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Curso: Contabilidade 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 07 
Curso: Contabilidade p/ TCE MG 
Professor: Feliphe Araújo 
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Teoria e Questões comentadas 
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1 - INTRODUÇÃO ................................................................................. 3 
2 – Patrimônio Líquido ......................................................................... 4 
2.1 – Capital Social ......................................................................................................................... 5 
2.1.1 – Ações .............................................................................................................................. 8 
2.1.2 – Gastos na Emissão de Ações .......................................................................................... 9 
2.1.3 – Adiantamento para Aumento de Capital Social ........................................................... 10 
2.2 – Reserva de Capital ............................................................................................................... 11 
2.2.1 – Ágio na Emissão de Ações ............................................................................................ 12 
2.2.2 – Alienação de Partes Beneficiárias ................................................................................ 15 
2.2.3 – Alienação de Bônus de Subscrição ............................................................................... 16 
2.3 – Ajuste de Avaliação Patrimonial .......................................................................................... 17 
2.4 – Reserva de Reavaliação (extinta) ........................................................................................ 19 
2.5 – Ações em Tesouraria ........................................................................................................... 20 
2.6 – Reserva de Lucros ................................................................................................................ 23 
2.6.1 – Reserva Legal ................................................................................................................ 25 
2.6.2 – Reservas Estatutárias ................................................................................................... 31 
2.6.3 – Reserva para Contingências ......................................................................................... 31 
2.6.4 – Reserva de Incentivos Fiscais ....................................................................................... 33 
2.6.5 – Reserva de Lucros a Realizar ........................................................................................ 36 
2.6.6 – Reserva Especial p/ Dividendo Obrigatório Não Distribuídos ...................................... 38 
2.6.7 – Reserva Específica de Prêmio na Emissão de Debêntures ........................................... 38 
2.6.8 – Reserva de Retenção de Lucro ..................................................................................... 39 
2.7 – Lucros ou Prejuízos Acumulados ......................................................................................... 39 
3 – Resumo da Aula ........................................................................... 41 
4 – Questões comentadas .................................................................. 49 
5 – Lista de exercícios ....................................................................... 98 
6 - GABARITO .................................................................................. 117 
7 – REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO .................................................. 117 
 
Aula 07 – Patrimônio líquido: capital social, adiantamentos para 
aumento de capital, ajustes de avaliação patrimonial, ações em 
tesouraria, prejuízos acumulados, reservas de capital e de lucros, 
cálculos, constituição, utilização, reversão, registros contábeis e 
formas de evidenciação. 
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Olá queridos alunos, tudo bem? 
Sejam bem-vindos à aula 07. 
Hoje, vamos concluir nosso estudo sobre o Balanço Patrimonial, 
abordando o Patrimônio Líquido. 
Segue uma frase que sintetiza o seu caminho rumo a aprovação: 
“A persistência é o caminho do êxito”. (Charles Chaplin). 
 
Qualquer dúvida e/ou esclarecimentos, estarei à disposição no Fórum. 
Não deixe de nos procurar, tirando suas dúvidas, e nos ajudando a aprimorar o 
nosso curso. 
 Como de praxe, colocamos uma lista de exercícios ao final da aula para 
aqueles que queiram tentar resolver as questões, antes de ver os comentários. 
Treinar é preciso. 
Cheios de alegria e bem motivados, vamos começar a nossa aula! 
Conte comigo e Firmeza nos Estudo (FÉ)! 
Um forte abraço, Feliphe Araújo. 
 
1 - INTRODUÇÃO 
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O Patrimônio Líquido, também conhecido como Capital Próprio, 
corresponde a recursos originários dos sócios e os rendimentos auferidos 
pela empresa. Somente constitui obrigação exigível da empresa em caso de 
extinção da mesma ou retirada do sócio. 
De acordo com a Lei das S/A, o patrimônio líquido é dividido em: 
Capital Social 
(-) Ações em Tesouraria 
+ ou (-) Ajustes de Avaliação Patrimonial 
Reservas de Lucros 
Reservas de Capital 
(-) Prejuízos Acumulados 
 
Vamos praticar! 
 (CESPE/Contador - MPOG/2015) O patrimônio líquido das 
sociedades anônimas de capital aberto divide-se em capital social, reservas de 
capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em 
tesouraria e lucros ou prejuízos acumulados. 
( ) Certo ou ( ) Errado. 
Resolução: 
Lei nº 6.404/76, art. 178: 
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes 
de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos 
acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 
Portanto, o erro está na expressão “lucros”. 
A conta lucros ou prejuízos acumulados é uma conta do PL. Com o objetivo 
de evitar a retenção injustificada de lucros, que devem ser destinados à 
formação de reservas e à distribuição de dividendos, a Lei eliminou do balanço 
das S/A a conta lucros acumulados. Todavia, essa conta não deixou de existir. 
A conta lucros acumulados ou com designação semelhante, de uso 
temporário, continuará nos planos de contas, e seu uso continuará a ser feito 
para receber o resultado do exercício, as reversões de determinadas 
reservas, os ajustes de exercícios anteriores, para distribuir os resultados nas 
suas várias formas e destinar valores para reservas de lucros.2 – Patrimônio Líquido 
 
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A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados não pode apresentar saldo credor 
(lucros acumulados) no balanço. A obrigação de essa conta não conter saldo 
positivo aplica-se unicamente às sociedades por ações, e não às demais, 
e para os balanços de exercício social terminado a partir de 31 de dezembro 
de 2008. 
Gabarito: Errado. 
 
 
O Capital Social é a conta do Patrimônio Líquido formado pelas ações 
(se for sociedade anônima) ou quotas (se for sociedade por quotas de 
responsabilidade limitada) subscritas por proprietários ou acionistas para a 
constituição da sociedade. O Capital Social também é chamado Capital Social 
Subscrito ou Capital Contábil. 
Resumidamente, o Capital Social é o montante bruto registrado no 
contrato social ou estatuto de constituição da empresa. 
Porém, nem sempre os sócios integralizam de imediato todos os recursos 
que foram acordados para serem entregues no contrato de constituição da 
empresa. Por isso, a conta do capital social discriminará o montante subscrito 
e, por dedução, a parcela ainda não realizada. (Art. 182, Lei 6.404/76) 
Assim, o Capital Social é dividido em duas partes: 
1) Capital a Realizar (ou a Integralizar ou Não Realizado): corresponde as 
ações subscritas que ainda não foram integralizadas pelos acionistas, ou seja, 
são os valores que ainda não foram entregues pelos sócios ou proprietários. 
2) Capital Realizado (ou Integralizado): corresponde as ações subscritas e 
realizadas pelos acionistas, ou seja, é o montante líquido entregue pelos 
proprietários ou sócios para iniciar as atividades de uma empresa. 
 
Caros alunos e alunas, não deixem a banca confundir vocês. Não existe 
a conta “Capital Integralizado”. O valor do Capital Integralizado é 
resultado da diferença entre o Capital Social Subscrito e a conta 
retificadora, com saldo devedor, “Capital a Integralizar”. 
 Capital Realizado = Capital Social - Capital a Integralizar. 
No balanço patrimonial, a representação será a seguinte: 
Patrimônio Líquido: 
 Capital Social 
 (-) Capital a Realizar 
 
2.1 – Capital Social 
 
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Nas provas, se a questão mencionar apenas “Capital Social”, sem 
qualquer indicação de capital realizado ou a realizar, iremos assumir que o 
Capital Social foi totalmente integralizado pelos sócios. 
Segundo a Lei das S/A, o capital social poderá ser formado com 
contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de 
avaliação em dinheiro. 
A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes 
requisitos preliminares: 
I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em 
que se divide o capital social fixado no estatuto; 
II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do 
preço de emissão das ações subscritas em dinheiro; 
III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento 
bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital 
realizado em dinheiro. 
 
O capital social subscrito está definido em um documento, seja no 
contrato social (no caso da sociedade limitada) ou no estatuto social (quando 
sociedade anônima). Assim, a entidade que desejar aumentar o seu capital 
social, terá que proceder a alteração do contrato social ou do estatuto. Porém, 
existe uma exceção, o Capital Autorizado. 
Capital Autorizado é o valor previsto no Estatuto Social das empresas 
para aumento do capital social sem a necessidade de alteração estatutária. 
Assim, quando previsto, os sócios poderão subscrever capital até o limite do 
capital autorizado. Para qualquer valor acima desse, será necessário proceder à 
alteração estatutária da entidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Esquematização de alguns conceitos ligados ao capital: 
 
 
 
Exemplo: A sociedade Aprovados Ltda. é constituída com ações no 
montante de R$ 50.000,00, sendo depositados apenas R$ 10.000,00 pelos 
sócios para o início do negócio. 
Lançamento para registro dessa operação: 
D – Caixa (Ativo) .................................................... 10.000,00 
D – Capital Social a Realizar (retificadora do PL) ......... 40.000,00 
C – Capital Social (PL) ............................................. 50.000,00 
 
 (FCC/Analista - TRT 6ª/2012) A conta do Capital Social 
discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. 
( ) Certo ou ( ) Errado. 
Resolução: 
Exatamente, conforme artigo 182 da Lei nº 6.404/76: 
CAPITAL 
AUTORIZADO
▪ É o valor previsto no Estatuto Social das empresas 
para aumento do capital social sem a necessidade de 
alteração estatutária;
CAPITAL SOCIAL 
(SUBSCRITO OU 
CONTÁBIL)
▪ É uma conta do PL formada por ações subscritas na 
constituição da sociedade ou por aumento do capital; 
▪ A conta do capital social discriminará o montante 
subscrito e, por dedução, a parcela ainda não 
realizada;
CAPITAL A REALIZAR 
(A INTEGRALIZAR)
▪ É a parcela do capital social que os sócios ainda não 
realizaram;
▪ Capital a realizar = capital social - capital realizado;
CAPITAL 
INTEGRALIZADO 
(REALIZADO)
▪ É a parcela do capital social que os sócios já 
integralizaram;
▪ Do capital social, no mínimo 10% deve ser realizado 
em dinheiro ou bens suscetíveis a avaliação em 
dinheiro;
CAPITAL PRÓPRIO ▪ É sinônimo de patrimônio líquido;
CAPITAL DE 
TERCEIROS (ALHEIO)
▪ É sinônimo de passivo exigível; 
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Art. 182 A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por 
dedução, a parcela ainda não realizada. 
Lembrar que a dedução é feita mediante conta retificadora, denominada de 
Capital a Realizar. 
Gabarito: Certo. 
 
 
As ações são títulos representativos do capital social das sociedades 
anônimas. Dividem o capital social da companhia em partes iguais. Por isso, 
a soma do valor nominal de todas as ações deve corresponder ao valor total do 
Capital Social da companhia. 
As ações podem ser ordinárias ou preferenciais, sendo que cada espécie 
de ação concede aos acionistas direitos ou vantagens específicas.1. Ações ordinárias 
São ações que conferem aos seus titulares o direito de voto em 
Assembleia. Nas assembleias, são tomadas as decisões de maiores vultos da 
companhia, de acordo com a vontade da maioria. Apesar de, aparentemente, 
as decisões serem democráticas, na verdade o que se tem é que a “maioria” 
representa a “maioria do capital” e não “maioria dos acionistas”. Por isso, se 
apenas um acionista detiver 60% do capital social, a sua opinião sempre 
representará a maioria e, por isso, ele será considerado o controlador da 
companhia. As ações ordinárias também dão direito a uma parcela ideal sobre 
o patrimônio da entidade, bem como sobre os lucros auferidos, distribuídos 
na forma de dividendos. 
 
2. Ações preferenciais 
São ações que conferem aos seus acionistas o direito a uma parcela ideal 
do patrimônio da entidade e dos lucros auferidos, distribuídos na forma de 
dividendos. No entanto, as ações preferenciais, ao contrário das ordinárias, 
em geral não dão direito a voto, mas em alguns casos, pode haver direito a 
voto, mas com restrições. Em compensação, têm a preferência na distribuição 
dos dividendos e/ou, no caso de dissolução da empresa, no reembolso do 
capital social. 
O artigo 15, parágrafo 2º, da Lei nº 6.404/76, estabelece que o número 
de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrições no exercício 
desse direito, não pode ultrapassar 50% do total das ações emitidas pela 
companhia. 
 
 
2.1.1 – Ações 
 
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Os gastos com emissão de ações, a partir de 2008, não são mais 
contabilizados como despesas do período. Passam a ser tratados como redução 
do valor obtido do capital social. 
Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 08 (R1) - Custos de Transação e 
Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários - os custos de transação 
incorridos na emissão de ações deverão ser apresentados em conta redutora 
de patrimônio líquido (vinculada ao Capital Social). 
Contudo, se da emissão de ações decorrer o reconhecimento de ágio 
(ou prêmio, nos termos do CPC 08), o excedente de capital respectivo deverá 
ser utilizado para absorver os custos de transação vinculados à captação, 
até o limite do saldo do ágio. 
A conta redutora que registra os gastos na emissão de ações somente 
poderá ser absorvida por outras contas de reserva de capital ou para redução 
do capital social. 
 
Explicando melhor os conceitos do CPC 08 (R1): 
O Pronunciamento CPC 08 (R1) regula a contabilização e evidenciação 
dos custos de transação incorridos na distribuição primária de ações ou 
bônus de subscrição, na aquisição e alienação de ações próprias, na captação 
de recursos por meio da contratação de empréstimos ou financiamentos ou pela 
emissão de títulos de dívida, bem como dos prêmios na emissão de debêntures 
e outros instrumentos de dívida ou de patrimônio líquido (frequentemente 
referidos como títulos e valores mobiliários – TVM). 
Portanto, de acordo com o CPC 08 (R1), os custos de transação são 
gastos incorridos em várias operações. Por exemplo, os custos de transação 
podem ocorrer tanto na emissão de ações quanto na realização de operações 
financeiras passivas. 
Exemplos de custos de transação são: i) gastos com elaboração de 
prospectos e relatórios; ii) remuneração de serviços profissionais de terceiros 
(advogados, contadores, auditores, consultores, profissionais de bancos de 
investimento, corretores etc.); iii) gastos com publicidade (inclusive os 
incorridos nos processos de road-shows); iv) taxas e comissões; v) custos de 
transferência; vi) custos de registro etc. 
Os “gastos com emissão de ações” é a nomenclatura dada a conta 
que representa os custos de transação incorridos na emissão primária de 
ações. 
Exemplo: Emissão de ações com valor nominal de R$ 10.000,00, cuja captação 
de recursos provocou gastos de R$ 600,00. 
2.1.2 – Gastos na Emissão de Ações 
 
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Lançamento: 
D - Caixa (Ativo) .................................................................. 9.400,00 
D - Gastos com emissão de ações (Retificadora do PL) ............... 600,00 
C - Capital Social (PL) ......................................................... 10.000,00 
 
 
O adiantamento para aumento de capital social já é autoexplicativo, pois 
significa o recurso recebido pela empresa de seus sócios ou acionistas para 
ser utilizado no aumento de capital social. Vamos exemplificar. 
Se a empresa recebe um adiantamento para aumento de capital 
social de determinada pessoa, com o objetivo de futuro ingresso na sociedade, 
o lançamento será: 
D - Bancos (Ativo) 
C - Adiantamento para aumento de capital (Passivo) ................ 100.000 
Em regra, este é o lançamento. Classificamos no passivo, porque trata-
se de uma obrigação da empresa perante a terceiros, uma vez que ainda não 
são integrantes do quadro societário. Neste momento, não está havendo 
integralização do capital, mas somente um adiantamento para uma futura 
entrada de sócio. 
Quando houver a formalização da entrada do sócio, o lançamento é: 
D - Adiantamento para aumento de capital (reduzindo o passivo) 
C - Capital social (patrimônio líquido) ................................... 100.000 
 
Porém, quando não houver hipótese de restituição, esse 
adiantamento deverá ser classificado diretamente no patrimônio líquido. 
Contabilização desta hipótese: 
D - Bancos (Ativo) 
C - Adiantamento para aumento de capital (Patrimônio Líquido) ..... 100.000 
 
Assim, você deve levar para a prova que: 
 
 
Adiantamento
para aumento do 
capital social
Regra Registra no Passivo Exigível;
Exceção
Quando não houver hipótese de restituição, 
registra diretamente no PL;
2.1.3 – Adiantamento para Aumento de Capital Social 
 
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As contas de reservas de capital registram os valores recebidos dos 
sócios ou de terceiros, que não se configuram como receita, isto é, não 
transitam pelo resultado do exercício, sendo contabilizadas diretamente 
no Patrimônio Líquido. 
De acordo com o artigo 182, § 1º, da Lei nº 6.404/76, serão classificadas 
como reservas de capital as contas que registrarem: 
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal 
e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que 
ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive 
nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias 
(Reserva de Ágio na Emissão das Ações). 
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição 
(Reserva deAlienação de Bônus de Subscrição e Reserva de 
Alienação de Partes Beneficiárias). 
Esquematizando: 
 
 
As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para: 
 
 
De acordo com a Lei das S/A, as reservas de capital poderão ser 
utilizadas para, entre outras, resgate, reembolso ou compra de ações (de sua 
própria emissão). 
Quando uma empresa compra suas próprias ações, esta compra pode ser 
contabilizada de duas formas, a depender da intenção da entidade: 
Reservas de 
Capital
Ágio na Emissão de Ações;
Produto da alienação de partes beneficiárias;
Produto da alienação de bônus de subscrição;
As reservas de 
capital somente
poderão ser 
utilizadas para
absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros
acumulados e as reservas de lucros
resgate, reembolso ou compra de ações
resgate de partes beneficiárias
incorporação ao capital social
pagamento de dividendo a ações preferenciais, 
quando essa vantagem lhes for assegurada
2.2 – Reserva de Capital 
 
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1. Se a intenção da empresa é comprar as suas próprias ações para 
reduzir o capital, com a devolução dos recursos aos sócios, este fato reduz o 
valor do capital social. 
2. Se a intenção da empresa é comprar as suas próprias ações e ficar na 
posse delas, ou seja, mantê-las em tesouraria, este fato deve ser registrado 
na conta ações em tesouraria, que é retificadora do PL. 
 
Assim, somente no caso em que houver a compra de ações da própria 
empresa para mantê-las em tesouraria, exemplo por meio das reservas de 
capital, é que as ações adquiridas serão registradas como ações em tesouraria. 
A compra das suas próprias ações pela empresa é a causa que pode gerar 
uma consequência ou não de registro na conta ações em tesouraria. 
Aproveito para trazer a diferença entre o conceito de resgate e 
reembolso: 
 
Resgate 
É o procedimento pelo qual a entidade retira, forçosa e definitivamente, o título 
do mercado, ressarcindo o titular. Do resgate de ações poderá resultar a 
redução do capital social da entidade, ou o recálculo do valor nominal das 
demais ações existentes em razão da exclusão das ações resgatadas pela 
companhia. 
 
Reembolso 
É o procedimento pelo qual a entidade reembolsa os acionistas, devolvendo-os 
os valores pagos, em razão de dissidência (discordância com os rumos tomados 
pela empresa) nos casos previstos na legislação societária. No reembolso as 
ações não são tiradas de circulação, podendo ser posteriormente revendidas 
pela sociedade a outros interessados. 
 
Com as modificações recentes ocorridas na contabilidade (Leis 11.638/07 
e 11.941/09), as doações e subvenções para investimento e os prêmios 
na emissão de debêntures não serão mais classificados como reservas 
de capital, devendo ser registrados como receitas do exercício, de acordo 
com o Princípio da Competência. 
 
 
Corresponde ao valor da contribuição do subscritor que ultrapassar o 
valor nominal das ações. 
2.2.1 – Ágio na Emissão de Ações 
 
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Em outras palavras, ágio na emissão de ações é a diferença positiva 
entre o valor pago na aquisição de uma ação e o seu valor patrimonial, que 
deverá ser contabilizada como reserva de capital. 
Exemplo 01: Foram emitidas 10.000 ações com o valor nominal de 1,00, 
adquiridas por 1,20 pelos acionistas (ágio de 0,20 por ação). Como fica o 
lançamento? 
Valor nominal total = 10.000 x 1,00 = R$ 10.000,00 
Valor do ágio = 10.000 x 0,20 = R$ 2.000,00 
Valor total recebido pela companhia = R$ 12.000,00 (10.000 x 1,20) 
 Contabilização: 
D - Caixa ou Bancos conta movimento (Ativo) ......... 12.000,00 
C - Reserva de Capital - Ágio de Ações (PL) .............. 2.000,00 
C - Capital Social (PL) .......................................... 10.000,00 
 
Professor, e quando a empresa emite ações com ágio, mas nessa 
operação ocorre gastos com custos de transação, como devemos contabilizar? 
Meus amigos, devemos lembrar do que já falamos no tópico de gastos 
na emissão de ações. Conforme vimos, se da emissão de ações decorrer o 
reconhecimento de ágio (ou prêmio, nos termos do CPC 08), o excedente de 
capital respectivo deverá ser utilizado para absorver os custos de transação 
vinculados à captação, até o limite do saldo do ágio. 
Vamos verificar este procedimento na prática por meio de exemplo. 
Exemplo 02: Foram emitidas 10.000 ações com o valor nominal de 1,00, 
adquiridas por 1,20 pelos acionistas (ágio de 0,20 por ação). Esta captação de 
recursos pela empresa provocou gastos de R$ 500,00. 
Como fica o lançamento? 
Valor nominal total = 10.000 x 1,00 = R$ 10.000,00 
Valor do ágio = 10.000 x 0,20 = R$ 2.000,00 
Valor total recebido pela empresa = 12.000,00 – 500,00 = R$ 11.500,00 
Neste caso, os R$ 500,00 de custos da transação foram absorvidos pelo 
ágio de R$ 2.000,00. Com isso, a empresa só irá contabilizar como ágio na 
emissão de ações o valor de R$ 1.500,00 (2.000,00 – 500,00). 
Contabilização: 
D - Caixa ou Bancos conta movimento (Ativo) ......... 11.500,00 
C - Reserva de Capital - Ágio de Ações (PL) .............. 1.500,00 
C - Capital Social (PL) .......................................... 10.000,00 
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A conversão de debêntures ou partes beneficiárias em ações também 
são reservas de capital contabilizadas na conta Ágio na Emissão de Ações, 
quando a contribuição do subscritor ultrapassar o valor nominal das ações. 
Exemplo 03: Um credor tem debêntures a receber no valor de R$ 
11.000,00 e aceita converter seu crédito em ações da companhia devedora, no 
valor nominal de R$ 10.000,00. Para a companhia, a conversão ocorre com ágio 
obtido de R$ 1.000,00, visto que o valor das ações transferidas é menor que a 
dívida quitada. 
Assim, o lançamento da conversão na companhia é: 
D – Debêntures a Pagar (diminui a obrigação) ............ 11.000,00 
C – Capital Social (aumenta PL) ................................ 10.000,00 
C – Reserva de Capital – Ágio na Emissão de Ações ...... 1.000,00 
 
Meus alunos, não confundam o ágio na emissão de ações decorrente da 
conversão de debêntures em ações e o prêmio na emissão de debêntures. São 
coisas distintas. 
Enquanto o prêmio é reconhecido no momento da emissão das 
debêntures, decorrente do valor apurado além do nominal das debêntures, 
o ágio é contabilizado no momento da conversão das debêntures em ações, 
decorrente da contribuição do subscritor que ultrapassar o valor nominal das 
ações. 
 (ESAF/AFRF/2001) Na conversão de debêntures em ações, 
as parcelas que ultrapassem o valor nominal da ação deverão serregistradas 
como 
a) reserva de lucros que poderão amortizar prejuízos futuros ou ser distribuídas 
aos sócios no exercício social em que não forem apurados lucros 
b) reserva de lucros que poderá ser distribuída aos sócios, no próprio exercício 
c) reservas de capital 
d) reserva de lucros destinada, obrigatoriamente, a amortizar prejuízos 
e) receitas não-operacionais do exercício 
Resolução: 
A conversão de debêntures em ações é reserva de capital quando a parcela 
da subscrição ultrapassar o valor nominal das ações. 
Fonte legal: artigo 182, § 1º, da Lei nº 6.404/76. 
Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: 
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a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a 
parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a 
importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de 
conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias. 
Gabarito: Letra C. 
 
 
Partes beneficiárias são títulos negociáveis, sem valor nominal e 
estranhos ao capital social, emitidos por sociedades anônimas de capital 
fechado. Conferem aos seus titulares direito de crédito eventual contra a 
companhia, consistente na participação nos lucros anuais, que não pode 
ultrapassar 10%. 
Se houver lucro, os titulares de partes beneficiárias podem exigir 
participação nele. Caso contrário, nada têm a reclamar perante a sociedade. Por 
isso, são credores eventuais. 
As companhias abertas não podem emitir partes beneficiárias. 
As partes beneficiárias não se confundem com ações, pois não dão direito 
a voto nem a uma parcela ideal do patrimônio, sendo estranhas ao capital social. 
O produto da alienação de partes beneficiárias é reconhecido em 
contrapartida do patrimônio líquido, por meio da conta de Reserva de Capital – 
Alienação de Partes Beneficiárias. Notem que, apesar de estarmos diante de 
uma “alienação”, não há apropriação de receita. 
Só haverá lançamento se a alienação das partes beneficiárias for 
onerosa, registrando-se como reserva de capital todo o valor apurado. Se 
as alienações se derem a título gratuito, nenhum lançamento deverá ser 
efetuado. 
Exemplo: Na venda de partes beneficiárias no valor total de R$ 1.000,00, 
o lançamento é: 
D – Caixa ou Bancos conta movimento 
C – Reserva de Capital – alienação de partes beneficiárias ............. 1.000 
 
O parágrafo único do artigo 200 da Lei nº 6.404/76 afirma que as 
reservas de capital decorrentes do produto de alienação de partes beneficiárias 
poderão ser utilizadas para o resgate destes títulos. 
O lançamento para resgate das partes beneficiárias com a utilização 
da reserva de capital delas decorrente é: 
D - Reserva de Capital – alienação de partes beneficiárias 
C – Caixa ou Bancos Conta Movimento ......................... 1.000 
2.2.2 – Alienação de Partes Beneficiárias 
 
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Ainda, o estatuto pode prever a conversão das partes beneficiárias 
em ações, utilizando a reserva criada para esse fim. Nesse caso, a contribuição 
do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de 
emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada 
à formação do capital social será registrada como reserva de capital – ágio na 
emissão de ações, em virtude da conversão das partes beneficiárias. 
 
 
Bônus de subscrição é um título negociável que confere ao seu titular 
o direito de subscrever ações em futuros aumentos de capital, dentro do limite 
de capital autorizado. Ou seja, quando da emissão de ações no futuro, o 
titular do bônus de subscrição terá a preferência pela subscrição das novas 
ações emitidas. 
Observação: só pode emitir bônus de subscrição a companhia que tiver 
limite de capital autorizado disponível. 
Só haverá lançamento se a alienação dos bônus de subscrição for 
onerosa, registrando-se como reserva de capital todo o valor apurado. Se 
as alienações se derem a título gratuito, nenhum lançamento deverá ser 
efetuado. 
Exemplo: se uma empresa vende bônus de subscrição por R$ 2.000,00, 
o lançamento é: 
D – Caixa ou Banco Conta Movimento 
C – Reserva de Capital – alienação de bônus de subscrição (PL) .......... 2.000 
 
 (ESAF/AFC - CGU/2008) Julgue o item que se segue e 
marque, com V para verdadeiro e F para falso: 
IV. Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem o 
produto da alienação de partes beneficiarias e bônus de subscrição, o prêmio 
recebido na emissão de debêntures e as doações e as subvenções para 
investimento. 
Resolução: 
De acordo com artigo 182, § 1°, da Lei no 6.404/76, serão classificadas como 
reservas de capital as contas que registrarem: 
a) Ágio na Emissão de Ações; 
b) Produto da alienação de partes beneficiárias; e 
c) Produto da alienação de bônus de subscrição. 
 
2.2.3 – Alienação de Bônus de Subscrição 
 
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Também se considera reserva de capital o lucro na alienação de ações em 
tesouraria. 
A partir de 01/01/2008, com a entrada em vigor da Lei 11.638/07, as doações 
e subvenções para investimento e os prêmios na emissão de debêntures 
não serão mais classificados como reservas de capital. 
Gabarito: Falso. 
 
 
A Lei das S/A em seu artigo 182, parágrafo 3º, diz o seguinte: 
§ 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, 
enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao 
regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de 
valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua 
avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas 
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência 
conferida pelo § 3o do art. 177. 
 
Os ativos e passivos deverão ser avaliados a valor justo, sendo os 
aumentos e diminuições desta avaliação lançados em contrapartida da conta de 
ajuste de avaliação patrimonial, do Patrimônio Líquido. Isso acontece, por 
exemplo, no caso de investimentos disponíveis para venda e no caso de 
reorganização societária (fusão, cisão e incorporação de ativos e passivos). 
As receitas e despesas relacionadas à avaliação patrimonial só devem 
ser reconhecidas após a negociação dos ativos ou quitação dos passivos, pois, 
inicialmente, as variações constatadas no ajuste ao valor justo são reconhecidas 
diretamente no PL, na conta de ajuste de avaliação patrimonial. 
Exemplificando. A empresa Aprovados Ltda. adquire, em 01/06/2011, 
alguns instrumentos financeiros para investimento,no valor de R$ 25.000,00, 
e os classifica como disponíveis para a venda. 
Vamos supor que, em 31/12/2011, a empresa constata que o valor justo 
do seu investimento seja de R$ 28.000,00, sofrendo uma valorização de R$ 
3.000,00, desde a sua aquisição em 01/06/2011. Desconsidere o valor dos juros 
ganhos no período. 
Como se trata de títulos classificados como disponíveis para a venda, a 
empresa precisará registrar esta valorização a contrapartida de ajustes de 
avaliação patrimonial, e o lançamento, portanto, ficaria assim: 
D - Investimentos – disponíveis para a venda (Ativo) 
C - Ajustes de Avaliação Patrimonial (PL) ................. 3.000,00 
2.3 – Ajuste de Avaliação Patrimonial 
 
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A apropriação da receita decorrente da valorização do título só deverá ser 
reconhecida nos seguintes casos: 
1) quando a empresa reclassifica o título de disponível para a venda para 
negociação imediata; ou 
2) quando a empresa negocia o título no mercado, vendendo-o. 
 
Então, digamos que, em 05/01/2012, a empresa Aprovados Ltda. venda 
seu investimento pelo valor justo, ou seja, por R$ 28.000,00. A contabilização 
deste lançamento será a seguinte: em primeiro lugar, baixaremos a conta de 
instrumentos financeiros e reconheceremos o recebimento dos recursos pela 
venda, conforme abaixo: 
D - Bancos 
C - Investimentos – disponíveis para a venda ............... 28.000,00 
 
Em seguida, deveremos reconhecer a receita decorrente do ganho com o 
ajuste a valor justo, em contrapartida da conta de PL “ajuste de avaliação 
patrimonial”, conforme lançamento: 
D - Ajustes de Avaliação Patrimonial 
C - Ganho na alienação de instrumentos financeiros (resultado) 3.000,00 
 
Portanto, o valor que estava registrado em “Ajustes de Avaliação 
Patrimonial” foi reconhecido como receita no momento de realização do 
instrumento financeiro. Este mesmo lançamento de reconhecimento da receita 
deverá ser realizado quando a entidade apenas reclassificar o título de 
disponível para a venda para negociação imediata. 
É hora de praticar!!!!! 
 (ESAF/AFC - CGU/2008) Julgue o item que se segue e 
marque, com V para verdadeiro e F para falso: 
V. Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não 
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, 
as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos 
do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado. 
Resolução: 
Como visto na explicação da parte teórica, serão classificadas como ajustes de 
avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em 
obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou 
diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em 
decorrência da sua avaliação a preço de mercado em decorrência da sua 
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avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas 
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. 
Gabarito: Falso. 
 
 
A Lei 6.404/76, em seu artigo 8º, admitia a possibilidade, até 
31/12/2007, de se avaliarem os ativos de uma companhia pelo seu valor de 
mercado (quando este era superior ao valor de custo do ativo), chamado isto 
de reavaliação. A contrapartida por esta reavaliação era a conta reserva de 
reavaliação, do Patrimônio Líquido. 
A reserva de reavaliação se aplicava apenas para o aumento de bens 
tangíveis do ativo permanente e que poderia ser ou não realizada, a critério 
dos acionistas. O ativo permanente foi extinto pela Lei 11.941/09 e era formado 
pelos seguintes subgrupos: investimentos, imobilizado, intangível e diferido. 
O reconhecimento da reavaliação depende de um laudo técnico 
elaborado por três peritos ou empresa especializada, que deve ser aprovado 
pela Assembleia Geral do Acionistas. Só, então, poderiam ser procedidas as 
reavaliações e constituída a reserva de reavaliação. 
A Lei 11.638/07 extinguiu, com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2008, 
a reserva de reavaliação e criou, em seu lugar, os ajustes de avaliação 
patrimonial. Frise-se que são conceitos diferentes. 
De acordo com o artigo 6º da Lei 11.638/07, os saldos existentes nas 
reservas de reavaliação deverão ser: 
a) mantidos até a sua efetiva realização; ou 
b) estornados até o final do exercício social de 2008. 
 
A reversão da reserva de reavaliação quando da baixa do ativo deverá 
ser feita em contrapartida da conta de Lucros Acumulados, no Patrimônio 
Líquido, conforme lançamento: 
D – Reserva de Reavaliação 
C – Lucros Acumulados 
 
 (FCC/TCE - SP/2012) É permitido à entidade constituída na 
forma de uma sociedade por ações reavaliar o valor de seus ativos imobilizados, 
desde que fundamentado em laudo de empresa especializada, aprovado pela 
assembleia geral dos acionistas. ( ) Certo ou ( ) Errado. 
Resolução: 
2.4 – Reserva de Reavaliação (extinta) 
 
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Acabamos de estudar que não é mais possível as empresas constituídas na 
forma de sociedade por ações reavaliarem o valor de seus ativos imobilizados. 
Esta reavaliação que, antigamente, era feita em contrapartida de Reserva de 
Reavaliação, no Patrimônio Líquido, está atualmente vedada pela nova redação 
da Lei das S.A. 
Gabarito: Errado. 
 
 
São as ações da empresa adquiridas pela própria empresa e 
mantidas na tesouraria. As ações em tesouraria deverão ser destacadas no 
balanço como dedução da conta do PL que registrar a origem dos recursos 
aplicados na sua aquisição, qual seja, o capital social. Assim, a conta ações em 
tesouraria é redutora do PL. 
O § 4º do artigo 30 da Lei das S.A. estabelece que é vedada a distribuição 
de dividendos às ações em tesourarias, bem como lhes é negado o direito 
de voto. 
O limite do saldo da conta ações em tesouraria é o saldo de lucros 
acumulados e reservas, exceto a reserva legal. 
Lançamento na aquisição pela empresa de ações de sua emissão: 
D – Ações em tesouraria (Redutora do PL) 
C – Caixa (Ativo Circulante) 
 
A alienação dos títulos em tesouraria pela entidade pode resultar ganho 
ou perda de capital, bem como custos de transação. 
 O ganho na alienação de ações em tesouraria recebe o mesmo 
tratamento que o destinado ao ágio na emissão de ações, qual seja, deverá 
ser reconhecido à contrapartida de conta de Reserva de Capital – ganhos na 
alienação de ações em tesouraria. 
Exemplo: Digamos que a Companhia Aprovados S.A. tenha ações em 
tesouraria no valor de R$ 50.000 e que, posteriormente, aliene estas ações por 
R$ 60.000.A companhia teve um ganho de R$ 10.000 (60.000 – 50.000) nessa 
operação. Logo, o registro da alienação com ganho é: 
D - Caixa (Ativo Circulante) ............................................................ 60.000 
C - Ações em tesouraria (Retificadora do PL) .................................... 50.000 
C - Reserva de capital – ganhos na alienação de ações em tesouraria (PL) 10.000 
 
2.5 – Ações em Tesouraria 
 
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Já as perdas na alienação de ações em tesouraria são registradas a 
débito de uma das seguintes contas: reserva de capital que registrou os 
ganhos anteriores, outras reservas que originaram os recursos para aquisição 
das próprias ações ou lucros acumulados. 
Portanto, na alienação de ações em tesouraria com prejuízo, este valor 
não será registrado no resultado do exercício. Primeiramente, deverá ser 
baixado contra a conta de reserva de capital – lucros na alienação de ações em 
tesouraria criada com o resultado positivo apurado na venda anterior. 
Não existindo ou não havendo saldo na conta de reserva de capital – 
ganhos na alienação de ações em tesouraria, o valor da perda excedente deverá 
ser lançado contra as reservas que originaram os recursos para aquisição das 
ações. 
Por exemplo, se consideramos que as ações próprias foram adquiridas 
com recursos constantes das reservas estatutárias, por ocasião da venda com 
prejuízo, teremos que, primeiramente, eliminar o saldo da reserva de capital 
criada com o lucro da venda anterior e, se o prejuízo for superior a esse saldo, 
a diferença será lançada contra a conta de reservas estatutárias. 
Por fim, não havendo saldo de reserva de capital e não tendo sido usado 
reservas para aquisição das ações em tesouraria, o valor do prejuízo na 
alienação de ações em tesouraria será lançado contra a conta lucros 
acumulados. 
Lançamento referente a alienação com perdas será: 
D – Caixa 
D – Reserva de capital, reserva de lucros ou lucros (conforme a origem) 
C – Ações em tesouraria 
 
Resumindo, o resultado líquido resultante da alienação de ações em 
tesouraria é contabilizado: 
1) Se positivo (ganhos), a crédito de conta reserva de capital - lucro 
na alienação. 
2) Se negativo (perdas), a débito das contas de reservas ou lucros que 
registrem a origens dos recursos aplicados em sua aquisição. 
 
Os custos de transação incorridos na aquisição de ações de emissão 
da própria entidade deverão ser tratados como acréscimo do custo de 
aquisição de tais ações. 
Já os custos de transação incorridos na alienação de ações em tesouraria 
deverão ser tratados como redução do lucro ou acréscimo do prejuízo dessa 
transação, resultados esses contabilizados diretamente no patrimônio 
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líquido, na conta que houver sido utilizada como suporte à aquisição de tais 
ações, não afetando o resultado da entidade. 
Portanto, se uma entidade adquire R$ 10.000 em ações de sua própria 
emissão e incorre em custos de transação no montante de R$ 1.000 (exemplo: 
custo de corretagem), deverá ela registrar, no Patrimônio Líquido, R$ 11.000 
em ações em tesouraria. 
É hora de praticar! 
 (ESAF/AFRFB/2012) A empresa Valorização S.A. tem como 
estratégia a compra de suas próprias ações para aumentar a liquidez de seus 
papéis no mercado e aproveitar a vantagem da diferença entre o valor 
patrimonial e o valor de mercado. O resultado obtido, quando da venda dessas 
ações em tesouraria, pela empresa Valorização S.A., deve ser contabilizado 
como: 
a) reserva de capital, quando gerarem um ganho. 
b) outras receitas operacionais, quando gerarem um ganho. 
c) ágio na venda de ações, quando gerarem uma perda. 
d) ações em tesouraria, quando gerarem uma perda. 
e) despesas não operacionais, quando gerarem uma perda. 
Resolução: 
O resultado líquido resultante da alienação de ações em tesouraria é 
contabilizado: 
1) Se positivo (ganho), a crédito de conta reserva de capital - lucro na 
alienação. 
2) Se negativo (perda), a débito das contas de reservas ou lucros que 
registrem a origens dos recursos aplicados em sua aquisição. 
 
Na alienação com lucro: 
D – Caixa 
C – Ações em tesouraria 
C – Reserva de capital – lucro na alienação de ações em tesouraria 
Gabarito: Letra A. 
 
 
 
 
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As reservas de lucros são retenções de parcelas provenientes de 
ganhos do período, com o objetivo de preservar o Patrimônio Líquido de uma 
sociedade, para posterior destinação. 
Serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas pela 
apropriação de lucros da companhia. Assim, após apuração do resultado do 
exercício, mediante o confronto das receitas e despesas, havendo lucro, este 
pode ter quatro destinações: 
1) Dividendos para os sócios; 
2) Reservas de lucros; 
3) Aumento do capital social; ou 
4) Absorver prejuízos acumulados. 
 
A parcela dos lucros que não for destinada à formação de reserva de 
lucros nem destinado ao aumento ou integralização do capital social, deverá 
ser, necessariamente, distribuído, segundo determinação do § 6º do artigo 202 
da Lei nº 6.404/76. É por conta deste dispositivo que as companhias não podem 
mais deixar a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, no PL, com saldo credor 
não distribuído. Ela só permanece em caso de existência de Prejuízos 
acumulados. As reservas de lucros são: 
 
 
O saldo das reservas de lucros, exceto para as Contingências, de 
Incentivos Fiscais, de Lucros a Realizar e a Específica de Prêmio na 
Emissão de Debêntures, não poderá ultrapassar o capital social da 
empresa. 
Caso este limite seja atingido, a assembleia deliberará sobre a aplicação 
do excesso na integralização ou aumento do capital social, ou na 
distribuição de dividendos. Memorize a esquematização abaixo: 
Reservas de Lucros
Reserva 
Legal
Reservas 
Estatutárias
Reservas 
para 
Contingências
Reserva de 
Incentivos 
Fiscais 
Reserva de 
Retenção de 
Lucros
Reservas de 
Lucros a 
Realizar
Reserva Especial de Dividendos 
Obrigatórios Não Distribuídos
Reserva Específica de Prêmio na 
Emissão de Debêntures 
2.6 – Reserva de Lucros 
 
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OU 
 
 
Para lembrar as reservas de lucros que somadas não podem ultrapassar 
o capital social da empresa, utilize o mnemônico LERO: 
Legal 
Estatutária 
Retenção de Lucros 
Especial de Dividendos Obrigatórios Não Distribuídos 
 
O lançamento geral a ser realizado na constituição das reservas é a 
débito da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados (lucro líquido do exercício) 
e a crédito da reserva de lucro respectiva: 
1. Lançamento da destinação de lucros a reservas: 
D - Lucros ou Prejuízos Acumulados (lucro líquido do exercício) 
C - Reserva de Lucros respectivas valor 
 
2. Lançamento da reversão das reservas de lucro: 
D - Reserva de Lucros respectivas 
C - Lucros ou Prejuízos Acumulados (lucro líquido do exercício) valor 
Reservas de 
lucros
reserva de 
incentivo 
fiscal, 
contingências, 
lucros a 
realizar e 
prêmio de 
debêntures
Capital 
Social
Reserva Legal
Estatutária
Retenção de Lucros
Não pagamento de 
dividendos obrigatório
Capital 
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Vamos agora estudar cada tipo de reserva de lucro. 
 
 
A reserva legal é a única reserva que obrigatoriamente deve ser 
constituída de acordo com a Lei das S/A, porém, está sujeita a limites. 
A constituição da reserva legal está prevista no artigo 193 da Lei 
6.404/76, que afirma: 
Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão 
aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva 
legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. 
§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no 
exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das 
reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% 
(trinta por cento) do capital social. 
§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital 
social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou 
aumentar o capital. 
 
Esquematizando: 
 
Professor, mas no limite obrigatório, o montante da reserva legal está 
limitado a 20% do capital social subscrito ou 20% do capital realizado? 
O correto é calcular com base no capital realizado e é este método 
que a maioria das bancas adotam. Assim, iremos calcular o limite da reserva 
legal com base no valor do capital realizado. 
Segundo a Lei nº 6.404/76, artigo 189, parágrafo único, o prejuízo do 
exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas 
reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. 
Reserva 
Legal
Cálculo da Reserva Legal = 5% X Lucro Líquido do Exercício
Limite obrigatório: Reserva Legal ≤ 20% X Capital Social Realizado
Limite Facultativo: Reserva Legal + Reservas de Capital > 30% X Capital 
Social Realizado
Reserva de Constituição obrigatória e tem por fim assegurar a 
integridade do capital social;
Somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o 
capital social.
2.6.1 – Reserva Legal 
 
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Assim, se há prejuízo acumulado no balanço, não há sentido em constituir 
a reserva legal com base simplesmente no lucro líquido do exercício, pois o 
capital já está afetado. A reserva legal, se houvesse, deveria ser usada para 
compensar prejuízos. 
Ou seja, se existe um prejuízo acumulado, é porque não temos reserva 
legal registrada no balanço, uma vez que, se houvesse a reserva, teria absorvido 
todo o prejuízo. 
CONCLUSÃO: Caso haja saldo anterior na conta Prejuízos Acumulados, 
deve-se primeiramente abater este valor do lucro líquido, para depois constituir 
a Reserva Legal. 
 
Vamos ver por meio de questões quais situações podem acontecer 
quando da destinação da reserva legal. 
Vamos praticar!!!!! 
 (Questão Inédita) Após apurar o Lucro Líquido do exercício 
de 2010 no valor de R$ 100.000,00, o Patrimônio Líquido da Cia. Aprovados 
Ltda. passa a ter a seguinte composição: 
 
Composição do Patrimônio Líquido 
antes da distribuição de 2010 
Saldos (R$) 
Capital Social 400.000 
Reserva Legal 60.000 
Lucros / Prejuízos Acumulados 100.000 
Total 560.000 
 
Calcule o valor da Reserva Legal: 
Resolução: 
1. Limite da Reserva Legal = 20% do capital realizado 
Capital Social = Capital Social Realizado = R$ 400.000 
Limite da reserva legal = 400.000 x 20% = 80.000,00. 
2. Cálculo da Reserva Legal = 5% X Lucro Líquido do Exercício 
Reserva Legal = 5% X Lucro Líquido do Exercício = 5% X 100.000 
Reserva Legal = 5.000,00. 
Nesse caso, o valor da reserva legal é igual a 5% do lucro líquido do exercício 
(5.000), uma vez que o saldo existente em reserva legal somados R$ 5.000 
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destinados (60.000 + 5.000 = 65.000) não ultrapassará o limite de 20% do 
capital social realizado (R$ 80.000,00). 
O valor destinado a Reserva Legal é de R$ 5.000,00. 
Lançamento da constituição da reserva legal: 
D – Lucros ou Prejuízos Acumulados 
C – Reserva Legal (PL) ............................ 5.000,00 
 
 (Questão Inédita) Após apurar o Lucro Líquido do exercício 
de 2010 no valor de R$ 100.000,00, o Patrimônio Líquido da Cia. Aprovados 
Ltda. passa a ter a seguinte composição: 
Composição do Patrimônio Líquido 
antes da distribuição de 2010 
Saldos (R$) 
Capital Social 800.000 
Capital Social a Integralizar (500.000) 
Reserva Legal 58.000 
Lucros / Prejuízos Acumulados 100.000 
Total 458.000 
 
Calcule o valor da Reserva Legal: 
Resolução: 
Cálculo da Reserva Legal = 5% X Lucro Líquido do Exercício 
Limite da Reserva Legal = 20% do capital realizado 
Respondendo à questão: 
Capital Social 800.000 
Capital Social a Integralizar (500.000) 
Capital Social Realizado 300.000 
Limite da reserva legal = 300.000 x 20% = 60.000,00. 
Reserva Legal = 5% X Lucro Líquido do Exercício = 5% X 100.000 
Reserva Legal = 5.000,00. 
Como já temos R$ 58.000,00, só podemos constituir R$ 2.000,00 (60.000,00 - 
58.000,00) de reserva legal para não ultrapassar o seu limite de R$ 60.000,00. 
O valor destinado a Reserva Legal é de R$ 2.000,00. 
Lançamento da constituição da reserva legal: 
 
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D – Lucros AcumuladosC – Reserva Legal (PL) ............................... 2.000,00 
 
 (Questão Inédita) Após apurar o Lucro Líquido do exercício 
de 2010 no valor de R$ 100.000,00, o Patrimônio Líquido da Cia. Aprovados 
Ltda. passa a ter a seguinte composição: 
Composição do Patrimônio Líquido 
antes da distribuição de 2010 
Saldos (R$) 
Capital Social 800.000 
Capital Social a Integralizar (500.000) 
Reserva Legal 50.000 
Reserva de Capital 48.000 
Lucros / Prejuízos Acumulados 100.000 
Total 498.000 
 
Calcule o valor da Reserva Legal: 
Resolução: 
1. Reserva Legal = 5% X Lucro Líquido = 5% X 100.000 = R$ 5.000,00 
 
2. Limite da Reserva Legal = 20% do capital realizado 
Capital Social ............................. 800.000 
Capital Social a Integralizar ....... (500.000) 
Capital Social Realizado .............. 300.000 
 
Limite da reserva legal = 300.000 x 20% = 60.000,00. 
A princípio, a destinação do lucro a reserva legal no valor de R$ 5.000 é 
obrigatória, pois o limite obrigatório da reserva legal no valor de R$ 60.000 não 
será ultrapassado. Porém, precisamos analisar o limite facultativo 
3. Limite facultativo da reserva legal = 30% x Capital Social Realizado 
Limite facultativo da reserva legal = 30% x 300.000 = R$ 90.000,00 
3.1. Soma do saldo da reserva legal com as reservas de capital: 
Reserva legal existente ............. 50.000 
+ reserva de capital ................. 48.000 
= Total ................................... 98.000 
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Observem que o valor da reserva legal existente somado com a reserva de 
capital excede o limite facultativo de 30% do capital social realizado, no valor 
de R$ 90.000,00. Neste caso, a Cia. Aprovados pode deixar de constituir a 
reserva legal nesse exercício por ter ultrapassado o limite facultativo. 
Alternativamente, caso resolva constituir, a Cia. Aprovados deve observar o 
limite de 5% do lucro líquido e o de 20% do capital social realizado. No caso 
desta questão, a reserva legal constituída seria de R$ 5.000,00. 
 
IMPORTANTE: Esclareço que a obrigatoriedade de destinação de lucro à 
reserva legal, enquanto não atingido o limite de 20% do capital social 
realizado, não é absoluta, pois, mesmo que este limite não seja atendido, a 
Aprovados Ltda. poderá suspender a destinação de lucros à reserva legal, caso 
o somatório desta reserva com as demais reservas de capital supere 30% do 
capital realizado. 
 
 (Questão Inédita) Após apurar o Lucro Líquido do exercício 
de 2010 no valor de R$ 100.000,00, o Patrimônio Líquido da Cia. Aprovados 
Ltda. passa a ter a seguinte composição: 
Composição do Patrimônio Líquido 
antes da distribuição de 2010 
Saldos (R$) 
Capital Social 800.000 
Capital Social a Integralizar (500.000) 
Reserva Legal 50.000 
Reserva de Capital 38.000 
Lucros / Prejuízos Acumulados 100.000 
Total 488.000 
 
Calcule o valor da Reserva Legal: 
Resolução: 
1. Reserva Legal = 5% X Lucro Líquido = 5% X 100.000 = 5.000,00. 
2. Limite da Reserva Legal = 20% do capital realizado 
Limite da reserva legal = 20% X 300.000 = 60.000,00. 
3. Limite facultativo da reserva legal = 30% x Capital Social Realizado 
Limite facultativo da reserva legal = 30% x 300.000 = R$ 90.000,00 
3.1. Soma do saldo da reserva legal com as reservas de capital: 
Reserva legal existente ............. 50.000 
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+ reserva de capital ................. 38.000 
= Total ................................... 88.000 
 
Pessoal, neste caso, como o valor da reserva legal existente somado com a 
reserva de capital não excede o limite facultativo de 30% do capital social 
realizado, no valor de R$ 90.000,00, a Cia. Aprovados é obrigada a constituir a 
reserva legal no valor de R$ 5.000,00. Este é o método correto. 
Porém, alguns contabilistas adotam a prática de lançar como reserva legal o 
valor necessário para que o valor da reserva legal existente somado a reserva 
capital seja igual a 30% do capital social. É o método da complementação do 
limite facultativo. Algumas bancas já cobraram este tipo de questão. 
Soma do saldo da reserva legal com as reservas de capital: 
Reserva legal existente ................. 50.000 
+ reserva de capital ..................... 38.000 
+ reserva legal do exercício ............ 5.000 
= Total ....................................... 93.000 
 
Observem que após a destinação do montante de 5% do lucro líquido do 
exercício, a soma das reservas passaria a R$ 93.000, superando o limite de 30% 
do capital social realizado no valor de R$ 90.000. E agora? Bom, com base no 
método da complementação, a companhia teria a faculdade de destinar, 
integralmente, o montante de 5% (R$ 5.000) do lucro líquido à reserva legal 
(considerando que o limite de 20% não foi nem será atingido) ou de destinar 
apenas o suficiente até que o montante de 30% do capital seja atingido, ainda 
que o limite de 20% do saldo da reserva legal não o seja. 
Portanto, nesse cenário apresentado e com base no método da 
complementação, a Cia. Aprovados poderia: 
a) destinar R$ 5.000 (5%) de lucros à reserva legal, aumentando seu saldo 
para R$ 55.000, e o somatório das reservas para R$ 93.000; ou 
b) destinar R$ 2.000 de lucros à reserva legal, aumentando seu saldo para 
R$ 52.000, e o somatório das reservas para R$ 90.000, atingindo o limite de 
30% do capital social realizado. Cálculo da reserva legal desta letra: 
Reserva legal existente + Reserva de Capital + Reserva Legal do exercício = 
30% do capital social realizado 
50.000 + 38.000 + Reserva Legal do exercício = 90.000 
Reserva Legal do exercício = R$ 2.000,00 
 
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As reservas estatutárias são reservas constituídas com base no lucro 
líquido da companhia, desde que previstas no estatuto. No caso de a sociedade 
ser constituída por contrato social, como é o caso da sociedade por cotas de 
responsabilidade limitada, denominam-se reservas contratuais. 
Segundo a Lei das S/A, artigo 194: 
Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma: 
I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; 
II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros 
líquidos que serão destinados à sua constituição; 
III - estabeleça o limite máximo da reserva. 
 
Apesar de aparente liberdade, as companhias, quando da constituição 
dessas reservas deverão observar os requisitos previstos no artigo 194 da Lei 
6.404/76. 
O estatuto pode, por exemplo, fazer previsão da constituição de reservas 
destinadas a: resgate de debêntures, resgate de partes beneficiárias, aumentode capital social e amortização de ações. 
Lançamento de constituição das reservas estatutárias: 
D – Lucros Acumulados 
C – Reservas Estatutárias 
 
 
A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, 
destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de 
compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda 
julgada provável, cujo valor possa ser estimado (Lei das S/A, art. 195). 
A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da 
perda prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, 
a constituição da reserva (Lei das S/A, art. 195, §1º). 
Exemplo: Em determinado exercício, a empresa detectou perda julgada 
provável com um valor estimado de R$ 10.000,00. A empresa determinou a 
formação de reservas para contingências. 
Lançamento de constituição de reserva de contingência: 
D – Lucros acumulados (PL) 
C – Reservas para contingências (PL) ................. 10.000,00 
2.6.2 – Reservas Estatutárias 
 
2.6.3 – Reserva para Contingências 
 
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O valor de constituição da reserva para contingências é deduzido do lucro 
líquido no cálculo do dividendo mínimo obrigatório e adicionado quando de sua 
reversão. O cálculo do dividendo iremos vê-lo em aula futura. 
A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir 
as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda (Lei 
das S/A, art. 195, §2º). A reversão da reserva é realizada por meio de um 
lançamento inverso ao de sua constituição. 
Lançamento de reversão da reserva para contingências: 
D - Reservas para contingências 
C - Lucros acumulados 
 
O Manual de Contabilidade Societária – FIPECAFI (USP) – esclarece que, 
em geral, as reservas para contingências são constituídas para fazer frente a 
perdas cíclicas, que se repetem no tempo e que, portanto, são previsíveis. 
Estas perdas podem decorrer, dentre outros: 
• de fenômenos climáticos ou naturais que interrompem as atividades da 
empresa em determinados momentos (como alagamentos em épocas de chuvas 
intensas); 
• da prestação de serviços com duração limitada, passando por períodos de alta 
lucratividade até outros de pouca lucratividade ou até mesmo prejuízos - 
sazonalidade; 
• de paralisações extraordinárias de longa duração, decorrentes da substituição 
de equipamentos obsoletos, cuja substituição seja bastante penosa. 
Casos que podem ser constituídas as reservas para contingências: 
- Geadas ou secas, que podem atingir empresas com plantações, criações 
ou estoques nessas áreas, ou ainda as que dependem desses produtos 
para suas operações, como no caso de empresas comerciais ou industriais 
que utilizem tais produtos como matérias-primas em seu processo 
produtivo. 
- Cheias, inundações e outros fenômenos naturais que podem ocorrer 
ciclicamente nas áreas onde se localizam estoques ou instalações da 
empresa, gerando prejuízos efetivos por perdas de bens, por paralisação 
temporária das operações. 
 
➢ Diferenças entre Reservas para contingências e Provisões para 
contingências: 
1. Reserva para Contingências: A assembleia-geral poderá, por proposta dos 
órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à formação de 
reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição 
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do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser 
estimado (Lei das S/A, art. 195). 
Reserva de Contingências: conta do Patrimônio Líquido. 
Reserva de Contingências: refere-se a eventos futuros. 
 
2. Provisões para contingências: Tem por finalidade dar cobertura a perdas 
ou despesas, cujo fato gerador já ocorreu, mas não houve, ainda, o 
correspondente desembolso ou perda. Em atenção ao regime de 
competência, esse fato precisa ser contabilizado, mediante constituição 
de uma provisão. Exemplos: indenizações contratuais, contingências fiscais 
ou trabalhistas, etc. 
Provisões para Contingências: É uma obrigação presente da 
empresa classificada no passivo. 
Provisões para Contingências: refere-se a eventos passados. 
 
Quadro de classificação e lançamento: 
Contas Classificação Contrapartida 
Provisão para contingências Passivo Exigível Despesa de provisão 
Reserva para contingências Patrimônio Líquido Lucros Acumulados 
 
 
 
As doações e subvenções para investimentos governamentais (não 
computam as privadas) eram contabilizadas como reserva de capital. Agora, 
com as alterações da Lei das S/A, são contabilizadas como receitas, que 
transitam pelo resultado, podendo ser registradas (depois da apuração 
do resultado) em uma reserva de lucros (de incentivos fiscais). 
A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, 
destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido 
decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, 
que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório. 
Galera, não se preocupem, veremos com tranquilidade como calcular o 
dividendo mínimo obrigatório em aula futura. 
Por exemplo, se o poder público faz uma doação de um terreno para a 
empresa Aprovados Ltda., no montante de R$ 50.000,00, o lançamento é o 
seguinte: 
 
2.6.4 – Reserva de Incentivos Fiscais 
 
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D – Terrenos 
C - Outras Receitas – Doações do poder público .............. 50.000,00 
 
No final do exercício, devemos primeiro apurar o resultado (confronto 
das receitas com as despesas), na Demonstração do Resultado do Exercício. 
Após, o valor do lucro ou prejuízo deve ser transferido para o Balanço 
Patrimonial, no grupo Patrimônio Líquido. 
Agora, vamos supor que a empresa Aprovados Ltda. obteve um lucro de 
R$ 500.000,00. O lançamento da transferência do lucro para o Balanço é: 
D – Lucro Líquido do Exercício 
C - Lucros ou Prejuízos Acumulados ....................... 500.000,00 
 
Se a empresa decidir constituir a reserva de incentivos fiscais, com o 
objetivo de evitar a tributação, o lançamento será o seguinte: 
D – Lucros ou Prejuízos Acumulados 
C – Reserva de Incentivos Fiscais .......................... 50.000,00 
 
Observem que a constituição da reserva de incentivos fiscais será 
realizada diretamente na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. 
Pessoal, em relação às doações e subvenções governamentais, é 
importante observar os casos em que a empresa só recebe o bem se cumprir 
determinada cláusulas. 
Exemplo: A Cia. Aprovados Ltda. recebeu do Estado Z um imóvel 
avaliado em R$ 100.000,00, assumindo o compromisso

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