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TÓRAX – PAREDES E PLEURAS, PULMÕES E ÁRVORE TRAQUEOBRONQUIAL (PROF. RUY R. GUSMAN E PROFA. GISELE M. M. BEBER) 1. Definir caixa torácica, parede torácica e cavidade torácica A caixa torácica, formada por 12 costelas, cartilagens costais, 12 vértebras, 12 discos intervertebrais e pelo esterno, protege os pulmões e outros órgãos do tórax. A parede torácica, formada pela caixa torácica, músculos entre as costelas, pele, tela subcutânea e músculos e fáscias que revestem a face anterolateral, protegem os órgão internos torácicos e abdominais, fixa os músculos, os membros superiores e resiste às pressões internas geradas pelos movimentos respiratórios. A cavidade torácica é o espaço interior do tórax, composta pelo mediastino (cavidade do tórax entre os pulmões) e pelas cavidades pulmonares direita e esquerda. 2. Identificar os diferentes tipos de costela (utilize o atlas) Costelas são ossos planos, curvos e muito leves, que possuem em seu interior esponjoso medula óssea vermelha. São classificadas em: - Costelas típicas (III a IX): possuem cabeça (com duas faces articulares), colo, tubérculo (local de articulação com as vértebras), corpo, sulco costal e ângulo. - Costelas atípicas (I, II, X, XI e XII): diferentes entre si. A I é mais larga, mais curva, mais curta e possui apenas uma face articular em sua cabeça e não possui sulco. A II tem a área da face superior rugosa e pouco sulco. A X, XI e XII possuem apenas uma face articular e se articulam com uma vértebra apenas. Além disso, a XI e a XII não possuem colo nem tubérculo. - Costelas verdadeiras (I a VII): fixam-se diretamente ao esterno e possuem cartilagem costal própria. - Costelas falsas (VIII a X): fixam-se na cartilagem costal superior. - Costelas flutuantes (XI e XII): não se fixam ao esterno. 3. Relacione os relevos ósseos do esterno com as vértebras torácicas É dividido em manúbrio, corpo e processo xifoide. - Manúbrio: parte mais larga e espessa. Possui a incisura jugular e as claviculares, além da sincondrose da primeira costela. O corpo se conecta ao manúbrio pela sínfise manubrioesternal, no ângulo esternal, que fica entre T3 e T4. - Corpo: fica no nível das vértebras T5 a T9 e possui incisuras costais para o encaixe das costelas. O processo xifoide se conecta ao corpo pela sínfise xifoesternal, no ângulo infraesternal ou subcostal, que fica entre T9 e T10 e é referência para o limite superior do fígado e margem inferior do coração. - Processo xifoide: fino e alongado. Sua extremidade inferior fica no nível de T10. 4. Definir membrana torácica intercostal interna e externa (utilize o atlas) Os músculos intercostais externos participam da inspiração e na parte anterior, o músculo é substituído pela membrana intercostal externa. Os músculos intercostais internos participam da expiração, são profundos e perpendiculares aos intercostais externos. Na parte posterior é substituído pela membrana intercostal interna. 5. Identificar as fáscias da parede torácica (utilize o atlas) Fáscia é uma lâmina de tecido fibroso na qual se fixam alguns músculos. - Fáscia peitoral: recebe esse nome por sua associação com o músculo peitoral maior. - Fáscia clavipeitoral: reveste o músculo peitoral menor. É profunda ao músculo peitoral maior e a sua fáscia. - Fáscia endotorácica: reveste a caixa torácica internamente. Parte fibrosa entre a pleura parietal e a fáscia muscular. 6. Identificar os nervos intercostais torácicos típicos e atípicos e seus ramos (utilize o atlas) Nervos intercostais típicos: seguem na fáscia endotorácica entre a pleura parietal e a membrana intercostal interna. No ângulo das costelas, seguem no sulco (das costelas) entre os músculos intercostais interno e íntimo. Ramo: - Ramos comunicantes: no início dos ramos anteriores torácicos, há a saída de fibras pré-ganglionares que vão até o tronco simpático, essas fibras são chamadas de ramos comunicantes brancos. As fibras pós-ganglionares saem do tronco simpático por ramos comunicantes cinzentos para se unirem novamente aos nervos intercostais e levarem mensagens do encéfalo às partes do corpo. Logo, ramos intercostais conectam os nervos intercostais no tronco simpático. - Ramos colaterais: se originam no nervo intercostal principal no ângulo das costelas e seguem na parte superior da costela inferior, e inervam a musculatura e a pleura. - Ramos cutâneos laterais: se originam dos nervos intercostais na linha axilar média, se dividem em ramos anteriores e posteriores, esses últimos inervam a pele da parte lateral do tronco. - Ramos cutâneos anteriores: surgem quando os nervos intercostais chegam próximo ao esterno, passam pelo músculo intercostal interno e a membrana intercostal externa em sentido anterior e se dividem em ramos mediais e laterais, que vão inervar a parte anterior do tronco. - Ramos musculares: inervam os músculos da região intercostal ou próximo a ela, como levantadores da costela e serrátil anterior. - Ramos meníngeos: inervam as meninges. Nervos intercostais atípicos: - T1: une-se ao plexo braquial para inervar membros superiores (parte superior), na parte inferior origina o 1° nervo intercostal. - T2 e T3: originam o nervo intercostobraquial, que promove a inervação cutânea da axila e da parte medial do braço. - T7 a T11: geram ramos cutâneos laterais e partem para o abdome pela margem costal, sendo chamados de nervos toracoabdominais. 7. Identificar as artérias intercostais anteriores e posteriores - origem e ramos (utilize o atlas) Artéria intercostal posterior: Nos dois primeiros espaços intercostais derivam da artperia intercostal suprema,que é um ramo do tronco costocervical. As do 3° ao 11° espaço intercostal têm sua origem na parte torácica da artéria aorta e seguem pelos espaços intercostais, e, como os nervos, também dão um ramo colateral. Fazem anastomose com as artérias intercostais anteriores. Artéria intercostal anterior: até o 6° espaço intercostal, são originadas da artéroa torácica interna (que nasce da subclávia). Nesse espaço, se divide em epigástrica superior e musculofrênica. Essa última origina as artérias intercostais anteriores do 7° ao 9° espaço intercostal. O 10° e 11° espaço intercostal não possuem artéria intercostal anterior, sendo supridos apenas pela posterior. 8. Identificar as veias intercostais anteriores, posteriores, ázigo, hemiázigo, hemiázigo acessória, intercostal superior - trajeto e destino (utilize o atlas) - Veia cava superior: fusão das veias braquiocefálicas direita e esquerda. - Veia braquiocefálica: fusão das veias jugular interna e subclávia. - Veia ázigo (direita): fusão das veias lombar ascendente e subcostal. Desemboca na veia cava superior (VCS). Drena todo o lado direito e grande parte do esquerdo. - Veia hemiázigo (esquerda): fusão das veias lombar ascendente e subcostal. Desemboca no ázigo. - Veia hemiázigo acessória: formada por veias intercostais. Sempre a esquerda. Superior a veia hemiázigo e desemboca no ázigo. (variação anatômica: desemboca na intercostal superior esquerda) - 1° veia intercostal: desemboca na veia braquicefálica. - Veia intercostal superior: fusão das 2°, 3° e 4° veias intercostais. A direita desemboca no ázigo e a esquerda desemboca na braquiocefálica esquerda. - Veia intercostal posterior: anamostam-se com as veias intercostais anteriores. A maior parte no sistema venoso ázigo/hemiázigo. 9. Considerando o trajeto do ar na inspiração, quais estruturas, em ordem, formam a árvore traqueobronquial? Traquéia > brônquios principais (D e E) > brônquios lobares (D e E) > b. segmentares ( D e E) > bronquíolos terminais > bronquíolos respiratórios > ductos alveolares > sacos alveolares > alvéolos pulmonares (onde ocorre a hematose) 10. Com relação aos pulmões, cite quais são: a) Faces e margens Faces: - Costal: em contato com as costelas - Diafragmática: em contato com o diafragma - Mediastinal: em contato com o mediastino (interior/meio). Onde fica o hilo pulmonar. Margens: - Anterior: fina. Conecta a face costal e a mediastinal anteriormente - Posterior:espessa. Conecta a face costal e mediastinal posteriormente - Inferior: Contorna a face diafragmática obs: Hilo pulmonar: região por onde passam estruturas que vão suprir o pulmão. b) Lobos e fissuras (Especifique as diferenças entre o direito e o esquerdo) - Pulmão direito: 3 lobos (superior, médio e inferior) e duas fissuras (horizontal e oblíqua) - Pulmão esquerdo: 2 lobos (superior e inferior) e uma fissura (oblíqua). No lobo superior existe a incisura cardíaca, formando uma área chamada de língula. 11. O que são segmentos broncopulmonares e qual a sua importância? São áreas de distribuição de um brônquio segmentar específico. São considerados a unidade clínica e cirúrgica do pulmão. São separados um dos outros por septos conjuntivos e nutridos separadamente por um ramo arterial pulmonar terciário. Por conta dessas características, é possível a ressecção cirúrgica de apenas um ou mais desses segmentos, sem prejuízo a função do órgão como um todo. 12. Quais são as membranas que formam as pleuras (saco pleural)? Quais são as partes da pleura parietal? Pleura visceral (envolve todo o pulmão e é a camada mais interna) e pleura parietal (reveste as cavidades pulmonares e são mais externas). A pleura parietal é dividida em: - Parte costal: cobre a face interna da parede torácica, mas está separada dela pela fáscia endotorácica. - Parte mediastinal: cobre as faces laterais do mediastino. É contínua com as pleuras costal anterior e diafragmática na parte inferior. - Parte diafragmática: cobre a face superior do diafragma de cada lado do mediastino. - Cúpula pleural: sobre o ápice do pulmão e é reforçada por uma extensão fibrosa da fáscia endotorácica, a membrana suprapleural. 13. Explique a relação da linha de reflexão esternal esquerda com a pericardiocentese. Ao chegar no nível da quarta cartilagem costal, a linha esternal de reflexão esquerda passa para a margem esquerda do esterno e desce até a sexta cartilagem costal. Esse desvio deixa uma impressão superficial no saco pleural chamada de área nua. A pericardiocentese, que é a punção de líquido do pericárdio, pode ser feito nessa área nua sem risco de perfurar a pleura. 14. O que é o recesso costodiafragmático e qual a sua importância para a toracocentese? O recesso costodiafragmático é um espaço entre a cúpula diafragmática e a parede torácica. Às vezes é necessário introduzir uma agulha hipodérmica na cavidade pleural através de um espaço intercostal, a toracocentese, para colher uma amostra de líquido ou para tirar sangue ou pus. Para evitar a lesão no nervo e nos vasos intercostais a agulha é introduzida superiormente a costela, em posição suficientemente alta para evitar os ramos colaterais. A agulha atravessa os músculos intercostais e a parte costal da pleura parietal, entrando na cavidade pleural. Quando o paciente está em posição ortostática há acúmulo de líquido intrapleural no recesso cardiofragmático. A introdução da agulha no 9° espaço intercostal da linha axilar média durante a expiração evita a margem inferior do pulmão. A agulha deve ser angulada para cima a fim de evitar a penetração do lado profundo do recesso. 15. Por que um paciente com pneumotórax apresenta dificuldade respiratória? Pois há perda da tensão superficial entre pleura parietal e visceral (devido a uma perfuração e entrada de ar nessa cavidade). A pleura visceral e o estroma (pulmão) não se movem junto à caixa torácica, à fáscia e à pleura parietal, não diminuindo a pressão nos pulmões e consequentemente não entrando ar.
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