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QUESTÕES ORIENTADORAS – UNIDADE 2/CAP 07: Século XVII: a educação realista. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e Brasil. 3. ed., rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 2006. 1. Relacione surgimento da burguesia, economia capitalista, renascimento científico e mudanças na educação. R. Durante esse período persistiam as contradições no que diz respeito ao processo de divisão da ordem feudal e da ascensão da burguesia com a consequência do desenvolvimento do capitalismo houve e intensificação do comércio, que agregou características empresarias a colonização, o renascimento cientifico por sua vez foi compreendido como expressão da ordem burguesa, marcado pelas invenções e as descobertas tornaram essa nova concepção de ciência inseparável ao crescimento da indústria, a burguesia necessitava de ciência que investigasse. Educação religiosa: marcada pelos jesuítas representavam o ensino tradicional mais conservador, desprezavam o ensino da ciência e filosofo modernos. Educação pública: em 1619 o Ducado de Weimar regulamentou a obrigatoriedade escolar para as crianças de 6 a 12 anos, sobre influência e direções foram fundadas diversas escolas gratuitas para as crianças pobres e um seminário para a formação de mestre. Acadêmicos: as academias do século XVI não eram escolas institucionalizadas, porém visam a atender aos interesses da nobreza da formação cavalheiresca de seus filhos. 2. Comente: o interesse pelas questões do método, no século XVII, relaciona-se com a busca do realismo na pedagogia. R. Este século foi caracterizado pelo cuidado com o método na filosofia, na ciência e na educação, na pedagogia realista contrariava a educação antiga, excessivamente formal e retorica. Preferiu o rigor das ciências da natureza buscando superar a tendência literária e estética próprio do humanismo renascentista. 3. A educação religiosa ainda era muito forte no séc. XVII. Além da Companhia de Jesus, surgiram outras congregações, como a do Oratório e Jansenistas. Qual o principal ponto de avanço e/ ou divergência dessas congregações, em relação à Companhia de Jesus? Argumente. R. Avanço: As recentes congregações suas diferenciações em relação aos jesuítas quando usavam com frequência ilustrações e mapas. Aplicavam o método fonético na aprendizagem da leitura, ensinando as crianças a conhecer as letras somente pela sua pronúncia real e não com os nomes pelos quais são designadas. No currículo, o ensino do francês precedia o do latim. Divergência: O caráter rígido, conservador e de cunho excessivamente religioso valorizava o verbalismo, a memorização e a erudição estéril. O ensino jesuítico promoveu a separação entre escola e vida, porque, no afã de retomada dos clássicos, não transmitia aos alunos as inovações do seu tempo; não dava muita importância à história e à geografia, e a matemática. Insistiam em manter pensamento escolástico em detrimento ao pensamento moderno. o ensino universalista e muito formal distanciava os alunos do mundo, tornando-o ineficaz para a vida prática. 4. A filosofia moderna no século XVII surge retomando a discussão sobre o problema do conhecimento, com duas correntes filosóficas opostas, a partir de Descartes e Bacon/Locke, impactando a pedagogia até os dias atuais. Cite essas correntes e explique a argumentação específica de cada uma delas. R. Racionalismo, cujo principal representante foi o filósofo Descartes, ele ao analisar o processo pelo qual a razão atinge a verdade, usou o recurso da dúvida metódica. Começou duvidando de tudo. Só interrompe a cadeia de dúvidas diante do seu próprio ser que duvida. Se duvido, penso: “Penso, logo existo” (Cogito, ergo sum). Descartes introduz uma grande modificação no pensamento moderno: “O pensamento, metodicamente conduzido, encontra primeiramente em si os critérios que permitirão estabelecer algo como verdadeiro”. Ou seja, trata-se da “crença na autonomia do pensamento, a ideia de que a razão, bem dirigida, basta para encontrar a verdade, sem que precisemos confiar na tradição livresca e na autoridade dos dogmas. Se por um lado o racionalismo de Descartes prioriza a razão, na consciência, como ponto de partida de todo conhecimento, Bacon e Locke desenvolvem a concepção empirista, ao contrário do racionalismo, o empirismo enfatiza o papel da experiência sensível no processo do conhecimento. O que não significa depreciar o trabalho da razão, mas privilegiar a experiência, subordinando a ela o trabalho posterior da razão. Locke critica a teoria das ideias inatas de Descartes, afirmando que a alma é como uma tábula rasa (tábua sem inscrições), por isso o conhecimento só começa após a experiência sensível. Desse modo a influência da pedagogia racionalista e empirista perduram na pedagogia atual, um exemplo é quando o professor não teoriza a respeito do processo do conhecimento, trabalha com pressupostos filosóficos em que pode predominar uma ou outra tendência. 5. Compare as semelhanças e diferenças que existem entre a pedagogia do Renascimento e a do século XVII. R. 6. Como se caracteriza o realismo pedagógico? Analise. R. A ênfase maior estava na busca de métodos diferentes, a fim de tornar a educação mais agradável e ao mesmo tempo eficaz na vida prática. A pedagogia realista contrariava a educação antiga, excessivamente formal e retórica, ao contrário, preferia o rigor das ciências da natureza, buscando superar a tendência literária e estética própria do humanismo renascentista. 7. Trace as principais características da pedagogia de Comênio e identifique aspectos que ainda a tornam bastante atual. R. A pedagogia de Comenius caracteriza-se pelo método, a organização do conhecimento, o emprego racional do tempo de estudo, a noção de programa, o cuidado com o material didático, a valorização do mestre como guia do processo de aprendizagem. Bem como, a dizer: * Ensinar tudo a todos * O procedimento do mestre, segundo gradações das dificuldades e com ritmo adequado à capacidade de assimilação dos alunos. * O ponto de partida da aprendizagem é sempre o conhecido, indo do simples para o complexo, do concreto para o abstrato. * O verdadeiro estudo inicia nas próprias coisas * A educação dos sentidos *o ensino devia ser feito pela ação e estar voltado para a ação * a pessoa um ser moral e as escolas são “oficinas da humanidade” * a educação permitiria ao aluno pensar por si mesmo, não como “simples espectador, mas ator”. A pansofia é a aspiração democrática do ensino, ao qual todos teriam acesso, homens ou mulheres, ricos ou pobres, inteligentes ou ineptos. Com estas poucas referências, percebemos o caráter inovador do pensamento de Comênio, de sabor muito atual. 8. Relacione a filosofia política de Locke com a sua pedagogia liberal. Explique por que a pedagogia de Locke pode ser considerada elitista. R. Locke não defende a universalização da educação, para ele, a formação dos que irão governar e daqueles que serão governados deveriam ser diferentes, configurando-se assim o caráter elitista da sua pedagogia. 9. Qual é a importância e a novidade da pedagogia de Fénelon? R. Fénelon viveu na França e foi preceptor de um dos netos do absolutista Luís XIV, conhecido como Rei Sol. Vivendo na corte, observava com atenção a superficialidade e frivolidade das mulheres, geralmente muito dadas a mexericos e ações tolas. A maioria era semianalfabeta, e algumas, precariamente instruídas, tinham a intolerável afetação que resulta da cultura mal digerida. A importância e a novidade: Para Fénelon, esses defeitos das mulheres vinham da falsa educação, então foi daí que veio o seu empenho em estabelecer novas diretrizes da educação feminina. Pedagogia de Fénelon: Recomendava uma educação alegre, com base mais no prazer que no esforço, para que as moças adquirissem instrução geral: gramática, poesia,história e leitura selecionada de obras clássicas e religiosas.