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Como classificar as pesquisas? COM BASE EM QUE CRITÉRIOS, COSTUMAMOS CLASSIFICAR AS PESQUISAS? Objetivos gerais Procedimentos técnicos utilizados 1. Classificação das pesquisas com base nos objetivos gerais Exploratórias; Descritivas; Explicativas. - De acordo com seus objetivos gerais, dividem-se em: 1.1 Pesquisas exploratórias Objetivo: Proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses; busca aprimorar ideias ou descobrir intuições. Geralmente assume a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo de caso. Envolvem atividades como: Levantamento bibliográfico; Entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; Análise de exemplos que estimulem a compreensão. 1.2 Pesquisas descritivas Objetivo principal: Descrever as características de determinada população ou fenômeno ou estabelecer relações entre variáveis. Utiliza questionários e observação sistemática. Destacam-se aquelas que buscam estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, nível de instrução, entre outros. Ex: Estudo do índice de criminalidade, das condições de habitação de uma comunidade. Costumam levantar opiniões e crenças da população. Podem também buscar descobrir a existência de associações entre as variáveis. Ex: Pesquisas eleitorais que indicam a relação entre a preferência político- partidária e o nível de escolaridade ou rendimentos. As pesquisas descritivas são as mais solicitadas por instituições educacionais, partidos políticos, empresas, entre outros. 1.3 Pesquisas explicativas Buscam determinar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos; explica a razão, o porquê das coisas. É o tipo mais complexo de pesquisa, considerando que o risco de se cometer erros aumenta consideravelmente. As pesquisas exploratórias e descritivas quase sempre constituem etapa prévia para que se possa obter explicações científicas. Nas ciências naturais valem-se do método experimental e nas sociais do método observacional. Classificadas em experimentais e ex-post facto. 2. Classificação das pesquisas com base nos procedimentos técnicos utilizados Para analisar os fatos do ponto de vista empírico, para confrontar a visão teórica com os dados da realidade, torna-se necessário traçar um modelo conceitual e operativo da pesquisa. Esse modelo recebe o nome de design ou delineamento. O delineamento expressa em linhas gerais o desenvolvimento da pesquisa, com ênfase nos procedimentos técnicos de coleta e análise de dados Como o delineamento enfatiza o procedimento de coleta e análise de dados, podemos classificar a pesquisa de acordo com seu delineamento. Há dois grupos de delineamentos: aqueles que se valem das fontes de “papel” e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. Primeiro grupo incluem a pesquisa bibliográfica e documental. Segundo grupo incluem a pesquisa experimental, ex- post facto, levantamento e estudo de caso, pesquisa ação, pesquisa participante. 2.1 Pesquisa bibliográfica São desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas (livros, artigos, jornais, dicionários). Ex: aquelas pesquisas que se propõem a analisar as diversas posições em relação a um problema; muito usada nos estudos históricos. Principal vantagem da pesquisa bibliográfica: permite ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que se poderia pesquisar diretamente. Ex: Pesquisa sobre o papel do psicólogo nos CAPS transtorno no Brasil. Desvantagem da pesquisa bibliográfica: pode se basear em fontes secundárias com dados coletados de forma equivocada. Sugestão: utilizar fontes diversas, comparando-as verificar se as contradições sinalizam erros na condução das pesquisas. 2.2 Pesquisa documental Suas fontes são mais diversificadas e dispersas do que as das pesquisas bibliográficas. Fontes: documentos de primeira mão e documentos de segunda mão. Documentos de primeira mão: são os que não receberam nenhum tratamento analítico. Ex: aqueles conservados em órgãos públicos, instituições privadas, igrejas, sindicatos, partidos políticos, entre outros. Documentos de segunda mão: de alguma forma já foram analisados. Ex: Relatórios de pesquisas, relatórios de empresas, tabelas estatísticas. Nem sempre fica clara a distinção entre pesquisa bibliográfica e pesquisa documental, pois, boa parte das fontes documentais (revistas, jornais) pode ser tratada como fontes bibliográficas. Os documentos são fonte ricas e estáveis de dados. São muito usados nas pesquisas históricas. Vantagens: custo baixo; não requer contatos com sujeitos de pesquisa. Desvantagens: dificuldade de garantir a representatividade dos documentos, analisar a subjetividade dos documentos. 2.3 Levantamento Caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas, cujo comportamento se deseja conhecer. Seleciona-se um grupo significativo de pessoas mediante o fenômeno estudado e procede-se a uma interrogação. Análise quantitativa para obtenção dos resultados. Censo: quando o levantamento recolhe informações de todo universo pesquisado; desenvolvidos por governos ou instituições de amplos recursos. Levantamentos por amostragem: uso de procedimentos estatísticos. Vantagens doo levantamentos: conhecimento direto da realidade, economia e rapidez; quantificação. Limitações: ênfase nos aspectos perceptivos; pouca profundidade no estudo da estrutura e dos processos sociais; limitada apreensão do processo de mudança. Levantamentos são adequados para estudos descritivos. Indicado para investigar comportamento eleitoral, preferência do consumidor, estudos de opiniões. 2.4 Estudo de campo Origem na antropologia; usado hoje por diversas áreas. Focaliza uma comunidade de trabalho, de estudo, outras. Observação direta e entrevista com informantes do grupo investigado para captar explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Possibilidade de associar o uso de outros recursos: documentos, fotografias. Desvantagem: Como os dados são coletados, na maioria das vezes, por um único pesquisador corre-se o risco de subjetivismo na análise dos resultados da pesquisa. Levantamento Maior alcance. Busca ser representativo do universo investigado, apresentando em seus resultados uma distribuição estatística das características da população, de acordo com o problema pesquisado. Pesquisador menos presente: Respostas dos sujeitos tendem a ser menos confiáveis. Menor aproximação do local da pesquisa: Resultado menos fidedigno. Caracteriza os segmentos do universo pesquisado. Estudo de Campo Maior profundidade. Aprofundamento das questões propostas. Pesquisador mais presente: Respostas dos sujeitos tendem a ser mais confiáveis. Maior aproximação do local da pesquisa: Resultado mais fidedigno. Estuda um único grupo ou comunidade, em termos de sua estrutura social, ressaltando a interação entre seus componentes. 2.5 Estudo de caso Estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. Amplamente utilizado nas ciências biomédicas e sociais. Indicado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos. Explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos. Preservar o estudo unitário do objeto investigado. Descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação. Formular hipóteses ou desenvolver teorias (Ex: investigação de uma síndrome rara). Explicar as variáveis causais de determinados fenômenos em situações muito complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos. - Propósitos do estudo de caso: Cuidado no planejamento quanto a coleta e da análise de dados para evitar o efeito dos vieses! Desvantagem: dificuldade degeneralização, embora de fato ele não tenha este propósito. 2.6 Pesquisa-ação “um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo” (Thiolellent, 1985, 14). Útil devido à resolução de problemas. Ponto negativo: vista por alguns como desprovida de caráter científico, por exigir o envolvimento ativo do pesquisador e a ação das pessoas envolvidas. 2.6 Pesquisa participante Para alguns autores é o mesmo que pesquisa-ação. Caracteriza-se pela interação entre pesquisador e membros das situações investigadas. Conviver com a comunidade, partilhar seu cotidiano; “viver junto” em vez de “visitar”. Busca compreender o ponto de vista dos indivíduos e dos grupos acerca das situações que vivem. Propõe um plano de ação. Envolve distinção entre ciência dominante e ciência popular. Ciência dominante: privilegia a manutenção do sistema vigente. Ciência popular: coloca-se a serviço dos oprimidos, localizam quem são eles na comunidade. Investigação junto a grupos desfavorecidos: operários, índios, camponeses, outros. Técnicas qualitativas, atitude empática e de escuta. Os problemas são discutidos por grupos de estudos. Questionam as representações. Ex: Repetência escolar não se deve exclusivamente à incapacidade dos alunos. REFERENCIAS GIL, Antonio Carlos. Como classificar as pesquisas. Como elaborar projetos de pesquisa, v. 4, p. 44-45, 2002. FONTELLES, Mauro José et al. Metodologia da pesquisa científica: diretrizes para a elaboração de um protocolo de pesquisa. Revista paraense de medicina, v. 23, n. 3, p. 1-8, 2009. APA
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