustentação e os esforços excessivos nas pás podem quebrá-las. A composição da Sustentação e da Força Centrífuga são as causadoras desse efeito cone, pois há um decréscimo na força centrífuga e aumento na sustentação. É observado esse efeito em cabradas, curvas ou manobras bruscas, excesso de peso, ventos ascendentes e baixa RPM. Esses fatores elevam consideravelmente o fator carga. Vale observar alguns cuidados quanto a RPM utilizada: O Efeito Cone é acentuado pela diminuição da RPM e aumenta as chances de quebras de pás; O excesso de RPM, além da informada pelo fabricante do aparelho, provoca uma antecipação no Efeito de compressibilidade, o que pode levar a perda de pás, quando estas quebram aproximadamente na junção com o mastro rotor (largar a pá do punho), que é causada pelo aumento excessivo da força centrífuga. É inevitável que um certo cone aconteça, principalmente nos rotores articulados, onde as pás tem movimento livre, porém não devem ultrapassar o ângulo limite especificado pelo fabricante, pois haverá efeito cone. Efeito de Solo É a sustentação extra que o helicóptero adquire. Essa sustentação é máxima quando o aparelho se encontra em voo pairado até atingir altura máxima da metade do diâmetro do disco rotor, o que resultará em aumento no teto de pairado. A partir daí perde-se completamente sua eficácia. Isso, supracitado, nada mais é que aplicação direta da 3ª Lei de Newton. O helicóptero tenta empurrar a terra e a terra devolve empurrando o aparelho para cima, causando sustentação extra até a altura da metade do diâmetro do disco rotor. O tipo de terreno, a direção e quantidade ar são de grande importância. No caso do terreno, quanto mais plano for e mais consistente for, maior será a quantidade de ar será defletido para cima e para fora e isto causa a sua eficácia, porém perde-se eficácia quando operando em área gramada, capim e água, onde o efeito solo é quase inexistente. Ao ferir os parâmetros do efeito de solo, operando em áreas onde a base é volátil, a pressão alta (positiva) abaixo de área do cone dissipa-se rapidamente, isso é conhecido pelas siglas internacionais IGE e OGE, onde: IGE (In Ground Effect) é estar no efeito de solo; OGE (Out Ground Effect) fora do efeito de solo. Observe na figura IGE que o ar tragado pelo rotor principal toca o solo e retorna para cima, formando uma zona de alta pressão. Na figura OGE o ar não retorna para cima e isso pode causar um brusco afundamento do aparelho. Ressonância com o Solo Como o colchão de ar formado abaixo do disco de rotação estar em desequilíbrio há uma vibração violenta e progressiva, isso é chamada de ressonância com o solo. Acontece pela descentralização do centro de massa do rotor pelo movimento de avanço e recuo das pás. Essa vibração geralmente só ocorre quando o aparelho está na condição de efeito de solo. Vale redobrar a atenção, pois essa vibração pode destruir o helicóptero em segundos. Há um grande aumento de probabilidade de ressonância com o solo quando se opera com helicópteros com rotor articulado, amortecedores e pneus no trem de pouso descalibrados, amortecedores de arrasto descalibrados, operando em terrenos acidentados ou de consistências diferentes, cheque de magnetos, táxi, pousos e decolagens, engrazamento e desengrazamento do rotor com o motor. solo de imediato; Existem 2 correções que podem ser feitas: Se houver potência suficiente, deve-se tirar o helicóptero do efeito de Caso na haja potência suficiente, fechar toda a manete do coletivo para o mínimo e aplicar o freio do rotor com muito cuidado. Voo com Deslocamento O helicóptero pode executar 3 tipos de voos que são: relação ao solo. Pairado – sem movimento, o aparelho se mantém parado em Vertical – o helicóptero tem movimento vertical, pois a sustentação é maior que o peso. Horizontal – a aeronave se movimenta no plano horizontal, por sobre o terreno. Nesse caso a tração é maior que arrasto. Vertical Primeiramente com o helicóptero em voo pairado manobra-se o coletivo que fará com que o ângulo de ataque das pás altere-se em todos os setores do plano de rotação igualmente. Haverá uma maior ou menor sustentação, conforme o que se pretende fazer. Manobrando o coletivo para cima, a sustentação será maior que o peso o que fará o aparelho se movimentar verticalmente para cima. Manobrando o coletivo para baixo o peso será maior que a sustentação fazendo o helicóptero movimentar-se verticalmente para baixo. Horizontal Nos aviões, aeronaves de asa fixas, a tração é procedente da força que a hélice provoca, empurrando o ar para trás. Nos helicópteros, que são aeronaves de asas rotativas, a tração é conseguidaatravés da inclinação do vetor sustentação decompondo o peso, o que faz gerar muitas outras forças. O comando cíclico é o responsável pela inclinação que gera a força de tração no aparelho. Este cria diferentes ângulos em cada setor do plano de rotação, utilizando uma unidade misturadora. A inclinação deve-se exclusivamente à mudança de passo cíclica, que utiliza ângulos diferentes para cada setor que a pá se encontre. A sustentação é decomposta em duas forças, uma vertical que a resultante aerodinâmica (RA) e outra inclinada na direção da metade mais baixa do plano de rotação. Esta segunda e a combinação da sustentação e peso farão com que seja gerada a tração. A tração e uma força horizontal com mesma direção e sentido contrário ao vento relativo. Ao aparecer a tração, tem-se o aparecimento do efeito pendular (o helicóptero – fuselagem - tem a tendência de inclinar-se no mesmo sentido do plano de rotação); mais a diminuição da sustentação em função da inclinação do plano de rotação e a perda do efeito de solo, faz com que o helicóptero tenha a tendência de afundar por inteiro no início do deslocamento, havendo uma necessidade de maior potência para manter-se a altura do voo. A tração é inversamente proporcional a sustentação; maior tração, maior inclinação do disco de rotação, resultando em uma menor sustentação. PRINCÍPIOS DE VOO Para se iniciar um voo, após a inspeção de pré-voo, deve-se acionar o motor da aeronave conforme recomendações do fabricante da aeronave. Uma vez acionado, deve-se acoplar (engrazar) o motor ao rotor através da embreagem. As embreagens podem ser por correias, sapatas centrífugas ou acionamento direto. Quando termina o seu engrazamento, devem-se manter as rotações de motor e rotor dentro da faixa verde de operação. Nos motores a reação normalmente não se utilizam embreagens. O acionamento dos rotores é feito através de um sistema chamado "turbina livre". A partir daí, o piloto deve erguer o comando coletivo fazendo aumentar o passo de todas as pás através das hastes de comandos, estrela fixa e estrela rotativa, pitch link, pitch horn, punhos chegando às pás, aumentando a sustentação e o arrasto dos rotores. Este arrasto provocará uma redução da rotação do conjunto, então, o piloto deve abrir a manete enquanto ergue o coletivo para aumentar a potência e manter as rotações normais (arco verde). O contrário, baixando-se o coletivo, deve-se também fechar a manete para que não haja um disparo de rotação devido à redução do arrasto. Este disparo de rotação é prejudicial para o conjunto da cabeça, punho e pás porque a força centrífuga aumenta, podendo danificar estes componentes e o motor também. Uma vez feito todo esse processo, a aeronave decola e o piloto deve mantê-la voando próxima ao solo mantendo voo pairado, ou seja, sem deslocamento para qualquer lado. Durante este voo pairado o disco e as estrelas ficam paralelas ao solo e o helicóptero está sendo submetido a uma força chamada efeito de deriva que tenta deslocar a aeronave no sentido oposto ao do rotor de cauda. Você pode ver na figura que uma parte da força torque do rotor principal (a parte da frente) aponta para direita e a tração do rotor de cauda também aponta para a direita. A outra parte do torque do rotor principal (a parte traseira) aponta para a esquerda. Assim que o helicóptero decolar para um voo pairado, haverá uma tendência da aeronave deslocar para a direita sendo influenciada por estas forças. O contrário ocorre em motores que giram em sentido horário. Este movimento é conhecido como deriva. Não podemos confundir com a deriva de rota durante as navegações ou com as derivas (estabilizadores) das aeronaves. A deriva deve ser corrigida movimentando o cíclico para a esquerda para que o disco incline lentamente e contrarie este movimento. Alguns projetistas incorporaram métodos automáticos de correção e os mais comuns são: 1 – Construção do mastro do rotor principal ligeiramente inclinado para a esquerda. 2 - O uso de mecanismo no controle do cíclico. Isso envolve um arranjo que mantém o cíclico ligeiramente inclinado para a esquerda. A deriva ocorre a qualquer momento do voo com potência e deve ser corrigida. Num voo à frente e especialmente aproximando-se da velocidade de cruzeiro, a estabilidade direcional da aeronave reduz a necessidade de força anti- torque, pois a deriva será menos significante. TENDÊNCIA DE ROLAMENTO Depois da deriva ser corrigida, a componente horizontal do rotor aponta para a esquerda, enquanto o do rotor de cauda aponta para a direita. Estes dois vetores formam a tendência de rolagem para a esquerda. Alguns dispositivos podem reduzir este efeito. 1 - Colocando o rotor de cauda num suporte, a distância vertical entre a componente horizontal do rotor principal e do rotor de cauda é menor. Com isso reduzindo o braço, diminuindo o momento de rolamento. Um resultado similar é obtido inclinando-se o cone de cauda para cima. 2 - Deslocando o mastro para a esquerda, causa-se uma mudança lateral do CG da aeronave para a direita do mastro, o qual se opõe à tendência de rolagem. 3 - Voando a aeronave com o balanceamento correto, mantendo o CG lateral à direita do mastro. Essa deriva é causada pela resultante dos momentos provocados pelo rotor principal e o rotor de cauda durante a compensação do torque. VOO COM VELOCIDADE. Uma vez no voo pairado, aplica-se o comando cíclico à frente, inclinando o plano de rotação do rotor principal e o vetor sustentação (L é sempre perpendicular ao disco do rotor). Esta inclinação faz surgir o vetor horizontal, conhecido como tração (T) e o vertical (L) continua responsável pela sustentação. Para calcular o valor desta força de tração devemos saber qual o valor da sustentação para mantê-lo num voo pairado (desconsiderando o arrasto de fuselagem). Este valor será igual ao peso da aeronave, ou seja, multiplicar este valor (peso) pelo seno do ângulo da inclinação do plano. Porém, quando se inclina o plano, o vetor vertical fica menor que o vetor peso e, ao iniciar o deslocamento, se o piloto não acionar o coletivo e a manete de potência, a aeronave perde altura. A maneira de calcular o valor deste vetor vertical é multiplicando o valor do peso pelo cosseno do ângulo da inclinação do plano de rotação. Nos exames para pilotos e mecânicos, serão fornecidos os dados de peso da aeronave, o ângulo de inclinação do disco do rotor, o seno, cosseno e tangente do ângulo. Assim, como exemplo, qual será a tração e a sustentação de uma aeronave que pesa 10.000 lbsf, teve seu disco inclinado 15º, onde potência e coletivo não foram alterados? Dados: seno de 15º = 0,259 cosseno de 15º = 0,966 -tangente de 15= 0,27 Resultado: T= 0,259 x 10.000 = 2590 lbsf e L = 0,966 x 10.000 = 9.660 lbs VOO EM CURVA Quando um corpo está em movimento em linha reta tem a tendência de permanecer assim indefinidamente, a não ser que uma força seja aplicada sobre ele induzindo-o a uma nova trajetória. A força que provoca este desvio é aplicada perpendicularmente à sua trajetória e é dirigido ao centro da sua massa, por isso é chamado de força centrípeta. Quando se aplica o cíclico lateralmente, o disco do plano do rotor é inclinado para o lado e inclina também a força de sustentação, que é sempre perpendicular a este plano. Isso resulta na separação do vetor sustentação em duas componentes: uma paralela (Ch) e outra perpendicular (Cv). A componente que age para cima e opõe ao peso e é chamado de componente vertical de sustentação (Cv) e outro vetor horizontal (Ch) traciona a aeronave no sentido da inclinação criando a força centrípeta atuando no helicóptero para tirá-lo de sua trajetória reta e efetuar uma curva. A 3ª Lei de Newton diz que, a toda força corresponde uma reação de igualintensidade e de sentido contrário. Essa força aparece no mesmo instante em que iniciamos uma curva com a força centrípeta, porém, ela aprece no sentido contrário e se chama força centrífuga. Se o ângulo de inclinação aumentar, a força de sustentação da componente vertical diminui, assim, a aeronave perde altura, sendo necessária aplicação do coletivo e potência para manter uma curva nivelada. Em consequência da força centrífuga ocorre o aumento do “peso” da aeronave de tudo que ela transporta. Este aumento de “peso” é chamado de fator de carga (N) e pode ser calculado pela fórmula: 1 dividido pelo cosseno do ângulo de inclinação da aeronave e a unidade da resposta será em “Gs”. Nos exames de avaliação para piloto e mecânico, serão fornecidos os dados: - Peso da aeronave; - Ângulo de inclinação; - Valores de seno, coseno e tangente. As respostas poderão ser em “Gs” (fator de carga N) ou em massa. Neste caso multiplica-se o valor obtido em “Gs” com o valor do peso fornecido. CURVAS NIVELADAS A curva nivelada é uma manobra utilizada para mudar a proa do helicóptero. Para entrar em curva a partir do voo nivelado, aplique pressão no cíclico na direção desejada. Não se usam os pedais para executar esta manobra. Os pedais serão utilizados somente para compensar o torque. O cíclico deve ser mantido numa posição à frente para manter a velocidade constante. A saída da curva deve ser feita com a aplicação do comando cíclico na direção oposta ao da curva. Derrapagem - Ocorre quando o helicóptero desliza lateralmente para o lado da curva e é causada pelo excesso do uso do comando de pedais no sentido da curva ou insuficiente uso no sentido oposto para correção do torque aplicado pelo coletivo. Neste caso o nariz não acompanha a trajetória circular e entra para o centro da curva. Derrapagens ocorrem também em voo reto e nivelado quando o nariz não fica alinhado com o vento relativo por uso inadequado para compensar o torque. Isso faz com que a aeronave perca velocidade de deslocamento, ocasionando aumento desnecessário de consumo de combustível. Devemos mencionar que em certos tipos de missões, é necessário efetuar derrapagens, como nos voos de fotografia e filmagens aérea, por exemplo. Glissada (glissagem) - Ocorre quando o helicóptero desliza lateralmente para o centro da curva. É causada pela insuficiência de uso de pedais no sentido da curva ou excesso de comando no sentido oposto para a correção do torque aplicado pelo coletivo. Neste caso o nariz não acompanha a trajetória circular e sai do centro da curva. TETOS DE OPERAÇÕES DO HELICÓPTERO O helicóptero, sendo uma aeronave que consegue fazer o voo pairado, cria três tentos de operações. O primeiro teto (A) é no final de uma faixa que se inicia o nível médio do mar (nmm) até uma altitude onde o helicóptero consegue fazer o voo pairado no efeito solo, fora do efeito solo e ainda em deslocamento (translação). O seguimento teto (B) é uma faixa que se inicia no final da primeira faixa e termina numa altitude onde o helicóptero só consegue fazer voo pairado dentro do efeito solo ou em translação. E o terceiro última faixa (C) se inicia no final da segunda e termina numa altitude máxima onde o helicóptero alcança. Nesta faixa só consegue efetuar o voo em translação. É conhecido como teto absoluto. Essas condições de voo ocorrem devido a duas situações: - Densidade do ar que diminui muito com altitude, prejudicando a performance do helicóptero para manter o voo pairado ou alcançar grandes altitudes. Peso da aeronave, pois quanto maior o peso, menor será a atitude dos tetos. Efeito de fluxo transverso No início do deslocamento da aeronave, o fluxo vertical na sessão traseira do disco rotor provoca a redução do ângulo de ataque, resultando em menor sustentação. O maior ângulo de ataque e mais sustentação gerada, na parte da frente do motor porque o fluxo de ar nesse ponto é mais horizontal. Estas diferenças entre as duas zonas do disco rotor tem o nome de efeito de fluxo transverso. As desigualdades de sustentação e arrasto provocam vibrações normais no conjunto de frequência intermediária. Este tipo de vibração é facilmente detectável pelo piloto. Estas vibrações aparecem normalmente quando o helicóptero se desloca a velocidade de 0 a 40 km/h, principalmente quando for iniciado com ar calmo. Efeito pendular - é a tendência do mastro alinhar-se com plano de disco do rotor e vice-versa. Esse movimento pode ser lateral e longitudinal. A amplitude do movimento é progressiva, podendo se tornar incontrolável se a manobra não for corrigida a tempo. Essa condição é agravada com o uso brusco dos comandos. O efeito pendular pode ser minimizado com o método Bell, que funciona como um giroscópio e auxilia no controle da aeronave. Consiste numa barra com pesos nas suas extremidades, conectadas em um ângulo reto em relação ao rotor principal e os pitch links do rotor. Sua Sua rigidez é utilizada para estabilizar o rotor através de conexões entre a barra e o pitch link do rotor. Qualquer distúrbio provocado por atuação brusca dos comandos ou turbulência é corrigido pela tendência da barra de permanecer no seu plano original. Observe a figura abaixo. O primeiro helicóptero a utilizar a barra estabilizadora foi o Bell modelo 30, projetado por Arthur Young como uma aeronave estável. Bell modelo 30 E era tão estável que não se conseguia manobrá-la, até que fosse instalado os amortecedores entre (Dumpers) para atrasar a imposição do controle automático estabelecido pela barra estabilizadora. A rigidez destes amortecedores determina a acomodação entre a estabilidade o controle conhecido como lapso de acompassamento. EFEITO CONE - é o ângulo formado entre o eixo longitudinal das pás é uma linha imaginária que passa pela cabeça do rotor. O efeito cone é provocado pela composição de duas forças: a sustentação L e a força centrífuga causada pela rpm dos rotores (FC). O ângulo aumenta com o peso e com a razão de carga criado em curvas, cabradas e recuperação de mergulhos e o ângulo diminui com aumento da rpm. A perda excessiva da rpm leva as pás a um acentuado ângulo de cone e a possível quebra das pás. A rpm máxima também é fixada para evitar que as pontas das pás entrem em estol de velocidade (compressibilidade) e que as forças centrífugas danifiquem os rolamentos de mudança de passo que são instalados no punho das pás. Por isso os fabricantes determinam uma rotação mínima de trabalho e outra máxima, que devem sempre ser respeitadas. ESTÓIS O estol da asa se dá quando ocorre o descolamento dos filetes de ar que formam a camada de ar no extradorso da asa é causado aumento do ângulo de ataque acima do ângulo de perda. Tipos de estol: Estol de potência ocorre quando a aeronave está não vou pairado, fora do efeito solo. Nesta situação de voo, se a densidade do ar for baixa (calor, umidade e baixa pressão), para se manter o voo é necessária a aplicação de um grande ângulo de ataque e muita potência. Daí pode ocorrer este tipo de estol. A aeronave uma vez nesta situação textual, ter de altura e afunda na vertical com uma razão de descida crescente. Os comandos perdem eficiência devido ao ar turbilhonada sobre as pastas dos motores. Para recuperar o voo seguro, o piloto deve imediatamente baixar coletivo e aplicar cíclico à frente. Aumentando-se a velocidade da aeronave, assim, o ar turbilhonada é deixado para trás e a camada de ar retorna o extradorso da asa. Estol de turbilhonamento este tipo de estol ocorre quando o piloto tenta fazer uma autorrotação na vertical até o solo, numa condição de ar calmo ou ventos de baixa velocidade. Durante a descida, o ar que sobe passa pelo rotor e volta para baixo. Este mesmo ar que desce retorna parao rotor deixando o ar turbilhonado. Este turbilhonamento faz com que a camada limite descole do extradorso causando o estol. Para recuperar o voo normal, basta aplicar o cíclico à frente recuperando velocidade e deixando o ar turbilhonada para trás. Anéis de vorticidade. Anéis de vorticidade podem ocorrer em descidas verticais com potência ou em trajetórias com grande razão de descida (com potência) e baixa velocidade de deslocamento. Geralmente ocorre na aproximação para pouso. Durante esse tipo de voo, os rotores empurram para baixo e este mesmo fluxo sobe pelos lados, provocando vórticias ao longo de toda lateral e no centro do disco rotor. Uma vibração e ruído são característicos desta situação, “avisando” que as asas estão no pré-estol. Se houver a necessidade de aplicação de comando coletivo aumentando passo das pás ou um brusco flare, poderá ocorrer o estol de turbilhonamento. E por estar geralmente numa aproximação para pouso, colocará a aeronave numa situação de alto risco. Se o piloto errar a rampa de aproximação e houver a necessidade de descer na vertical, o ideal seria reduzir ao máximo a velocidade à frente, aplicar coletivo suavemente para perder altura e finalizar o pouso com alguma velocidade à frente, deixando o ar turbilhonada para trás. Mas esta manobra deve ser evitada ao máximo pois o mais seguro seria arremeter e tentar um novo pouso. Estol de pá ou estol de ponta de pá Durante o voo pairado com ar calmo e velocidade do ar em todas as pás será igual. Porém, se houver deslocamento ou vento, a velocidade do ar será maior na pá que avança e menor na pá que recua, causando a dissimetria de sustentação. Para resolver as pás fazem o livro batimento. A pá que avança bate para cima diminuindo seu ângulo de ataque e a pá que recua bater para baixo aumentando seu ângulo de ataque. Quanto maior for a sua velocidade aerodinâmica, maiores serão os batimentos para manter a sustentação constante em ambas as pás. Na pá que avança isso não é um problema porque seu ângulo de ataque diminui cada vez mais. Porém, na pá que recua, o aumento do ângulo de ataque atingirá o ângulo crítico e, se ultrapassada, a VNE, (velocidade nunca exceder) essa pá (a que recua) entrará em Stol. Com isso aeronave cabra violentamente devido à precessão Giroscópica e, após rola para esquerda ou direita colocando a aeronave numa atitude adversa tornando quase impossível a retomada do voo normal. Aeronaves de rotores semirrígidos são menos suscetíveis a cabrada, podendo somente ocorrer o seu rolamento. Nessa situação de voo é observado também que próximo à raiz da pá recua ocorre o fluxo reverso do ar, fluindo do bordo de fuga para o bordo de ataque, reduzindo ainda mais sua sustentação. Próximo da VNE a aeronave apresenta vibração e ruído anormal, “avisando” ao piloto desta condição perigosa de voo. Para recuperar a situação normal, o piloto deve baixar o coletivo imediatamente, com suavidade diminuir a velocidade e aumentar a RPM (se o fabricante recomendar). A diminuição da velocidade tem que ser suave porque um grande e brusco flare faz com que as pás tenham um maior ângulo de ataque, podendo agravar o problema. O estol de pá é antecipado e agravado também por turbulência, muito peso, grandes altitudes, baixa densidade do ar, baixa RPM e manobras bruscas, limitando a velocidade dos helicópteros, que poderia ser maior se fosse possível o aumento da RPM dos rotores diminuindo a região de atuação do fluxo reverso na raiz da pá (pá que recua). Porém isso provocaria outro tipo de estol chamado de efeito de compressibilidade (na ponta da pá que avança). Efeito de compreensibilidade Este tipo de estol ocorre em altas velocidades na pá que avança, devido à formação de ondas de choque na ponta da asa e no extradorso. Estas ondas são formadas da seguinte forma: O vento relativo atingi o bordo de ataque dividindo-se em duas partes que fluirão pelo extradorso e intradorso, inicialmente com a mesma velocidade. Porém, no extradorso, este fluxo de ar aumenta sua velocidade, podendo atingir velocidades supersônicas no ponto de maior espessura do aerofólio. Depois diminui novamente sua velocidade em direção ao bordo de fuga. Essa repentina queda de velocidade provoca uma grande diferença de pressão entre as duas áreas formando uma onda de choque. A camada limite descola e turbilhona, provocando um estol de velocidade por compressibilidade. Para retomar o voo normal, basta reduzir a velocidade da aeronave, baixar o coletivo e manter o RPM dos rotores. Alguns fabricantes utilizam dispositivos que “atrasam e enfraquecem” a formação da onda de choque com perfis de asa supercríticos e ponta de pás enflechada. Autorrotação É a manobra realizada em caso de parada de motores permitindo que faça um pouso de emergência. Os rotores são desacoplados dos motores pela roda livre e permanecem girando no mesmo sentido, pelas forças geradas pelo vento relativo que passa pelo rotor principal durante sua descida e também pela sua inércia. Durante essa manobra a aeronave pode ser controlada normalmente, fazendo curvas, aplicando-se os pedais e o coletivo, como necessário, mas sempre em voo descendente. Próximo ao solo, executa uma manobra chamada flare. com o cíclico, o que faz com que a aeronave perca velocidade e razão de descida, mantendo rotação suficiente para amortecer o pouso. Para se executar uma autorrotação segurança, o item mais importante é a rotação dos motores. Sem ela a aeronave perde o controle, pede sustentação e cai. Por isso o piloto deve manter essa RPM até pouquíssimos antes do toque com solo. Durante um voo normal os rotores consomem a energia mecânica produzida pelos motores. Quando os motores param de funcionar, devemos utilizar a energia potencial (Ep) acumulada com altura do voo e a energia cinética (Ec) acumulada com a velocidade do voo para manter a RPM. Essas energias se esgotam rapidamente durante esta manobra. Ambas serão transformadas em energia cinética rotacional (Ecr) mantendo os rotores na RPM correta. O funcionamento dos rotores: A bateria (Ecr) acumulada, que é utilizada pelos rotores e esse nível de energia é mantido pela energia mecânica fornecida pelos motores durante o voo normal. Agora, no caso de parada de muitos motores, entram em ação as energias Ep e Ec, acumulados durante o voo que são: altura e velocidade. Essas duas baterias de reserva são utilizadas para manter o nível de segurança da bateria principal (Ecr). A bateria vai consumir energia até aeronave tocar o solo, não esquecendo que as baterias reservas são esgotáveis. Com a habilidade do piloto, administran-se estas reservas, transferindo (Ep) para (Ec), trocando atitude por velocidade, velocidade por RPM e altura por RPM. Devemos observar que abaixo da rotação mínima a aeronave ficará sem controle e sustentação. Esta reserva de energia não entra em ação automaticamente. Requerem do piloto uma ação imediata e correta antes que a bateria principal (Ecr) atinja o nível de rotação mínima. Quando os motores param, os rotores utilizam a energia acumulada da bateria principal e, como resultado, há uma queda brusca de rotação. A velocidade dessa queda de rotação é atribuída a dois fatores: - A inércia dos rotores, que varia de uma aeronave para outra em função dos materiais e forma de construção. Rotores com alta inércia tem a vantagem de a rotação não cair tão rapidamente, porém, se ela baixar até um nível crítico, ele demorará muito para recuperar devido a sua própria inércia. Abaixo de certa altura isso pode ser fatal, por não haver tempo suficiente de recuperação. Rotores de baixo inércia requerem uma ação muito rápido mais rápida do piloto emcaso de falha do motor, porque a rotação diminui rapidamente. Em pouco espaço de tempo e altura, consegue-se recuperar essa rotação. - Quantidade de torque - Outro fator que se atribui à queda de rotação é a quantidade de Torque aplicado. Em decolagens e vou superados o OGE, exige- se muito do motor com um grande ângulo de ataque das pás. Em caso de pane do motor, ocorre um rápido decréscimo da rotação dos rotores. Já em um voo reto e nivelado com velocidade, não se exige muito do motor, portanto a queda de rotação é mais lenta, proporcionando ao piloto um tempo de reação maior para a recuperação. De uma forma ou outra, o piloto deve baixar o coletivo imediatamente em caso de falha dos motores e aplicar pedal direito (rotores anti-horários). Assim ele reduz a potência exigida pelos rotores e entra em um voo descendente. O vento relativo a esta trajetória aumentará a sustentação, fazendo com que o helicóptero perca altura e a transforme em energia cinética rotacional. Se a pane correr em alta velocidade, o piloto pode transforma-la em rotação, cabrando suavemente a aeronave até atingir uma velocidade segura. Uma vez que aeronave já se encontra em voo de autorrotação, ela utiliza reserva de energia potencial e mantém a reserva principal e também a reserva de energia cinética de velocidade. Toda aeronave tem uma velocidade ideal para autorrotação que é um misto de velocidade de máximo alcance com a mínima razão de descida possível. Esse valor fica na faixa de 60 a 80 nós. Se a velocidade for aumentada ou diminuída, para um valor a razão de descida aumentará. Quando a aeronave estiver próximo ao ponto de pouso, o piloto deve comandar a manobra de flare: aplicar o comando se cíclico para trás inclinando disco do rotor no sentido contrário ao deslocamento, transformando o restante da energia cinética da velocidade num aumento da sustentação dos rotores, não deixando a rotação baixar ou subir para níveis críticos, reduzindo-se a velocidade à frente e razão de descida. Essa manobra deve ser aplicada de forma precisa. A altura para o início da manobra e a intensidade é determinada pela experiência do piloto. A aeronave deve atingir velocidade o mais próximo de zero e o mais baixo possível. Nesse ponto, leva-se o cíclico à frente, nivelando a aeronave um pouco antes do toque, erguendo o comando coletivo para amortecer o impacto com o solo. Autorrotação (voo vertical) A maioria das autorrotações são executadas em voo à frente. Para simplificar, a explicação baseada em uma autorrotação vertical em ar calmo. Sob essas condições, as forças que fazem a pá girar serão iguais em todas as pás do disco. Nessa situação não corre dissimetria de sustentação e o rotor é dividido em três regiões. Durante a autorrotação, na parte externa do disco existe uma região (A) onde existe uma força Anti auto rotativa. Nas regiões (B) e (D), as forças estão em equilíbrio. A região (C) cria uma força auto rotativa e por último existe a (E) em estol. Os vetores de sustentação e RA são diferentes em cada região porque a velocidade do ar é menor na raiz da pá e aumenta continuamente até a ponta. Também devido a sua torção, que proporciona um maior ângulo de ataque na região Auto rotativa do que na região Anti auto rotativa. Os tamanhos dessas regiões variam com o ângulo de passo, razão de descida em RPM. A região anti auto rotativa está situada na ponta da pá e consiste em 1/3 das regiões que produzem força útil durante a autorrotação. Nessa região, a RA age atrás do eixo de rotação, provocando arrasto. Esta região produz sustentação, mas tem um grande arrasto. Esse arrasto provoca uma desaceleração da RPM do rotor. Existem dois pontos de equilíbrio na pá, um entre a região Anti auto- rotativa e a região auto-rotativa e outro entre a região Auto-rotativa e a região de estol. Nesses dois pontos de equilíbrio a RA está alinhada com o eixo de rotação. Nestes pontos, sustentação e arrasto são produzidos, porém, não aceleram e nem desaceleram a RPM. A região Auto-rotativa está situada entre a região de estol e a região Anti auto-rotativa representa 2/3 internos da região que produz força útil durante a auto-rotação. Esta região produz toda força necessária para girar as pás do rotor durante esta manobra. O vetor RA está inclinado ligeiramente a frente do eixo de rotação, produzindo uma força contínua de aceleração, tracionando as pás. A região interna do disco é referida como região de estol, e opera com ângulos de ataque acima do ângulo crítico, causando um arrasto que tende a diminuir a RPM dos rotores. Uma RPM constante é alcançada quando aplicado coletivo e cíclico de forma atingir o equilíbrio de forças entre as regiões auto-rotativas, Anti Auto- rotativas e a região de Estol. Auto-rotação em voo à frente A força auto-rotativa em um voo à frente é produzida da mesma forma quando um helicóptero está descendo na vertical com ar calmo. No entanto, existe um fluxo de ar que sobe através do disco devido a velocidade à frente, e as três regiões, movem-se para fora do disco em direção à pá que recua, onde o ângulo de ataque é maior. Com a diminuição do ângulo de ataque na pá que avança, maior fica a região Anti auto-rotativa e na pá que recua maior fica a região de Estol. Numa pequena região próxima a da raiz da pá que recua ocorre um fluxo inverso do ar (na asa), fluindo do bordo de fuga para o bordo de ataque. Para entrar em auto-rotação, a aeronave tem que estar com uma combinação de altura e velocidade na qual é possível executar a manobra com segurança. Essas condições podem ser observadas no gráfico conhecido como Curva do Homem Morto ou diagrama de altura x velocidade. Este gráfico demonstra as áreas sombreadas que devem ser evitados durante condições normais de voo. Caso ocorra necessidade de se executar uma auto-rotação real a partir da área sombreada, certamente algum dano ocorrerá na aeronave e sua gravidade dependerá do quanto entrou-se nesta área insegura. Os limites sombreados podem ser expandidos dependendo da altitude, densidade e do peso bruto da aeronave e quanto maiores forem eles, maior será a área. A manobra de auto-rotação é bem simples quando ela está sendo treinada. Porém numa situação real, vários fatores determinarão o sucesso do pouso, dentre eles: • Manter-se fora da área de risco da Curva do Homem Morto o maior tempo possível. • Treinar auto-rotações o máximo possível, mesmo ao longo da carreira de piloto. • E ter um bom conhecimento de teoria de voo e conhecimentos técnicos da aeronave em que se voa. Estações das Pás Eixos do Helicóptero e das Pás Eixo de Movimento das pás Eixo Longitudinal Eixo Transversal ou Lateral Eixo Vertical EFEITO CORIÓLIS OU DESBALANCEAMENTO GEOMÉTRICO TIPOS DE ROTORES E SEUS MOVIMENTOS DAS PÁS Rotores Semirrígido Rotor Articulado COMANDOS DE VOO Manete de Potência Pedais anti-torque Comando Cíclico Quando aplicamos o cíclico para qualquer lado, aeronave inicia um deslocamento ganhando velocidade, então, dizemos que o comand... TIPOS DE VOO. Efeito Cone Efeito de Solo Ressonância com o Solo Voo com Deslocamento Vertical Horizontal PRINCÍPIOS DE VOO
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