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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS ARAPIRACA ADMINISTRAÇÃO GERLANE DOS SANTOS DANTAS ESTUDO SOBRE O PERFIL E A PERCEPÇÃO DOS EGRESSOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UFAL – CAMPUS DE ARAPIRACA SOBRE SUA FORMAÇÃO PROFISSIONAL ARAPIRACA 2019 Gerlane dos Santos Dantas Estudo sobre o perfil e a percepção dos egressos do curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca sobre sua formação profissional Trabalho de Conclusão de Curso — TCC apresentado como requisito para a obtenção do Título de Graduada em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Campus de Arapiraca. Orientadora: Prof.ª Dra. Ademária Aparecida de Souza Arapiraca 2019 Gerlane dos Santos Dantas Estudo sobre o perfil e a percepção dos egressos do curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca sobre sua formação profissional Trabalho de Conclusão de Curso — TCC apresentado como requisito para a obtenção do Título de Graduada em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Campus de Arapiraca. Data de aprovação: 22/05/2019 RESUMO Durante os últimos anos, ocorreu um crescimento no número de administradores dentro das organizações. Nesse sentido, entender o perfil destes profissionais é fundamental para otimização de ações relacionadas aos cursos de graduação em administração que são oferecidos pelas instituições de ensino, visando assim atender as exigências de um mercado cada vez mais competitivo, com crescente busca pela excelência de qualidade, inovação e melhoria contínua tem levado as empresas a empregar profissionais altamente qualificados. Diante deste contexto, o objetivo deste trabalho é identificar o perfil dos egressos do curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca e analisar a percepção dos mesmos em relação ao seu curso e sua carreira. A população do estudo foram os egressos do curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca, compreendendo o período de 2010 a 2018 e totalizando 202 formados, os questionários foram aplicados nos dois bimestre iniciais de 2019, foram coletados 75 questionários por meio da divulgação em mídias sociais (Linkedin, facebook, e-mails). Como resultados, observou-se que a maioria desses egressos está exercendo atividade profissional na área de formação. Analisando-se a percepção dos egressos em relação ao curso observou- se que a maioria considera o curso satisfatório. Ainda a maior parte dos profissionais relataram estar satisfeitos com suas carreiras e apontaram como principal dificuldade para ingressar no mercado de trabalho, a saturação e a falta de experiência. Portanto podemos constatar que por mais que existam dificuldades de se inserir no mercado de trabalho uma das soluções encontrada por eles é abrir seu próprio negócio, e o ramo escolhido pela maioria é o do comércio, por sentir que estão preparados para gerenciar seu próprio negócio, confiante para tomar as decisões mais importantes, com responsabilidade, profissionalismo, ética e confiança no que aprendeu em sua formação. Palavras-chave: Carreira. Administração. Profissional. Recém-Formados. ABSTRACT During the last few years, there has been a growth in the number of administrators within organizations. In this sense, understanding the profile of these professionals is fundamental for the optimization of actions related to undergraduate courses in administration that are offered by educational institutions, aiming at meeting the requirements of an increasingly competitive market, with a growing quest for excellence in quality, innovation and continuous improvement has led companies to employ highly skilled professionals. In this context, the objective of this work is to identify the profile of the graduates of the Administration course at UFAL - Campus de Arapiraca and analyze their perception regarding their course and their career. The study population was the graduates of the administration course of UFAL - Campus de Arapiraca, comprising the period from 2010 to 2018 and totaling 202 graduates, the questionnaires were applied in the two two-month periods beginning in 2019, 75 questionnaires were collected through the dissemination in social media (Linkedin, facebook, e-mails). As a result, it was observed that most of these graduates are engaged in professional activity in the training area. Analyzing the perception of the graduates in relation to the course, it was observed that the majority considers the course satisfactory. Still most of the professionals reported being satisfied with their careers and pointed out as main difficulty to enter the labor market, saturation and lack of experience. So we can see that although there are difficulties to enter the labor market one of the solutions found by them is to open their own business, and the branch chosen by most is the trade, because they feel prepared to manage their own business, confident to make the most important decisions, with responsibility, professionalism, ethics and confidence in what you have learned in your training. Keywords: Career. Administration. Professional. Newly-formed. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Faixas etárias dos respondentes.............................................................29 Gráfico 2 – Sexo dos respondentes...........................................................................29 Gráfico 3 – Estado civil dos respondentes.................................................................30 Gráfico 4– Fatores que influenciaram na escolha do curso de administração..........31 Gráfico 5 – Atividades desenvolvidas durante o curso de administração pelos egressos......................................................................................................................32 Gráfico 6 – Desenvolvimento de pesquisa.................................................................32 Gráfico 7 – Motivo da falta de desenvolvimento de pesquisa...................................33 Gráfico 8 – Tempo de trabalho/estágio em locais que exigia conhecimentos em Administração durante a graduação...........................................................................33 Gráfico 9 – A contribuição do estágio.........................................................................34 Gráfico 10 – Estágio, primeiro emprego....................................................................35 Gráfico 11 – Dificuldades encontradas depois de formados. ...................................35 Gráfico 12 – Relação entre trabalhos X Curso de administração. ............................36 Gráfico 13 – Atual situação no mercado de trabalho.................................................37 Gráfico 14 – Tempo demorado para obter o primeiro emprego dos respondentes após formados.............................................................................................................37 Gráfico 15 – Fatores de estar desempregado...........................................................38 Gráfico 16 – Cargos ocupados no emprego atual ou mais recente pelos respondentes...............................................................................................................39 Gráfico 17 – Setor do cargo no emprego atual ou mais recente dos pesquisados.. ………………………………………………………………………………………………..40 Gráfico 18 – Áreas de Administração trabalhada atualmente ou no emprego mais recente dos egressos..................................................................................................40 Gráfico 19 – O grau de importância dos aspectos que influenciaram na aquisição dos conhecimentos necessários no trabalho atual ou mais recente dos egressos....41 Gráfico 20 – Tempo (em horas) trabalhados por semana dos respondentes no atual ou mais recente emprego............................................................................................42Gráfico 21 – Tempo no atual ou mais recente emprego dos egressos.....................42 Gráfico 22 – Faixa de renda mensal bruta (em reais) no atual ou mais recente emprego dos egressos................................................................................................43 Gráfico 23 – Grau de satisfação em relação aos seguintes aspectos do emprego atual ou mais recente dos respondentes....................................................................44 Gráfico 24 – Grau de satisfação em relação aos seguintes aspectos.......................45 Gráfico 25 – Cenário descrito pelos egressos sobre curso de Administração oferecido pela UFAL – Campus de Arapiraca.............................................................45 Gráfico 26 – Se o curso de Administração possibilitou aos egressos desenvolver as devidas características requeridas pelo mercado profissional de administradores... 46 Gráfico 27 – Como os egressos respondentes avaliam aspectos de formação oferecido pelo curso de Administração.......................................................................47 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................8 2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA..............................................................10 3 OBJETIVOS..................................................................................................12 3.1 Objetivo Geral..............................................................................................12 3.1.1 Objetivos Específicos....................................................................................12 4 JUSTIFICATIVA............................................................................................13 5 REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................................14 5.1 Mercado de Trabalho e o Perfil do Administrador...................................14 5.1.1 As Habilidades e Competências do Administrador......................................19 5.1.1.1 Carreira..........................................................................................................21 6 METODOLOGIA..........................................................................................26 7 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................29 7.1 Perfil dos Egressos....................................................................................29 7.1.1 Perfil Profissional dos Egressos...................................................................30 8 CONCLUSÃO..............................................................................................48 REFERÊNCIAS............................................................................................51 APÊNDICE A – Questionário .....................................................................55 8 1 INTRODUÇÃO O ambiente empresarial tem passado por inúmeras mudanças sociais, com intensas transformações tanto no campo da ciência, como nas tecnologias, marcadas pelo desenvolvimento e globalização do cenário econômico. As empresas estão se tornando mais exigentes quanto ao perfil de seus colaboradores principalmente quanto à formação e experiência profissional. Desta forma, o mercado de trabalho está mais competitivo e as competências e habilidades são um dos pontos mais observados para disputar por uma vaga. Essas transformações se refletem na formação pessoal e profissional e têm impactado também o mercado de trabalho, passando a exigir um profissional com perfil qualificado e eficiente para conseguir atender os desafios que lhe são impostos. As Instituições de Ensino Superior, assim como as empresas também enfrentam necessidades de atualização, de reestruturar o ambiente de trabalho, de preparar e formar profissionais preparados para enfrentar o mercado de trabalho. As mudanças acontecem muito rápidas e os currículos dos cursos precisam ser flexíveis e abertos às modificações para adequar-se a essas mudanças. A universidade pode ser considerada um instrumento que compõem a engrenagem do ensino brasileiro, estando em constante valorização por representar a oportunidade de melhores condições pessoais e profissionais. A universidade sempre foi lugar privilegiado de aprendizagem e conhecimento, resumindo-se nisso seu mandato central. No mandato educativo, sobressai o compromisso em formar gente para posição de comando ou destaque na sociedade e na economia. (DEMO, 2004, p. 47). O curso de administração é um curso que propicia a entrada de seus acadêmicos no mercado de trabalho, pois os mesmos podem atuar em diversas áreas de uma empresa. A administração abre um leque de informações, sobre economia, gestão de pessoas, produção e operações, contabilidade, direito, enfim é passado por todas essas etapas que uma empresa precisa saber para ser bem administrada. Um curso que pode ser considerado importante para a sociedade, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e profissional, segundo Silva (2003, p. 1), é o curso de Administração, pois “administrar é decidir, e que a continuidade de qualquer negócio depende da qualidade das decisões tomadas por seus administradores nos vários níveis hierárquicos”. O perfil do profissional moderno de administração baseia-se no desenvolvimento do pensamento sistêmico (compreende o desenvolvimento humano 9 sobre a perspectiva da complexidade), no qual passa a ver a organização como um todo, deve possuir também conhecimentos específicos, ser dotado de habilidades, ter raciocínio rápido, iniciativa para tomar decisões e ser capaz de formular estratégias para o desenvolvimento das organizações. O objetivo deste estudo é analisar o perfil do administrador por meio dos alunos já formados (egressos), se o curso de Administração contribuiu para ingressar no mercado de trabalho e o que trouxe de benefícios a sua vida profissional. Identificar o perfil pessoal dos respondentes e os principais fatores que influenciaram na escolha do curso de Administração; identificar as atividades de formação acadêmica e complementar dos egressos, após a conclusão do curso de Administração; analisar a situação profissional dos egressos; identificar as competências e habilidades adquiridas no curso de Administração e como elas contribuíram para ingressar no mercado de trabalho; analisar a forma como o curso de Administração interferiu na vida pessoal e profissional do aluno egresso. 10 2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA A escolha do curso de Administração recai principalmente nas possibilidades de ascensão profissional e social, e nos aspectos híbridos que a profissão pode oferecer pois, a atuação do Administrador é ampla, sendo necessária em todos os tipos de organização, onde pode desempenhar funções em diversas áreas, como: comercial, logística, financeira, compras, recursos humanos, marketing, entre outras. Segundo Bomtempo, Silva e Freire (2012) a oferta do curso de administração expandiu-se massivamente, com uma promessa de crescimento social a uma classe média distante de cargos de poder, tornando possível o sonho de ascensão profissional e de classe. Além disso outros autores como, Batista-dos-Santos et al. (2011) verificaram em sua pesquisa que as escolhas para o curso de administração foram justificadas em termos de vocação, sobretudo, na conveniência ocasionada pela falta de opção, pela dificuldade em escolher ou pela demanda em assumir um negócio familiar no futuro. Conforme Oliveira et al. (2011) salientam, a universidade exerce grande impacto sobre o discente,tendo em vista que, por meio do seu projeto político- pedagógico, pode influenciar a formação do administrador voltado ao mercado de trabalho, ou ainda abrir para esse futuro profissional novas possibilidades de carreira. Assim, a qualidade do profissional está de certa forma, atrelada a qualidade de ensino. As universidades devem proporcionar ao mercado, um profissional capacitado para desenvolver atividades capazes de instigar maior retorno para as organizações. Acredita-se que seja pertinente analisar se o curso de Administração está preparando adequadamente os seus discentes para esse mercado. As mudanças no mercado, a diversificação dos produtos, intensificação do uso de tecnologias e novas formas de gestão são fatores que tornam o processo de administrar empresas mais complexos, assim o administrador tem sido figura muito importante nesse contexto. Desta forma, buscou-se, portanto, responder a seguinte questão: Qual o perfil dos egressos do curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca e quais suas percepções sobre seu curso e sua carreira? E analisar a percepção dos mesmos em relação ao curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca. Desta maneira, para o campo de Ensino e Pesquisa em Administração, analisar a transição da universidade para o mercado de trabalho, pode auxiliar as instituições, principalmente a referida, a compreender o perfil dos alunos, podendo, 11 assim, repensar seu posicionamento na busca de melhorias para o curso. Portanto, o tema deste estudo está definido como sendo a análise do perfil dos egressos do curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca, identificando de que forma o curso contribuiu para ascensão profissional. 12 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral O objetivo geral deste estudo é analisar o perfil do egresso do Curso de Administração da Universidade Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca. 3.1.1 Objetivos Específicos Descobrir o perfil pessoal dos respondentes e os principais fatores que influenciaram na escolha do curso de Administração; Identificar as atividades de formação acadêmica e complementar dos egressos do curso de Administração; Analisar a situação profissional dos egressos; Verificar as competências e habilidades adquiridas no curso de Administração e como elas contribuíram para ingressar no mercado de trabalho; Detectar a forma como o curso de Administração interferiu na vida pessoal e profissional do aluno egresso. 13 4 JUSTIFICATIVA Administração pode ser considerada uma das áreas mais importantes da atividade econômica tendo como tarefa básica fazer as coisas por meio das pessoas de maneira eficiente e eficaz. O indivíduo qualificado com capacidades de resolver problemas dentro das empresas, com conhecimentos, métodos, habilidades e competências são considerados um diferencial para a obtenção de metas ou formulação de estratégias de gestão. O perfil do aluno egresso do curso de administração está relacionado com alguns dos aspectos que devem ser atendidos durante o curso, como: atuar com visão sistêmica da organização; formar, liderar e motivar equipes de trabalho; articular as diversas áreas da organização; promover ações; negociar conflitos e interesses; zelar pelo clima da organização; identificar problemas, formular e criar soluções; liderança; aprendizado contínuo, entre outras. Voese (2007) salienta que a instituição de ensino superior dá oportunidade ao indivíduo de se qualificar e se preparar para o mercado de trabalho, a partir de uma formação acadêmica eficaz e que atenda às necessidades das organizações. As transformações provocadas no aluno, perceptível em cursos de nível superior, vão, desde a influência do corpo docente, até as mudanças obtidas pela diversidade cultural, afetando significativa e positivamente seu estado psicológico. O presente estudo torna-se relevante pela importância da participação dos administradores dentro das organizações em geral e da caracterização do ensino superior como porta de entrada dos mesmos no mercado de trabalho, tanto como colaboradores de empresas quanto de seus próprios negócios. Dessa forma o estudo pode ser justificado quando se observa que servirá de referência para os formandos do curso de administração da Universidade Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca e para os futuros alunos que almejam sua entrada na instituição. Neste contexto, o destaque para a prática desse estudo é fornecer a Universidade, um importante instrumento de avaliação de seu curso, considerando as competências e habilidades requeridas a estes profissionais. Os resultados desse estudo podem contribuir para as mudanças estratégicas no curso, visando à melhoria do mesmo. Além de contribuírem para a ampliação do conhecimento acerca do tema do estudo, para os professores e também para os atuais acadêmicos. 14 5 REFERENCIAL TEÓRICO 5.1 Mercado de Trabalho e o Perfil do Administrador Conforme Lacombe (2004, p.210), define mercado de trabalho como “oferta e procura de mão de obra em determinada região”. Inclui a determinação do valor da remuneração, dos benefícios e das condições de trabalho para cada tipo de profissional em determinada região em dado momento. Barnard (1979) destaca que as pessoas decidem se trabalham ou não para uma organização a partir da análise de dois aspectos: 1) propósitos, desejos, impulsos do momento e, 2) as alternativas externas ao indivíduo, por ele reconhecidas como aproveitáveis ou não. Pode-se inferir, então que a organização é o resultado da alteração da ação e do desejo humano, sendo impossível dissociar esses aspectos. Desta forma, acredita-se que a explicação para a empresa bem-sucedida passa pela habilidade de sua gestão em moldar os objetivos individuais aos da organização, estimulando a criatividade, a motivação e a cooperação dos indivíduos, buscando construir afinidades. A organização é como sistema que transforma recursos em produtos ou serviços. O desempenho das organizações é muito importante para clientes, usuários, funcionários, acionistas, fornecedores enfim para a comunidade em geral. Para atender a todas essas pessoas, as organizações precisam ser bem administradas. Segundo Maximiano (2004, p. 22), “é a administração que faz organizações serem capazes de utilizar corretamente seus recursos e atingir seus objetivos”. Brasil (1965), o campo de atuação do administrador, estabelecido pela Lei n° 4.769, de 9 de setembro de 1965, são: administração e seleção de pessoal, organização e métodos, orçamentos, administração de material, administração financeira, relações públicas, administração mercadológica, administração de produção, relações industriais, bem como outros campos em que esses se desdobram ou aos quais sejam conexos. As organizações independentemente da natureza de seu negócio, de seu estágio de desenvolvimento, das características peculiares do mercado onde atuam, estão expostas em maior ou menor grau, a algumas realidades inevitáveis. Para 15 Lucena (1995), está cada vez mais forte a pressão e a influência das forças do ambiente externo na vida das organizações. Os administradores de uma empresa, como caracterizado por Barnard (1979), possuem algumas funções essenciais, tais como: prover a modelagem do sistema de comunicação entre os gestores, de forma que a comunicação chegue ao líder da organização conforme desejada; promover a garantia de esforços essenciais através do asseguramento de serviços pessoais que constituem o material das organizações; e, formular e definir seus propósitos e objetivos. Queiroga et al. (2007) relatam que o mercado de trabalho do administrador é bastante amplo, e oferece muitas possibilidades.Assim o administrador deve ser capaz de desempenhar as mais diversas funções, acompanhando as mudanças que ocorrem no mercado de trabalho, buscando sempre atender as necessidades da empresa em que atua. De acordo com Maximiano (2004, p. 28), “a autoridade é um recurso que dá aos gerentes a capacidade ou poder de tomar decisões e acionar o trabalho de seus funcionários e outros recursos”. Os administradores ou gerentes são pessoas responsáveis pelo desempenho das pessoas que formam as suas equipes, que tem autoridade sobre elas. De acordo com Almeida (2006), a habilidade de um indivíduo está atrelada à prática, enquanto as competências se referem ao saber, dessa forma a empregabilidade de um profissional deve estar ligada as reais habilidades e competências que este possui. O administrador é visto como recurso fundamental para uma empresa. Tendo isso em vista, ele precisa estar sempre se aperfeiçoando para acompanhar o crescente desenvolvimento e mudanças das organizações e do mercado. Drucker (2006) afirma que o administrador é peça fundamental para qualquer empresa, principalmente em uma economia competitiva, onde o desempenho administrado é que vão determinar o sucesso e sobrevivência da organização. Observando-se o mercado de trabalho percebe-se que ele vem passando por diversas transformações e têm exigido cada vez mais profissionais capacitados e motivados para se adaptarem ao cenário de mudanças. Almeida (2006) ainda relata que os profissionais só vão conseguir um bom emprego se puderem se adaptar ao mercado de trabalho. Riccio (2012, p. 16) destaca que “o papel da administração é tornar as pessoas aptas ao trabalho conjunto potencializando forças e minimizando 16 fraquezas”. Outra responsabilidade que a administração deve assumir, segundo o autor, é “capacitar cada um dos integrantes da organização para as necessidades e oportunidades que porventura se apresentam no trabalho cotidiano”. Administração. Muito mais do que uma ciência [...] não é somente conhecimento, mas também desempenho. Além do mais, não é uma aplicação do bom senso, ou de liderança, menos ainda a manipulação das finanças. Seu desempenho baseia-se tanto no conhecimento como na responsabilidade. (DRUCKER, 1975, p.20) Nota-se que o administrador é um profissional cuja formação é diversificada por uma gama de disciplinas que contemplam as ciências humanas, exatas, sociais além das disciplinas específicas da administração. Como profissional, a especialidade em alguma área da administração não impede o conhecimento de áreas afins para ter uma visão de um todo, para evitar que o profissional fique a mercê do sucesso profissional. De acordo com Stoner (1999, p. 4), a “administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos”. O administrador depende dos outros para alcançar seus objetivos e metas para seu grupo, deve ter condições de liderar os membros da sua equipe e de tomar decisões em nome da mesma. Drucker (2001a, p. 41) menciona que “na sociedade atual, o conhecimento é o recurso básico para os indivíduos e para a economia em geral”. O conhecimento adquirido por um indivíduo traz grandes benefícios para o seu ser, pois é um instrumento em que a sociedade não pode tirar. Segundo Drucker (2001b, p. 49), “os trabalhadores do conhecimento, quer seu conhecimento seja primitivo ou avançado, quer o possuam em grande ou pequena quantidade, irão se especializar, e quanto maior seu grau de especialização, mais eficaz ele se tornará”. Autores trazem uma amostra do que seria o perfil ideal para o Administrador. De acordo com mesmo o perfil do graduando do curso de Administração é: 1) Internalização de valores de responsabilidade social, justiça e ética profissional. 2) Formação humanística e visão global que o habilite a compreender o meio social, político, econômico e cultural no qual está inserido e a tomar decisões em um mundo diversificado e interdependente. 3) Formação técnica e científica para atuar na administração das organizações, além de desenvolver atividades específicas da prática profissional em consonância com as demandas mundiais, nacionais e regionais. 4) Competência para empreender, analisando criticamente as organizações, antecipando e promovendo suas transformações. 5) Capacidade de atuar em equipes multidisciplinares. 17 6) Capacidade de compreensão da necessidade do contínuo aperfeiçoamento profissional e do desenvolvimento da autoconfiança. (LACOMBE E HEILBORN, 2008, p.5). Ainda segundo Lacombe e Heilborn (2008), o profissional de Administração deve estar sempre em constante aprendizado e aprimoramento, pois a área da administração requer diversas habilidades, possibilitando ao administrador atuar em diversos segmentos dentro de uma empresa. As pessoas que estão incumbidas da parte estratégica das organizações estão cada vez mais almejados pelos profissionais atualizados no mercado, ou seja, profissionais que estão acompanhando a reestruturação do mercado e acompanham a nova realidade. Assim passa a ser requisitado um profissional com competências e habilidades suficientes para lidar com os desafios que lhe serão impostos. Dessa forma de acordo com Drucker (2002) os administradores devem se manter concentrados e ativos, procurando obter as habilidades que necessitarão no futuro. As pessoas tornam-se o ativo mais importante da organização, traz a necessidade de torná-las mais consistentes. As organizações bem-sucedidas estão percebendo que podem crescer, prosperar e manter a continuidade desse sucesso se for bem dirigida com a ajuda de seus colaboradores. Drucker (2002) afirma que os administradores necessitam aprofundar seus conhecimentos para assumir posições administrativas, o que deverá ser feito de forma consciente e produtiva para a empresa. De acordo com Maximiano (2004, p. 30) o principal recurso das organizações são as pessoas. “[...] as organizações são grupos de pessoas que utilizam recursos para realizar objetivos”. Como o administrador precisa das pessoas para poder fazer a organização funcionar, realizar metas e objetivos para alcançar um ótimo desempenho. “Sem pessoas, nada feito”. Para Bernardes (1993), os administradores sempre existiram, mas com características diferentes ao longo da história, mudando na proporção em que as organizações se alteravam até chegar ao profissional dos dias atuais. Segundo Stoner (1999, p. 9) descreve “os administradores como planejadores, organizadores, líderes e controladores das organizações”. Destaca-se ainda que todo administrador de qualquer organização ou diretor de programa de um clube ao principal executivo de uma multinacional, assume uma variedade muito maior de papéis para levar a organização e seus objetivos estabelecidos. Num sentido amplo para os propósitos do pensamento administrativo, 18 o papel é um padrão de comportamento que espera de alguém dentro de uma unidade funcional. Portanto os papéis são inerentes às funções. Para tornar-se um profissional é preciso das ferramentas comportamentais da administração para entender as diferenças individuais de cada pessoa, da cultura organizacional e de processos como motivação, dinâmica de grupos e comunicação. Todo esse conjunto de ideias leva ao processo de liderança. Maximiano (2004, p.31) destaca que “a liderança é um dos mais importantes papéis e habilidades dos gerentes”. Segundo Riccio (2012, p 17), o administrador, é fundamental para o funcionamento de toda a organização, seja ela de pequeno, médio ou grande porte. Sua missão é ajudar a organização a atingir o melhorresultado possível. E adaptar os conceitos gerais de administração à realidade cultural de seu ambiente específico. Ademais para Dutra (2008) o perfil dos gestores transforma-se radicalmente, passando de um perfil obediente e disciplinado para um perfil autônomo e empreendedor. As empresas dependem cada vez mais do grau de envolvimento e comprometimento das pessoas com seus objetivos estratégicos e de negócio. De acordo com Lacombe (2009, p. 3) “administrar é obter resultados por meio de pessoas, ou seja, é o ato de trabalhar com pessoas para realizar os objetivos da organização e de seus membros”. Destaca ainda que, o administrador é aquele que conduz um grupo de pessoas para alcançar os resultados desejados. É obter resultados pelo desempenho da equipe que ele supervisiona e coordena, torna a essência do papel do administrador. Ser um administrador nos dias atuais mesmo nas melhores circunstâncias possíveis, ainda é um pouco trabalhoso, pois enfrenta desafios especiais. O maior deles é a competição por parte de empresas estrangeiras todas destinadas a trazer produtos de qualidade para os consumidores que estão se tornando mais exigentes em todo o mundo. Kotler (2004) refere-se que “o desafio do administrador está em saber migrar decisivamente para o poder de competência e de referência a fim de exercer uma liderança baseada em seu poder pessoal”. Para encarar esses desafios, os administradores precisam de visão, precisam de ética, precisam respeitar as diversidades culturais, precisam de conhecimento e de treinamento sólido. Devem acima de tudo desenvolver seu potencial administrativo através da educação formal e da prática continuada. 19 Para Chiavenato (2004, p. 152) ressalta que “o planejamento é a primeira das funções administrativas e é a que determina antecipadamente quais são os objetivos a serem atingidos e como alcançá-los”. Segundo Oliveira (2011, p.4) “planejamento trata-se de um processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura desejada, de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração de esforços pela empresa”. O bom profissional deve ainda administrar conflitos; tratar sua carreira profissional como se ela fosse uma empresa e gerenciar pessoas. Conforme Gil (2001, p. 17), a gestão de pessoas “é a função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais”. A forma de gerir as pessoas nas organizações vem passando por profundas transformações. Essas transformações têm um papel importante, pois transformam as pessoas, ou seja, as empresas estão usando meios de melhoramento para ter um bom desempenho de seus colaboradores. Portanto, para um administrador ser bem-sucedido devem ser considerados alguns aspectos, ele deve-se sempre se manter informado, fazer investimentos constantes em sua formação, desenvolver seu espírito empreendedor, ser flexível, trabalhar em equipe, desenvolver sua capacidade de negociação, capacidade de planejar. 5.1.1 As Habilidades e Competências do Administrador De acordo com Melo (2007) o administrador precisa saber quais os conhecimentos ele deve possuir, definindo seu papel de forma clara se preparando assim para desenvolver as competências que o mercado de trabalho exigirá. Na atualidade onde o administrador é considerado uma figura importante para o bom desempenho de uma organização, a busca de um profissional que tenha habilidades e competências com a visão do todo é relevante. Assim, para ocupar cargos e posições na empresa, executar tarefas e ações de maneira eficiente e eficaz, o administrador deve desenvolver três principais habilidades, segundo Chiavenato (2000), quando menciona habilidades de Katz: a habilidade técnica, a humana e a conceitual. São habilidades que consistem a utilização de conhecimentos no nível operacional, facilidade para trabalhar com pessoas e de nível institucional. 20 Para Chiavenato (2000, p. 3), habilidade técnica “consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários para o desempenho de tarefas específicas, por meio da experiência e educação. É muito importante para o nível operacional”. A habilidade humana “consiste na capacidade e facilidade para trabalhar com pessoas, comunicar, compreender suas atitudes e motivações e liderar grupos de pessoas”. Já habilidade conceitual, “consiste na capacidade de compreender a complexidade da organização como um todo e o ajustamento do comportamento de suas partes”. Essas habilidades permitem que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização total e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de seu departamento ou grupo imediato. Para Carvalho (2009) o atual administrador deve ter conhecimento do seu papel, atuando como um agente de formação que necessita desenvolver habilidades para conseguir se sobressair neste ambiente de mudanças. Deve desenvolver a capacidade de tomada de decisões, de reação rápida e de decidir com assertividade perseguindo a evolução destas habilidades. Ainda, para realizar com êxito essas habilidades o administrador precisa requerer competências para colocar em ação. Essas competências são qualidades que podem ser desenvolvidas durante o curso que mostram quem é capaz de analisar situações e apresentar soluções de tais assuntos e problemas. Para Zarifian (2003, p. 137), o conceito de competências está baseado em três elementos: Competência é a tomada de iniciativa e responsabilidade do indivíduo em situações profissionais com as quais ele se defronta. Competência é uma inteligência prática das situações, que se apoia em conhecimentos adquiridos e os transforma à medida que a diversidade das situações aumenta. Competência é a faculdade de mobilizar redes de atores em volta das mesmas situações, de compartilhar desafios, de assumir áreas de responsabilidade. Fleury e Fleury (2007) definem a competência como saber agir, que acarreta transferir conhecimentos, habilidades e atitudes que serão capazes de gerar valor para o indivíduo e ao mesmo tempo para a organização. Com relação às competências desenvolvidas durante a graduação em administração e propostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, Lombardi et al. (2011) verificaram que, na visão do alunado, os cursos promovem, principalmente, o desenvolvimento da capacidade de gestão, habilidade relacional, conhecimento e à orientação. Sendo assim, denota-se que os estudantes percebem sua formação de maneira mais genérica, e assim, a expectativa das diretrizes nacionais pode ser 21 superiores às percebidas pelos discentes. Contudo os autores salientam que a real percepção do ambiente de trabalho e da função a ser exercida futuramente permitirá que os profissionais vislumbrem as competências na prática, tendo maior clareza sobre a avaliação desse processo de desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes. De acordo com o crescimento hierárquico na organização: A importância da habilidade técnica diminui, enquanto a habilidade conceitual torna-se mais necessária. Para um supervisor de primeira linha, que está diretamente ligada ao trabalho operacional, o conhecimento técnico é muito mais importante do que para um executivo da alta administração. KATZ (1955 apud MAXIMIANO, 2000, p. 77) A organização hoje precisa de todo o tipo de administrador, pois o mercado quer e necessita de pessoas com habilidades que tenham capacidade de trabalharem em grupo, flexibilidade, organização, integração e inovação são fundamentais e importantes diferenciais que soma para a formação do profissional. 5.1.1.1 Carreira Um dos maiores desafios da sociedade contemporâneaé a escolha da carreira profissional a seguir. A escolha certa nem sempre ocorre como pensado. Carreira é algo que se constrói ao longo do tempo, uma construção complexa e cheia de altos e baixos. De acordo com Bartalotti e Menezes Filho (2007) o processo de escolha de uma carreira na maioria das vezes está atrelado com o risco e retorno entre cada carreira. Tal fato mostra que antes de escolher qual carreira seguir os indivíduos procuram analisar o retorno que ela pode trazer. Para Chanlat (1995) a carreira é tida como um encadeamento de experiências que envolvem a relação do indivíduo com o mercado de trabalho. Bomtempo, Silva e Freire (2012) destacam que o curso de Administração, exige poucos investimentos para ser ofertado e desde sua criação, tem sua imagem atrelada com uma carreira bem sucedida e com amplas possibilidades de ascensão profissional e de áreas de atuação, como ter o próprio negócio Além disso, o desenvolvimento do curso foi altamente influenciado pelo modelo norte-americano e voltado à preparação de funcionários para atender as demandas do mercado. 22 Bertero (2006) salienta que é muito importante entender o ensino da administração, pois só assim será possível verificar para quais carreiras as pessoas têm sido preparadas. A carreira é fundamental, é através das responsabilidades, da remuneração e das atribuições que estão atreladas a ela que fazem com que os profissionais se dediquem a profissão Nessa mesma linha de pensamento, Batista-dos-Santos et al. (2011) verificaram, na visão de graduandos iniciantes e concluintes do curso de duas universidades públicas do nordeste, que as representações de Administração foram amparadas na qualificação de que o curso é generalista, complementar e voltado à prática. De acordo com Lacombe e Heilborn (2002), as percepções sobre carreira mostram como o administrador vê sua relação com o trabalho e como entende a gestão organizacional no contexto atual. A escolha de uma carreira irá influenciar diretamente o indivíduo no seu ambiente de trabalho, também no relacionamento pessoal, e até mesmo no reconhecimento dado ou compreendido como uma expectativa de crescimento. Machado (2012) descreve a carreira profissional como um objeto de desejo, no qual o indivíduo se remete a toda uma vida e que somente um bom planejamento poderá ajudar na busca de uma carreira que possa ser agradável aos objetivos de cada um. Ainda, Machado (2012) salienta que, somente o profissional que possuir uma formação acadêmica sólida, de qualidade e o mais abrangente possível, como é o caso da Administração, terá maiores chances de sucesso na sua carreira. O profissional deve se orientar pelos setores que apresentam maior dinamismo e flexibilidade no ambiente econômico com variações consideráveis, ou seja, aqueles que não demonstram quedas durante momentos de crise eventuais. Sobre a representação social do administrador, Oliveira et al. (2011) também observaram, na visão de alunos iniciantes na graduação, que a imagem sobre a profissão e possibilidades de carreira são positivas. Os alunos projetaram o administrador como um “super profissional” de sucesso que deve possuir diversas 23 competências. Eles se projetam como profissionais altamente capacitados, capazes de assumirem cargos de alto nível no escalão das organizações e de gerenciarem sua carreira. Outro achado desta pesquisa revelou que, em função da vida profissional cheia de responsabilidades, os discentes imaginam relegar aspectos da vida pessoal para o segundo plano, discursos comuns entre executivos modernos. Segundo esses autores, de certa forma, ao assumirem isso para seu futuro estão aceitando essa realidade e a encarando até mesma como necessária, minimizando espaços para questionamentos. A formação acadêmica é o passo inicial para uma carreira de sucesso. Entretanto, conhecer o universo que se almeja é fundamental para definir objetivos e criar metas. Machado (2012) apresenta à necessidade constante de atualização para evitar o risco de obsolescência intelectual. E também ressalta a importância do planejamento e das ações do indivíduo para se tornar vencedor. Seguindo essa vertente, Petinelli-Souza e Bouzan (2012) investigaram o processo de formação no curso de administração da Universidade Federal do Espírito Santo e as autoras verificaram que os alunos, mesmo em fase de conclusão do curso, não conhecem os seus objetivos. Além disso, ao ingressarem na universidade os alunos têm a expectativa de que irão vivenciar práticas organizacionais, tendo em vista, que se trata de um curso de ciência social aplicada. Todavia, à medida que os semestres passam, no lugar da expectativa surge o descontentamento e frustração, principalmente, quando estes vão para o Estágio Supervisionado e não se sentem preparados para enfrentar o mundo organizacional. As autoras destacaram que no caso da administração é necessário aliar teoria e prática para que os profissionais saiam mais preparados da universidade e aptos a exercer sua profissão, não se privilegiando uma forma de conhecimento em detrimento da outra. Nessa mesma perspectiva, Petinelli-Souza (2013), também verificou uma tendência nesta formação que leva à aprendizagem e replicamento de modelos em diversos ambientes organizacionais e culturais, que podem ser divergentes daqueles que foram originalmente concebidos. A autora destaca que o processo de formação 24 pode levar a reprodução de formas predominantes, como o caso de ser ainda uma formação muito pautada em conhecimentos estrangeiros, mas também pode levar à rupturas dessas condições, pois os conhecimentos de Administração não são verdades imutáveis, mas são práticas que vão sendo estabelecidas e tidas como verdadeiras para determinado momento, formando profissionais atentos à época que vigora. Chiavenato (2000) ressalta a necessidade de conhecer bem o ambiente empresarial para se posicionar quanto às possibilidades de carreira dentro dele, relatando que é do ambiente que a empresa retira seus recursos para garantir sua sobrevivência e é também nesse ambiente que as organizações provocam transformações e mostram os resultados dos seus processos. Uma vez que a carreira de um administrador sofre influências diretas do ambiente, sendo necessário seu conhecimento e interação para que possam contribuir para o crescimento profissional de seus funcionários. Peñaloza e Bastos (2005) delineia um aspecto importante no que diz respeito a carreira dentro de organizações já conceituadas no mercado de trabalho e, ainda, alerta para novas ações para o administrador, tal como o empreendedorismo, tendo em vista que as grandes empresas já não representam uma fonte estável de emprego. A condição de criar ou não sua própria ocupação ou ingressar no mercado também é uma importante ação que os cursos de administração podem auxiliar. Segundo o estudo apresentado por Peñaloza e Bastos (2005), que identificou o perfil dos administradores formados pela Universidade Federal do Ceará, observou-se que os objetivos profissionais apresentados na pesquisa são diversos: dedicar-se à pós-graduação integralmente; seguir vida acadêmica; conseguir emprego em empresa privada; prestar concurso público; consolidar carreira no setor público e abrir negócio próprio; consolidar negócio próprio. As autoras concluem que a maioria dos alunos não teria espírito empreendedor, ressaltam que isso não implica necessariamente que não apresentem características empreendedoras. Quanto às concepções de administrador e sua carreira, em uma pesquisa com universitários do curso de administração, Batista-dos-Santos et al. (2011) 25 verificaram uma espécie de dinamicidade profissional,pelo qual os universitários se veem como proprietários empreendedores no futuro, professores, executivos do serviço público e imaginam-se vivenciando um mix de carreira. 26 6 METODOLOGIA Quando se trata da classificação de pesquisa existe várias descrições na literatura, no entanto para fins da elaboração deste estudo classificasse pela sua natureza, abordagem da investigação, objetivos. Quanto à natureza, a pesquisa foi aplicada, pois busca evidenciar o perfil do egresso do curso de Administração. Gil (2008) menciona que esse tipo de pesquisa visa discutir um problema, empregando uma base teórica de um tema e a apresentação de solução deste problema. No que se refere à abordagem da investigação, a pesquisa foi classificada como quantitativa, pois buscou transformar por meio de técnicas estatísticas a percepção dos alunos egressos quanto ao curso estudado e seus reflexos na área profissional e pessoal. Para Richardson (1999, p. 79), a pesquisa quantitativa “Caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual”. Gil (2010) Quanto aos objetivos a pesquisa foi classificada como exploratória e descritiva. Exploratória por têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema buscando aproximação e familiaridade com o assunto e com isto gerar maior compreensão a respeito do mesmo. Segundo Malhotra (2001, p. 106), a pesquisa exploratória é “significativamente em qualquer situação da qual o pesquisador não disponha do entendimento suficiente para prosseguir com o projeto de pesquisa”. E também bibliográfica porque se tratou de um estudo em materiais já publicados por autores. Para Gil (2002, p. 44) a pesquisa bibliográfica “é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Dessa forma, o trabalho foi desenvolvido na Universidade Federal de Alagoas campus Arapiraca, onde o foco central foram os alunos egressos do curso de administração - Campus de Arapiraca dos anos de 2010 a 2018. Os dados dos egressos de Administração – UFAL Campus de Arapiraca foram concedidos pela coordenação do curso, sendo disponibilizados, nomes e e-mails. Através de um plano de amostragem: amostra não probabilística, com uma amostra por voluntário onde a população alvo: Todos os egressos do curso de Administração de empresas – UFAL, Campus de Arapiraca. Com tamanho da 27 População: 202 alunos com 9% de erro amostral e 95% de nível de confiança então o tamanho da amostra: 75 pessoas. Aplicação da Pesquisa: sendo enviados 202 questionários para 202 pessoas, até completar o número de respostas esperadas. A coleta de dados foi feita através da aplicação de questionários online, elaborado através da ferramenta do formulários do Google e divulgado por meio do linkedin, facebook e e-mail, contendo 27 perguntas que continha questões fechadas e abertas sobre a percepção dos egressos da UFAL- Campus de Arapiraca sobre o curso de administração, sobre o perfil demográfico, como sexo, estado civil, faixa etária e do exercício ou não da atividade de administrador. Com participação de 75 respondentes, durante o período de 02/01/2019 até 27/04/2019, por meio da ferramenta do Google Forms. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, com a utilização da ferramenta LibreOffice Calc, que auxiliou na construção de gráficos. O questionário foi adaptado da pesquisa de Barbosa, Menezes e Silva (2018), disposto no APÊNDICE A – Questionário. Sobre as limitações da pesquisa, destaca-se a dificuldade durante a coleta de dados, primeiramente foram enviados e-mails para todos os formados, onde não houve um retorno significativo de respostas, a solução encontrada foi buscar nas mídias sociais. Marconi e Lakatos (2002) destacam que no desenvolvimento do trabalho, mesmo adotando-se procedimentos metodológicos considerados adequados, é importante ressaltar algumas limitações. Por estar fundamentado em questionário online a fonte de coleta de dados, e “em média, os questionários expedidos pelo pesquisador alcançam 25% de devolução”, no presente estudo foi obtido apenas 10% de respostas no primeiro contato via e-mail, fazendo-se necessário a busca por cada egresso em mídias sociais (linkedin, facebook e novamente e-mails) para conseguir um maior número de respondentes para deixar a pesquisa mais fundamentada. Ademais as próprias redes sociais apresentam recursos limitantes para contactar pessoas como: Linkedin (não permite envio de mensagens para pessoas 28 que não são conexões), facebook (com políticas de privacidade que permite o bloqueio de seus usuários por envio de conteúdo para pessoas que não estão em s 29 7 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.1 Perfil dos Egressos O objetivo desta seção é analisar o perfil dos egressos que fizeram parte da amostra. Inicialmente, no gráfico 1, evidencia-se a descrição da idade dos mesmos. Gráfico 1 – Faixas etárias dos respondentes. 21,40% 50,70% 21,30% 6,60% 23 anos a 26 anos 27 anos a 30 anos 31 anos a 34 anos 35 anos ou mais Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). Então no que se refere às faixas etárias, verificou-se que a maior parte 50,70% dos egressos respondentes possuem de 27 a 30 anos, 21,40% possui entre 23 a 26 anos. Constata-se, por meio do Gráfico 1, um perfil relativamente jovem, com aproximadamente 72% com idade entre 23 e 30 anos, 21,30% possui entre 31 a 34 anos e uma minoria possui 35 anos ou mais, representando 6,60%. O Gráfico 2 evidencia descrição dos egressos quanto ao sexo. Gráfico 2 – Sexo dos respondentes. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). 30 De forma geral, dentre os 75 participantes da pesquisa, evidenciou-se que 50,70% do sexo masculino e que 49,30% são do sexo feminino. A pesquisa aponta relativa igualdade do sexo entre os respondentes, onde apresenta resultados diferenciados dos obtidos nos estudos que há uma predominância dos respondentes do sexo masculino de Witte (2006), com 55,70%, Lima (2006), com 62,50% e Marafon (2012), com 54,00%. O Gráfico 3 apresenta o estado civil dos respondentes. Gráfico 3 – Estado civil dos respondentes. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). Quanto ao estado civil, 49,30% casados e 46,70% são solteiros. Em minoria encontrou-se 2,70% divorciados e 1,30% viúvo. Dado o perfil relativamente jovem dos pesquisados é notável apenas uma pequena diferença entre os casados e solteiros. 7.1.1 Perfil Profissional dos Egressos Os fatores que possuíram maior grau de importância na motivação dos egressos na hora de escolher o curso de Administração estão evidenciados no Gráfico 4. 31 Gráfico 4 – Fatores que influenciaram na escolha do curso de administração. Fonte: Elaborado a partir dos dados da pesquisa (2019). A partir da pesquisa, evidencia-se que os fatores de maior influência na escolha do curso, em estudo, foram: por ter afinidade com a área (95%), para ter diploma (89%) mais oportunidade no mercado de trabalho (84%). Por outro lado, os fatores de menor influência foram: por ser o curso que apresenta ingresso mais fácil (60%) continuar um negócio próprio ou da família (60%) e para seguir carreira acadêmica (51%). O estudo de Bones (2015) evidenciou alguns fatores que influenciaram na escolha do curso. Os fatores similares a este estudo foram: “oportunidade no mercado de trabalho”, com 83% (neste estudo, 84%); “abrir seu próprio negócio”, com 43% (neste estudo, 76%); “conseguir uma promoção no emprego” com 46,67% (neste estudo, 45%); “incentivo de familiares e amigos”, com 46,67% (neste estudo,62%);. Observa-se, por meio destes resultados que, que tanto os respondentes de Bones (2015) quanto os dados deste estudo acreditam que conseguir promoção no emprego influenciou menos do que abrir seu próprio negócio. 32 Referente às atividades desenvolvidas durante o curso de Administração pelos egressos podem ser visualizadas no Gráfico 5. Ressalta-se que os respondentes podiam marcar mais de uma alternativa, desta forma, totalizou 98 respostas. Gráfico 5 – Atividades desenvolvidas durante o curso de administração pelos egressos. 14,28% 28,57% 5,10% 17,35% 34,70% Iniciação cientifica Empresa Júnior Diretório acadêmico Ministrou monitoria Não desenvolveu nenhuma dessas atividades Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019) Vê-se que em sua maioria 34,70% dos respondentes não desenvolveram nenhuma atividade. Observa-se que as atividades desenvolvidas durante o curso pelos respondentes foram: participou da empresa júnior (28,57%), ministrou monitoria (17,35%), fez iniciação científica (14,28%) e fez parte do diretório acadêmico (5,10%). O incentivo à participação dos alunos nestes tipos de atividades é importante no processo de ensino-aprendizagem, com intuito de integrar a teoria com a prática. Os egressos foram questionados quanto o desenvolvimento de pesquisa durante a graduação. Gráfico 6 evidencia a descrição sobre o desenvolvimento ou não de pesquisa. Gráfico 6 – Desenvolvimento de pesquisa. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). 33 Pode-se observar que a maioria dos respondentes 85% não desenvolveram pesquisa durante a graduação, apenas 15% dos respondentes desenvolveram pesquisa durante a graduação. O motivo do não desenvolvimento de pesquisa de acordo com os egressos respondentes fica evidenciado no Gráfico 7. Gráfico 7 – Motivo da falta de desenvolvimento de pesquisa. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). A partir do gráfico foi observado que a maioria não desenvolveu pesquisa por falta de tempo (28%), por falta de interesse (28%), não era uma atividade oferecida pelo departamento de minha graduação (13%), falta de conhecimento sobre o assunto (13%), falta de incentivo dos professores (11%) e falta de rendimento acadêmico (8%). Quando questionados sobre quanto tempo trabalharam ou estagiaram em locais que exigia conhecimentos em Administração durante a graduação. Os resultados estão evidenciados no gráfico 8. Gráfico 8 – Tempo de trabalho/estágio em locais que exigia conhecimentos em Administração durante a graduação. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). 34 O gráfico mostra que 33,5% dos egressos trabalharam por 2 anos em locais que exigiam conhecimento em administração durante a graduação, 27,0% trabalharam por 1 ano em locais que exigiam conhecimento em administração, 20,2% trabalharam até 6 meses em locais que exigiam conhecimento em administração, 12% trabalharam 1 ano e 6 meses em locais que exigiam conhecimento em administração, 4,7% trabalharam mais de 2 anos em locais que exigiam conhecimento em administração. Constatamos então que 38,2% das pessoas durante a graduação trabalharam por dois anos ou mais em locais que exigiam conhecimento em administração. Gráfico 9 evidencia a contribuição do estágio. Gráfico 9 – A contribuição do estágio. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). De acordo com a sua percepção dos egressos respondentes, a contribuição do estágio realizado durante a graduação deu-se principalmente na forma de maior entendimento no relacionamento com as pessoas ( 96%), experiência profissional (96%), desenvoltura no relacionamento com as pessoas (96%), favoreceu a aplicação dos conhecimentos aprendidos (95%), constituiu fonte de renda (62%), que não influenciou na facilidade de inserção no mercado de trabalho (28%) e que não ajudou na escolha da área de atuação profissional (25%). Observa-se no Gráfico 10 sobre o primeiro emprego dos egressos ser o estágio. 35 Gráfico 10 – Estágio, primeiro emprego. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). Observamos que para 50,70% dos respondentes o estágio foi o primeiro e emprego, e 49,30% o estágio não foi o primeiro emprego. No Gráfico 11 mostra as maiores dificuldades encontradas dos egressos depois de formados, ressalta-se que os respondentes podiam marcar mais de uma alternativa, totalizando 110 respostas. Gráfico 11 – Dificuldades encontradas depois de formados. Falta de experiência profissional. Falta de conhecimento teórico. Falta de conhecimento em relação ao mercado de trabalho Falta de conhecimento de outros idiomas. Alta concorrência na área Não encontrou dificuldades Falta de oportunidade 0,00% 20,00% 40,00% 24,54% 0,90% 12,72% 15,45% 36,40% 7,27% 2,72% Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). E na opinião dos respondentes a principal dificuldade vivenciada ao tentar ingressar no mercado de trabalho é a alta concorrência na área (36,40%). De acordo com estudo realizado por Lima, Schoutien e Martinelli (2006) sobre o perfil profissiográfico de egressos, é possível perceber que os egressos do curso de Administração relataram que uma das principais dificuldades é falta de experiência, neste estudo com (24,54%). 36 Os dados obtidos mostram também que, aproximadamente 15,45% apontam falta de conhecimento de outro idioma, 12,72% mencionam que tiveram falta de conhecimento em relação ao mercado de trabalho, 7,27% dos respondentes não tiveram dificuldades depois de formados, 2,72% falta de oportunidade e ainda, 0,90% falta de conhecimento teórico. No Gráfico 12 apresenta o quanto os empregos dos egressos no decorrer do tempo se relacionam com o curso de administração. Gráfico 12 – Relação entre trabalhos X Curso de administração. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). Percebe-se que a maioria dos respondentes afirmaram que o estágio durante a graduação (56%) ser diretamente relacionado ao curso de Administração, primeiro emprego após a conclusão do curso (56%) ser diretamente relacionado ao curso de Administração, o emprego atual ou mais recente (59%) ser diretamente relacionado ao curso de Administração. Estágio/trabalho durante a graduação (37%) ser indiretamente relacionado com o curso de administração, primeiro emprego após a conclusão do curso (29%) ser indiretamente relacionado com o curso de administração, emprego atual ou mais recente (28%) afirmaram ser indiretamente relacionado com o curso de administração. Estágio/trabalho durante a graduação(7%) ser nada relacionado com o curso de administração, primeiro emprego após a conclusão do curso (15%) ser nada relacionado com o curso de administração, emprego atual ou mais recente (13%) ser nada relacionado com o curso de administração. O Gráfico 13 apresenta a atual situação dos egressos no mercado de trabalho. 37 Gráfico 13 – Atual situação no mercado de trabalho. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). A maioria dos respondentes, aproximadamente 52,00%, está atualmente empregada, com carteira assinada, seguido de 14,80% de empresários. Verifica-se, desta forma, que a estabilidade financeira proporcionada pelo emprego com carteira assinada ainda é considerada mais vantajosa do que empreender e ter seu próprio negócio. Também, evidencia-se um número considerável de funcionário público nas três esferas: federal, estadual e municipal, com 10,70% dos respondentes. Estas observações estão em consonância aos resultados obtidos pela pesquisa de Bones (2015), onde a autora identificou que, 54% dos egressos são empregados com carteira assinada e 23% são empresários. Podemos destacar ainda 9,30%encontram-se desempregados, empregados sem carteira assinada (4%), estatutários (2,70%), contrato comissionado (1,3%), bolsista CNPq (1,30%), autônomo (1,3%), estudante (1,3%), voluntário (1,3%). No gráfico 14 mostra quanto tempo os egressos demoraram para conseguir o primeiro emprego, após formados. Gráfico 14 – Tempo demorado para obter o primeiro emprego dos respondentes, após formados. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa 38 Evidencia-se que a maioria dos egressos após formados obtiveram emprego com menos de seis menos depois do término da graduação (44,0%), já estavam empregados antes de formados(25,4%), mais de um ano (10,7%), ainda se encontram desempregados (9,3%), após 6 meses (8%), não souberam informar (2,6%).Dos 7 respondentes que disseram estar desempregado, indicaram os fatores que acreditam ser responsáveis desta situação, apresentados no gráfico 15. Gráfico 15 – Fatores de estar desempregado. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). Os dados obtidos apontam que, aproximadamente 43% dos 7 respondentes consideram como o principal fator de estar desempregado a pouca oportunidade no mercado de trabalho, sem experiência profissional (14%), busca de qualificação (14%), a falta de indicação (14%), muita concorrência (14%). Lima, Schoutien e Martinelli (2006) sobre o perfil profissiográfico de egressos, é possível perceber que os egressos do curso de Administração relataram que as principais dificuldades foram falta de experiência e falta de oportunidades. No gráfico 16 apresenta os cargos ocupados pelos egressos do curso de administração da UFAL de Arapiraca no emprego atual ou mais recentes. 39 Gráfico 16 – Cargos ocupados no emprego atual ou mais recente pelos respondentes. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). É possível destacar o cargo de empresário/proprietário pelos egressos (14,50%), cargo de auxiliar/assistente administrativo com (11,90%), Administrador (9,30%), Gerente (9,20%), Supervisores (6,60%), Gestores de Compras, Faturamento/Qualidade (5,40%), Caixa (5,40%), Docente (5,40%), Secretária (5,30%), Atendimento ao público (4,0%), Coordenador de desenvolvimento operacional/projetos (4,0%), Assistente logístico/técnico (3,90%), Atendente de telemarketing (3,90%), Consultores na área de gestão de pessoas (2,80%), líderes (2,8%), Técnico de laboratório/edificações (1,40%), Produtor de conteúdo (1,40%), Policial militar (1,40%), Dona de casa (1,40%). Portanto por meio do Gráfico 16, observa-se que 23,70% dos respondentes ocupam cargo de empresário e gerência. A função de auxiliar administrativo 11,90% e administrador na organização é ocupada por 9,30%. Esta observação vai ao encontro do resultado obtido por Marafon (2012), onde menciona que 24% declararam estar ocupando cargos de gerência e 18% declaram serem proprietários. No gráfico 17 apresenta o setor do cargo no emprego atual ou mais recente dos egressos respondentes. 40 Gráfico 17 – Setor do cargo no emprego atual ou mais recente dos pesquisados. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). Existe, de acordo com o Gráfico 17, a predominância dos egressos trabalharem no comércio no emprego atual ou mais recente, com 26,70%, seguido de Órgãos Governamentais com 22,60%. Ademais, no setor de serviços (18,70%), setor de Ensino e Educação (14,60%), no setor industrial (9,30%), terceiro setor (4,10%), Consultoria (2,70%), não souberam informar (1,30%). No Gráfico 18 apresenta as áreas de administração trabalhadas pelos egressos no emprego atual ou mais recente. Vale ressaltar que os egressos podiam responder mais de uma alternativa, sendo contabilizados 131 respostas Gráfico 18 – Áreas de Administração trabalhada atualmente ou no emprego mais recente dos egressos. 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 29,78% 14,50% 9,16% 3,81% 15,28% 9,16% 3,05% 6,87% 0,76% 0,76% 6,87% Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). 41 Destaca-se que 29,78% dos respondentes se dedicam a área da administração geral no emprego atual ou mais recente, na área de vendas e marketing (15,28%), na área de finanças e economia (14,50%), recursos humanos (9,16%), organização e métodos (9,16%), operacional e logística (6,87%), não aplica diretamente em nenhuma área de administração (6,87%), contabilidade e auditoria (3,81%), sistema de informação (3,05%), em minoria 0,76% planejamento tático e estratégico e 0,76% compras. No Gráfico 19 apresenta diversos aspectos da vida curricular e profissional dos egressos de administração e como cada um influenciou no emprego atual ou mais recente dos respondentes. Gráfico 19 – O grau de importância dos aspectos que influenciaram na aquisição dos conhecimentos necessários no trabalho atual ou mais recente dos egressos. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). O gráfico mostra que os aspectos que mais influenciaram para a aquisição dos conhecimentos necessários no trabalho atual ou mais recente foi o contato com outras pessoas no trabalho (96%), seguido pelo conteúdo das disciplinas do curso de administração (93%), conteúdo de outras disciplinas de outros cursos (84%), experiência de trabalhos anteriores (82%), estágio realizado durante o curso (82%), programas de capacitação do empregador (72%), conteúdo de pós-graduação (69%), os de menor influência foi conteúdo de outro curso universitário (45%) e atividade de extensão (38%). 42 No gráfico 20 apresenta a quantidade de horas trabalhadas no emprego atual ou o mais recente dos egressos. Gráfico 20 – Tempo (em horas) trabalhados por semana dos respondentes no atual ou mais recente emprego. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). Nota-se que 46,7% dos egressos trabalham de 41 a 50 horas, acredita-se que esse resultado se deve pôr a maioria dos egressos trabalharem no regime da CLT cumprindo 8 horas diárias e 44 horas semanais. Ainda sobre as horas trabalhadas semanalmente pelos egressos, 32% trabalham 30 horas semanais, 12% dos egressos trabalham 20 horas semanais, 5,3% trabalham mais de 60 horas semanais, 4% dos respondentes trabalham de 51 a 60 horas semanais no emprego atual ou mais recente. No Gráfico 21 apresenta o tempo que os respondentes se encontram no emprego atual ou mais recente. Gráfico 21 – Tempo no atual ou mais recente emprego dos egressos. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). 43 Pode-se observar que 30,7% dos respondentes estão no atual ou mais recente emprego de 1 até 3 anos, Dos respondentes 24% estão de 3 até 5 anos, no atual ou mais recente emprego. Que 18,7% estão a até um ano, no atual ou mais recente emprego. E 16% os respondentes informaram estarem de 5 até 7 anos, no atual ou mais recente emprego. Dos egressos 6,6% estão de 7 até 10 anos, em seus empregos atuais ou mais recentes. Em minoria 4% estão mais de 10 anos, no atual ou mais recente emprego No gráfico 22 mostra a faixa de renda mensal bruta (em reais) do atual ou mais recente emprego dos respondentes da pesquisa. Gráfico 22 – Faixa de renda mensal bruta (em reais) no atual ou mais recente emprego dos egressos. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). Nota-se a partir do gráfico que 34,7% dos respondentes ganham renda bruta mensal de R$ 1.301 até R$ 2.600 no emprego mais recente ou atual Que 24% dos egressos ganham até R$ 1.300, de renda bruta mensal no emprego atual ou mais recente. E 16% ganham de R$ 2.601 até R$ 3.900, de renda bruta mensal no emprego atual ou mais recente Dos egressos 9,3% ganham de R$ 3.901 até R$ 5.200, de renda bruta mensal no emprego atual ou mais recente 44 Dos respondentes 6,7% de R$ 5.201 até R$ 6.500, de renda bruta mensal no emprego atual ou mais recenteDos exs alunos pesquisados 6,7% acima de R$ 6.500 ganham renda bruta mensal no emprego atual ou mais recente Ainda 2,6% não souberam/quis informar o quanto ganhavam de renda bruta mensal no emprego atual ou mais recente. O grau de satisfação em relação a diversos aspectos do emprego atual ou mais recente dos egressos, apresentado no gráfico 23. Gráfico 23 – Grau de satisfação em relação aos seguintes aspectos do emprego atual ou mais recente dos respondentes. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). Verifica-se que o aspecto no emprego com maior satisfação é o relacionamento pessoal no trabalho (85%), condições gerais de trabalho (81%), prestígio da organização (76%), competências dos colegas (75%), diversidade das atividades desempenhadas (73%), utilizar os conhecimentos da universidade (68%), Autonomia e independência (60%), contato com outros possíveis empregadores (60%), estabilidade no emprego (58%), atual com criatividade (54%), E insatisfeitos e pouco satisfeito com a possibilidade de promoção (63%), treinamento oferecido pelo empregador (60%), abonos e incentivos e outras vantagens (56%), salários (53%). No gráfico 24 apresenta o grau de satisfação conforme a percepção dos egressos respondentes sobre diversos fatores de suas vidas como: perspectivas, atividades de lazer, família, enfim vida em geral. 45 Gráfico 24 – Grau de satisfação em relação aos seguintes aspectos. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). Constata-se no gráfico que 89% estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a vida familiar, 84% com a vida em geral, sobre as perspectivas de vida (76%), cidade onde mora (69%), qualidade das atividades de lazer (66%). Entretanto percebemos que os respondentes estão insatisfeitos ou pouco satisfeitos com a quantidade de tempo para as atividades de lazer (55%) e também em relação a quantidade de tempo para dedicação à família (39%). Gráfico 25 mostra o cenário descrito pelos egressos sobre curso de Administração oferecido pela UFAL – Campus de Arapiraca. Vale ressaltar que os egressos podiam responder mais de uma alternativa, sendo contabilizados 159 respostas. Gráfico 25 – Cenário descrito pelos egressos sobre curso de Administração oferecido pela UFAL – Campus de Arapiraca. 4,40% 9,43%15,72% 23,27% 19,49% 27,69% O curso superou as minhas expectativas O curso foi o que esperava Esperava professores com mais didática e/ou mais conteúdo. Esperava que houvesse maior incentivo nas atividades práticas. Esperava que houvesse maior incentivo nas atividades acadêmicas(científica e PET) Esperava que houvesse maior foco no mercado de trabalho. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). 46 Infere-se do gráfico que (27,67%) dos respondentes esperavam que houvesse maior foco no mercado de trabalho, (23,27%) esperavam que houvesse maior incentivo nas atividades práticas e (19,49%) esperavam que houvesse maior incentivo nas atividades acadêmicas (científica e PET). Para 15,72% dos egressos o curso foi o que esperavam, para 9,43% esperavam professores com mais didática e/ou mais conteúdo, e ainda par 4,40% dos egressos o curso superou expectativas. No Gráfico 26 mostra se o curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca possibilitou aos respondentes desenvolver as devidas características requeridas pelo mercado profissional de administradores. Gráfico 26 – Se o curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca possibilitou aos egressos desenvolver as devidas características requeridas pelo mercado profissional de administradores. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). A partir do gráfico pode-se observar que 61% dos egressos concordam parcialmente que o curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca possibilitou desenvolver as devidas características requeridas pelo mercado profissional de administradores. Dos respondentes, 20% discordam parcialmente que o curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca possibilitou desenvolver as devidas características requeridas pelo mercado profissional de administradores. E dos egressos 17,3% concordam plenamente que o curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca possibilitou desenvolver as devidas características requeridas pelo mercado profissional de administradores. Dos egressos, apenas 1,3% discordam totalmente curso de Administração da UFAL – Campus Arapiraca 47 possibilitou desenvolver as devidas características requeridas pelo mercado de profissional de administradores. Avaliação dos egressos sobre aspectos de formação ofertado pelo curso de Administração, evidenciado no gráfico 27. Gráfico 27 – Como os egressos respondentes avaliam aspectos de formação ofertado pelo curso de Administração. Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa (2019). No que se refere ao currículo oferecido, 48% dos egressos consideram bom, 33% dos egressos consideram regular. Sobre a didática oferecida, 54% dos respondentes consideram bom e 32% consideram regular. Em relação ao material de ensino apresentado 47% consideram regular, 41% consideram bom. Referente aos professores do curso de administração 57% consideram bom, 22% regular. Por fim, 45% consideram regular a quantidade de tempo da relação entre teoria e prática, 25% consideram bom e 21% a consideram ruim. 48 8 CONCLUSÃO Neste estudo procurou-se identificar o perfil do aluno egresso do Curso de Administração da Universidade Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca. Para tanto, foram questionados os egressos de 2010 a 2018, obtendo como amostra 75 respondentes. Os objetivos do estudo foram alcançados ao analisar o perfil do egresso do curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca. Os resultados demonstram que 50,7% do sexo masculino e que 49,3% são do sexo feminino, a pesquisa aponta relativa igualdade do sexo entre os respondentes, que a faixa etária com idade entre 20 a 30 anos apresenta aproximadamente 72%, o que pode ser considerado um perfil jovem e em torno de 27,90% com idade de 30 ou mais anos. No que se refere ao estado civil aproximadamente 49,3% evidenciam estarem casados e 46,50 % estão solteiros. Com relação a análise do perfil profissional desses egressos, observou-se que a maioria está exercendo atividade profissional na área de formação, e seus rendimentos variam de 1,3 a 6,2 salários mínimos. A inserção do mercado de trabalho deu-se para a maioria dos egressos de forma rápida, dos que tiveram maiores dificuldades relataram a falta de experiência e alta competitividade com fatores. E com isso tiveram uma visão que somente o bacharelado em administração não é suficiente para inserção no mercado de trabalho. Com base nas informações coletadas verificou-se que por mais que haja muita dificuldade em se inserir no mercado atual, e não são dadas muitas oportunidades para os recém-formados da área de administração, assim alguns tiveram a iniciativa de se tornar empreendedores, abrindo seu próprio negócio, com visão e estratégias que foram aprendidas durante o curso, procurando assim conquistar seu espaço. Aqueles que não tiveram esta iniciativa de abertura do próprio negócio, partiram para área comercial, onde há mais oportunidades de emprego, buscando mais experiências. 49 Analisando-se a percepção dos egressos em relação ao curso observou-se que a maioria considera o curso bom. Em relação à participação em projetos de pesquisa, ensino e extensão, monitorias a maioria relatou não ter participado. Os egressos sugeriram que o curso deve ser mais voltado para um melhor preparo dos alunos para o mercado de trabalho e ter mais aulas práticas. Em relação a área de atuação, os profissionais estão trabalhando nas áreas de marketing,
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