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1. DIAGNÓSTICO PRÉ NATAL 2. DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL E MEDICINA REPRODUTIVA 3. DISMORFOLOGIA 4. EDUCAÇÃO EM GENÉTICA 5. ERROS INATOS DO METABOLISMO 6. GENÉTICA COMUNITÁRIA 7. NEUROGENÉTICA 8. ONCOGENÉTICA 9. POLIMORFISMOS RELACIONADOS A DOENÇAS CBGM 2013 1. DIAGNÓSTICO PRÉ NATAL AVALIAÇÃO DE DISPLASIAS ESQUELÉTICAS COM MANIFESTAÇÃO PRÉ- NATAL NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E MOLECULAR. EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL JOSÉ ANTÔNIO DE AZEVEDO MAGALHÃES (HCPA/UFRGS) - BRASIL JÚLIO CÉSAR LOGUÉRCIO LEITE LOGUERCIO LEITE (HCPA?UFRGS) - BRASIL TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL LUIZ ALBERTO TODESCHINI LAVINIA SCHÜLER-FACCINI MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL Displasias esqueléticas ou osteocondrodisplasias (OCDs) compreendem um vasto grupo de doenças genéticas que comprometem a formação e/ou o desenvolvimento do esqueleto humano. Embora individualmente raras, a prevalência global das OCDs é de aproximadamente 3,2 casos para cada 10.000 nascimentos, apresentando alta taxa de letalidade perinatal. Como parte da iniciativa de estabelecimento de uma rede brasileira de diagnóstico de displasias esqueléticas, este trabalho faz um levantamento das características clínicas e moleculares dos casos de OCD detectados durante a gestação, identificados no Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) entre 1996 e 2013. O estudo foi composto por segmentos retrospectivo e prospectivo e incluiu todos os casos de displasia esquelética com manifestação pré-natal. Casos de disostoses ou de anormalidades ósseas secundárias a outras patologias foram excluídos. Todos os casos suspeitos no período pré-natal foram confirmados por análise radiológica pós- natal e foram reavaliados por profissionais especialistas em OCDs. Amostras de sangue ou de tecidos preservados em parafina foram utilizadas para extração de DNA e posterior investigação molecular por sequenciamento de genes candidatos. Esse trabalho foi revisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCPA. Trinta e seis casos sugestivos de OCD foram recuperados, mas 6 foram excluídos por falta de evidências (n=3) ou por apresentação de displasia esquelética secundária a síndromes ou alterações metabólicas. Dos 30 casos restantes, osteogênese imperfeita tipo 2 foi o diagnóstico mais frequente (n=8), seguida das displasias tanatofórica (n=7) e campomélica (n=4). Alterações menos comuns incluíram acondrogênese tipo 2 (n=3), síndrome de costelas curtas e polidactilia tipos 1/3 (n=2) e acondroplasia, hipocondrogênese, síndrome de Larsen recessiva, displasia espondiloepifisária congênita e displasia espondilometafisária (1 caso cada). Para um paciente não foi ainda possível chegar a um diagnóstico conclusivo, apesar dos indícios claros de OCD. Em todos os casos se observou encurtamento de ossos longos em exame ultrassonográfico de segundo (n=21; 70%) ou terceiro trimestres (n=9; 30%). Nesse grupo de pacientes a letalidade perinatal chegou a 80% (n=24), incluindo óbitos neonatais e natimortos. Doze casos foram especificados no período pré-natal como letais e, desses, todos evoluíram ao óbito, o que corresponde a uma precisão de especificação de letalidade de 100% para essa amostra. Finalmente, para 20 pacientes (67%) foi estabelecida uma hipótese diagnóstica específica antes do nascimento. Esses diagnósticos foram confirmados em 19 indivíduos, resultando em uma acurácia de detecção pré-natal de 63% (19 de 30 casos) para essa amostra. Baseando-se nas características radiológicas de cada caso, foi possível inferir genes candidatos para sequenciamento e confirmação diagnóstica. Até o momento, cerca de um terço dos casos já possue mutações identificadas que corroboraram o diagnóstico clínico. Os achados aqui relatados reforçam as evidências de grande letalidade perinatal nas OCDs e a prevalência das displasias mais frequentes. A definição do caráter letal de uma OCD, assim como a proporção de diagnósticos corretos no período pré-natal, estão de acordo com outros estudos. Além disso, as investigações moleculares propiciam a confirmação diagnóstica e contribuem para o planejamento familiar e o aconselhamento genético. Palavras-Chave:displasias esqueléticas, osteocondrodisplasias, diagnóstico pré-natal, aconselhamento genético CONTRIBUIÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA TRIDIMENSIONAL (TC-3D) NA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PRÉ-NATAL DAS DISPLASIAS ESQUELÉTICAS CAROLINA ARAUJO MORENO (UNICAMP) - BRASIL KLÉBER ANDRADE CURSINO INÊS MINNITI RODRIGUES PEREIRA (FCM DA UNICAMP) - BRASIL KARINA DA COSTA SILVEIRA (UNICAMP) - BRASIL THATIANE YOSHIE KANAZAWA (UNICAMP) - BRASIL LUCIANA CARDOSO BONADIA (UNICAMP) - BRASIL SARA REIS TEIXEIRA (HC-FMRP-USP) - BRASIL DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL Aproximadamente metade das osteocondrodisplasias (OCD) de manifestação perinatal é letal, mas nem sempre a ultrassonografia (US) se mostra eficaz para precisar a letalidade das mesmas na nossa realidade. O presente estudo teve como objetivo avaliar a contribuição da tomografia computadorizada com reconstrução tridimensional (TC-3D) na avaliação diagnóstica pré-natal das OCD com suspeita de letalidade. Para tanto, sete casos de OCD previamente identificados pela US foram submetidos à TC-3D durante o pré-natal após as mães serem devidamente orientadas em consultas com geneticista. A partir da suspeita diagnóstica obtida pela US, esta foi comparada com a hipótese diagnóstica realizada após a TC-3D e posteriormente com o diagnóstico final baseado no estudo radiológico simples do esqueleto completo (Rx) realizado no pós-natal. Em dois casos o diagnóstico final obtido após Rx foi corroborado pela identificação da mutação no gene da OCD em questão. Em dois casos o Rx não pôde ser avaliado. Alterações sugestivas de displasia esquelética foram identificadas pela US entre 17 e 29 semanas (mediana: 20). A TC-3D foi realizada entre 26 e 36 semanas (mediana: 31). O achado relacionado à OCD mais frequentemente descrito pela 1ª US alterada foi o encurtamento de ossos longos (7/7=100%), seguido de hipoplasia de caixa torácica (3/7= 43%). A sequência cronológica dos diagnósticos [US → TC-3D → Rx → estudo molecular] para cada caso é descrita a seguir. Caso 1 (C1): displasia tanatofórica (DT) → Colagenopatia-2 → SEDC → COL2A1 (c.1781G>A); C2: OCD não especificada → Colagenopatia-2 → SEDC → COL2A1 (c.1546G>A); C3: DT → DT → não realizado (NR) → NR; C4: costela curta-polidactilia (SRP) → SRP-III ou IV → SRP-III → em andamento; C5: osteogênese imperfeita (OI) letal → OI letal → NR → NR; C6: OI letal → OI letal → OI-IIA → NR; C7: displasia diastrófica → acondrogênese (ACG) → ACG-IA → NR. Resumindo, a avaliação pré- natal com TC-3D corroborou a hipótese diagnóstica sugerida pela US em quatro casos (OI letal [2], SRP e DT) e modificou a hipótese inicial em três ocasiões - (SEDC [2] e ACG-IA). Em quatro casos (SEDC [2], SRP-III e ACG-IA), embora a TC-3D tenha identificado alterações adicionais em relação à US, o diagnóstico final foi confirmado somente pelo Rx pós-natal, como deve ser. Em nenhum caso a hipótese enquanto grupo diagnóstico sugerida pela TC-3D foi discordante do diagnóstico radiológico pós-natal quando o mesmo pôde ser realizado. Concluindo, a TC-3D adiciona informações na avaliação diagnóstica pré-natal das OCD e deveria ser considerada nos casos de suspeita de OCD letal durante a gestação, enquanto o Rx pós-natal mantém-se como padrão-ouro na avaliação das OCD, uma vez que permite a identificação de modo mais preciso dos achados necessários para a conclusão diagnóstica. Palavras-Chave:osteocondrodisplasia, diagnóstico pré-natal, TC-3D DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL DE MUCOLIPIDOSE II Α/Β ATRAVÉS DE TESTES BIOQUÍMICOS E DE DNA: UMA ABORDAGEM VIÁVEL E PRECISA. TIAGO KOPPE (UFRGS) - BRASILOSVALDO ARTIGALÁS (UFRGS) - BRASIL TACIANE ALEGRA (UFRGS) - BRASIL ANGELINA XAVIER ACOSTA MANOEL SARNO MAIRA GRAEFF BURIN (HCPA) - BRASIL FERNANDA SPERB (HCPA/UFRGS) - BRASIL URSULA MATTE (HCPA) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Introdução: A mucolipidose do tipo II (ML II) é uma doença lisossômica autossômica recessiva, secundária à deficiência da enzima GlcNAc-1-fosfotransferase (o subtipo α/β é causado por mutações no gene GNPTAB). O diagnóstico geralmente é feito por meio da medida das hidrolases lisossômicas no soro e em fibroblastos, sendo a avaliação pré-natal possível através de ensaios bioquímicos realizados em líquido amniótico. Há poucos relatos sobre a presença de alterações bioquímicas em heterozigotos. Objetivo: relatar o diagnóstico pré-natal de um concepto heterozigoto para ML II. Relato de Caso: O feto é o segundo filho de um casal não-consangüíneo. O primogênito recebeu diagnóstico clínico e bioquímico de ML II, confirmado com seqüenciamento do GNPTAB, que demonstrava homozigoze para a mutação c. [3503_3504delTC] no éxon XIX. Os pais optaram por outra gestação e testes pré- natais foram realizados por amniocentese. A análise enzimática de sobrenadantes apresentou atividade normal da hexosaminidase A, β-glicuronidase, α-manosidase e quitotriosidase. O cultivo e a análise enzimática dos amniócitos tiveram resultados de β-glicuronidase e hexosaminidase A total normais, mas a atividade da β- galactosidase e α-iduronidase estavam reduzidas, tornando a análise bioquímica inconclusiva. O seqüenciamento do éxon XIX do GNPTAB demonstrou que o feto era heterozigoto para c. [3503_3504delTC]. Ultra-sonografia obstétrica morfológica e a medida da translucência nucal estavam dentro da normalidade. O bebê nasceu sem intercorrências, com exame físico e antropometria normais. No período pós-natal, análises a partir do plasma, evidenciaram níveis enzimáticos discretamente elevados de α-iduronidase e α-manosidase, mas níveis normais de Hexosaminidase, β- glicuronidase, quitotriosidase e β-galactosidase (atividade em leucócitos não avaliada). Conclusão: Acreditamos que este é o primeiro relato de diagnóstico pré- natal de ML II através da análise de DNA. De acordo com nossos resultados, os heterozigotos podem apresentar alterações bioquímicas relacionadas com esta doença, assim, a análise de DNA deve ser considerada o método padrão-ouro para o diagnóstico. Palavras-Chave:Diagnóstico pré-natal; mucolipidose II α/β; testes bioquímicos; testes de DNA DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL DE SÍNDROME DE MECKEL-GRUBER CARLOS MAGNO LEPREVOST (HCRP-USP) - BRASIL JULIANA ALVES JOSAHKIAN (HC-FMRP-USP) - BRASIL CARLOS HENRIQUE PAIVA GRANGEIRO (HCRPUSP) - BRASIL MARÍA LUCÍA CASTRO MOREIRA (HC/USPRP) - BRASIL SIMONE GUSMÃO RAMOS (FMRP USP) - BRASIL JOÃO MONTEIRO DE PINA NETO MONTEIRO PINA (FMRP, USP) - BRASIL A Síndrome de Meckel-Gruber é uma ciliopatia autossômica recessiva caracterizada por encefalocele occipital, rins policísticos e polidactilia. A prevalência estimada da condição é em torno de 1/13.250-140.000 gestações, sendo que o gene responsável está no cromossomo 17 (17q21). O diagnóstico pode ser feito ao nascimento ou durante pré-natal. Vários casos diagnosticados por meios ultrassonográficos já foram relatados na literatura. Objetivo: Mostrar, através de um relato de caso clínico de Síndrome de Meckel- Gruber, a importância do diagnóstico pré-natal de doenças genéticas, tanto para prognóstico fetal como para aconselhamento genético. Método: Descrevemos recém-nascido, G1P1A0, filhos de pais não cosanguíneos, mãe com 31 anos. Ultrassonografia obstétrica de 28 semanas de gestação que evidenciou rins multicísticos, oligodrâmnio absoluto e sinais de hipoplasia pulmonar. Ressonância magnética fetal com 31 semanas e 4 dias que evidenciou microcefalia, encefalocele occipital com saco medindo 5,9cm x 2,7cm x 2,2cm, herniação de tronco cerebelar pelo forame Magno e fossa posterior de dimensões reduzidas. Nasceu de parto normal, prematuro de 34 semanas, cefálico, líquido amniótico claro e escasso, apgar 2/1, peso 2100g, comprimento 43cm, sorologias negativas. Evoluiu com óbito após 2 horas de vida, por parada cardiorrespiratória secundária a expansão pulmonar não suficiente. Durante necropsia foram observados face anormal (hipertelorismo, retromicrognatia, nariz achatado, orelhas baixo implantadas, pescoço curto e sobra de pele em nuca), polidactilia pós-axial de mãos e pés, prega palmar única, pé torto, genitália ambígua com ovários rudimentares, rins multicísticos, fígado aumentado com estrias fibróticas, presença de forame em occiptal (orifício de saída da encefalocele). Resultados: Os achados ultrassonográficos foram confirmados ao nascimento. Juntamente a polidactilia, alterações de genitália e dismorfias em face, o diagnóstico clínico de Síndrome de Meckel-Gruber foi realizado. Isso possibilitou o aconselhamento genético para os pais, visto a possibilidade de 25% de recorrência. Conclusões: Enfatizamos a necessidade e importância do acompanhamento conjunto dos serviços de ultrassonografia, patologia e genética médica, visto que as especialidades são complementares, possibilitando diagnóstico precoce mesmo de doenças raras. Palavras-Chave:Meckel-Gruber, diagnóstico pré-natal, aconselhamento genético, rins policísticos, encefalocele, autossômica recessiva EXPERIÊNCIA NO SERVIÇO DE GENÉTICA MÉDICA NO ACONSELHAMENTO GENÉTICO PRÉ-NATAL E PRÉ-CONCEPCIONAL DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE FLÁVIA ROMARIZ FERREIRA (UFRGS) - BRASIL EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL REJANE GUS KESSLER (HCPA) - BRASIL ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL MAIRA GRAEFF BURIN (HCPA) - BRASIL SANDRA LEISTNER-SEGAL (HCPA/SGM) - BRASIL JOSÉ ANTÔNIO DE AZEVEDO MAGALHÃES (HCPA/UFRGS) - BRASIL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL A etiologia das anormalidades embrionárias e fetais é bastante ampla, incluindo doenças cromossômicas, gênicas e multifatoriais, além das doenças maternas e exposições ambientais. Frente a esta variedade, incentiva-se a busca por serviços de aconselhamento periconcepcional para orientações adequadas para cada situação no intuito de evitar tais desfechos quando possível. O Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (SGM-HCPA) disponibiliza este atendimento em um ambulatório de Genética Pré-natal (GPN-SGM) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) há mais de 20 anos. Este programa é parte do Grupo de Medicina Fetal do HCPA, que realiza atendimento multidisciplinar para as gestantes com anormalidades. Os procedimentos de diagnostico pré-natal invasivo são oferecidos quando indicado. Para as gestantes, é realizada uma consulta após o parto para seguimento e aconselhamento genético. Nas consultas pré-concepcionais, investigam-se os fatores de risco potenciais para gestação, além daquele que motivou o atendimento, e é planejado o acompanhamento durante a futura gravidez.Objetivo: caracterizar a população atendida no GPN-SGM nos últimos 5 anos (período de Janeiro de 2008 a Dezembro de 2012). Métodos: utilizou-se uma abordagem longitudinal retrospectiva. Fichas clínicas dos casais atendidos neste ambulatório foram analisadas de forma descritiva quanto a aspectos sociais e clínicos das mulheres atendidas. De 633 fichas clínicas inicialmente identificadas, 43 foram excluídas por falta de informações essenciais para o estudo. Os dados foram armazenados em Excel.Resultados: Entre o período analisado, a média de atendimento foi de 116 casos novos por ano. A mediana de idade das mulheres atendidas foi de 29 anos (variando de 14 a 50 anos). A maior parte dos atendimentos foi proveniente de 143 cidades do interior do Rio Grande do Sul, entretanto as cidades da grande Porto Alegre contaram com um maior número de consultas por localidade. A maior parte das mulheres tinha ensino médio completo(n=229; 38,81%). O motivo de consulta foi por interesse em planejar uma futura gestação em 48% dos casos (n=284) e por gestação em curso em 52% (n=306). Durante a gestação, a busca pelo serviço concentrou-se em torno das 21 semanas de gestação (variando de 4 a 39 semanas), e motivo de encaminhamento mais frequente foi a presença de anomalia na ecografia fetal (n=135; 44% das gestantes). Conclusões: Nosso estudo evidencia que é possível estabelecer um programa de atendimento pré- natal e periconcepcional em serviços públicos de Genética. Em casos de anomalia fetal é importante a investigação da etiologia para estabelecer o aconselhamento genético do casal. A identificação de fatores de risco pré-concepcionais pode permitir o desenvolvimento de futuras estratégias para minimizar desfechos gestacionais adversos e prevenir novos casos de anormalidades. Palavras-Chave:Diagnóstico Pré-Natal, Medicina Fetal, Atenção Pré-Concepcional, Pré-Natal GASTROSQUISE E ONFALOCELE: ESTUDO DE CASOS EM CONCEPTOS NASCIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR POLYDORO ERNANI DE SÃO THIAGO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (HU-UFSC) GRAZIELE DENEGA SOUZA (UFSC) - BRASIL ELIANA TERNES PEREIRA TERNES PEREIRA (UFSC) - BRASIL GABRIELA GUIMARÃES GONÇALVES (UFSC) - BRASIL DAYARA SALES (UFSC) - BRASIL SAMANTHA THIFANI ALRUTZ BARCELOS (UFSC) - BRASIL Introdução: Entre os defeitos da parede abdominal de maior relevância em recém- nascidos estão a gastrosquise e a onfalocele. São malformações que, apesar de suas grandes diferenças, se manifestam por herniação de vísceras intra-abdominais. A onfalocele é consequência de um retorno incompleto do conteúdo intestinal para a cavidade abdominal durante a vida intrauterina, de forma que esse conteúdo fica exteriorizado, mas recoberto por membrana. Já a gastrosquise é um defeito na parede abdominal, lateral a um cordão umbilical íntegro, geralmente à direita, por onde há evisceração de órgãos abdominais, não recobertos por membranas. Objetivos: estudar casos de conceptos com malformações da parede abdominal anterior – especificamente onfalocele egastrosquise – nascidos no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC) e analisar fatores associados a esses defeitos. Métodos: foi realizado um estudo transversal retrospectivo, através da revisão de prontuários, no qual foram incluídos todos os conceptos com onfalocele e gastrosquise que nasceram na instituição, de janeiro de 2010 a dezembro de 2012. Resultados: no período do estudo, foram atendidos 16 casos de malformações fetais relacionadas a defeitos no fechamento da parede abdominal. Das malformações analisadas, a mais prevalente foi a gastrosquise, com 62,5% dos casos. Dos casos observados de gastrosquise, sete eram do sexo masculino e três do sexo feminino. Já dos casos de onfalocele, dois eram do sexo masculino, três do sexo feminino e um intersexo. Dos recém-nascidos, 14 tiveram diagnóstico pré-natal e em dois casos não havia especificação da época do diagnóstico. Em 81,3% dos casos, o tipo de parto foi cesárea, sendo que 56,3% foram nascimentos prematuros. Apesar da alta taxa de prematuridade, 56,3% do total foram classificados com tamanho adequado para a idade gestacional. Em quatro recém-nascidos estava presente outra malformação, como atresia de íleo, gemelaridade imperfeita e cardiopatia congênita. Um paciente apresentou restrição do crescimento intrauterino (RCIU). A idade materna variou de 17 a 37 anos, sendo a média de 25,3 anos, e em cinco casos houve o relato de malformações na família. Conclusões: A importância do estudo das malformações do fechamento da parede abdominal anterior reside no seu reconhecimento e realização de diagnóstico pré-natal, através de ultrassonografia, essencial para definir a gravidade dos defeitos de parede abdominal e analisar a possibilidade de malformações associadas, o que é mais recorrente na onfalocele. A família pode ser preparada psicologicamente, sobretudo pela maior frequência em mulheres jovens – o que não é esperado pela população em geral, que associa malformações à idade materna avançada. O diagnóstico precoce também permite que a melhor via de parto seja definida em cada caso, alem de preparar a equipe neonatal e de cirurgia pediátrica, pois muitos bebês podem nascer prematuros e 100% precisarão de intervenção cirúrgica. Palavras-Chave:onfalocele, gastrosquise, malformações INVESTIGAÇÃO DA DISPLASIA CAMPOMÉLICA EM UMA COORTE DE PACIENTES BRASILEIROS. EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL JOSÉ ANTÔNIO DE AZEVEDO MAGALHÃES (HCPA/UFRGS) - BRASIL JÚLIO CÉSAR LOGUÉRCIO LEITE LOGUERCIO LEITE (HCPA?UFRGS) - BRASIL TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL LUIZ ALBERTO TODESCHINI MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL LAVINIA SCHÜLER-FACCINI A displasia campomélica (DC) é uma das osteocondrodisplasias (OCDs) mais prevalentes entre as que se manifestam no período perinatal, sendo comumente letal e determinada por mutações no gene SOX9, importante regulador do desenvolvimento esquelético e testicular. Como parte da iniciativa de estabelecimento da Rede Brasileira de Displasias Esqueléticas, este trabalho busca identificar casos de DC e realizar uma revisão dos achados clínico-radiológicos de uma coorte desses pacientes e, posteriormente, proceder à investigação molecular de SOX9. Esse estudo é composto por segmentos retrospectivo e prospectivo e inclui casos de DC com manifestação perinatal detectados em diferentes serviços de genética médica brasileiros. Todos os casos suspeitos durante o pré-natal foram confirmados por avaliação radiológica pós-natal e reavaliados por profissionais experientes. Amostras de sangue ou de tecidos preservados em parafina foram utilizadas para extração de DNA que serão posteriormente submetidos à investigação molecular por sequenciamento dos éxons e junções éxon/íntron de SOX9. Até o momento, 12 casos de DC foram identificados, todos resultando em óbito perinatal (dez nativivos e dois natimortos). DNA foi obtido em 11 casos. A proporção sexual encontrada foi de 9 pacientes do sexo feminino para 3 do sexo masculino. Dos seis pacientes com cariótipo disponível, todos apresentaram sexo cromossômico concordante com o fenótipo, à exceção de um caso de reversão sexual (46,XY) com genitália externa feminina. Adicionalmente, um recém-nascido do sexo masculino apresentou micropênis e hidrocele bilateral, o que pode estar relacionado a um espectro de alterações sexuais causadas por mutações em SOX9. A mediana de idade materna dos casos foi de 27,5 anos, enquanto que a mediana de idade paterna foi de 31,5 anos. O peso médio ao nascimento foi de 2499 ± 804,5 gramas, enquanto que a altura e o perímetro cefálico médios ao nascimento foram 39,5 ± 4,6 cm e 35,2 ± 5,1 cm, respectivamente. A mediana da idade gestacional da amostra ao nascimento foi de 37 semanas. O sequenciamento será realizado inicialmente nas regiões codificantes do SOX9, uma vez que todos os casos foram letais. Concluindo, esta casuística confirma a grande mortalidade da displasia campomélica e reforça a necessidade da investigação cariotípica nessa displasia, visto que a freqüência de reversão sexual foi de 16%. Esses resultados também atestam a qualidade dos serviços envolvidos, já que 100% dos casos tinham radiografia pós-natal que permitiu a confirmação diagnóstica. Similarmente, 92% dos casos tinham DNA armazenado ou tecido disponível, que agora contribuirão para o estudo molecular de uma casuística brasileira de DC. Por último, os dados desta apresentação reforçam a necessidade de formação de redes para o estudo de doenças raras. Palavras-Chave:Displasias esqueléticas, displasia campomélica, diagnóstico pré-natal, aconselhamento genético RELATO DE CASO: SÍNDROME DO INCISIVO CENTRAL SUPERIOR SOLITÁRIO. CAMILA GARCIA PERINI(UNISUL-PB) - BRASIL LOUISE LAPAGESSE (HIJG) - BRASIL ROSANA CRISTINE OTERO CUNHA (HIJG) - BRASIL FERNANDA MAIA MONTEIRO FASOLO (HIJG) - BRASIL GEAN CARLO ROCHA (HIJG) - BRASIL MAIARA CRISTINA DA SILVA CUNHA GARCIA (HIJG) - BRASIL Síndrome do incisivo central superior solitário (SICSS) é uma alteração do desenvolvimento, considerada como expressão da holoprosencefalia e que envolve ossos cranianos, maxila e dentes (especificamente o incisivo central), incomum na população. O incisivo solitário pode ocorrer de forma isolada ou em associação com outras anomalias de desenvolvimento. Essa alteração no desenvolvimento da oclusão dentária é caracterizada por más formações estruturais, sobretudo na região de linha média do paciente. A incidência é estimada em 1:50.000 nascidos vivos m meninas. A etiologia tem sido associada a mutações no gene Sonic Hedgehog, especialmente deleção do 7q. O objetivo é apresentar um caso da SICSS. Os procedimentos ortodônticos, nesses casos, variam dependendo do grau de comprometimento das estruturas ósseas da maxila, da oclusão em si, e principalmente da sutura palatina mediana. Este relato refere-se a um paciente de 40 dias, masculino, prematuro, baixo peso, que foi levado pela mãe à emergência do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), Santa Catarina, com quadro de dificuldade respiratória e cianose. À anamnese, mãe relatou que o filho apresentou dispneia pós amamentação e regurgitação do leite materno por nariz e boca. Ao exame físico, observou-se que o paciente apresentava, hipertelorismo, terço médio da face reduzido e respiração bucal. Oroscopia demonstrou a presença de palato ogival e fenda palatina. Após internação e seguimento do paciente tomografia computadorizada revelou presença de único incisivo central superior e estenose de seio piriforme. Através da literatura, observa-se a importância do diagnóstico correto e precoce dessa síndrome, uma vez que há possibilidade da mesma estar associada a outros problemas de desenvolvimento. Além disso, o paciente acometido pela SICSS deve ser assistido por uma equipe multidisciplinar de saúde, de forma a otimizar os resultados clínicos e devolver-lhe qualidade de vida. Palavras-Chave:*prematuro *incisivo central superior solítário *genética TRISSOMIA PARCIAL 1Q32-QTER: DESCRIÇÃO DE CASO DETECTADO INTRAUTERINAMENTE MARÍA LUCÍA CASTRO MOREIRA (HC/USPRP) - BRASIL JULIANA ALVES JOSAHKIAN (HC-FMRP-USP) - BRASIL CARLOS HENRIQUE PAIVA GRANGEIRO (HCRPUSP) - BRASIL CARLOS MAGNO LEPREVOST (HCRP-USP) - BRASIL NATÁLIA RENAULT QUARESEMIN JOÃO MONTEIRO DE PINA NETO MONTEIRO PINA (FMRP, USP) - BRASIL A trissomia parcial do braço longo do cromossomo 1 é relativamente rara, com poucos casos descritos na literatura e com uma ampla heterogeneidade citogenética, que torna difícil a definição do fenótipo. Na literatura, está relacionado com atraso de desenvolvimento, distúrbio comportamental e múltiplas dismorfias .Relatamos caso encaminhado por alteração em ultrassonografia pré-natal (12 semanas) com translucência nucal aumentada (10,25 mm), artéria umbilical única e ventrículo cerebral único (holoprosencefalia). Ultrassom morfológico (23 semanas) demonstrou polihidrâmnio, holoprosencefalia alobar, defeito da linha média da face de difícil caracterização, não sendo possível observar osso nasal e coração com provável defeito de septo atrioventricular. Indicado exame citogenético, por cultura de amniócitos as 18 semanas, que evidenciou 46XX,add(5)(p15). Cariótipo da mãe e do avô materno com translocação balanceada 46XX,t(1;5)(q32;p15).O cariótipo do pai foi normal. Gravidez evoluiu com parto prematuro as 30 semanas de gestação. A necrópsia foi autorizada pelos pais e observado: feto macerado, turricefalia, frontal amplo, aumento do diâmetro biparietal , face triangular, microftalmia, micronagtia, hipertricose, hipoplasia nasal, fenda labio palatina, orelhas baixo implantadas e displásicas, pescoço curto, camptodactilia de quirodáctilos bilateralmente, polidactilia pós-axial à esquerda .A partir desses resultados, foi feito diagnóstico de trissomia parcial 1q32-qter. Esse trabalho demostra a importância do diagnóstico citogenético quando estamos frente a achados relevantes no ultrasom pré-natal, possibilitando a definição do prognóstico fetal e o aconselhamento genético. Palavras-Chave:Trissomia parcial 1q32-qter 2. DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL E MEDICINA REPRODUTIVA DIAGNÓSTICO CITOGENÉTICO PRÉ-NATAL A PARTIR DE URINA FETAL NA OBSTRUÇÃO DO TRATO URINÁRIO INFERIOR SIMONE HERNANDEZ RUANO (CDMDACR) - BRASIL SINA HAERI (BCM) - ESTADOS UNIDOS LEILA MONTENEGRO SILVEIRA FARAH (LABGEN) - BRASIL RAQUEL JOFFE (LABGEN) - BRASIL RODRIGO RUANO (BCM) - ESTADOS UNIDOS Objetivo: Testar a hipótese de que o diagnóstico citogenético pré-natal pode ser realizado a partir da urina do feto, em gestações complicadas pela obstrução do trato urinário inferior fetal. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo com todos os casos de fetos que apresentavam obstrução do trato urinário inferior (obstrução LUTO), atendidas ao longo de um período de quatro anos em uma instituição. Foram incluídos todos os casos em que a avaliação citogenética foi testada em amostras de urina fetal, bem como amostras de líquido amniótico. Resultados: Um total de 11 casos, com idade gestacional variando de 15 a 25 semanas, foi submetido a amniocentese e vesicocentese. Avaliação citogenética tradicional foi concluída, com sucesso, a partir do líquido amniótico e, também, a partir de amostras de urina fetal em todos os 11 casos (100%). O cariótipo foi normal em 7 casos (64%), apresentou trissomia do cromossomo 21 em 2 casos (18%), Trissomia do 13, em 1 (9%), e deleção parcial do cromossomo 4, em 1 caso (9%). Conclusão: A avaliação citogenética tradicional pode ser realizada com sucesso a partir de amostras de urina de fetos com obstrução do trato urinário inferior, o que pode ajudar nos casos em que não é possível realizar amniocentese ou biópsia de vilo corial. Palavras-Chave:obstrução do trato urinário inferior, válvula de uretra posterior, atresia uretral, cariótipo fetal, vesicocentesis EXPERIÊNCIA DA OTIMIZAÇÃO DAS TERAPIAS DE REPOSIÇÃO ENZIMÁTICA EM 2 CENTROS GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL RAQUEL BOY (UERJ) - BRASIL CATIA CRISTINA MACHADO GASPARONI DE LEMOS (HUPE/UERJ) - BRASIL ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL CECÍLIA AQUINO SEQUEIRA (HUPE-UERJ) - BRASIL MARIA DA PENHA LEITE DOS SANTOS () - MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL Objetivos: Relatar a experiência de dois centros com a otimização da TRE, em termos de ajuste de doses e redução do tempo de duração das infusões, ou sua frequência. Métodos: Selecionamos pacientes em infusão por períodos prolongados, (dezenove semanas – sete anos), sem apresentar reações relevantes no último semestre, com mucopolissacaridoses I, II e VI, para redução escalonada da quantidade de etapas, e aumento final da velocidade de infusão, seguindo orientações de bula, ou relatos já publicados de modificações bem sucedidas no protocolo de infusão. Em relação a otimização do consumo de medicação, duas famílias, uma com dois pacientes com MPS II e outra com quatro pacientes com doença de Fabry, ajustamos suas doses, dentro do intervalo terapêutico, de forma a possibilitar a redução do número de frascos utilizados. Concomitantemente, abordamos o problema de ajuste de dose de um paciente com repetidas faltas à terapia, usando o conceito de dose-acumulada. Resultados: Obtivemos sucesso nos objetivos almejados, sem intercorrências no período. Reduzimos o tempo de infusão dos pacientes com MPS I e II em cerca de 100 horas-ano, e dos pacientes com MPS VI em 50 horas-ano. Dois destes pacientes apresentaram relato prévio de reações adversas à infusão, já tendo sido dessensibilizados com sucesso previamente.Reduzimos o consumo de medicação nos casos citados, obtendo uma economia prevista de 50 frascos de Elaprase e 25 frascos de Fabrazyme ao ano. Reduzimos ainda consideravelmente o trabalho da enfermagem com o controle das mudanças de velocidade, permitindo o atendimento simultâneo de mais pacientes. Conclusões: Há possibilidades para manejo dos esquemas de infusão da reposição enzimática, além dos iniciais propostos, que permitiu diminuição do tempo de permanência hospitalar dos pacientes, associado a aumento da taxa de ocupação de leito, otimização do tempo da enfermagem e redução dos custos, naqueles pacientes já estáveis. Demonstramos ainda ser possível aplicar o mesmo protocolo aos pacientes com relato prévio de reações adversas, desde que estas já tenham sido previamente bem controladas. Palavras-Chave:Otimização, Reposição Enzimática O POLIMORFISMO DO RECEPTOR DO HORMÔNIO LUTEINIZANTE INSLQ ESTÁ PRESENTE NA INFERTILIDADE ASSOCIADA À ENDOMETRIOSE CARLA REGINA SCHMITZ (UFRGS) - BRASIL EMILY DE CONTO (UFRGS/HCPA) - BRASIL CARLOS AUGUSTO BASTOS DE SOUZA (HCPA) - BRASIL VANESSA KREBS GENRO (UFRGS) - BRASIL URSULA MATTE (HCPA) - BRASIL JOÃO SABINO LAHORGUE CUNHA FILHO (UFRGS) - BRASIL Objetivo: Avaliar a associação do polimorfismo do receptor do Hormônio Luteinizante (LH) insLQ que consiste na inserção das bases CTGCAG – Leucina- Glicina – no códon 18 do exon 1 do gene em pacientes com infertilidade associada à endometriose. Métodos: Foi realizado um estudo de caso controle comparando 67 pacientes inférteis com endometriose (grupo de estudo) e 65 pacientes férteis (grupo controle). Todas pacientes foram submetidas a videolaparoscopia diagnóstica: o grupo de estudo para diagnóstico de endometriose e o grupo controle para ligadura tubária. Foram dosados os níveis séricos de FSH, LH e CA-125. O DNA das pacientes foi extraído a partir de sangue periférico coletado em EDTA, foi realizada reação de PCR para amplificar a região de interesse no gene e, através de sequenciamento direto, foi possível analisar a inserção LQ no gene das pacientes. Resultados: Os níveis de FSH e LH séricos foram semelhantes entre os grupos estudados, no entanto, os níveis de CA-125 foram maiores no grupo em estudo, como esperado. Vinte e nove pacientes (43%) no grupo de estudo e treze pacientes (20%) no grupo controle apresentaram o polimorfismo insLQ no receptor do LH. Essa diferença foi estatisticamente significativa, sendo p=0,005 e OR 3,05 (IC 95% 1,40 – 6,63). Conclusão: O polimorfismo insLQ, que confere maior sensibilidade ao receptor do LH em células in vitro, está associado ao diagnóstico de infertilidade associada à endometriose em mulheres. Palavras-Chave:LHR, receptor, inserção, polimorfismo, endometriose, infertilidade POLIMORFISMOS DO GDF9 EM MULHERES INFÉRTEIS COM ENDOMETRIOSE EMILY DE CONTO (UFRGS/HCPA) - BRASIL VANESSA KREBS GENRO (UFRGS) - BRASIL CARLOS AUGUSTO BASTOS DE SOUZA (HCPA) - BRASIL JOÃO PAOLO BILIBIO (UFRGS) - BRASIL URSULA MATTE (HCPA) - BRASIL JOÃO SABINO LAHORGUE CUNHA FILHO (UFRGS) - BRASIL Objetivos: Comparar a frequência dos polimorfismos (SNPs) G>C (rs254285), C447T (rs254286), G546A (rs10491279) e G646A, do gene do Fator de Crescimento e Diferenciação 9 (GDF9) entre pacientes inférteis com endometriose e mulheres férteis sem endometriose. Métodos: O grupo controle foi composto por quarenta pacientes férteis submetidas à ligadura tubária. Quinze mulheres inférteis com endometriose em tratamento para gestar por fertilização in vitro (FIV) compunham o grupo de estudo. O DNA dessas pacientes foi extraído a partir do sangue periférico coletado em EDTA e foi realizado o sequenciamento do fragmento do gene que contém os SNPs. A concentração de DNA utilizada na reação de PCR foi de 200 ng/µL determinada por quantificação em espectrofotômetro NanoDrop. A dosagem de FSH como indicador de reserva ovariana foi coletada no 3o dia do ciclo menstrual. A análise estatística aplicada foi Teste t para as variáveis contínuas e Teste de Monte Carlo para as variáveis categóricas. Resultados: Os SNPs não apresentaram diferenças estatísticas entre os grupos. O SNP G>C apresentou p=0,352; C447T, p=0,108; G546A, p=0,645 e para o polimorfismo G646A todas as pacientes apresentaram o genótipo GG, sendo p=1. A média de idade de ambos os grupos foi próxima, não resultando em diferença estatística. A média dos níveis de FSH foi maior no grupo de estudo, sendo de 4,8U/L no grupo controle diante de 8,1U/L no grupo de estudo, o que sugere que a reserva ovariana do grupo de pacientes inférteis com endometriose é menor do que a reserva ovariana do grupo controle. Conclusão: Os resultados preliminares não demonstram diferença gênica ou alélica para os polimorfismos do GDF9 entre os grupos estudados. Palavras-Chave:GDF9, polimorfismos, infertilidade, endometriose 3. DISMORFOLOGIA ACHADOS CLÍNICOS DE UM PACIENTE APRESENTANDO VARIANTE DA SÍNDROME DE KLINEFELTER 49,XXXXY PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL CAMILA SAPORITI MESQUITA (UFCSPA) - BRASIL JULIANA CAVALHEIRO DORNELES (UFCSPA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL SILVIA BARBOSA (UFCSPA) - BRASIL FRANCYELLE OLIVEIRA (UFCSPA) - BRASIL JULIETE NATHALI SCHOLL (UFCSPA) - BRASIL BIBIANA CUNEGATTO (UFCSPA) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivos: descrever os achados clínicos de um paciente apresentando variante da síndrome de Klinefelter 49,XXXXY. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão da literatura. Resultados: o paciente é o primeiro filho de casal com 25 anos (mãe) e 26 anos (pai), ambos não consanguíneos. Durante a sua gestação, diagnosticou-se crescimento intrauterino restrito no sétimo mês. Ele nasceu a termo, por parto normal, pesando 1950 g, medindo 43 cm, e com escore de Apgar no quinto minuto de 9. Ao nascimento, o pediatra levantou a hipótese de síndrome de Down como diagnóstico. O paciente nasceu com pé torto congênito, sendo que necessitou utilizar bota gessada até o quarto mês de vida. Com 1 ano e 6 meses, foi submetido a uma cirurgia para correção da movimentação da perna esquerda. Contudo, não se obteve resultado satisfatório. Ele apresentava sopro cardíaco sistólico. A avaliação clínica cardiológica constatou provável estenose pulmonar sem repercussão hemodinâmica. Quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor, ele evoluiu com atraso, sendo que sentou sem apoio com 8 meses, caminhou sozinho com 3 anos e 1 mês. Aos 3 anos e 9 meses ele pronunciava apenas poucas palavras. A radiografia de punho, realizada com 3 anos e 7 meses, mostrou importante retardo da maturação óssea (a idade óssea era de cerca de 6 meses). Neste período, seu peso e altura eram adequados para a idade; porém, seu perímetro cefálico se encontrava no limite inferior da normalidade. Ao exame físico evidenciou-se achatamento occipital do crânio; implantação baixa dos cabelos na fronte e na nuca; fenda palpebral oblíqua para cima; orelhas retrovertidas com hélix sobredobrada; palato alto; hipertelorismo mamário; testículos retráteis e pênis escondido na gordura pubiana; clinodactilia do quinto dedo das mãos; pés planos valgos com leve protusão do calcâneo, e sobreposição dos 2° e 3° pododáctilos bilateral. O cariótipo mostrou a presença de uma constituição cromossômica masculina apresentando tetrassomia do cromossomo X, o que foi compatível com o diagnóstico de variante de síndrome de Klinefelter: 49,XXXXY[25]. Na avaliação endocrinológica, aos 18 anos de idade, verificou-se a presença de hipogonadismo hipergonadotrófico. A radiografia de crânio demonstrou aumento da espessura da calota craniana e da densidade das suturas. Havia prognatismo da mandíbula. A sela túrcica apresentava volume diminuído. A idade óssea era compatível com 15 anos de idade. Na ecografia, os testículos não foram visualizados. Ao eletroencefalogramaobservaram-se moderadas alterações lentas difusas e alguns esboços de surtos de pontas duplas, difusas, bilaterais e sincrômicas. Conclusões: a síndrome de Klinefelter é uma anomalia cromossômica que se caracteriza por falha na função testicular com azoospermia e níveis elevados de gonadotrofinas. Relatos de variantes da síndrome de Klinefelter são considerados raros. Salientamos a dificuldade do diagnóstico baseado em achados clínicos, uma vez que há sobreposição das características clínicas com outros tipos de cromossomopatia. Em nosso caso, por exemplo, a suspeita inicial foi de síndrome de Down, sendo que esta condição é considerada um diagnóstico diferencial. Sendo assim, a realização do cariótipo é muito importante para a definição etiológica da síndrome e, consequentemente, adequado manejo do paciente. Palavras-Chave:Síndrome de Klinefelter, variante, 49,XXXXY, hipogonadismo, diagnóstico diferencial ACONDROPLASIA: UM ESTUDO DE CASO LETÍCIA SABOIA DA SILVA (UFPEL) - BRASIL INGRID IOOST ESTANIESKI (UFPEL) - BRASIL NICOLE RUAS GUARANY (UFPEL) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Objetivos: O presente estudo tem como objetivo discutir a importância da intervenção terapêutica ocupacional em uma menina com Acondroplasia (nanismo) atendida no setor de Terapia Ocupacional no Núcleo de Neurodesenvolvimento da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Rio Grande do Sul (RS). Métodos: O estudo de caso foi desenvolvido através de análise de prontuário clínico, anamnese com os pais e avaliação de Terapia Ocupacional, desenvolvida especialmente para os pacientes atendidos neste setor. Esta avaliação compreende aspectos tais como capacidades motoras, cognitivas, realização das atividades de vida diária, função social, comunicação, entre outros. Até o momento foram realizadas as avaliações em dois atendimentos de Terapia Ocupacional, semanalmente esta paciente seguirá em atendimento. A avaliação foi realizada por duas estagiárias do Curso de Terapia Ocupacional da UFPel, sendo documentados diariamente. Resultados: H.L.S. sexo feminino, nascida em junho de 2012, na ocasião com 9 meses de vida, nascida e com procedência de Pelotas-RS. Mãe com 24 anos e pai com 67 anos. Foi diagnosticada com Acondroplasia pela equipe multiprofissional dos serviços do Ambulatório de Neurodesenvolvimento da UFPel. A criança apresenta macrocefalia, membros inferiores e superiores curtos e com sobra de pele. A avaliação Terapêutica Ocupacional foi realizada com acompanhamento da mãe, a criança não faz trocas de decúbitos, não engatinha e não fica em pé de forma independente, apresenta controle cervical, tem déficit no controle de tronco, mas senta sem apoio por alguns minutos, realiza preensões adequadamente, responde a estímulos visuais e auditivos, e têm dificuldade respiratória, apresentando grande fadiga quando realiza movimentos que exigem força. Está com o desenvolvimento motor em atraso, porém apresenta desenvolvimento cognitivo adequado a idade. Conclusão: As dificuldades encontradas pelos Acondroplásicos são inexoráveis devido as alterações esqueléticas e deformidades que se desenvolvem ao longo da vida. A intervenção precoce é de extrema importância nessa população. Neste sentido a intervenção terapêutica ocupacional visa promover o desenvolvimento neuropsicomotor da criança e adequação postural a fim de evitar deformidades e facilitar respiração, fortalecer a musculatura da coluna cervical, lombar, membros inferiores e equilíbrio a fim de facilitar as trocas de decúbitos, estimular o engatinhar e futuramente auxiliar na aquisição de marcha de forma independente, a Terapia Ocupacional buscará neste acompanhamento desenvolver autonomia e independência a criança nas suas atividades de vida diária buscando se necessários possíveis adequações. Palavras-Chave:Acondroplasia, Terapia Ocupacional ALBINISMO OCULOCUTÂNEO AFETANDO PAI E FILHO DE ORIGEM INDÍGENA: UM CASO DE PSEUDODOMINÂNCIA? JANE CRISTINA BENCKE (UFCSPA) - BRASIL VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL ROSANA CARDOSO MANIQUE ROSA (HCSA E GHC) - BRASIL LUCIANA AMORIM BELTRÃO (UFCSPA) - BRASIL VICTÓRIA BERNARDES GUIMARÃES (UFCSPA) - BRASIL PRICILA BERNARDI CARLA GRAZIADIO GIORGIO ADRIANO PASKULIN (UFCSPA) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivos: relatar um paciente de origem indígena com albinismo oculocutâneo, cujo pai é afetado pela mesma condição. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão da literatura. Resultados: o paciente é o primeiro filho de pais com 32 anos (mãe) e 30 anos (pai), não consanguíneos, ambos indígenas. Ele nasceu de parto normal, a termo, em uma reserva indígena. Não havia descrição de suas medidas antropométricas ao nascimento. Aos 5 meses, foi hospitalizado por quadro de diarréia acompanhada de febre. Na avaliação, diagnosticou-se sepse e choque hipovolêmico. Ao exame físico, observou-se aspecto facial de origem indígena, com presença de epicanto, base nasal baixa e larga, e impressão de telecanto. Notou-se também a presença de cabelos com coloração clara-alaranjada; nistagmo persistente biltateral, íris clara-esverdeada; palato alto; orelhas com sobredobramento do ramo horizontal da hélix; mamilos invertidos; pele muito clara e hipotonia. Ele apresentava atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, sendo que não possuía ainda sustento cefálico. Suas medidas antropométricas (peso, comprimento e perímetro cefálico) eram adequadas para a idade. A avaliação oftalmológica complementar identificou também rarefação do epitélio pigmentar da retina. No exame neurológico, verificou-se ataxia ocular ligada ao albinismo. O eletroencefalograma em sono e vigília, bem como a tomografia computadorizada de crânio sem contraste foram normais. O pai possuía achados similares, com pele clara e cabelos claros-alaranjados, além de nistagmo. Assim, os achados de nosso paciente, juntamente com os de seu pai, foram compatíveis com o diagnóstico de albinismo oculocutâneo. A mãe era hígida e não possuía casos em sua família de albinismo oculocutâneo. Conclusões: o albinismo oculocutâneo é uma condição genética autossômica recessiva. Assim, em nosso caso (onde há pai e filho afetados), acreditamos que se trate de um padrão de herança pseudominante, onde a mãe, possivelmente, é portadora também da mutação para o albinismo oculocutâneo. Em um primeiro momento, pensamos que os pais pudessem ser originários de uma mesma tribo, ou seja, de uma população mais restrita, o que poderia explicar a possibilidade da mãe ser portadora também da mutação para o albinismo oculocutâneo. Contudo, apesar do local atual de origem da família ser uma comunidade de índios Guarani, a mãe nasceu e cresceu em uma aldeia diferente e bastante distante da do pai (o pai era originário de São Paulo e a mãe, daqui do Rio Grande do Sul). Por outro lado, chamou-nos a atenção que o albinismo oculocutâneo é uma condição comum em algumas tribos da América do Norte e Central (no caso, índios Hopi e Sans Blas, respectivamente). Porém, não encontramos descrição na literatura da frequência de albinismo oculocutâneo entre índios Guarani. Palavras-Chave:Albinismo oculocutâneo, pseudodominância, autossômico recessivo, povos indígenas ALTERAÇÕES DE CARIÓTIPO EM CRIANÇAS COM ATRASO NO DESENVOLVIMENTO ISABEL CRISTINA NEVES DE SOUZA (UFPA) - BRASIL RAIMUNDA HELENA FEIO (UFPA) - BRASIL MARIA SUELY FERNANDES LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA SANTANA DA SILVA (UFPA) - BRASIL AMIRA CONSUÊLO DE MELO FIGUEIRAS (UFPA) - BRASIL Objetivo: Verificar alterações de cariótipo em crianças de 0 a 12 anos com atraso de desenvolvimento estabelecido. Métodos: Estudo transversal de 642 crianças atendidas no Ambulatório de Desenvolvimento do Serviço Caminhar do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, no período 01 de agosto de 2007 a 31 de julhode 2010. Os dados obtidos foram analisados pelos programas Bioestat 5.3. Resultados: O cariótipo foi o exame mais solicitado na avaliação da genética e o que também mais se apresentou alterado em 16,9%, a alteração cromossômica mais encontrada foi a Síndrome de Down, com casos de trissomia simples, mosaicismo e translocações D/G e G/G, além Síndrome de Turner, Síndrome de klinefelter, duplicações envolvendo o cromossoma 9, deleções no 11, 5 e X, isocromossomo e outras translocações. Conclusão: Os resultados encontrados mostram que a investigação das causas de atraso no desenvolvimento devem incluir a avaliação cromossômica, a depender de alterações de exame físico, como por exemplo, fácies típico, que podem levar a uma suspeita inicial, ou mesmo nos casos em que não se tem nenhuma outra evidencia clara da causa do atraso no desenvolvimento, visto que segundo Shevell et al, (2003) o cariótipo estaria alterado em 3,5% a 10%, mesmo na ausência de características dismórficas ou características sugestivas de uma síndrome específica. Palavras-Chave:cariótipo, atraso no desenvolvimento, criança ALTERAÇÕES DENTÁRIAS EM UMA GRANDE AMOSTRA DE PACIENTES COM INCONTINÊNCIA PIGMENTAR: IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO ODONTOLÓGICA FERNANDA DIFFINI SANTA MARIA (UFCSPA) - BRASIL CLÁUDIA POZIOMCZYK MARCIA ANGELICA PETER MAAHS (UFCSPA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL JULIANE NASCIMENTO DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL ANA ELISA KISZEWSKI (UFCSPA) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivos: verificar as alterações odontológicas em pacientes com incontinência pigmentar (IP). Métodos: para a obtenção da amostra foram revisados os prontuários de pacientes pediátricos com diagnóstico de IP do Serviço de Dermatologia Pediátrica do Hospital Santo Antônio da Criança, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), entre 2003 e 2012. Os pacientes e seus familiares, após a confirmação da doença, foram submetidos a uma avaliação clínica, sendo que foi dada ênfase, no presente estudo, aos aspectos odontológicos. Além do exame clínico, foi realizada uma investigação radiológica utilizando uma radiografia panorâmica, a fim de observar os dentes permanentes e decíduos, e a presença de alguma alteração estrutural nos mesmos. Resultados: a amostra foi composta de 13 pacientes, todos do sexo feminino, com média de idade de 6 anos. Os primeiros sinais de IP foram observados ao nascimento em apenas 2 pacientes, enquanto que nas outras 11 o seu aparecimento ocorreu ao longo do primeiro ano de vida. No momento da análise clínica dermatológica, 11 pacientes apresentavam lesões hipercrômicas lineares, acometendo principalmente os membros inferiores; 1 deles possuía lesões verrucosas e 1 estrias atróficas e hipopigmentadas. Outros achados comuns foram cabelos esparsos com alopécia de vértice (85%) e presença de nevos melanocíticos (31%). Com relação ao exame odontológico, 4 dos 13 pacientes (31%) não entraram no estudo, ou por ter ido a óbito (n=1) ou por não terem tido nenhuma erupção dentária (n=3). No exame clínico, observou-se que dos 9 pacientes avaliados, 7 (78%) apresentavam anomalia dos dentes decíduos, sendo as mais comuns dentes cônicos e diastemas, principalmente nos dentes anteriores superiores e inferiores. Já no exame radiográfico, verificou-se que 6 pacientes (67%) possuíam agenesia dos dentes decíduos, acometendo com maior frequência o incisivo lateral superior. Já em relação aos dentes permanentes, em 8 pacientes (89%) constatou-se a agenesia de algum dente, sendo também o incisivo lateral o mais frequentemente envolvido (63%). Todos os pacientes apresentaram atraso na erupção dentária. Conclusões: a IP é caracterizada por ser uma síndrome rara, de herança ligada ao cromossomo X, com traço dominante, em que existem anomalias com o envolvimento tanto do ectoderma quanto da mesoderma de diferentes órgãos e tecidos, sendo a pele o principal local de acometimento. O gene mutante é geralmente letal para fetos masculinos. Isto justifica o nosso achado de que todos os pacientes da amostra eram meninas. As lesões cutâneas da IP normalmente aparecem ao nascimento ou logo após e manifestam-se em uma série de estágios, que evolui do bolhoso, passando pelo verrucoso e hiperpigmentado, até o atrófico. Com relação aos achados odontológicos, dentes ausentes ou cônicos, e atraso na erupção dentária são frequentes, e foram os principais achados verificados em nossa amostra. Diferentemente da literatura, a impressão que tivemos foi de que a dentição decídua é mais afetada do que a permanente. Assim, achados odontológicos são comuns em IP, sendo que entender todos os aspectos da síndrome torna-se importante, tanto para proporcionar um correto diagnóstico, como para ministrar o adequado manejo dos pacientes. Palavras-Chave:Incontinência pigmentar, avaliação odontológica, dentes cônicos, dentição ANÁLISE COMPARATIVA DE GENOMAS COM AMOSTRAS DE SANGUE EM PAPEL FILTRO DE RECÉM-NASCIDOS COM MALFORMAÇÕES CARDÍACAS CONGÊNITAS: UM ESTUDO PILOTO Mariluce RIEGEL (HCPA/UFRGS) - Brasil Eduardo Enrique Castilla Ieda Maria Orioli Objetivos e Métodos: Amostras de sangue colhidas em papel filtro servem como um recurso valioso para estudos genéticos retrospectivos. Embora a quantidade da amostra de sangue obtida deste modo é limitada, é um método conveniente para o armazenamento de amostras a longo prazo. O objetivo deste estudo foi identificar anormalidades cromossômicas entre as crianças nascidas com malformações cardíacas congênitas através da análise comparativa de genomas por array-CGH (Agilent, 8x60k), utilizando-se DNA recuperado á partir de sangue seco armazenado previamente em papel filtro por 10-12 anos. Após a extração de DNA, a amplificação genômica foi realizada em 15 amostras. Resultados: Em cinco amostras a concentração de DNA obtida foi baixa (<10 ng) e a utilização de DNA para array- CGH não foi possível. O experimento foi bem sucedido em 6 das 10 amostras de DNA amplificadas. Foram identificados dois indivíduos com uma deleção de 2,5 Mb em 22q11.2 associada com a região da síndrome de del22q11.2. As deleções patogênicas, não detectadas anteriormente, foram identificadas e associadas com o fenótipo nestes dois casos. Em uma amostra, uma trissomia completa do cromossomo 21 foi identificada. Um desequilíbrio genômico envolvendo a região 7q36.3 foi classificado como variação de significado desconhecido. As duas amostras restantes não apresentaram ganho ou perda de sequências genômicas consideradas significativas. Conclusão: Apesar das vantagens que o sangue coletado e armazenado por longos períodos em papel filtro pode oferecer, a recuperação do material genético para fins de análise do genoma ainda é crítica devido a qualidade e quantidade de DNA necessárias para a obtenção de resultados por array-CGH. Entretanto, a utilização de DNA recuperado á partir de manchas de sangue seco para análise cromossômica por microarrays, é uma abordagem inovadora e atraente para os investigadores que necessitam trabalhar com amostras armazenadas em papel filtro, como é o caso dos programas de monitoramento em grande escala, tais como o ECLAMC (Estudo Colaborativo Latino de Malformações Congênitas). Apoio financeiro: FIPE/HCPA 10-560; CNPq 214906/2012-4; Palavras-Chave:análise cromossomica, array-CGH, malformação congenita ANÁLISE DA MUTAÇÃO P250R DO GENE FGFR3 EM CRANIOSSINOSTOSE THAYNE WOYCINCK KOWALSKI (HCPA) - BRASIL JÉSSICA FERRARI (UFCSPA) - BRASIL LILIANE TODESCHINI DE SOUZA (UFRGS) - BRASIL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL MARCUS VINICIUS MARTINS COLLARES (UFRGS) - BRASIL VANESSA SUÑÉ MATTEVI (UFCSPA) - BRASIL TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL Introdução: A craniossinostose é uma malformação com prevalência de 1 em 2000 nascidos vivos.Ocorre devido ao fechamento prematuro de uma ou mais suturas cranianas, podendo levar a um aumento da pressão intracraniana, alterando o fluxo sanguíneo cerebral resultando na ocorrência de distúrbios visuais, auditivos e outras disfunções neurológicas. Apresenta etiologia genética, sendo a mutação C749G no gene FGFR3 uma das mais frequentes. Essa mutação leva a substituição P250R no produto gênico, definindo a característica molecular da Síndrome de Muenke, que possui caráter autossômico dominante. Acredita-se que a Síndrome de Muenke afete cerca de 8% de todos os casos de craniossinostose. Objetivo: Esse estudo tem como objetivo analisar a mutação P250R no gene FGRF3 em pacientes com craniossinostose isolada atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e identificar a origem parental dos casos positivos. Métodos: Após assinatura do TCLE, foram coletados 5mL de sangue periférico e procedeu-se a extração de DNA por método Puregene. Para a identificação da mutação foi utilizada a técnica de PCR/RFLP com a enzima de restrição Nci I, sendo o produto da reação aplicado em gel de agarose 2%. Resultados: Foram analisados 25 pacientes com craniossinostose. Cinco casos (20,83%) foram positivos para P250R. Nos 12 casos com envolvimento da sutura coronal, 4 casos (33%) foram diagnosticados e dos 4 casos com sutura sagital, 1 (25%) apresentou mutação positiva. Análise do DNA dos pais em 3 casos demonstrou herança materna em 2 casos e um caso mutação de novo. As mães com a mutação também apresentavam craniossinostose coronal. Um irmão com macrocefalia sem craniossinostose foi também identificado com a mutação, demonstrando a expressividade variável em casos de Síndrome de Muenke. Conclusão: A mutação P250R é freqüente em casos de craniossinostose, principalmente envolvendo as suturas coronais. Sua identificação é fundamental pois apresenta herança autossômica dominante com expressividade variável, contribuindo para um melhor aconselhamento genético nestas famílias. Palavras-Chave:craniossinostose, FGFR3, mutação P250R ASPECTOS CLÍNICOS E CITOGENÉTICOS DE UMA AMOSTRA DE PACIENTES COM FENÓTIPO DE ESPECTRO ÓCULO-AURÍCULO- VERTEBRAL (SÍNDROME DE GOLDENHAR): UM ESTUDO PROSPECTIVO ALESSANDRA PAWELEC DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL THAYSE BIENERT GOETZE (UFCSPA) - BRASIL JULIANA CAVALHEIRO DORNELES (UFCSPA) - BRASIL CAMILA SAPORITI MESQUITA (UFCSPA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL JULIANE NASCIMENTO DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL GIORGIO ADRIANO PASKULIN (UFCSPA) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivos: descrever as características clínicas e citogenéticas de uma amostra de pacientes com fenótipo de espectro óculo-aurículo-vertebral (EOAV). Métodos: a amostra foi composta por 23 pacientes que apresentavam achados em pelo menos duas dentre as quatro áreas: oro-crânio-facial, ocular, auricular e vertebral. Todos os pacientes foram submetidos ao cariótipo de alta resolução em sangue por bandas GTG (com contagem de 100 metáfases), hibridização in situ fluorescente para as microdeleções 22q11 e 5p, e pesquisa de instabilidade cromossômica para anemia de Fanconi. Resultados: alterações citogenéticas foram observadas em 3 pacientes (todos através do cariótipo): 47,XX,+mar; 47,XX,+mar/46,XX e 46,XX,t(6;10)(q13;q24). No caso do cromossomo marcador sem mosaicismo, chamou a atenção que este foi marcado pela sonda para microdeleção 22q11, evidenciado que pelo menos parte dele era originária do cromossomo 22. O paciente com 47,XX,+mar/46,XX apresentava um quadro compatível com a síndrome do cat-eye. Não identificamos casos de anemia de Fanconi. Observamos pacientes com história de exposição gestacional à fluoxetina e ao ácido retinóico, teratógenos já descritos em associação com o EOAV. Um dos pacientes foi um gemelar monozigótico discordante para o EOAV que apresentou restrição assimétrica de crescimento durante a gestação. Os pacientes com EOAV caracterizaram-se por um espectro clínico amplo, sendo que intercorrências e necessidade de realização de procedimentos cirúrgicos (tanto cosméticos como curativos) e hospitalizações foram frequentes entre os mesmos. Alguns apresentaram achados atípicos, como defeito de redução de membro inferior e tumoração no terço distal do braço direito, sugestiva de um hemangioma/linfangioma. Conclusões: o EOAV é considerado um defeito da embriogênese que envolve as estruturas originárias dos primeiros arcos branquiais. Fenótipos similares ao do EOAV podem ser encontrados em pacientes com anomalias cromossômicas, gênicas e expostos a diferentes teratógenos, sendo importante o diagnóstico diferencial. Por isso, os autores acreditam que este sempre deva ser perseguido para proporcionar um aconselhamento genético adequado às famílias. Apesar da não identificação de pacientes com anemia de Fanconi, nosso estudo procura ressaltar a importância do diagnóstico diferencial do EOAV com esta condição. Além disso, os autores sugerem que a análise de metáfases no exame de cariótipo seja ampliada em casos de EOAV sem uma etiologia definida para aumentar a possibilidade de que casos de mosaicismo possam ser também identificados. Palavras-Chave:espectro óculo-aurículo-vertebral, síndrome de Goldenhar, cariótipo de alta resolução, FISH, anemia de Fanconi, teratógenos, gêmeos monozigóticos ASSOCIAÇÃO VACTERL NA MATERNIDADE DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG NO PERÍODO DE 1990-2011 ANA PAULA MACHADO BOTELHO (UFMG) - BRASIL BARBARA AKEMY CRUZ (UFMG) - BRASIL ARSONVAL LAMOUNIER JUNIOR (UFMG) - BRASIL JOZIELE SOUZA LIMA (HC-UFMG) - BRASIL MARCOS JOSÉ BURLE DE AGUIAR (FM UFMG) - BRASIL OBJETIVOS: Estabelecer a prevalência da Associação VACTERL no Hospital das Clínicas da UFMG. Identificar as malformações mais frequentes presentes. Verificar a associação com peso ao nascimento, idade e paridade maternas. MÉTODOS: Estudo retrospectivo baseado no Banco de Dados do Estudo Colaborativo Latino- Americano de Malformações Congênitas (ECLAMC). Foram analisados achados clínicos, radiológicos e necropsia dos casos de VACTERL e sua relação com, peso, paridade e idade maternas, e outras anomalias associadas. Para o diagnóstico da Associação Vacterl foram considerados a presença de, pelo menos, três características fenotípicas, do acrônimo (defeitos vertebrais (V), atresia anal (A), cardiopatias (C), fístula traqueoesofágica (TEF) com atresia de esôfago (AE), displasia renal e displasia radial (R) e anormalidades de membros (L). Esse foi o critério utilizado neste estudo. Foi calculada a incidência da associação VACTERL utilizando o registro de nascimentos. Para estudos de Associação foi utilizado o Risco Relativo e utilizado o programa Openepi versão 3.01.RESULTADOS: Entre agosto de 1990 e dezembro de 2011 ocorreram 52.141 partos, com 1.418 Natimortos (NM), 50.723 Recém nascidos vivos (RNVs). Foram identificados 27 casos de Associação VACTERL (0,51:1.000), 19 RNVs (0,37:1.000) e 8 NMs (5,6:1.000). Dentre os casos identificados, 3 (11,1%) foram do sexo feminino, 15 (55,6%) masculino, 7 (25,9%) intersexo e 2 (7,4%) não especificado. Em 22 casos houve baixo peso ao nascer (<2500 Kg). A Associação VACTERL foi mais frequente em RN de baixo peso, (RR=18,08; IC 95%; 6,849-47,73; p<0,001). Não houve associação com idade materna (RR= 0,57; IC95%, 0,137-2,44; p=0,57), ou com paridade (RR=1,361; IC 95%, 0,6373 2,907;P=0,688). As malformações mais encontradas foram: displasia renal em 22 casos (81,5%), atresia de esôfago com fístula traqueo- esofágica em 19 casos (70,4%), atresia anal em 16 casos (59,3%), anomalias de membros em 14 casos (51,85%), cardiopatia em 13 casos (48,1%), defeitos vertebrais em 9 casos(33,3%). O Ultrassom prénatal foi realizado em 74,1% dos casos. Do total de casos, 7 (25,9%) foram submetidos à cirurgia.Dos óbitos,19 casos, 63,1% foram submetidosà autopsia. A taxa de letalidade foi 70,4%. CONCLUSÃO: A prevalência da Associação VACTERL foi maior que a descrita na literatura (1: 40.000 nascimentos), o que pode ser explicado pelo hospital ser centro de referência estadual em medicina fetal e malformações congênitas. A associação com o baixo peso ao nascimento provavelmente é consequência das malformações associadas. O diagnóstico pré-natal foi realizado em um número significativo de casos. Os casos que evoluiram ao óbito, apresentavam principalmente displasia renal e anomalias cardiovasculares. Palavras-Chave:VACTER, VACTERL, malformações congênitas, defeitos vertebrais ATENÇÃO A CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM FENDAS OROFACIAIS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM GENÉTICA NO SUS EM ALAGOAS. ANA KAROLINA MAIA DE ANDRADE (UFAL) - BRASIL AMANDA GABRIELA ROSENDO DE BARROS (UFAL) - BRASIL EGABRIELLA DA SILVA MONTEIRO (UFAL) - BRASIL KATHLEEN MOURA DOS SANTOS MOURA (UNCISAL) - BRASIL DIOGO LUCAS LIMA DO NASCIMENTO (UNCISAL) - BRASIL LUCAS RIBEIRO GOMES (UNCISAL) - BRASIL MARSHALL ÍTALO BARROS FONTES (UNCISAL) - BRASIL VERA LUCIA GIL-DA-SILVA-LOPES (UNICAMP) - BRASIL ISABELLA LOPES MONLLEÓ (UFAL) - BRASIL Objetivos: descrever características demográficas e genético-clínicas de crianças e adolescentes com Fendas Orofaciais (FOF) atendidos em serviço de referência em genética no estado de Alagoas. Métodos: Aplicou-se protocolo previamente validado em 111 sujeitos com FOF atendidos no período de setembro/2009 a março/2013. Os pacientes foram provenientes de busca ativa em mutirão de cirurgia corretiva de FOF (Grupo 1) e de demanda espontânea ao Serviço de Genética (Grupo 2). A análise dos dados foi descritiva. Foram utilizados teste Exato de Fisher e Qui- quadrado para comparação entre os grupos. Adotou-se nível de significância de 5%. Resultados: O Grupo 1 foi constituído por 83 (75%) pacientes e o Grupo 2 por 28 (25%). No Grupo 1 a média de idade foi 7,4 anos e 54% eram do sexo masculino enquanto no Grupo 2, a média foi 1,8 anos e 54% eram do sexo feminino. Em ambos os grupos, um terço dos casos foi proveniente da capital e dois terços, do interior; a maioria das mães tinha entre 1 e 8 anos de estudo. Houve diferença entre os grupos em relação à topografia da fenda (p<0,02), sendo as labiopalatais (63%) e esquerdas (54%) mais frequentes no Grupo 1; as fendas labiopalatais e palatais ocorreram na mesma proporção no Grupo 2 (39%), sendo bilaterais em 53% dos casos. No Grupo 2, ocorreram 21% de uniões consanguíneas, duas vezes mais fendas sindrômicas e 25% dos casos eram defeitos congênitos múltiplos sem etiologia definida. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos em relação à taxa de recorrência familial (p<0,15) e a outros fatores de risco descritos na literatura. Entretanto, 25% das mães referiram consumo de álcool e aproximadamente 20%, tabagismo durante a gestação. O acesso à cirurgia primária antes dos dois anos de idade foi mais observado no Grupo 2 (p<0,01). Conclusões: A maior média de idade no Grupo 1 pode refletir dificuldade de acesso a serviços de saúde. Este grupo, cujo acesso à genética se deu por busca ativa, foi predominantemente constituído por pacientes com quadros mais simples em que muitas vezes a etiologia genética não é reconhecida. A procura por avaliação genética foi mais precoce no Grupo 2 e muito provavelmente reflete a maior gravidade clínica dos casos que requerem investigação diagnóstica especializada. Neste grupo, o acesso a serviços de saúde de maior complexidade pode justificar a realização de cirurgia primária mais cedo. Os fatores de risco ambientais identificados são passíveis de prevenção por meio de ações de educação em saúde. Para tanto, seria importante o desenvolvimento de programas de capacitação de profissionais da saúde. Palavras-Chave:Fendas orofaciais, atenção em genética clínica, fatores de risco. AVALIAÇÃO CLÍNICA E CRANIOMÉTRICA DE UMA FAMÍLIA COM ANIRIDIA CONGÊNITA DO SERTÃO DE ALAGOAS ANA KAROLINA MAIA DE ANDRADE (UFAL) - BRASIL ZULEIDE SILVA FERNANDES LIMA (UFRGS) - BRASIL ALINE SAMPAIO FERNANDES (UFAL) - BRASIL BRUNO NOBRE LINS CORONADO (UFAL) - BRASIL REINALDO LUNA DE OMENA FILHO (UNCISAL) - BRASIL VIRGINIA RAMALLO (UFRGS) - BRASIL TÁBITA HÜNEMEIER (UFRGS) - BRASIL VANESSA RODRIGUES PAIXÃO-CÔRTES (PPGBM-UFRGS) - BRASIL LAVINIA SCHULER-FACCINI (UFRGS) - BRASIL ISABELLA LOPES MONLLEÓ (UFAL) - BRASIL Objetivos: Descrever as características clínicas e craniométricas de sujeitos com aniridia congênita pertencentes a uma grande família procedente do sertão de Alagoas. Métodos: A partir da consulta inicial de avaliação diagnóstica e aconselhamento genético de um indivíduo de 29 anos, no Serviço de Genética Clínica da UFAL, foram identificados 51 afetados pertencentes a seis gerações de uma mesma família composta por 163 indivíduos. Foram avaliados 28 afetados quanto à presença de dismorfias e anomalias oftalmológicas. Dados antropométricos e material biológico para posterior extração de DNA foram coletados de 29 afetados e 28 controles intrafamiliais. Os dados foram registrados em protocolo clínico- antropométrico próprio para posterior análise descritiva. Para as comparações craniométricas ultilizou-se o teste de ANOVA simples (α=0.05; df=1). Resultados: A idade dos avaliados variou de 1 a 73 anos, 11 (39%) eram crianças e adolescentes, 15 (54%) eram adultos e 2 (7%) eram idosos, 16(57%) eram do sexo masculino e 12 (43%) do sexo feminino. Dismorfias minor foram encontradas em 20 (71%) afetados, e compreendem: sinofre, orelhas baixo implantadas, pregas epicânticas, afastamento entre hálux e segundo artelho, clinodactilia bilateral dos 5° quirodáctilos. Aniridia foi diagnosticada em 24 sujeitos, sendo total em 22 e parcial em dois. Entre estes, 21 apresentavam acometimento bilateral e três, unilateral da íris. Três pacientes foram diagnosticados com corectopia, sendo dois bilaterais e um unilateral. Um sujeito apresentou corectopia em olho esquerdo e aniridia parcial no direito. As principais comorbidades oftalmológicas compreenderam nistagmo em 27(96%), catarata 18(64%), estrabismo 15(54%), fotofobia 16(57%) opacificação de córnea e microftalmia 11(39%). Considerando as variáveis craniométricas, os indivíduos afetados diferem significativamente (p=0.038) em relação ao seu índice cefálico quando comparados com os controles familiares, apresentando-se mais braquicéfalos. No entanto, quando foram comparados os perímetros cefálicos entre os dois grupos, não foi encontrada diferença estastistica significativa (p=0.193). Conclusões: A análise do heredograma e dos achados clínicos sugere padrão de herança autossômico dominante com expressão fenotípica variável e penetrância completa, características que corroboram a literatura. Destaca-se que esta é a primeira descrição de variação craniofacial em indivíduos com aniridia até o momento. A morfogênese do olho e do neurocrânio é direcionada ao longo do desenvolvimento embrionário por uma complexa rede de genes. É amplamente descrito na literatura diferentes mutações no gene PAX6 como causa mais comum de aniridia. Considerando os resultados encontrados em relação às diferenças craniofaciais entre afetados e não afetados, e o papel interseccional do gene PAX6 para o desenvolvimento da íris e do neurocrânio, é provável que uma única mutação esteja afetando ambos os fenótipos (formato do neurocrânio e formação da íris). Será realizado o screening molecular do gene PAX6, bem como análise morfométrica detalhada destes indivíduos a fim tentar estabelecer uma correlação fenótipos- genótipo. Palavras-Chave:Aniridia congênita, PAX6, morfogênese. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA TIPO I, III E IV ANA PAULA VANZ (HCPA) - BRASIL TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL NEUSA SICA DA ROCHA SICA ROCHA (UFRGS, HCPA) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ(UFRGS HCPA) - BRASIL Introdução: As Osteogêneses Imperfeitas (OI) são doenças genéticas, que afetam a biossíntese do colágeno. A incidência aproximada é de 1 a cada 10.000 nascimentos, sendo o padrão de herança autossômico dominante o mais frequente. São caracterizadas por fragilidade óssea, baixa estatura e dentinogênese imperfeita. As OI apresentam variedades clínicas distintas. Sillence (1979) foi o primeiro a propor uma classificação baseada em características clínicas e radiográficas, distribuindo a OI em quatro tipos (tipo I ao IV), essa classificação é amplamente utilizada, embora com a evolução e incorporação de métodos diagnósticos, essa foi estendida a oito apresentações do tipo I ao VIII. O quadro clínico presente nos pacientes com OI leva a uma importante limitação funcional, na maioria dos pacientes, o que acarreta a necessidade da assistência de um cuidador. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida (QV) de cuidadores de crianças e adolescentes com OI. Métodos: Este foi um estudo transversal. A estratégia de amostragem foi de conveniência. O instrumento WHOQOL-Bref foi utilizado para a avaliação da QV. Resultados: foram incluídos 24 cuidadores (média de idade= 39 ± 9,1 anos; mães= 18/24), sendo que 2 dos cuidadores apresentavam o diagnostico de OI. Vinte e dois cuidadores assistiam apenas um indivíduo com OI. Em relação ao tipo de OI dos assistidos, 13 indivíduos apresentavam o tipo IV, 10 o tipo I e 4 o tipo III. Considerando a amostra total, a média do escore total (ET) 4-20 do WHOQOL-Bref foi 14,59 no domínio físico; 13,80 no psicológico; 15,19 no social; 12,87 no ambiental; e do escore total de QV foi 14,16. Não foi observada diferença significativa dos escores de QV de acordo com o tipo de OI do assistido ou com o número de fraturas apresentadas. A correlação entre o nível econômico e os escores de QV não se mostrou significativa. Quando comparadas as médias dos escores desta amostra com as médias em adultos da população referência (validação do questionário WHOQOL-Bref na população brasileira) foi encontrada diferença significativa nos domínios físico, psicológico e ambiental, sendo as menores médias apresentadas pelos cuidadores. Essa diferença permanece quando são comparados somente os 22 cuidadores sem OI. Conclusões: QV parece estar prejudicada, em alguns domínios, em cuidadores de pacientes com OI. Estudos adicionais são necessários para confirmar e sustentar estes resultados, além de tentar elencar os fatores responsáveis por tais valores. Palavras-Chave:Osteogênese Imperfeita, Qualidade de Vida; Cuidadores CAMPTODACTILIA DE GUADALAJARA TIPO I: RELATO DE DOIS CASOS E REVISÃO DA LITERATURA. MARCO ANTONIO CURIATI (UNIFESP) - BRASIL THAMY PELATIERI CANELOI (EPM-UNIFESP) - BRASIL MARIA DE FÁTIMA DE FARIA SOARES (UNIFESP) - BRASIL ANA LUIZA PILLA LUCE (UNIFESP) - BRASIL INTRODUÇÃO: A Camptodactilia de Guadalajara Tipo I (CGTI) (OMIM 211910) ou Síndrome Facio-Toraco-Esquelética, descrita em 1980 por Cantu e col., com 8 casos relatados na literatura, distingue-se das demais camptodactilias por apresentar retardo de crescimento intrauterino, baixa estatura e outras alterações esqueléticas associadas. Segue padrão de herança autossômica recessiva e, em função da sua raridade, sua base molecular permanece desconhecida. Apresenta duas variantes, que são a Camptodactilia de Guadalajara tipo II (OMIM 211920) (que cursa com hipoplasia da patela) e a Camptodactilia de Guadalajara tipo III (OMIM 611929) (que cursa com hipotonia, atraso de desenvolvimento neuropsicomotor e múltiplos nevos em face e dorso, além de herança autossômica dominante). OBJETIVO: Descrever dois casos de Camptodactilia de Guadalajara Tipo I, comparando com os resultados já descritos na literatura. RELATO DOS CASOS: Caso 1: 22 anos, sexo feminino, filha de casal de primos em segundo grau, com baixa estatura, assimetria facial, fronte proeminente, fenda palpebral oblíqua superior, depressão de terço inferior do esterno, camptodactilia bilateral, mais pronunciada em segundo, terceiro e quarto quirodáctilos, com primeiro quirodáctilo aparentemente normal. Adicionalmente apresenta limitação de flexão da articulação coxo-femural e de joelhos, sindactilia parcial de segundo e terceiro pododáctilos e história de luxação de quadril à esquerda, corrigida cirurgicamente. Ao exame radiológico observa-se desproporção crânio-facial, escoliose tóraco-lombar, e ausência de imagem da patela em morfologia habitual, apresentando-se luxada. Caso 2: irmão do caso 1, 16 anos, apresenta baixa estatura, estrabismo divergente, depressão de terço inferior do esterno, costelas inferiores proeminentes, discreta limitação de flexão de cotovelos bilateralmente, camptodactilia bilateral, limitação de flexão de ambos os joelhos e discreta limitação de extensão do joelho direito. As imagens radiológicas demonstraram hipoplasia de terço médio de face, esclerose radial e ulnar distais, camptodactilia bilateral de todos os quirodáctilos e ilíaco pequeno. A patela, inicialmente não observada ao RX na primeira infância, foi identificada na ressonância magnética de joelho, com morfologia e localização normais. DISCUSSÃO: A camptodactilia, cursando com restrição de crescimento intrauterino e baixa estatura, juntamente com outras alterações esqueléticas (braquicefalia, hipoplasia de terço médio de face, hiperlordose de coluna vertebral, ilíacos hipoplásicos e fíbula curta), sugerem o diagnóstico de Camptodactilia de Guadalajara Tipo I. O diagnóstico diferencial deve ser realizado observando as características que definem suas variantes, como a alteração da patela (na CGTII) e o padrão de herança (na CGTIII). CONCLUSÃO: Os casos descritos são compatíveis com o diagnóstico de Camptodactilia de Guadalajara Tipo I. A adição de novos relatos à literatura permite melhor delinear as características clínicas e radiológicas desta síndrome. Palavras-Chave:síndrome malformativa; camptodactilia; baixa estatura; restrição de crescimento intrauterino CARACTERÍSTICAS OROFACIAIS PRESENTES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA PAULA CAROLINA MENDES SANTOS (UFMG) - BRASIL SUÉLEN ALVES TEIXEIRA (UFMG) - BRASIL TÚLIO CANELLA BEZERRA CARNEIRO EUGÊNIA RIBEIRO VALADARES (UFMG) - BRASIL ANA CRISTINA OLIVEIRA (UFMG) - BRASIL A Osteogênese Imperfeita (OI) é uma patologia de natureza constitutiva, caracterizada pela fragilidade óssea de origem genética. Muitas crianças e adolescentes com OI são identificados com dentinogênese imperfeita, podendo apresentar os dentes com cor castanha acinzentada e perda de estrutura. Também são frequentes as más oclusões, sobretudo aquelas de classe III. Na área odontológica ainda são poucos os estudos dedicados a OI, sendo insuficientes as informações sobre os níveis do estado de saúde e doença bucal das pessoas acometidas por essa anomalia. Sendo assim, esta pesquisa objetiva comparar as características orofaciais de crianças e adolescentes com OI e sem OI e os fatores associados. A coleta de dados acontecerá nos Setores de Ortopedia Pediátrica e de Pediatria do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Os pais/responsáveis responderão um questionário relacionado aos aspectos individuais, demográficos e socioeconômicos relacionados aos filhos. As características bucais das crianças e adolescentes serão investigadas por meio do exame clínico: dentinogênese imperfeita, má oclusão, cárie dentária e higiene bucal. Este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG sob parecer 83387/2012. Os dados serão armazenados e analisados por meio do software SPSS. Serão realizadas as análises univariada, bivariada e multivariada Palavras-Chave:Osteogênese imperfeita. Assistência odontológica para pessoas com deficiências. Crianças com deficiência. Criança. Adolescente. CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E CITOGENÔMICA DE UM PACIENTE COM DELEÇÃO
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