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Resenha do Filme Não Sou Eu, Eu Juro!

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO 
NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO 
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA 
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 
 
NÍLLIA NOGUEIRA FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ATIVIDADE – RESENHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pinheiro - MA 
2019 
Resenha do filme C’est pas moi, je le jure! (Não sou eu, eu juro!) 
 
Sinopse: O ano de 1968 marca uma virada na vida do menino Léon Doré, de dez anos de idade. 
Sua falsa tentativa de suicídio, por enforcamento, fracassa por um fio. Pouco depois, sua mãe 
neurastênica, que se sente sufocada pelo marido, vai morar na Grécia, deixando seus dois filhos 
com o pai. Enquanto o irmão mais velho cultiva um rancor surdo, Léon pilha e faz uma bagunça 
danada na casa dos vizinhos que viajaram de férias, finge ter um problema na vista para 
justificar as péssimas notas no colégio, arma tramoias, manipula, faz seu pai e todos de bobos. 
Menos Léa, a jovem vizinha que percebe tudo e que, tendo ela própria contas a acertar com a 
vida, irá ajudar Léon a roubar o dinheiro para comprar uma passagem de avião para a Grécia. 
 
 C’est pas moi, je le jure! (título original) – “Não Sou Eu, Eu Juro!” – é um filme 
canadense lançado em 2008 e dirigido por Philippe Falardeau. Gravado no Quebec, província 
no Canadá onde a língua oficial é o francês, narra a história de Léon Doré. O garoto de dez anos 
de idade enfrenta alguns problemas e apresenta uma personalidade singular com poucos 
aspectos que se assemelhe aos de uma criança “normal”. 
 O início do filme é marcado por uma tentativa de suicídio, por enforcamento, de León. 
Sua mãe e seu irmão o salvam no último minuto. Após o ocorrido, ele relata que esse não foi o 
primeiro “acidente fatal”, e nem o único, que quase lhe tiram a vida. León narra, “Estou 
acostumado a morrer de tempo em tempo”, relembrando o mais recente episódio que aconteceu 
em uma piscina, onde a sua mãe o salvou novamente. 
 León tem um irmão mais velho, chamado Jerome, que não o entende e só quer “um 
irmão normal em uma família normal”. León é uma criança difícil, que passa por sérios 
problemas familiares e de certa forma se sente culpado pela infelicidade de seu irmão e pela 
separação de seus pais: “Acho que se eu morresse naquele dia, talvez Jerome seria feliz. E meus 
pais não teriam se separado.”. 
 Seus pais estão em crise cada vez mais, no entanto León vê na mãe, Madeleine Doré, 
um abrigo, demonstrando constante necessidade de passar o tempo ao lado dela. É perceptível 
a afinidade forte que há entre eles. Ela o ajuda em suas mentiras – “Se for mentir, mantenha a 
história direito. É melhor não mentir, mas é pior mentir mal” – e traquinagens na vizinhança 
como se fossem brincadeiras. Isso apenas o faz continuar a jogar ovos nas casas dos vizinhos e 
a mentir a todo instante. A vizinhança conservadora os considera como uma “família anormal”, 
principalmente devido ao fato de os pais do garoto brigarem constantemente. 
 Assim, León se acha estranho, diferente, se sente isolado e incompreendido, utilizando 
a raiva como válvula de escape. Logo após presenciar mais uma briga de seus pais, no dia 
seguinte, ele sai de casa, rouba biscoitos no carro do entregador de leite e parte para a invasão 
da casa dos vizinhos que viajaram de férias. Lá ele comete mais um de seus atos de vandalismo, 
fazendo xixi no closet, sujando a casa e quebrando coisas. 
 Mais do que uma forma de castigo para aqueles que criticam sua família, as 
“brincadeiras” de Léon são também uma forma de chamar a atenção de seus pais e desviar um 
pouco da tensão em sua casa. Em uma cena, por exemplo, ao ver os dois brigando, o menino 
põe fogo na cama do casal com a intenção de parar a discussão. “Às vezes eu começava um 
fogo em lugares estratégicos. Um velho truque indígena para acabar com brigas. Papai, mamãe 
e Jerome todos apagaram juntos. Eles pareciam quase como uma família normal.”. 
 A cada cena, fica evidente o seu lado psicológico absurdo, que piora quando a mãe 
decide ir embora para a Grécia. Madeleine é uma mulher complicada, amante das artes, porém 
insatisfeita com a vida que leva, se sente presa na própria casa e à rotina. Decide deixar a família 
e se mudar na tentativa de começar uma nova vida. Isso destrói o garoto, que tinha na figura da 
mãe sua única amiga, e provoca conflitos ainda maiores entre ele e o pai. 
 Jerome fica transtornado e alimenta um rancor por essa partida repentina. Ele reage a 
seus traumas e medos guardando tudo dentro de si com revolta. Apesar da dor, León continua 
amando a mãe e esperando por sua volta. Essa espera, aliás, é a grande razão que ele encontra 
para permanecer vivo. Porém ele se torna mais rebelde e infrator, passando também a mentir 
sobremaneira. 
 No decorrer do filme percebe-se aos poucos que o comportamento de Léon é uma forma 
de superar a sua tristeza, de escapar de sua realidade, de liberar o mal que ficava preso dentro 
dele vendo as brigas recorrentes de seus pais e de suprimir sua sensação crescente de não se 
encaixar e que de alguma forma atrapalhava o caminho daqueles que o amam. Em suas atitudes 
aparentemente inexplicáveis ele expressa sua dor. Porém, ela não é percebida da maneira certa. 
 Léon é o retrato de muitas crianças consideradas "problemáticas", seja por parentes, 
professores, vizinhos ou colegas. Isso faz o telespectador refletir. Muitas vezes, não enxergamos 
um pedido óbvio de ajuda. Silenciosamente alguém é abandonado por tudo se resumir às 
conclusões apressadas de “quer chamar atenção” ou “é rebeldia”. 
 Na vizinhança há uma menina chamada Léa, que também é rejeitada por ser considerada 
“anormal”. Gradativamente ela vai se tornando uma das personagens principais do filme. 
Abandonada pelo pai, a menina sofre agressões do tio e encontra no novo amigo uma fuga para 
os problemas. Através dessas afinidades de vidas complicadas, León descobre o amor, eles se 
tornam cúmplices e passam a compartilhar seus segredos e sentimentos. Pensam em “recomeçar 
a vida”. Para isso, precisam de um plano magnífico para conseguir dinheiro e comprar uma 
passagem para poder ir até a Grécia. 
 Ao invadirem a casa de um contador, Léa encontra um quarto cheio de bonecas Barbie 
e começa a chorar compulsivamente dizendo que não sabe como brincar. Nesse momento 
percebe-se a fragilidade da menina. Ela é uma criança que não sabe brincar, uma menina que 
teve seu direito à infância corrompido. 
 Mesmo com toda tensão que envolve o filme, ele tem seus alívios cômicos, consegue 
emocionar e envolver. É um filme que provoca a reflexão, a sensibilidade. Aborda temas sérios 
como problemas familiares, divórcio, suicídio, agressão, abusos, solidão na infância, a 
influência da família na formação da personalidade de uma criança, o desenvolvimento das 
anomalias comportamentais, etc. 
 O enredo deixa evidente o retrato de uma infância perturbada para o protagonista. 
Entretanto, com o desfecho marcado por outra tentativa fracassada de suicídio, León parece 
decidir olhar sua existência sob outra perspectiva: “A vida não é feita pra mim, mas eu pareço 
ter sido feito pra vida.”. 
 
REFERÊNCIA 
 
C'EST pas moi, je le jure! (Não Sou Eu! Eu Juro!). Direção: Phillipe Falardeau. Autor: Bruno 
Hebert. Canadá: Christal Films, 2008. 1 DVD (110 min).

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