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Diagnóstico - Obesidade Infantil - PINESC VI

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Diagnóstico - Obesidade Infantil
Abordagem:
O diagnóstico baseia-se principalmente no exame físico e em uma história minuciosa, juntamente com o índice de massa corporal (IMC) da criança. A circunferência da cintura e a espessura das dobras cutâneas podem ser usadas para dar suporte ao diagnóstico. As técnicas de imagem raramente são usadas.
História 
Crianças que têm um ou os dois pais obesos têm maior risco de desenvolver obesidade, assim como crianças em idade jovem acima do peso, crianças de minorias étnicas e aquelas criadas em famílias pobres. 
História materna de diabetes gestacional ou desnutrição durante a gestação deve ser observada.
A criança pode ter nascido com tamanho pequeno para a idade gestacional. A revisão da história dietética é importante para avaliar as potenciais escolhas alimentares que podem ser modificadas. A avaliação de padrões de exercícios diários também é importante, já que o comportamento sedentário (por exemplo, tempo em frente à tela do computador/televisão com >2-3 horas/dia) tem sido associado à obesidade.
Exame físico 
As crianças acima do peso ou obesas têm maior prevalência de hipertensão; logo, a pressão arterial deve ser medida. A acantose nigricans é frequentemente observada em crianças obesas, e está associada à resistência insulínica. A acne e/ou hirsutismo estão associados à síndrome do ovário policístico.
 A baixa estatura associada à obesidade deve levantar a suspeita de anormalidade hormonal como a causa da obesidade (por exemplo, hipotireoidismo, síndrome de Cushing). O atraso de desenvolvimento, as características dismórficas e o hipogonadismo em associação com baixa estatura, indicam uma síndrome genética como a síndrome de Prader-Willi e a síndrome de Bardet-Biedl. O hipogonadismo também pode estar presente na deficiência de leptina, e o cabelo ruivo e o hipocortisolismo são observados na deficiência de pró-ópiomelanocortina. 
· IMC:
Embora o IMC seja uma medida indireta da gordura corporal, descobriu-se que ele está correlacionado à adiposidade. Entretanto, o IMC não permite distinguir entre a gordura subcutânea e a gordura visceral (cuja associação a fatores de risco cardiovasculares e metabólicos foi demonstrada). 
As crianças que são muito musculosas podem estar na faixa anormal de IMC, apesar de terem adiposidade de normal a baixa. 
· Circunferência da cintura: 
A circunferência da cintura ou a relação cintura-quadril pode ser usada como uma medida indireta da adiposidade visceral (cuja associação a fatores de risco cardiovasculares e metabólicos foi demonstrada).
O cálculo da circunferência da cintura não é invasivo e pode ser útil em associação com o IMC para identificar crianças acima do peso com maior risco metabólico. 
Os percentis de circunferência da cintura foram desenvolvidos para crianças de 2 a 19 anos de idade. No entanto, os pontos de corte que indicariam um risco acima daquele da medida do IMC, não estão disponíveis.
 Nos adultos, as circunferências da cintura >102 cm para homens e >88 cm para mulheres estão associadas a um risco elevado de problemas metabólicos.
· Espessura das dobras cutâneas:
A espessura das dobras cutâneas fornece informações sobre a gordura corporal e o risco de complicações clínicas.
No entanto, é difícil realizar com precisão, e os dados de referência de crianças não estão disponíveis prontamente. Não é recomendado no ambiente clínico geral.
· Exames laboratoriais:
Investigações para rastrear comorbidades/complicações comuns: 
· Lipoproteínas em jejum para rastrear dislipidemia em crianças com IMC de percentil ≥85. 
Resultado: (normal ou elevado)
· Glicose em jejum para rastrear diabetes mellitus do tipo 2. 
Resultado: (normal, ou intolerância à glicose (5.6-6.9 mmol/ L [100-125 mg/dL]), ou diabético (≥7 mmol/L [≥126 mg/dL]).
· TFHs para rastrear a presença de doença hepática gordurosa não alcoólica.
Resultado: (transaminases normais ou elevadas).
 As investigações para identificar causas clínicas da obesidade dependem dos sintomas e das características do paciente (por exemplo, baixa estatura, fadiga, estrias violáceas, hirsutismo, menstruações irregulares, características dismórficas).
 Podem incluir: 
· Testes da função tireoidiana para o hipotireoidismo.
· Cortisol livre urinário ou cortisol salivar noturno para a síndrome de Cushing.
· Cálcio sérico, fosfato e paratormônio para pseudo-hipoparatireoidismo.
· Avaliação do eixo hipotálamo-hipofisário na obesidade hipotalâmica após cirurgia de craniofaringioma.
· Tentativa terapêutica de descontinuação de medicamentos como medicamentos neuropsiquiátricos e corticosteroide suspeitos de causar a obesidade, quando possível.
Teste genético em pacientes suspeitos de terem: 
· Obesidade monogênica.
· Síndrome de Bardet-Biedl.
· Síndrome de Prader-Willi. 
Os exames adequados que devem ser obtidos pelo médico de atenção primária incluem lipoproteínas em jejum, glicose em jejum, um perfil metabólico completo e testes da função tireoidiana. 
O médico deve considerar o encaminhamento do paciente para um endocrinologista pediátrico caso algum desses exames seja anormal, ou caso sejam necessários exames mais específicos como cortisol livre urinário, cortisol salivar noturno, hormônios da hipófise ou teste genético.
Fatores de risco
Fortes 
· Pais obesos:
As crianças com 1 ou os 2 pais obesos têm maior risco de desenvolver obesidade.
· Rápido ganho de peso na infância: 
O rápido ganho de peso durante a infância foi associado a um aumento do risco de obesidade infantil.
· Rápido ganho de peso no começo da infância:
 As crianças com um índice de massa corporal (IMC) de percentil >85 entre as idades de 24 e 54 meses têm 5 vezes mais chances de terem sobrepeso aos 12 anos de idade. Além disso, as crianças com IMC de percentil >50 estão propensas a ter sobrepeso na adolescência. 
· Etnia negra não hispânica ou hispânica:
Estudos epidemiológicos têm demonstrado que crianças de minorias étnicas têm maior incidência de obesidade, sobretudo durante a adolescência; meninos e meninas hispânicos apresentam a mais alta prevalência de sobrepeso e obesidade. Além disso, os níveis de atividade física variam entre os grupos raciais.
· Status socioeconômico desfavorável:
As crianças criadas em famílias pobres têm maior risco de obesidade.
· Estilo de vida sedentário:
As crianças que praticam menos exercícios físicos têm maior risco de obesidade.
Fracos
· Restrição do crescimento intrauterino: 
A desnutrição in útero foi correlacionada à obesidade na infância e na vida adulta.
· Diabetes gestacional:
O hiperinsulinismo e a hiperglicemia fetal afetam o tamanho do corpo ao nascer, e podem desempenhar um papel no desenvolvimento posterior da obesidade.
· Maus hábitos alimentares: 
As dietas com alimentos industrializados, fast food e bebidas açucaradas têm sido implicadas como um fator de risco no desenvolvimento da obesidade em crianças. 
Entretanto, os maus hábitos alimentares por si só não necessariamente levam à obesidade. 
· Tempo em frente à tela >2-3 horas/dia:
O risco de obesidade é maior em crianças que passam >2-3 horas por dia em frente à tela (por exemplo, televisão, videogames, internet).
· Privação de sono:
Estudos epidemiológicos mostram uma relação entre a curta duração do tempo de sono e o desenvolvimento da obesidade em lactentes, crianças e adolescentes.
Como evitar a obesidade infantil?
Segundo a OMS, a obesidade infantil está diretamente ligada às mudanças comportamentais que privilegiam o sedentarismo e a alimentação inadequada. 
 
Apesar do esforço para incentivar uma alimentação saudável e informar da importância da prática de exercícios físicos para os adultos, a obesidade infantil não foi tratada da mesma maneira pela saúde pública. 
 
Assim, as diretrizes para tratamento da obesidade infantil da OMS incluem aconselhamento, dieta, análise dos hábitos alimentares (da criança e da família), além do acompanhamento das medições de peso e altura.
 
O diagnóstico e tratamento devem ser realizados por médicos especializados.No entanto, você pode promover uma mudança nos hábitos e rotinas da sua casa, buscando mais saúde e qualidade de vida para todos.
 
· Amamentação:
O Ministério da Saúde recomenda que o leite materno seja o único alimento da criança até o seu sexto mês de vida. A Organização Mundial da Saúde também recomenda que a criança seja amamentada durante seus dois primeiros anos, ou mais.
O leite materno é um alimento completo para o bebê e está ligado à redução de diversas infecções e doenças, como otites, doenças respiratórias, diabetes e obesidade infantil. 
Além de, claro, fortalecer o vínculo entre mãe e filho. Saiba como você pode se preparar para manter a amamentação mesmo depois do período de licença maternidade, lendo o artigo Como armazenar o leite materno.
· Alimentação equilibrada e saudável:
Uma reeducação alimentar para toda a família pode ser o primeiro — e mais importante — passo para o combate à obesidade infantil.
 
Estar comprometido com a saúde e deixar de lado os alimentos ricos em gorduras e açúcares é fundamental para que todos consigam manter a nova rotina de uma alimentação saudável a longo prazo.
 
Escolha versões integrais dos cereais e farinhas, como massas, arroz e pães. Aumente o consumo de verduras e legumes, e corte do cardápio os alimentos ultra processados, redes de fast food e os refrigerantes.
 
Consulte, também, um nutricionista. Ele é o profissional adequado para orientá-los em relação à nova dieta, para que sejam consumidos os alimentos e nutrientes em sua proporção ideal. 
· Atividades físicas:
Estimule a prática de exercícios físicos. As atividades físicas são importantes para aumentar o gasto calórico, auxiliando na redução de peso. 
Quanto mais cedo a criança começar alguma atividade, maiores a chances dela se tornar um adulto ativo. Busque esportes que o seu filho se identifique, para que ele assuma o compromisso como um hábito divertido. 
Incentive brincadeiras que movimentam o corpo, como pega-pega, pular corda, amarelinha, dança, bicicleta, entre outros. Existem várias atividades que funcionam como excelentes exercícios — teste! 
· Controle o tempo de exposição às telas:
O tempo que a criança fica exposta e conecta às telas, como televisão, computador, videogame, celular, pode influenciar em um estilo de vida mais sedentário. Pode também prejudicar os hábitos alimentares. 
O recomendado é que crianças até cinco anos não fiquem mais de uma hora em frente às telas. Para crianças de 5 a 13 anos, a recomendação é de que se tenha no máximo duas horas de tela com fins recreativos. 
· Cuidado com o uso de medicamentos:
Pesquisas afirmam que o uso de antibióticos pode interferir no metabolismo da criança, contribuindo para a obesidade infantil. 
Dois estudos mais recentes confirmaram os resultados de pesquisas anteriores, sobre a correlação positiva entre a exposição precoce da criança aos antibióticos (especialmente nos seis primeiros meses de vida) com a obesidade infantil.
Por isso, é muito importante que medicamentos só sejam administrados ao seu filho se houver prescrição médica.  
· Sono e repouso:
Conforme já mencionado, a falta de sono adequado pode contribuir para a obesidade. O relógio biológico da criança pode ficar desregulado, atingindo hormônios que controlam o apetite. 
Assim, os pais precisam estar atentos para que as crianças tenham qualidade no sono, e descansem o tempo recomendado para cada idade. 
A Academia Americana de Medicina do Sono (AASM) sugere que crianças de três a cinco anos durmam de 10 a 13 horas (incluindo cochilos à tarde). Crianças na idade escolar, de 6 a 12 anos, devem dormir de 9 a 12 horas à noite.
· Dê o exemplo:
Quando se fala em obesidade infantil, muitas pessoas culpam os pais pela situação dos filhos. Nem sempre isso será verdade.
 
É fundamental que a família toda estabeleça uma rotina saudável de alimentação e com a prática de exercícios físicos. É importante observar também o tempo de tela e o controle do sono. 
 
Ser o exemplo é a melhor maneira de ensinar o seu filho a cuidar de si e da sua saúde.

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