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Aspectos gerais da pena Introdução penal Art. 5º, CF • Não haverá pena: - Com sentença de morte (salvo o disposto no CPM); - Perpétua; - Trabalho forçado; - Banimento; - Cruéis. Convenção Americana dos Direitos humanos • Irretroatividade da pena de morte. • Direito a vida relativa; • Os D. Humanos não podem regredir. Regras de Mandela • Regras mínimas para tratar o preso; • Usadas pela ONU; • Situações específicas para tratar mulheres e crianças. - Mulher não pode ser algemada durante parto; - Crianças não podem ser revistadas. As finalidades da pena Teoria absoluta • Retributiva - “Castigo”; - Instrumento de vingança do Estado; - Independe de qualquer finalidade prática (não se vincula a fim); - Sem preocupação com a readaptação Teoria Relativa • Preventiva - “Prevenir”; - Pensa no depois; - Evita a prática de novas infrações; - Pena= proteção para a sociedade • Prevenção geral - Voltada para TODA a sociedade. o Negativa: - Previne o crime por intimidação; - Imperatividade da pena; - Instrumentaliza o condenado. o Positiva: - Reafirma a existência, a validade e a eficiência do D. Penal; - Vigência da lei Penal; - Confiança no ordenamento; - Inviolabilidade do Direito. • Prevenção especial – Voltada para o condenado. o Negativa: - Evitar reincidência do crime; - Intimidação. o Positiva - Ressocialização; - A execução da pena de prisão deve ser não dessocializadora. Teoria mista/ unificadora • Preventiva e retributiva. - Castiga pelo mal feito, mas evita a prática de novos crimes; - Tríplice aspecto (retribuição, prevenção geral e prevenção especial); - Adotada pelo Código Brasileiro (Art. 59º, 121º, 129º, 28º e 22º, CP) (Lei 7210,1988). Fundamentos da Pena • Justificam a existência e a imposição de uma pena. Retribuição • Pena proporcional e correspondente à infração penal; • Proporção entre o ilícito e o castigo. Reparação (do dano) • Vitimologia (recompensa a vítima); • Recompor o mal social Denúncia • Reprovação social à prática do ilícito penal; • Pena é instrumento para a prevenção geral (intimidação) Incapacitação • Priva-se a liberdade do condenado; • Proteção das pessoas do bem; • 1º exclui do meio coletivo e depois constrange o autor do mal a repará-lo. Reabilitação • Pena precisa restaurar o criminoso; • Torna o condenado útil para a sociedade. Dissuasão • Convencer TODOS (pessoas e condenado) que o crime é desvantajoso e inadequado; • Pena serve para: - Impedir o culpado de ser nocivo à sociedade; - Ser instrumento para afastar o culpado dos demais indivíduos. Cominação da pena • Art. 53, CP= Penas privativas de liberdade são cominadas por cada tipo legal de crime ou contravenção penal nos limites mínimo e máximo (ex: Art. 155, CP); • No nosso sistema há 4 formas da pena ser cominada. Isoladamente • Cominação única de uma pena (previsto no preceito secundário do tipo incriminador); - Ex: Art. 121, CP Cumulativamente • O tipo penal prevê, em conjunto, duas espécies de pena; - Ex: Art. 157, CP (reclusão e multa) Paralelamente • Cominam-se, alternativamente, duas modalidades da mesma pena; - Ex: Art. 235, CP (reclusão ou detenção) Alternativamente • Aplicação única de duas espécies de pena; - Há 2 opções e só pode aplicar 1; - Ex: Art. 140, CP (detenção ou multa) Classificação da pena Quanto ao bem jurídico atingido pela pena • Pena privativa de liberdade: - Retira do condenado o seu direito de locomoção (prisão); - Não se admite privação perpetua (art. 5 da CF); - Período máximo de 40 anos para crime (art. 75, CP) e 5 anos para contravenção penal (art. 10, LCP); • Pena restritiva de direitos: - Limita 1 ou mais direitos do condenado; - Não tem privação de liberdade; - Art. 43, CP e legislação extravagante. • Pena de multa: - Incide sobre o patrimônio; • Pena restritiva da liberdade: - Restringe o direito de locomoção; - Sem privação de liberdade - Ex: art. 5, XLVI, “a”. • Pena corporal: - Viola a integridade física; - É vedada pelo art. 5, CF. Quanto ao Código Penal Justiça Justiça Restaurativa • Restauração do mal provocado pela infração penal; • O crime e a contravenção penal não necessariamente lesam interesses do Estado; • Protagonista = ofensor e ofendido; • Punição deixa de ser objetivo imediato da atuação do D. Penal; • Conciliação entre os envolvidos; • Reequilíbrio das relações entre agressor e agredido; • Crime passa a ser ato contra a comunidade, a vítima e o seu próprio autor; • TODOS os membros da sociedade são responsáveis pelo fato praticado; • Perdão recíproco entre os envolvidos; • Reparação à vítima; • A comunidade possui a oportunidade de articular seus valores e expectativas acerca do entendimento das causas subjacentes do crime; • Diminuição do índice de criminalidade; • Assistência à vítima; • Primeiro passo no Brasil para sua implantação = Lei 9099/95 Justiça Penal Negociada • Sujeito que ofendeu a norma penal e o órgão acusatório celebram acordo envolvendo as consequências jurídicas; • Admissão de culpa; • Manifestação desse modelo encontra-se no instituto da colaboração premiada, art. 4, na Lei do Crime Organizado 12850/2013, e no acordo de não persecução penal, art. 28-A do Código de Processo Penal. Obs: Somente pode ser celebrado quando não for caso de arquivamento do procedimento investigatório, e depende da confissão formal e circunstanciada. Teoria das Janelas quebradas • Estudo da Universidade de Stanford, 1969, que constitui em abandonar dois carros idênticos em vias públicas, um na zona pobre e problemática de New York e o outro em um local rico e tranquilo em Califórnia; • O carro abandonado em NY foi destruído rapidamente e os pertences dentro foram subtraídos, já o deixado na Califórnia permaneceu intacto; • Concluiu-se, em análise inicial, ser pobreza um fator determinante da criminalidade; • Decidiram então quebrar a janela do carro na Califórnia; - O carro foi vandalizado e seus pertences subtraídos igual o processo que aconteceu em NY. • Percebeu-se que não ser a pobreza, por si só, a causa formentadora de infrações penais, e sim a sensação de impunidade; • No terreno da criminologia, em 1982, concluiu-se que: - Há maior incidência de crimes e contravenções penais nos locais em que o descuido e desordem são mais acentuados; - Se uma comunidade demonstra sinais de deterioração e isto parecer não importar a ninguém, ali a criminalidade irá se instalar; - Cometidos “pequenos” delitos sem a imposição de sanções adequadas pelo Estado, abre- se espaço para o cometimento de crimes mais graves; - Deve haver tolerância zero em relação ao próprio delito. Pena privativa de liberdade Introdução • Admite 3 espécies: - Reclusão e detenção, relativa a crime; - Prisão simples, condizente com contravenção penal. Regimes penitenciários • Meio pelo qual se efetiva o cumprimento da pena; • Há 3 formas elencadas no CP, art 33. o Fechado: - Estabelecimento de segurança máxima ou média; - 24h. o Semiaberto: - Colônia agrícola, industrial e outros; - Sai para trabalhar e volta. o Aberto: - Casa de albergadoou estabelecimento adequado; - Sai para trabalhar e volta. Fatores para escolha do regime • Reincidência; • Quantidade de pena; • Circunstâncias judiciais. Obs: Crimes hediondos ou equiparados são cumpridos em regime fechado independente de outros atores. Execução e Pena Competência para execução da pena • Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral; Jurisdicionalização da execução penal • A execução da pena privativa de liberdade tem índole jurisdicional, mas também guarda em diversos momentos um aspecto administrativo; • As decisões proferidas pelo juízo da execução comportam o recurso de agravo (art. 197 da Lei de Execução Penal 7.210/1984); - Este agravo segue o rito de recurso em sentindo estrito, art. 581 do CPP - É de 5 dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal, Súmula 700 do STF; • Processamento da execução penal nos tribunais brasileiros: - A resolução 280/2019, CNJ, estabelece diretrizes e parâmetros para o processamento da execução penal nos tribunais brasileiros por intermédio do SEEU. Pena de reclusão • Deve ser cumprida inicialmente em regime fechado, semiaberto ou aberto (art. 33, CP); • Critérios para a determinação do regime: - O reincidente inicia o cumprimento da pena privativa de liberdade no regime fechado, independente da pena aplicada; o É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. - O primário, cuja pena seja superior a 8 anos deverá começar a cumpri-la no regime fechado; - O primário, cuja pena seja superior a 4 anos e não exceda a 8 poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto; - O primário, cuja pena seja igual ou inferior a 4 anos poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. • É possível que seja imposto em relação ao condenado primário um regime mais rigoroso; o Nada impede a fixação do regime fechado a condenado primário condenado a 5 anos de reclusão, se as circunstâncias judiciais do art. 59, CP lhe forem desfavoráveis. • A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada, Súmula 718 do STF • Para aplicar o regime mais severo o magistrado necessita fundamentar exaustivamente sua escolha, com base em elementos sólidos e amparados pelo ordenamento jurídico, Súmula 719 do STF Pena de Detenção • Deve ser cumprida inicialmente em regime semiaberto ou aberto (art. 33, CP); • Critérios para fixação do regime: - O condenado reincidente inicia o cumprimento da pena privativa de liberdade no regime semiaberto, seja qual for a quantidade da pena aplicada; - O primário, cuja pena seja superior a 4 anos, deverá cumpri-la no regime semiaberto; - O primário, cuja pena seja igual ou inferior a 4 anos poderá, desde o início, cumpri-la no regime aberto. OBS: Tirando essas situações, aplica-se regime semiaberto quando a pena imposta for igual ou inferior a 4 anos. Pena de Prisão Simples • Cabível unicamente para as contravenções penais; • Cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou em seção especial de prisão comum, em regime semiaberto ou aberto; • O condenado à prisão simples fica sempre separado dos condenados à pena de reclusão ou detenção (art. 6, LCP); • Não há regime fechado, seja inicialmente, seja em decorrência de regressão; • O trabalho é facultativo se a pena aplicada não exceder 15 dias (art. 6, Decreto-Lei das Contravenções Penais 3.688/1941) Diferenças entre Reclusão e Detenção Reclusão Detenção Regime fechado, semiaberto e aberto Regime aberto e semiaberto Executada primeira em caso de aplicação cumulativa de pena Executada depois da reclusão em caso de aplicação cumulativa de pena Pode ter como efeito a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filhos, descendentes ou contra tutelado e curatelado. Esse efeito não é possível Medida de segurança Tratamento ambulatório Progressão e Regressão Progressão Pag. 495
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