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O tema da palestra de hoje é Sistema Renina Angiotensina Aldosterona. A gente teve como gatilho para o tema dessa palestra o problema “Cano entupido” da semana 11 – problema 2, quando ele mostra uma estenose da artéria renal e como consequência uma elevação da pressão arterial. Então, como é que o sistema renina angotensina aldosterona está relacionado com o aumento da pressão arterial? Esse sistema é na verdade uma cascata de canalização de hormônios que atuam dentro do nosso corpo, claro, hormônios e peptídeos, que juntos vão atuar na tentativa de elevar a pressão arterial. Essa imagem mostra um resumo de como o sistema renina angiotensina aldosterona vai atuar no nosso corpo e mostra que esse sistema recebe esse nome, sistema, porque nele vai ocorrer com a participação de diversos órgãos e sistemas. E esses órgãos vão atuar, ou liberando peptídeos, que são percussores bioativos, ou até mesmo, liberando hormônios, liberando enzimas que vão fazer com que esse sistema tenha sua função. Que na verdade é restabelecer a pressão arterial, através da retenção de sódio e de água. A gente vai explicar os detalhes de cada etapa do sistema conforme a gente for avançando na aula. Então, o que seria o sistema renina angiotensina aldosterona? ➢ O sistema renina-angiotensina-aldosterona é um conjunto de enzimas, receptores e hormônios que vão controlar a pressão arterial a longo prazo; mantém a pessoa viva, já que os outros mecanismos de controle são rápidos como o do sistema simpático. Esse controle do SRAA é feito através da vasoconstrição periférica de vasos, da modulação da atividade simpática através da angiotensina II que libera a catecolaminas e também pelo manuseio de sal e água pelos rins através da aldosterona. ➢ Órgãos envolvidos: - Fígado: produz o angiotensinogênio - Pulmões: produzem a ECA - Suprarrenais: liberam a aldosterona - Rins: filtração e reabsorção de sódio e água, devolvendo o volume de água e restabelecendo a volemia e, consequentemente, a PA. ➢ Componentes: - Peptídeos ( angiotensinogênio, angiotensina I e angiotensina II): são os precursores, pois vão sofrer a ação das enzimas sendo convertidos em outras moléculas com uma atividade biológica maior. O angiotensinogênio não tem uma atividade biológica muito grande e, por isso, precisa ser convertido em angiotensina I, para isso acontecer a renina precisa atuar sobre o angiotensinogênio. A angiotensina I tem uma atividade pequena e com a ECA é transformada em angiotensina II que tem várias funções, entre elas favorecer a liberação da aldosterona pelas glândulas suprerrenais. A aldosterona atua nos rins para uma maior retenção de água para manter a volemia. ➢ Através da elevação da PA, o nosso corpo consegue ter o aporte sanguíneo que ele precisa. ➢ Um dos principais gatilhos que desperta a SRAA é a queda da PA, quando isso ocorre de maneira significativa deixa nosso corpo em risco, por isso os mecanismos de controle são necessários para manter a PA em um valor basal, que no humano está por volta de 12/8. ➢ Quando o SRAA é ativado, ocorre uma maior reabsorção de sódio e água, uma vasoconstrição das artérias em vasos periféricos e uma sensibilização da hipófise para a liberação de hormônios antidiuréticos, pois ao reter sódio a osmolaridade do sangue aumenta, o que desperta na hipófise a liberação de ADH. A primeira enzima que desencadeia todo o processo do sistema renina angiotensina aldosterona é a renina. A renina pode vir em alguns livros como angiotensinogenase, ela é uma enzima que vai estar circulando na corrente sanguínea, é liberada pelas células justa glomerulares dos rins, que estão presentes na arteríola aferente, e ela tem uma serie de estímulos fisiológicos que provoca a ativação do sistema renina angiotensina aldosterona. Tem como função converter o angiotensinogênio em angiotensina I. Aqui no aparelho justa glomerular temos aqui a arteríola aferente, que é onde o sangue chega nos rins para ser filtrado, a gente vê na porção final da arteríola, logo quando ela chega na cápsula de Bowman, que ela sofre uma mudança morfológica e também funcional, essa modificação nessas células podemos chama-las de células granulares ou justa glomerulares – são essas células que irão liberar a renina- mas elas liberam através de um feedback que elas recebem, primeiro deles seria esse da redução da pressão arterial porque nós temos aqui também inervação simpática, barorreceptores que estarão recebendo informações supressórios para entender se a pressão está alta ou está baixa. Se a pressão estiver alta, então vai acontecer uma vasoconstrição, se a pressão estiver baixa ele vai sensibilizar as células justa glomerulares a liberarem a renina. No entanto, essa renina também pode ser liberada através de uma redução de sódio presente na formação da urina, na alça de Henle. Então como acontece? Quando a pressão está baixa, os barorreceptores indicam que a pressão está baixa, as células justas glomerulares liberam essa renina, e essa renina vai fazer com que o angiotensinogênio seja convertido em angiotensina I, e a partir dai desencadeia todo o processo de renina angiotensina aldosterona. No entanto esse próprio aparelho justo glomerular faz um mecanismo de retroalimentação para garantir a questão da filtração glomerular, porque quando a pressão arterial esta baixa como foi visto aqui ele libera a renina que vai produzir a angiotensina I que posteriormente vai ser convertida em angiotensina II. A angiotensina II vai fazer a vasoconstrição da arteríola eferente e se chega pouco sangue aqui ( aferente) e aqui esta constrito na porção final (eferente) o sangue fica preso nessa região então ele vai garantir a taxa de filtração glomerular porque para que o sangue seja filtrado e se transforme em urina, ele precisa ter uma pressão arterial ótima para isso também, se a pressão cai, a TFG também cai dai a necessidade da renina ser produzida e todo o sistema ser desencadeado, então com essa liberação da renina teremos a garantia da TFG. No entanto quando essa TFG esta muito elevada ou porque a PA está alta ou porque a pessoa consumiu muito liquido ou esta de algum modo fazendo uso de algum medicamento, isso vai fazer com que aconteça um aumento do fluxo na macula densa, geralmente esse fluxo vai ficar bastante diluído com pouco sódio e isso faz com que aconteça na macula densa detecção desse aumento do filtrado de sódio, vai acontecer liberação de substancias parácrinas da mácula densa para a Arteríola Aferente e ai vai ocorrer a constrição da arteríola aferente para que não chegue tanto sangue lá já que é um feedback de aumento da taxa de filtração glomerular. Então é um mecanismo de feedback negativo para o sistema renina angiotensina aldosterona. De modo geral, esse sistema sempre é ativado quando nós temos uma queda da pressão arterial e da perfusão na arteríola aferente ou quando temos queda da concentração de sódio na macula densa, e também através do sistema nervoso simpático que vai liberar catecolaminas que também atuam nas células justa glomerulares fazendo a liberação da renina. Temos um mecanismo de ação de como aconteceria isso: então aqui a gente tem a macula densa sinalizando as concentrações de sódio presente na urina em processos de formação, e aqui temos uma bomba que é sódio 2 cloretos e potássio, essa bomba vai jogar para o interior da célula da mácula densa esses íons e quando esta em pouca quantidade esse sódio e o potássio ela vai sinalizar a NOSn a sensibilizar a via da COX-2 a produzir prostaglandinas , para ela difundir para as células justa glomerulares -de forma parácrina- que estão próximas quando ela chega na célula justaglomerular ela vai atuar no receptor alfa da prostraglandina (PG-Rs) sensibilizando uma cascata aqui dentro de aumento do AMPc cíclico e isso faz com que a célula justaglomerular libere a renina. Então vocêvê que a mácula densa ela consegue sensibilizar e sinalizar também para a célula justaglomerular fazer a liberação da renina. No entanto a própria mácula densa consegue fazer o feedback de bloqueio, e como seria isso? Se tem muito sódio sendo produzido na urina, esse excesso de sódio, cloreto e potássio vão entrar pra mácula densa, ela vai ter que ativar a bomba de sódio-potássio para dar vazão a esse aumento de absorção de sódio e de potássio e essa atividade da bomba de sódio-potássio vai quebrar muito ATP e essa quebra de ATP vai gerar muita adenosina e essa adenosina também vai atuar na célula justaglomerular em setores purinérgicos do tipo A1, fazendo com que haja um bloqueio do AMPc e com isso o bloqueio da liberação de renina. Então o sódio aqui presente ou pode fazer com o que a célula justaglomerular libere renina se ele estiver em pequena quantidade ou se tiver em grande quantidade na mácula densa ele pode bloquear. Nós vemos aqui que a célula justaglomerular tem também outro mecanismo de liberação da renina que é através do sistema simpático, temos aqui as catecolaminas (adrenalina, noradrenalina), são aqueles neurotransmissores simpáticos. Então a própria atividade simpática também é capaz de fazer a sensibilização de receptores beta 1 (adrenérgicos) para que ele também libere o AMPc e libere a renina. Tá, então esses são os mecanismos para a liberação da renina que nós podemos encontrar no corpo. Então a renina ela foi liberada, ela converte o angiotensinogênio em angiotensina I, esse angiotensina I é um peptídeo que não tem uma atividade biológica muito alta, ele tem uma leve atividade vasoconstritora mas não é muito importante e daí a necessidade dele ser potencializado. E quem faz essa potencialização é a ECA (enzima conversora de angiotensina) que está presente nas células endoteliais dos pulmões e ela vai potencializar esse peptídeo convertendo ele em angiotensina II. Nós temos ai basicamente duas isoformas da enzima conversora de angiotensina, a ECA 1, que converte a angiotensina I em angiotensina II, que a gente conhece e tem todas as atividades do SRAA; mas nos também temos a isoforma angiotensina II, que ela, menos expressa do que a Angiotensina I, por isso nos temos uma icoexpressao dela, nós temos menos quantidade dela no corpo. Mas o que ela faz? Basicamente ela converte a angiotensina II em angiotensina (1-7), que seria um peptídeo que faz efeito biologicamente reverso ao da angiotensina II, o que isso quer dizer? Tem a angiotensina II que se faz a vasoconstrição arterial, a angiotensina (1-7) faz a vasodilatação pra reduzir a pressão arterial. Então se a angio II faz aumento da proliferação de células e hipertrofia, a angio (1-7) faz o contrário, são peptídeos que um faz a modulação do outro. Mas porque se tem a necessidade disso? Porque a angiotensina II tem uma atividade biologica muito alta e ela faz uma vasoconstrição muito forte, então há a necessidade de ter um peptídeo que maneire a sua atividade no corpo porque senão ela pode gerar uma doença na tentativa de fazer com que o corpo recupere a pressão arterial. Então a angiotensina II ela é um peptídeo formado a partir da ação da enzima conversora de angiotensina sobre a angiotensina I, ela tem o papel de controlar a pressão arterial a partir da vasoconstrição periférica e também pela retenção de agua e sal através da retenção de aldosterona nas glândulas da suprarrenal. Nós temos aqui que a angiotensina II influência nas diversas áreas do corpo né, ela tem vários papéis principais. Então o primeiro deles seria a alteração da resistência periférica que faz uma vasoconstrição direta e assim eleva a pressão arterial fazendo o que a gente chama de resposta rápida da angiotensina II, nessa resposta rápida ela vai atuar com o sistema nervoso simpático porque ela vai atuar aumentando a liberação de NE (noradrenalina), reduzindo a receptação de NE, porque nosso corpo faz o processo de receptação para evitar uma exacerbação da atividade simpática e a angiotensina II ela reduz essa receptação, a angio II também vai aumentar a resposta vascular, as catecolaminas, deixando a nossa resposta vascular mais sensível as catecolaminas com isso favorecendo a vasoconstrição direta. Com isso teremos um aumento da sobrecarga simpática e também um aumento de liberação de catecolaminas na medula suprarrenal. Então ela faz tudo isso, ela tanto facilita a atividade das catecolaminas quanto também favorece a liberação de mais catecolamina. Com esse boom catecolaminérgico nós teremos uma elevação rápida da pressão arterial, mas é uma elevação que ela só tira o paciente daquela situação de tontura, que a queda da Pressão Arterial provoca, ela não deixa a pessoa por longo prazo com a Pressão arterial elevada, até porque existe um mecanismo parassimpático que ocorre quando existe uma brusca elevação da PA, e permite com que a Pressão arterial retorne a forma basal anterior. Para manter PA elevada, em uma situação por exemplo de perca de sangue, nos temos aí a ação da angiotensina em longo prazo, que ela vai fazer uma atuação na função renal, vai alterar a função renal, fazendo com que a função renal ela tenha todo um mecanismo que favoreça esse aumento da Pressão arterial. Como seria isso? Lá no rim, a angio 2 vai ter um feito direto em aumentar a reabsorção de sódio proximal, fazendo com que esse sódio retorne pro sangue e ao retornar pro sangue, deixa ele com a osmolaridade aumentada, daí a gente vai ter uma necessidade de reter também água. A angiotensina 2 ela vai liberar aldosterona no córtex supra-renal, e aldosterona é o principal mineralocorticoide, que faz a reabsorção de sódio e também de água, a angio 2 vai alterar também a hemodinâmica renal, fazendo com que haja uma vasoconstrição direta na arteríola eferente, provocando um aumento na taxa de filtração glomerular, disponibilizando mais sódio e água para ser reabsorvido lá no túbulo contorcido proximal e na alça de Helne também, com o aumento do tônus simpático renal favorecendo todo esse processo. E assim teremos uma elevação da PA em longo prazo... Uma outra alteração da angiotensina 2, que e essa seria uma ação prejudicial quando ocorre de forma exagerada, seria a alteração da estrutura cardiovascular, porque devido ao aumento exagerado da PA e sem um controle, isso faz com que o, principalmente a PA, afete os órgãos alvos, provocando neles lesões ou sobrecargas, esse processo vai gerar o que chamamos de hipertrofia e remodelagem vascular e cardíaca, em virtude da hipertensão. Então concluímos que as alterações na PA apresentam 2 efeitos, um efeito não hemodinamicamente mediado, que são efeitos da própria angiotensina na célula alvo, como o aumento da expressão de protooncogenes, aumento da produção de fatores de crescimento e aumento de síntese de proteínas da matriz extracelular, causando a hipertrofia e remodelação vascular e cardíaca, porém, esse problema também pode ser causado por efeitos hemodinâmicos, devido ao aumento da sobrecarga cardíaca e aumento da pressão sobre a parede vascular, então com isso, vai ocorrer essa remodelação.... Quando se fala em músculo, é importante demais essa remodelação. A longo prazo, pode ocorrer a insuficiência cardíaca, inclusive os medicamentos prescritos para pacientes com insuficiência cardíaca são medicamentos que bloqueiam os sistema renina angiotensina aldosterona. Bom, aqui a gente vê os principais medicamentos que são indicados para pacientes que tem problemas renais ou tem insuficiência cardíaca por conta da elevada PA por muito tempo. Percebe- se que esses medicamentos bloqueiam o sistema renina angiotensina aldosterona, porque a angiotensina 2, quando se expressa, vai provocar vasoconstrição, gerar fibrose, inflamação das CMLVs ( células musculares vasculares) , estresse oxidativo e hipertrofia cardíaca, que são os efeitos hipertensivos a longo prazo, que geram a doença.Em contra partida, quando a gente bloqueia esse sistema, a gente deixa as outras vias ativas, porque a angiotensina atua tanto no receptor AT1, que provoca os efeitos que a gente acabou de comentar, mas ela também atua no receptor AT2, e isso faz com que haja vasodilatação, nós temos efeitos positivos de proteção também, só que eles são hipoexpressos no nosso corpo. - O receptor do tipo 2 pra angiotensina II gera vasodilatação, isso é um efeito de proteção presente no organismo, porém, no nosso corpo eles têm hipoexpressão, dessa forma acontecem os efeitos da angiotensina II já supracitados. - Os efeitos positivos desse bloqueio do Sistema Renina Angiotensina Aldosterona são: vasodilatação, efeito anti-fibrótico, anti-inflamatório, redução do estresse oxidativo e efeito anti-proliferativo. - A angiotensina II também atua na suprarrenal, na zona glomerulosa do córtex, a fim de liberar a aldosterona, que é o principal mineralocorticóide, a qual atua diretamente nos rins fazendo uma regulação do balanço eletrolítico, retendo água e sal e,assim, ocasionando, também, uma recuperação da pressão arterial. - A principal via de liberação da aldosterona é pelo SRAA, mas existem outras vias que induzem a liberação dela, e uma delas é o ACTH, mas ele acontece em menor importância. - É preciso ter um extremo estresse no hipotálamo para que o ACTH seja liberado e atue na suprarrenal, incentivando a secreção de aldosterona. Contudo, se no nosso sangue ocorrer uma diminuição de Na+ ou aumento K+ séricos, isso pode sensibilizar de maneira direta as glândulas suprarrenais para a liberação de aldosterona. - Esses mecanismos têm por função liberar a aldosterona, que vai reabsorver sal e água e excretar potássio, isso vai aumentar a volemia e, consequentemente, a PA. - Aqui tem o mecanismo de ação. A aldosterona atua nos rins aumentando a expressão de canais para sódio e canais para potássio. - Quando se aumenta a reabsorção de Na+, intensifica-se a excreção de K+ e, por causa dessa reabsorção de sódio, haverá reabsorção de água para o controle iônico e eletrolítico que aumenta a volemia e a PA. - Aqui se têm alguns exemplos experimentais da importância desse sistema no nosso corpo. - No exemplo, há uma pessoa que não tem alteração do sistema SRAA, e outra pessoa que tem alteração duas vezes mais que o normal. Então, quando a pessoa tem esse sistema preservado e ingere sal, automaticamente, a pressão arterial dela aumenta e, em pouco tempo, o corpo consegue reestabelecer a pressão arterial, passando de 100 para 140. No entanto, se ela não tem esse sistema acontecendo, sendo sensibilizado no organismo, quando ela ingere sal a pressão sai de 70 para 80, isso mostra que o corpo não vai conseguir reter sal como ele conseguiria através do sistema renina com liberação da aldosterona e, por essa reabsorção não ser elevada a pressão arterial não será reestabelecida a contento. - Nesse experimento mostra a importância do papel dos rins para o SRAA, por que não adianta o fígado estar liberando o angiotensinogênio, o pulmão liberando a ECA se não existir o rim liberando as primeiras enzimas para que todo o processo aconteça, e também porque é nele que o SRAA termina. - Nesse experimento, de uma pessoa foi retirada uma parte do rim esquerdo e após 20 dias houve um aumento da pressão arterial, mas depois ela estabilizou. Com 40 dias da retirada de parte do rim esquerdo, foi retirado totalmente o rim direito, e novamente a pressão, no primeiro momento, subiu e depois estabilizou, isso indica a adaptação do rim à nova realidade. - Esse experimento simula um paciente renal crônico, o qual perde um rim ou uma parte dele, e se comporta de forma que, ao ingerir muito sal o rim não consegue eliminar o excesso e este se acumula no sangue, aumentando a PA, a pressão sai de 100 para 140 em estado já hipertensivo. - Quando a pessoa para de ingerir sal - NaCl a 0,9% - a pressão volta ao estado basal de antes, mas se ela voltar a ingerir muito sal, a pressão aumentará ainda mais que antes, indicando que, no momento em que a pessoa ingeriu alimentos inadequados, ocorreu um sofrimento renal. Isso demonstra que em uma condição renal crônica a função renal sempre tende a declinar e não voltar ao normal, pois o corpo passa a adotar um comportamento deletério, por isso a importância de seguir a dieta para condições renais crônicas. - Esse papel da função renal é sério né, daí a importância da pessoa seguir a dieta. - Com relação ao sistema renina-angiotensina-aldosterona como um todo, qual seria o papel dele no resgate de uma pressão arterial? Então nós temos aqui uma pessoa com uma pressão 100, e ai ela sofre algum acidente, uma hemorragia grave, cai pra 50. Aqui (apontando para o 50) já tá num quadro de choque hipovolêmico. Então uma pessoa que ela tá com o sistema renina-angiotensina- aldosterona bloqueado, ela não tem recuperação da PA dela. Na verdade, é uma recuperação muito pequena. Essa recuperação muito pequena ela se dá por outros mecanismos que o corpo vai ter, mas que não conseguem recuperar rapidamente ou até sustentar a recuperação de maneira importante, e ai quando o sistema renina angiotensina ele atua, a pessoa consegue, em coisa de 10 a 15 minutos, recuperar 50% do que ela perdeu, e isso é muito bom tá, porque essa recuperação de 50% do que você perdeu, pode ser o suficiente para lhe tirar de uma parada cardíaca, o choque hipovolêmico. - E aqui a gente tem um gráfico que mostra todo o mecanismo que o nosso corpo se utiliza pra recuperação da pressão arterial, só que de todos eles, a questão do deslocamento de líquidos, relaxamento por estresse, barorreceptores, todos eles o que faz o controle de manutenção em longo prazo de forma mais importante é o sistema renina angiotensina aldosterona, ele atua junto com esse controle renal de volume sanguíneo, conforme ele vai aumentando a aldosterona, nós vamos ter um controle renal de volume sanguíneo acontecendo, com isso nós temos uma recuperação da pressão arterial. Então ele (SRAA) é o melhor sistema que faz essa recuperação em longo prazo, porque ele demora cerca de horas pra ter sua atividade máxima, mas, em compensação, ele fica com essa atividade máxima estabelecida por dias, então isso é muito bom, é uma forma do nosso corpo inclusive poupar energia, se ele tem um sistema que recupera a pressão arterial e mantém essa recuperação em longo prazo, ele poupa o nosso corpo de sempre tá desencadeando mecanismos pra recuperar em curto pra prazo. - Então aqui a gente tem todos eles, e as recuperações em segundos, minutos, horas e dias. Temos aqui que o barorreflexo ele é rápido, atua em segundos, se mantém por alguns minutos, depois ele volta. Reposta isquêmica do SNC também atua em segundos, se mantém por poucos minutos, depois ele cai, cai, enquanto o sistema renina- angiotensina ele atua em questão de horas, porque ele tem toda uma cascata que vai ser sinalizada em nosso organismo, mas em compensação ele vai ter uma duração de dias. - Bom, então a gente parou quando ia começar a falar da função dos rins, chamada de função depuradora, em que a gente discute um parâmetro chamado de clearence. - Então clearance vem do inglês clarear, limpar, depurar, por isso que a gente fala nessa função depuradora, clearance ou depuração. Esse termo, ele é utilizado pra definir o volume de plasma, que é purificado, que é limpo, de um conjunto de metabólitos e de substâncias que são exógenas, como metabólitos de fármacos, pela função renal por unidade de tempo. - A gente usualmente expressa como volume de plasma limpo de substâncias a cada minuto, quando a gente tá falando no clearance renal, na depuração renal. E, pra gente calcular essa quantidade ou volume de plasma que é limpo, a gente precisa ter algumas outras informações, essas informações seriam a concentração da substância no plasma, a concentraçãoda substância na urina e o volume de urina. A gente não tem como fazer uma medida direta desse volume de plasma limpo, então a gente usa uma relação ai, uma equação que vocês estudam no ensino médio, na físico-química, em que a gente lembra que o produto concentração volume final é igual o produto concentração volume inicial. Então a gente está procurando saber, esse manejo renal como é que está, e a gente parte pensando o seguinte, a quantidade excretada de qualquer substância na urina, ela representa a soma do que foi filtrado mais o que foi secretado, subtraindo o que foi reabsorvido, e essa quantidade excretada ela estava numa determinada concentração no plasma e veio de um determinado volume de plasma. Então, quando eu quero saber de qual volume de plasma veio essa quantidade excretada, eu vou fazer a aplicação dessa equação, então eu sei que a quantidade excretada na urina é igual ao produto concentração da substância na urina vezes o volume de urina, a quantidade excretada estava no plasma, então eu tenho que considerar que essa quantidade seria definida pensando na concentração da substância no plasma e o volume de plasma de onde ela foi retirada, assim eu tenho como definir que o clearance teria esse produto, concentração final x volume final=concentração inicial x volume inicial, o que eu estou procurando é esse volume inicial, esse volume de plasma de onde essa substância estava que é o clearance renal da substância “X”, que vai ser obtido pela razão entre concentração da substância “X” na urina x o volume de urina dividido pela concentração da substância do plasma. Isso é factível de ser determinado na prática clínica, a gente usa nessa prática a creatinina, que é um produto do metabolismo da creatina e existe um manejo tubular de creatinina, que a substância ideal para isso é uma substância que seja filtrada e que não seja reabsorvida, que não seja metabolizada e nem secretada a nível dos túbulos renais. A creatinina tem alguma secreção mas pela própria imprecisão do método, a gente encontra um valor que se aproxima ao da substância ideal. A substância padrão, em exeperimentos em laboratórios seria a inulina, que é um carboidrato, mas é uma substância que precisa ser introduzida no organismo, então você tem um custo e riscos associados a introdução dessa substância, então na prática clínica a gente usa a creatinina, que é uma substância orgânica, produzida no nosso organismo, no metabolismo de uma proteína. E daí a gente tem o clearance da creatinina sendo aproximadamente igual à taxa de filtração glomerular, próximo do que seria o ideal, que é encontrado na inulina, que fica restrita a um uso mais experimental, em laboratórios. Diariamente, os rins fazem um manejo de água, de um conjunto de outras substâncias, e se discute que 60g de solutos são excretados na urina. Sendo que a maior parte desses solutos são orgânicos e o principal é a ureia, que representa a metade desse valor, além da ureia, a gente tem amônia, creatinina, ácido úrico. E temos alguns solutos inorgânicos, que são representados pelo cloreto, sódio, fosfato, potássio, cálcio, magnésio, sulfatos, e esse material é liberado junto com um volume de urina que varia, em média, de 2L/dia. Nessa figura, a gente percebe o manejo de água ao nível dos néfrons, então a gente vê que a taxa de filtração glomerular, teria algo de 125ml/min, em média. Desse volume que é filtrado a cada minuto, aproximadamente 65% é reabsorvido a nível do túbulo proximal, então cerca de 65% de toda água filtrada já é reabsorvida a nível do túbulo proximal, de tal maeira que somente chega à alça de henle 35% daquilo que foi filtrado. Aí a gente falou que o ramo descendente da alça de henle é permeável a água e não permite a reabsorção de sódio e cloreto, enquanto que o ramo ascendente é impermeável a água e permite a reabsorção de sódio e cloreto e alguns outros solutos. Daquele volume de líquido que foi filtrado e não foi reabsorvido lá no túbulo proximal, haverá uma reabsorção que representa 10% de tudo que foi filtrado, então só vai chegar a nível do túbulo distal, ¼ do que foi filtrado, parece pouco, mas se a gente for analisar todo volume de plasma que é filtrado ao longo de um dia, isso representa um volume muito grande. E aí o manejo final que é feito no néfron distal, é um manejo facultativo que depende por exemplo da ação do hormônio antidiurético(ADH) e depende também da aldosterona por que a aldosterona estimula a reabsorção de sódio e cloreto e isso contribui pra gerar um gradiente osmótico que facilita a reabsorção de água. O ADH favorece a reabsorção de água de diferentes maneiras essa reabsorção de agua para que o corpo tenha uma excreção de urina em pequeno volume e bastante concentrada, isso porque o ADH atua no ramo ascendente espesso da alça de Henle estimulando a reabsorção de sódio e cloreto que é uma reabsorção combinada com a reabsorção de potássio tem um transportador que leva 1 íon sódio, 1 íon potássio e 2 cloretos a cada ciclagem. O hormônio antidiurético atua a nível do nefron distal especialmente a nível de ducto coletor estimulando inserção de proteínas na membrana luminal da célula tubular que são as chamadas aquaporinas que vão então permitir a permeabilidade da membrana à água aumente favorecendo a reabsorção de água a favor de um gradiente osmótico porque o interstício medular vai estar hiperosmolar em relação ao líquido tubular. Além disso, o ADH estimula também a absorção de ureia e a esta se distribui nesse interstício contribuindo para criar um gradiente osmótico maior que também vai favorecer essa reabsorção tubular de água. Então na presença de ADH, tem-se um efeito antidiurético, um efeito que limita a excreção de água na urina quando se tem uma atividade máxima antidiurética a gente pode exercer até meio por cento ou menos de tudo que foi filtrado por outro lado. Por outro lado, se não tem a ADH esse epitélio tubular ele vai ficar impermeável para água apesar do gradiente osmótico e essa água que esta presente no fluido tubular no nível do nefron distal ela vai ser excretada na urina e agora o corpo pode eliminar uma urina que tem uma densidade baixa que está bastante diluída em um volume bastante elevado. Esse quadro mostra algumas substâncias que tem manejo ativo à nível do túbulo proximal mostrando substâncias que são reabsorvidas por transporte ativo e substâncias que são secretadas por transporte ativo. Entre as reabsorvidas por transporte ativo encontram-se os monossacarídeos (glicose e galactose), aminoácidos (que podem ser neutros, ácidos e básicos), algumas substâncias inorgânicas (sulfato e fosfato) e alguns metabólitos (lactato, succinato e citrato). Essas substâncias que são reabsorvidas por transporte ativo muitas delas vão ser reabsorvidas por um transporte ativo secundário que depende da reabsorção do sódio, é acoplado dependente do gradiente de sódio. Já as substâncias secretadas, tem-se algumas substâncias que são metabolitos de um conjunto de compostos orgânicos incluindo o próprio íon hidrogênio. Essa secreção de hidrogênio ela também está acoplada no túbulo proximal a reabsorção de sódio, é um contra transporte de sódio e hidrogênio, hidróxibenzoados, hipuratos (o ácido parahipurico ele é totalmente liberado então o clearence desse ácido é igual ao fluxo renal, 600ml por minuto. Neurotransmissores (dopamina, acetilcolina, epinefrina), pigmentos biliares (dão a coloração da urina) e ácido úrico. Esses são exemplos de substâncias que são exógenas incluem alguns medicamentos e toxinas chamando atenção para alguns antibacterianos como é o caso da penicilina, da cefalotina; a atropina que é um antagonista do receptor de acetilcolina; opióides; analgésicomo como no caso da morfina; sacarina é usada como adoçante para fazer a substituição da sacarose para dar o sabor adoçado e o paraquart que é um herbicida. Aqui nós podemosver um mecanismo de reabsorção de sódio, na parte A a nível do túbulo proximal e na parte B a nível de ducto coletor cortical. Então a gente percebe diferentes mecanismos, aqui a gente tem a luz do túbulo renal, a luz do túbulo próximas, temos também uma representação da célula tubular mostrando a membrana apical ou luminal. Aqui nós temos a membrana basolateral e nessa membrana nós temos a representação da sódio potássio ATPase que é a bomba de sódio potássio que usa a energia da quebra da ligação fosfato do ATP para fazer a remoção ativa de 3 em 1 sódio a medida que traz 2 potássio. Na membrana luminal a gente vê que a manutenção de uma baixa concentração de sódio por meio do funcionando dessa bomba de sódio potássio ela por exemplo vai permitir esse contra transporte ( transporte ativo secundário) de sódio e hidrogênio, vai assegurar o cotransporte de sódio e glicose, sódio e aminoácido além de diferentes gradientes que são dependentes do gradiente de sódio. Aqui a nível de ducto coletor a gente pode mostrar por exemplo a forma de transporte aí de sódio e potássio. Esse mecanismo aqui é sensível a ação da aldosterona, então a aldosterona ela estimula a reabsorção de sódio e a secreção de potássio e esse mecanismo depende do gradiente de sódio e potássio que vai sendo mantido pela bomba de sódio potássio. Aqui nós chamamos atenção para o mecanismo de transporte de sódio e glicose pelo SGLT2 e também envolve SHLT1 que é um transportador luminal de glicose e sódio. A glicose na verdade ela sai da célula por difusão facilitada por um transportador do tipo GLUT que chamamos atenção que é o GLUT2. Mostramos aqui também que para aminoácidos esse cotransporte com o sódio é importante é que a saída é por difusão facilitada. Esses mecanismos de transporte são saturáveis porque eles dependem de uma proteínas carreadora e o número de transportadores é um número finito, então a medida que eu aumento a concentração do substrato que será transportado em determinados limites eu posso aumentar a velocidade de transporte, mas na hora que todos os transportardes estão ocupados esse processo é saturado. Então a gente diz que existe uma taxa máxima de transporte, falamos de um transporte tubular Maxim. Nesse transporte tubular máximo se representa a quantidade do substrato, a maior quantidade possível que pode ser transportada em uma unidade de tempo. Então existem Tm para secreção e Tm pra absorção, no caso da glicose alguns autores colocam o Tm em torno de 370 a 375 miligramas por minuto. Então quando eu tenho uma hiperglicemia, que foi discutida quando falávamos da diabetes descompensada, eu vou ter uma carga filtradas que vai exceder esse Tm de reabsorção para a glicose, então ultrapassando esse transporte máximo o excesso que está lá no filtrado ele permanece na luz do túbulo e vai ser excretado na urina e como a glicose é um soluto osmótico ela vai arrastando com ela também a água e então nós teremos tanto a glicosúria como a poliúria com esse maior volume urinário. Aqui nós temos um gráfico que mostra carga filtrada reabsorção ou excreção da glicose. Em situação normal nos vemos aqui q a medida que se aumenta a concentração de glicose no plasma se aumenta a carga filtrada (que está representada nessa linha alaranjada). Quando eu vou aumentando a carga filtrada eu também vou aumentando a reabsorção, só que existe um transporte tubular máximo, então na hora que esse processo é saturado ele quase não aparece mas vai começar a aparecer glicose na urina. Aqui é o mesmo esquema que eu tinha falado mostrando que tem Tm também para a reabsorção de aminoácido. A nível da Alça de Henle e da parte inicial do túbulo distal que é o ramo ascendente espesso da alça de Henle a gente vê que ocorre um manejo que foi dito adicional, cerca de 10% de água filtrada vai ser reabsorvida a nível de segmento descendente da Alça de Henle. A gente tem uma reabsorção de cerca de mais ou menos 20% de cloreto de sódio filtrado, especialmente pensando agora no ramo ascendente, tato no ramo ascendente fino como no espesso. No ramo fino por um processo passivo e no ramo espesso por um cotransporte de sódio, potássio e cloreto. Também ocorre um manejo de reabsorção de cálcio e de magnésio e de ate 15% de bicarbonato a maior parte do bicarbonato realmente é reabsorvido no tubo proximal, os autores colocam que ate 80% a 85% do bicarbonato é reabsorvido no tubo proximal. Então estamos vendo aqui, no ramo descendente tipicamente vai ocorrer reabsorção de agua, porque existem proteínas que formam poros com a agua que são as aquaporinas 1, as aquaporinas 2 estão no ducto coletor que são aquelas que dependem da ação do hormônio antidiurético. Já no ramo ascendente a gente discute na parte fina ou delgada reabsorção passiva e na parte espessa transporte ativo, cotransporte de sódio, potássio e cloreto. Aqui a gente tem mostrando que existe substancias que podem interferir com esse transportador que faz o transporte de sódio e potássio e 2 cloretos pra manter a neutralidade, porque to levando 2 cargas positivas eu também levo 2 negativas. Então aqui a gente tem que os diuréticos de alça no caso da furosemida, eles vão bloquear esse transportador e ai eu vou diminuir a reabsorção de sódio, se mais sódio permanece na luz do tubo, mais agua vai permanecer, eu vou excretar mais sódio e agua na urina, então vou aumentar a diurese. Sobre o mecanismo de contracorrente, esse esquema ele mostra exatamente o arranjo tubular que segura esse funcionamento de mecanismo de contracorrente, em que o ramo ascendente, ele é visto como o segmento diluidor, diluidor por que? Porque ele é permeável ao sódio e ao cloreto e ai a gente vai ver uma reabsorção desses sais, os sais de cloreto de sódio e esse sódio e esse cloreto, eles vão se distribuindo no interstício gerando uma osmolaridade maior do que a que existe dentro do tubo. No seguimento descendente o que a gente ve, o plasma que foi filtrado aqui, a gente diz que forma um ultrafiltrado que tem basicamente todas as substancias dentro do plasma, menos as proteínas, porque filtram poucas proteínas. Então a osmolaridade desse filtrado ela inicialmente é igual a osmolaridade do plasma, entre 295 a 300 mOm/L mas a medida que esse filtrado vai entrando no ramo descendente pela alça de henle, ele vai encontrar agora um filtrado que vai sendo cada vez mais hiperosmolar por que? Porque como o interstício medular ele vai ficando cada vez mais hiperosmolar, pela ação desse ramo ascendente, como o seguimento ascendente é permeável a agua, acabou dessa diferença de concentração, desse gradiente , a agua vai sendo reabsorvida, então quanto mais profundamente eu vou chegando, maior a osmolaridade desse filtrado, que ta no ramo descendente da alça de henle. E quanto mais longo for a alça de henle, maior é a possibilidade de aumentar esse gradiente osmótico e fazer com que esse filtrado chegue no final do ramo descendente tenha uma osmolaridade maior. Então a gente discute que nos rins humano esse gradiente osmótico ele varia de 300 a 1200, 1400 mOm/L, o que permite um bom manejo para formação de urina concentrada, mas existe espécies que são capazes de produzir urina ainda mais concentrada, porque vão ter néfrons com alças ainda mais longas, e quanto maior e mais comprida a alça, maior essa possibilidade por que ? porque no ramo ascendente eu vou ter maior reabsorção de sódio, cloreto tanto passivamente no ramo fino, quanto ativamente no ramo espesso. E daí como o fluxo ele ocorre no sentido contrário, quer dizer, ele ta vindo de cima pra baixo no ramo descendente e ele ta indo de baixo pra cima no ramo ascendente. Então é um fluxo em contracorrente dai a gente fala em um sistema multiplicador em contracorrente, porque que é multiplicador? Porque aqui no ramo ascendente essa osmolaridade do seu filtrado, ela vai sendo progressivamente diminuída,enquanto que no interstício a osmolaridade ela vai sendo cada vez maior, quanto mais profundamente no interstício medular renal eu vou chegando. Além desse sistema multiplicador em contracorrente, discute-se um sistema trocador contracorrente, que é representado pelos chamados canais ‘vasa reta’ ou vasos retos, que são longas alças vasculares que acompanham o trajeto da alça de Henle. Então, no ‘vasa reta’ descendente, à medida que o sangue vai fluindo em direção a parte mais profunda alça vascular, esse sangue vai ganhando sódio e cloreto, portanto vai aumentando sua osmolaridade, e à medida que flui pela alça ascendente, vai perdendo sódio e cloreto e volta a ter uma osmolaridade próxima à osmolaridade do plasma. Isso ajuda a evitar que esse gradiente osmótico seja desfeito, porque, se ele passasse direto, ia arrastando os solutos. Como acompanha o trajeto da alça de Henle, na verdade, ele mantém esse gradiente osmótico. O ADH contribui também, aumentando a permeabilidade à ureia. Então, a ureia reabsorvida no ducto coletor se distribui pelo interstício medular, e ela é um soluto osmótico, então contribui para aumentar ainda mais a sua osmolaridade, favorecendo tanto a reabsorção de água no segmento descendente como no ducto coletor. Aqui mostra a recirculação e reciclagem da ureia, em que ela sendo reabsorvida a nível de ducto coletor, se distribui pelo interstício e isso ajuda a garantir a reabsorção de água que ocorre a nível descendente da alça de Henle e até mesmo no ducto coletor. Já na parte do túbulo contorcido distal, começa a ter ação da aldosterona. Então, já começa a ter alguma absorção facultativa, que permite, pela reabsorção de sódio e cloreto, contribuir para reabsorver água. Portanto, de 3 a 5% do filtrado. Há ainda a ação da aldosterona a nível de ducto coletor, favorecendo a reabsorção de sódio e cloreto, a secreção de potássio e de íon hidrogênio. Aqui percebe-se que a regulação da secreção do ADH tem como um dos mecanismos a mudança na osmolaridade dos líquidos corporais, em que se há uma diminuição da osmolaridade, ocorre diminuição da estimulação dos osmorreceptores e isso leva a uma menor secreção do ADH. E quanto menos ADH, menor será a permeabilidade tubular à água, então absorve menos água e aumenta a excreção de água na urina. Por outro lado, não é só a osmolaridade que pode interferir nessa regulação, mas também o volume sanguíneo circulante e o volume plasmático. Quando o volume plasmático diminui, ocorre diminuição da ativação daqueles barorreceptores de baixa pressão, que estão nas grandes veias e nos átrios, e isso vai aumentar a liberação de ADH, o que aumenta a permeabilidade tubular à água, aumentando a reabsorção e diminuindo a excreção de água. Também a ativação dos barorreceptores arteriais, pelo aumento da pressão, faz esse efeito. Porém, discute-se que a queda de volume plasmático tem que ser de no mínimo 10% para estimular a liberação de vasopressina, enquanto que a osmolaridade precisa de uma variação de 1 a 2% para servir de estímulo suficiente para liberar ADH. Se a osmolaridade diminui de 1 a 2% já diminui a liberação do hormônio. Na presença de ADH, o epitélio fica permeável à água e à ureia, então ocorre absorção de água e ureia no ducto coletor; e terá maior reabsorção de sódio, cloreto e potássio a nível do ramo ascendente da alça de Henle. Sem ADH, o epitélio é impermeável, então vai eliminar uma urina que é mais abundante em volume e é mais diluída. E o mecanismo diz-se que envolve as chamadas aquaporinas 2, porque as aquaporinas 1 estão, por exemplo, no ramo descendente, participando daquele mecanismo de reabsorção, em que o epitélio está sempre permeável à água, e dependendo do gradiente osmótico passará mais ou menos. Já no ducto coletor, se não tiver a inserção dessas aquaporinas na membrana, o epitélio fica impermeável à água, e quem assegura essa inserção é exatamente a ativação do sistema de sinalização pelo ADH; então, ele se liga no receptor de membrana, que é um receptor metabotrópico ligado à proteína Gs, à subunidade alfa-S para ativar a proteína quinase A. - Então, a gente vai ter aí essa via de ativação da quinase A, porque a adenilato ciclase vai levar a formação do AMPc, o aumento do AMPc ativa a enzima. Eu vou ter fosforilação de proteínas que permitem essa fusão das aquaporinas na membrana, inserindo, assim, esses poros de água que vão permitir a reabsorção a favor desse gradiente osmótico. - Bom, a micção ela é um reflexo que a gente discute que depende da atividade parassimpática, ela é estimulada pela atividade parassimpática, como vocês viram no início desse módulo de SOI, em que a gente vê que a atividade simpática tem um efeito que limita o esvaziamento da bexiga, porque provoca a contração do esfíncter interno da uretra, provoca um relaxamento do músculo detrusor que permite que a bexiga fique ali cheia sem esvaziar, enquanto que a divisão parassimpática provoca contração do músculo detrusor, o relaxamento do trígono, o relaxamento do esfíncter interno da uretra, favorecendo o esvaziamento da bexiga. E aí a gente tem um componente que é voluntário que garante o relaxamento do músculo que forma o esfíncter externo da uretra que é de músculo esquelético, que tem inervação por fibras de nervos espinhais, então a micção pode ser inibida voluntariamente por mudança na atividade do sistema nervoso somático que vai produzir a contração do esfíncter externo da uretra, o que dificulta a micção. - Bom, um outro aspecto importante é a gente discutir que os rins participam na regulação do equilíbrio ácido-base, vocês viram em SOI 1 a participação do Sistema Respiratório, mas como os rins participam na regulação do equilíbrio ácido - básico? É através do ajuste do manejo de bicarbonato e de íon hidrogênio, em relação ao bicarbonato a gente vê que 80% a 85% de bicarbonato é reabsorvido a nível do túbulo proximal, é um mecanismo indireto porque não é bem o bicarbonato que foi filtrado que volta diretamente para a célula tubular, na verdade, o bicarbonato filtrado vai reagir com o íon hidrogênio que é secretado naquele contra transporte com o sódio, que secreta o íon hidrogênio e tem a reabsorção do sódio, então, essa reação ocorre numa velocidade alta porque existe uma isoforma de anidrase carbônica que está presente no túbulo, que é essa forma IV, que permite essa reação de hidratação, formação do ácido carbônico. O ácido carbônico, dissocia em CO2 e água, e o CO2 se difunde muito facilmente através das membranas, ele é altamente difusível e, no interior da célula tubular, ele reage com a agua que está sendo reabsorvida, essa reação é catalisada pela isoforma II da anidrase carbônica que é acelular, que forma o ácido carbônico, aí eu tenho o bicarbonato vai passar pela membrana basolateral, juntamente com o sódio que está sendo reabsorvido, e o íon hidrogênio vai sendo secretado, a gente tá dando um jeito de trazer bicarbonato de volta para a circulação e de tirar íon hidrogênio, mas esse mecanismo não leva à acidificação do filtrado, o filtrado que deixa o túbulo proximal, tem um pH ainda próximo da neutralidade, alguns autores colocam em torno de 6,7. - A nível da alça de Henle, especificamente, pensando no ramo ascendente espesso, a gente pode ter uma reabsorção de bicarbonato que representa de 10% a 15% de todo bicarbonato filtrado. Aqui a gente tem, novamente, todo aquele processo que leva a formação do ácido carbônico: dissociação, reação do CO2 com a água, e aí tem a reabsorção do bicarbonato e a secreção do íon hidrogênio, só que a expressão das enzimas é muito menor do que no túbulo proximal. - E, a nível do néfron distal, a gente tem um manejo adicional do bicarbonato... ... Diferente do que ocorre aqui no túbulo proximal em que isso reage com o fosfato e ai a gente vai excretar material que é titulado, acideztitulada. Então, essa acidificação da urina ela é um processo importante, porque no dia-a- dia há um conjunto de ácidos orgânicos vão ser produzidos e são ácidos não voláteis, ou seja ácidos fixos. Um componente importante que é fonte para essa produção é a nossa alimentação. Nós ingerimos um conjunto de proteínas que no metabolismo dessas proteínas, a gente produz diferentes ácidos, por exemplo os aminoácidos sulfurados que contem enxofre como a metionina, eles quando são metabolizados permitem a formação do acido sulfúrico. Porém, nós temos diferentes mecanismos, incluindo o papel do fígado que permitem que esses ácidos fortes não circulem como ácidos tipicamente, e então é visto os compostos sendo conjugados. No catabolismo dos ácidos nucléicos a formação do ácido fosfórico e ácido úrico. Em casos de situações de jejum prolongado ou aquela descompensação do diabetes aumenta a formação de cetoacidos como ácido acetoacético e beta-hidroxibutírico. Então, existem vários ácidos diferentes que vão sendo produzidos e quanto maior for a ingestão de proteínas maior será a produção de ácidos e maior será a necessidade de excretar esses ácidos na urina, dessa forma o pH da urina fica mais ácido. Uma pessoa que tem a dieta mais vegetariana, ele consome menos proteína, pensando na proteína de origem animal e ai terá uma menor produção de ácidos e a urina até chega a ser uma urina básica. Depende do estado metabólico, ou seja, a pessoa que fica em jejum prolongado vai produzir mais ácidos e sua urina será mais ácida; Uma pessoa que está fazendo esforço fisico intenso ela pode produzir mais ácidos e vai levar uma acidificação da urina; O uso de medicamentos em geral são ácidos ou bases fracas, então dependendo do medicamento pode interferir no pH da urina e existem ainda as pessoas que utilizam com frequências os anti-ácidos mesmo sem prescrição e isso pode levar a uma excreção de urina mais básica. Estados que levam a quadros de vômitos intensos, uma pessoa que tem qualquer tipo de doença ou condição que leva ao aparecimento de vômitos intensos e prolongados, ela está perdendo ácido, então ela vai tendo a instalação de um quadro de acidose metabólica e a medida que o tempo vai passando, uma compensação seria a compensação renal de fazer a excreção dessas bases na urina, a urina vai ficando mais básica. Então, observamos que o pH da urina na verdade varia de 4,5 a 8,0, indo de um pH francamente ácido a um pH que é francamente básico. No geral, nós temos uma alimentação mista de proteínas e a urina fica entre o pH de 7,5 - 6,0 mas ele pode variar para mais ou para menos de acordo com o estado metabólico, alimentação, uso de medicamentos e com as doenças presentes. Temos ainda com um conjunto de tampões que ajudam na regulação do equilíbrio ácido- base. Então, discute-se a existência de tampões sanguíneos, a hemoglobina por exemplo ela pode se comportar hora por ácido hora como base, a albumina, o fosfato que pode esta em uma forma mais ácida ou mais básica e esses mecanismos vão ajudando a garantir que o pH do liquido extracelular, pensando no pH sanguíneo ele seja mantido dentro de uma faixa considerada adequada para manter a viabilidade celular, que é discutido que o pH normal é entre 7,35 e 7,45. Os mecanismos de acidificação da urina no néfron eles vão ser tipicamente mantidos a nível do néfron distal porque a nível do túbulo proximal é dito que essa secreção de hidrogênio esta muito relacionada com reabsorção do bicarbonato, que em média a gente teria de 80% a 85% do bicarbonato filtrado sendo reabsorvido ali, de tal maneira que o pH do filtrado que vai chegando a alça de Henle é um pH próximo neutro, em torno de 6,7. Na alça de Henle, a gente diz que tem alguma reabsorção, em torno de 10% a 15% e a nível de néfron distal alguns autores colocam no máximo 5%, ou seja pouca reabsorção de bicarbonato mas por outro lado há uma secreção ativa de um hidrogênio por uma ação de ATPase Luminal, estimulada pela aldosterona, e ai terá a possibilidade de combinação desse íon hidrogênio por exemplo com o fosfato e ai a gente vai conseguindo garantir a excreção de um conjunto de ácidos produzidos diariamente no nosso metabolismo.
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