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1 1Patrimônio líquido PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2Patrimônio líquido Patrimônio Líquido: Representa o valor contábil que cabe aos sócios ou acionistas, correspondente à diferença entre o valor total do ativo e o valor das obrigações com terceiros. Divisão do PL: a) Capital social; b) Reservas de Capital; c) Ajustes de Avaliação Patrimonial; d) Reservas de Lucros; e) (-) Lucros/Prejuízos Acumulados f) (-) Ações em Tesouraria. Diferenças entre Reservas e Provisões 3Patrimônio líquido CAPITAL SOCIAL 1 2 3 2 4Patrimônio líquido CAPITAL SOCIAL: Representa valores recebidos pela empresa dos sócios/acionistas, ou por ela gerados e que foram formalmente incorporados ao Capital (lucros que os sócios/acionistas renunciaram e incorporaram ao capital); Algumas definições: Capital subscrito: compromisso assumido pelos sócios ou acionistas de contribuir com certa quantia para a empresa. Capital social a realizar: parcela do capital subscrito ainda não transformado em dinheiro ou valor monetário pelos sócios ou acionistas. Capital social realizado: parcela do capital subscrito efetivamente paga em dinheiro ou outro valor monetário pelos sócios ou acionistas. 5Patrimônio líquido Contabilização: Pela subscrição: D – Capital Social a Realizar R$ 2.400.000 C – Capital Social Subscrito R$ 2.400.000 Pela integralização em dinheiro: D – Caixa ou Bancos conta Movimento R$ 2.000.000 C – Capital Social a Realizar R$ 2.000.000 Representação no PL: Patrimônio Líquido Capital Social R$ 2.000.000 Subscrito R$ 2.400.000 A Realizar (R$ 400.000) 6Patrimônio líquido Capital Autorizado: Quando o estatuto da empresa confere ao Conselho de Administração autorização para aumentar o Capital Social, independentemente de alteração estatutária, bastando a reunião e o registro da ata na Junta Comercial. Representação Contábil: Patrimônio Líquido Capital Social Capital Autorizado R$ 4.300.000 (-) Capital a Subscrever (R$ 300.000) (=) Capital Subscrito R$ 4.000.000 4 5 6 3 7Patrimônio líquido Capital Autorizado: Por opção da sociedade, o capital autorizado poderá ser controlado contabilmente em contas de compensação, constar em notas explicativas ou ser demonstrado na parte superior das Demonstrações contábeis da seguinte forma: Fecha Tudo S.A. Capital Autorizado .......................................................R$ 4.300.000 8Patrimônio líquido RESERVAS DE CAPITAL 9Patrimônio líquido RESERVAS DE CAPITAL: Representam as importâncias recebidas dos proprietários e de terceiros que não devem ser consideradas como receitas ou ganhos, e que portanto, não devem transitar por contas de resultado. São classificadas como reservas de capital: a) Ágio na emissão de Ações; b) Produto da Alienação de Partes Beneficiárias; c) Produto da Alienação de Bônus de Subscrição; d) Reserva Especial de Ágio na Incorporação. 7 8 9 4 10Patrimônio líquido a) Reserva de Ágio na Emissão de Ações: Ágio: é o valor a maior, cobrado na venda de ações, pela própria empresa. Representa a contribuição do subscritor que ultrapassar o valor nominal da ação ou parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação de capital. Exemplo: Contabilização: Valor da Realização (pagamento) 25,00 (-) Valor da aquisição (subscrição) 20,00 (=) Ágio na Emissão 5,00 D Caixa ou Bancos 25,00 C Capital social a realizar 20,00 C Reserva de ágio na emissão de ações 5,00 11Patrimônio líquido a) Reserva de Ágio na Emissão de Ações: Como se ajustaria os custos de transação na emissão das ações? Considere o exemplo anterior e que houvesse ocorrido gastos na emissão de ações no valor de R$ 2,00. O lançamento ficaria: D Caixa ou Bancos 25,00 C Capital social a realizar 20,00 C Reserva de ágio na emissão de ações 5,00 D Reserva de ágio na emissão de ações 2,00 C Gastos com Emissão de Ações 2,00 12Patrimônio líquido a) Reserva de Ágio na Emissão de Ações: O que motiva a cobrança de ágio na emissão de ações? Evitar a diluição do capital social dos acionistas que não queiram ou possam acompanhar a subscrição das novas ações. A Cia “X” tem 300.000 ações de valor nominal de R$ 1,00, totalmente integralizadas pelos sócios A e B, metade cada um. A Cia resolve aumentar o capital em R$ 150.000 com a emissão de 150.000 ações de valor nominal de R$ 1,00 a serem totalmente integralizadas pelo Sócio C. REPRESENTAÇÃO NO PL Capital integralizado pelos Sócios A e B 300.000,00 Reservas de lucros 75.000,00 Total do patrimônio líquido 375.000,00 10 11 12 5 13Patrimônio líquido a) Reserva de Ágio na Emissão de Ações: Continuação do exemplo... Ao emitir as novas ações, a empresa deverá cobrar por elas R$ 1,25, ou seja, R$ 0,25 de ágio. O valor de 1,25 corresponde ao valor patrimonial da ação (R$ 375.000 dividido por 300.000 ações). O Sócio C pagará por suas 150.000 ações o valor de R$ 187.500 (150.000 x R$ 1,25) , sendo que R$ 150.000,00 corresponde ao aumento de capital social e R$ 37.500,00 será contabilizado com ágio na emissão de ações. O valor do PL da empresa será: REPRESENTAÇÃO NO PL Capital integralizado pelos Sócios A, B e C 450.000,00 Reservas de lucros 75.000,00 Reserva de Ágio na emissão de ações 37.500,00 Total do patrimônio líquido 562.500,00 14Patrimônio líquido a) Reserva de Ágio na Emissão de Ações: Continuação do exemplo... Observa-se que: Sócio C tem direito a 1/3 do PL, ou seja, exatamente o que ele pagou por suas ações (R$ 187.500,00); Os Sócios A e B também tem R$ 187.500,00 cada, o que corresponde a metade do PL original (R$ 375.000). Ninguém ficou prejudicado na transação. Caso o sócio C não pagasse o ágio, ele subscreveria R$ 150.000,00 de capital social e passaria a ter um ganho de R$ 25.000,00; prejudicando os sócios A e B. 15Patrimônio líquido b) Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias: Partes Beneficiárias são títulos negociáveis que podem ser emitidos pela companhia; não possuem valor nominal, não se confundindo com o capital social, razão pela qual não possuem direitos privativos de acionistas, exceto o de fiscalizar os atos dos administradores nos termos da Lei 6.404/76. Vantagem: Participação nos lucros que não poderá ser superior a 10% a.a. O estatuto poderá prever a conversão das partes beneficiárias em ações, mediante capitalização criada para este fim. As partes beneficiárias podem ser: a) Atribuídas gratuitamente a fundadores, acionistas ou terceiros; b) Alienadas a terceiros (neste caso a reserva precisa ser constituída). 13 14 15 6 16Patrimônio líquido b) Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias: Na emissão desse títulos a empresa deverá fazer Nota Explicativa (NE) indicando prazo, vantagem e condições de regate. Contabilização na Alienação: Título cedidos gratuitamente deverão constar em NE, não havendo assim nenhuma contabilização. No caso de liquidação da empresa, solvido o Passivo Exigível, os titulares ou partes beneficiárias terão o direito de preferência sobre o que restar do ativo até a importância da reserva para resgate ou conversão. D Caixa ou Bancos C Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias 17Patrimônio líquido b) Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias: RESGATE: O resgate do título pode ser efetuado por um valor simbólico ou por algum critério de cálculo determinado no certificado de emissão do título; O valor do resgate não se confunde com o direito de participação nos lucros da Cia, pois representa uma exigibilidade adicional que deve ser paga no vencimento do título; Se fixado o valor do resgate, a Cia deve criar uma reserva para este fim; Do ponto de visto técnico contábil, deve-se criar uma provisão para o resgate, no qual é uma despesa indedutível para fins de IRPJ e CSLL . Alternativamente, o pagamento do resgate, pode ser transformado em aumento de capital social. D Despesa com Resgate de Partes Beneficiárias C Provisão para Resgate de Partes Beneficiárias(PC ou PNC) 18Patrimônio líquido c) Reserva de Produto da Alienação de Bônus de Subscrição: Bônus de subscrição: são títulos negociáveis de emissão da Cia, dentro do limite do capital autorizado. Podem ser atribuídos como uma vantagem adicional aos subscritores de ações ou debêntures de emissão da Companhia ou ser alienados a terceiros. Vantagem na aquisição dos bônus: Direito de subscrever ações, mediante apresentação do título e pagamento do preço de emissão das ações. Os atuais acionistas da Cia tem preferência na aquisição dos bônus. Contabilização da alienação: D Caixa ou Bancos conta Movimento C Reserva de Produto da alienação de Bônus de Subscrição 16 17 18 7 19Patrimônio líquido Utilização das RESERVAS DE CAPITAL: Absorção dos prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros Resgate, reembolso ou compra de ações; Resgate de partes beneficiárias; Incorporação ao Capital Social; Pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurado. 20Patrimônio líquido RESERVAS DE LUCROS 21Patrimônio líquido Conceito: Reservas de lucros são as contas de reservas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. Caso existam algum lucro remanescente, após a segregação para pagamentos dos dividendos obrigatórios e após a destinação para as diversas reservas de lucros, estes também devem ser distribuídos como lucros. Para as SAs, elas devem em princípio distribuir todo o lucro auferido, exceto os determinados por lei (reserva legal), os autorizados pela lei (reservas de contingências e reservas de lucros a realizar), os determinados pelo estatuto social (reserva estatutária) e aqueles que a assembleia dos acionistas concordar em não distribuir após justificativa fundamentada pela administração (reserva de lucros para expansão, por ex.). Ltdas e outras essa obrigatoriedade não existe. 19 20 21 8 22Patrimônio líquido Conceito: O art. 199 da Lei 6.404/76 alterado pela Lei 11.638/07, estabelece que o somatório das Reservas de Lucros, excetuando- se as Reservas para Contingências, de Incentivos Fiscais e de Lucros a Realizar, não poderá ultrapassar ao montante do Capital Social da empresa. Caso o referido somatório ultrapasse, caberá à Assembleia deliberar sobre a aplicação do excedente, que poderá ser utilizado para integralização ou aumento de capital social ou distribuído como dividendos. 23Patrimônio líquido Tipos de Reservas de Lucros: a) Reserva Legal (art. 193); b) Reservas Estatutárias (art. 194); c) Reservas para Contingências (art. 195); d) Reservas de lucros para Expansão ou Reservas de Planos para Investimentos (art. 196); e) Reserva de Lucros a Realizar (art. 197); f) Reserva Especial para Dividendos Obrigatórios não Distribuídos (art. 202, § 5º); g) Reserva de Incentivos Fiscais (art. 195-A). 24Patrimônio líquido RESERVA LEGAL 22 23 24 9 25Patrimônio líquido Finalidade: Assegurar a integridade do capital social (dar proteção ao credor). Utilização: Para aumentar o capital social ou absorver prejuízos contábeis. Base de Cálculo: 5% do Lucro Líquido do Exercício. Esta reserva deve ser constituída antes da formação de qualquer outra reserva ou da distribuição de dividendos. Não precisará constituir a Reserva Legal: 1º Limite (obrigatório): o seu saldo atingir 20% do valor do Capital Social. A reserva Legal não poderá exceder este limite, cuja observância é obrigatória. 26Patrimônio líquido Não precisará constituir a Reserva Legal: 2º Limite (facultativo): o seu saldo, antes da constituição referente ao exercício em curso, somado ao montante da reserva de capital, atingir 30% do Capital Social. Neste caso a Cia poderá deixar de constituir a reserva legal caso este limite seja atingido, cuja observância é facultativa. 27Patrimônio líquido EXEMPLIFICAÇÃO: Dados: Dados Adicionais: Resultado Positivo na Equivalência Patrimonial R$ 26.000,00 Lucro em Vendas de Longo Prazo (ARLP) R$ 19.000,00 Lucro Líquido do Exercício (*) R$ 50.000,00 (*) Antes da constituição das reservas e dos dividendos PATRIMÔNIO LÍQUIDO - Salfo em 31/12/2010 R$ Capital social 60.000,00 Reservas de Capital 10.200,00 Reserva Legal 8.000,00 Outras Reservas de lucros 6.000,00 25 26 27 10 28Patrimônio líquido Caso prático 1: 1º LIMITE: Capital social = R$ 60.000,00 x 20% = R$ 12.000,00 Lucro líquido = R$ 50.000,00 x 5% = R$ 2.500,00 R$ 8.000,00 + R$ 2.500,00 = R$ 10.500,00 (Não atingido) 2º LIMITE: Capital social = R$ 60.000,00 x 30% = R$ 18.000,00 Reserva Legal + Reservas de Capital = R$ 8.000,00 + R$ 10.200,00 = R$ 18.200,00 (2º limite Atingido) Conclusão: A empresa não é obrigada a constituir a Reserva Legal no ano; É facultativa sua constituição Caso queira constituir, volta-se a observar o 1º limite, ou seja, deverá constituí-la por R$ 2.500,00. 29Patrimônio líquido Caso prático 2: Permanece os dados gerais, exceto Lucro Líquido R$ 100.000,00. 1º LIMITE: Capital social = R$ 60.000,00 x 20% = R$ 12.000,00 Lucro líquido = R$ 100.000,00 x 5% = R$ 5.000,00 R$ 8.000,00 + R$ 5.000,00 = R$ 13.000,00 (Limite Atingido) 2º LIMITE: Capital social = R$ 60.000,00 x 30% = R$ 18.000,00 Reserva Legal + Reservas de Capital = R$ 8.000,00 + R$ 10.200,00 = R$ 18.200,00 (2º limite Atingido) Conclusão: A empresa não é obrigada a constituir a Reserva Legal no ano; É facultativa sua constituição Caso queira constituir, volta-se a observar o 1º limite, ou seja, deverá constituí-la por R$ 4.000,00. 30Patrimônio líquido Caso prático 3: Permanece os dados gerais, exceto Reservas de Capital ser de R$ 7.000,00. 1º LIMITE: Capital social = R$ 60.000,00 x 20% = R$ 12.000,00 Lucro líquido = R$ 50.000,00 x 5% = R$ 2.500,00 R$ 8.000,00 + R$ 2.500,00 = R$ 10.500,00 (Limite Não Atingido) 2º LIMITE: Capital social = R$ 60.000,00 x 30% = R$ 18.000,00 Reserva Legal + Reservas de Capital = R$ 8.000,00 + R$ 7.000,00 = R$ 15.000,00 (2º limite Não Atingido) Conclusão: A empresa é obrigada a constituir a Reserva Legal no ano; Observar o 1º limite, ou seja, deverá constituí-la pelo valor de R$ 2.500,00. 28 29 30 11 31Patrimônio líquido Caso prático 4: Permanece os dados gerais, exceto Reservas de Capital ser de R$ 7.000,00 e Lucro Líquido de R$ 90.000,00. 1º LIMITE: Capital social = R$ 60.000,00 x 20% = R$ 12.000,00 Lucro líquido = R$ 90.000,00 x 5% = R$ 4.500,00 R$ 8.000,00 + R$ 4.500,00 = R$ 12.500,00 (Limite Atingido) 2º LIMITE: Capital social = R$ 60.000,00 x 30% = R$ 18.000,00 Reserva Legal + Reservas de Capital = R$ 8.000,00 + R$ 7.000,00 = R$ 15.000,00 (2º limite Não Atingido) Conclusão: A empresa é obrigada a constituir a Reserva Legal no ano; Observar o 1º limite, ou seja, deverá constituí-la pelo valor de R$ 4.000,00. 32Patrimônio líquido Contabilização: D – Lucros Acumulados C – Reserva Legal 33Patrimônio líquido RESERVAS ESTATUTÁRIAS 31 32 33 12 34Patrimônio líquido São constituídas por determinação do estatuto da companhia, como destinação de uma parcela do lucro. Então, devem estar previstas no estatuto da companhia, o qual deverá: a) Definir sua finalidade de modo preciso, claro e completo; b) Fixar os critérios para determinar a parcela anual do lucro líquido a ser utilizada; c) Estabelecer seu limite máximo. Esta reserva não pode restringir o pagamento do dividendo obrigatório (art. 198 da Lei 6.404/76). A empresa deverá criar subcontas conforme a natureza a que se refere, e intitulação que indique sua finalidade. 35Patrimônio líquido Ex.: Reserva para Aumento de Capital Social, Reserva para Resgate de Partes Beneficiárias... Contabilização: D – Lucros Acumulados C – Reservas Estatutárias 36Patrimônio líquido RESERVA PARA CONTINGÊNCIA 34 35 36 13 37Patrimônio líquido Objetivo: Compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro proveniente de perda provável, cujo valor possa ser estimado. Contingência: Situação ou condição que pode surgir para a Cia, na qual há possibilidade de ocorrência de despesasou perdas, cuja incerteza de acontecimento é futura e discutível, tais como: Perdas futuras pela expectativa de diminuição nos preços dos produtos da empresa, gerando prejuízos; Pela previsão de lançamentos de produtos concorrentes com qualidade superior a preços equivalentes ou menores; Pela previsão de perdas em função de ação da natureza como: geadas, cheias, enchentes, secas, que gerarão perdas para a empresa. 38Patrimônio líquido Constituição da Reserva: É opcional; A administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razões de prudência que recomendam sua constituição. Contabilização: D – Lucros Acumulados C – Reserva para Contingência Reversão da Reserva de Contingência: Quando as causas que a justificaram a sua constituição não mais existirem, ou no exercício em que ocorrer a perda pela efetiva utilização. Reverte o lançamento da constituição pelo valor remanescente. 39Patrimônio líquido Observação: A base de cálculo do dividendo obrigatório é diminuída quando a reserva para contingência é constituída e aumentada quando revertida. Quando constituída, é prudente que se faça uma Nota Explicativa indicando a finalidade, origem e base de cálculo. 37 38 39 14 40Patrimônio líquido RESERVA DE LUCROS PARA EXPANSÃO OU RESERVA PARA PLANOS DE INVESTIMENTO 41Patrimônio líquido Conteúdo e Finalidade: Separar parte do lucro apurado visando manter tais recursos na companhia para aplicação em projetos de expansão. Base de Cálculo: Orçamentos de capital aprovados pela Assembleia Geral. Os orçamentos deverão prever todas as aplicações de recursos necessários (fixos ou circulantes) e poderão abranger até cinco exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto superior a um exercício social. Orçamento: Poderá ser aprovado em Assembleia Geral Ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um exercício social. 42Patrimônio líquido Reflexo dos Dividendos: Esta reserva não poderá ser constituída em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório. Reversão da Reserva: É revertido para Lucros Acumulados, quando completado o período de implantação da expansão; Também poderá ser usada para aumento de capital social; Para compensar prejuízos contábeis. 40 41 42 15 43Patrimônio líquido RESERVA DE LUCROS A REALIZAR 44Patrimônio líquido O que são lucros a realizar? Lucros a realizar representam os lucros não realizados financeiramente, apesar de estarem contabilmente contabilizados. Pelo fato da adoção do Regime da competência, pode-se ter um lucro sem a respectiva adição nas disponibilidades. O objetivo é não distribuir dividendos obrigatórios sobre a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente. Sua constituição é optativa. A Reserva de Lucros a Realizar (RLR) será constituída quando não existirem lucros realizados suficientes para o pagamento do dividendo obrigatório. Antes do cálculo da RLR os dividendos obrigatórios devem ser calculados, pois são os parâmetros a serem utilizados no cálculo da reserva. 45Patrimônio líquido Exemplo de itens que podem não se realizar financeiramente em um exercício com lucro líquido apurado: Ganhos na equivalência patrimonial; Lucro em vendas de longo prazo Utilização da Reserva de Lucros a Realizar: Somente poderá ser utilizada: a) Pagamento de dividendo obrigatório; b) Compensação de prejuízos contábeis. Art. 202, inicio III da Lei 6.404/76: III - Os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização. 43 44 45 16 46Patrimônio líquido DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS: Nas Ltdas: não existem exigências legais mínimas a serem seguidas para distribuição de lucros aos sócios; há ampla liberdade quanto à política a ser adotada pelas empresas. Nas SAs: existem regras mínimas a serem seguidas, que podem inclusive constar no estatuto social da Cia. O dividendo obrigatório poderá ser: a) Estatutário: quando a distribuição for efetuada segundo as regras estabelecidas no estatuto da Cia; b) Legal: quando o estatuto for omisso e a distribuição for efetuada segundo as normas estabelecidas no art. 202 da Lei 6.404/76. 47Patrimônio líquido DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS: Estatutário: O caput do art. 202 da Lei 6.404/76 prevê que os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada período, a parcela de lucros estabelecidas no estatuto. O estatuto poderá estabelecer o dividendo como percentagem do lucro ou do capital social, ou fixar outro critério para determiná-lo desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários aos arbítrios dos órgãos da administração. 48Patrimônio líquido DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS: Estatuto Omisso quanto a distribuição dos dividendos: Ao acionista recebe a parcela de dividendo estabelecida no estatuto social, porém se este for omisso, o valor será: a) Metade do Lucro Líquido (50%) diminuído ou acrescido dos seguintes valores: ( - ) Reserva legal constituída no exercício; ( - ) Reserva para Contingências; ( + ) Reversão da Reserva para Contingência. (=) Base de cálculo do Dividendo Obrigatório b) O valor do dividendo obtido pelo conforme a letra “a” poderá ser limitado ao montante do Lucro Líquido do Exercício que tiver sido realizado e; Os lucros registrados na Reserva de Lucros a realizar, quando realizados e não tiverem sido absorvidos por prejuízos contábeis em exercício subsequentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização. 46 47 48 17 49Patrimônio líquido DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS: ATENÇÃO: Se o estatuto for omisso e a assembleia geral dos acionistas deliberar introduzir norma sobre a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado calculado na forma estabelecida. Vamos analisar o cálculo do dividendo obrigatório e da reserva de lucros a realizar por meio de um caso prático!!! 50Patrimônio líquido Dados: Lucro líquido do exercício R$ 150.000,00 Lucro a realizar: R$ 130.000,00 Receita da equivalência patrimonial R$ 80.000,00 Ganhos com variação cambial (de ativos de LP) R$ 20.000,00 Lucro em vendas a prazo de longo prazo R$ 30.000,00 Constituir Reserva para Contingência em R$ 5.000,00 Reversão da Reserva para Contingência R$ 1.500,00 Estatuto prevê dividendo obrigatório de 25% Cálculo: Lucro Líquido do Exercício R$ 150.000,00 Reserva Legal (150.000 x 5%) (R$ 7.500,00) Reserva para Contingência (R$ 5.000,00) Reversão da Reserva para Contingência R$ 1.500,00 (=) Base de Cálculo R$ 139.000,00 Percentual cfe estatuto social (25%) R$ 34.750,00 Verificação da parcela realizada do lucro Lucro Líquido do Exercício R$ 150.000,00 Lucro a realizar (R$ 130.000,00) (=) Lucro realizado R$ 20.000,00 Dividendo obrigatório R$ 34.750,00 Lucro realizado R$ 20.000,00 Valor da Reserva de Lucros a Realizar R$ 14.750,00 51Patrimônio líquido Contabilização: Da Reserva de Lucros a Realizar: D – Lucros Acumulados C – Reserva de lucros a realizar ........... $ 14.750 Do Dividendo Obrigatório: D – Lucros Acumulados C – Dividendos a Pagar (PC) ................. $ 20.000 Da Reversão da Reserva de Lucros a Realizar: D – Reserva de lucros a realizar C – Lucros Acumulados ......................... $ 14.750 (*) Considerado todo o lucro realizado no exercício subsequente. D – Lucros Acumulados C – Dividendos a Pagar (PC) ................. $ 14.750,00 49 50 51 18 52Patrimônio líquido RESERVA ESPECIAL DE LUCROS PARA DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS NÃO DISTRIBUÍDOS 53Patrimônio líquido Quando constituir? Quando a Cia tem dividendo obrigatório a distribuir e não existem recursos financeiros para seu pagamento. Os lucros que deixarem de ser distribuídos serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos com prejuízos subsequentes, deverão serpagos como dividendos assim que permitir a situação financeira da Cia. Essa reserva não deve ser confundida com Reserva de lucros a Realizar; é possível que a Cia tenha lucros realizados em montantes suficientes para pagamento do dividendo obrigatório mas, caso isso seja feito, o capital de giro da entidade se reduza significativamente, obrigando-se captar recursos de terceiros com taxas de juros elevadas. Este último é um exemplo de ensejar a constituição da reserva. 54Patrimônio líquido Contabilização: D – Lucros Acumulados (PL) C – Reserva de Lucros para Dividendos Obrigatórios (PL) DIVIDENDOS ADICIONAIS PROPOSTOS: Os dividendos propostos pela administração excedentes ao mínimo obrigatório não podem figurar como Passivo Circulante! Esse excedente deve ser contabilizado como Dividendo Adicional Proposto, como conta do Patrimônio Líquido. Esse adicional será deliberado na AGO. Contabilização: D – Lucros Acumulados (PL) C – Dividendo Adicional Proposto (PL) 52 53 54 19 55Patrimônio líquido RESERVAS DE INCENTIVOS FISCAIS 56Patrimônio líquido O Pronunciamento Técnico CPC 07 Subvenções e Assistências Governamentais mudou substancialmente a classificação e o registro dos incentivos fiscais. Subvenção é recebida de fonte externa da empresa e não dos sócios, não deve ser mais registrada diretamente no PL, mas com receita no resultado nos períodos apropriados. As subvenções podem ser condicionadas e não condicionadas. A Lei 11.941/09 deliberou no sentido de não prejudicar as empresas tributariamente pela nova forma de registro das subvenções. No exercício que se reconhecer a receita de subvenção, este valor poderá ser utilizado para constituição desta reserva. A transferência de Lucros Acumulados para esta reserva está limitada ao valor do lucro do exercício. 57Patrimônio líquido Exemplo prático de cálculo e registro: A Cia Canoinhas, em 31/12/10, apurou lucro antes do IRPJ e da CSLL no valor de R$ 30.000,00, sabendo-se que, no período houve o registro de receitas de subvenções no montante de R$ 2.000. Sabendo-se que a alíquota de IRPJ e CSLL é de 25%, calcule a apuração do Lucro líquido e faça o registro da reserva de Incentivos fiscais. 55 56 57 20 58Patrimônio líquido Exemplo prático de cálculo e registro: Finalizamos as Reservas de Lucros!!!!! Cálculo do IRPJ e CSLL: LAIR R$ 30.000,00 (-) Receitas de Subvenções (R$ 2.000,00) Lucro tributável R$ 28.000,00 IRPJ e CSLL (x 25%) R$ 7.000,00 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO LAIR R$ 30.000,00 (-) IRPJ e CSLL (R$ 7.000,00) Lucro líquido do exercício R$ 23.000,00 Constituição da Reserva de Incentivos Fiscais: D - Lucros Acumulados R$ 2.000,00 C - Reserva de Incentivos Fiscais R$ 2.000,00 59Patrimônio líquido AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 60Patrimônio líquido Introduzida pela Lei 11.638/07 para receber contrapartidas de aumentos e diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo. Esta conta não é uma reserva, uma vez que não transitou pelo resultado. Exemplo: VC de investimentos no exterior. Exemplo: A Cia “X” adquiriu um instrumento financeiro para venda futura, ou seja, que seja classificado como disponível para venda por $ 1.000., que após determinado período renda juros de $ 300 e passe a ter valor de mercado de $ 1.500. 58 59 60 21 61Patrimônio líquido Contabilização: Aquisição do Instrumento Financeiro: D – Instrumentos Financeiros .................................. 1.000 C – Caixa ou Bancos.................................................1.000 Registro do juro e atualização do mercado: D – Instrumento Financeiro ....................................... 500 C – Receita de juros .................................................. 300 C – Ajustes de Avaliação Patrimonial ........................ 200 Venda do Instrumento Financeiro: D – Caixa ou Bancos ................................................. 1.500 C – Instrumentos financeiros ..................................... 1.500 D – Ajuste de Avaliação Patrimonial .......................... 200 C – Ganho na Venda de Instrumentos Financeiros (*). 200 (*) No grupo de receitas financeiras 62Patrimônio líquido AÇÕES EM TESOURARIA 63Patrimônio líquido São ações da Cia adquiridas pela própria Cia; A aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são transações de capital da Cia com seus sócios, não devendo afetar o resultado. Observar o art. 30 da Lei 6.404/76, e as Instruções da CVM 10/80 e 267/97 a respeito dessas transações. Aparecem como redutora no grupo do Patrimônio Líquido. 61 62 63 22 64Patrimônio líquido ADIANTAMENTO PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL São adiantamentos para aumento de capital. São recursos recebidos pela empresa de seus acionistas ou quotistas destinados para aumento do capital social. No recebimento de tais recursos, a empresa deve registrar o ativo recebido (geralmente disponibilidades) a crédito da conta Adiantamento para Futuro Aumento de Capital (AFAC). Quando formalizar o aumento de capital, debita-se Adiantamento para Futuro Aumento de Capital e credita-se Capital Social. AFAC = Aberta no PL quando há cláusula de absoluta permanência na empresa, senão, deve ser aberta no Passivo. 65Patrimônio líquido REFERÊNCIAS GELBCKE, Ernesto Rubens; SANTOS, Ariovaldo dos, IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades: de acordo com as normas internacionais e do CPC. 3ª ed. Atlas: São Paulo, 2018. VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade avançada e análise das demonstrações financeiras. 16 ed. Saraiva: São Paulo, 2011. Pronunciamentos Técnicos do CPC. Disponíveis em www.cpc.org.br. Legislações específicas: - 6.404/76 - 11.638/07 - 11.941/09 64 65
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